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Vitória
Junho de 2009.
Laila Souza Santos
Vitória
Junho de 2009.
2
Àqueles que ensinam, àqueles que aprendem e
àqueles que também projetam...
3
À arquiteta Ângela Maria Pandolfi e ao corpo de funcionárias da Escola
Irmã Maria Horta pela atenção e disponibilidade em ajudar;
À arquiteta Brunella Amblard pelas informações prestadas;
À Profa. Orientadora Cláudia Amorim pela experiência compartilhada
e pela segurança com que transmite as informações.
Meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram ou
facilitaram de alguma maneira o desenvolvimento deste trabalho.
4
RESUMO
5
ABSTRACT
6
LISTA DE FIGURAS
7
Figura 4.15 Brises Horizontais e Verticais propostos para as janelas da Sala 06 (p.56)
Figura 4.16 Interior da sala 06 com a nova abertura à direita (p.56)
Figura 4.17 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Dez às 9h (p.58)
Figura 4.18 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Jun às 9h (p.58)
Figura 4.19 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Dez às 12h (p.58)
Figura 4.20 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Jun às 12h (p.58)
Figura 4.21 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Dez às 15h (p.58)
Figura 4.22 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C, dia 21
Jun às 15h (p.58)
Figura 4.23 Simulação da Sala 09, condição A, dia 21 Dez às 9h (p.59)
Figura 4.24 Simulação da Sala 09, condição A, dia 21 Dez às 15h (p.59)
Figura 4.25 Simulação da Sala 09, condição A, dia 21 Jun às 12h (p.60)
Figura 4.26 Simulação da Sala 09, condição A, dia 21 Jun às 15h (p.60)
Figura 4.27 Simulação da Sala 09, condição B, dia 21 Jun às 15h (p.61)
Figura 4.28 Representação das luminâncias em cores falsas. Sala 09, condição B, 21 de
Jun às 15h (p.61)
Figura 4.29 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09, condição B, dia 21
Dez às 9h (p.62 e 63)
Figura 4.30 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09, condição B, dia 21
Jun às 15h (p. 62 e 64)
Figura 4.31 Brises horizontais propostos para as janelas da sala 09 (p.62)
Figura 4.32 Brises horizontais propostos para as janelas da sala 09 (p.62)
Figura 4.33 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09, condição C, dia 21
Dez às 9h (p.63)
Figura 4.34 Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09, condição C, dia 21
Jun às 15h (p.64)
8
LISTA DE FOTOGRAFIAS
9
LISTA DE QUADROS
10
SUMÁRIO
11
4.6 Simulações Computacionais ...................................................50
4.6.1 Sala 06. Condição A ...........................................................52
4.6.2 Sala 06. Condição B ...........................................................54
4.6.3 Sala 06. Condição C ...........................................................56
4.6.4 Sala 09. Condição A ...........................................................59
4.6.5 Sala 09. Condição B ...........................................................60
4.6.6 Sala 09. Condição C ...........................................................62
BIBLIOGRAFIA .....................................................................................67
12
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
13
são propostos dispositivos que permitam aperfeiçoar ou otimizar o uso da
luz natural no interior das salas de aula dessa escola.
Conhecer melhor o comportamento da luz natural nos ambientes
internos e estudar a arquitetura do edifício escolar que possibilita ou inibe
o conforto luminoso é fundamental para que os próximos edifícios
escolares contemplem o tema e que os projetistas usem a luz natural de
maneira consciente, melhorando a qualidade do projeto arquitetônico de
edifícios escolares e o conforto luminoso nas salas de aula.
1.2 JUSTIFICATIVA
14
a visão permitida nessas situações, Krüger (2006) diz que o grau de
concentração, o comportamento, a produção e a qualidade de aprendizado
de um aluno é função do nível de conforto ambiental e luminoso conferido
pelo espaço.
Para Viana & Gonçalves (2007), em edifícios escolares “a boa
iluminação, juntamente com a boa acústica, conforto térmico e ventilação,
será parâmetro fundamental para o bom aprendizado e rendimento dos
alunos”.
