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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

Disciplina: Contabilidade e análise de Custos – Apostila II


Prof.: Marcelo Valverde
Turma: 2º Período

MÉTODOS DE CUSTEIO DO ESTOQUE

Até o presente momento vimos o tipo de custeio denominado CUSTEIO POR


ABSORÇÃO, onde eram apropriados aos produtos em elaboração os custos diretos e os
custos indiretos (através de rateio).

Vamos agora conhecer outro tipo de custeio (forma de apropriação dos custos) chamado
de Custeio por apropriação dos materiais diretos. Este tipo de custeio é também
denominado de: CUSTEIO DIRETO ou Custeio Variável. Neste tipo de custeio só são
apropriados aos produtos em elaboração os custos diretos, ou seja, àqueles que são
mensuráveis economicamente. Sendo os custos indiretos (fixos) tratados como despesa
do período, ou seja, influenciando diretamente no resultado, independentemente da
unidade produzida ter sido vendida.

Observe o exemplo abaixo e veja a diferença entre estes dois métodos de custeio.

Ex.: Uma determinada empresa incorreu nos seguintes gastos no período:

a) Mão-de-obra direta .......................R$ 5.000,00


b) Mão de obra indireta .....................R$ 1.000,00
c) Matéria-Prima consumida ..............R$ 4.000,00
d) Energia elétrica da Fábrica ..............R$ 600,00
e) Depreciação Fabril ...........................R$ 200,00

Outras informações:

a. Não havia estoque inicial de produtos acabados e nem de Produtos em


elaboração;

b. A empresa Produz um único produto;

c. Foram produzidas no período 2.000 unidades;

d. produção iniciada foi concluída no período;

e. Toda Todos os gastos desembolsáveis do período foram pagos dentro do


período em dinheiro;

f. O saldo inicial das contas do ATIVO CIRCULANTE era o seguinte:

Caixa ......10.000,00,
Matéria-Prima ............ 10.000,00

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS


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PEDE-SE:

1- Faça a apropriação dos custos ao Produto utilizando o Custeio por Absorção,


utilizando lançamentos em livro razão.

Tipo de Custeio: CUSTEIO POR ABSORÇÃO.

CAIXA Matéria –Prima IPEE

10.000,00 5.000,00 (a) 10.000,00 4.000,00 (c) (a) 5.000,00


1.000,00 (b) 6.000,00 (b) 1.000,00
600,00 (c) (c) 4.000,00
(d) 600,00
(e) 200,00
10.000,00 6.600,00
10.800,00 10.800,00 (f)
3.400,00

IPA Deprec. Acumulada

(f) 10.800,00 200,00 (e)

Conclusão:

Podemos verificar que pelo custeio por absorção o custo unitário do produto é de R$ 5,40
(10.800,00/2000)e o valor do estoque de produtos acabados é de R$ 10.800,00.
Como não houve vendas no período e nem despesas o resultado operacional é nulo.

2- Faça a apropriação dos custos ao Produto utilizando o Custeio Direto, utilizando


lançamentos em livro razão.
Agora vamos utilizar os mesmos gastos do período e realizar a apropriação dos custos
segundo o Custeio Direto.

Tipo de Custeio: CUSTEIO DIRETO

CAIXA Matéria –Prima IPEE

10.000,00 5.000,00 (a) 10.000,00 4.000,00 (c) (a) 5.000,00

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1.000,00 (b) 6.000,00
600,00 (c) (c) 4.000,00
9.000,00 9.000,00 (f)

10.000,00 6.600,00

3.400,00

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

IPA MOI (CIF) DEPREC. FABRIL (CIF)

(f) 9.000,00 (b) 1.000,00 1.000,00 (g) (e) 200,00 200,00 (h)

Energia Elét. Fabril (CIF) ARP LPAC

(d) 600,00 600,00 (i) (g) 1.000,00 (j) 1.800,00


(h) 200,00
(i) 600,00

1.800,00 1.800,00 (j)

Deprec. Acumulada

200,00 (e)

Conclusão:

Neste tipo de custeio (Custeio Direto) verificamos que o custo unitário do produto é de R$
4,50 (9.000/2.000). E, o valor do estoque de produtos acabados é de R$ 9.000,00. Mesmo
não havendo vendas no período o resultado do período é um prejuízo de R$ 1.800,00. Pois,
no Custeio variável ou direto, os custos indiretos são tratados como despesas do período,
influenciando diretamente no resultado.

