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Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:

metodologias de operacionalização (Workshop)

A sessão pensada como workshop tem como objectivos centrais examinar a


operacionalização do modelo de auto-avaliação no que se refere à utilização da
linguagem em contexto de avaliação e de planificação de acções para a melhoria.
Estes aspectos concretizam-se, em particular, na elaboração do relatório final de auto-
avaliação. Esse relatório deve ser escrito de uma forma clara, e para isso considerou-
se importante ter em atenção alguns princípios orientadores para que essa tarefa seja
mais conseguida. Isto significa que o relatório de auto-avaliação deve ser:

• um documento que apresenta de forma perceptível e avaliativa os resultados


da análise realizada.
• um documento que perspectiva de forma objectiva e específica as acções para
a melhoria.

A reflexão aqui desenvolvida baseia-se numa análise dos relatórios finais de auto-
avaliação que foram realizados durante a fase de aplicação experimental do modelo.
Esses relatórios revelaram algumas fragilidades nas dimensões acima referidas, pelo
que se considerou que seria útil uma sessão dedicada em particular a aspectos de
linguagem. Neste sentido, as actividades aqui desenvolvidas são de carácter
eminentemente prático e procuram alertar para situações que deverão ser tidas em
linha de conta na realização dos relatórios finais de auto-avaliação da biblioteca
escolar.

(1) Distinguir descrição de avaliação

Não nos podemos esquecer que estamos perante um processo de avaliação e, por
isso, espera-se que a análise realizada a partir das evidências recolhidas se projecte
em apreciações (avaliações) sobre a realidade analisada. Nas orientações para
aplicação do modelo de auto-avaliação referem-se alguns aspectos relativos à
necessária diferenciação que devemos efectuar entre um enunciado descritivo e um
enunciado avaliativo. A necessidade de distinguir estas duas situações revelou-se no
facto de muitos relatórios se cingirem à apresentação de dados e factos e não de uma
apreciação sobre esses elementos. Para se poder perspectivar com clareza quais são
os pontos fortes e os pontos fracos da realidade analisada é imprescindível lançar um
olhar avaliativo sobre os resultados que possuímos e resultantes da recolha de
evidências. Vejamos o que está mencionado no texto das orientações para a aplicação
do modelo.

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“Os elementos recolhidos (evidências) são sujeitos a uma análise e apreciação, que terá a
ver com a própria natureza dos dados. Os dados estatísticos, por exemplo, serão objecto
de uma análise que vai permitir quantificar certos aspectos relativos quer ao
funcionamento da BE quer à forma como o trabalho é percepcionado e apreciado pelos
utilizadores da biblioteca.
A análise dos dados obtidos deve conduzir à elaboração de avaliações sobre a BE e os
seus serviços em termos de: eficácia, valor, utilidade, impacto, etc.
Neste aspecto, é importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A
avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e
evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências ou implicações de uma
determinada acção ou processo.” (p. 68 do Modelo de auto-avaliação, disponível em
http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf ).

O que é descrição? – Dizer o que acontece, sem apreciações sobre os resultados nem
referência ao valor da acção ou processo em causa.

O que é avaliação? – Fazer uma apreciação baseada na análise de informação


relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências de
uma determinada acção ou processo.

A um bom enunciado avaliativo podemos fazer a pergunta “e depois?” – um bom


enunciado avaliativo explica as consequências ou implicações (que podem ser
negativas ou positivas).

EXEMPLO:
Enunciado descritivo: “Existe protecção de dados e procedimentos de copyright nas
operações através da TIC.”

(Comentário: este enunciado não julga a utilização e a utilidade dos procedimentos,


apenas constata um facto.)

Enunciado avaliativo – “Existem processos claros e actualizados de protecção de


dados e os procedimentos de copyright asseguram que todos os utilizadores cumprem
os requisitos legais.”

(Comentário: este enunciado avalia os processos – são “claros e actuais” – e explica


as consequências dos procedimentos assumidos.)

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Fórum 1

ACTIVIDADE – distinguir descrição de avaliação (a desenvolver em fórum)

1- Dos seguintes enunciados, indicar os que são descritivos e os que são avaliativos.

2- Melhorar os enunciados mais descritivos, transformando-os claramente em


enunciados avaliativos (criação de hipóteses possíveis).

Enunciados:

1- Foi recolhida informação dos departamentos sobre a colecção da BE.

2- A BE promove sistematicamente mecanismos de avaliação cujos resultados são


utilizados na planificação do trabalho.

3- Iniciativa de um projecto (parceria com a Câmara Municipal) de âmbito nacional.

4- Aproximação estimulante às famílias e seu envolvimento no projecto da BE, com o


projecto “Leituras em família”.

5- Horário da BE cobre todo o tempo de abertura da escola.

6- A actualização do material informático não corresponde às necessidades dos


utilizadores (professores, alunos).

7- A BE disponibiliza guiões de pesquisa baseados no modelo Big6.

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(2) Distinguir enunciados gerais de específicos

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Outro problema que emergiu da análise dos relatórios já referidos situa-se na forma
como são perspectivadas as acções para a melhoria. Vejamos o exemplo de
enunciados retirados dos relatórios referentes ao domínio B:

Uma leitura atenta dos enunciados que apontam as acções para a melhoria leva-nos a
concluir que estamos perante enunciados que remetem para objectivos ou propósitos
muito gerais. De facto, dificilmente a partir deste conjunto de intenções se
perspectivam quais são os aspectos concretos que se pretendem implementar
enquanto acções específicas para a melhoria. Os enunciados descritos situam-se
numa fase prévia ou num patamar anterior ao que se consideram verdadeiras

Domínio B Acções para a melhoria

Leitura e 1. Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às


literacia aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.
2. Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça
objectivos e metas a atingir.
3. Reforçar o trabalho articulado.
4. Reforçar a produção de instrumentos de apoio a ser usados por
professores e alunos.

propostas de acções para a melhoria. Quase todos os verbos iniciais se situam no


plano mais geral das intenções, necessitando portanto de uma especificação que
revele claramente o quê se pretende fazer e, em alguns casos, o como se vai fazer.

