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Práticas e Modelos de Avaliação em Bibliotecas Escolares

Síntese da Sessão 7

Foram objectivos desta sessão:


• Cruzar o tipo de informação resultante da auto-avaliação
da BE nos seus diferentes Domínios com os Campos e
Tópicos estabelecidos pela IGE, nos quais aquela
informação deve ser enquadrada.
• Explorar potencialidades de transferência e comunicação
para o exterior dos resultados de avaliação apurados no
processo de auto-avaliação da BE e incorporados na auto-
avaliação de cada escola, para a avaliação externa
realizada pela IGE.

A tarefa proposta foi proposta em duas actividades:


1) Elaboração de um quadro que permita cruzar o tipo de
informação resultante da auto-avaliação da BE nos seus
diferentes Domínios com os Campos e Tópicos estabelecidos
pela IGE, nos quais aquela informação deve ser enquadrada.
2) Tendo por base uma amostra de Relatórios de avaliação
externa, análise e comentário crítico à presença de referências
a respeito das BE, nesses Relatórios.

Realização da tarefa:
Em relação à realização da tarefa, 33 formandos participaram
nesta sessão. Destes, 7 não realizaram a 2ª parte da tarefa.
Síntese do FÓRUM 1 PARA A REALIZAÇÃO DA 1ª
ACTIVIDADE (QUADRO)

A primeira parte da tarefa foi realizada sem grande dificuldade


pelos formandos, evidenciando mais diferenças na forma do que no
conteúdo. Embora a análise nem sempre tenha sido totalmente
coincidente, o reconhecimento do papel da BE ao nível da auto-
avaliação da escola, para a qual tenta contribuir o Modelo de Auto-
Avaliação das BE proposto pela RBE tendo em vista a sua valorização,
desenvolvimento e melhoria, e a inclusão da BE na informação
prestada às equipas de avaliação externa foi bem trabalhada pela
generalidade dos formandos.

Síntese do FÓRUM 2 PARA A REALIZAÇÃO DA 2ª


ACTIVIDADE (ANÁLISE E COMENTÁRIO CRÍTICO)

Apesar de as apreciações estarem limitadas à exiguidade da


amostra analisada, e todos termos consciência de que este exercício
não permite conclusões mais relevantes, foi notória a conclusão
generalizada em relação à pouca relevância que é atribuída às BE na
maior parte dos relatórios de avaliação externa analisados.
Todos evidenciaram a fraca valorização que lhes é dada quer
pelas Direcções das Escolas/Agrupamentos quer pelos inspectores do
IGE que ignoram o impacto que as bibliotecas escolares produzem na
construção de saberes dos alunos.
No que diz respeito às “Considerações Finais”, por exemplo, a BE
não é equacionada como um ponto forte ou como uma oportunidade
para levar a Escola a melhorar a sua avaliação, para fazer a
diferença, o que é lamentável tendo em conta o tipo de recurso que é
e o facto de todas as EB23 e Escolas Secundárias do nosso país hoje
disporem desse tipo de recurso capaz de trazer a mudança se for
devidamente gerido.
A inclusão da RBE com frequência como uma parceria – e não
tanto como um programa que promove parcerias, com ênfase na
dimensão local (autarquia, biblioteca municipal, cooperação entre
bibliotecas escolares de diferentes agrupamentos/escolas) - foi
também um dos aspectos realçados.
Alguns dos formandos que optaram por uma análise diacrónica
verificaram que, embora de modo pouco significativo, os relatórios
referentes a 2008/2009 conferem já à biblioteca escolar uma
importância não encontrada nos relatórios anteriores.

Nota-se um progresso nas referências à BE


(independentemente da qualidade das mesmas) nos relatórios
de avaliação da IGE. À medida que avançamos no tempo, as
referências aumentam e a correcção das designações também,
podendo, eventualmente, este facto ser interpretado como uma
preocupação de focagem mais objectiva neste domínio.

A acção do Professor-Bibliotecário e o seu papel proactivo no


âmbito da aplicação do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares será uma oportunidade que trará reflexos positivos na
qualidade e na eficiência dos serviços prestados. No entanto, se
conseguirmos enquadrar este processo de auto-avaliação no processo
de Auto-Avaliação do Agrupamento de Escolas estaremos a ir mais
longe, pois, somente através desta inserção, estaremos a levar à
prática, uma política de gestão, verdadeiramente promotora do
sucesso educativo e da melhoria das aprendizagens.
A formanda Valentina sintetizou deste modo este processo:

Em jeito de conclusão/ reflexão podemos enumerar três


medidas fundamentais para a melhoria deste processo de Auto-
Avaliação, designadamente:
• Definir linhas orientação comuns entre as diferentes estruturas
dos Agrupamentos de Escolas;
• Elaborar um plano equilibrado a este nível;
• Sistematizar práticas de Auto-Avaliação.
Assim, a Auto-Avaliação irá assumir-se no Agrupamento de Escolas
como um processo fundamental para a melhoria das acções
educativas.

