Professional Documents
Culture Documents
Bauru
2003
2
Bauru
2003
3
Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
momentos mais difíceis desse trabalho; à prof.a Marizilda, pelo árduo trabalho
RESUMO
SANTOS, Claudemilson dos. The design in micro and small business on Bauru
region: the approach of the project by drawing. 2003. 112f. Dissertação (Mestrado
em Desenho Industrial). Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, UNESP,
Bauru, 2003.
Orientadora: Prof.a Dr.a Marizilda dos Santos Menezes
ABSTRACT
The small business (MPE), plays a fundamental part of the country economy,
consequently, the increase of it competitively can bring direct benefits of the
collectivity. Upon the way of achieve that increase, is through constantly
development of new products. It’s request a suitable method of the MPE's
reality. The process called Strategic Design, consist in accept a project
development method in the company strategic plane. Thus, for reach this goal,
were realized studies involving historical point of view of graphic representation
in project development; the general feature and actual context of the small
business; finally, the methodological features of the project development, to
intend adapt for MPE's reality. The study of this business kind, enabled the
observation of it’s main feature, positive or negative, that realized on
investigation from two companies, placed in Bauru – SP region. As final result,
had got a project method, as well the general conditions considered suitable for
Strategic and work Design establishing on those business. It can to extend the
results to companies with same aspects at the companies approached, and yet for
project teaching on the Design courses.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS 4
RESUMO 5
ABSTRACT 6
LISTA DE FIGURAS 7
LISTA DE TABELAS 8
1. INTRODUÇÃO 11
1.1. Campo temático 11
1.2. Objetivos 12
1.3. Delimitação do objeto 13
1.4. Problemática 13
1.5. Justificativa 15
1.6. Hipóteses 16
1.7. Metodologia 16
5. ESTUDO DE CASO 79
5.1. Perfil das empresas 80
11
6. CONCLUSÃO 102
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 104
Apêndice A 110
12
1. Introdução
1.2. Objetivos
Esta dissertação tem como objetivos gerais, estabelecer uma base conceitual
para justificar a implantação do Design Estratégico nas MPE's, bem como caracterizar
o processo de desenho vinculado à metodologia de projeto em todas as suas etapas.
Mais especificamente, pretende-se estabelecer princípios metodológicos que
14
1.4. Problemática
Ao mesmo tempo em que a presença maciça de MPE's na economia local pode
representar força, analisando-se particularmente cada caso, nota-se a fragilidade destas
empresas. Pesquisas recentes demonstram existir elevada taxa de falência desse tipo de
empresa, durante o primeiro ano de atuação. Porém, as causas dessas falências nos
primeiros anos de funcionamento são, em sua maioria, financeiras. Num período
15
1.5. Justificativa
A execução dessa pesquisa justifica-se pela importância das MPE's para a
economia local, regional e nacional devido à sua presença majoritária em diversos
setores. O papel das MPE's é de extremo significado na economia mundial, conforme
o quadro a seguir, que mostra a participação das pequenas empresas na economia de
alguns países desenvolvidos em comparação com o Brasil, embora os critérios que
classificam as MPE's variem de um país para outro:
1.6. Hipóteses
Uma das principais bases para a atividade projetual em todas as etapas
metodológicas, ão as técnicas de desenho. Pelas características das MPE's, o desenho
também é o processo mais adequado à sua estrutura e capacidade de desenvolvimento,
por ser capaz de produzir resultados com a máxima eficiência a um custo acessível,
desde que implantado de forma consciente, amparado por um diagnóstico
particularizado das reais limitações e possíveis aspectos favoráveis à implantação da
estratégia do design.
1.7. Metodologia
O desenvolvimento da pesquisa se dará em três etapas distintas. A primeira
consiste numa fundamentação teórica promovida pelo resgate das bases históricas e
conceituais do processo de desenho e representação gráfica e da metodologia de
projeto. Num segundo momento, serão estabelecidos os meios de se efetivar a
aplicação dos conceitos teóricos apontados anteriormente e análise das implicações
práticas perante a compreensão da realidade das Micro e Pequenas Empresas. Por
último, será realizada uma avaliação das condições para adoção de uma estratégia
voltada ao desenvolvimento de novos produtos, em duas empresas de pequeno porte
visando a possibilidade de implementação experimental de tal estratégia.
18
1
CAD – Computer Aided Design (Projeto Auxiliado por Computador)
19
Figura 1. Estátua do Rei Gudea de Lagash e detalhe do desenho sobre suas pernas
Fonte: BARRIS (s/d).
Pode-se supor que era prática comum a elaboração de desenhos pelos arquitetos
daquela época, pois neste período realizaram-se grandes obras arquitetônicas e os
princípios da geometria, que eram conhecidos também pelos egípcios, ainda que de
forma empírica, estão implícitos nestas obras. Mais tarde, os conhecimentos da
geometria foram transferidos aos gregos que enfim, realizaram a sistematização deste
conhecimento, culminando na obra “Os Elementos” de Euclides (300 a.C.).
Na antiga Grécia havia forte desenvolvimento científico, o que pode explicar as
grandiosas obras arquitetônicas, dos templos às fortificações. Fica difícil acreditar,
assim como nos templos egípcios, que elas foram realizadas sem qualquer estudo
prévio através de desenhos e maquetes, embora não tenham sido encontrados até hoje,
20
qualquer vestígio de tais desenhos. Zocco (2001) atribui este fato à aversão pelas
“ciências aplicadas” daquele período clássico. Arquimedes, considerado o pai da
mecânica, e seus seguidores, sofriam um terrível preconceito por pregarem que a
ciência não é um fim em si mesma e deveria ser aplicada para a satisfação das
necessidades humanas. Plutarco chegou a considerá-los “culpados por converter a
magnífica e imaterial ciência da geometria no mundo corrupto do trabalho
mecânico”. Mesmo discriminado, Arquimedes desenvolveu mais de quarenta
inventos, considerados revolucionários para a época, como a roda dentada e a rosca
sem fim.
