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ANALISE FUNDAMENTALISTA DE 25.11.

2009: PRONOR PETROQUIMICA

POR LUIZ MIRA

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PRONOR PETROQUIMICA S/A, CNPJ: 13.552.070/0001-02

Diretor de Relações com Investidores: Lucio José Santos Junior

Composição do Capital

Ações Ordinárias: 18.781.000


Ações Preferenciais: 27.321.000

Códigos de Negociação:

PNOR3 (ON)
PNOR5 (PNA), a mais líquida
PNOR6 (PNB)

A Pronor Petroquímica foi constituída tendo como objeto social a fabricação,


processamento, comércio, importação, exportação e venda de produtos químicos e
petroquímicos, bem como a participação em outras sociedades como sócia, quotista
ou acionista.

Atualmente, a PRONOR atua como empresa “holding” com participação direta nas
controladas descritas abaixo.

Companhia Brasileira de Poliuretanos (CBP): 99,85%


Pronor Participações S/A: 100%
Engepack Embalagens S/A: 77,46%
Engepack Embalagens São Paulo S/A: 5,39%
Braskem SA: 0,84%

Além disso, as seguintes empresas são controladas indiretamente pela PRONOR

Engepack Embalagens São Paulo S/A: 72,07%


Engepack Embalagens da Amazônia Ltda: 77,46%
Engepack Embalagens Ceará Ltda: 77,23%
Engepack Embalagens Goiás Ltda: 77,41%

As atividades operacionais do grupo de empresas controladas pela Companhia


encontram-se concentradas na Engepack Embalagens S.A. e suas controladas diretas
que atuam na produção e comercialização de garrafas plásticas destinadas ao
mercado de refrigerantes carbonatados, água mineral e óleo comestível, utilizando
como principal matéria-prima o Polietileno Tereftalato (PET).

Situação do investimento da PRONOR nas empresas controladas diretamente e nas


quais detêm participação

a) Companhia Brasileira de Poliuretanos (CBP) e Pronor Participações S.A.

Atualmente as referidas companhias não mantêm operações industriais. Os valores


dos patrimônios líquidos negativos encontram-se provisionados nas demonstrações
financeiras da Companhia

CBP: no relatório anual de 2008, apresentava um patrimônio líquido negativo de (R$


9,2 mi). No 3T de 2009, graças aos ajustes por equivalência patrimonial, o
patrimônio líquido ficou positivo em R$ 6,2 mi.

Pronor Participações S/A: O patrimônio líquido negativo ao fim do exercício de


2008 era de (R$ 55mi). No 3T de 2009, houve uma pequena piora, de maneira que o
passivo a descoberto passou a ser de (R$ 57,9 mi)

b) Braskem S/A

Comentários sobre a situação de investimento na Braskem em 2008:

Em 02 de julho de 2008, a Braskem S.A. efetuou Comunicado ao Mercado indicando que


em observância ao disposto no § 2º do art. 256 e no art. 137 da lei 6.404/76,
decorrido o prazo legal para o exercício do direito de recesso, alguns acionistas
detentores de ações ordinárias e preferenciais classe B da controlada formalizaram
sua dissidência em relação à incorporação, pela Braskem S.A., das ações da Grust
Holdings S.A. deliberada em Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de
maio de 2008.

Entre os acionistas que optaram pelo referido direito, encontrou-se a Pronor


Petroquímica S.A., que formalizou, dentro do prazo legal, sua intenção de retirada
parcial do investimento na Braskem S.A. correspondente a 3.490.790 (três milhões,
quatrocentos e noventa mil, setecentas e noventa) ações ordinárias.

O pagamento do reembolso, pela Braskem S.A. ocorreu em julho de 2008 e foi


efetuado pelo valor patrimonial da ação de acordo com o balanço patrimonial, da
Braskem S.A. levantado em 31 de dezembro de 2007, correspondente a R$ 13,50 (treze
reais e cinqüenta centavos) por ação. Tal alienação resultou no reconhecimento de
ganho no valor de R$ 25.149, que foi registrado sob a rubrica Outras receitas
operacionais na demonstração de resultado de 2008.

