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PROCESSO n. 2009.82.00.006048-4
AÇÃO PENAL PÚBLICA
AUTOR: MPF
RÉUS: Waldeney Alves Cavalcante e Joaquim Rodrigues e Silva
S E N T E N Ç A1
RELATÓRIO
1
Sentença tipo D, cf. Res. CJF n. 535/2006.
ROGÉRIO ROBERTO GONÇALVES DE ABREU
Juiz Federal
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA
SEGUNDA VARA FEDERAL Página 2 de 12
É o breve relatório.
DECIDO.
FUNDAMENTAÇÃO
(...) no dia em 28 de junho de 2009, por volta das 16h30, no posto de Auto-
Atendimento da Caixa Econômica Federal localizado no estabelecimento
comercial MAG SHOPPING, nesta capital, tentaram subtrair, de forma
fraudulenta, valores depositados na referida instituição financeira mediante a
instalação, em um dos terminais de auto-atendimento, do aparelho
vulgarmente conhecido por „chupa-cabra‟, o que não se consumou em
decorrência de circunstâncias alheias às suas vontades.
Quando retornaram para retirar o aparelho, por volta das 17h30, os acusados
foram surpreendidos pela vigilância e, em seguida, já com a presença da PF, realizou-se
uma busca no veículo do segundo denunciado, encontrando-se outro aparelho para
captação de senhas e dados bancários, além de um notebook.
De fato, é fácil constatar que as referencias feitas pelo MPF em sua denúncia
retratam fielmente as conclusões registradas pelos peritos criminais no referido exame,
realizado ainda na fase de inquérito policial e que bem atestam a finalidade dos aparelhos
colocados nos caixas de auto-atendimento, exatamente como descrito na denúncia. Eram
aparatos eletrônicos para a captação de senhas e dados bancários a fim de viabilizar a
clonagem de cartões bancários para, dessa forma, subtrair dinheiro dos correntistas,
prejudicando, ao final, a própria Caixa Econômica Federal.
(...)
de que os réus são amigos. Não sabia que eles estavam em João Pessoa/PB na época da
prisão, ficando sabendo depois.
entregou, vindo a sabê-lo apenas quando lhe pediram para ir retirá-lo no banco. Não sabia,
inicialmente, que se tratava de um equipamento para o cometimento de crime, não tendo
desconfiado inicialmente. Esclareceu que dos cartões apreendidos, quatro eram seus, dois
do Bradesco e dois da Caixa. Quanto ao SEDEX encontrado no carro, não saberia explicar,
mas o rapaz loiro o deixou com os réus, pedindo para guardar no carro. Acredita que o
nome da pessoa a quem entregou o “chupa-cabra” seja Cícero. Quanto ao notebook
apreendido, pertence ao acusado JOAQUIM, afirmando que em momento algum chegou a
usá-lo.
contas bancárias através dos dados capturados. Afinal, disse WALDENEY que antes de ser
preso já teria descoberto o que eram os dispositivos e para que serviam mas, em vez de
deter-se, simplesmente prosseguiu na conduta de auxiliar os supostos mentores da
captação de senhas em troca do valor que lhe teria sido prometo.
Quanto ao acusado JOAQUIM, embora tenha dito desde o início que não
tinha conhecimento de cada um dos passos de WALDENEY na suposta colaboração que
prestava na entrega e manuseio dos “chupa-cabras”, tem contra si o fato de ser proprietário
do notebook que, devidamente periciado por técnicos da polícia federal, revelou a existência
de arquivos próprios para a leitura e gravação de tarjas magnéticas como as utilizadas em
cartões bancários, bem como de dados e informações que apontavam para a utilização de
equipamento de captação de dados bancários, inclusive senhas.
construção de uma tese que parta da aceitação de determinados pontos para chegar a um
resultado de afastamento ou amenização da responsabilidade penal. Em termos técnicos,
circunstância atenuante é a chamada confissão simples, não a confissão qualificada, tendo
a “aceitação” operada pelo acusado WALDENEY se enquadrado nessa figura, não naquela.
Também não entendo que devesse ter havido aditamento à denúncia. Afinal,
o MPF narrou o fato em seus dados essenciais, inclusive a prisão em flagrante delito dos
réus sem que os dados houvessem sido utilizados para a subtração de dinheiro dos
correntistas da CAIXA. Assim, desde o início fora narrada uma tentativa.
FIXAÇÃO DA PENA
DISPOSITIVO
Custas ex lege.