Outras Considerações sobre os Tipos de Custeios:

Custeio por Absorção:

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=> É o único aceito pelo Fisco e segue o princípio da competência, ou seja, a despesa (CPV)
só pode ser apropriada no mês em que ocorrer a venda do produto;

=> Possui pouca finalidade gerencial;

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Custeio Variável ou Direto :

=> Não é aceito pelo Fisco e fere o princípio contábil da competência, ou seja, permite que
os custos indiretos sejam apropriados como despesa antes do mês em que ocorrer a venda
do produto.

=> É de grande utilidade Gerencial;

Exercícios de Fixação

1- Uma empresa possui capacidade de produção de 300.000 unidades/mês. Os dados


estimados de custos de produção para 125.000 unidades no mês de outubro de 2002 são
apresentados abaixo. Caso a empresa queira produzir 125.000 ou 200.000 unidades do
produto o custo unitário de produção, considerando os Custos Diretos Variáveis
proporcionais, será, respectivamente:

Água R$ 6.000,00
Aluguel do Prédio R$ 90.000,00
Depreciação dos Equipamentos R$ 29.000,00
Energia Elétrica R$ 15.000,00
Mão-de-Obra direta R$ 210.000,00
Matéria-Prima R$ 150.000,00

a) R$ 4,00 ; R$ 2,95
b) R$ 4,00 ; R$ 3,37
c) R$ 4,00 ; R$ 3,58
d) R$ 4,00 ; R$ 4,00

2) Uma empresa industrial fabricou no mês de agosto 18.000 unidades de um determinado


produto realizando os seguintes gastos:

Custos Fixos R$ 90.000,00


Mão-de-Obra Direta R$ 49.500,00
Mão-de-Obra indireta R$ 9.000,00
Matéria-Prima R$ 99.000,00

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Se a empresa tivesse produzido 25.000 unidades desse produto, no mês de agosto, com as
mesmas instalações e com a mesma mão-de-obra indireta, o custo por unidade produzida
seria de:

a) R$ 11,44
b) R$ 12,21
c) R$ 13,75
d) R$ 14,52
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3- Considerando os dados abaixo, indique o Custo dos Produtos Vendidos na apuração do


resultado:

Produtos Acabados do Período R$ 62.500,00


Devolução de Produtos Acabados R$ 20.000,00
Estoque Final de Produtos Acabados R$ 46.750,00
Estoque Inicial de Produtos Acabados R$ 31.250,00
Frete R$ 14.000,00

a) 14.250,00
b) 41.000,00
c) 61.000,00
d) 87.750,00

4- No mês de agosto de 2002 foram fabricadas 690 unidades de um


determinado produto e vendidas 552 unidades por R$ 942,50 cada. O saldo de Estoques
de Produtos Acabados e o Custo dos Produtos Vendidos, considerando os saldos em
31/07/2002, são respectivamente:

Aluguel da Fábrica R$ 45.000,00


Compra de Matéria-Prima R$ 150.000,00
Consumo de Matéria Prima R$ 125.000,00
Custos Diversos R$ 75.000,00
Despesas Administrativas R$ 70.000,00
Despesas com Vendas R$ 50.000,00
Mão-de-Obra da Fábrica R$ 100.000,00

a) R$ 60.001,00 ; R$ 239.999,00
b) R$ 69.000,00 ; R$ 276.000,00
c) R$ 69.000,00 ; R$ 396.000,00
d) R$ 84.000,00 ; R$ 336.000,00

5- Uma fábrica produz mesas e cadeiras, sendo que cada mesa consome 4 tábuas e cada
cadeira consome 1 tábua. (levando em consideração as sobras).
A produção do período foi iniciada com 10 mesas e posteriormente 40 cadeiras.

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DADOS: *O estoque inicial de Matéria-Prima era de 60 tábuas, que fora adquirida a R$ 45,00
cada peça.
* No mês, antes de iniciar a produção, foram compradas mais 60 tábuas a um preço
unitário de R$ 50,00;
*A empresa possui um controle permanente de estoque baseado método PEPS.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

ENTRADAS SAÍDAS SALDO


OPERAÇÃO Valor Valor Valor
Quant. Valor Total Quant. Valor Total Quant. Valor Total
Unitário Unitário Unitário

Pede-se: Determinar o custo da matéria-prima referente a produção do período de mesas e


cadeiras, respectivamente:

RESPOSTA:

6- Os Custos Indiretos de Produção (CIF) totalizaram um valor de R$ 26.600,00. A indústria


fabrica três produtos “ A” , “ B” e “C”, e o rateio dos CIF é feito, proporcionalmente,
com base na mão de obra direta aplicada em cada produto.

