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Voto nº 9015 — ecurso de ofício Nº 496.542-3/8-00
Art. 121, §§ 1º e 2º, nº IV, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
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Voto nº 9016 — ecurso de ofício Nº 984.983-3/2-00
Arts. 16, 29, 71 e 155, § 4º, nº IV, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
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Voto nº 9017 — ecurso de ofício Nº 1.014.461-3/3-00
Arts. 12, nº II e 155, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal.
art. 197 da Lei de Execução Penal.
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— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
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Voto nº 9018 — ecurso de ofício Nº 492.796-3/7-00
Arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 16, da Lei nº 6.368/76;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
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Voto nº 9019 — ecurso de ofício Nº 981.078-3/0-00
Arts. 71 e 171, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
Arts. 43, nº IV, 44, 77, nº III, 180, “caput” e 304, do Cód. Penal;
— Viola o art. 180, “caput”, do Cód. Penal aquele que adquire veículo automotor
sem documentação, pois ainda o sujeito de siso vulgar sabe que é essa a principal
característica da coisa de origem criminosa.
–– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e exuberante,
bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente para não cair em erro
crasso.
–– Segundo velha máxima de jurisprudência, aquele a quem o crime aproveita, esse
o praticou: “Cui prodest scelus, is fecit”.
— Uma pena, para ser justa – escreveu o profundo Marquês de Beccaria —, deve ter
somente o grau de rigor que baste a afastar os homens da senda do crime.
“Perchè una pena sia giusta, non deve avere che quei soli gradi d’intensione che
bastano a rimuovere gli uomini dai delitti” (Dei delitti e delle Pene, § XVI).
Arts. 33, § 2º, alínea “b”, 59 e 157, § 2º, ns. I e V, do Cód. Penal.
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não
sustente em indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois, quer-
se revogada. Nesse número merecem contados os casos de encarceramento de
réu, quando ausentes os requisitos da decretação da prisão preventiva (art. 310,
parág. único, do Cód. Proc. Penal).
— “Liberdade provisória. Embora preso em flagrante por crime inafiançável, pode
o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para sua
prisão preventiva” (TJSP; Rev. Tribs., vol. 523, p. 376; apud Damásio E. de
Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 246).
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Voto nº 9035 — ecurso de ofício Nº 497.753-3/8-00
Art. 171, “caput”, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
— Não é pedra de escândalo decisão que, em caso de prática de falta grave que
ocasione subversão da ordem ou da disciplina do estabelecimento penal,
determina a internação do preso no regime disciplinar diferenciado; funda-se
em dado objetivo e em razão lógica: a vontade expressa da lei (art. 52 da Lei de
Execução Penal).
—“O regime disciplinar diferenciado foi concebido para atender às necessidades
de maior segurança nos estabelecimentos penais e de defesa da ordem pública
contra criminosos que, por serem líderes ou integrantes de facções criminosas,
são responsáveis por constantes rebeliões ou fugas ou permanecem, mesmo
encarcerados, comandando ou participando de quadrilhas ou organizações
criminosas atuantes no interior do sistema prisional e no meio social” (Julio
Fabbrini Mirabete, Execução Penal, 11a. ed., p. 149).
Arts. 59, 107, nº IV, primeira figura, 109, nº V, 110, § 1º, 119 e 171, do Cód.
Penal;
arts. 110, § 1º e 156, do Cód. Proc. Penal.
—“Se o réu é confesso, não há perder tempo em levar adiante o exame da prova.
Parte confessa é parte condenada” (Rui, Obras Completas, vol. XXIV, t. II, p.
270).
— Cai nas penas do estelionato, pela manifesta violação do princípio da boa-fé, o
agente que paga mercadoria com cheque alheio falsificado. Não lhe serve de
escusa o argumento de que recebeu o cheque a estranho, se o não comprovou
“ad satiem”, pois esta é comumente a defesa dos que, mediante fraude
(falsificação), costumam induzir incautos a erro para obter vantagem ilícita (art.