Segundo Lopes (2006), estudos realizados por Baker et al (2000)
indicam que os usuários preferem ambientes iluminados naturalmente e
que, dependendo da intensidade de luz natural disponível, inclusive
chegam a atrasar o acionamento da iluminação artificial complementar.
Os usuários aceitam também níveis de iluminação superiores aos níveis de
iluminação artificial por poder desfrutar da visão do ambiente externo,
observar a passagem do tempo e as variações climáticas ao longo do dia,
o que permite concluir que o homem tem preferência pela luz natural.
Ainda que a luz natural apresente inúmeras vantagens, ela nem
sempre tem sido usada de maneira coerente para atender às necessidades
dos ambientes escolares. (LOPES, 2006). Para a autora, “devido à
padronização e a otimização do tempo na etapa de projeto, muitas escolas
são implantadas sem o correto planejamento (...), o que resulta em
muitas salas deficientes em relação ao conforto visual e térmico.”
Neste trabalho, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Irmã Maria Horta (EIMH) foi selecionada como estudo de caso para
levantar a problemática do conforto luminoso nas salas de aulas. Além de
funcionar há mais de 68 anos e ser uma das mais antigas escolas
estaduais, a EIMH obteve a melhor colocação no exame do Enem dentre
as escolas da Região Metropolitana em 2006, colocando-a em evidência
nos últimos anos com relação à qualidade do ensino oferecido. Ainda
assim, é importante comentar que a Escola compartilha dificuldades
similares e comuns à maioria das escolas públicas estaduais, quer seja do
ponto de vista de sua estrutura, quer seja da educação oferecida.
15
Deve-se, portanto, admitir que as salas de aula da EIMH não
oferecem o conforto luminoso adequado a seus usuários ao longo do dia e
do ano. Algumas evidências podem ser apontadas como razões para essa
inferência. Algumas delas são vidros pintados de branco em básculas
junto ao teto e a existência de papéis colados nos vidros das janelas. A
adoção dessas práticas sugere que em determinados horários a luz direta
do sol incomoda os usuários, com excesso de iluminação direta,
ofuscamento ou calor.
Visto que a luz natural é das fontes mais eficientes de energia, a
mais econômica, ambientalmente correta, abundante, de melhor
qualidade e a preferida pelo olho humano, é preciso valorizar esse recurso
como forma de conferir conforto e economia às edificações, à luz dos
conceitos de sustentabilidade.
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CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 LUZ
17
Latitude: os vários pontos do globo “percebem” o Sol de maneira
diferente e isso varia com a latitude, ou seja, a distância desse ponto à
linha do Equador;
Sazonalidade: em cada um desses pontos a quantidade de luz
varia ciclicamente no decorrer do ano;
Clima: quanto maior a quantidade e a espessura das nuvens,
menos luz do céu chegará à superfície do planeta. Quando o céu se
apresenta encoberto, por exemplo, a iluminação fornecida pela abóbada
celeste representa cerca de 1/10 a 1/15 da iluminação fornecida pela luz
direta do sol;
Qualidade do ar: as espessas massas de ar poluído existentes em
cidades como São Paulo agem como barreiras aos raios luminosos e
prejudicam significativamente a quantidade de luz natural incidente,
podendo ser reduzida a até 60% do total;
Os seguintes fatores também interferem na disponibilidade da luz
natural e são condicionados pelas decisões de projeto urbano e
arquitetônico e portanto são responsabilidade de arquitetos e projetistas:
Horizonte Natural/ Artificial: diz respeito à morfologia urbana e à
proximidade das construções. Em locais muito adensados os raios solares
são obstruídos e a parcela de céu visível é bem mais restrita;
Orientação: a luz natural não está distribuída homogeneamente
pelo céu. Para uma mesma latitude, as direções norte, sul, leste e oeste
“vêem” o sol em diferentes horários, e em determinados períodos do ano,
sendo, portanto fundamental a correta orientação do edifício e das
aberturas para a captação da luz natural.