Outros dados:

Matéria-Prima .................................R$ 20.000,00


Sendo: Produto “A” .........R$ 8.000,00
Produto “B” ..........R$ 7.000,00
Produto “C” ..........R$ 5.000,00

MOD ...............................................R$ 16.000,00


Sendo: Produto “ A “ .....R$ 5.120,00
Produto “ B “ ......R$ 7.200,00
Produto “ C “ ......R$ 3.680,00

A)Determine o valor dos custos indiretos que serão apropriados, respectivamente aos
produtos A, B e C:

Produtos Custos indiretos


A
B
C
TOTAL

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Determine o custo total para cada produto produzido.

Produtos Custo Total


A
B
C
TOTAL

7- Uma fábrica produz biquínis e maiôs com um mesmo tipo de Lycra, sendo que cada peça de
biquíni consome 0,25m da matéria-prima e cada peça de maiô gasta 0,50m (levando em
consideração as sobras).

A produção do período foi iniciada com 400 peças de biquínis e posteriormente 100 peças de
maiôs. (2,0 p)

DADOS: O estoque inicial era de 100 m de lycra, que foi adquirida a R$ 5,00 o
metro.

• No mês, antes de iniciar a produção, foi comprado mais 200m de


lycra a um preço de R$ 6,00 o metro.

• A empresa possui um controle permanente de estoque baseado


método
PEPS.

ENTRADAS SAÍDAS SALDO


OPERAÇÃO Valor Valor Valor
Quant. Valor Total Quant. Valor Total Quant. Valor Total
Unitário Unitário Unitário

Pede-se: Determinar o custo da matéria-prima referente a produção do período de


biquínis e dos maiôs.

RESPOSTA:

8- Uma empresa industrial apresenta os seguintes saldos em seu de Ativo


Circulante em meses sucessivos, conforme demonstrado abaixo:

Em: 31/03/04 Em: 30/04/04


CAIXA 1.000,00 CAIXA 2.000,00
BANCOS C/ MOVIMENTO 10.000,00 BANCOS C/ MOVIMENTO 12.500,00
ESTOQUE DE PROD. ACABADOS 20.000,00 ESTOQUE DE PROD. ACABADOS 25.000,00
EST.. PRODUTOS EM ELABORAÇÃO 5.000,00 EST. PRODUTOS EM ELABORAÇÃO 3.000,00
ESTOQUE MATÉRIA-PRIMA 10.000,00 ESTOQUE MATÉRIA-PRIMA 12.000,00
DUPLICATAS A RECEBER 35.000,00 DUPLICATAS A RECEBER 30.000,00

Outras Informações:

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Matéria-Prima Consumida no período: 8.000,00 Mão de Obra Direta : 12.000,00
Gastos Gerais de Fabricação: 5.000,00 Despesa Administrativas: 2.000,00
Despesas de Vendas: 4.000,00 Lucro Bruto do Período: 8.500,00

I) Com base nas informações acima determine o que se pede:

) O valor das Compras de matéria-Prima do Período.


( ) 2.000,00 ( ) 10.000,00 ( ) 8.000,00 ( ) 12.000,00

b) O Custo dos Produtos Acabados do período.


( ) 25.000,00 ( ) 5.000,00 ( ) 27.000,00 ( ) 29.000,00

c) O Custo do Produto Vendido do período.


( ) 22.000,00 ( ) 27.000,00 ( ) 20.000,00 ( ) 15.000,00

d) O Custo de Transformação do período.


( ) 25.000,00 ( ) 17.000,00 ( ) 12.000,00 ( ) 20.000,00

e) O valor das vendas do período.


( ) 29.000,00 ( ) 30.500,00 ( ) 26.500,00 ( ) 27.500,00

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Vimos até agora que a formação do custo do produto é formada pelo somatório dos custos
diretos e os custos indiretos de fabricação (CIF) e que os custos diretos são alocados
diretamente ao produto, ou seja, é possível determinar quanto custou a parcela do serviço ou
material utilizado. Já nos custos indiretos não temos condição de determinar o seu valor
diretamente, o que pode causar sérios problemas, pois o modo de apropria-los é feito através
de rateio segundo um critério escolhido arbitrariamente. O custo indireto de fabricação, que
são os custos fixos, em seu total não se altera, mas as parcelas destes atribuídas aos produtos
produzidos variam de acordo com o critério escolhido. Daí, pode ocorrer que, um produto
que outrora era o mais lucrativo, se variarmos o critério de rateio, passe a não ser o mais
rentável para a empresa.