171 do Cód. Penal).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 17a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
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Voto nº 9053 — ecurso de ofício Nº 910.161-3/5-00
Arts. 96, nº I e 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal;
art. 411 do Cód. Proc. Penal.
— É incensurável a decisão que, amparada em perícia médica — que o considera
inimputável por doença mental —, absolve, com fundamento no art. 411 do
Cód. Proc. Penal, réu acusado de parricídio e manda-o tratar em casa de
custódia, nos termos da lei (art. 96, nº I, do Cód. Penal).
— A despeito da enormidade do crime, é de absolver autor de parricídio, se
inimputável. (E somente uma vítima da fatalidade orgânica poderia ter praticado
ato de tamanha perversidade, como é matar o próprio pai).
— É fama que Sólon, insigne legislador de Atenas, “perguntado por que razão não
fizera alguma lei em castigo dos que matassem a seus pais, respondeu que no
coração humano não cabia tão enorme crueldade” (Bluteau, Vocabulário, 1712,
t. VI, p. 279).
— Como lhe compete presidir as audiências e prover à instrução dos processos, não
será decerto o Juiz um conviva de pedra ou um espectador inerte. Fatos existem,
no entanto, que lhe excedem a jurisdição; denomina-os a tradição jurídica
motivos de força maior, a cujo número pertence a necessidade de expedição de
carta precatória para o interrogatório do réu, termo essencial do processo e
franca oportunidade de obtenção de prova, imprescindível à busca da verdade
real.
— Ainda que exaspere a sorte do preso, tal fato não caracteriza constrangimento
ilegítimo por excesso de prazo no encerramento da instrução criminal, uma vez
que nem sempre o pode o Juiz dispensar ou prevenir. Eis a razão por que, no caso
de força maior, dispõe a lei que “não correrão os prazos” (art. 798, § 4º, do
Cód. Proc. Penal).
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312
do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do
crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve
ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a.
ed., p. 249).
— Embora seja de Magistrado motivar sempre suas decisões, ninguém ainda ousou
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contestar a verdade destas palavras do conspícuo Ministro Mário Guimarães, do
Supremo Tribunal Federal, grande sabedor da matéria: “Certas decisões, também, se
fundamentam por si mesmas. Insistir em justificá-las, seria ocioso” (O Juiz e a
Função Jurisdicional, 1958, p. 347).
— Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz), primariedade, bons
antecedentes, prova de ocupação lícita e de residência no foro da culpa não valem a
autorizar a concessão de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód.
Penal) àquele que, acusado de crime grave — como é o roubo —, tem contra si a
presunção de periculosidade.
— Superior a toda crítica é a decisão que, por falta de justa causa para a ação penal
— porque indemonstrada, mesmo que por indícios, a responsabilidade do
acusado no fato criminoso —, rejeita a denúncia (art. 43, nº III, do Cód. Proc.
Penal).
—“A inexistência da fumaça do bom direito para a instauração da persecutio
criminis in judicio obriga à rejeição da denúncia” (Damásio E. de Jesus,
Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 63).
—“Para o exercício regular da ação penal pública ou privada, indispensável o
requisito da justa causa, expressa em suporte mínimo da prova da imputação. O
simples relato do fato, sem qualquer elemento que indique sua provável
ocorrência, inviabiliza o recebimento da queixa-crime ou da denúncia” (Rev.
Tribs., vol. 674, p. 341; rel. Min. José Cândido);
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— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus”
meio apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de
bom exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio
jurídico-processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades
contra o direito à liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da
Const. Fed.).
— Sob pena de violação da coisa julgada material, instituto capitalíssimo em que
assenta a ordem jurídica, o Juízo de Execução não pode alterar o regime prisional
fechado, imposto pela sentença condenatória a autor de tráfico de entorpecentes
(art. 12 da Lei nº 6.368/76), crime da classe dos hediondos, sem atender ao
requisito ao lapso temporal: 2/5 para o condenado primário, 3/5 para o
reincidente (art. 2º, § 2º, da Lei nº 8.072/90, Lei dos Crimes Hediondos).
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––“A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado” (art. 2º, parág. único, do Cód. Penal).
