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Direito do Estado

Aula 1- O Consenso no processo penal. As medidas despenalizadoras da Lei 9.099/95. A


suspensão condicional do processo. 26 de setembro de 2009.

Justiça criminal clássica. Justiça CONFLITIVA – processo conflitivo -> antigo modelo processo
penal – devido processo legal. ----- Juiz X réu, a vítima foi neutralizada, esquecida. Relação
angular, não triangular. Vitimização secundária = vítima diante do criminoso, vítima perante a
justiça criminal. Pouca atenção à reparação dos danos. Morosidade, prescrição. Corrente
punitivista clássica. Efeito preventivo da pena: a aplicação da pena reduziria a criminalidade.
Modelo que não funciona bem. Até 1995.

Abolicionismo: movimento que critica o modelo antigo.

Modelos alternativos

Justiça CONSENSUAL. Justiça do acordo, negociação, conciliação. Alternativa ao modelo


conflitivo.

Modelos de consenso:

1. Justiça Reparatória: Terceira via de Roxin – duas vias clássicas (Pena e Medida de
segurança). Terceira via (reparação dos danos). Dar efeito penal para quem repara os
danos, concorrendo com a pena ou até substituindo a pena. Vitimologia (desde a
década de 40 na Europa) reivindicava que o direito penal não podia ignorar a vítima.
Triângulo: Justiça, Réu e Vítima
a. Não consensuada: não existe acordo. Só o Direito Penal. Ex.: Art 16 do CP.
Reparação dos danos. Está limitada ao Direito Penal. Ex.: Crimes Tributários,
por extensão Crimes Previdenciários, a reparação dos danos extingue a
punibilidade. Decisão do Supremo 2003 HC 81.929-0 entende que nos crimes
tributários, se pagar extingue a punibilidade, a qualquer tempo (antes da
denúncia, durante o processo, após a coisa julgada etc). Atenção: Não há
acordo.
b. Consensuada: existe acordo.
i. Juizados Criminais 9099/95. Finalidade precípua: reparação dos danos.
Depende de acordo. Abriu-se um novo devido processo legal, distinto
do modelo antigo.
ii. Suspensão condicional do processo. Art 89 da 9099/95. Também
depende de acordo.
iii. Acordo de leniência: só para os crimes econômicos. Lei 8137.
Cumprido o acordo, extingue-se a puniblidade, se houver processo,
encerra.
iv. Termo de ajustamento de conduta (ou termo de compromisso
ambiental): doutrina dominante, este acordo tem reflexos penais
benéficos (extingue punibilidade, etc). jurisprudência: STF e STJ – o
TAC não tem reflexos penais, não impede a ação penal. TJMG – tem
efeitos penais, se fez acordo, promotor não pode denunciar. Tema
controverso.
v. Crimes de trânsito: Antes da lei seca (11705/08) – 1 crime fora
(homicídio); 3 crimes (parágrafo único do 291) em regime especial
(cabem as medidas dos juizados) (embriaguez, racha, lesão corporal
culposa) e vários crimes com < 2 anos (juizados). Depois da Lei seca –
acabou com o parágrafo único do 291; Homicídio não vai para
Juizados, embriaguez não cabe mais juizados, não admite transação
(embriaguez voltou à Justiça conflitiva) *art 306 exige > 0,6
decigramas de álcool por litro de sangue  erro do legislador, pois
como vai provar a taxa se ninguém é obrigado a constituir prova
contra si mesmo, não cabe nem flagrante pois a taxa é um requisito
típico.; racha agora vai pro Juizado (menor que 2 anos); demais
continuam com Juizados; Lesão corporal culposa: regra- Juizados
(Exceções- quando está bêbado, no caso de racha, excesso de
velocidade ::: embora a pena não passe de 2 anos).
vi. Drogas: usuário (art 28 da lei de drogas) – é infração penal dos
Juizados, somente penas alternativas.
*OBS. Lei Maria da Penha (não admite consenso, não aplica a lei dos Juizados:
art. 41 -> é uma lei do microsistema jurídico protetivo), Crimes militares (não
tem consenso) e Estatuto do Idoso (quando o idoso é vítima, aplica-se
somente o procedimento dos Juizados).

2. Justiça Restaurativa: é feita pela mediação (mediador). Desjudicialização do conflito


(retirar o juiz). Propósito: apaziguamento, busca do fim do conflito, não só a reparação
do dano. Réu e vítima participam da solução (diferente de decisão) do conflito.
Participam também as famílias e a comunidade. Não existe oficialmente na lei
brasileira. Não tem relação com Justiça Arbitral, porque este segue o modelo
conflitivo.

3. Justiça Negociada:

a. Modelo americano: plea bargaining. Origem common lau. Negociação. Não há


no Brasil. 90% dos processos nos EUA terminam no plea bargaining. Cada
estado nos EUA tem seu próprio regime jurídico. Negociação entre réu e
promotor. Característica essencial: confissão. Posturas do réu: nolo
contendere (silêncio), not guiety (inocente), guiety (confissão) ou insanity
(insanidade). Guiety – pode confessar e não negociar ou confessar e negociar.
Todos os crimes podem ser negociados, tudo (pena, multa, etc) pode ser
negociado. Críticas: advogados públicos favorecem a negociação, negociação
desigual, pois o promotor tem muito poder. Princípio da oportunidade da ação
penal e não da obrigatoriedade.
4. Justiça Colaborativa: Justiça premiando a colaboração do réu. Em virtude da valência
da Justiça, falta de estrutura para apuração. Lei do crime organizado: diminuição de
pena; Lei de proteção de vítimas e testemunhas: perdão judicial. Lei dos crimes
hediondos: delação premiada. Negociação entre promotor e réu, mas quem decide é o
juiz e ele não está vinculado ao acordo.
Aula 2 – Provas. Interceptação Telefônica

Art. 155 CPP. Modificado pela lei 11.690/08.

