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Próprio dos Santos – 6 de dezembro

Segunda Leitura
Do Tratado de Santo Agostinho, bispo, sobre o Evangelho de
São João
(Tr. 123, 5; CCL 36, 678-680)
A força do amor vença o temor da morte (Séc. V)

O Senhor pergunta, não uma, mas duas e três vezes o que já


sabia: se Pedro O amava; e por três vezes ouve de Pedro repetir
que O ama; e por três vezes faz a Pedro a mesma
recomendação, de apascentar as suas ovelhas.
À tríplice negação corresponde a tríplice confissão, para que
a língua não sirva menos ao amor que ao temor, e não pareça
que a iminência da morte o obrigou a falar mais do que a
presença da vida. Seja serviço de amor apascentar o rebanho do
Senhor como foi sinal de temor negar o Pastor.
Os que apascentam as ovelhas de Cristo como se fossem
suas e não de Cristo, mostram que não amam a Cristo mas a si
mesmos.
Contra esses, que também o Apóstolo censura dizendo que
procuram os próprios interesses e não os de Cristo, estas
palavras que o Senhor repete insistentemente são uma séria
advertência.
Então que quer dizer: Tu me Amas? Apascenta as minhas
ovelhas. (Jo 22,17) senão: Se Me amas, não penses em
apascentar-te a ti mesmo, mas sim as minhas ovelhas:
apascenta-as como minhas, não como tuas; procura nelas a
minha glória e não a tua; a minha propriedade e não a tua; os
meus interesses e não os teus; não sejas daqueles que nos
tempos de perigo só se amam a si mesmos e tudo o que deriva
deste princípio, que é a raiz de todo o mal. Os que apascentam
as ovelhas de Cristo não se amem a si mesmos; não as
apascentem como próprias, mas como de Cristo.
O defeito que mais devem evitar os que apascentam as
ovelhas de Cristo consiste em procurar os interesses próprios e
não os de Jesus Cristo, destinando ao proveito próprio aqueles
Próprio dos Santos – 6 de dezembro

por quem Cristo derramou o seu sangue.


O amor de Cristo deve crescer até atingir tal grau de ardor
espiritual naquele que apascenta a suas ovelhas, que supere
mesmo o natural temor da morte, que nos leva a não querer
morrer, ainda que queiramos viver com Cristo.
Contudo, por maior que seja o temor da morte, deve ser
superado pela força do amor Àquele que, sendo a nossa vida,
quis também padecer a morte por nós.
Na verdade, se não houvesse ou fosse insignificante o mal
da morte, não seria tão grande a glória dos mártires. Mas, se o
Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas, suscitou tantos
mártires entre as suas ovelhas, quanto mais devem lutar pela
verdade até à morte, e até ao sangue, contra o pecado, aqueles a
quem o Senhor confiou a missão de apascentar as suas ovelhas,
isto é, de as instruir e orientar?
Perante o exemplo da paixão de Cristo, e ao pensar em
tantas ovelhas que já O imitaram, quem não compreende que
os pastores devem ser os primeiros a imitar o Pastor? Na
verdade, os mesmos pastores são também ovelhas do único
rebanho, governado pelo único Pastor. De todos nós Ele fez
suas ovelhas, por todos nós padeceu; e, para padecer por todos
nós, Ele mesmo Se fez Cordeiro.
Responsório Eclo 45,3; Sl 77(78) 70a.71bc

R. O senhor glorificou-o perante os poderosos e deu-lhe suas


ordens diante de seu povo;
* E mostrou-lhe sua glória.
V. O Senhor o escolheu para Israel que escolheu por sua
herança.
* E mostrou-lhe sua glória.
Oração
Deus de misericórdia, guardai-nos de todo perigo, pela
intercessão de São Nicolau, para que se abra diante de nós, sem
obstáculo, o caminho da salvação. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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