Para eliminar essas distorções nos custos dos produtos é que a contabilidade de custos foi
evoluindo no custeio dos produtos, partindo para um novo método que minimizasse este
problema, o qual chamamos de Departamentalização.

Normalmente a empresa está dividida em Departamentos; é a sua estrutura formal


representada pelo organograma.

Departamento é a unidade mínima administrativa na qual sempre existe um responsável.

A fábrica é departamentalizada em dois grandes grupos:

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Departamentos produtivos – são aqueles que promovem algum tipo de modificação sobre o
produto. Ex: deptº de corte, deptº de costura, deptº de acabamento.

Departamento de serviços – são aqueles que não tem contato direto com os produtos, na
maioria dos casos. Suas funções são basicamente prestarem serviços aos demais
departamentos produtivos.

Os departamentos produtivos têm os seus custos apropriados diretamente aos produtos, mas
os departamentos de serviços não podem apropriar seus custos diretamente aos produtos já
que os mesmos, na maioria dos casos, não passam pelos departamentos de serviços. No
entanto, como estes departamentos prestam serviços aos demais, devem ter seus custos
transferidos para os departamentos produtivos que recebem seus serviços, e depois os custos
destes são apropriados aos produtos.

Exemplo de Departamentalização:

Gerência Geral

Deptº Serviço Deptº Produtivo

Manutenção Almoxarifado Prensas Usinagem

A fábrica está dividida em 2 departamentos s ( Deptº de Serviços e Deptº Produtivo) e em 4


setores (manutenção, almoxarifado, prensas e usinagem). Ela produz 2 produtos “A” e “B” e
nós temos os seguintes CIFs em cada setor:

Gerência Geral .............................$ 1.000,00


Manutenção...................................$ 2.400,00
Almoxarifado ...............................$ 800,00
Prensas ..........................................$ 5.200,00
Usinagem ......................................$ 2.800,00

É necessário determinar uma ordem de distribuição de custos, na qual o departamento que


rateia seus custos não recebe nenhum custo, depois é necessário determinar o critério de rateio
desses custos.

No nosso exemplo começaremos a ratear os custos da Gerência Geral para os outros setores
de forma igual, ou seja, 25% para cada um.

O próximo departamento a ratear seus custos será a manutenção, e será em função das horas
trabalhadas em cada departamento.

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Horas trabalhadas da manutenção em outros setores:

Almoxarifado ...............200h
Prensas..........................300h
Usinagem.......................500h

Nesse caso, se existissem horas trabalhadas para a Gerência Geral, elas seriam ignoradas, pois
se fizéssemos o rateio para a Gerência Geral ela teria que ratear ovamente seus custos para a
manutenção e desta para a Gerência geral e, assim, sucessivamente.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

O almoxarifado rateia os seus custos em função do valor da matéria prima consumida em


cada departamento produtivo:
Matéria prima consumida no deptº de prensa $ 80.000,00
Matéria prima consumida no deptº de usinagem ...........$ 20.000,00

Os custos dos Departamentos Produtivos são rateados aos produtos em função das horas
trabalhadas:

Prensa Usinagem
Produto “A”...................250 h 100 h
Produto “B”....................500 h 300 h

Agora Preencha o Quadro do CIF abaixo conforme os critérios e ordem de apropriação


citados acima:

G. Geral Manutenção Almoxarife Prensas Usinagem Total


CIF
G. Geral
Manutenção
Almoxarife
Total Deptº
Produtivo
Prod. “A”
Prod. “B”

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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Uma empresa industrial tem cinco departamentos, três produtivos e dois de serviços, que
apresentam os seguintes custos no período:

Departamentos Produtivos:

Montagem Pintura Embalagem

Matéria-Prima 1.520.000 470.000 510.000


Mão-de-Obra 330.000 1620.000 630.000
Kw/h consumidos 800 1.200 400

Departamentos de Serviços:

Manutenção Controle de Qualidade


Materiais 390.000 270.000
Mão-de-obra 120.000 390.000
Kw /h consumidos 1.800 800

A energia elétrica é rateada em função do Kw/h consumidos e somou 1.250.000.

Os custos dos Departamentos de Serviços devem ser rateados aos departamentos de produção
da seguinte forma:

A manutenção em função dos Kw/h consumidos em cada departamento produtivo.