O JUIZ FORMARÁ SUA CONVICÇÃO PELA LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA

1- Sistema do livre convencimento: a liberdade não é absoluta. Tem que valorar a prova
motivadamente e racionalmente. Os atos do juiz sofrem controle pelas partes
(recursos). É a regra no Brasil.
2- Sistema da prova legal: Eficácia da prova é dada pelo legislador. Tempo em que não se
confiava no Juiz. Não há mais.
3- Sistema da íntima convicção: não motiva/exterioriza as razões. No Brasil, vale para o
júri.

Liberdade de provas (das partes) diferente de liberdade de valoração (do juiz).

PRODUZIDA EM CONTRADITÓRIO JUDICIAL, NÃO PODENDO FUNDAMENTAR SUA DECISÃO


EXCLUSIVAMENTE NOS ELEMENTOS INFORMATIVOS COLHIDOS NA INSTIGAÇÃO.

Prova só é aquilo que passou pelo contraditório.

Prova (tem contraditório e fundamenta sentença, sistema acusatório) é diferente de


elementos informativos colhidos na investigação (não tem contraditório, fundamentam a
opnio delicti do Ministério Público e permitem também medidas cautelares, sistema
inquisitivo).

Prova colhida na fase policial pode ser usada se ratificada em juízo (com contraditório).

Ex.: Furto. Prova policial + prova judicial = vale

Só prova policial, não ratificada = não vale

Só prova judicial, sem prova policial = vale

Ex.: se o furto foi qualificado, mas só foi provado na investigação, mas a qualificadora não foi
ratificada em juízo (não conseguiu provar em juízo, com contraditório), o juiz só poderá
condenar pelo furto simples.

RESSALVADAS AS PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS E ANTECIPADAS.

- Cautelares: contraditório diferido. Primeiro produz a prova, depois, em juízo, faz-se o


contraditório. (perícias, interceptação telefônica, busca e apreensão)

- Antecipadas: semelhante à cautelar.

- Não repetíveis: impossível repetir por causa de fatos imprevisíveis. Na medida do possível,
contraditório diferido. ex.: morte de testemunha
Art. 156.

Ônus da prova. Quem alega tem que provar

Interesses indisponíveis, busca da verdade.

Todas as vezes que houver dúvida sobre o crime, sobre a tese da defesa etc: in dubio pro reo.
Expresso no 386 VI. Ou seja, compete ao MP provar a alegação e deixar indiscutíveis também
todas os outros pontos.

156 II, o juiz tem poderes instrutórios (de fazer prova), mas é poder complementar (somente
quando houver dúvida, tem que motivar a determinação da prova (garantir a imparcialidade
do juiz e a objetividade do processo).

Sistema inquisitivo: Juiz produz provas livremente

Sistema adversary: somente as partes produzem provas

Terceiro sistema (brasileiro): o juiz tem poder complementar de produzir provas


(somente para sanar alguma dúvida)

156 I, O juiz não tem poderes investigatórios. ADIN 1570 (art 3° lei do crime organizado –
inconstitucional). Segundo LFG, o inciso I não é válido (determinar provas de ofício). Tema
controvertido. ADIN 3450, PGR, sobre de oficio na lei de interceptação telefônica.

Art. 157. Provas ilícitas.

Princípio da verdade processual. Para alcançar a verdade real há uma limitação no devido
processo legal. Art 5° LVI. Inadmissibilidade da prova ilícita.

Prova ilícita: obtidas em violação a normas constitucionais e legais. Obtenção da prova (fora
do processo) é diferente da produção da prova (dentro do processo).

Diferença entre prova ilícita e ilegítima.

Prova ilegítima – viola uma regra processual. Produção. Sistema Nulidade (prova fica nos
autos, mas o juiz na hora de valorar, o faz como nulo. Tem que ser repetida)

Prova ilícita – viola uma regra material. Obtenção. Sistema Inadmissibilidade (não pode ser
juntada aos autos. Tem que ser excluída)
Aula 3 – Júri

Revolução gloriosa na Inglaterra – preocupação em conter o poder. Para haver imparcialidade,


deve haver juiz oral (ato revestido de publicidade – permite controle), e que o julgamento seja
feito por jurados.

Legislação do código nazifascista italiano é importado para o CPP brasileiro. Não era efetivo
para o que se propunha, visto que os jurados tinham que expressar tecnicamente, isto fazia
com que houvesse muitos recursos aos tribunais e estes são mais facilmente controlados.

L 11.689/08. Reforma do procedimento do júri. Objetivos da comissão estabelecida em 2001


para elaboração desta lei: modernizar, em compasso com a CF, o modelo acusatório e
simplificar.

No Júri há plenitude de defesa, maior que a ampla defesa.