O Fator de Luz diurna, ou FLD, é uma percentagem da luz natural
que adentra o espaço interior. Ao longo do dia e do ano, por exemplo, a
iluminância no exterior diminui e a iluminância no interior acompanha
essa redução proporcionalmente. As componentes do FLD são: a
componente do céu, a componente refletida externa e a componente
refletida interna.
18
Segundo Bertolotti, uma das principais recomendações de conforto
luminoso para salas de aula é “evitar a radiação solar direta e utilizar a
iluminação difusa, indireta e refletida.”. Para ele, a radiação solar é uma
poderosa fonte de luz, mas também pode causar desconforto térmico e
visual e, portanto devemos “prevenir a entrada de luz direta do sol em
espaços de aprendizagem sensíveis ao ofuscamento”.
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Figura 2.1: Diagrama Solar da latitude 20°S.
Fonte: FROTA & SCHIFFER
20
2.1.3 GRANDEZAS FOTOMÉTRICAS E CONFORTO LUMINOSO
Fluxo energético;
Fluxo luminoso;
Intensidade luminosa;
Iluminância;
Eficiência Luminosa;
Luminância;
Contraste;
Índice de reprodução de cores.
Temperatura de cor;
21
Quadro 2.1: Iluminâncias recomendáveis para interiores.
Fonte: Extraído da apostila Luz Natural na Arquitetura. (SOUZA, 2006)
22
Após confrontar a norma com a recomendação de outros autores,
Lopes (2006) considera a seguinte tabela para a classificação dos
intervalos de iluminâncias no ambiente escolar.
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Ofuscamento por saturação: ocorre quando a luminância média no
campo visual8 excede 25.000cd/m².
Segundo o grau de desconforto, Lamberts (2004) classifica o
ofuscamento em desconfortável, perturbador ou inabilitador. Os dois
primeiros são atribuídos à tendência do olho em se fixar em pontos
brilhantes do campo visual, ainda que não necessariamente impeçam a
realização das tarefas. O ofuscamento inabilitador pode ser bastante
perigoso em certas circunstâncias, impedindo o desenvolvimento da tarefa
visual. Pode ocorrer porque:
há um espalhamento de luz pelo cristalino, encobrindo a
imagem da cena;
o olhos exige um tempo para adaptar-se a uma diferença
de luminâncias;
o cérebro se confunde e continua a ver imagens da fonte de
luz, num processo de adaptação retinal lento, quando em
contato com luz excessiva.
Algumas estratégias citadas por Blanco para evitar o ofuscamento
são:
Colocação de elementos de proteção na fonte de luz;
Proporcionar uma iluminação relativamente uniforme por
todo o ambiente;
Inclinar das superfícies de trabalho onde estão sendo
realizadas as tarefas para fora dos ângulos de reflexão;
Usar acabamento opaco ou fosco nas superfícies de
trabalho, com índices de reflexão entre 35% e 50% (evitar
o uso de mesas com superfície branca ou com refletância
de 85% ou mais)
O ofuscamento também pode ser classificado como direto ou
indireto. No primeiro, o agente causador do ofuscamento é a própria fonte
de luz. O ofuscamento indireto se dá por meio da visualização de uma
superfície excessivamente iluminada.
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2.2 ESTRATÉGIAS ARQUITETÔNICAS PARA USO DA LUZ NATURAL
26
2.2.1.1 JANELAS ALTAS X BAIXAS
Figuras 2.2, 2.3 e 2.4: Distribuição da iluminação fornecida por aberturas horizontais
junto ao piso, centralizada e junto ao teto, respectivamente. Fonte: Simulações Dialux.
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2.2.1.2 ILUMINAÇÃO UNILATERAL X BILATERAL
28
A situação mais crítica do ponto de vista do conforto luminoso está
representado pela figura 2.5 (abertura unilateral centralizada), com
luminosidade excessiva próxima a abertura e altos índices de diversidade,
o que faz aumentar a probabilidade de ofuscamento por contraste no
interior da sala de aula.
Por outro lado, a situação mais confortável para o conforto luminoso
está representado pela figura 2.8 (aberturas bilaterais altas), onde se
obtém melhorias níveis de iluminação e diversidade, comparativamente.
