You are on page 1of 6

Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

Tarefa 1 (1ª parte)

Data de entrega: 08/11/2009

Planificação de um workshop formativo de apresentação do Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca


Escolar dirigido à escola

Instrumentos a criar:
No âmbito da comunicação, este plano de workshop será primeiro apresentado em power-
point ao Conselho Pedagógico e, numa segunda fase, caso seja necessário, a outros membros
da comunidade escolar;
No âmbito da implementação da auto-avaliação, deve ser construído um processo que
identifique as entradas e as saídas alinhadas com o modelo em causa:
o Construção dos modelos (inquéritos, por exemplo) de suporte ao processo;
o Identificação da equipa que operacionalize o modelo.

A. Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas


escolares.

 Segundo o Manifesto da IFLA para as bibliotecas escolares, preparado pela Federação


Internacional das Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas e aprovado pela UNESCO
na sua Conferência Geral em Novembro de 1999:

«A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais para sermos


bem sucedidos na sociedade actual, baseada na informação e no conhecimento. A
biblioteca escolar desenvolve nos alunos competências para a aprendizagem ao longo
da vida e estimula a imaginação, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis.
[…]
Está comprovado que quando os bibliotecários e os professores trabalham em
conjunto, os alunos atingem níveis mais elevados de literacia, de leitura, de
aprendizagem, de resolução de problemas e competências no domínio das
tecnologias de informação e comunicação.»
Manifesto IFLA para as Bibliotecas Escolares

 Segundo Veiga, 2001


«A biblioteca constitui um instrumento essencial do desenvolvimento do currículo
escolar e as suas actividades devem estar integradas nas restantes actividades da
escola e fazer parte do seu projecto educativo. Ela não deve ser vista como um

1 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira
Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

simples serviço de apoio à actividade lectiva ou um espaço autónomo de


aprendizagem e ocupação de tempos livres».

 Segundo o Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, proposto pela RBE (Rede de


Bibliotecas Escolares):

«…A biblioteca escolar constitui um contributo essencial para o sucesso educativo,


sendo um recurso fundamental para o ensino e para a aprendizagem.»

 A biblioteca escolar é:
 um importante contributo para o sucesso educativo
 um espaço privilegiado de conhecimento e aprendizagem
 um instrumento essencial ao desenvolvimento dos currículos
 um recurso fundamental no desenvolvimento das literacias

 Como tal, é importante que a escola (re)conheça o impacto que as actividades, realizadas pela
e com a biblioteca escolar, vão tendo no processo de ensino e na aprendizagem, bem como o
grau de eficiência dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores.

B. O Modelo, enquanto instrumento pedagógico e de melhoria contínua. Conceitos


implicados

O Modelo de Auto-Avaliação da BE é um processo pedagógico, porque envolve toda a escola, e


regulador, porque procura a melhoria contínua da BE. «O modelo indica o caminho, a metodologia e
a operacionalização. A obtenção da melhoria contínua da qualidade exige que a organização esteja
preparada para a aprendizagem contínua. Pressupõe a motivação individual dos seus membros e a
liderança do professor coordenador, que tem de mobilizar a escola para a necessidade e
implementação do processo avaliativo», (Texto da Sessão). Deve, por isso, ser parte integrante do
processo de avaliação da escola.

Este documento pressupõe:


 Uma abordagem quantitativa, orientada para uma análise dos resultados dos processos
implementados, a fim de identificar pontos fracos e novas necessidades
(oportunidades), com vista à sua melhoria;
 Uma avaliação da qualidade e da eficácia dos serviços da BE, identificando as áreas
de sucesso e aquelas que necessitam de intervenção com vista à melhoria;
 Uma aferição do impacto da BE em todo o funcionamento da escola e nas
aprendizagens dos alunos;
 A elaboração de um novo plano de desenvolvimento, definindo novas metas, indo ao
encontro da melhoria contínua;

2 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira
Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

 A aplicação de instrumentos de avaliação do trabalho da BE, considerando 4


domínios, referidos no ponto seguinte.

C. Organização estrutural e funcional


De acordo com as áreas de acção da biblioteca escolar, o Modelo de Auto-Avaliação está dividido em
4 domínios e respectivos subdomínios:
A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
A.1. Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os docentes
A.2. Desenvolvimento da literacia da informação
B. Leitura e Literacias
C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade
C.1. Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
C.2. Projectos e parcerias
D. Gestão da Biblioteca Escolar
D.1. Articulação da BE com a Escola. Acesso e serviços prestados pela BE
D.2. Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3. Gestão da colecção

Cada domínio/subdomínio inclui:


Indicadores (apontam para as zonas nucleares de intervenção e permitem a aplicação de
elementos de medição);
Factores críticos de sucesso (exemplos de situações, ocorrências e acções que
operacionalizam o respectivo indicador);
Recolha de evidências (variados instrumentos e fontes de recolha de dados);
Acções para a melhoria (sugestões de exemplos para a melhoria do desempenho da BE).

