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Introdução
Sem dúvida o Brasil vive hoje um momento peculiar na história de suas políticas de
sociais em geral e da política de saúde em particular. Vivendo um processo franco de
tentativa de consolidação de um modelo econômico neo-liberal, tem o contraponto de
coexistir com uma legislação (explicitada em sua Carta Magna) claramente pautada em
mecanismos de proteção social, pelo menos no que diz respeito à saúde. O que poderia
ter sido considerado como uma grande vitória do movimento sanitário brasileiro,
articulado desde o início dos anos 80, tem se tornado palco de lutas onde, pelo lado do
movimento sanitário e de setores da sociedade civil organizada, tenta-se transformar a lei
em prática e, pelo lado do governo, tenta-se minar estas iniciativas, trabalhando no
sentido do sucateamento do Sistema Público de Saúde e de um redesenho das políticas
sociais a partir de um novo modelo de Estado, o Estado mínimo.
De fato, há um reconhecimento do próprio movimento sanitário de que as conquistas no
campo das leis não foram acompanhadas pelo devido suporte no campo da sociedade,
ou seja, como define FIORI (1991) "...frustaram-se os últimos [os reformistas] (...) ao
acreditar que a apenas a forças das leis e das reformas administrativas seria suficiente
para ampliar a cidadania e comprometer o Estado com suas responsabilidades
democráticas".
Assim, diferentemente da forma como se deu a estruturação dos modelos de proteção
social em países da Europa (a Inglaterra é um exemplo), onde o Estado de Bem-Estar
Social (Welfare State) foi consolidado ao longo dos anos a partir de um amplo movimento
de lutas sociais, no Brasil, a estruturação do seu modelo de assistência à saúde -
entendendo este como um dos componentes de uma política de seguridade (*) - foi
estabelecido tardiamente e claramente vinculado aos interesses do capital e das elites
governamentais.
Mantendo o exemplo inglês, apesar dos anos de política neoliberalizante - a partir do
governo Tatcher - terem trazido sérias consequências ao modelo de Welfare da
Inglaterra, o NHS (National Health Service) continua firme apesar dos arranhões. No
(*) Hádivergências na literatura com relação ao fato de se o Brasil teria realmente um modelo de Welfare clássico. Para DRAIBE (1988)
é possível identificar características desse modelo nas políticas sociais brasileiras. Segundo ZANETTI (1993), no entanto, a despeito
da consolidação tardia de um Sistema Nacional de Saúde em meados da década de 70, as políticas setoriais, no Brasil nunca
chegaram a compor um modelo claro de proteção social. Sobre este assunto, ver ZANETTI, C.H.G. As marcas do mal-estar social no
Sistema Nacional de Saúde..., 1993.
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Brasil, vemos um modelo ser criticado, sucateado e reformado sem nunca ter sido posto
em prática de forma plena. O SUS, um modelo de assistência à saúde universal e
equânime em sua essência, é visto com descaso pelo governo e, o que pior, pela maioria
da população.
Por outro lado, assistimos, principalmente a partir da início da década de 90, a explosão
dos planos e seguros privados de saúde. A chamada Medicina Supletiva tem
apresentado um crescimento vertiginoso em termos de número de segurados e de
faturamento. Estima-se que hoje este sistema conte com cerca de 40 milhões de
usuários, movimentando um mercado de 15 bilhões de dólares anuais, números que
estavam em torno de 24 milhões e 1,85 bilhão, respectivamente, há dez anos.
Os planos e seguros privados de saúde compôem uma parcela do sistema de prestação
de assistência médica no Brasil, conhecida como assistência suplementar. Por se tratar
de um serviço de relevância social, deve estar sob o controle do governo e, segundo a
Constituição, deve funcionar, como o próprio nome indica, de forma complementar ao
Sistema Público de Saúde. Recentemente tem sido amplamente divulgado na imprensa a
batalha na qual se transformou a regulamentação dos planos e seguros privados de
saúde, no Congresso Nacional. À reboque destas discussões, são diariamente
reportados casos em que a prestação de assistência médica por parte dos planos e
seguros, tem se transformado em caso de polícia tendo como protagonistas, de um lado,
os segurados e, de outro, as administradoras.