1- Recebimento da denúncia. Determinação legislativa para a defesa prévia. O


recebimento da denúncia não é ato de momento único. O juiz recebe a denuncia
preliminarmente, em seguida, cita o acusado (para defesa prévia). A preliminar que
pode ser argüida é que a denuncia não pode ser recebida. Vai agora para o MP, que
devolve para o juiz (pode rejeitar a denúncia – segundo momento – com base nas
preliminares argüidas).
2- Audiência de instrução. Ato único. Oitiva do ofendido (se possível), testemunhas da
acusação, testemunhas da defesa, acareações, reconhecimentos de coisas e pessoas,
interrogatório, nesta ordem. O acusado não é obrigado a participar de acareações e
reconhecimentos: o acusado no processo se defende, não é meio de prova. Nas causas
de menor complexidade, ocorrem as alegações finais (20 minutos/parte) (debates).
Decisão (pronúncia, impronúncia, absolvição sumária, desclassificação).
a. Pronúncia: indícios de materialidade e autoria de crime doloso contra a vida,
reconhecimento de competência.
b. Impronúncia: não há indícios de autoria e materialidade nem certeza de
ausência de crime. Poucas vezes ocorre. Segundo prof. não há o principio do in
dúbio pro sociedad, já que no caso de dúvida, deve o juiz impronunciar.
c. Absolvição sumária: controle da denúncia, não reconhece a viabilidade da
acusação.
d. Desclassificação: constatação de indícios de materialidade e autoria de crime
não doloso contra a vida. Desclassificando, mantém o acusado preso à
disposição do juízo competente – prisão ex officio, este dispositivo parece ser
inconstitucional, somente deve haver a prisão se existente os requisitos.
3- Pronúncia. Depois da reforma, houve supressão do libelo. Comunicação de qualquer
elemento que diga respeito ao fato do julgamento (agora são 3 dias ÚTEIS).
4- Jurados: 25, presentes no mínimo 15, sorteio de 7 (conselho de sentença). Cada parte
pode recusar sem fundamento (recusa peremptória) até 3 jurados. Podem
indefinidamente recusar jurados motivadamente, devendo ao juiz analisar.
5- Oitiva ofendido, testemunhas de acusação, testemunhas de defesa, acareações,
reconhecimentos, peritos, leituras de peças (não mais qualquer peças, somente as
provas antecipadas e não repetíveis), interrogatório, nesta ordem. Produção de provas
no plenário. 01h30min para cada parte, 1 hora de réplica, 1h de tréplica. Réplica e
tréplica não são automáticas, só ocorre se a acusação desejar. Deve, a acusação,
somente se manifestar dizendo “não”, pois a consideração adicional já caracteriza a
réplica.
6- Quesitos. Materialidade, autoria, absolvição genérica, teses alternativas (privilegiado,
desclassificação, etc). Livre convencimento íntimo total dos jurados (razão do
convencimento sobre absolvição não importa). Reflete no recurso por parte da
acusação, pois a absolvição foi de livre convencimento, não há fundamento em provas;
diz-se que passou o recurso a ser próprio da defesa.
7- Protesto por novo Júri. a supressão do protesto por novo Júri seria inconstitucional, já
que a alteração da lei infraconstitucional fere o princípio da plenitude de defesa
garantida na CF quando havia a possibilidade de protesto.
8- Chegando à maioria de 4 votos, não se abrem os próximos para garantir o sigilo dos
votos.
9- A competência para os crimes dolosos contra a vida é uma competência mínima,
podendo ser ampliada pela legislação infraconstitucional.
Aula 4 – Recursos Penais

Aspectos gerais: voluntariedade (a parte que recorre tem interesse na modificação de uma
decisão), não se pode falar em recurso de ofício.

Art 574. Fala em recurso de oficio, mas deve ser interpretada como “reexame necessário”
(duplo grau de jurisdição obrigatório). Hipóteses: I- habeas corpus, II- absolvição sumária, art
746. Reabilitação, absolvição em crimes contra economia popular art 7°.

Sumula 423 STF: não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio que
se considera interposto ex lege.

Nas relações autônomas (habeas corpus, mandado de segurança) instala-se nova relação
processual. Nos recursos, esta relação é a mesma.

Condições de admissibilidade:

Possibilidade jurídica do pedido: existência do recurso na legislação

Interesse em agir: 577 único. Interesse necessidade - Demonstrar prejuízo da decisão.


Interesse adequação – decisão recorrida tem que guardar sincronia com o recurso
escolhido.

Legitimação: 577caput (MP, querelante, réu, procurador ou defensor – prazo 5 dias),


598 (ofendido, Cônjuge, ascendente, descendente ou colateral), 271 (assistente do MP
– impronúncia e extinção de punibilidade, sentença absolutória sumária – prazo 5
dias). Ofendido (mesmo sem estar habilitado como assistente – prazo estendido 15
dias). Sendo fiscal da lei, o MP pode recorrer também em favor do réu.

Pressupostos de admissibilidade:

Jurisdição competente, capacidade postulatória, regularidade formal do recurso,


inexistência de fatores impeditivos (renúncia e preclusão) e fatores extintivos (deserção,
desistência)

Princípio da fungibilidade: 579. Se não houver má fé ou erro grosseiro, o recurso interposto


erradamente poderá ser aceito.

Princípio da unirrecorribilidade: para cada decisão cabe um só recurso.

Reformatio in pejus: se somente o réu recorrer, a sua situação não pode ser agravada. Exceção
é da decisão do júri, pois impera a soberania dos vereditos.

Reformatio in mejos: em recurso impetrado pelo MP, pode o tribunal inclusive decidir em
desfavor à acusação.
Efeito extensivo do recurso: 580. O co-réu que não recorreu pode ser beneficiado pelo recurso
do outro réu, mas apenas se não for fundamentado em motivos personalizados.