Em atendimento a deliberação CVM nº 527/07 e CPC 01, A Administração da PRONOR


efetuou o teste de recuperabilidade deste ativo considerando os seguintes fatores:

1.durante o ano de 2008, o valor de mercado das ações da Braskem diminuiu


sensivelmente, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo
ou do uso normal;

2.mudanças significativas com efeito adverso ocorreram durante o período no


ambiente de mercado e econômico no qual a Braskem opera, mais especificamente,
relacionados a redução no preço dos produtos químicos e petroquímicos (decorrentes
da retração da economia) e dos impactos na redução dos preços do petróleo/nafta

Desta forma, a Administração da PRONOR constituiu provisão para perdas no


investimento em ações da Braskem no montante de R$46.685 mil determinado com base
no valor da cotação da ação em 31 de dezembro 2008, registrado na rubrica de
Outras receitas (despesas) operacionais no resultado do exercício. Adicionalmente,
foi constituído imposto de renda e contribuição social diferidos no montante de
R$15.873 mil

Comentários sobre a situação de investimento na Braskem em 2009:

Os valores de provisão e reversão de perdas com o investimento na Braskem S.A. do


trimestre e período de nove meses findos em 30 de setembro de 2009 foram
contabilizados no resultado do período como outras receitas operacionais

A Administração da PRONOR não possui autorização do Conselho de Administração para


alienação parcial ou total do investimento mantido na Braskem S.A.. Desta forma, a
PRONOR com base no fluxo de caixa e na ausência de intenção de venda entende que a
classificação mais adequada é no ativo não circulante, subgrupo investimentos.
Em atendimento a deliberação CVM nº 527/07 e CPC 01, a Administração da Companhia
efetuou o teste de recuperabilidade deste ativo em 30 de setembro de 2009
considerando os seguintes fatores:
variação no valor de mercado das ações da Braskem;
mudanças no ambiente de mercado e econômico no qual a Braskem opera, mais
especificamente, relacionados a variação dos preços dos produtos químicos e
petroquímicos e dos impactos dos preços do petróleo/nafta;
Desta forma, a Administração da Companhia ajustou a provisão para perdas no
investimento em ações da Braskem no montante de R$ 21.797 (30/06/2009 – R$
39.568). Essa provisão foi determinada com base no valor da cotação da ação em 30
de setembro 2009 e registrada na rubrica de outras receitas operacionais no
resultado do período.
Desta forma, o resultado da Pronor Petroquimica até setembro de 2009, se comparado
com o resultado do exercício anterior para o mesmo período, teve um incremento
positivo decorrente da atualização ao valor de mercado do investimento na Braskem
S.A. além do ajuste da equivalência patrimonial com a controlada Engepack
Embalagens S.A.

DESTAQUES DO EXERCÍCIO 2008 (extraído do Relatório Anual 2008)

A companhia apresentou um prejuízo de R$ 32.529 mil, devido principalmente a


variação cambial apresentada no ultimo trimestre (impactando diretamente a despesa
financeira da controlada Engepack) e à provisão realizada no investimento Braskem,
que era mantido a custo.
Com a nova legislação contábil, o investimento na Braskem foi classificado como
“mantido a valor justo”, devendo portanto refletir o seu valor de mercado. Com a
crise financeira e a conseqüente desvalorização generalizada das ações no mercado
de capitais, a ação da Braskem teve uma desvalorização de 59% em 2008. Neste
cenário, foi contabilizada uma perda líquida de R$30.812 mil, resultante da
provisão de R$ 46.685 mil, minimizada pelo efeito da contabilização de um ativo de
imposto de renda diferido de R$ 15.873 mil.
A Pronor, em 2008, reduziu sua participação na Braskem em função do exercício do
direito de recesso sobre as ações ON de sua propriedade. O recesso foi possível em
função da incorporação, pela Braskem S.A., das ações da Grust Holdings S.A.
deliberada em Assembléia Geral Extraordinária realizada em 30 de maio de 2008. O
exercício do direito de recesso a valor patrimonial de R$ 13,50 por ação resultou
em ganho não operacional bruto de R$ 25.149 mil, com efeito no caixa de R$ 47.000
mil. Ao final deste evento societário a participação direta da Pronor na Braskem
ficou em 0,84%.