O fato é que este comportamento do mercado da assistência médica privada no Brasil
em anos recentes possui raízes históricas que estão relacionadas com o próprio modelo
de desenvolvimento brasileiro, característico de países de capitalismo tardio, como
também à forma como se estabeleceram as relações entre público e privado no Brasil,
tanto no que diz respeito as políticas sociais e econômicas, como nas políticas de
assistência à saúde.
Este trabalho, portanto, tentará resgatar estes aspectos, discutindo o estado atual da
assistência médica supletiva no Brasil, suas principais características e perspectivas,
tendo como eixo de análise as tendências nas políticas de assistência médica no Brasil e
no mundo.
(*) Segundo os princípios keynesianos, "era possível reverter o impacto da tendência histórica do capitalismo de ciclos de expansão e
depressão, através de medidas que garantissem o consumo da massa assalariada, mantendo assim, a produção" (Andreazzi,
1991). As idéias de Keynes foram precussoras da criação dos Estados de Bem-Estar Social (Welfare States) na Europa pós-guerra
(LAURELL, 1995).
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Desta forma, o modelo de atenção à saúde americano é quase que totalmente centrado
na prática liberal e no seguro-saúde privado, sendo que a assistência pública fica restrita
à população marginal.
Em sua maioria, os seguros privados são coletivos, mantidos pelas empresas, total ou
parcialmente. Em 1983 cerca de 58% da cobertura de cuidados médicos à população
americana era fornecida por seguros privados coletivos, e é cada vez menor a
participação do Estado e dos empregados na contribuição. Entre as décadas de 60 e 80
a participação dos empregadores passou de 3,4% para 26,9% enquanto que a
participação dos empregados caiu de 62,8% para 31,7% (Staples, 1989 apud ANDREAZZI,
1991).
Evidentemente este modelo gera distorções no acesso aos serviços de saúde, na medida
que a cobertura está diretamente relacionada à capacidade de organização e
reinvindicação de cada categoria em particular. Categorias de trabalhadores mais
organizadas e com alto nível de sindicalização estão mais cobertas do que categorias
menos articuladas. Setores ligados à produção de bens, como minas e construção civil
atingem percentuais de cobertura em torno de 80% enquanto que os setores de serviços,
têm cobertura menor, como por exemplo a categoria de trabalhadores da área de
diversões e serviços de recreação tem uma cobertura de apenas 30% (Renner e Navarro,
1989 apud ANDREAZZI, 1991).
Deste modo, pode-se dizer que, no mundo, o modelo de seguro privado como forma
hegemônica no sistema de assistência à saúde é característico dos Estados Unidos,
onde a política econômica é fortemente liberal não só na área da saúde mas em
praticamente todas as políticas sociais. Os EUA se caracterizam por políticas sociais
foquistas e não universais, no sentido de que o Estado deve prover assistência mínima
aos indigentes e o mercado é o grande regulador da prestação da assistência aos
demais.
Este modelo, diferente dos Estados de Bem-Estar europeus, parece ter gerado
influências no modelo brasileiro o qual teve, é verdade, suas peculiaridades como
veremos a seguir.
Em síntese, apesar de ser uma ação com características de uma assistência à saúde
estatal, tratava-se de uma crescente privatização do setor saúde. A participação do setor
privado na assistência médica, através dos convênios e credenciamentos, tornava-se
cada dia maior, com o governo investindo cada vez menos em sua rede própria. No início
da década de 80, por exemplo, cerca de 70% das verbas destinadas à assistência
médica ia para as mãos dos empresários da saúde, e o INAMPS chegou a comprar,
naquela mesma época, 300 mil leitos a hospitais particulares e disponibilizar apenas
7.800 de sua rede própria (Tomazzi apud OLIVEIRA e SOUZA, 1997). Consolida-se um
modelo de atenção médica conhecido como Modelo Médico-Assistencial Privatista, onde
a principal fonte de financiamento era o Estado e o principal prestador e, portanto,
usufruidor de suas benesses, era a iniciativa privada (LUZ, 1991, MENDES, 1993).