—“Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a
acusação ou para a defesa” (art. 563 do Cód. Proc. Penal).
— A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova; pela
presunção de sua autenticidade, pode autorizar a edição de decreto
condenatório.
— Incorre nas penas do art. 304 do Cód. Penal (uso de documento falso) o sujeito
que apresenta cédula de identidade, na qual, debaixo de sua fotografia, consta o
nome de outrem.
— Até à mentira tem o réu licença de recorrer, como meio de defesa; não lhe é
lícito, entretanto, atribuir-se falsa identidade, que isto a lei define e pune como
crime (art. 307 do Cód. Penal).
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não
sustente em indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois, quer-
se revogada. Nesse número merecem contados os casos de encarceramento de
réu, quando ausentes os requisitos da decretação da prisão preventiva (art. 310,
parág. único, do Cód. Proc. Penal).
—“Liberdade provisória. Embora preso em flagrante por crime inafiançável, pode
o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para sua
prisão preventiva” (TJSP; Rev.Tribs., vol. 523, p. 376; apud Damásio E. de
Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 246).
—“Sem que se caracterize situação de real necessidade, não se legitima a privação
cautelar da liberdade individual do indiciado ou do réu. Ausentes razões de
necessidade, revela-se incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou a
subsistência da prisão preventiva (...)” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 180, pp.
262-264; rel. Min. Celso de Mello).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
Arts. 61, nº II, alínea “h”, 157, § 2º, nº II e § 3º e 310, parág. único, do Cód.
Penal;
arts. 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
arts. 5º, nº LVII e 93, nº IX, da Const. Fed.
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
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–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312
do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do
crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve
ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a.
ed., p. 249).
— Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a evidência dos
autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da soberania dos
veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art. 5º, nº XXXVIII, letra c,
da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à prova dos autos” é somente a
decisão que neles não depara fundamento algum, constituindo por isso
formidável desvio da razão lógica e da realidade processual.
— Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a decisão dos
jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que tal decisão já não
será manifestamente contrária à prova dos autos.
––“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167, p. 412).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
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Voto nº 9209 — HABEAS cORPUS Nº 1.108.193-3/0-00
Art. 75 do Cód. Penal;
art. 66, nº III, alíneas “b” e “f”, da Lei de Execução Penal.
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
46
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
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— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
Arts. 14, nº II, 33, § 2º, alínea “b”, 59 e 157, § 2º, nº II, do Cód. Penal;
art. 13 da Lei nº 10.826/03.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
–– Embora já não constituam requisitos o exame criminológico e o parecer da
Comissão Técnica de Classificação (art. 112 da Lei de Execução Penal), nada
obsta que, nos casos que lhe parecerem, determine o juiz sua realização. Fica,
portanto, a seu talante submeter, ou não, o sentenciado a exame criminológico,
segundo as circunstâncias do caso e a diligência do varão prudente.
–– Uma vez conspirem todos os requisitos legais para sua concessão, denegar ao
sentenciado o benefício da comutação de penas fora o mesmo que frustrar, em
seu espírito e forma, o Decreto do Presidente da República e, sobre isso, mentir
ao ideal de justiça.
— Ao condenado que satisfaz o requisito objetivo (lapso temporal) é bem se conceda
comutação de pena. Pequenas deficiências de cunho íntimo ou subjetivo, que
acaso apresente, deve supri-las o Juiz com o espírito mesmo que preside à
outorga do benefício do indulto: o nobre e generoso sentimento de compreensão
humana, com que, pelo Natal, o chefe de Estado sói amercear-se de todo o
encarcerado, “o mais pobre de todos os pobres”, na pungente expressão de
Carnelutti (As Misérias do Processo Penal, 1995, p. 21; trad. José Antonio
52
Cardinalli).
— Quando claro, o texto legal escusa interpretação e, sobretudo, desautoriza a que
prejudicar o condenado: “In dubio pro libertate. Libertas omnibus rebus
favorabilior est. Na dúvida, pela liberdade! Em todos os assuntos e
circunstâncias, é a liberdade que merece maior favor” (apud Carlos
Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 261).