Mesmo sem registros, o conhecimento técnico dos gregos teve continuidade
com os romanos. O arquiteto romano Vitruvius (~27 a.C.), descreveu em sua obra “De
Architetura” alguns capítulos sobre materiais, geometria euclidiana, estilos
arquitetônicos e astronomia, constituindo a base de toda a tecnologia romana (Figura
2). Outro conhecimento dos gregos negligenciado, é a representação em perspectiva.
Não é possível afirmar que eles já conheciam os princípios teóricos da perspectiva
exata, pois se conhecem apenas os tratados de Apolônio (240 a.C.) sobre seções
cônicas, sem relação aparente sobre a prática do traçado em perspectiva. Porém,
Vitruvius descreve o amplo uso de perspectivas nos cenários dos teatros gregos e nos
afrescos de Pompéia, sem no entanto relatar o processo de traçado utilizado.
Do período do império romano pode-se destacar incríveis avanços na técnica de
construção de aquedutos, estradas e obras arquitetônicas colossais, podendo se supor o
amplo uso do desenho. Em 97 d.C., Sextus Julius Frontinus descreve na sua obra “De
Aquarum urbis Romae” todo o sistema hidráulico de Roma. Naquela época, existiam
591 fontes públicas em Roma. (Netto, 1984).
21
indivíduo das rígidas normas sociais e espirituais, mas também pela mudança do
ambiente de ensino-aprendizado, que passou gradualmente das oficinas para as
academias, fundadas especialmente para esta finalidade, por volta do século XIV.
(WICK, 1989).
2.3. O Renascimento
A partir de 1400, floresceram por toda a Europa inúmeros livros e tratados a
respeito de Arquitetura e Mecânica. A maioria tratava de máquinas de guerra; alguns
eram repletos de desenhos e ilustrações, mas certos autores também se interessavam
por máquinas de uso civil.
Em “Tratado della pintura” de 1436, Leon Baptista Alberti descreve os sistemas
de representação com sólida base científica, apoiado pelas descobertas do importante
engenheiro e arquiteto Fillipo Brunelleschi (1377-1440) a quem é atribuída a
descoberta da convergência das linhas paralelas para um ponto de fuga, nos desenhos
em perspectiva. Brunelleschi também utilizava desenhos claros e precisos em projeção
ortogonal, para a execução das suas obras. Alberti e seu sucessor, Piero della
Francesca (1420-1492) foram responsáveis pela formulação da técnica da perspectiva
que dominou a pintura até o século XX. (SILVA, 2001).
Os desenhos de Brunelleschi demonstravam apurada técnica e beleza, refletindo
um pensamento comum na época, que segundo Silva (2001), as representações se
organizavam em dois sentidos:
Projetiva. A importância da Geometria Descritiva pode ser ilustrada pelo fato de que
Napoleão a considerava segredo de Estado, sendo difundida por espiões e desertores.
2
Da obra original de Monge, em Francês: "Tirer le nation française de la dépendence ou ele a été jusqu'a
presént L'industrie étrangère".
29
antecipação do seu funcionamento. A execução poderia ser feita por qualquer operário
em qualquer local, porém, a interpretação dos desenhos em projeções ortogonais
necessitava de treino além de não ser muito fácil e intuitiva.
Esta arte tem dois objetivos principais. ... O primeiro é representar com
exatidão os desenhos sobre duas dimensões os objetos que possuem três, e
que são suscetíveis de uma determinação rigorosa. ...A partir deste ponto de
vista é uma língua necessária desde ao homem genioso que concebe um
projeto, aos que devem dirigir sua execução, e enfim aos artesãos que por si
mesmos devem executar suas partes diferentes. ...O segundo objetivo da
geometria descritiva é deduzir a descrição exata dos corpos tanto quanto se
refere às suas formas quanto às suas posições respectivas. Neste sentido é
um meio de investigar a verdade (Gaspard Monge).
Em 1839, Joseph Whitworth criou uma rosca para parafuso padronizada, tendo
em vista a disseminação da tecnologia por toda a Europa e alguns países da América.
Deu início então a um processo de padronização dos elementos de máquinas através
de normas e convenções que visavam facilitar a fabricação e baratear os custos de
produção. As técnicas construtivas relacionadas ao uso do ferro traziam em si a
necessidade de uma representação precisa das dimensões e formatos dos objetos, tanto
arquitetônicos como de uso cotidiano.
Com o surgimento das normas, tanto para execução dos desenhos como para a
fabricação das máquinas, estes passaram a ser entendidos em qualquer parte do mundo
e em qualquer idioma. A partir de então, os Desenhos Técnicos começam a perder a
quantidade excessiva de adornos (Figura 8), comuns até meados do século XIX, para
se tornarem mais codificados, limpos e práticos (Figura 9).
Figura 8. Desenhos Técnicos do início do século XVIII. Observa-se a aplicação excessiva de adornos,
sombreamento e caligrafia manuscrita.
33
ferramenta também torna o processo de construção geométrica das formas muito mais
fácil, acelera o ciclo de projeto, uma vez que unifica o processo de projeto, aumenta a
precisão dos desenhos e facilita a transmissão de informações entre os diversos setores
envolvidos no projeto, entre outros fatores.