Recursos em espécie:

1- Recurso em sentido estrito. 581. Prazo de 5 dias. Hipóteses:


a. I – não recebimento - formal - da denúncia ou queixa. (para decisão de
rejeição – mérito, cabe apelação).
b. II – incompetência do juízo.
c. III – exceções.
d. IV - Pronunciamento do réu.
e. V e VII – fiança, concessão de liberdade provisória e relaxamento de prisão em
flagrante.
f. VIII – extinção ou não de punibilidade
g. X – habeas corpus
h. XIII – anular processo
i. XIV – incluir ou excluir jurado da lista geral (prazo de 20 dias)
j. XV – denegar apelação ou julgar deserta
k. XVI – suspender processo por questão prejudicial.
l. XVIII – incidente de falsidade

Juízo de retratação: juiz pode reformar ou sustentar suas decisões.

2- Recurso de Apelação: prazo 5 dias


a. Sentenças absolutórias ou condenatórias, mesmo que parciais.
b. Decisões proferidas pelo júri: se ocorrer nulidade posterior à pronúncia (novo
julgamento), quando a sentença do juiz for contrária à decisão dos jurados,
erro na aplicação da pena (tribunal reforma a decisão do juiz, sem realização
de novo júri), decisão manifestamente contrária às provas (somente pode ser
utilizada uma única vez, acarreta novo julgamento).
3- Protesto por novo Júri: está revogado. Sustenta o prof. que esta matéria tem
ultratividade.
4- Embargos de declaração: art 382 - contra sentença. Prazo de 2 dias (nos Juizados
Especiais prazo de 5 dias). Art 619 - contra acórdão. Os embargos interrompem – o
prazo começa novamente - (Juizados suspendem – o prazo conta) o prazo para o
recurso principal.
5- Carta testemunhável: contra denegação de outros recursos. Prazo 2 dias.
Aula 5 – Prisão preventiva

Premissas:

Princípios

1- Proporcionalidade:
a. Distinção necessária- diferente da razoabilidade (surgida na Inglaterra
1948) como princípio da manifesta irrazoabilidade. Uma decisão é
irrazoável quando nenhum administrador razoável a tomaria.
b. Origem histórica do princípio da proporcionalidade- caso das farmácias
Alemanha (proporção entre número de farmácias por número de
habitantes) – precedente em que se discute em que hipóteses o Estado
pode intervir nos direitos fundamentais. Atenção: não se fixa neste caso a
chamada stuffen theorie (teoria dos degraus)
c. Elementos da proporcionalidade-

Proporcionalidade em sentido estrito ____


necessidade ____|
adequação ____|

proporcionalidade está positivada no Art 156,I CPP

i.Adequação- (Virgilio Afonso da Silva) uma medida é adequada


quando ela é capaz de fomentar a obtenção do resultado
pretendido. RT 798/23. *Gilmar Mendes- a medida é adequada
quando ela é capaz de necessariamente conduzir ao resultado
pretendido (prof. diz ser equivocada a visão de Gilmar por haver
erro de tradução).
ii. Necessidade- uma medida é necessária se o resultado não
pode ser alcançado por outra medida que limite em menor
grau os direitos fundamentais.
iii. Proporcionalidade em sentido estrito- analisar os direitos
que se encontram em conflito.
2- Princípio da presunção de inocência: regra de tratamento no processo penal. Não
tem nada a ver com principio do in dubio pro reu, este é regra de julgamento.
3- Princípio da motivação das decisões: art 93, IX CF. Finalidades endoprocessuais
(partes conhecerem o motivo da decisão e tribunais também para, em caso de
recurso, manter ou reformar a decisão). Finalidades extraprocessuais. Exigências
da motivação: esclarecer os critérios de eleição de determinada norma e critérios
de rejeição.
4- Princípio da dignidade da pessoa humana.

Sistemas processuais Penais.


Sistema é toda ordem axiológica ou teleológica de princípios jurídicos.
Sistemas: acusatório, inquisitivo e misto. Estes sistemas se diferenciam – primeira
posição: somente um critério (separação de funções) – segunda posição: vários outros fatores
diferenciam.

Cautelaridade no processo penal.


1- Classificação das cautelares quanto ao objeto:
a. Reais: (patrimoniais) também chamadas de extinção de domínio. São elas:
seqüestro, arresto e hipoteca legal.
b. Probatórias: interceptação telefônica, busca e apreensão, captação de
imagens.
c. Pessoais: prisão e medidas substitutivas ou alternativas da prisão.
2- Elementos de cautelaridade:
a. fumus comissi delict: indícios da autoria ou participação.
b. periculum libertatis: perigo que a liberdade do sujeito causa no processo.
3- Modalidade de prisão processual
a. Flagrante
b. Preventiva
c. Temporária
4- Prisão em flagrante.
a. Cabimento:
i. 302 CPP,
ii. L9034/95 Lei crime organizado (flagrante retardado, virtual ou ação
controlada) – não precisa de autorização judicial
iii. L11343/06 Lei anti-droga. entrega vigiada. – precisa de autorização
judicial.
5- Prisão preventiva: fundamentos:
a. garantia da ordem pública. Motivação da decisão. Na visão do STF,
possibilidade/probabilidade da reiteração de condutas criminosas.
6- Prisão temporária: L7960/
a. Tem que haver simultaneidade dos incisos I e III ou II e III.
7- Medidas:
a. Substitutivas: só substitui aquilo que já existe. Já foi decretada a prisão
preventiva.
b. Alternativas: impede o decreto de prisão preventiva/temporária
8- Medidas existentes:
a. Lei 9099/95 – no que se refere à prisão em flagrante.
b. Lei Maria da Penha L11340/06 – art 22 medidas que obrigam o agressor.
c. Afastamento do funcionário público - lei de drogas
d. Suspensão da habilitação - CTB.
e. Menagem – art 263 CPP militar. Prisão em quartel.
9- Código de Processo Penal italiano. Medidas cautelares pessoais.
a. Princípio da taxatividade.
b. A lei diz quais são os critérios de escolha das medidas.
c. Prisão processual como ultima ratio.
d. Medidas coercitivas
e. Formas de execução da medida.
10- CPP brasileiro novo (projeto de lei)
a. Legitimados: art 513, juiz a pedido ou de ofício.
b. Taxatividade: art 514.
c. Decisão do juiz sobre as cautelares devem seguir diversos requisitos.
d. Medidas: prisão provisória, fiança, recolhimento domiciliar, monitoramento
eletrônico, suspensão das atividades de pessoa jurídica, proibição de
freqüentar diversos lugares, suspensão de função pública, etc...
Aula 6- Execução Penal