Essa situação, entretanto, não permite visualização do exterior em
momento algum, visto que a linha de visão dos usuários se encontra
abaixo do peitoril da janela. Soluções intermediárias podem ser obtidas
posicionando-se uma abertura alta e uma centralizada, por exemplo.
29
Nas regiões tropicais, entretanto, aberturas zenitais envidraçadas
podem representar problemas pelo aumento nos ganhos de carga térmica
e desconforto causado por ofuscamento e contrastes. Nessas regiões, as
aberturas zenitais devem ser compatíveis com as necessidades de
iluminação natural e dotadas de dispositivos que controlem a entrada da
radiação direta do sol. (CORBELLAS & YANNAS, 2003).
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2.2.3.1 PRATELEIRAS DE LUZ
2.2.3.2 BRISES
31
Figura 2.13: Associação Brasileira de Imprensa, Rio de Janeiro.
Figura 2.14: MEC, Rio de Janeiro. Fonte: Vianna & Gonçalves (2007)
Amorim (1998) afirma que “varandas e beirais são muito úteis como
controle da radiação solar e proteção contra chuvas.” Seu projeto e
dimensões devem ter os cuidados necessários para atender à necessidade
de proteção das aberturas e essa definição pode ser auxiliada pela carta
solar.
32
2.3 INSTRUMENTOS PARA ANÁLISE DA LUZ NATURAL EM
AMBIENTES INTERNOS
34
causado pelo excesso de carga térmica que as superfícies livres ou
envidraçadas podem oferecer.
35
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
36
diretamente as aberturas, e quando há maior probabilidade de haver
carência ou excesso de iluminação. As máscaras de sombra também
permitem indicar os prováveis momentos em que se obtém um conforto
luminoso adequado com uso exclusivo de luz natural, os momentos em
que será necessário o acionamento de iluminação artificial complementar,
e também aqueles em que a radiação solar tende a ser inadequada por
permitir a entrada da luz direta do sol. Nesse último caso, a luz direta do
sol, além de fornecer energia em forma de calor, pode gerar contrastes
desagradáveis e ofuscamento, sendo, portanto inadequada.
Simulações computacionais da iluminação: Sozinhos, os
instrumentos anteriores não fornecem dados precisos, mas apenas uma
indicação de probabilidades. Por meio do uso do software de cálculo de
iluminação Dialux 4.2, as salas de aula selecionadas são simuladas em 02
dias do ano, (os solstícios de verão e de inverno) em 03 diferentes horas
do dia, para que se obtenham dados bem diversos que possibilitem uma
ampla avaliação dos níveis de iluminação no interior dos ambientes.
Neste trabalho, a simulação da iluminação em dias e horários pré-
determinados diante da impossibilidade de medi-las em todos os
momentos do ano é uma opção para se verificar os níveis de iluminação
natural oferecido pela sala de aula de maneira global.
São comparados os níveis de iluminação natural num plano de
trabalho a 75cm do piso em 3 situações:
A. A sala sem tipo algum de elemento de controle solar;
B. A sala com os elementos de controle solar projetados, ou seja, a
condição existente
C. A sala com elementos de controle solar existentes acrescidos de
elementos complementares;
Os valores obtidos são analisados e julgados conforme os
referenciais de conforto luminoso adotados neste trabalho. A partir disso
são analisados e discutidos os resultados a respeito do conforto luminoso
do ambiente de estudo e quais os elementos e estratégias arquitetônicos
que os tornaram possíveis.
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CAPÍTULO IV: ESTUDO DE CASO
4.1 A CIDADE
Vitória é uma ilha que está situada a 20º19' de latitude sul e 40°20'
de longitude oeste. A cidade possui um clima tropical úmido, invernos
secos e verões chuvosos, com predominância de céus claros e
parcialmente encobertos. Pela sua posição geográfica, a cidade apresenta
longos períodos de insolação e médias das temperaturas bastante
elevadas no decorrer do ano, conforme vemos no quadro 4.1.