2.7. Conceituações
As transformações no pensamento, iniciadas no século XVIII, pela transição de
um meio natural para um meio técnico, podem ser analisadas do ponto de vista do
desenho, como a passagem da representação natural do espaço - através da perspectiva
- para a representação através de projeções ortogonais, o que leva o observador ao
infinito. Isto implica em transformações do ponto de vista filosófico, pois se retira do
desenho a posição privilegiada do observador e o lança num espaço irracional, num
ponto impróprio ao desenho.
A desumanização do trabalho através da organização racional do trabalho, da
disponibilidade de energia, da mecanização da produção - resultado da Revolução
Industrial - levou a reflexos no processo de projeto, evidenciando a importância crucial
do desenho. Conseqüentemente, um produto não é mais apenas um exemplar e sim,
um conceito expresso por um projeto; é ele que determina sua qualidade e o torna um
produto, portanto o objeto é resultado do seu meio, seja natural ou técnico, fruto de
quem o produziu.
O Desenho contribuiu para o progresso da técnica e consequentemente para a
evolução dos objetos à medida em que se tornou ciência através da formulação da
Geometria Descritiva. O raciocínio projetual suportado pelo desenho conduz à
conclusão de que o avanço da técnica foi amparado pelo avanço do desenho como
ciência.
Nos dias atuais, as transformações ocorridas em função da revolução digital,
alteraram os meios de produção de novos produtos, desde o projeto até a produção. O
desenho, que desempenhou um papel fundamental durante a Revolução Industrial até
os dias atuais, também vem sofrendo transformações radicais, porém, sua importância
no processo de desenvolvimento e fabricação de produtos ainda é de extrema
importância, pois cumpre a função de documentação, comunicação e o mais
36
Essa base de dados não possui classificações pormenorizadas das MPE's, por
não existir um critério mensurável que determine, por exemplo, o nível de
desenvolvimento tecnológico, imprescindível para este estudo. A diferenciação das
empresas espontâneas ou artesanais, das tecnológicas, é possível obter-se de forma
aproximada pela análise das práticas de gestão e estratégias adotadas por estas e pelas
áreas de atuação.
40
Empregados
Porte
Comércio e Serviços Indústria
Microempresa até 09 empregados até 19 empregados
Empresa de Pequeno Porte de 10 a 49 empregados de 20 a 99 empregados
Empresa de Médio Porte de 50 a 99 empregados de 100 a 499 empregados
Empresa de Grande Porte mais de 99 empregados mais de 499 empregados
Fonte: SEBRAE (classificação utilizada pela área de Pesquisas do SEBRAE)
melhor expressa a presença das MPE's), verifica-se que a ordem dos setores se altera
substancialmente (Tabela 4). O Comércio responde por 36,6% dos estabelecimentos
formais existentes no Estado de São Paulo, os Serviços por 32,8% e a Indústria por
18,4%. Assim, apesar da maior importância da indústria para a economia do Estado
em relação à geração de empregos, são nos setores Comércio e Serviços onde estão
localizadas a maior parte dos estabelecimentos das MPE's (Tabela 5).
Segmentos Empregos
Segmentos Estabelecimentos
Embora a maior parte dos empregados formais no Estado de São Paulo esteja
alocada na Indústria, são nos setores do Comércio e Serviços que está o maior número
de MPE's. Em conjunto, os setores de Comércio e Serviços respondem por quase 70%
do total de estabelecimentos formais existentes no Estado de São Paulo. Embora o
foco deste trabalho esteja nas MPE's industriais, vale notar que nestes setores, o
Design também se mostra estratégico, uma vez que pode ser responsável pela
configuração da comunicação visual com o cliente, fornecedores e comunidade em
geral.
43
Assim, nem sempre os setores em que existe uma presença significativa de MPE's
são os que determinam o perfil econômico das regiões analisadas na pesquisa do
SEBRAE. Em algumas regiões o que determina o perfil econômico regional são as
grandes e médias empresas.
Na pesquisa desenvolvida pelo SEBRAE, pode-se verificar pelo menos três
padrões diferentes em termos de perfil econômico regional. Um primeiro padrão
aparece nas Regiões de Governo de São Paulo e de Campinas, maiores mercados
consumidores do Estado e tem as seguintes características principais:
a- grande aglomeração de empresas.
b- estrutura produtiva completa e variada.
c- presença de grandes empresas na indústria (em especial nos setores
automobilístico, químico e de máquinas e equipamentos).
d- presença das MPE's nas indústrias da construção civil, têxtil, vestuário e
metalurgia (não-equipamentos).
e- presença das MPE's é forte também no comércio varejista e nas diversas
atividades de apoio do setor de Serviços.
O segundo padrão observado, em que Bauru está enquadrado, diz respeito às
regiões onde há a presença das MPE's nos setores que caracterizam a especialização
regional. Também atuam no comércio varejista e em diversas atividades de apoio do
setor Serviços e apresentam as seguintes características:
a- nível menor de aglomeração de empresas,
b- vocações econômicas muito fortes em setores específicos, em torno dos quais
giram boa parte das atividades dessas regiões.
