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Dadaísmo

ABSURDO, INCOERÊNCIA E DESORDEM


Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães
que, se tivessem permanecido em seus respectivos países,
teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um
movimento de negação.

Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias


nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao
envolvimento dos seus próprios países na guerra.

Fundaram um movimento literário para expressar suas


decepções em relação a incapacidade da ciências, religião e
filosofia, as quais se revelaram pouco eficazes em evitar a
destruição da Europa.

Se caracterizou pela negação dos valores


tradicionais, pregando o fim da cultura e a
reconstrução do mundo (niilismo)
PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e
fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando
Pegue num jornal. e combinando elementos por acaso.
Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o
Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo,
comprimento que pretende dar ao seu
poema. a incoerência, a desordem e o caos.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização
as palavras que compõem o artigo e que não conseguiria evitar a guerra.
coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir
aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela
ordem que eles saíram do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente
original, de uma encantadora
sensibilidade, ainda que A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tristan
incompreendido pelas pessoas vulgares. Tzara num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que
significa na linguagem infantil “cavalo de pau”.
por Tristan Tzara
um dos fundadores e principals Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera
teóricos do movimento Dada todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Marcel Duchamp
1887-1968

Pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos


como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960.

O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais


em arte, antes do surgimento do grupo Dada.

Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após


leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de
objeto de arte.
Ready-mades
Marcel Duchamp
“Mona Lisa”

Marcel Duchamp
“A Fonte”

Marcel Duchamp
“Roda de Bicicleta”
Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista
realiza uma crítica radical ao sistema da arte.

Assim, objetos utilitários sem nenhum valor estético em


si são retirados de seus contextos originais e elevados à
condição de obra de arte simplesmente ao ganhar uma
assinatura e um espaço em exposições.

Francis Picabia

Os princípios de subversão mobilizados pelos


ready-mades podem ser também observados nas
máquinas antifuncionais de
Francis Picabia (1879 - 1953) e
em algumas imagens fotográficas de
Man Ray
“Cadeau” 1921 Man Ray (1890 - 1976).
Man Ray
1890-1976

Fotógrafo e pintor norte-americano, em 1915 conhece o


pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo
dadá nova-iorquino.

Em 1921 contata com o movimento surrealista na pintura.

Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a


nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia.

Além de trabalhar com fotografia e pintura, também produziu


filmes abstratos, com técnicas inovadoras, e trabalhou com
escultura.
Raiografia (ou fotograma)

Processo de criar imagens abstratas


(obtidas sem o auxílio da câmara)
com a exposição à luz de objetos
previamente dispersos sobre o papel
fotográfico.
Solarização (ou efeito Sabatier)

Exposição do negativo no processo de


revelação durante um curto período
de tempo, tornando a foto positiva
parcialmente.
Salvador Dali e Man Ray Max Ernest Pablo Picasso
Man Ray desenvolveu uma
obra artística inovadora na
pintura como na fotografia.
Neste último campo, fez
retratos únicos de artistas
como Picasso, Dali, Magritte,
Buñuel, Artaud, Satie,
Cocteau, Stravinski, James
Joyce, Ducahmp, Matisse e
Picabia
(foi amigo de quase todos).
Juliet e Margaret Lee Miller
Nas suas fotografias podem-se destacar várias
linhas de força, como o jogo de luz-sombra,
visível em quase toda a sua obra.

Ray cultivou conscientemente a nossa confusão


óptica/mental das formas e dos objetos e das
suas respectivas sombras.
Moda

Man Ray encarna na fotografia de


moda seu lado criativo e desenvolve
uma linguagem singular transmitindo
a essência da alma feminina.

Inicia-se nessa área em 1922, quando


Gabrielle Buffet, esposa de Picabia,
apresenta Man Ray ao famoso
costureiro Paul Poiret.

Fotografia publicada na revista “Harper´s Bazaar” em 1940

Man Ray fotografou para as principais


revistas editoriais de moda:
Harper’s Bazaar,Vanity Fair, Paris Magazine,
Charm, Vogue Paris, Vu etc.

“Fashion Photograph”
As décadas de 20 e 30, em Paris, foram as mais produtivas
na carreira do fotógrafo, período em que o mercado
fashion estava em decisivo processo de inovação.

Através do domínio técnico,


ele faz uma justaposição de
negativos e deixa transparecer
uma situação onírica,
valorizando a pose da modelo e
o tecido do vestido.

Man Ray soube como


ninguém trabalhar o
mito feminino.
Na fotografia, Fashion Photograph,
pelo controle da iluminação,
pela sobreposição de imagens no
mesmo negativo, Man Ray enfatiza
a textura da roupa.

Resgata através da poética visual a


sensualidade feminina e onírica da
época, salientando o
“surrealismo autoral”.
Cinema

Experimentou também o cinema como


veículo para a sua visão libertária da arte.

No apogeu do movimento surrealista e


expressionista, no qual todas as linguagens
de vanguardas eram permitidas, “Emak – Bakia” (1926)
Ray fez os curtas-metragens :

Três absolutos expoentes do cinema


como poesia visual, como plataforma
de experimentação estética e formal.
“L’Étoile de Mer” (1928)

São filmes abstratos e que recorrem


a técnicas inovadoras de filmagem,
montagem e efeitos visuais (alguns
devedores do mundo da fotografia).

“Les Mystères du
Château de Dé” (1929)
Bibliografia

www.itaucultural.org.br

www.historiadaarte.com.br

www.manray-photo.com

www.fotografiacontemporanea.com.br

http://sepia.no.sapo.pt/

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