A partir do início da década de 80, este sistema começa a mostrar sinais de
esgotamento. As intermináveis filas, baixos salários, precárias condições de trabalho,
geravam uma insatisfação crescente da população com a qualidade da assistência. A
má-gerência dos recursos, aliada aos episódios cada vez mais crescentes de corrupção,
levaram a Previdência a um colapso. Como fator agravante, à essa época a previdência
começa a “envelhecer” e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma fase
de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existência, a Previdência
Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram um volume de recursos e um
patrimônio consideráveis. Com o aparecimento das primeiras aposentadorias e pensões,
a Previdência passa a ter que gastar um dinheiro que não mais tem (Teixeira apud
OLIVEIRA e SOUZA, 1997).
É importante ressaltar, também, que este sistema já era por demais criticado. Tais
críticas não vieram à tona na ocasião, pois, durante o período mais repressor do regime
militar, até fins dos anos 70, o sistema foi mantido à força. As lideranças sindicais haviam
sido praticamente extintas à essa época e a participação dos trabalhadores nas
discussões sobre o sistema de prestação de serviços médicos inexistia.
Com a abertura política, a partir do início dos anos 80, vão se reestruturando os
movimentos em defesa de uma política de saúde mais abrangente, democrática e
disponível para todos. Esse movimento, que surgiu a partir de discussões acadêmicas
sobre as políticas de saúde e da reestruturação das organizações de trabalhadores da
saúde, ficou conhecido como Movimento Sanitário e teve uma atuação marcante nos
destinos do sistema de saúde brasileiro.
As idéias do Movimento Sanitário Brasileiro de um sistema de saúde universal e
eqüânime, a partir de um conceito de saúde mais ampliado e da consolidação da
premissa de que saúde é direito de todos e dever do Estado, foram amplamente
discutidas na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e formaram a base para o
capítulo da saúde na nova Constituição Brasileira, promulgada em 1988. A partir da
Constituição, é criado o Sistema Único de Saúde, o SUS, que tem como princípios
básicos a universalidade da atenção, a equidade no acesso, a descentralização das
ações e o controle social.
Na prática o SUS representou um aumento considerável na demanda por serviços de
saúde na medida que não mais restringiu o acesso à clientela previdenciária. Por outro
lado, no entanto, não ouve a contrapartida do Estado no sentido de oferecer a infra-
estrutura necessária, em termos de recursos e de novas modalidades de atenção, de
modo que a nova forma de assistência acabou adquirindo uma característica de
excludência mais marcante ainda, o que alguns autores, entre eles Mendes,
denominaram de “universalização excludente” (MENDES, 1993).
Este fenômeno teve uma relação direta com a grande ascenção dos planos e seguros
privados de saúde a partir do início da década de 90. Através da universalização
excludente, o que gerou um sucateamento da rede e uma maior dificuldade de acesso,
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Legenda: SAT: Subsistema de Alta Tecnologia; SAMS: Subsistema de Atenção Médica Supletiva;
SCC: Subsistema Contratado Conveniado; SE: Subsistema Estatal; SP: Subsistema Público
“Este subsistema tem como objeto a doença e suas seqüelas. Como seu
próprio nome indica, é um sistema de atenção médica e não de saúde e
estrutura-se em uma base social, vez que seu acesso depende da
capacidade de pagamento dos indivíduos, famílias e empresas. Por isso
mesmo vai compor-se de diferentes modalidades e submodalidades
ofertadas a distintas clientelas. Somente as modalidades de pré-pagamento
ocupam-se, induzidas pela racionalidade dos gastos e não por uma
preocupação com a saúde mesma, com algumas intervenções de natureza
preventiva que sirvam de barreira à utilização de serviços de mais alto
custo.”
A Medicina de Grupo
É uma das formas mais comuns de medicina supletiva, composta por empresas que
administram, sob a forma de pré-pagamento, planos de saúde para pessoas, famílias ou
empresas. O contratante paga antecipadamente, quase sempre a cada mês, e tem direito
a cobertura de eventos previstos no contrato, seja por intermédio dos serviços próprios
do contratado, seja através de uma rede conveniada, sendo que, neste caso, o
contratado remunera os serviços profissionais e hospitalares prestados.