Fazem parte deste grupo as seguintes regiões:
- Franca e Araçatuba (com especialização na indústria do couro),
- Araraquara, Barretos e São João da Boa Vista (agropecuária),
- São José dos Campos (automobilística, material eletrônico e transportes),
- Votuporanga (indústria de móveis),
- Ourinhos, Ribeirão Preto e Bauru (cultura de cana e indústria de alimentos e
bebidas),
- Marília (cultura do café e indústria de alimentos e bebidas),
44
Empregados Estabelecimentos
4 5
Principais divisões CNAE % na RG QL Principais divisões CNAE % na RG QL6
1 ind. alim. beb. 9,8 2,3 1 Ind. const. civil 4,6 1,2
2 ind. const. civil 4,2 0,8 2 Ind. alim. beb. 1,9 1,3
3 eletr. gás água 2,1 2,9 3 Ind. móveis 1,1 1,0
4 ind. máq. equip. 1,6 0,6 4 Ind. vestuário 1,1 0,5
(II) Total Indústria 31,0 0,8 (II’) Total Indústria 16,1 0,9
COMÉRCIO
Empregados Estabelecimentos
Principais classes CNAE % na RG QL Principais classes CNAE % na RG QL
1 supermercados 2,2 1,5 1 Var. diversos 6,6 1,4
2 var. vestuário 1,5 1,3 2 Var. vestuário 4,4 1,1
3 var. diversos 1,5 1,1 3 Var. mat. constr. 3,9 1,4
4 atac. art. escrit. 1,5 10,0 4 Prod. farma/perfum. 2,9 1,2
(III) Total Comércio 18,3 1,1 (III’) Total Comércio 42,9 1,2
7
SERVIÇOS
Empregados Estabelecimentos
Principais divisões CNAE % na RG QL Principais divisões CNAE % na RG QL
1 transp. Terrestre 8,6 1,8 1 Saúde/serv. sociais 5,0 1,2
2 serv. Prest às empr. 6,4 0,7 2 Aloj./alimentação 4,4 0,8
3 saúde/serv. sociais 4,0 1,0 3 Serv. prest às empr. 4,4 0,7
4 interm. financeira 3,6 1,1 4 Transp. terrestre 2,5 1,1
(IV) Total Serviços 30,9 0,9 (IV’) Total Serviços 27,4 0,8
(V) Ignorados 4,8 - (V’) Ignorados 2,8 -
Total Geral 100,0 - Total Geral 100,0 -
Fonte: SEBRAE, 1998 – elaborado à partir da RAIS/94 – Ministério do Trabalho.
3
Municípios da RG de Bauru: Agudos, Arealva, Avaí, Balbinos, Bauru, Borebi, Cabrália Paulista, Duartina,
Iacanga, Lençóis Paulista, Lucianópolis, Macatuba, Pederneiras, Pirajuí, Piratininga, Presidente Alves,
Reginópolis e Ubirajara.
4
CNAE: Classificação Nacional das Atividades Econômicas
5
Quociente de Localização de Empregados = (% empregados no setor na RG ÷ % empregados do setor no
Estado de SP). Ver apêndice 1.
6
Quociente de Localização de Estabelecimentos = (% estabelecimentos no setor na RG ÷ % estabelecimentos do
setor no Estado de SP).
7
Exclusive serviços de administração pública
46
70
60
50
40
Micro
30 Pequenas
20
10
0
a b c d e f g h i j k l
70
60
50
Micro
40
Pequenas
30
Médias
20 Grandes
10
0
a b c d e f g h i j l m n o p q
Legenda:
a. Gestão da qualidade total; b. Controle estatístico de processo; c. ISO 9000; d. Multifuncionalidade; e.
Redução do "Lead time"; f. Terceirização; g. Manufatura assistida por computador – CAM; h. Projeto assistido
por computador – CAD; i. Sistema ABC de custeio (custo baseado em atividade); j. Uso de mini-fábricas /
rearranjo em células; l. Engenharia simultânea; m. Reengenharia; n. Uso de "Benchmarking"; o. Programas de
P&D; p. Programa de gestão ambiental; q. Planejamento estratégico
dados indicam também que, após o primeiro ano de atividade, as chances de a empresa
fechar são menores.
Em outra pesquisa mais recente, verificou-se que cerca de 71% das empresas
encerram suas atividades antes de concluírem o quinto ano de atividade. Projetando os
índices de mortalidade obtidos sobre a série histórica do número de empresas abertas
na Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP), chegou-se a uma estimativa de
1 milhão de empresas fechadas, entre 1990 e 2000, contra um total de 1,5 milhão de
registros de novas empresas no mesmo período.
As empresas do comércio são as que apresentam maior taxa de mortalidade,
cerca de 39% fecham antes de completar seu primeiro ano de atividade. Na indústria, a
mortalidade no primeiro ano de atividade atinge 32% das empresas. São números
bastante significativos, porém o impacto na sociedade sobre o fechamento de uma
MPE geralmente se limita apenas à sua região de atuação. Por outro lado, quando
ocorre o fechamento de uma grande empresa, o impacto pode ser de nível nacional ou
até mundial. Assim, nas economias baseadas em MPE's, as conseqüências são mais
facilmente diluídas, bem como outros tipos de danos sociais. Os principais fatores que
afetam a mortalidade são:
a) o tempo e a qualidade do planejamento feito antes da abertura,
b) a dedicação à empresa no primeiro ano do negócio,
c) A gestão do negócio (em especial a administração do fluxo de caixa),
d) a adaptação do produto/serviço às necessidades do mercado consumidor, e
e) a conjuntura econômica. (SEBRAE-SP, 2001).
Portanto, não investir em aperfeiçoamento de produto aparece como um dos
fatores que em combinação com outros, podem determinar a falência da empresa. Esse
fato pode ser parcialmente explicado pela falta de investimento em Design ou pela sua
ausência no planejamento estratégico da empresa.
