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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE


CURSO DE BACHAREL EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRÉIA GEBERT

JANES CARLA PEDRASSANI

MARIA ANGÉLICA ARCARI

RAQUEL FRANCESCON

GOVERNANÇA CORPORATIVA E O PAPEL DA CONTROLADORIA

SÃO MIGUEL DO OESTE


2

2009

ANDRÉIA GEBERT

JANES CARLA PEDRASSANI

MARIA ANGÉLICA ARCARI

RAQUEL FRANCESCON

GOVERNANÇA CORPORATIVA E O PAPEL DA CONTROLADORIA

Trabalho apresentado á disciplina


de Controladoria como requisito
parcial à obtenção do grau de
avaliação G1.

Orientador: Prof.ª Jadir Roberto Dittadi, MSc.

SÃO MIGUEL DO OESTE


3

2009

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................. 4
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................. 4
2 GOVERNANÇA CORPORATIVA.................................. 6
2.1 CONCEITOS............................................. 7
2.2 CÓDIGO DAS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA 9
2.2.1 Objetivos e princípios básicos...................... 10
2.3 RELEVÂNCIA SOCIAL..................................... 11
2.4 O NOVO MERCADO E OS NÍVEIS DE GOVERNANÇA.............. 13
3 GOVERNANÇA CORPORATIVA E O PAPEL DA CONTROLADORIA....... 18
4 CONCLUSÕES.............................................. 20
REFERÊNCIAS............................................... 21

1 INTRODUÇÃO
4

A globalização trouxe com ela muitas mudanças no que diz


respeito à transparência das informações fornecidas aos
usuários. Mas para que a transparência seja possível é
necessário um controle interno eficaz, para que as informações
geradas sejam fidedignas e precisas no processo decisório.
As organizações devem estar preparadas para enfrentar um
mercado cada vez mais competitivo e para isso devem demonstrar
sua eficácia organizacional através de seus resultados. Se não
for realizado o efetivo controle do ambiente organizacional, as
informações úteis ao processo decisório serão distorcidas.
A controladoria desempenha papel fundamental dentro das
organizações, pois é através dela que se mantém a estrutura de
controles internos e a transparência das informações geradas.
Mas só isso não basta, é necessário que existam normas
protetoras do capital que é investido.
A governança corporativa define os meios pelos quais os
gestores agem levando em consideração os interesses dos
investidores, ou seja, através da governança corporativa os
conflitos entre gestores e investidores são mediados.
A partir disso são definidos os objetivos específicos a que
se propõe o presente trabalho.

1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Definir o que é Governança Corporativa;


b) Definir o que é o Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa;
c) Apresentar a relevância social da Governança Corporativa;
d) Apresentar os níveis de Governança Corporativa;
5

e) Relacionar Governança Corporativa e Controladoria.

2 GOVERNANÇA CORPORATIVA
6

O início do estudo da Governança Corporativa se deu por


volta de 20 anos atrás nos Estados Unidos, sendo fruto de
acionistas não contentes com a má relação com os órgãos
administradores da sociedade anônima, e vem evoluindo
significativamente nos últimos dez anos nas corporações
mundiais. Quando surgiu, visava principalmente normas protetoras
aos acionistas, aumentando o acompanhamento da administração
empresarial. Sendo assim, surgiu para desativar a disparidade
entre a propriedade (acionistas) e a gestão da propriedade
(administradores). (OLIVEIRA, 2006)
A preocupação da Governança Corporativa é de criar
mecanismos de incentivo e monitoramento eficientes, a fim de
assegurar que o comportamento dos executivos esteja alinhado com
os interesses dos acionistas.
Todo o movimento em torno da governança corporativa se
justifica pela sua importância para o desempenho, a geração de
riqueza, vantagens competitivas e a perpetuidade das empresas. É
uma forma de re-estruturar a gestão, gerando o crescimento da
sociedade empresarial e indiretamente da economia.
As principais ferramentas dentro de uma organização para
assegurar os controles de uma boa Governança, são o Conselho de
Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal. As
práticas adotadas devem ser a transparência, a prestação de
contas, a eqüidade e a responsabilidade corporativa.
Houve a criação de códigos de Governança Corporativa em
organizações do mundo inteiro, sendo que possuem diferenças de
estrutura e enfoques conforme as culturas locais. Até hoje, as
particularidades e práticas locais mantém a sua força, mas de
maneira geral o modelo da Europa Continental é um dos que mais
evoluiu, onde os acionistas de fato exercem o poder nas
companhias.
7