O controle de Qualidade em função do valor da mão-de-obra direta de cada departamento.

Calcular o custo total de cada departamento produtivo

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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

DISTINÇÃO ENTRE: PRODUÇÃO CONTÍNUA e PRODUÇÃO POR ORDEM

Existem dois fatores que determinam o tipo de custeio, se por Ordem ou Processo (Contínuo):
a forma de a empresa trabalhar e a conveniência contábil-administrativa. Quanto à forma,
principal responsável pela distinção, basta lembrar que se a empresa trabalha produzindo
produtos iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente para estoque, isto é,
para venda, terá já caracterizada sua natureza. Se a empresa produz atendendo a encomendas
dos clientes ou, então produz também para venda posterior, mas de acordo com
determinações internas especiais, não de forma contínua, já se terá incluído entre as de
Produção por Ordem.

DIFERENÇAS NO TRATAMENTO CONTÁBIL

Praticamente, a única diferença entre os tratamentos da Contabilidade de Custos reside no


seguinte:

Na Produção por Ordem, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem
ou encomenda. Essa conta só pára de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se
terminar um exercício e o produto estiver ainda em processo de elaboração, não há
encerramento, permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração;
no ativo, quando a ordem for encerrada, será transferida para estoque de produtos acabados ou
para Custo dos Produtos vendidos, conforme a situação.

Na Produção Contínua, os custos são acumulados em contas representativas das diversas


linhas de produção; são encerradas essas contas sempre no fim de cada período, normalmente
mês. Não há encerramento das contas à medida que os produtos vão sendo elaborados e
estocados, mas apenas quando do fim do período; na apuração por processo não se avaliam
custos unidade por unidade, e sim à base do custo médio do período (com a divisão do custo
total pela quantidade produzida).

Em ambas, os Custos Indiretos são acumulados nos diversos Departamentos, se assim a


empresa estiver dividida, para depois serem alocados aos produtos (ordem ou linha de

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produção). E em ambas também são utilizáveis os procedimentos relativos às taxas de
Aplicação de CIF.

PROBLEMAS ESPECIAIS NA PRODUÇÃO POR ORDEM

Como vimos a produção por ordem visa atender encomendas de clientes, ou então, produz
também para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais.

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

Ex.: Fabricante de equipamentos especiais, algumas indústrias de móveis, empresas de


construção civil, escritórios de planejamentos, de auditoria, de consultoria, etc.

Danificações de Materiais – Apropriação à ordem que está sendo elaborada ou concentração


dentro dos Custos Indiretos para rateio a produção do período (se as perdas estiverem dentro
de certa normalidade devem ser apropriadas à ordem de produção, mas se são perdas de grande
valor, devem ser consideradas como de período).

Danificações de Ordens Inteiras - Comumente ocorre a danificação de uma ordem inteira ou


pelo menos em estado adiantado de fabricação. Do ponto de vista contábil, o procedimento
mais correto é a baixa direta como perdas do período, sem a acumulação aos novos custos de
reelaboração da ordem. Exceto se o valor for imaterial. Do ponto de vista administrativo,
interessa, contudo, um relatório onde seja deduzido esse montante perdido do resultado obtido
na encomenda.

Encomendas de Longo Prazo - A regra geral é a acumulação dos custos para sua
transferência ao resultado apenas por ocasião da entrega, quando há o reconhecimento da
receita.

Se, entretanto, uma empresa trabalha com pouquíssimas ordens por vez ou mesmo apenas uma,
e essa(s) for(em) de longa duração (mais de um ano), pode ser necessária a alteração, a saber:

Quando ocorrem esses contratos de longo prazo, deve-se fazer apropriação do resultado de
forma parcelada: reconhece-se os custos incorridos e apropria-se parte da receita para cada
período. Um exemplo em que isso é feito de maneira muito simples é o caso de obras
públicas; além do contrato global, há um desmembramento da obra em etapas, onde são
fixados valores para cada uma destas etapas, baseado em um cronograma físico-financeiro.
Proporcionando assim, a empreiteira faturar (emitir nota fiscal do valor correspondente a etapa
executada) em períodos menores podendo ser quinzenal, mensal conforme combinado entre as
partes.