Quadro 4.1: Dados Climáticos da cidade de Vitória. Fonte: Software Analysis Bio
4.2 O ENTORNO
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automóveis e pedestres é intenso durante o dia e a noite. Não há
afastamento entre o limite dos lotes e as construções, exceto quando
existe alguma abertura.
A dinâmica do entorno foi bastante modificada nos últimos anos, e a
antiga escola é hoje parcialmente sombreada pelos edifícios do entorno,
permissão concedida pelos sucessivos códigos municipais. A região que
era composta de sobrados se transformou em área de especulação
imobiliária nos anos 90 e 2000, apresentando vários edifícios de até 14
pavimentos ao redor da edificação escolar.
39
demais ambientes escolares, sendo parte dessa área edificada em um
pavimento e parte dela em dois pavimentos.
Na seqüência apresentam-se a3 implantação e as plantas baixas do
edifício escolar, fornecidos pelo Instituto de Obras Públicas do Espírito
Santo (IOPES), e um corte esquemático de autoria da autora, cujas
informações foram obtidas por meio de medições e fotografias.
40
PA 1 PLANTA DE SITUAÇÃO
Estudo de Caso ESCOLA IRMÃ MARIA HORTA
41
CORTE ESQUEMÁTICO
PA 2 PLANTAS BAIXAS
Estudo de Caso ESCOLA IRMÃ MARIA HORTA
42
4.4 DIAGRAMA MORFOLÓGICO
A seguir apresenta-se o diagrama morfológico do edifício escolar
preenchido. Nas tabelas, as variáveis indicadas em amarelo foram
apontadas como passíveis de otimização.
43
44
As salas de aula são dispostas linearmente e apresentam corredores
de acesso orientados a noroeste, que são cobertos por laje e protegidos
lateralmente por uma grade de madeira branca ao longo de sua extensão.
45
lado, aberturas nos dois lados facilitam a distribuição da luz de maneira
mais homogênea no seu interior e promovem a ventilação cruzada como
estratégia para o conforto térmico, por outro, aumentam-se também as
chances da radiação direta do sol provocar incômodos como calor ou
ofuscamentos. Para evitar isso, é necessário o controle da entrada de luz.
Nesse caso, parte do problema é evitado porque o elemento
corredor e a grade de madeira branca funcionam como elementos de
controle térmico e de controle da luz para as janelas de abrir orientadas a
noroeste.
46
Fotografia 4.6: Janelas pivotantes “transformadas” em
prateleiras de luz nas salas do 2° pavimento.
47
pavto. Assim, o diagrama morfológico avalia as condições de conforto
oferecidas pelo projeto arquitetônico em si, e não a situação atual.
A cobertura metálica da quadra esportiva está posicionada
paralelamente às aberturas das salas de aula do 1° pavto, e protege a
maioria dessas aberturas com sua generosa sombra nos horários em o sol
incide nelas, ou seja, principalmente na parte da manhã.
Quanto às janelas pivotantes das salas do 2° pavimento, a questão
foi resolvida no decorrer do uso. Essas aberturas, orientadas a sudeste
não possuíam tipo algum de proteção solar, e a luz no sol no interior das
salas de aula provavelmente gerava incômodos como ofuscamento ou
calor. A pintura branca transformou a janela original numa prateleira de
luz.
48
4.5 MÁSCARAS DE SOMBRA
Sala 06:
49
Sala 09:
As imagens abaixo apresentam as sombras produzidas pelas
obstruções do entorno imediato num ponto central das faces noroeste e
sudeste da sala 09.
51
As simulações são feitas em três condições diferentes, para cada
sala, a saber:
Condição A: As salas são simuladas sem qualquer tipo elemento de
proteção solar, somente com as aberturas nas dimensões e forma
existentes. Os dados obtidos sob essas condições servem de base de
referência para as comparações com as simulações posteriores;
Condição B: As salas são simuladas com os elementos de controle
solar existentes. Os dados permitem avaliar os níveis de iluminação
existentes e analisar a eficiência dos elementos de controle solar utilizados
no edifício em comparação com a condição A;
Condição C: É sugerida a instalação de um sistema de controle
solar complementar e/ou eventuais modificações nas aberturas
compatíveis com a tipologia utilizada no edifício, no intuito de aperfeiçoar
o aproveitamento da luz natural. A simulação dessa proposta de
otimização do uso na luz natural objetiva a verificação dos níveis de
iluminação obtidos no interior das salas e a avaliação da eficiência da
proposta em comparação com as condições A e B;
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Nessas condições, verifica-se que apesar das Emín estarem
próximas dos níveis adequados, as Emáx estão realmente excessivas,
elevando a Emédia a níveis considerados regulares e o índice de
diversidade a valores bastante inadequados na maioria dos momentos
simulados.
