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André Gonçalves

Aula Teórica: 22-10-2008

1- Artigo 105 nº2 CRP:


1.1- Opções do plano
1.2- Obrigações decorrentes de lei ou de contrato

2- Lei de Enquadramento Orçamental, Artigo 17:


2.1- Obrigações decorrentes de lei ou de contrato + sentenças (artigo16)
2.2- Obrigações do Tratado da União Europeia
2.3- Opções em matéria de planeamento / programações financeiras

1.1- Comparando o artigo 105 nº2 da CRP, e o artigo 17 da LEO, podemos constatar
que a ordem não coincide. Na Constituição, as opções do plano surgem em primeiro
lugar, enquanto que na LEO surgem em último lugar. Apesar de a ordem se ter mantido
na Constituição, houve uma evolução no pensamento relativamente a esta questão.
Na Revisão Constitucional de 1982 surge a questão da hierarquia sendo a sua ordem a
seguinte: Opções do plano, orçamento e planos em concreto.
Com a Revisão Constitucional de 1989, as normas relativas ao plano perdem a
importância e em autores como Jorge Miranda ou Sousa Franco, podemos encontrar o
entendimento de que a palavra “harmonia” (expressa no artigo constitucional) não
significa subordinação do orçamento às grandes opções do plano. Pode então a lei do
orçamento ir contra as grandes opções do plano?
Na realidade, é um exercício quase impossível apurar se de facto o orçamento vai contra
as opções na medida em que estas mesmas opções, são meramente informativas, não
revestindo um carácter de grande jurisdicidade. Existem desta forma as grandes metas
cujo orçamento irá concretizar.

A relevância das opções do plano é portanto menor. O orçamento deverá concretizar


essas opções, no entanto se não existirem créditos orçamentais suficientes não existe
nenhuma ilegalidade.

A lei 43/91 de 27 de Julho, refere quais os planos. No entanto estes não têm sido
aprovados uma vez que a ideia de planeamento económico se encontra em crise
existindo outros mecanismos mais eficientes como os planos técnicos administrativos
(ex. plano de ordenamento do território). Desta forma, a lei foi não só sumariamente
aplicada como foi igualmente ultrapassada pela realidade.

Ver a lei 31/2007 de 10 de Agosto que aprova as grandes opções do plano para 2008.

2.1- A sentença não cria verdadeiros direitos nem obrigações para o estado, na realidade
esta meramente reconhece um direito já contido numa lei ou contrato. Desta forma, a
sentença será apenas necessária em casos de litígio, ficando o estado obrigado a
reconhecer o direito quando esta transitar em julgado.

FIM DO CAPÍTULO INTRODUTÓRIO.


2º CAPÍTULO: Sector Público e Orçamentação.

1- Caracterização do sector público:


1.1- Sector Público: Estado e entidades infra estaduais de população e território
(autarquias e regiões autónomas).
1.2- Sector Público Empresarial.

ESTADO
(lato sensu)

Estado Descentralização Descentralização


(stricto sensu) Administrativa Política
- Serviços Integrados - Autarquias - Regiões Autónomas
- Institutos Públicos

A grande descentralização está nas Regiões Autónomas. Estas têm um poder tributário
ex novo, ao contrário das autarquias locais que não podem criar impostos.

Descentralização Administrativa:
- A nível das Autarquias: pessoa colectiva de população e território
- A nível dos Institutos: existem dentro do estado não sendo no entanto de população e
território.

A descentralização administrativa traduz-se em orçamento próprios. As autarquias


aprovam o seu próprio orçamento não constando este do orçamento do estado. Estamos
assim perante uma caso de independência orçamental. Os institutos têm o seu
orçamento previsto no orçamento de estado. Aqui fala-se em autonomia orçamental.

- Dimensões da Autonomia:

A – Independência Orçamental: Máxima.


B – Autonomia Administrativa e/ou Financeira: Autonomia orçamental,
patrimonial (podem gerir o património), creditícia (possibilidade de contrair
empréstimos dentro de certos limites), actos de gestão corrente e estruturais (não
estão dependentes do ministro).

Os serviços integrados, como por exemplo as direcções gerais, têm uma


autonomia meramente administrativa sem ser financeira. Não têm orçamento, o
orçamento é o do ministério. Estão sujeitos a hierarquia, não têm autonomia
creditícia nem patrimonial, praticam apenas actos de gestão corrente.

A autonomia administrativa é o regime regra, sendo a autonomia administrativa e


financeira meramente excepcional.

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