Muitas empresas começam suas atividades baseadas no lançamento de um
produto específico no mercado, porém sem considerar que todo produto possui um
ciclo de vida limitado. Ao se encerrar o ciclo de vida do produto, caso não haja um
aperfeiçoamento que prolongue sua permanência no mercado ou exista um novo
produto à ser lançado, a empresa encerra também suas atividades.
51
Peter Drucker (1997, pg. 214) coloca a análise do ciclo de vida de um produto
como diretriz essencial na administração empreendedora, ao se estabelecer o “raio X”
da necessidade de inovação da empresa. Portanto, incorporar o Design como fator
principal na gestão de produtos pode tornar as empresas mais competitivas e capacitá-
las a permanecer atuantes por mais tempo.
como estratégia:
a) Descapitalização: a falta de capital não permite que se invista em empreendimentos
com retorno a médio e longo prazo. Nem sempre o design fornece retorno em curto
prazo, mas mesmo que seja possível realizar este retorno, ainda não existe
confiabilidade por parte de alguns empresários, suficiente para decidir investir.
b) Carência de tecnologia no parque industrial e escassez de recursos para
readaptação: esta carência não deve ser barreira aos investimentos em Design, pois
nos projetos sempre se leva em conta a tecnologia disponível no parque industrial.
Nesse sentido, geralmente se aproveita melhor a tecnologia disponível e quando é
necessário adquirir tecnologia, se faz de modo equacionado pelo Design. Entretanto,
essa carência pode também ser minimizada pela parceria entre empresas e
Universidades, mais fácil de ser realizada em MPE's.
c) Despreparo gerencial de boa parte dos empresários para enfrentar a
concorrência internacional: as empresas estrangeiras de um modo geral, possuem
estratégias competitivas desconhecidas por boa parte dos pequenos empresários. No
início dos anos noventa, quando o mercado brasileiro se abriu para diversos produtos
importados, mesmo as grandes empresas se mostraram despreparadas para enfrentar
este tipo de concorrência.
d) Falta de conhecimento, em muitos segmentos, dos custos reais de seus produtos
industrializados: a indefinição dos custos reais dos seus produtos impossibilita a
comparação ou previsão com produtos novos, dificultando a tomada de decisões
estratégicas.
e) Aspectos macroeconômicos desfavoráveis: as MPE's são mais susceptíveis às
variações da economia. Em períodos de instabilidade econômica e política, este tipo de
empresa pode não ter fôlego para absorver as variações bruscas da economia.
f) Alta taxa de falência: são diversos fatores que levam à falência de uma MPE's,
melhor descrito anteriormente. A falta de desenvolvimento de novos produtos é um
dos fatores determinantes.
g) São pouco competitivas: geralmente as MPE's caracterizam-se como empresas
seguidoras das tendências de um modo geral. Uma maneira de tornar-se competitiva é
adotar uma estratégia de produção sistemática de inovação, já que sua estrutura
53
favorece esta estratégia em muitos aspectos, que serão tratados mais à frente.
h) As políticas de treinamento são de um modo geral, ineficientes e inadequadas:
de um modo geral, durante a implantação de novos produtos, é importante que todos
os setores envolvidos, desde a produção até a distribuição e vendas, estejam
capacitados a atender novos procedimentos, o que é possível somente através de
treinamento.
i) Falta de orientação para o mercado: geralmente, as competências gerenciais do
pequeno empresário estão apenas no processo produtivo, ou administrativo ou
financeiro. O posicionamento do produto no mercado depende do conhecimento
profundo do consumidor. Em um processo de gestão do produto, o acompanhamento
do mercado e da tecnologia devem ser constantes.
j) Poucos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P & D): o fator de risco
envolvido em desenvolvimento de novos produtos intimida os empresários a investir
em Pesquisa e Desenvolvimento, pois os recursos são escassos. Além disso, o capital
da empresa pode não ser suficiente para absorver os períodos de altos e baixos que a
pesquisa pode apresentar.
l) Ausência de planejamento: uma das principais causas de fracasso de uma MPE é a
ausência de planejamento antes da abertura da empresa ou até durante o seu
funcionamento. As atividades de planejar, executar da melhor forma possível e
verificar o que foi executado, são práticas da qualidade total.
As dificuldades apresentadas acima, interferem na implantação do Design na
estratégia da empresa, entretanto, algumas delas podem ser causadas justamente por
esta ausência, conforme discutido anteriormente, em relação à alta taxa de mortandade
das empresas. O Design pode mudar este quadro, produzindo mudanças em cada setor
da empresa, pois o Design se faz com conhecimento do mercado, da tecnologia,
aspectos ecológicos e econômicos.
Apesar de representar uma situação real, este panorama não pode ser
generalizado. Tais dificuldades não são encontradas em todas as MPE's, podendo
apresentar apenas alguns dos aspectos mencionados acima. Portanto, é necessário que
se realize um diagnóstico preciso, tendo como referência os itens acima, para
54
Entre os aspectos das MPE's que favorecem a introdução do Design como fator
estratégico, são listados abaixo os mais significativos. Esses fatores favorecem o
surgimento de inovações, pois estão relacionados à agilidade na implementação de
decisões, flexibilidade na adaptação às mudanças, orientação para as necessidades dos
clientes, entre outros. São estes os aspectos:
a) Gestão centralizada: favorece a tomada de decisão de forma rápida e
desburocratizada. O controle sobre o encaminhamento de tarefas é mais eficiente,
entre outros aspectos
b) Estrutura leve, sem complexidade: as mudanças são incorporadas mais
facilmente, o que favorece o surgimento de inovações.
c) Estreito contato pessoal entre direção, empregados, fornecedores e
clientes: a comunicação entre os setores envolvidos em um projeto é mais ágil e
horizontal. Existe um número menor de hierarquias.
d) Integração relativamente forte na comunidade à qual pertencem os
proprietários, empregados, fornecedores e clientes: dependendo da abrangência de
mercado da empresa, é possível estabelecer uma orientação precisa para o mercado.