Finalidade da pena: absolutas (retributivas) – atribuem um mal a um mal praticado. Relativa


(prevenção) – prevenção geral (negativa ou positiva) ou especial (voltada a pessoa do infrator).
Os benefícios da LEP estendem-se ao preso provisório. Execução provisória pro reu.
Trabalho do preso.
Trabalho externo para regime fechado – tomadas cautelas contra fugas e favor da disciplina
pode trabalhar em serviços ou obras públicas ou mesmo em entidades privadas. Remição ficta.
Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo.
Direitos políticos. CF/88 Condenação criminal “transitada em julgado” gera perda ou
suspensão dos direitos políticos. Não se deveria aplicar ao preso provisório, pelo princípio da
presunção de inocência.
Regime disciplinar diferenciado RDD.
Não é um regime de cumprimento de pena (fechado, semi-aberto, aberto). Aplicado a presos
provisórios e definitivos. Pode ser aplicado preventivamente (sempre mediante despacho do
juiz). Destina-se a quem pratica crime doloso que ocasione subversão interna (dano), quem
apresente ao risco (perigo), suspeita de envolvimento em organização criminosa, quadrilha ou
bando (“perigo do perigo”). Consiste em 360 + 360 dias até 1/6 da pena, cela individual, visita
de 2 pessoas por 2 horas, banho de sol por 2 horas. Segundo o STJ, o simples fato de pertencer
a uma organização criminosa não autoriza o RDD, somente quando os fatos autorizadores
sejam praticados dentro do sistema penitenciário.
Não há mais exigência de exame criminológico para a progressão de regime.
Detração. É aceita em processos diferentes. O caso de contracorrente não é aceito (Furta –
preso provisoriamente e depois absolvido, furta novamente e é condenado -> “poupança”).
Projeto de lei monitoramento eletrônico.
Aula 1 - Administração Pública: o Regime Jurídico Administrativo e os Princípios Constitucionais
da Administração Pública

Regime jurídico administrativo. Prerrogativas e restrições da administração. Sistema dito em


crise – caminha-se para a homogeneização no direito privado. Esta visão deve ser vista com
critica.

Crise da lei: direito administrativo ter como normas condutoras normas constitucionais e atos
normativos do executivo e sumulas do judiciário

Princípios expressos no texto constitucional. LIMPE. Princípios não expressos.

Métodos:

Induzir. A partir de regras específicas na constituição.

Deduzir.

Legalidade. A administração DEVE agir quando o REGIME JURIDICO ADMINISTRATIVO definir.


Juridicidade- o sistema jurídico como um todo deve orientar a atuação da administração
(legalidade ampliada). Princípio da função cogente – cumprir esta atividade é obrigatório,
vinculante à administração. No atuar discricionário está obrigada a atuar, só que dentro dos
méritos de oportunidade e conveniência. Legalidade é diferente de reserva legal
(reconhecimento da competência sobre determinadas matérias para o poder legislativo –
somente este poder pode inovar o sistema legal) a reserva legal é relativa – EC 32 – decretos
do chefe do executivo federal (organização da administração pública sem onerar o erário,
extinguir cargo vago _______).

Indisponibilidade do interesse público. Visão ortodoxa de interesse público em termos


econômicos. O que importa é a definição do interesse público em cada caso. Para isso, as
ações da Administração que abrem mão de algo com base no interesse público devem ser
motivadas e caracterizadas as especificidades.

Segurança jurídica. Estabilidade. Certeza. Não mutação casuística do regime jurídico. Confiança
legitima compartilhada.

Moralidade. Deve ser objetiva e externa.

Boa fé objetiva. Não basta ao agente público agir segundo a boa fé subjetiva, é preciso que
haja de boa fé objetiva, seu padrão de comportamento deve ser o esperado pela sociedade.

Proporcionalidade. ADEQUAÇÃO (meio escolhido conduza ao fim), NECESSIDADE (meios


devem ser os menos restritivos possíveis), PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO
(equilíbrio entre custos e benefícios).
Isonomia. Razoabilidade do critério discriminatório. Quando discrimina em uma norma não
pode criar uma situação individualizada. O critério discriminatório deve se embasar na coisa ou
na pessoa discriminada. É preciso que haja uma correlação lógica entre o critério
discriminatório e aquilo que a administração precisa. Não se pode criar uma desconformidade
constitucional. --- Dever do Estado de tomar medidas positivas para promover a isonomia –
ações afirmativas do Estado (reserva de vaga para deficientes, reserva de vagas em
universidades).

Publicidade. Transparência, publicação dos atos. Condição da viabilidade do controle da


observância dos outros princípios. Publicidade geral (dever de publicar em órgãos oficiais de
publicação). Publicidade específica (é preciso comunicar quem vai ser atingido pelo ato). Uma
corrente diz que o ato não publicado não é um ato perfeito, outra corrente diz que é um vício
insanável de forma e este ato é invalido, outra corrente diz que a publicidade é exigência de
eficácia.