Tendo em vista o fortalecimento das empresas, a sua


harmonização de interesses e de impulsionar o crescimento do
mercado de capitais, a Governança Corporativa é um tema que
despertou significativa relevância no século XXI. O seu
aperfeiçoamento, prática e disseminação é um dos pontos centrais
da dinâmica empresarial atual.

2.1 CONCEITOS

O termo governança corporativa foi criado no início da


década de 1990 nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, para
definir as regras que regem o relacionamento dentro de uma
companhia dos interesses de acionistas controladores, acionistas
minoritários e administradores.
A governança corporativa que pode ser conhecida também como
governança empresarial é descrita pelo IBGC (Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa) como:

“o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e


monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre
acionistas/cotistas, conselho de administração,
diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As
boas práticas de governança corporativa têm a finalidade
de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso
ao capital e contribuir para sua perenidade.”

A Governança Corporativa é um mecanismo que monitora a


gestão e o desempenho das organizações. De acordo Cadbury apud
Andrade e Rossetti (2004, p. 24), “a governança corporativa é o
sistema e a estrutura de poder que regem os mecanismos através
dos quais as companhias são dirigidas e controladas.”
8

A adoção de práticas eficazes de governança proporciona a


interação entre as partes interessadas na Companhia. Lodi (2000)
define a governança corporativa como o sistema de relacionamento
entre os acionistas, os auditores independentes, os executivos
da empresa e os conselheiros de administração.
Tratando-se de interesses dos negócios e da sociedade, as
empresas devem adotar as práticas de governança para evidenciar
transparência, justiça e a sua responsabilidade perante essas
questões. A prática de proporcionar maior transparência é um
incremento para aumentar o seu valor no mercado. A Comissão de
Valores Mobiliários – CMV define governança corporativa como
sendo:

O conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o


desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes
interessadas, tais como investidores,empregados e
credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das
práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de
capitais envolve, principalmente: transparência, eqüidade
de tratamento dos acionistas e prestação de contas (CVM,
2002, p. 1).

Em resumo, a governança corporativa trata da regulamentação


das relações internas e externas das organizações, visando
assegurar os direitos e promover a interação dos agentes
envolvidos stakeholders (fornecedores, trabalhadores,
consumidores, etc.) e shareholders (grupo de sócios das
empresas).

2.2 CÓDIGO DAS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA


9

O IBGC lançou em 1999 o código das melhores práticas que


recebe reformulação de seu conteúdo a fim de acompanhar a
evolução e as mudanças no ambiente institucional e esta em sua
terceira versão. Sendo que a quarta versão está em fase de
finalização e tem previsão de lançamento para este ano (2009),
trazendo a debate novas e antigas questões da Governança.
Em sua primeira publicação, concentrou-se principalmente
no funcionamento, composição e atribuições do conselho de
administração, refletindo claramente a tendência dominante na
época e a partir de reflexões sobre a Lei das Sociedades
Anônimas, então vigente, e das discussões e conclusões de um
grupo de empresários reunido em abril de 1997.
A segunda versão foi publicada em abril de 2001, na qual
se consolidou os argumentos técnicos ao princípio da eqüidade
entre os diferentes acionistas. O seu espectro foi alargado,
passando a abordar todos os agentes da governança corporativa:
conselho de administração, conselho fiscal, gestores, auditoria
independente, além de abordar o princípio da prestação de contas
(accountability) e discutir conflitos de interesse e ética.
Na terceira versão, de março de 2004, destacou-se a
inclusão do princípio de responsabilidade corporativa. A
intenção era atentar para a perenidade das organizações,
contribuindo com valores e orientações de estratégia
empresarial. O princípio evidenciou a importância de as ações
serem integradas, considerando também o aspecto social e
ambiental, e não só econômico. Como o foco consiste na atuação
responsável, isso se reproduz na "contratação preferencial de
recursos oferecidos pela própria comunidade", por exemplo. O
Código subdividiu-se nos capítulos: Propriedade (sócios),
Conselho de Administração, Gestão, Auditoria Independente,
Conselho Fiscal, Conduta e Conflito de Interesses.
10