Conforme pode ser visto na FIGURA 1, apesar de ser a modalidade de maior cobertura
(48,2%) e com maior volume de faturamento (41,3%), tem apresentado crescimento
inferior às outras modalidades, como as cooperativas e os sistemas próprios (TABELA 1).
Sua maior clientela são as empresas (96,4%) seguidas dos indivíduos e famílias (3,6%).
Tem uma representação bastante forte, através da Associação Brasileira de Medicina de
Grupo (ABRAMBGE) e o Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo
(SINANGE).
As empresas de pré-pagamento podem, ainda ser classificadas em duas grandes formas,
como se fossem sub-modalidades: as que atuam apenas como intermediadoras
financeiras, em virtude não possuir uma rede própria, caracterizando-se quase como
seguradoras e as que trabalham com uma rede própria de serviços, em geral de caráter
ambulatorial. As primeiras são responsáveis pela maior fatia das empresas de medicina
de grupo, com 64% do total, ficando 36% com empresas que possuem serviços próprios.
As dez maiores empresas de medicina de grupo, todas sediadas no eixo Rio-São Paulo,
controlam cerca de 37% de todo o mercado dos planos de saúde, considerando as
filiadas à ABRAMGE, incluindo-se, no entanto, a Golden Cross, que se desfiliou da
entidade (*).
(*) De acordo com Andreazzi (1991), a Golden Cross se desfiliou da ABRAMGE em 1989 com a justificativa que estaria
mais interessada em atuar no ramo de seguradoras e querendo ampliar sua participação no mercado total de seguro
através da compra de empresas em dificuldades. Em 1990, a Golden Cross se transforma em seguradora.
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Planos Admnist.
Usuários
Seguro Faturamento
Cooperativas
Auto-Gestão
Medicina de Grupo
0 10 20 30 40 50
TABELA 1. Variação da participação no mercado dos planos e seguros saúde no Brasil entre 1987 e
1989 de acordo com o faturamento e número de usuários.
Faturamento (U$ milhões) Usuários (1.000)
1987 1989 Cresc 1987 1989 Cresc
N0 % N0 % N0 % N0 %
Medicina de Grupo 1.000 54,1 1.000 41,2 - 15.000 61,5 15.000 48,2 -
Auto-Gestão 400 21,3 670 27,6 67,5 4.800 19,7 7.500 24,1 56,2
Cooperativa Médicas 350 16,9 570 23,4 62,9 3.500 14,3 7.300 23,5 106,6
Seguro-Saúde 75 4,0 150 6,2 100,0 800 3,3 900 2,9 12,5
Plano Administração 25 1,4 40 1,6 60,0 300 1,2 400 1,3 33,3
Total 1.850 100 2.430 100 31,4 24.400 100 31.100 100 27,5
Os Sistemas Próprios
É uma modalidade de pós-pagamento, formada por empresas e seus respectivos
funcionários que dividem, no todo ou em parte, as despesas com saúde após a sua
realização, geralmente dentro de limites estabelecidos nos documentos de adesão.
Admitem diferentes modos de estruturação:
• Autogestão de compra de serviços. É a forma mais comum verificada nos sistemas
próprios. Tem a vantagem de uma maior flexibilidade com relação preços, qualidade
da assistência e cobertura.
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O Seguro-Saúde
O seguro parece ser a modalidade mais antiga, uma vez que se tratou apenas da
incorporação de uma nova forma de atuação das seguradoras tradicionais que
trabalhavam com seguro de vida, de veículos etc.
É caracterizada por ser um método apenas de financiamento, no qual o assegurado paga
um prêmio e tem direito a ressarcimento de despesas em casos de sinistro. O seguro
constitui a modalidade mais “regulada” de todas, pois sua legislação data de 1967,
através do Decreto-Lei n0 73, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados.
Sua operacionalização, no entanto, só se dá a partir de 1978, com a criação de duas
empresas, a Comind e a Itaú Seguros.