Comentários sobre a controlada Engepack Embalagens S/A (companhia fechada)

Visão Geral da Empresa Engepack Embalagens S/A

A Engepack é uma das maiores empresas do mercado brasileiro a produzir embalagens


PET - o melhor e o mais resistente plástico para a fabricação de embalagens
destinada ao envasamento de refrigerante, água, suco, óleo comestível,
medicamentos, produtos de higiene e limpeza, além de uma infinidade de produtos
que o mercado vem descobrindo a cada dia.
Organização de capital nacional, a empresa tem como acionista majoritário a Pronor
Petroquímica S/A que detém 78% das ações e o Grupo Unigel, com 22% das ações.
A Engepack oferece as melhores soluções de embalagens para clientes de
necessidades diversas – com destaque para o mercado de refrigerante. A empresa é
uma das principais fornecedoras de embalagens para o sistema COCA-COLA, que é
líder no mercado de refrigerantes no Brasil.
Desde sua criação, em 1987, sua atuação empresarial é marcada pelo pioneirismo.
Além de ser a primeira a produzir embalagens PET no País, ela foi responsável pela
introdução no Brasil, em 1991, do modelo europeu de operações de sopro “in house”,
ou seja, dentro da unidade do cliente.
Consolidada a sua participação no setor de refrigerantes, a Engepack busca agora
sua entrada em novos mercados – cervejas, leite, dentre outras - onde o PET se
configure como solução eficiente para atender as necessidades de resistência,
transparência, leveza e estabilidade térmica.
A Empresa tem duas unidades de injeção e oito de sopro – cinco das quais por meio
do sistema “in house”. A sede da Engepack está instalada na cidade de Simões Filho
– na Região Metropolitana de Salvador (BA).
A empresa mantém, ainda, unidades de operação e distribuição de preformas
localizadas em regiões estratégicas do território nacional: nos estados de São
Paulo, Amazonas, Paraná, Ceará e Piauí.
Este modelo de gestão descentralizado adotado pela empresa proporciona grande
agilidade no atendimento às necessidades de seus clientes que se encontram
espalhados por todo o Brasil.

Comentários sobre a situação de investimento na Engepack em 2008:

No âmbito da Engepack, destacamos que, principalmente por conta da desvalorização


cambial ocorrida no último trimestre de 2008, a PRONOR apresentou um prejuízo de
R$ 30.002 mil. Por ter sua margem operacional fortemente indexada ao dólar, a
Engepack mantém parte relevante do seu endividamento também indexado a esta moeda.
Vale destacar que, após a desvalorização cambial, a Engepack passou a apresentar
uma geração de caixa operacional muito superior à que vinha apresentando
anteriormente, de modo que este aumento foi considerado suficiente para fazer
frente às amortizações futuras de dívida, que naquele momento (fim de 2008)
possuíam um prazo médio de cerca 2 anos e meio. A Engepack atingiu em 2008 um
faturamento bruto consolidado de R$ 377.436 mil contra R$ 400.840 mil em 2007. O
volume comercializado foi de 1,4 bilhões de unidades contra 1,2 bilhões de
unidades em 2007. Este desempenho proporcionou uma equivalência patrimonial
negativa na PRONOR de R$24.663 mil.

Comentários sobre a situação de investimento na Engepack em 2009:

O cenário de desvalorização cambial ocorrida no ultimo trimestre do ano passado


(2008) foi totalmente revertido, tanto que o governo recentemente introduziu
medidas restritivas à entrada de capital estrangeiro (o famoso IOF de 2% ).
O cenário de câmbio novamente favorável, aliado à manutenção da geração de caixa
operacional em alto nível, foram os fatores que contibuíram decisivamente para a
reviravolta nos resultados de tanto da Engepack Embalagens S/A quanto da Engepack
Emabalagens São Paulo S/A, que juntas apresentaram um lucro líquido de R$ 30.901
mil

Arrendamento Mercantil

A controlada Engepack Embalagens São Paulo S.A. possui acordos de arrendamento


mercantil referentes a contratos de comodato de equipamentos vinculados a
contratos de fornecimento de preformas e/ou garrafas pelo prazo de 5 anos.

O comodato de equipamentos isoladamente não visa à obtenção de receita financeira,


constituindo-se em fonte geradora de venda de preformas e/ou garrafas.

Benefícios Fiscais

As empresas controladas indiretamente pela PRONOR (“Engepacks”) possuem redução do


imposto de renda sobre o lucro da exploração, e durante a utilização dos
benefícios fica a empresa obrigada a constituir reserva de incentivo fiscal pelo
montante equivalente ao imposto de renda não recolhido, conforme demonstrado a
seguir:

Engepack Embalagens São Paulo S.A.:


- Unidade de Simões Filho – Redução de 75% de 2006 a 2015:
- Unidade de Redenção (Maracanaú) – Redução de 75% de 2004 a 2013:

Engepack Embalagens da Amazônia Ltda.:


- Redução de 75% de 2007 a 2016

Adicionalmente, as controladas possuem os seguintes benefícios fiscais, que estão


registrados no resultado do período, na rubrica de custo dos produtos vendidos:

i) Engepack Embalagens da Amazônia Ltda.