As modificações do Código refletem as constantes


discussões e o aprofundamento dos temas ligados a Governança
Corporativa, motivo que fez desse documento referência nacional
em conduta de gestão empresarial, e referência nas escolas de
negócios.

2.2.1 Objetivos e princípios básicos

De acordo com o IBGC os princípios básicos definidos são:

Transparência: mais que a obrigação de informar é o desejo


de disponibilizar para as partes interessadas as informações que
sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos. A adequada transparência
resulta um clima de confiança, tanto internamente, quanto nas
relações da empresa com terceiros. Não deve restringir-se ao
desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais
fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e
que conduzem à criação de valor.
Eqüidade: caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os
sócios e demais "partes interessadas" (stakeholders). Atitudes
ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são
totalmente inaceitáveis.
Prestação de contas (accountability): os administradores
devem prestar contas de sua atuação no exercício de seu mandato,
assumindo integralmente as conseqüências de seus atos e omissões.
Responsabilidade: os administradores devem zelar pela
sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade,
incorporando considerações de ordem social e ambiental na
definição dos negócios e operações.
11

De acordo com isso SILVA (2006, p. 24) salienta que a


empresa deve exercer sua função social que por sua vez deve
incluir:

“a geração de riquezas e de oportunidades de emprego,


qualificação e diversidade da força do trabalho,
estímulo ao desenvolvimento científico por intermédio da
tecnologia e melhoria da qualidade de vida mediante
ações educativas, culturais assistenciais e de defesa do
meio ambiente. Este princípio envolve a contratação
preferencial de recursos, referente ao trabalho e aos
insumos, oferecidos pela própria comunidade.”

Quando seguido os princípios básicos estabelecidos pelo


IBGC, as organizações passam a ter padrões saudáveis de
funcionamento, automaticamente se tem uma boa comunicação
interna e externa, isso gera um clima de confiança, tanto
internamente, quanto externamente, nas relações com terceiros.

2.3 RELEVÂNCIA SOCIAL

Silva e Leal (2007, p. 23) destacam que: “À medida que um


problema de governança empresarial é considerado sob a ótica de
justiça distributiva entre duas partes privadas, existe pouco
interesse público a cerca de como a questão é resolvida”.
Partindo disso pode-se perceber que ela pode ser definida de
várias maneiras dependendo do problema de agência que se
considera.
De acordo com Silva e Leal (2007, p. 23): “As cabeças com
bons projetos e capacidade para geri-los não necessariamente são
aquelas que possuem recursos para implementá-los.” Assim, o
sistema financeiro surge pra fazer a intermediação entre aqueles
12

que possuem o dinheiro e aqueles que sabem como investi-lo, pois


estes são mais informados sobre o potencial e performance dos
projetos dos que os financiam.
Para Andrade e Rosseti (2006, p. 249), o ambiente e os
atores da governança corporativa estão subdivididos em quatro
blocos interligados: 1. Propriedade; 2. Controle; 3.
Administração; e 4. Auditoria e Fiscalização. Essa visão
identifica a hierarquia dos órgãos constituídos e de onde emana
a estrutura de poder, que dá consciência a governança das
companhias; destaca ainda o alcance e o sistema de auditoria e
fiscalização das estruturas de poder estabelecidas; mostra as
linhas de ligação entre os órgãos e atores e, além disso, inclui
no ambiente de governança as outras partes com interesses em
jogo dentro da própria organização (Visão adaptada de Lamb).
Mas no ambiente de Governança, é importante ressaltar que
“o Conselho de Administração é o órgão guardião dos interesses
dos proprietários” (ANDRADE; ROSSETI, 2006, p. 270). Ou seja,
isso quer dizer que o Conselho de administração é um órgão
nuclear cheio de poderes que vem da Assembléia Geral, na qual
estão ligados os demais órgãos da administração.
Segundo Andrade e Rosseti (2007, p. 271) entre as funções
essenciais do Conselho de Administração se destaca:

Atuar como ligação fiduciária entre a Propriedade e a


Diretoria Executiva, no monitoramento de todo um
conjunto de riscos de gestão e de conflitos e custos de
agência. É esta função que torna o Conselho de
Administração a mais importante força interna de
controle das corporações: ele dá o tom de seu
envolvimento com a gestão, define em regimento a sua
missão e seus papéis e estabelece regras para suas
formas de atuação.
13

2.4 O NOVO MERCADO E OS NÍVEIS DE GOVERNANÇA

O mercado de capitais no Brasil inaugura uma nova fase com


o início do Novo Mercado e essa nova fase é liderada pelo setor
privado que toma a liderança no processo de promover reformas.
Isso tudo foi inspirado no Neuer Market alemão. Segundo Silva e
Leal (2007, p. 37), os alemães foram inteligentes no ponto de
entender que era preciso uma reforma legislativa para mudar as
formas e regras de apresentação das empresas de capital que já
abriram seu capital, que, portanto, não seriam necessárias
aquelas novas que ainda abrem seu capital. Daí para diante
surgiu na Bolsa Alemã um segmento especial chamado Neuer Market.
As empresas que surgirem a partir dessa nova fase ou entram
direto ao Neuer Market ou vão para alguns dos mercados
acionários tradicionais.Se seguir os mercados acionários
tradicionais, a empresa deve cumprir e seguir somente aquilo que
está na lei. Mas para entrar no Neuer Market, a empresa tem que
assinar um contrato assinado com a Deustch Borse, que têm regras
muito restritivas que tem interesse em proteger os acionistas
minoritários. Veja o que Silva e Leal (2007, p. 37) destacam
como regras:

1.Emitir somente ações ordinárias; 2. Publicar


demonstrativos trimestrais seguindo padrões contábeis
internacionais em inglês e alemão; 3. Os controladores
não podem vender ações dentro do prazo de seis meses da
abertura de capital; 4. Submissão a um código de
takeover; e 5. Garantia de liquidez para as ações.

Segundo os autores acima mencionados, a Criação do Novo


Mercado alemão não precisou de reforma da legislação e, por
isso, não afetou a situação das empresas que já eram abertas e
que continuaram optantes pelos mercados tradicionais que possuem
14

as regras de governança empresarial mais fracas. Mas a vantagem


foi para as novas empresas que estão no Neuer Market, já que o
preço de suas ações são consideravelmente maiores, e cabe
ressaltar que as regras não são difíceis de seguir sendo que as
que se adaptam acham isso vantajoso, já que algumas empresas
conseguem enviar um sinal amigável aos investidores minoritários
e assim ter um diferencial perante as demais.
Há uma vantagem muito boa em relação à inclusão de uma
cláusula contratual que prevê que quaisquer conflitos serão
resolvidos por câmaras de arbitragem, que funcionam como uma
justiça privada e suas decisões têm força de lei. Assim conclui-
se que para os investidores tem a certeza de que quaisquer
recursos serão julgados de forma rápida e com muita competência.
(SILVA; LEAL 2007, p. 37)
Mas, em relação às reformas pode-se dizer que no final dos
anos 90, a governança corporativa se tornou uma preocupação
central para as empresas, os investidores, os órgãos reguladores
e para o governo. Isso é sentido por meio de várias iniciativas.
Uma delas é o projeto de reformulação da Lei das S.A. e a
criação do Novo Mercado pela BOVESPA que atualmente é chamada de
BM&FBOVESPA.
Houve também falhas na tentativa de reformar a Lei das S.A.
que foi de ignorar o poder político dos grupos oponentes, pois
reformas na Legislação geralmente enfrentam barreiras políticas.
E é claro que a principal frente de oposição é formada pelos
grupos que controlam essas empresas, pois um aumento na proteção
aos minoritários equivale a uma redução no valor do controle
destas empresas. Silva e Leal (2007, p. 35) destacam que: “A
grande dificuldade em viabilizar uma reforma plena reside no
elevado poder político dos grupos controladores.” Mas a gente
pode perceber que não é só no Brasil que existem essas
dificuldades, porque melhoras nos padrões de governança
15