Eficiência. Revitalização do Estado. Efetividade Meio + Fim.


Aula 2 – Responsabilidade civil do Estado.

Responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual. Objeto da disciplina é a


responsabilidade extracontratual – decorre da própria ordem jurídica.

Evolução

Teoria da Irresponsabilidade.

Teoria da responsabilidade.

Fundada na diferença entre atos de império e atos de gestão. Afastava a


responsabilidade nos atos de império.

Fundada na culpa individual do agente

Teoria da culpa administrativa: necessidade de se afastar a idéia de culpa individual do


agente da responsabilidade do Estado. Culpa publicista, genérica, atribuída ao fato
administrativo. Culpa anônima, não precisa ser identificada, não há necessidade de imputar
culpa ao agente.

Devendo funcionar o serviço houve omissão da prestação do serviço, devendo


funcionar bem funcionou mal, devendo funcionar de forma eficiente funcionou de forma
retardada. – CULPA ADMINISTRATIVA --- responsabilidade do Estado é subjetiva porque
baseada na culpa e por proceder ILÍCITO do Estado. Necessidade de comprovar culpa
(administrativa, e não individual).

Teoria do risco: Não há necessidade de demonstrar culpa. A responsabilidade tem


natureza OBJETIVA. Apenas necessidade de demonstrar nexo de causalidade entre
comportamento da administração e o dano dele decorrente.

A atividade do Estado gera constante risco ao particular. Atuação no Estado gera benefícios a
todos, portanto deve ser partilhado o ônus dos danos. Na responsabilidade objetiva o Estado
responderá quanto na atuação ilícita, quanto na atuação ilícita.

Risco administrativo – possibilita ao Estado provar excludente de sua responsabilidade

Risco Integral – ainda que haja excludente de responsabilidade do Estado, o mesmo não pode
invocá-la. Aplica-se no Brasil o risco integral quando o dano vem de atividades NUCLEARES
(alguns autores também suscitam o dano ao meio ambiente) (outra corrente crescente diz que
quando o dano decorrer de atividades de guerra ou terrorismo a companhias aéreas deve
utilizar a teoria do risco integral).
A responsabilidade objetiva também alcança as entidades de direito privado prestadoras de
serviços públicos.

A responsabilidade do Estado no Brasil

Responsabilidade por ação – responsabilidade objetiva. Risco administrativo.

Por comportamentos lícitos

Por comportamentos ilícitos

Responsabilidade por omissão – responsabilidade subjetiva (culpa administrativa) –


outras doutrinas e jurisprudências dizem ser responsabilidade objetiva

Por fato na natureza

Por comportamento de terceiros

Dano indenizável: dano jurídico (não necessariamente dano econômico), lesão a direito.

Causas excludentes de responsabilidade do Estado: Rompimento do nexo de causalidade.


Culpa exclusiva da vítima, força maior e caso fortuito. Apenas como causas únicas é que exclui
a responsabilidade do Estado.

Direito de regresso. Direito de cobrar do autor direto do dano o ônus que teve que pagar.
Deve haver culpa ou dolo do agente. Não é possível que a vítima demande judicialmente
contra o agente diretamente, apenas contra o Estado.
Aula 3 – Servidores públicos e o regime próprio de previdência dos servidores titulares de
cargos efetivos.

1) Noções gerais sobre servidores públicos.

Todas as pessoas físicas que, independentemente de vínculo, desenvolvem uma


função do Estado são agentes estatais, agentes públicos. São tipos:

- Agentes políticos: desempenham funções políticas (plena e integral


autonomia de atuação) (integram os poderes estatais) (incluem-se MP, TC, Diplomatas, CNJ,
CNMP, Defensorias).

- Agentes administrativos: não envolvendo funções políticas, não gozam de


independência e autonomia, regime em leis ordinárias.

Servidores públicos: são todos os agentes legalmente


investidos em cargos públicos. Investidos em um cargo público (efetivo
+ em comissão), mantém um vínculo de subordinação e trabalhista
com entidades de direito público.

Servidores temporários: contratados por tempo determinado


para atender situações excepcionais de interesse público. Contratados
para exercer funções públicas temporárias e não cargos públicos.
Vínculo com entidades de direito público ou direito privado.

Empregados públicos: se vinculam a uma das entidades de


direito privado da Administração Pública. CLT. Também depende de
prévia aprovação em concurso público.

Servidores militares: Forças armadas, CBMs e PMs.

- Agentes particulares em colaboração com o Estado: agem por delegação ou


em função do Estado, sem perder a característica de particular. Mesários, peritos, jurados,
tabeliães.

2) Os regimes previdenciários

2.1) O RGPS – Regime geral de previdência social: setor privado. Art 201 CF. INSS. Duas
leis (Lei 8.212/91 – Plano de custeio do RGPS) (Lei 8.213/91 – Plano de benefícios do
RGPS)

2.2) O RPPS – Regime próprio de previdência social: art. 40 CF. (aos servidores titulares
de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídos suas
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores públicos ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.) – Em razão da EC 20, o RPPS são estendidos aos
magistrados, MP e TCs. (Lei 10.887/04 Dispõe sobre as normas gerais de RPPS de todas as
esferas – cabe aos Estados e municípios legislar de forma suplementar). Aos não sujeitos ao
RPPS (deputados, senadores, governadores, servidores cargo em comissão, etc) só cabe o
RGPS. Regime Complementar próprio de previdência social (iniciativa de cada ente para
superar o limite estabelecido ao RPPS que é igual ao do RGPS (R$ 3218,90 atualizado 2009)),
regime complementar é obrigatório só aos servidores que ingressarem após a instituição
deste; ainda não se tem notícia de nenhum ente que haja estabelecido regime complementar.