Benefícios fiscais de ICMS e Imposto de Importação incidentes sobre matérias-


primas adquiridas no exterior.

ii) Engepack Embalagens São Paulo S.A.

Benefícios fiscais de ICMS concedidos pelos Estados da Bahia (DESENVOLVE), Ceará e


Piauí (PROVIN).

Os saldos de ICMS a pagar proveniente de incentivos fiscais são financiados com


prazo de até 36 meses, corrigidos pela TJLP e estão apresentados descontados a
valor presente pelo CDI.

Autos de infração (contingências fiscais)

(i) ICMS

A controlada direta Engepack Embalagens S.A. e suas controladas possuem autos de


infração, os quais atualizados pela SELIC até 30 setembro de 2009 montam em R$
71.081 (30/06/2009 - R$ 69.718) lavrados pelas Fazendas Estaduais da Bahia, São
Paulo, Goiás, Alagoas, Rio de Janeiro, Amazônia e Paraná, os quais se referem às
transferências e compensações de saldo credor de ICMS, comodato, venda de ativo
imobilizado e serviços de industrialização praticados pelas empresas, arbitramento
da base de cálculo, importação e diferença nas saídas de mercadorias apurada em
auditoria de estoque.

A administração das controladas optou por não provisionar os valores ainda sob
discussão considerando os argumentos apresentados por seus advogados na
sustentação e defesa dos supracitados autos.

(ii) PIS e COFINS

Foram lavrados autos de infração contra a controlada Engepack Embalagens S.A. e


suas controladas para exigência de PIS e COFINS. Os valores exigidos decorrem (i)
do aumento da alíquota COFINS (2% para 3%), (ii) da majoração da base de cálculo
do PIS e da COFINS (inclusão de “outras receitas”), (iii) de diferença entre o
valor recolhido e o apurado pela fiscalização sobre a receita de vendas e (iv) da
revisão da base de cálculo, para incidência sobre a “totalidade das receitas” (Lei
9.718/98) e de “outras exclusões” referentes à venda para Zona Franca de Manaus,
isentas conforme medida cautelar deferida na ADIN 2.348-9. Os referidos autos de
infração totalizam o valor de R$ 12.827 (30/06/2009 – R$ 12.691).
A controlada indireta Engepack Embalagens da Amazônia Ltda. possui mandado de
segurança questionando as alterações introduzidas pela Lei n° 9.718/98, no tocante
ao recolhimento do PIS majoração da alíquota e registrou provisão no exigível a
longo prazo atualizada pela SELIC, desde a data dos depósitos até 30 de setembro
de 2009 no valor de R$ 15.934. Com o advento das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03,
que instituiu a não-cumulatividade, a controlada passou a recolher os valores
relativos ao PIS e COFINS conforme previsto na legislação.

A controlada indireta Engepack Embalagens São Paulo S.A., teve proferido, pelo
Tribunal Regional Federal, acórdão em que legitima as alterações introduzidas pela
Lei 9.718/98, no tocante ao recolhimento do PIS majoração da alíquota, tendo
ocorrido o trânsito em julgado do mandado de segurança impetrado, com a
conseqüente conversão dos depósitos judiciais em renda da União. A controlada
efetuou a baixa dos depósitos judiciais e da provisão para contingências no
montante de R$ 10.149 no 2° trimestre de 2009.

Segundo os assessores jurídicos da Controlada, são prováveis as possibilidades de


perda relativas ao aumento da alíquota da COFINS e remotas as possibilidades de
perda relativas à ampliação da base em face da decisão plenária do STF que decidiu
pela inconstitucionalidade da majoração da base de cálculo do PIS e da COFINS. A
Companhia e seus assessores jurídicos estão pleiteando judicialmente a decadência
dos valores devidos entre fevereiro de 1999 e maio de 2001. A administração da
controlada manteve a provisão constituída com relação ao aumento da alíquota no
montante de R$ 15.934.

A controlada Engepack Embalagens S.A. e suas controladas possuem, ainda, discussão


administrativa referente a compensação de PIS e COFINS com saldos credores de IPI
decorrentes da aquisição de insumos isentos. O valor total das autuações em 30 de
setembro de 2009 é de R$ 2.931 (30/06/2009 – R$ 2.903) e já estão contemplados no
total dos créditos de IPI decorrente da aquisição de insumos isentos mencionados
no item “b)”. Na opinião dos assessores jurídicos da controlada, as possibilidades
de perda são remotas, pelo que não foi constituída provisão deste valor.