corporativa são difíceis de ser implementadas através de


mudanças nas legislações em qualquer país.
A criação do Novo Mercado foi recebida com entusiasmo por
investidores, empresas e órgãos reguladores do governo, já que
essa iniciativa marca uma mudança de postura por parte da
BM&FBOVESPA. Observando isso, Silva e Leal (2007, p. 37) afirmam
que: “Como o contrato de adesão ao Novo Mercado é administrado
pela BOVESPA, esta instituição passa a ser a guardiã das
práticas de governança corporativa”.
Diante das idéias dos autores acima citados pode-se dizer
que o Novo Mercado não exige um sistema operacional diferente do
mercado já existente. Ele apenas funciona como um selo de
qualidade, que cujo valor está em cumprir as obrigações
contratuais assumidas pelas empresas e também na forma em que a
BM&FBOVESPA administra os seus contratos.
Mas como as regras estabelecidas pela BM&FBOVESPA para uma
empresa estar dentro do Novo Mercado são bastante restritivas,
pode-se deduzir que nem todas as empresas conseguirão segui-las
à risca. Então optaram pela criação de mais dois níveis
denominados Nível 1 e Nível 2. Assim deduz-se que são quatro
tipos de mercado (quatro selos): mercado tradicional, Nível 1,
Nível 2 e Novo Mercado. Eis algumas regras para adesão aos
mercados ditas por Silva e Leal:
Mercado Nível 1:
- Manutenção em circulação (free-float) de uma parcela mínima de
ações representando 25% do Capital.
- Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio
de mecanismos que favorecem a dispersão do capital.
- Melhoria nas informações prestadas trimestralmente, entre as
quais a exigência de consolidação e revisão especial.
16

- Comprometimento de regras de Disclosure em operações


envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de
acionistas controladores ou administradores da empresa.
- Divulgação de acordo de acionistas e programas de stock
options.
- Disposição de um calendário anual de eventos corporativos.
Mercado Nível 2:
Incluindo as do Nível 1, a empresa e seus controladores
ainda devem adotar as seguintes regras:
- Mandato unificado de um ano para todo o Conselho de
Administração.
- Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do US
GAAP ou IAS GAAP.
- Extensão para todos os acionistas detentores de ações
ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores,
quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 70%
deste valor para os detentores de ações preferenciais.
- Direito de voto a ações preferenciais em algumas matérias
[...] e outros assuntos em que possa haver conflito de interesse
entre o controlador e a companhia.
- Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas
as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de
fechamento de capital ou cancelamento do registro de negociação
neste nível.
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de
conflitos societários.
Novo Mercado:
- Adesão as regras do Novo Mercado através de assinatura de
contrato entre a empresa e a Bovespa.
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para a solução de
conflitos societários.
- Apenas ações ordinárias.
17

- Conselho Fiscal com maiorias de minoritários.


- Obrigatoriedade, quando na venda do controle, da compra das
ações dos minoritários nas mesmas condições de negociação do
bloco majoritário (tag along).
- Compromisso de não-emissão de partes beneficiárias.
- Mandato unificado para todo o conselho.
- Convocação de Assembléia Geral com antecipação de 15 dias.