Nesta lógica os documentos produzidos deverão cuidar de respostas


a estas questões:
• Para quem existe a Biblioteca? Deverá caracterizar-se
brevemente a escola/AE, sem esquecer a sua comunidade
escolar (alunos, docentes, discentes) e meio envolvente, e
resumir em dados claros as condições físicas (espaço,
instalações, equipamentos), que sendo importantes, não são o
essencial, se pretendermos que a biblioteca seja considerada
como mais que instalações. Caracterizar a BE genericamente em
termos de área, equipamentos e serviços tendo em conta as
necessidades dos utilizadores.
• Para quê existe a Biblioteca? Tornar legível a articulação
(desejada / efectiva) da missão da Biblioteca com o Projecto
Educativo da Escola/Agrupamento e o Projecto Curricular de
Escola. O Plano de Acção da BE acompanha em termos de acção
estratégica o PEE da Escola: a BE está, de facto, ao serviço da
consecução dos grandes objectivos do PEE? Avaliar se a dotação
orçamental atribuída à BE correspondeu às suas reais
necessidades, tendo em conta o papel a desempenhar pela BE
ao nível da consecução dos grandes objectivos do PEE.
• Sobre que actua a Biblioteca, e como? Práticas de trabalho
colaborativo sobre o curriculum com docentes e
estruturas da escola/AE (órgãos de gestão de topo e
intermédios – departamentos, conselhos de docentes, conselhos
de turma…). Adequação da colecção aos requisitos
curriculares (incluindo fontes digitais
seleccionadas/produzidas). Evidenciar o impacto da BE ao nível
da aquisição de diferentes competências literácitas por parte dos
alunos, se tal estiver em causa ao nível do PEE.
• Com quem interage a Biblioteca? Salientar o papel da BE
enquanto suporte das actividades de ensino-aprendizagem
e, em simultâneo, promotora da aquisição de valores que
conduzem ao exercício de uma cidadania crítica e à
aprendizagem ao longo da vida. Apoio ao trabalho lectivo e
extra-lectivo dos docentes e/ou grupos autónomos de alunos
(no caso das ES), incluindo promoção da leitura e de literacias, e
outros focos transcurriculares (cidadania, educação para a
saúde, etc), em sala de aula e fora desta (biblioteca, recursos
digitais disponíveis 24 h/7dias por semana, outros). Enquadrar
as actividades de formação de utilizador realizadas no início do
ano lectivo para os novos utilizadores alunos e professores no
contexto geral relativo a estratégias da Escola para integrar
os novos docentes. Referir o impacto da BE/o cumprimento
das normas do seu Regimento no desenvolvimento duma
cidadania crítica e participativa ao nível dos alunos.

• Como se organiza a biblioteca (serviços, recursos)? Condições


humanas e materiais, problemas e soluções. Instalações e
equipamento. Tendo como suporte as orientações do Programa
RBE, caracterizar o perfil do professor-bibliotecário e da equipa
em termos gerais, considerando a adequação dos mesmos
às necessidades de funcionamento da BE e às
solicitações da comunidade educativa. Referir a importância
da existência de 1 AO ao nível da equipa da BE.
• Colecção: adequação face ao curriculum e às necessidades
dos utilizadores reais e potenciais, organização,
acessibilidade, política de desenvolvimento da colecção, política
e práticas de parcerias e de formas de colaboração. Avaliar a
adequação/qualidade da colecção da BE em função das
grandes metas do PEE.
• Com quem coopera a Biblioteca? Parcerias, redes, etc.
Caracterizar genericamente o trabalho desenvolvido em
articulação com o SABE/grupo de trabalho concelhio, referindo,
se for o caso algumas formas de apoio daquele serviço à
BE/Escola e até parcerias mais formais, como a existência de
um Catálogo Colectivo Concelhio. Referir os incentivos à
participação dos pais e caracterizar o seu grau de
participação nas actividades desenvolvidas pela BE.
• Como avaliar, adequar e melhorar/qualificar a biblioteca? Plano
de melhoria, tendo em conta os níveis de desempenho e
respectivos indicadores nos domínios e domínios do Modelo de
Autoavaliação, as áreas priorizadas e a priorizar, os instrumentos
(referir a realização da auto-avaliação da BE a partir do
Modelo de Auto-Avaliação, podendo disponibilizar-se em
anexo o relatório de avaliação em questão) e modos de os
aplicar seleccionados e as formas de comunicação à comunidade
desenvolvidas/a desenvolver.

O Professor Bibliotecário tem uma árdua tarefa na implementação


do Modelo de Auto-Avaliação para que este consiga evidenciar o valor
da BE junto da Direcção e da comunidade educativa. Para atingir esse
objectivo, que se cruza intimamente com a missão do Professor
Bibliotecário, é fundamental a adopção de práticas de auto-avaliação
baseadas em evidências. Concluímos com o depoimento de uma
formanda:

[Custou-]me verificar quantas das acções ditas como de inovação e


abertura foram por nós, BE, desenvolvidas e nem uma palavra de
referência. Aliás, diga-se que nem sequer fui seleccionada, enquanto
coordenadora da BE, para ser ouvida. Após esta formação o
mesmo não voltará a acontecer.
Finalizada esta unidade, felicitamos todos os formandos
pelo trabalho realizado.

As formadoras
Júlia e Margarida

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