53
4.6.2 SALA 06. CONDIÇÃO B.
Com elementos de controle solar existentes.
54
pelo Diagrama Morfológico como passível de modificação, é confirmado
pelas simulações.
55
4.6.3 SALA 06. CONDIÇÃO C.
Proposta de otimização do uso da luz natural
56
Quadro 4.5: Resumo das iluminâncias da sala 06, condição C.
57
Figuras 4.17 e 4.28: Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C,
dias 21 Dez e 21 Jun às 9h.
Figuras 4.29 e 4.20: Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 06, condição C,
dias 21 de dezembro e 21 de junho às 12h.
58
4.6.4 SALA 09. CONDIÇÃO A.
Sem qualquer elemento de controle solar
59
Figuras 4.25 e 4.26: Simulação Sala 09, condição A,
dia 21 Jun às 12h e 15h, respectivamente.
60
De maneira similar ao que acontece na sala 06 (devido à mesma
orientação), quando comparados os quadros das condições A e B da sala
09, é possível constatar que os elementos de controle solar existentes
nessa sala são eficientes em aproximadamente 50% do tempo, ou seja,
durante metade do tempo a sala de aula oferece conforto luminoso a seus
usuários. A outra metade fica prejudicada, seja pelo excessivo nível médio
de iluminação, seja pela ausência de homogeneidade na distribuição da
luz.
O dia 21 de junho às 15h, por exemplo, mostra um momento em
que os níveis de iluminação médios são excessivos (além do ponto de
saturação) e o índice de diversidade próximo do limite aceitável, fato que
potencializa a possibilidade de ofuscamento. Nessa hora, a luz direta do
sol aparece no interior do ambiente, como é possível verificar nas imagens
abaixo.
61
Figuras 4.29 e 4.30: Simulação da distribuição das iluminâncias, Sala 09, condição B, céu
claro, dia 21 Dez às 9h e dia 21 de Jun às 15h, respectivamente.
62
O quadro a seguir apresenta os níveis de iluminação obtidos na Sala
06 sob a condição C:
Figuras 4.29 e 4.33: Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09, dia 21 de
dezembro às 9h, condições B e C, respectivamente.
63
Figuras 4.30 e 4.34: Simulação da distribuição das iluminâncias na sala 09,
dia 21 de junho às 15h, condições B e C, respectivamente.
64
CAPÍTULO V: RESULTADOS E DISCUSSÃO
65
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES
66
BIBLIOGRAFIA
67
KRÜGER, E.L; DORIGO, A. L.; SUGA, M. Avaliação do desempenho
luminoso de edificações escolares conforme sua orientação solar. In: XI
Encontro Nacional e Tecnologia no Ambiente Construído. ENTAC 2006,
Florianópolis.
LAMBERTS R., DUTRA, L., PEREIRA, F. O. R. Eficiência Energética na
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Santa Catarina. Florianópolis, 2006.
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http://geoweb.vitoria.es.gov.br/
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http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/2000.php
Site da Prefeitura de São Paulo. Galeria de Fotos. Acesso em 08 de junho de
2009.
68
APÊNDICE 1: RESULTADOS SIMULAÇÃO
PROPOSTA SALA 06
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
APÊNDICE 2: RESULTADOS SIMULAÇÃO
PROPOSTA SALA 09
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
ANEXO A: DIAGRAMA SOLAR
LATITUTE DE 20° SUL
93
ANEXO B: DIAGRAMA MORFOLÓGICO
94
95
96