A avaliação realizada vai articular-se com perfis de desempenho:


Nível Descrição
4 (Excelente) A BE é bastante forte neste domínio. O trabalho desenvolvido é de grande
qualidade e com um impacto bastante positivo.

3 (Bom) A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio mas ainda é possível


melhorar alguns aspectos.

2 (Satisfatório) A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio, sendo necessário


melhorar o desempenho para que o seu impacto seja mais efectivo.

1 (Fraco) A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio, o seu impacto é


bastante reduzido, sendo necessário intervir com urgência.

3 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira
Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

D. Integração/aplicação à realidade da escola/BE. Oportunidades e


constrangimentos

Como aplicar à realidade da escola/BE?

«A escola deverá encarar este processo de avaliação como uma necessidade própria, …, todos irão
beneficiar com a análise e reflexão realizadas. Espera-se que o processo de auto-avaliação mobilize
toda a escola, melhorando através da acção colectiva as possibilidades oferecidas pela BE.» (Modelo
de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar)

Etapas da aplicação deste documento:

Divulgação da aplicação do modelo junto da comunidade escolar, através do conselho


pedagógico;
Selecção fundamentada do domínio a ser objecto de aplicação dos instrumentos (um por ano,
considerando que este modelo será a aplicar ao longo destes quatro anos);
Adequação do modelo à realidade e aos objectivos do Projecto Educativo da escola;
Calendarização do processo de avaliação, em articulação com a direcção;
Escolha dos instrumentos de recolha de dados/evidências, de acordo com a realidade da
escola;
Aplicação dos instrumentos (grelhas de observação directa, inquéritos).

Impacto da aplicação do modelo de avaliação:


Incorporar a prática sistemática de recolha de dados nas tarefas da BE, de forma a definir
metas/acções fundamentadas nas evidências (evidence based practice, Ross Todd);
Redefinir práticas que integrem a BE nas estratégias das aprendizagens dos alunos, com vista
ao sucesso escolar;
Integrar o modelo de avaliação nas práticas de gestão da BE;
Optimizar os processos, com vista à melhoria dos resultados, do impacto do trabalho da BE e
da qualidade dos seus serviços.

Oportunidades:
Reforço do conceito de cooperação, baseado na planificação e no trabalho colaborativo com
todos os professores, adequando o trabalho da BE aos objectivos educativos da escola e ao
sucesso dos alunos;
Melhoria dos resultados escolares, graças ao impacto das práticas/acções da BE;
Tomada de consciência do valor da BE no percurso formativo dos alunos;
Participação forte e adequada da comunidade escolar na recolha de evidências.

Constrangimentos:
Cooperação de toda a comunidade escolar nas práticas desenvolvidas pela BE;
Participação não suficiente da comunidade escolar na recolha das evidências;
Verificação de que o impacto dessas práticas não está a surtir o efeito desejado;

4 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira
Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

E. Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe – Níveis de


participação da escola

O processo de Auto-Avaliação deve ser comunicado a todos os intervenientes, de modo a ser


amplamente participado. Este processo envolve toda a comunidade escolar e procura a melhoria
contínua da qualidade, através da acção colectiva.

O professor bibliotecário/Equipa Coordenadora:


 Liderança forte (ter capacidade de intervenção; saber agir; tomar iniciativas; ir à procura de
soluções; antecipar necessidades; saber reconhecer a oportunidade na abordagem dos
problemas e na apresentação de propostas e estratégias à direcção);
 Envolvimento na procura de uma melhoria permanente;
 Atitude flexível e positiva num tempo em mudança contínua;
 Articular prioridades e objectivos com a escola ou programas e projectos;
 Promover uma cultura de avaliação;
 Implementar o processo de avaliação;
 Colaborar e comunicar em permanência na escola e com outros interessados.

Direcção:
 Apoio à implementação do processo e dos planos de melhoria a implementar.

Conselho Pedagógico:
 Análise do relatório e indicação de sugestões.

Professores:
 Colaboração nas acções desenvolvidas pela BE;
 Cooperação no preenchimento de inquéritos e entrevistas, registos de observação, de
requisição de material e/ou do espaço, de solicitação de bibliografia para futura aquisição …

Alunos:
 Colaboração no preenchimento de inquéritos, entrevistas, registos de observação…

Pais/Encarregados de Educação:
 Colaboração no preenchimento de inquéritos e entrevistas.

Considerações finais

Porquê a auto-avaliação da BE/CRE?


«Ninguém consegue gerir o que não consegue medir.», Peter Drucker

Porquê um plano de projecto?


«Um projecto sem um plano é um sonho.», Antoine de Saint-Exupéry

5 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira
Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

Bibliografia

Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”, School
Library Journal. 9/1/2002 <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html>
[13/10/2009].

Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [13/10/2009].

Manifesto IFLA para as Bibliotecas Escolares, Federação Internacional das Associações de


Bibliotecários e de Bibliotecas e aprovado pela UNESCO na sua Conferência Geral em Novembro de
1999:

Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, Rede de Bibliotecas Escolares,


http://www.rbe.min-edu.pt/np4/np4/31.html

6 Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (DREC – Turma 4) –


Formanda: Fátima Carreira

You might also like