3) O RPPS dos servidores públicos titulares de cargos efetivos.


4) ORPPS no texto original da CF88: Aposentadoria por invalidez (AI), compulsória (AC) ou
a pedido (AP). BASEADO APENAS NO TEMPO DE SERVIÇO
a. AI proventos integrais – doença grave, contagiosa, incurável, acidente de
trabalho, moléstia profissional – nas demais hipóteses é proporcional ao
tempo de serviço.
b. AC – 70 anos, proporcional ao tempo de serviço.
c. AP – cumprimento de requisitos (não se exigia nenhum limite de idade,
nenhum limite de tempo de exercício, nenhum limite de tempo no cargo
público, nenhum limite mínimo de contribuição. Somente exigia tempo de
serviço –
i. Proventos integrais – 35 anos serviço homens e 30 anos serviço
mulheres --- 5 anos a menos magistério infantil, fundamental e médio;
ii. Proventos proporcionais – 30 anos de serviço homens, 25 anos serviço
homens ---- como também 65 anos de idade H e 60 M)
5) ORPPS na EC 20/98: CARÁTER CONTRIBUTIVO. Tempo de serviço anterior foi
considerado tempo de contribuição.
a. AI proventos integrais – doença grave, contagiosa, incurável, acidente de
trabalho, moléstia profissional – nas demais hipóteses é proporcional ao
tempo de CONTRIBUIÇÃO.
b. AC – 70 anos, proporcional ao tempo de CONTRIBUIÇÃO.
c. AP – cumprimento de requisitos (EXIGIDO mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e mínimo de 5 anos no cargo em que se dará a
aposentadoria)
i. Proventos integrais – 60 anos de idade + 35 anos contribuição homens
e 55 anos de idade + 30 anos contribuição mulheres --- 5 anos a menos
magistério infantil, fundamental e médio;
ii. Proventos proporcionais – 65 anos de idade H e 60 M, proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.

6) ORPPS na EC 41/03: quebra da paridade entre revisão e extensão de proventos


enquanto da ativa e aposentadoria e valor das pensões (somente daqueles servidores
que ingressaram após a emenda) (garantiu apenas a paridade do valor da
remuneração quando da ativa e a pensão ou aposentadoria). Obrigatoriedade do
recolhimento do aposentado e do pensionista. Aumentou para 20 anos de efetivo
exercício no serviço público e para 10 anos de carreira e ainda 5 anos no cargo. Pensão
por morte = remuneração da ativa, até o limite máximo do RGPS + 70% da parcela
excedente.
7) ORPPS na EC 47/05: Extensão também dos benefícios dados à ativa ao inativo.
Aumentou 25 anos de serviço público + 15 anos de carreira + 5 anos no cargo. Redução
de 1 ano pra cada ano excedente de contribuição.
Aula 4 –

1- Estado Liberal
2- Estado Social (Estado Providência)- desenvolve uma Administração burocrática
(padronização, hierarquia, interferência). Modelo Administrativo Patrimonial.
3- Estado Democrático de Direito. Atuação administrativa com participação e
transparência.
4- Depois da EC/19 – Estado Subsidiário. Oposto ao Estado mínimo, pois o Estado
subsidiário não se retira, se afasta. Subsidiariedade vertical (as carências são atendidas
pela entidade que está mais próxima do usuário, se não atendidas assim, serão
demandadas outras entidades – ex.: posto de saúde). Subsidiariedade horizontal (o
Estado fomenta, regula, incentiva, repassa recursos, para entidades do terceiro setor
que atenderão o usuário). Administração Gerencial (o Estado não persegue o interesse
publico conforme o seu entendimento, persegue o interesse publico primário, efetivo
do administrado, com eficiência e efetividade).

AGÊNCIA REGULADORA

Art 21 XI CF88 – Compete a União – Explorar diretamente ou mediante autorização,


concessão, ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá
sobre a organização dos serviços, a criação de um ORGAO REGULADOR e outros aspectos
institucionais.

Art 177 § 2° III – Constitui monopólio da União – estrutura e atribuições do órgão


regulador do monopólio da União.

Órgão regulamentador. Presidência da República (Gov. e prefeitos), poder


regulamentar. Regulamenta para fiel execução da lei.

Órgão regulador. Autoridade administrativa. Poder regulatório. Deslegalização


(normatizar sem necessidade de lei em sentido estrito. Ex.: medida provisória, lei delegada,
regulação). Regula tecnicamente a prestação de serviços públicos.

Regulação (sentido amplo) abrange o poder regulador e também o poder


regulamentador.

Estão EXPRESSAMENTE previstos na CF os PODERES REGULAMENTAR E DE POLÍCIA.