4.1. Projeto
4.1.2. Conceito
É necessário esclarecer o que realmente se quer dizer quando se utiliza a
palavra projeto e design, diferenciando-se do senso comum. Assim como a palavra
design, o termo projeto caiu em uso popular e possui vários significados, conforme o
profissional que o utiliza. Neste trabalho, o termo tem significado muito próximo às
áreas de Engenharia e Arquitetura, que o utilizam como forma de denominar o
trabalho de configurar algo novo, ou estabelecer parâmetros descritivos e construtivos
de objetos, máquinas e equipamentos, ou edificações. Nesse sentido, algumas vezes a
palavra projeto pode significar tanto o trabalho de executá-lo, como o próprio objeto
projetado. Da mesma forma, o termo pode significar tanto o ato de projetar, como a
qualidade do objeto projetado.
A tradução da palavra design no Brasil foi adotada como sendo Desenho
Industrial por não existir nenhum termo apropriado no período de implantação dos
primeiros cursos de Design por volta da década de sessenta. No entanto, a palavra que
mais se corresponde a design em português é o termo projeto. Atualmente, o sentido
da palavra design já foi incorporado na língua portuguesa e não é mais necessário
traduzi-la.
59
4.2.1. Fundamentos
Muitos autores já desenvolveram estudos diversos em Metodologia de Projetos,
gerando uma grande multiplicidade de métodos, técnicas e procedimentos. Os métodos
existentes podem variar quanto ao tipo de projeto, escola de pensamento, contexto
histórico, entre outros fatores. Contudo, todos os métodos consideram procedimentos
baseados em métodos científicos, onde predomina o pensamento racionalista e o
processo de redução da complexidade. Assim, o fio condutor da metodologia clássica é
o pensamento cartesiano .
Alguns esclarecimentos a respeito de terminologia fazem-se necessários, para
garantir a precisão dos estudos posteriores. Pode-se dizer que o conjunto de
procedimentos seqüenciados logicamente, para se atingir objetivos predeterminados
61
Aspectos estratégicos
Inovar: sim ou não
Estratégia de negócios
Todas as oportunidades de inovação possíveis
Melhor oportunidade de negócios
Todos os produtos possíveis Especificação do projeto
Melhor oportunidade de produto
Todos os conceitos possíveis Projeto conceitual
Aspectos operacionais
Melhor conceito
Todas as configurações possíveis Projeto de configuração
Melhor configuração
Todos os detalhes possíveis Projeto detalhado
Protótipo
Novo produto Projeto para fabricação
Figura 10. Funil de Decisões
Fonte: Adaptado de Baxter (1998)
O fato de possuir-se boas imagens não garante que a informação principal que
se deseja obter, tenha sido registrada em tais imagens. Mesmo que a informação esteja
presente, é necessário purificá-la, ou seja, resumir a informação ao essencial, sem
desprezar nenhum detalhe e sem sobrecarregá-la de informações desnecessárias e
“ruidosas”, pois a fotografia registra todas as imagens do local, sem distinção. O
registro fotográfico pode também apresentar outro tipo de situação, em que para se
obter alguma informação importante é necessário observar pequenos detalhes
simultaneamente em todo o sistema. Portanto, mesmo com um excelente equipamento
fotográfico, ao se registrar o conjunto do objeto estudado, perdem-se os detalhes e ao
se concentrar nos detalhes, perde-se o contexto. Não é possível através de fotografia
ou vídeo, exagerar alguma escala ou distorcer alguma proporção em benefício da
compreensão dos princípios fundamentais do sistema. Porém, tanto a fotografia como
o vídeo podem desempenhar um papel fundamental como complemento de
informações na fase analítica do projeto.
(desenho), por se apresentar como atividade menos trabalhosa e menos onerosa que a
modelagem tridimensional. O tato é mais determinante que a visão, nos sentidos
envolvidos na modelagem tridimensional criativa, mas se considerarmos apenas a
visão neste processo, temos um método semelhante ao desenho, pois a noção de
proporção atribuída à visão é bidimensional – comparamos tamanhos através de eixos
cartesianos bidimensionais. Talvez não enquanto se cria, mas enquanto se avalia,
embora freqüentemente a avaliação e criação possam ser simultâneas.
d) Ferramentas
- Usar ferramentas adequadas para melhorar a eficácia do
desenvolvimento do novo produto. Pode se considerar o desenho como
uma das principais nas MPE's.
Filtro 01 Filtro 02
Revisão do Revisão de
Nível de Integridade Decisão
Lançamento
5. Estudo de caso
Embora as duas empresas pertençam à região de Bauru (ver figura 13), as áreas
de atuação de ambas, divergem das principais áreas desta região, conforme tabela 08
(página 43). Entretanto, a importância do Design para essas empresas é tão
significativa quanto para empresas de outras áreas, independente do seu grau de
concentração regional.