A partir de 1981 ocorre uma expansão considerável no setor de seguros, com
crescimento bem superior ao da população. A entrada de grandes empresas, como a
Bradesco seguros, que se torna líder no mercado, principalmente após a falência da
Comind em 1984, incrementa ainda mais o mercado de seguros, tanto com relação ao
número de usuários quanto com relação ao montante de prêmios arrecadados. Apesar
disso, ainda é uma modalidade que participa pouco dentro da Medicina Supletiva como
um todo, respondendo por uma fatia de 6,2% com relação ao faturamento e 2,9% com
relação ao número de usuários.
De acordo com Mendes (MENDES, 1993):
As Cooperativas Médicas
Estão representadas, basicamente, pelas UNIMEDs, que teve sua precussora criada em
Santos, no ano de 1967, e se espalharam pelo País inteiro. As cooperativas parecem ser
as que menos incomodam, pelo menos sob o ponto de vista ético, pois são formadas por
médicos em sistema de co-gestão e, em tese, não visam lucro.
O princípio do cooperativismo é o da ajuda mútua e remonta meados do século XIX, com
a criação de uma cooperativa de artesãos em Rochdale, distrito de Lancashire, na
Inglaterra. As cooperativas se estruturaram em todos os ramos da produção, entre eles a
produção agrícola, a pesca, eletrificação e telefonia etc. As cooperativas médicas
surgiram como um desdobramento das cooperativas de trabalho (PEREIRA, 1997).
As UNIMEDs, como representantes do cooperativismo na área médica, têm à
semelhança da medicina supletiva como um todo, apresentado um crescimento muito
grande nos últimos anos. Apesar de seu princípio ser o de uma instituição que não visa
lucro, seu faturamento, em 1989, foi da ordem de 570 milhões de dólares, apresentando
um crescimento vertiginoso em termos de número de usuários (mais de 100% entre 1987
e 1989). Este crescimento tem se dado, também, em virtude de uma modernização
crescente através de incorporação tecnológica, racionalização de custos, diversificação
de planos e criação de uma rede de hospitais próprios em grandes cidades brasileiras.
As UNIMEDs também participam do ramo de seguradoras e, a partir do final dos anos 80,
foi criada uma holding controladora de todas as suas empresas (seguradoras,
prestadores de serviços, cooperativas etc).
Os planos de administração
Nesta modalidade, a empresa contratante paga a uma terceira empresa, a
administradora dos planos, os custos da atenção médica. Trata-se de uma forma ainda
pouco representativa no total da assistência supletiva, com 1,6% do faturamento e 1,3%
do número de usuários.
Há poucas informações sobre esta modalidade, apesar dela também ter apresentado um
crescimento considerável.
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médica aos seus segurados, não se configurando, portanto, como empresas prestadoras.
De todo modo, acabaram sendo incluídas na regulamentação, cujo projeto já foi aprovado
em primeira instância e se encontra em tramitação no senado.
A história recente da regulamentação dos planos e seguros privados de saúde parece ter
começado a partir da iniciativa do senador Iram Saraiva, em 1993, que enviou projeto de
lei proibindo “a exclusão de cobertura de despesas com tratamento de determinadas
doenças em contratos que asseguram atendimento médico-hospitalar pelas empresas
privadas de seguro saúde ou assemelhadas”. Apesar de ser uma medida focalizada em
apenas um ponto e não uma regulamentação propriamente dita, este projeto originou
uma série de outros que tramitaram ao mesmo tempo e logo em seguida à sua
aprovação e até “desenterrou” alguns já existentes. Desde 1991, por exemplo, já
tramitava o projeto do deputado José Augusto Curvo que dispunha “sobre obrigações e
limitações dos planos de assistência médico-hospitalar privados” e também tramitava o
projeto do deputado Elias Murad que “disciplina os planos de saúde privados” (BRASIL,
1997b).
As proposições, por se tratarem de “matéria idêntica ou correlata”, de acordo com o
regimento interno , foram condensados em apenas um projeto, o PL 4.425/94. Entre 1994
e 1996, diversos outros projetos que versavam sobre o mesmo tema foram, então
adensados ao PL 4.425/94, todos apontando para a regulamentação dos planos de
saúde.