Celso Antonio Bandeira de Melo diz que as entidades reguladoras é inconstitucional


porque a CF prevê a criação de ÓRGÃOS reguladores e não entidades (pessoa jurídica própria)

Na esfera federal
1- Natureza jurídica: autarquias em regime especial. Cada lei criou uma agência.
2- Competência: regulatória. Criar regras técnicas para disciplinar prestação de serviços
públicos. Discricionariedade técnica.
3- Modelo administrativo: lei 9986/97 (não é um estatuto geral, trata só dos agentes
públicos que integrarão as agências reguladoras).
a. Direção colegiada.
b. Mandatos fixos não coincidentes. Tempo é disciplinado na lei de cada agência.
Presidente da republica não pode exonerar os diretores.
c. Quarentena. 3 meses para os diretores. Os diretores não podem prestar
serviços para empresas dessa área neste tempo.
4- Estados membros e municípios: podem ter agencias reguladores, não necessariamente
com essa nomeclatura. As agências reguladoras podem ter competências em diversas
áreas, na União há a especialização, cada agencia com uma área.
5- As agências podem ser extintas (por lei) e as suas competências podem ser
redistribuídas ou voltarem para a Administração Direta.
6- Diferença entre ag. Reguladoras e agencias executivas: Agencias executivas – entidade
(autarquia ou fundação publica) preexistente firmando contrato de gestão e passa a
executar determinado serviço; não regulam.
7- Não há obste legal nenhum que as agencias reguladoras possam ser criadas em outras
formas diferentes de autarquias, desde que vinculadas à administração pública
(inclusive as pessoas jurídicas de direito privado, desde que pertencentes à
administração Indireta)
8- Poder de polícia: se a agência é um órgão da adm direta ou se é pessoa jurídica de
direito público não há controversa. Mas se for pessoa jurídica de direito privado da
administração indireta, segundo STJ, recentemente, não cabe poder de polícia.

PARCERIAS PUBLICO-PRIVADAS - PPP

CF, 175. Incumbe ao poder publico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação a prestação de serviços públicos.

Poder público – incumbência

Diretamente/indiretamente

Licitação

Não perde a titularidade do serviço público.

Permissão contratual (diferente daquela permissão ato administrativo)

CF 21 – Autorização. Ato administrativo. Só em caso de urgência e interesse publico relevante.


Enquanto aguarda licitação.

PPP
1- Natureza jurídica: Contrato de concessão de serviço público. Lei 11079/2004.
Concessões especiais. Modalidades:
a. Administrativa – contrato de prestação de serviços em que a administração
seja usuária ainda que envolva obra ou fornecimento e instalação de bens;
considerada inconstitucional.
b. Patrocinada.
2- Características: Prazo de 5 a 35 anos. Valor superior a 20 milhões. Objeto não pode ser
apenas fornecer mão-de-obra ou instalação de obra pública. Modalidade de licitação
concorrência.
3- Garantias: vinculação de receitas. Instituição de fundo especial (federal: 6 bilhões).
Contratação de seguro garantia. Garantia dada por organismos internacionais.
4- Sociedade de propósito específico – SPE. Pessoa jurídica de direito privado que será
gerenciado pelo parceiro privado com fim de implantar e gerenciar o objeto.

CONTRATO DE GESTÃO

1- Gestão de bens e recursos públicos pela iniciativa privada.


a. Contrato firmado entra administração pública e a administração indireta.
Amplia a autonomia.
b. Contrato firmado entra administração pública e as pessoas jurídicas de direito
privado que não integram a administração pública. OS. Discricionário. A
administração em contrapartida ($, bens públicos, Servidores, Serviços
públicos). No caso dos serviços públicos, a doutrina diz que é inconstitucional
porque não há licitação. Reduz a autonomia.
c. Contrato firmado entra administração pública e autoridades da própria
administração pública ou entre órgãos.
2- CF 37 § 8° - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o poder publico.
3- Segundo Celso Antonio o contrato entre órgãos ou com as autoridades é incompatível.

TERMO DE PARCERIA

1- L 9790/99 – OSCIP – Organização da sociedade civil de interesse público.


2- Parecido com o caso b) do Contrato de gestão. Diferenciais
a. Vinculado.
b. Não assume serviço público
c. Conselho...

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

1- art 241 CF. lei 11.107/2005


2- Ajuste de vontades entre entidades políticas para concepção de interesses
públicos comuns.
3- Requisitos:
a. Protocolo de intenção.
b. Ratificar através de lei de cada entidade consorciada.
c. Constituição de pessoa jurídica (direito público – autarquia
intergovernamental ou de direito privado – empresa pública, fará parte da
administração direta APENAS do ente que tiver maior parte).
d. Contrato de rateio. Ajuste entre as entidades consorciadas prevendo o
desembolso de recursos. Validade anual (ou plurianual).
e. Contrato de programa. Ajuste de planejamento do serviço.
Aula 5 – Intervenção do Estado na propriedade privada

Soberania do Estado sobre as pessoas e os bens presentes no território.

Função social da propriedade.

Condicionamentos: perfil conformador do direito. Limites, encargos ou sujeições. Previsão em


normas gerais e abstratas. Gratuidade.

Sacrifícios: restrições ou extinção do direito. Por características particulares do bem. Previsão


em ato concreto especificador. Possibilidade de indenização.

LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA.

Condicionamento

Universalidade: restrições suportadas por todos, em benefícios de todos

Caráter geral= dever instituído diretamente pela lei

Proprietários indeterminados= não visam atingir imóveis específicos

Encargo distribuído entre todos (não há indenização), porém, se alguém teve um encargo
muito maior que os outros, poderá ter direito à indenização.

Imperatividade= não podem ser objeto de transação

Poder de polícia= imposição geral de um comportamento, porém distinta das limitações do


direito de vizinhança

Auto-executoriedade= não depende de previa ordem judicial

Proporcionalidade= não deve aniquilar a propriedade

Gratuidade= em regra não são indenizáveis. Lei cria desproporcionalmente a intervenção.

SERVIDÃO ADMINISTRATRIVA

Individualidade e caráter concreto. Proprietários determinados. Sacrifício anômalo.


Imperatividade. Proporcionalidade. Onerosidade. Não pode ser auto-executada.

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