(1) O documento propõe uma metodologia de desenvolvimento de competências em cursos de educação profissional e tecnológica com foco na aprendizagem dos alunos. (2) A metodologia sugere sete passos para planejar situações de aprendizagem centradas nas atividades dos alunos, incluindo contextualização, definição da atividade, organização, acompanhamento, avaliação e acesso a referências. (3) O objetivo é que as atividades desenvolvam as competências descritas nos indicadores de forma próxim
(1) O documento propõe uma metodologia de desenvolvimento de competências em cursos de educação profissional e tecnológica com foco na aprendizagem dos alunos. (2) A metodologia sugere sete passos para planejar situações de aprendizagem centradas nas atividades dos alunos, incluindo contextualização, definição da atividade, organização, acompanhamento, avaliação e acesso a referências. (3) O objetivo é que as atividades desenvolvam as competências descritas nos indicadores de forma próxim
(1) O documento propõe uma metodologia de desenvolvimento de competências em cursos de educação profissional e tecnológica com foco na aprendizagem dos alunos. (2) A metodologia sugere sete passos para planejar situações de aprendizagem centradas nas atividades dos alunos, incluindo contextualização, definição da atividade, organização, acompanhamento, avaliação e acesso a referências. (3) O objetivo é que as atividades desenvolvam as competências descritas nos indicadores de forma próxim
ESBOO DE UMA METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS
Jos Antonio Kller
Como o ttulo j diz, o presente texto uma primeira e resumida tentativa de sistematizar aprendizagens sobre caminhos possveis para o desenvolvimento de competncias em cursos de Educao Profissional e Tecnolgica. Dentre os caminhos possveis, vamos fazer, de incio, algumas opes fundamentais. Em primeiro lugar, entre os focos possveis, a aprendizagem privilegiada. Assim, no proporemos formas de conduo de aulas ou de situaes de ensino, mas o desenho de situaes de aprendizagem. No formularemos uma metodologia de ensino, mas uma metodologia de aprendizagem. Em segundo lugar, temos como princpio que as situaes de aprendizagem, mesmo quando previstas em planos de trabalho docente, devem ser focadas nas atividades dos participantes dos cursos e no nas dos professores ou instrutores. Como terceiro princpio, as atividades propostas aos educandos devem garantir que as competncias ou as capacidades descritas nos indicadores de competncia em desenvolvimento sejam requeridas, exercitadas e avaliadas. Para desenvolver a competncia de escrever, por exemplo, preciso criar situaes onde o participante solicitado a escrever, refletir sobre sua escrita e modific-la. Por fim, alm da situao de aprendizagem requerer a competncia ou a capacidade, ela dever ser proposta em um contexto muito prximo ao do enfrentamento concreto dos problemas que demandam uma determinada competncia. A competncia requerida para enfrentar os desafios e problemas cotidianos e inusitados da vida, da convivncia em sociedade e do trabalho. Assim, a situao de aprendizagem deve ser organizada de forma que os desafios e problemas pessoais, os de convivncia social e os profissionais surjam no ambiente de aprendizagem de forma muito semelhante a como aparecem na vida, na sociedade e no trabalho. O que ir separar fundamentalmente a situao de aprendizagem dos desafios reais da existncia, do trabalho e da convivncia o fato de que, nela, a vivncia controlada e protegida. Nela, a consequncia do erro ou do acerto uma oportunidade de reflexo e de aprendizagem. A situao de aprendizagem dever permitir o ensaio, a reflexo constante sobre a ao e a experimentao repetida. Alm desses princpios mais gerais, pensamos que devem ser observadas as seguintes orientaes mais especficas no desenho de situaes de aprendizagem e na previso das atividades de aprendizagem, que o cerne da alternativa metodolgica aqui proposta: Na impossibilidade de vivncia em situao real, devem ser utilizadas situaes em que o jogo, a simulao e outros tipos de atividade reproduzem as caractersticas das situaes reais em que as competncias so requeridas. Em todas as situaes, a ao autnoma dos educandos e o aprender a aprender sero estimulados, em detrimento de outras possibilidades centradas na transmisso e absoro de informaes. Aprender a aprender requer a vivncia de situaes de aprendizagem autnomas. Os conhecimentos, habilidades e atitudes necessrios para o desenvolvimento das atividades e para a reflexo sobre a ao tambm devem ser obtidos pelos participantes, graas s iniciativas estimuladas e apoiadas pelos docentes, vistos como orientadores de aprendizagem.