A partir daí, uma verdadeira via crucis e batalhas entre empresas médicas, setores da
sociedade, órgãos de defesa do consumidor dão-se início. Em documento elaborado para
diretoria legislativa da câmara dos deputados, um grupo de assessores traçou a trajetória
histórica da regulamentação dos planos de saúde no Congresso, a qual reproduzimos
aqui (BRASIL, 1997b):
Logo no início da tramitação do projeto [o PL 4.425/94], quando ainda sequer havia sido formulado
Parecer pelo Relator designado na CSSF, a Mesa Diretora deferiu Requerimento interposto pela
Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias - CDCMAM - solicitando que esta
fosse a primeira Comissão de mérito a ser ouvida sobre o PL 4.425/94.
Em outubro de 1995, a CDCMAM aprovou o Parecer com Substitutivo da Relatora, nobre
Deputada Laura Carneiro, sendo então a matéria reencaminhada à CSSF.
Ocorre que esta Comissão, em resposta à grande repercussão que o tema havia adquirido em
toda a sociedade instituíra, no primeiro semestre de 1995, Subcomissão Especial para tratar da
regulamentação dos planos e seguros de saúde, conforme previsto no inciso II, do art. 29, do
Regimento Interno.
Ao chegar à CSSF, foi designado como Relator o ilustre DEPUTADO IBERÊ FERREIRA (*), que
havia ocupado o mesmo cargo na aludida Subcomissão. Como o resultado daquele grupo foi
justamente a formulação de um Substitutivo a ser oferecido à Comissão como sugestão, o Relator
houve por bem adotá-lo em seu Parecer que, em 20 dias, foi apreciado e aprovado na última
sessão do ano de 1995, em reunião bastante tumultuada.
O Projeto foi, então, encaminhado à CFT e recebeu Parecer por parte do preclaro DEPUTADO
JOSÉ FORTUNATI pela não implicação da matéria com gastos e receitas orçamentárias públicas
e, no mérito, pela aprovação com Substitutivo. A matéria encontrava-se apta a ser apreciada pelo
Plenário daquele órgão técnico, quando, novamente, a Mesa Diretora deferiu ofício da Comissão
de Economia, Indústria e Comércio - CEIC - para que fosse ouvida, quanto ao mérito, previamente
à CFT.
(*) O Substitutivo do deputado Iberê Ferreira foi duramente criticado por diversas entidades, entre elas o IDEC (Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor) que lançou um documento na X Conferência Nacional de Saúde denunciando que as propostas em
tramitação no Congresso atendiam claramente aos propósitos das empresas de seguro-saúde (CFM/IDEC, 1996).
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Em virtude do acolhimento desse ofício, o então Presidente da Câmara, ínclito DEPUTADO LUÍS
EDUARDO MAGALHÃES, houve por bem rever o despacho inicial e, em conseqüência do que
determina o art. 34, II, do Regimento, constituir a Comissão Especial integrada por membros da
CDCMAM, CSSF, CEIC, CFT e CCJR. De fato, o citado dispositivo regimental prevê a formação
de tais órgãos quando a proposição versar sobre "matéria de competência de mais de três
Comissões", no que tange ao mérito.
Em virtude dessa tramitação atípica surgiram dúvidas no que concerne à validade dos Pareceres,
e respectivos Substitutivos, já aprovados nas CDCMAM e CSSF. O entendimento que encontra
guarida nas normas regimentais da Casa é o de que, ao rever seu despacho inicial, o Exmo.
Presidente da Casa tornou inválida toda a tramitação ocorrida até então, e, igualmente, inválidos
os Pareceres e Substitutivos aprovados. O Relator do Projeto na Comissão Especial poderia,
assim, a seu único e exclusivo critério, tomar tais manifestações anteriores como subsídios ao seu
trabalho que, registre-se, deverá manifestar-se quanto à admissibilidade e quanto ao mérito da
matéria em tela.