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CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

PREVISÃO DA TAXA DE APLICAÇÃO DE CIF

Até agora foram discutidos diversos problemas relativos à apropriação dos Custos Indiretos,
mas sempre considerados os custos e a produção realizada. Isso é possível apenas quando
encerrado cada período. Se quisermos fazer o acompanhamento do custo de cada produto
durante o mês, ficaremos obrigados a esboçar algumas estimativas, já que poderemos ir
acompanhando os Custos Diretos, medidos durante o próprio processo de produção, mas só
poderemos efetuar a apropriação correta dos indiretos após conhecermos os totais do mês e
também a quantidade de produtos.

Além disso, alguns Custos Indiretos não ocorrem homogeneamente durante o período. È
comum encontrarmos empresas que têm a quase totalidade da manutenção realizada em certas
épocas do ano. Ou então existem férias coletivas, e nesses casos temos necessidades de
distribuir esses custos à produção toda do ano, não podendo descarregar tais itens como
despesas ou apropria-los a um mínimo de bens fabricados.

DETERMINAÇÃO DA TAXA DO CIF

A taxa pré-determinada é obtida estimando-se previamente os custos de um período. Como


os CIFs diferem em níveis de operação é necessário estabelecer os níveis de operação em
relação ao qual os custos indiretos de fabricação devem ser pré-determinados.

Esse nível de atividades é expresso em termos de um índice (h MOD ou h Maq.)

O total estimado dos Custos Indiretos de Fabricação é calculado em relação a esse nível.

A taxa Predeterminada do CIF, que será usada para aplicar os CIFs aos produtos elaborados, é
obtida dividindo-se os custos estimados em relação ao nível estimado das operações.

À medida que ocorrer a produção real, a taxa do CIF será aplicada à produção, dando origem
ao CIFA(Custos Indiretos Aplicados).

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CIF real > CIF aplicado = subavaliação / variação desfavorável
CIF real < CIF aplicado = superavaliação / variação favorável

Contabilização dos CIF aplicados

CIFA EPEE EPA


(e) xxx xxx (a) (a) xxx xxx (b) (b) xxx xxx (c)
(g) xxx

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

CIFE Exigibilidades CPV

(d) xxx xxx ( j ) xxx (d) ( c) xxx


( g) xxx

Variação do CIF
( j ) xxx xxx (e)

( f ) xxx xxx (g)

Os custos indiretos aplicados são contabilizados a débito de produtos em processos e a crédito


da conta CIF aplicados.

Os produtos, ao serem completados, são transferidos para os estoque de produtos acabados.

Os produtos acabados são vendidos e transferidos para o CPV.

Os custos indiretos efetivos ou reais são contabilizados a débito da conta CIFE (CIF efetivo
ou real) e a crédito de contas de exigibilidades.

A conta CIF aplicado é encerrada na conta Variação do CIF.

A conta CIF real é encerrada na conta variação do CIF.

A conta variação do CIF é encerrada nas contas de produtos em processo, produtos acabados
e CPV.

A parcela relativa aos produtos em estoque deverá ser transferida para o ativo, e a parcela
relativa aos produtos já vendidos deverá ser transferido para a despesa (Custo dos Produtos
Vendidos – CPV)

Exemplo:

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Previsão:
Horas máquinas previstas: 10.000 h máq.
CIF totais previstos R$ 2.500
Taxa de aplicação dos CIFs = R$ 2.500/10.000 = 0,25/h máq.

Dados reais:
Horas reais = 9.600 h/máq
CIF reais = R$ 3.000
Vendas: 70% dos produtos acabados
Material Direto: R$ 6.000
Mão-de-obra direta: R$ 4.000

CONTABILIDADE E ANÁLISE DE CUSTOS

Toda produção foi iniciada e acabada no período.

Os CIFs aplicados no período foram = 9600 h / máq (reais) X 0,25 / hm = R$ 2.400 (CIFs
debitados a conta produtos em elaboração)

Vejamos a contabilização dos dados acima, através de razonetes:

Contabilização dos CIF aplicados

EPEE CIF Aplicados CIF efetivos


(1) 6.000 2.400 (3) (6) 3.000
(2) 4.000
(3) 2.400

12.400 12.400 (4) (7) 2.400 3.000 (8)

EPA Exigibilidades CPV

(4) 12.400 6.000 (1) (5) 8.680


4.000 (2) (9) 420
8.680 (5) 3.000 (6)
3.720 13.000 9.100
(9) 180
3.900

Variação do CIF
(8) 3.000 2.400 (7)

600 (9)
16
Distribuição da variação do CIF de R$ 600.000
70% para CPV = 420.000
30% para Prod. Acabados = 180.000
(CIFs subaplicados – aplicados a menos)

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