A tradicional sala de aula e seu visual clssico (cadeiras arrumadas em fila, uma atrs da outra) devem ser transformados em espaos e ambientes flexveis, vivos e estimulantes de atividades e reunies de trabalho dos participantes dos cursos, apoiados pelos educadores. A realidade externa, os seus espaos e suas organizaes devem ser intensamente utilizados como laboratrios ou ambientes de aprendizagem. Dever ser valorizada a diversidade de atividades de aprendizagem, sempre articuladas com as competncias em construo e desenvolvimento. Ao contrrio do convencional, aqui no faremos uma abordagem centrada na classificao e caracterizao de formas metodolgicas especficas. No descreveremos os mtodos ou tcnicas pedaggicas passveis de serem utilizadas na tarefa de desenvolvimento das competncias: projetos, estudos de caso, estudos do meio, webquest, resoluo de problemas, dramatizao, dinmica de grupos, vivncias, prticas orientadas ou outras inmeras alternativas metodolgicas possveis. Optamos por uma sntese metodolgica e uma abordagem por passos metodolgicos. Passos que sejam razoavelmente comuns aos diferentes mtodos ou tcnicas ativos. Desta forma, esses passos metodolgicos podem ser aplicados ao se propor uma atividade de prtica profissional, assim como um projeto, uma representao artstica ou uma pesquisa dirigida na Internet, entre outras possibilidades. Procurando por essa estrutura comum s diferentes formas metodolgicas, chegamos a um conjunto de sete passos fundamentais: (1) Contextualizao e Mobilizao; (2) Atividade de Aprendizagem; (3) Organizao / Desenvolvimento das Atividades de Aprendizagem; (4) Coordenao e Acompanhamento; (5) Anlise e Avaliao da Atividade de Aprendizagem; (6) Acesso a outras referncias e (7) Sntese e Aplicao. No primeiro passo, Contextualizao e Mobilizao, o participante do curso compreende a essncia e a importncia da situao de aprendizagem e a situa no conjunto de suas aprendizagens anteriores e no seu itinerrio formativo. Na contextualizao, referncias e articulaes com situaes concretas de vida e trabalho so realizadas e a importncia da competncia a ser desenvolvida explicitada. Na mobilizao so utilizados recursos tais como: dinmicas, apresentaes, msicas, poesias, vdeos, cenas de filmes, representaes artsticas e teatrais, que mobilizem os participantes para os passos seguintes. O aquecimento pode ser especfico, quando diretamente relacionado com a competncia que vai ser desenvolvida, ou inespecfico, quando objetiva apenas despertar a ateno ou provocar, no estudante, o estado de esprito favorvel atividade a seguir. No segundo passo, Definio da Atividade de Aprendizagem, a referncia central da situao de aprendizagem estabelecida. Nele se prope o envolvimento dos participantes no desenvolvimento de um projeto, no enfrentamento de um desafio, na resoluo de um problema, na realizao de uma pesquisa, na participao em um jogo ou dramatizao ou na execuo de uma outra atividade qualquer. Como j afirmado nos princpios metodolgicos, a Atividade de Aprendizagem proposta deve estar diretamente ligado competncia ou capacidade prevista no indicador da competncia a ser desenvolvida pela situao de aprendizagem e deve exigir, para sua realizao, a competncia ou capacidade em desenvolvimento. Observe que, em se tratado da unidade curricular diferenciada Projeto Articulador, o Plano de Curso j traz sugestes de projetos, que podem ser adotados ou no. Em Organizao / Desenvolvimento da Atividade de Aprendizagem devem estar ser produzidas e contidas as orientaes minimamente necessrias para que os participantes possam desenvolver o projeto, enfrentar o desafio, solucionar o problema, desenvolver o jogo ou realizar a pesquisa. Ou seja, prever as etapas, as condies, estratgias e recursos para o desenvolvimento da Atividade de Aprendizagem proposta no item anterior. Sempre que possvel, especialmente considerando o tempo disponvel,
importante que o planejamento da ao seja efetuado de forma participativa entre os professores de um dado curso e alunos de uma dada turma. Isso mais importante ainda para a unidade curricular diferenciada Projeto Integrador, em decorrncia dela ser um mecanismo de integrao do currculo de um dado curso. No quarto passo, Coordenao e Acompanhamento so previstos os meios e as formas de coordenar e acompanhar o desenvolvimento da Atividade de Aprendizagem. Esta , em princpio, uma tarefa indelegvel do docente. No entanto, pensando em uma aprendizagem com autonomia, formas coletivas e autogestionrias de coordenao e acompanhamento podem e devem ser propostas e previstas, sem dispensar o papel de mediador do docente. Em Anlise e Avaliao das Atividades de Aprendizagem, as prprias atividades e os resultados por elas obtidos sero os objetos da reflexo individual, da discusso em pequenos grupos ou reunies presenciais ou virtuais, sempre contrapondo resultados obtidos ao processo de trabalho adotado e aos resultados previstos. No caso de cursos distncia, Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Comunidades de Prticas podem ser criadas, acionadas e utilizadas durante este passo. No Passo 6, Acesso a Outras Referncias, registros sobre as prticas e a parte da produo terica existente sobre a competncia em desenvolvimento so selecionados e recomendados. A recomendao de outras referncias e o acesso a elas podem abranger apresentaes escritas e/ou orais, vdeos, textos, casos, melhores prticas, visitas virtuais ou reais e outras formas de ampliar a experincia, os modelos e as referncias dos participantes em relao competncia ou capacidade prevista no indicador de competncias em desenvolvimento. Para indicar outras referncias, preciso considerar os elementos de competncia (conhecimentos, habilidades e atitudes / valores) previstos nos Planos de Curso. Finalmente, no stimo e ltimo passo, Sntese e Aplicao, as referncias j existentes no universo cultural (apresentadas no item anterior) so integradas com a experincia prvia e a vivncia concreta dos participantes na Atividade de Aprendizagem. Uma forma til de produzir a sntese elaborar propostas de ao para situaes iguais ou distintas daquela vivida na Atividade de Aprendizagem. Assim, sntese e aplicao podem estar integradas no mesmo movimento. importante observar que nem sempre as situaes de aprendizagem devem seguir rigorosamente os passos antes apresentados. A partir da sequncia ideal, so possveis vrios formatos de desenho. O fundamental que a situao de aprendizagem preveja, sempre, o exerccio real ou simulado da competncia ou da capacidade implicada no indicador da competncia, forma insubstituvel de desenvolv- la.