Arts. 71, 213, “caput”, 214, 224, alínea “a”, 225, § 1º, nº II e 226, nº III, do
Cód. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
arts. 66, nº III, alíneas “b” e “f”, 112, da Lei de Execução Penal.
— Merece confirmada, por sua base legítima, a sentença que condena como infrator
do art. 16 da Lei de Tóxicos indivíduo preso em flagrante, isto é, naquelas
circunstâncias que a doutrina clássica denomina “certeza visual do crime”.
—“A quantidade ínfima da droga não desnatura o ilícito. O crime de uso de
entorpecente é contra a saúde pública, e a porção mínima utilizada pelo agente
é irrelevante para a configuração do delito” (STJ; REsp nº 24.844-2; rel. Min.
José Cândido).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
Arts. 66, nº III, alínea “b”, 117, nº I e 118, nº I, da Lei de Execução Penal;
art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.
— Ainda que seja de pai extremoso e responsável interessar-se pelo futuro do filho,
na busca incessante da promoção humana e da felicidade, não pode coartar-lhe o
exercício de direito que constitui atributo fundamental do indivíduo, como o
de livremente relacionar-se com outros.
— A igualdade entre as pessoas deixou de ser utopia, depois que a Assembléia Geral
da ONU, em 10 de dezembro de 1948, proclamou solenemente no art. 1º da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, que “todos os homens nascem
livres e iguais em dignidade e direitos”.
— Todo indivíduo de alguma consideração conhece que a diferença entre os de sua
espécie não está nos acidentes de raça e de cor, senão nos quilates da
personalidade ou caráter.
—“Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (art. 1º da
Lei nº 7.716/89).
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional ao condenado que
satisfaz aos requisitos da lei, não se deve interpretar por liberalidade
irresponsável da Justiça Criminal, senão por voto sincero de que emende a mão e
tome para o caminho do bem, de que se desviara, a fim de possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional satisfaz aos
requisitos da lei, não deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que emende a mão e tome para o caminho do
bem, de que se desviara, a fim de possa reintegrar-se, efetivamente, no convívio
social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— Aquele que permanece calado, é certo, não confessa o delito, mas também não o
nega. E isto basta para que se não prestigie o silêncio.
—“Muito embora o silêncio do interrogando seja uma faculdade procedimental, é
difícil acreditar que alguém, preso e acusado de delito grave, mantenha-se
calado só para fazer uso de uma prerrogativa constitucional” (RJTACrimSP,
vol. 36, p. 325; rel. José Habice).
— Tem a palavra da vítima importância capital nos crimes contra a liberdade
sexual. Se ajustada ao conjunto probatório dos autos, enseja condenação: ao
cabo de contas, ninguém se reputa mais apto a discorrer das circunstâncias e
autoria do crime que a pessoa que lhe padeceu diretamente os agravos físicos e
morais (art. 214 do Cód. Penal).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei
nº 8.072/90) no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de
pena. Se o sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se
reincidente — e conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º,
§ 2º).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional ao condenado que
satisfaz aos requisitos da lei, não se deve interpretar por liberalidade
irresponsável da Justiça Criminal, senão por voto sincero de que emende a mão e
tome para o caminho do bem, de que se desviara, a fim de possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— Considerando que o agravado se encontra em liberdade e que a instabilidade das
decisões implica sempre notável descrédito para a Justiça, por fomentar
insegurança jurídica e intranqüilidade no meio social, será mais arrazoado manter
a decisão atacada, ainda que a pudesse argüir o Ministério Público de nimiamente
benigna para com o autor de crime de extrema gravidade, averbado até de
hediondo.
Arts. 310, parág. único, 321, 323 e 798, § 4º, do Cód. Proc. Penal.
— Ainda que direito seu, consagrado pelo texto constitucional (art. 5º, nº LXIII),
causa perplexidade isto de não querer defender-se o réu como fazem as pessoas
inocentes, segundo lhes ensinou a voz da Natureza, pela palavra e até pela força.
Donde o prolóquio: “qui tacet, consentire videtur” (quem cala, consente).
–– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e exuberante,
bastando a que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente para não cair em erro
crasso.
— Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas “ex
informata conscientia”) somente se anulam quando em franca rebeldia com a
prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção ou prevaricação dos
jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes hediondos (Lei
nº 8.072/90), no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento
de pena. Se o sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se
reincidente — e conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º,
§ 2º).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária,
com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por
falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro
súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
80
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312
do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do
crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve
ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a.
ed., p. 249).
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus”
meio apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de
bom exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio
jurídico-processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades
contra o direito à liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da
Const. Fed.).
— É razoável computar, no cálculo de liqüidação das penas do condenado, como de
pena cumprida, o tempo de remição pelo trabalho (art. 126 da Lei de Exec.
Penal). Dado que a Lei de Execução Penal é a tal respeito omissa, pode o Juiz
guiar-se pelo princípio comum que rege a solução dos casos controversos e optar
pela parcialidade mais favorável ao sentenciado: “Semper in dubiis benigniora
praeferenda sunt”.
—“O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no processo MJ-
8.926/94, por unanimidade, entendeu que o tempo remido deve ser abatido da
pena não só para livramento condicional como também para indulto e
progressão de regime (DJU 2.12.94, p. 18.352)” (apud Damásio E. de Jesus,
Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 663).
Arts. 66, nº III, alíneas “b” e “f”, 112, da Lei de Execução Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
— Dos mais sagrados direitos do réu é ver-se processar, rigorosamente, nos prazos
que lhe assina a lei. Donde o haver fixado a Jurisprudência em 81 dias o prazo
legal máximo para a formação da culpa de réu preso. Esse é o marco miliário que
estrema a legalidade do arbítrio.
— Grave que lhe seja o crime e abjeto o caráter, nenhum réu decai nunca da
proteção da lei, que todos iguala (art. 5º da Const. Fed.).
— O escrúpulo de restituir à sociedade, sem julgamento, aquele de seus membros
que fundamente a agravou cede ao dever que tem o Juiz de cumprir a lei e
respeitar o direito, ainda que em seu titular pese acusação grave.
—“Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de
habeas corpus, quando no curso do processo verificarem que alguém sofre ou
está na iminência de sofrer coação ilegal” (art. 654, § 2º, do Cód. Proc. Penal).
–– Passa por iniqüidade manter preso, enquanto lhe tramita o processo, réu que
poderá, no caso de condenação, ter cumprido já a máxima parte de sua pena. Ao
demais, ninguém ignora que o cárcere é o pior lugar do mundo antes do
cemitério, tendo-lhe Dostoiévski chamado, com propriedade, a “casa dos
mortos”.
86
Voto nº 9342 — aPELAçÃO cRIMINAL Nº 916.209-3/9-00
Arts. 14, nº II, 61, 107, nº IV, 109, nº VI, 110, § 1º e 155, “caput”, do Cód.
Penal.
— Com o decurso do tempo, “a memória do fato punível apagou-se e a necessidade
do exemplo desaparece” (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 6a. ed., p. 171).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
— À luz da lógica e por princípio de justiça, a escorreita exegese do art. 126 da Lei
de Execução Penal deve compreender também, no conceito de trabalho, a
atividade escolar do preso, por sua transcendental importância como fator de
promoção humana e poderoso instrumento de reforma de vida e costumes.
Destarte, comprovando que freqüentou aulas em curso patrocinado pelo sistema
penitenciário, tem jus o condenado à remição de penas, na proporção de um dia
para cada 12 horas de efetiva atividade escolar.
—“A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de
execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto” (Súmula nº 341, do
STJ).
Arts. 14, nº II, 59, “caput”, 70 e 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal.
— Há concurso formal (art. 70 do Cód. Penal), e não crime único, se o agente, num
só contexto de fato, viola patrimônios de vítimas diferentes.
—“Responde por roubos em concurso formal o sujeito que, num só contexto de fato,
pratica violência ou grave ameaça contra várias pessoas, produzindo
multiplicidade de violações possessórias” (Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 17a. ed., p. 588).