3 GOVERNANÇA CORPORATIVA E O PAPEL DA CONTROLADORIA


18

O mercado está cada vez mais competitivo exigindo mais das


organizações. Os agentes que se envolvem com as mesmas exigem
transparência e confiabilidade nas informações prestadas. Sendo
assim, é por meio da controladoria que as organizações se tornam
mais competitivas e organizadas.
Os envolvidos com as organizações tanto internamente
(gestores, sócios, trabalhadores) quanto externamente
(investidores, fornecedores, consumidores, sociedade em geral),
estão cada vez mais preocupados em obter informações claras,
precisas e principalmente importantes para o processo decisório.
Para isso é necessário o controle organizacional, através da
manutenção dos controles internos que é a base dos sistemas de
informações.
A controladoria desempenha papel fundamental no que diz
respeito ao controle das organizações, ela funciona como um
instrumento de gestão e de controle, aumentando assim a eficácia
das organizações frente às demais.
Borinelli (2006, p. 105) destaca que:

Controladoria é um conjunto de conhecimentos que se


constituem em bases teóricas e conceituais de ordem
operacional, econômica, financeira e patrimonial, relativas
ao controle do processo de gestão organizacional.

O Controller, responsável pela área de controladoria, deve


conhecer a organização, para assim assessorar de maneira
adequada no processo decisório e também atuar de forma
preventiva em todos os níveis hierárquicos da organização.
A controladoria deve fornecer informações principalmente
para os usuários externos da organização. Aliada a Governança
Corporativa, é imprescindível que as Companhias Abertas atendam
as exigências e necessidades de seus investidores e também sejam
transparentes para que transmitam segurança nos seus resultados.
19

A função da controladoria é controlar e servir como


alicerce no processo decisório para a obtenção da eficácia
organizacional, e a governança corporativa busca através dos
modelos de gestão e dos controles oferecidos pela controladoria,
aproximar os interesses dos principais (gestores) e dos agentes
(investidores) envolvidos com a organização.

4 CONCLUSÕES
20

Os investidores buscam cada vez mais satisfação em relação


aos seus objetivos perante as organizações, esperam que o que
foi estabelecido seja cumprido e que haja segurança necessária
na manutenção de seus ativos.
A controladoria proporciona um controle eficaz de todos os
níveis hierárquicos da organização, capaz de suprir as
necessidades dos gestores e dos investidores. Quando a
organização possui um controle efetivo, é bem organizada e bem
administrada, relaciona-se com a Governança Corporativa para
oferecer aos investidores segurança e transparência, e assim
aumentar ainda mais a sua eficácia para a obtenção de melhores
resultados.
Conclui-se que a Governança Corporativa aliada a
controladoria desempenha um papel importante perante a
sobrevivência das organizações num mercado cada vez mais
competitivo.

REFERÊNCIAS
21

ANDRADE, Adriana; ROSSETTI, José Paschoal. Governança


corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São
Paulo: Atlas, 2004. 412p. ISBN 852439095

BORINELLI, Marcio Luiz. Estrutura conceitual básica de


controladoria: sistematização à luz da teoria e práxis. 2006.
352 f. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis)- FEA, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde19032007-
151637/>. Acesso em: 06 ago. 2009.

CVM. Comissão de Valores Mobiliários.Recomendações da CVM sobre


Governança Corporativa. Junho de 2002. Disponível em:
<http://www.ecgi.org/codes/documents/cartilha.pdf>. Acesso em:
04 ago. 2009.

IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das


Melhores Práticas de Governança Corporativa. 3 ed. São Paulo:
IBGC, 2004. Disponível
em:<http://www.ibgc.org.br/CodigoMelhoresPraticas.aspx>.Acesso
em: 06 ago. 2009.

LODI, João Bosco. Governança Corporativa: o governo da empresa e


o conselho de administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Governança Corporativa na


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RODRIGUES, José Antonio; MENDES, Gilmar de Mello. Governança


corporativa: estratégia para geração de valor. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2004. 227p. ISBN 8573034831

SILVA, Edson Cordeiro da. Governança Corporativa nas Empresas:


Guia Prático de Orientação para Acionistas e Conselho de
Administração Novo Modelo de Gestão para Redução do Custo de
Capital e Geração de Valor ao Negócio. São Paulo: Atlas, 2006.
22

SILVA, André Luiz Carvalhal da Silva; LEAL Ricardo Pereira


Câmara. Governança Corporativa. Evidências Empíricas no Brasil.
São Paulo: Atlas, 2007. 262 p.

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