(iii) IRPJ e CSSL

Foram lavrados dois autos de infração contra a controlada Engepack Embalagens


S.A., para aplicação de multa de IRPJ e CSSL, em razão da falta de transcrição nos
Livros Diários dos balancetes mensais, relativamente ao período de janeiro de 1999
a junho de 2004, atualizados pela SELIC no montante de R$ 9.551 (30/06/2009 – R$
9.417).

No 1° trimestre de 2009, os autos de infração foram cancelados pelo Conselho de


Contribuintes, com decisão definitiva com relação à redução da multa de 75% para
50%. Os assessores jurídicos da controlada entendem que a União vai apresentar
Recurso de Ofício em relação ao valor remanescente do auto, porém embasada nos
argumentos de que a Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de
Contribuintes já decidiu que a simples falta de transcrição dos balancetes mensais
no Livro Diário não justifica a aplicação de multa isolada,

quando (i) a Empresa tenha apresentado toda a escrita contábil e fiscal,


demonstrando que apurou prejuízo fiscal ou base negativa ou (ii) que não houve
insuficiência de recolhimentos, os referidos assessores jurídicos entendem serem
remotas as possibilidades de perda e, portanto nenhuma provisão foi registrada
para esse tema.

A controlada Pronor Participações S.A. possui auto de infração atualizado pela


SELIC no valor de R$ 57.233 (30/06/2009 – R$ 56.474), relativo a operações
realizadas no exercício de 2001. Em outubro de 2007 foi proferida decisão da
Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) julgando procedente o
Auto de Infração reduzindo, contudo, a multa aplicada de 150% para 75%. O primeiro
Conselho, ao julgar os recursos restabeleceu a multa agravada em 150%, mantendo a
exigência principal. Recebida a instrução do acórdão, a Companhia apresentou
embargos de declaração para o mesmo órgão julgador, visando levar o assunto para
julgamento da câmara Superior.

Considerando que toda a matéria será objeto de revisão no Conselho de


Contribuintes, a administração da Companhia mantém a provisão do valor integral do
valor exigido, inclusive multa de 150%.

Crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

A controlada Engepack Embalagens S.A. e sua controlada indireta Engepack


Embalagens São Paulo S.A. ingressaram com medidas judiciais visando o
reconhecimento do direito ao crédito de IPI em aquisições de matérias-primas
isentas oriundas da Zona Franca de Manaus. O valor acumulado dos créditos
apropriados até 30 de setembro de 2009 e já compensados tributos federais
corresponde a R$ 241.712 (30/06/2009 – R$ 233.466).

Em 26 de junho de 2001 e 28 de março de 2001 as controladas, obtiveram decisões


favoráveis junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª e da 3ª Região. As referidas
decisões foram objeto de Recursos Extraordinários interpostos pela Fazenda
Nacional, não admitidos pelos tribunais recorridos, sendo, contra tais decisões,
interpostos Agravos de Instrumentos, pendentes de apreciação no Supremo Tribunal
Federal. Este tribunal em um dos casos, através de decisão monocrática não
reconheceu o agravo da Fazenda Nacional.

Os recursos apresentados pela Fazenda Nacional, de acordo com a opinião dos


assessores jurídicos das controladas, não reúnem condições processuais para
modificar as decisões favoráveis às controladas, em razão do direito pleiteado já
ter sido reconhecido pelo plenário do Supremo Tribunal Federal e confirmado, em
decorrência de vinculação regimental, por decisões recentes das turmas daquela
Suprema Corte.

Vale salientar ainda, que as controladas possuem, em uma das suas medidas
judiciais relativa ao direito ao crédito do IPI em operação isenta, decisão
favorável definitiva transitada em julgado.

A Administração das controladas, com base na opinião de seus assessores jurídicos,


não constituiu provisão para fazer face a eventuais perdas resultantes de um
desfecho desfavorável desse processo.

Em 13 de setembro de 2007 foram lavrados autos de infração contra a controlada


indireta Engepack Embalagens São Paulo S.A. para exigência do crédito de IPI
decorrente da aquisição de insumos em operações amparadas por isenção, no valor
total de R$ 197.399. No segundo trimestre de 2009 o Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais cancelou parcialmente a exigência, de forma que o valor
atualizado, pela taxa SELIC até 30 de setembro de 2009, monta em R$ 192.868
(30/06/2009 – R$ 189.923).