Do mesmo modo, isto é, a seu critério, poderia aceitar manifestações ou sugestões de seus Pares,
tendo em vista que não seria aberto prazo para apresentação de Emendas. A proposição foi
aprovada em Plenário na Casa iniciadora e, aqui, na Casa revisora, deve, obrigatoriamente, ir a
Plenário, não havendo poder terminativo na Comissão (RI, art. 24, II, "f"). Sendo assim, só são
admitidas Emendas de Plenário, por força do disposto nos arts. 119 e 120 do Regimento Interno.
Quanto ao prazo para o exame da proposição, como não se trata de matéria em regime de
urgência ou prioridade, vale o disposto no inciso III, do art. 52, do Regimento: quarenta sessões, a
contar da data de instalação da Comissão Especial, prazo de há muito expirado.
Ademais, confirmando a grande importância que o tema relativo aos "planos e seguros de saúde"
adquiriu, 8 Projetos de Lei encontravam-se tramitando na Câmara quando dos inícios dos
trabalhos da Comissão Especial, abordando assuntos correlatos, sendo, desse modo, também
apensados ao PL 4.425/94:
• Projeto de Lei N0 1.289, de 1995, do SENADO FEDERAL, que "torna obrigatório o
ressarcimento ao Sistema Único de Saúde pelo atendimento realizado a segurados de
empresas privadas de serviços de saúde";
• Projeto de Lei N0 4.214, de 1993, do DEPUTADO ELIAS MURAD, apensado ao PL 1.289/95,
que "dispõe sobre o reembolso, ao Sistema Único de Saúde, de despesas referentes à
assistência médico-hospitalar prestada a indivíduo contratante de seguro-saúde";
• Projeto de Lei N0 237, de 1995 , do Deputado ARLINDO CHINAGLIA, apensado ao PL
1.289/95, que "dispõe sobre o reembolso, ao Poder Público, de valores correspondentes a
seguro-saúde e outras modalidades de medicina de grupo referentes a beneficiários atendidos,
gratuitamente, na rede pública e no setor conveniado e contratado";
• Projeto de Lei N0 852, de 1995, do DEPUTADO CARLOS MOSCONI, apensado ao PL
1.289/95, que "dispõe sobre a cobrança, pelos hospitais públicos do Sistema Único de Saúde,
das despesas relativas a serviços prestados a pacientes cobertos por planos ou seguros de
saúde";
• Projeto de Lei N0 1.405, de 1996, do DEPUTADO LEONEL PAVAN, que "torna obrigatório o
atendimento odontológico pelos planos de saúde privados aos seus associados";
• Projeto de Lei N0 1.930, de 1996, do DEPUTADO IBERÊ FERREIRA, que "altera dispositivo da
Lei N0 8.080, de 19 de setembro de 1990";
• Projeto de Lei N0 1.975, de 1996 , do PODER EXECUTIVO, que "dispõe sobre o
ressarcimento, ao Sistema Único de Saúde, das despesas referentes a atendimentos de saúde
prestados a beneficiários de seguro-saúde ou de plano de saúde".
Angelo Giuseppe Roncalli – Os planos e seguros privados de saúde no Brasil... Pág 16
Mesmo durante a vigência dos trabalhos da Comissão Especial novas proposições versando sobre
o tema foram apresentadas e, conseqüentemente, apensadas ao PL 4.425/95:
• Projeto de Lei N0 2.842, de 1997, do DEPUTADO ALBERTO GOLDMAN, que "dispõe sobre a
obrigatoriedade das empresas privadas que atuem sob a forma de prestação direta ou
intermediação de serviços médico-hospitalares a garantirem atendimento a todas as
enfermidades relacionadas no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de
Saúde";
• Projeto de Lei N0 2.870, de 1997, do DEPUTADO CLÁUDIO CHAVES, que "obriga as
operadoras de planos e seguros privados de saúde a transferirem recursos ao Sistema Único
de Saúde - SUS, para atendimento de seus usuários";
• Projeto de Lei N0 2.419, de 1996, do DEPUTADO SILAS BRASILEIRO, que "dispõe sobre a
impressão dos contratos de convênios para tratamento de saúde e outros";
• Projeto de Lei N0 3.079, de 1997, do DEPUTADO ANTÔNIO BALHMANN, que "dispõe sobre o
atendimento dos planos de saúde e dá outras providências".