Analisemos dois destes enunciados, questionando-os e apontando hipóteses de


melhoria:

1. “Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às


aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.”

- O termo “sensibilizar” é muito geral; uma acção para a melhoria deverá


especificar, neste caso, o como, ou seja, que aspectos concretos de actuação
se integram nesse termo: exemplos - “sensibilizar a escola para a importância
da leitura …. através de acções de formação a organizar com o Centro local. “;
“sensibilizar a escola para a promoção da leitura… organizando um debate
com um investigador na área”, etc.

- Outra questão que seria importante ponderar perante um enunciado deste


género, e face ao ponto de partida (em função dos resultados obtidos na
avaliação), é se de facto nos devemos centrar na “escola” como um todo ou se
não se deverá antes apontar interlocutores privilegiados e estabelecer

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prioridades – convém sublinhar que as acções para a melhoria devem ser
realistas e perspectivar objectivos alcançáveis num prazo determinado, por
isso de pouco serve apontar propósitos tão abrangentes que muito
provavelmente estarão fora do nosso alcance a curto prazo.

2. “Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e


metas a atingir.”

- O enunciado revela que não se percebe o que são acções para a melhoria,
pois quando apontamos essas acções elas pressupõem que já se identificaram
prioridades e já se estabeleceram objectivos, resultando então daí as acções
para a melhoria.

A ocorrência de enunciados do tipo apresentado é frequente, indiciando que de facto


não foi ainda efectuada uma análise ponderada dos dados e resultados obtidos no
processo de avaliação. Essa análise é essencial, pois dela deverá resultar não um
mero elencar de intenções de carácter geral, que dificilmente se concretizarão, mas
deverá perspectivar-se com cuidado aquilo que de facto é prioritário, estabelecer
metas credíveis, identificar etapas de intervenção exequíveis e seguras, para que os
sucessos obtidos se consolidem sem hipóteses de recuos ou inflexões indesejadas.

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Fórum 2

ACTIVIDADE – distinguir enunciados gerais de específicos (a desenvolver em


fórum)

1- Analisar os enunciados 3 e 4, apontando as suas fragilidades e propondo eventuais


alterações que os transformem em enunciados específicos e que concretizem
hipóteses reais de acções para a melhoria.

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Metodologia de Trabalho para ambos os Fóruns

• Esta actividade de formação (para ambos os fóruns) terá a forma de trabalho de


grupo;

• A tarefa a desenvolver será a mesma, mas apresentada apenas uma vez (no
respectivo fórum) pelo Porta-voz do Grupo (consultar listagem);

• Cada grupo deve eleger o seu Porta-voz, que terá como função acrescida, a
colocação de um post, no respectivo fórum, sobre o trabalho efectuado pelo grupo
(identificando os elementos do grupo);

• No assunto do Post do Fórum 1 escreva apenas: Grupo X –


descrição/avaliação

• No assunto do Post do Fórum 2 escreva apenas: Grupo X – Acções


melhoria: enunciados gerais e específicos.

Coloque até ao final da sessão, os seus trabalhos nos fóruns criados para o efeito
para que todos os colegas dos restantes grupos possam vê-los, e vice-versa.

Sugestão: na realização destas tarefas poderem recorrer a ferramentas diversas,


nomeadamente:

- Chat de uso geral

- Chat do Grupo 1 - o chat criado para o efeito na plataforma para cada grupo;

- Contactos por e-mail (consultar no perfil dos participantes),

- (http://docs.google.com/ )

-…

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Lista - GRUPOS:
GRUPO 1
1 Ana Margarida Madeira dos Santos Cruz
2 Ana Paula Rodrigues
3 Anabela da Conceição Costa
4 Armanda Guedes
5 Catarina Maria Roxo Iglesias
GRUPO 2
6 Cátia Rodrigues Sousa
7 Cristina Traqueia
8 Dércia Costa Gouveia
9 Helena Maria Pereira Simões Reis
GRUPO 3
10 Isabel Silva
11 Isabel Maria Oliveira
12 João Mendonça
13 João Silvano
GRUPO 4
14 João Carlos Coelho Aparício
15 José Carlos Santos
16 Margarida Monteiro
17 Maria Claudina Fernandes Pires
GRUPO 5
18 Maria da Graça Oliveira
19 Maria de Lurdes Araújo Dias
20 Maria de Lurdes Loureiro
21 Maria Helena Araújo Sousa
GRUPO 6
22 Maria Isabel Correia Coelho Vitória
23 Maria Isabel Sousa
24 Maria João Cavaleiro
25 Matilde Maria Carvalho da Costa do Vale Antunes
GRUPO 7
26 Rosário Lima
27 Rosinda Maria da Silva Bento Lucas Pimentel
28 Rui Jorge Gonçalves Marques
29 Sandra Frère Carvalho Sá Castro
GRUPO 8
30 Sandrina Fernandes
31 Sílvia Alves Vieira
32 Sofia fontes
33 Susana Ferreira
34 Zulmira Maria Vicente Costa Aires

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