Bauru
Bauru Macatub
a
São Paulo
de escolaridade é mais alto, mesmo nos setores produtivos, portanto existem maiores
chances de envolver estes últimos em atividades de desenvolvimento. Embora esse
fato seja relativo, pois não determina a criatividade ou a capacidade produtiva do
indivíduo; é um fator que deve ser considerado no momento de se planejar as
atividades de projeto, que envolvem questões teóricas de maior complexidade.
60% 54%
50%
40% 35%
29% Empresa A
30% 23%24%
20% 15% 12% Empresa B
8%
10% 0% 0%
0%
1º Grau 2º Grau 3º Grau Técnico Pós-grad.
estratégias aceitas pelas pequenas empresas, essa é uma das que mais se destaca
adotada por 61% das empresas.
- Melhorar a utilização dos insumos: entende-se por insumo, a soma de todos as
despesas (matéria-prima, horas trabalhadas, energia, etc.) que ocorrem na obtenção de
um produto industrializado. Vista como estratégia, a otimização da utilização dos
insumos deve ser planejada principalmente durante o projeto. Ambas as empresas
pesquisadas adotam esta estratégia. Em nível nacional, 49% das pequenas empresas
também afirmam adotar esta estratégia.
- Lançar novos produtos com maior freqüência: nenhuma das duas empresas
pesquisadas adota esta estratégia, embora seja a que mais se aproxima da hipótese de
que o desenvolvimento de novos produtos seja um meio eficaz de aumentar a
competitividade e promover o crescimento da economia. Poucas empresas têm
adotado essa tática, segundo o Sebrae, apenas 19% das pequenas empresas o fazem.
Não é possível afirmar com exatidão os motivos desse baixo índice. Podem ser os altos
custos envolvidos no processo, ou simplesmente o fato das empresas não conhecerem
como proceder para se desenvolver o projeto dos produtos.
- Aumentar o número de linhas de produtos: assim como no tópico anterior, um
número ainda muito baixo de empresas de pequeno porte (12%) costuma aumentar sua
linha de produtos como estratégia empresarial. Apesar disso, a empresa “A” afirma
adotar tal estratégia, ao contrário da empresa “B”, que não o faz.
- Desenvolver o conteúdo tecnológico: é possível desenvolver o conteúdo
tecnológico de um produto, através de parcerias e consultorias, no aperfeiçoamento de
materiais e processos de fabricação, porém, quando se trata de um produto novo, é
durante a fase de projeto que esta estratégia deve se manifestar, a princípio. As duas
empresas afirmam que usam essa estratégia e dominam a tecnologia do processo
produtivo, o que indica uma predisposição em acompanhar as inovações tecnológicas e
incorporá-las ao seu processo na medida do possível. Esse aspecto também favorece
que produtos inovadores sejam mais facilmente aprovados.
Lembrando que o fato de uma empresa não adotar determinada tática, não
significa que ao longo da sua existência não tenha desenvolvido alguma atividade
relacionada às estratégias citadas acima. Ao afirmar que adota alguma das estratégias
92
duas empresas abordadas possui tal certificação, bem como em nível nacional, em que
apenas 10% das pequenas empresas a possuem.
d) Multifuncionalidade: No Brasil, 29% das empresas de pequeno porte adotam
esta prática. Das empresas entrevistadas, apenas a empresa "A" também adota. Essa
característica indica um aspecto positivo quando se trata de desenvolvimento de
produtos, pois pode ser mais fácil formar equipes multifuncionais para trabalhar num
projeto, além de cumprirem outras tarefas. Sendo assim, o repertório mais amplo de
conhecimentos da equipe, favorece o surgimento de inovações, tanto no processo
como no próprio produto.
e) Redução do “Lead-time”: Esta prática está relacionada à agilidade das ações,
em função das decisões tomadas. Em se tratando de projetos, o tempo total entre a
decisão de iniciar o desenvolvimento e o lançamento do produto, é de fundamental
importância para se atingir o resultado esperado, principalmente no contexto atual, em
que ocorrem mudanças bruscas no comportamento do mercado e da tecnologia. A
empresa "B" não possui essa preocupação, devido a sua forma de atuação, que na
maior parte das suas atividades, apenas produz elementos que farão parte do produto
do cliente. Já a empresa "A", afirma realizar esse processo, assim como 29% das
pequenas empresas nacionais.
f) Terceirização: Esta prática implica na diminuição dos custos gerais, em
especial os encargos sociais, bem como um aumento no empenho na execução das
tarefas. A empresa "A" costuma terceirizar, total ou parcialmente, as atividades de
projeto e execução de desenhos, além dos transportes e alguns itens da produção. A
empresa “B”, terceiriza a execução de modelos e moldes, a manutenção e os
transportes. Em escala nacional, 16% das pequenas empresas terceirizam alguma
atividade.
g) Manufatura assistida por computador – CAM: Apenas 11% das pequenas
empresas a adotam. O motivo deste baixo índice pode ser o alto custo deste tipo de
tecnologia torne inviável sua utilização, ou a ocorrência de um tipo de produção que
simplesmente não necessite dessa tecnologia. Aparentemente, esse último é o caso das
duas empresas entrevistadas.