Continuação...
Como é Como fica Comentário
Desempregado O desempregado perde o direito ao O desempregado terá direito a permanecer Para se manter no plano, o desempregado terá de
plano coletivo no momento em que no plano de saúde coletivo por um prazo de pagar a mensalidade integral - a sua e mais a que a
se desvincula da empresa seis meses a dois anos, dependendo do empresa pagava
tempo que trabalhou na empresa
Cada plano estabelece o limite de Os novos planos não poderão estabelecer Os planos ambulatoriais não cobrirão UTI nem
Tempo de internação no hospital e o tempo de limite de tempo no hospital ou UTI. O hospital. Essa cobertura só existirá no caso dos
hospital e UTI UTI que quiser. Há casos de planos paciente passa a ter direito a ficar pelo tempo planos de referência, os mais caros, e o plano
de que cobrem apenas um dia de que for necessário hospitalar. No caso do plano hospitalar, o paciente
hospital por ano fica o tempo que for necessário no hospital, mas não
terá direito a procedimento obstétrico ou de alta
complexidade
Os planos estabelecem qualquer Os planos não podem exigir carência superior Os novos prazos de carência valem para qualquer
Carências prazo de carência. No caso de a seis meses, à exceção dos casos de parto, tipo de plano - referência, hospital, ambulatorial.
hospitalização, ela varia de dez em que a carência máxima será de dez Embora ninguém goste da tal carência, a lei coloca a
meses a um ano. Para parto, vai de meses. Para os casos de emergência, a lei questão num patamar civilizado
doze a dezoito meses. O problema é proíbe carência superior a três dias
que quem está na carência pode não
ter direito nem mesmo a
atendimento de emergência
Na renovação do contrato, o plano A lei obriga a renovação automática do Todos os contratos serão fiscalizados pela
Contrato pode expurgar o cliente que quiser. contrato por tempo indeterminado e impede a Superintendência de Seguros Privados, a SUSEP,
Hoje os contratos têm letras quase empresa de excluir clientes idosos ou que órgão do Ministério da Fazenda. Teme-se que a
ilegíveis e é comum o consumidor tenham usado muito os serviços de saúde. SUSEP se preocupe apenas com o aspecto
não saber exatamente o que está Obriga os clientes a rubricar item por item do financeiro, e não com a qualidade do serviço
assinando contrato. No caso de inadimplência, a recisão
pode ocorrer depois de dois meses de atraso
Fonte: Revista Veja, 22 de outubro de 1997
Aplaudido por alguns, duramente criticado por outros, há um consenso, no entanto, que o
projeto de regulamentação era necessário. O presidente do Conselho Federal de Medicina
considerou o projeto “um desastre”, enquanto o Presidente da ABRAMGE diz que “o projeto
é uma boa novidade para o consumidor” e o Presidente da FENASEG afirma que “o País
ganhou” (BRASIL & SANTA CRUZ, 1997). Não é coincidência a divergência de opiniões.
De fato, o projeto foi um grande negócio para as administradoras, pois não mexeu nas
questões mais polêmicas e que iriam, sem dúvida, mexer mais profudamente na lógica de
assistência das empresas. As carências, apesar de reguladas continuam e a questão da
cobertura a todas as doenças previstas no Código Internacional de Doenças, uma das
principais reivindicações, não é prevista, e a exclusão é camuflada pela obrigatoriedade da
oferta de planos com cobertura diferenciada.
Uma outra questão quem nem sequer foi tocada pelo projeto é a questão do ressarcimento,
ao SUS, de procedimentos realizados em usuários dos planos de saúde. Como se sabe, os
procedimentos de maior complexidade não são cobertos pelos planos e, mesmo
procedimentos de menor complexidade acabam sendo prestados pelo Sistema Público em
pacientes que possuem planos de saúde. Entendendo o Sistema Único de Saúde como um
prestador de serviços de saúde, este sistema deveria ser ressarcido de suas despesas com
estes pacientes. Estima-se que este seja um montante considerável, apesar de não se dispor
de dados concretos.
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