— A só presença de duas ou mais qualificadoras não obriga ao aumento da pena do
roubo além do mínimo legal de 1/3, o que apenas se justifica nos casos em que
praticado por grupo numeroso de agentes, mediante emprego de armas de grosso
calibre e alto impacto.
— O regime prisional fechado é o que, em princípio, convém ao autor de roubo, por
sua natural periculosidade, como sujeito infenso à ordem legal e destituído de
sentimento ético, sobretudo se reincidente, e pela notória gravidade do crime, que
intranqüiliza e comove a população honrada.
87
r
Voto nº 9345 — ecurso de ofício Nº 1.081.670-3/2-00
Arts. 14 e 157, § 2º, nº I, do Cód. Penal;
arts. 743 e 746, do Cód. Proc. Penal;
art. 197 da Lei de Execução Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder
reabilitação criminal caberá recurso de ofício;
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário),
dando o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não
se pode admitir que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista
Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
90
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos
estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional ao condenado que
satisfaz aos requisitos da lei, não se deve interpretar por liberalidade
irresponsável da Justiça Criminal, senão por voto sincero de que emende a mão e
tome para o caminho do bem, de que se desviara, a fim de possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
Arts. 14, nº II, 121, § 2º, nº II e 310, parág. único, do Cód. Penal;
arts. 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº LVII da Const. Fed.
Arts. 61, nº II, alínea “h”, 157, § 2º, nº II, § 3º e 310, parág. único, do Cód.
Penal;
arts. 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
arts. 5º, nº LVII e 93, nº IX, da Const. Fed.
r
Voto nº 9398 — ecurso de ofício Nº 1.081.123-3/7-00
Art. 6º do Cód. Proc. Penal;
art. 2º, nº IX, da Lei nº 1521/51;
art. 50 da Lei das Contravenções Penais.
97
Arts. 107, nº IV, 109, nº VI, 110, § 1º e 155, § 2º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
r
Voto nº 9409 — ecurso de ofício Nº 890.368-3/6-00
Arts. 61, nº II, alínea “e”, 96, nº I e 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal;
art. 411 do Cód. Proc. Penal.
— É incensurável a decisão que, amparada em perícia médica —
que o considera inimputável por doença mental —, absolve,
com fundamento no art. 411 do Cód. Proc. Penal, réu acusado de
homicídio (art. 121, § 2º, ns. II e IV, do Cód. Penal) e manda-o
tratar em casa de custódia, nos termos da lei (art. 96, nº I, do
Cód. Penal).
—“A medida de segurança prevista no Código Penal é aplicada ao inimputável no
processo de conhecimento e por prazo indeterminado, perdurando enquanto não
for averiguada a cessação da periculosidade” (STJ; HC nº 36.172-0-SP; 5a. T.;
rel. Min. Gilson Dipp; j. 16.9.2004).
r
Voto nº 9412 — ecurso de ofício Nº 1.064.148-3/6-00
Arts. 23, nº II, 25 e 121, “caput”, do Cód. Penal;
art. 411 do Cód. Proc. Penal.
— É maior de toda a censura a decisão que, reconhecendo a
existência de causa excludente de antijuridicidade — legítima
defesa (art. 23, nº II, do Código Penal) —, absolve o acusado nos
termos da lei (art. 411 do Cód. Proc. Penal). Em verdade, é lícito
repelir a força com a força: “vim vi repellere licet” (Ulpiano).
—“A justiça concede a todos repelir a força com a força” (Manuel Bernardes,
Nova Floresta, 1726, t. IV, p. 207)
— Todo aquele que for injustamente agredido (ou estiver na iminência de sê-lo),
poderá afastar o ofensor, mesmo com violência, que o autoriza a lei. É a clara
dicção do art. 23, nº II, do Cód. Penal. Matar, para não morrer, não é crime!
—“A defesa individual contra um ataque violento e sério é um direito, é mesmo um
dever, porque cada um tem não somente o direito, mas também o dever de velar
pela sua própria conservação” (Antônio Lemos Sobrinho, Legítima Defesa,
1925, p. 28).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min.
Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).