94
h) Projeto assistido por computador – CAD: A empresa "A", por terceirizar este
tipo de atividade, não possui esta ferramenta, assim como a grande maioria das
pequenas empresas, pois apenas 12% delas a possuem. A empresa "B", quando
necessário, executa seus próprios desenhos em CAD.
i) Uso de mini-fábricas / rearranjo em células: Este tipo de organização da
produção, aplicável também em setores administrativos, só é utilizado por 12 % das
pequenas empresas. Nos casos estudados, apenas a empresa "B" utiliza esta prática.
j) Engenharia simultânea: Nenhuma das empresas analisadas adotam essa
prática, assim como a grande maioria das pequenas empresas (apenas 12% praticam
engenharia simultânea). Isso confirma que a estrutura do desenvolvimento de projetos
nessas empresas é linear e as atividades são seqüenciais, executadas em momentos
separados e por indivíduos diferentes.
l) Reengenharia: Se aplicada corretamente, pode contribuir bastante para o
aumento da competitividade da empresas. Essa prática é adotada pela empresa "B",
mas não pela "A". Somente 9% das pequenas empresas empregam os conceitos da
reengenharia. Consiste na implementação de mudanças radicais que, ao redesenhar os
processos de trabalho, visam melhorar, de forma drástica, a eficácia da empresa, em
todos os seus aspectos tais como custos, qualidade, serviço e velocidade. Sua principal
característica é a de se colocar ênfase na satisfação dos clientes.
m) Uso de “Benchmarking”: A observação de práticas de sucesso, já
experimentadas por outras empresas, geralmente concorrentes; e a posterior adaptação
para sua realidade, pode ser considerada uma prática essencial num mercado
competitivo. Apesar disso, apenas 9% das pequenas empresas a executam. Das
empresas consultadas, somente a empresa "B" adota esta prática.
n) Programas de P&D: Os programas de Pesquisa e Desenvolvimento
caracterizam-se pelo desenvolvimento de tecnologia básica. Não é uma prática comum
entre as pequenas empresas, por demandar alto custo e risco, apesar de proporcionar
maiores chances de inovação. Nenhuma das duas empresas abordadas realiza algum
tipo de pesquisa e desenvolvimento e apenas 9% das pequenas empresas brasileiras
afirmam realizar. Uma forma de viabilizar este tipo importante de atividade, pode ser o
estabelecimento de parcerias entre pequenas empresas que se baseiam em tecnologias
semelhantes.
95
Empresa A Empresa B
Tipo de informação
Arquivo Arquivo Arquivo Arquivo
Físico Digital Físico Digital
Data-sheet - -
Memorial descritivo - - - -
Desenho técnico - -
Fotografia - - -
Exemplar de amostra - - -
Matriz, molde, ferramenta - -
6. Conclusão
7. Referências bibliográficas
GIBNEY JR., F and LUSCOMBE, B., The Redesigning of América. Revista Time,
march 20, 2000 Vol.155, n°11
IBGE. Cadastro Central de Empresas 1998; Malha municipal digital do Brasil. Rio
de Janeiro: IBGE, 1999. acessado em:10 de outubro de 2002. disponível em:
<http://www1.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>.
IIDA, I. Evolução das metodologias de projeto. Anais P&D Design 96, 382-388,
1996.
APÊNDICE A
O presente questionário tem por objetivo recolher dados para o
desenvolvimento de dissertação de Mestrado em Desenho Industrial, do
programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da UNESP, campus de Bauru.
Caracterização da empresa
001 Razão social:
002 Endereço:
Telefone:
003 Data de abertura da empresa
004 Ramo de atividade
005 Faturamento bruto anual R$
006 Número de funcionários
Produção Administração Diretoria Total
011 Possui algum tipo de assessoria Sim Não Quais? (descreva abaixo)
Nenhum 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Máximo
016 Estratégias de competitividade que adota
a. Diminuir o preço Sim Não
b. Reduzir o prazo de entrega
c. Elevar a eficiência da assistência técnica
d. Assegurar a conformidade dos produtos às especificações técnicas.
e. Aumentar o atendimento às necessidades dos clientes
f. Melhorar a qualidade dos insumos
g. Lançar novos produtos com maior freqüência
h. Aumentar o número de linhas de produtos
i. Diminuir o número de linhas de produtos
j. Desenvolver o conteúdo tecnológico
k. Atuar no mercado externo
l. Desenvolver instrumentos de propaganda e marketing
017 Utilização de técnicas, métodos e programas de gestão de produtos
a. Gestão da Qualidade Total Sim Não
b. Controle estatístico de processo
c. ISO 9000
d. Multifuncionalidade
e. Redução do "Lead time"
f. Terceirização
g. Manufatura assistida por computador - CAM
h. Projeto assistido por computador - CAD
i. Uso de mini-fábricas / rearranjo em células
j. Engenharia simultânea
l. Reengenharia
m. Uso de "Benchmarking"
n. Programas de P&D
o. Programa de gestão ambiental
p. Planejamento estratégico
Informações sobre o processo de desenvolvimento de produtos
018 Quantidade de projetos iniciados (anual )
019 Quantidade de projetos concluídos (anual )
020 Quantidade de projetos lançados no mercado (anual )
021 Quantidade de projetos que produziram o retorno esperado (anual )
022 Possui departamento próprio de desenvolvimento de projeto? Sim Não
023 Conhece o custo de desenvolvimento de projetos ?
024 Tipos de projetos desenvolvidos
Projeto por evolução (aperfeiçoamento de produtos existentes)
Projeto por inovação (idéias ainda não experimentadas)
Projeto adaptativo (produto existente – utilização nova)
Projeto variante (mesma utilização em categorias diferentes)
Projeto de adequação (adaptação de projeto para processo produtivo disponível)
Outro:
114
025 Setor onde se origina o processo de projeto (pode assinalar mais de um)
Consumidor Setor de produção Setor de administração
Cliente Setor de projeto Diretoria
Fornecedor Setor de marketing ou vendas Outro (descrever abaixo)