A controlada possui mandados de segurança ajuizados, nos quais discute o direito


ao referido crédito. Os autos de infração foram impugnados e a administração, com
base na opinião de seus assessores jurídicos, não constituiu provisão para fazer
face a eventuais perdas resultantes de um desfecho desfavorável desse processo.

c) Crédito Presumido do IPI


A controlada indireta Engepack Embalagens da Amazônia Ltda. pleiteou
administrativamente o ressarcimento de saldo credor de IPI decorrente da aquisição
de insumos isentos, acumulado entre 01 de janeiro de 1999 e 30 de junho de 2009,
nos termos do disposto no art. 11 da Lei no 9.779/99. O valor dos créditos
escriturados, relativo ao período mencionado, corresponde a R$ 98.897, dos quais
R$ 31.068 já foram compensados com outros tributos até 30 de setembro de 2009.

Em 26/08/2009 a controlada efetuou adesão ao Parcelamento instituído pela Lei n°


11.941/09, para recolhimento dos valores compensados até novembro/08, com redução
de juros e multa no valor histórico de R$ 17.036, sendo mantida a provisão no
exigível a longo prazo no montante de R$ 17.449 referente as compensações
efetuadas a partir de novembro/08.

RESUMO:

Pronor Petroquimica enfrentou uma situação muito desafiadora no final de 2008, uma
vez que as suas controladas responsáveis pelas atividades operacionais (as
“Engepacks”) sofreram muito com o impacto da desvalorização cambial e a sua
participação na Braskem sofreu uma desvalorização de quase 60%, fruto do pânico no
mercado acionário neste mesmo período, que derrubou as ações da Braskem.

Com a obrigatoriedade de contabilizar a participação na Braskem utilizando o


processo de “marcação a mercado”, somado ao impacto da desvalorização cambial no
resultado operacional das “Engepacks”, como resultado combinado no ano de 2008 a
Pronor Petroquimica apresentou um resultado negativo, ou seja, um prejuízo de R$
32.529 mil conforme comentado anteriormente.

O panorama econômico final do 3T de 2009 mudou radicalmente. Tanto a taxa de


câmbio voltou a favorecer o lado operacional das “Engepacks”, quanto o valor da
participação na Braskem voltou aos patamares de 2008. O resultado combinado na
Pronor Petroquimica saltou do prejuizo acima mencionado para um lucro liquido
acumulado até o 3T de R$ 37.727 mil.

Como alerta, o investidor deve estar atento para a razoável quantidade de autos de
infração relativos a impostos que estão atualmente aplicados às Engepacks, que
apesar estar em processo de contestação judicial pelo departamento jurídico da
Pronor, podem não ter o resultado esperado pela empresa nos tribunais,
especialmente aqueles que não estão provisionados.

Além disso, a reviravolta observada entre 2008 e 2009 deixa claro que o resultado
da Pronor Petroquimica é muito dependente das condições da taxa de câmbio e da
performance da Braskem. Medidas de proteção cambial (hedge) para as atividades
operacionais das “Engepacks” reduziriam bastante o risco.

Com relação aos indicadores fundamentalistas, devemos enfatizar que PNOR5 segue
sendo cotada abaixo do VPA, o índice de liquidez corrente está em nível excelente
(2,25) e a empresa não possui endividamento.

COMENTÁRIOS FINAIS (BY REI DOS MICOS)

"A empresa atualmente trabalha com dados trimestrais, com razão P/L de 2,19 e
P/VPA de 0,76. Já o setor em que se insere (petróleo, gás e química) trabalha com
P/L de 14,1 e P/VPA de 2,9 (Fonte: HSBC e Thomson Financial).
Trabalhar com P/L de 14 (média do setor) implica em rentabilidade de produção
líquida DE APROXIMADAMENTE 8% ao ano. Já a Pronor obteve rentabilidade anualizada
de 46%!!!

Importante destacar que os dados usados são trimestrais...e alguma coisa difere do
site Fundamentus ( muito usado) pelo fato de usarem os últimos 12 meses e não o
ano...

a minha análise (leia-se a do REI DOS MICOS) BASEIA-SE DURANTE TODO O ANO DE 2009.
Pelo fato da empresa ter muitas ações da Braskem em 2008 teve prejuizo grande,
esses dados ainda são considerados no site Fundamentus até a sua substituição no
4º trimestre deste ano."

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