You are on page 1of 4

Aula de dia 26 de Novembro de 2008

(Susana Martins)

Regra do equilíbrio – art.4 da LEO e art.105 da CRP

Tradicionalmente sempre se procedeu à distinção entre


equilíbrio em sentido formal e em sentido material.

O sentido formal encontra-se previsto na constituição e liga-


se ao conceito de igualdade contabilística entre receitas e
despesas.

O sentido material prende-se ao conceito de saldo global.


Quando este é positivo dá-se lugar à capacidade líquida de
financiamento. Quando o saldo global é negativo, quando as
receitas efectivas são inferiores às despesas efectivas,
estando o Estado numa situação de endividamento, cria-se
uma situação de necessidade líquida de financiamento.

Art.9 da LEO – Equilíbrio em sentido material.

Perspectiva de Saldo Global nulo ou positivo do SPA.

O saldo Global, do Estado lato senso, resulta da soma de


saldos específicos das entidades que compõem o Estado:

- Serviços integrados

-Administração central directa – art.23 da LEO

- Administração central indirecta – art.25 da LEO

- Segurança social – art. 28 da LEO

Consolidação destes 3 saldos.

Fundos e serviços autónomos – Saldo Global

Fundos e serviços integrados – Saldo primário art.23 da LEO

No critério de saldo global simples tem de haver uma


igualdade.

No caso de saldo primário, pode haver um saldo primário


nulo, em que as receitas efectivas são superiores às despesas
efectivas,”excepto os juros”.
Os juros são para este efeito considerados como se de uma
despesa não efectiva se trata-se.

Esta regra permite o recurso ao crédito para pagar a divida


pública (amortização da divida).

O critério de Saldo primário é menos exigente que o critério


de saldo global.

Razão de ser: Permitir que o Estado, administração central


directa, possa endividar-se para pagar quer a divida quer o
serviço da divida.

Nota: O saldo primário e também designado por serviço activo


de tesouraria mitigado.

Art.23 \ 1 (parte final) a LEO - Os SI tem de pressupor um


equilíbrio, mas com excepção: “…salvo em que a conjuntura
…. Não justifica o equilíbrio”.

Aqui permite-se o défice.

Não são definidos os aspectos característicos da conjuntura.

Como dizer que uma conjuntura é boa ou má?

É muito difícil invocar a inconstitucionalidade do orçamento


do Estado com base nesta regra.

Regra da Publicidade – art.12 da LEO (Diferente do principio


da transparência orçamental – art.5 da LEO).

Dinâmica orçamental:

- Diversos momentos na vida do Orçamento

Diferenças a ter em conta:

- Entre proposta da LOE e a LOE propriamente dita

A proposta de lei do orçamento de Estado é iniciativa


exclusiva do Governo art.161 alínea G da CRP.

- Entre orçamento de Estado e LOE


A proposta entra na Assembleia da República acompanhada
com dois documentos:

- Relatório (art. 36 da LEO)

- Elementos informáticos (art. 37 da LEO)

Estes documentos não fazem parte integrante da proposta da


LOE, logo, não constam do OE. Servem, apenas, para
fundamentar e justificar as medidas de actuação do governo.

Quid iuris se o governo não apresentar estes documentos?

A falta de um destes elementos informativos pode ser sanada.


Mas se não o for, não afecta a proposta do orçamento, pois
podem os próprios deputados dispensar a apresentação
daqueles elementos informativos.

Acontece aqui uma situação de irregularidade constitucional.

O mesmo se coloca em relação aos prazos de votação.

Proposta da lei do orçamento de estado – fases de


aprovação:

1º Votação na generalidade

2º Votação na especialidade, incluindo algumas em plenário

3º Votação global final do orçamento

4º Entrada em vigor e publicação( 1 de Janeiro de cada ano)

Art.41 da LEO – Período transitório de execução orçamental

Diferente do período complementar de


execução orçamental que serve para fechar as contas.

O período transitório de execução orçamental acontece


sempre que não houve condições para apresentação
atempada do novo orçamento (nº2 do art.38).

Até ao novo orçamento entrar em vigor, mantêm-se a


aplicação do anterior (principio da execução biodécimal).
Mas há matérias que, neste período, não se mantêm em
vigor. Ex. Autorizações em matéria fiscal (art. 165\5 parte
final da CRP e art.41\3 da LEO).

Nº6 do art. 41 da LEO – Quando o novo orçamento for


aprovado, o que tiver sido executado no período de
transacção, integra-o a este.

You might also like