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“Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares” Acção de Formação 2009

-4ª Sessão

Introdução

Apesar de a auto-avaliação da Biblioteca Escolar dever ser um processo globalizante tendo em conta que os seus
diversificados domínios de actividade funcionam em simultâneo e de forma articulada, à partida é impossível fazê-
lo com eficiência se, no mesmo ano, se decidir fazê-la incidir sobre todos os domínios e subdomínios de actividade
em que se movimenta qualquer Biblioteca que tenha por primeira e última finalidade a melhoria dos resultados dos
alunos e a satisfação plena dos seus utilizadores em geral. No caso particular da biblioteca da qual sou
responsável, por muito incipiente que seja o estado em que se encontram as rotinas criadas, estas envolvem já um
pouco de tudo, desde o apoio ao desenvolvimento curricular, passando pelo desenvolvimento das literacias, pelo
desenvolvimento de projectos e parcerias, até, como é evidente, à tradicional gestão e organização da BE. Estas
são claramente visíveis nos Planos de Actividades dos últimos três anos no actual PAA e no Plano de Acção
estabelecido para os próximos quatro anos. Olhando agora para este Plano de Acção, que elaborei no início deste
ano lectivo, e partilhei já nesta plataforma, reconheço que, apesar de continuar a acreditar que ele contém as
opções mais adequadas à realidade do meu Agrupamento, aquelas não estão explicitadas da forma mais
adequada, e que o conhecimento integral deste Modelo de Auto-Avaliação da BE me teria sido de uma indiscutível
utilidade ao nível da organização das ideias e da sua arrumação nas respectivas “gavetas”. Parece-me que estará,
porém, clara aos olhos de quem o leu, a opção de fazer incidir sobre algumas áreas a maior carga de trabalho a
desenvolver em cada um dos quatro anos para que foi elaborado. Subjacente a esta decisão estava já a noção da
necessidade de uma maior dedicação a áreas nas quais se havia detectado fraquezas, por um lado, e a insistência
na criação de instrumentos de recolha de dados era já a manifestação da vontade de avaliar a eficácia ou o
impacto que essas actividades teriam sobre o público visado.

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte I)


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Domínio e subdomínios estabelecidos como prioritários, a avaliar em profundidade numa primeira fase

A escolha do Domínio A (Apoio ao Desenvolvimento Curricular), em particular, ao seu subdomínio A2 (Promoção


das literacias da Informação, tecnológica e digital) para tema do meu trabalho, não foi inocente. É precisamente
este o domínio no qual penso ser urgente desenvolver, agora, um trabalho mais aprofundado nesta fase de
instalação da BE na minha comunidade educativa, como elemento fulcral para o desenvolvimento das literacias da
respectiva população escolar. Nos últimos dois anos a aposta da BE incidiu sobre o desenvolvimento da leitura, já
que foi da biblioteca que partiu a iniciativa de adesão ao PNL, desde a primeira hora; foi a BE que foi quebrando as
resistências à sua implementação e foi a BE que tudo fez para que, neste momento, o mesmo esteja a funcionar
quase a 100% em todos os níveis de ensino. Para o efeito, duplicou o número de documentos da classe 8 através
do recurso a todo o tipo de apoios e candidaturas a verbas para aquisição de fundo documental a esse nível;
liderou as primeiras equipas de trabalho de articulação entre todos os ciclos do Agrupamento, e liderou o processo
de inventariação dos documentos existentes em todos os estabelecimentos do Agrupamento, antes de proceder à
sua avaliação para posterior selecção das obras a adquirir. A este nível já estão implementadas rotinas
significativas e a articulação permanente com o Departamento de Línguas é já uma realidade.

Cabe-nos, agora, um esforço suplementar no sentido de corrigir falhas graves detectadas diariamente ao nível da
elaboração de trabalhos de projecto. Em primeiro lugar porque da sala de aula não saem orientações claras e
suficientes relativamente à forma de desenvolver os trabalhos; em segundo lugar porque nunca são fornecidas
bibliografias de espécie alguma o que potencia o recurso sistemático, exclusivo e sem qualquer critério à internet;
finalmente porque este recurso, nestes termos, e não havendo sequer exigência ao nível da explicitação das fontes

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consultadas encoraja o uso permanente do plágio, o que é um péssimo contributo para o desenvolvimento da
cidadania, por um lado, e não traz, para o aluno, qualquer espécie de mais-valia em termos de aprendizagem, por
outro. Posto isto, e apesar de já termos encetado vários esforços no sentido de modificar este estado de coisas,
que passaram por pedidos delicados no Conselho pedagógico para que os professores forneçam, no mínimo,
bibliografia aos alunos a quem “encomendam” trabalhos; pela realização de acções de formação de alunos em
situações pontuais, sempre em grupo turma, acompanhados do respectivo professor, nomeadamente, no Dia
Internacional da Biblioteca Escolar e pela elaboração e disponibilização de guiões de pesquisa, não temos
observado melhorias significativas a este nível, pelo que estabelecemos que o trabalho mais premente a
desenvolver teria, agora, que incidir particularmente sobre as literacias da informação. Determinamos, pois,
estabelecer como prioritário o subdomínio A.2.1 associado ao subdomínio A.2.4

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Plano de Acção para o desenvolvimento aprofundado do Domínio “ Promoção das literacias da


informação, tecnológica e digital” e respectiva avaliação

A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular

A.2 promoção das literacias da Informação, tecnológica e Digital

Indicadores Factores Críticos de Sucesso Evidências Acções para melhoria

A.2.1 Organização • O plano de acção da BE prevê


de actividades de actividades de Formação da
formação de Assistente Operacional, dos Plano de Acção para determinar depois de
utilizadores na professores colaboradores, dos quatro anos avaliados os resultados das
Escola/ membros da equipa, de alunos acções desenvolvidas
Agrupamento Plano de Actividades da BE
Monitores e de grupos turma, no
âmbito do Desenvolvimento das
Plano de Actividades do
Literacias
PTE
• Os alunos e os professores adquirem
informação e formação nas áreas da

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“CDU” de “ Como elaborar trabalhos”, Actas dos Conselhos de


“Como elaborar bibliografias”,dos turma
“Direitos de propriedade”,da “
Segurança na internet” e da Actas das reuniões da
“Avaliação de recursos da internet” equipa
• A BE Promove a criação de uma
base de dados contendo todos Actas das reuniões da
os documentos existentes em equipa PTE
todas as escolas do
Actas das reuniões do
Agrupamento, apoiando os
Conselho Pedagógico e
professores das EB1 e JI na
dos Departamentos
organização das suas bibliotecas e na
elaboração da respectiva base de Plataforma Moodle
dados
• A BE Dinamiza a utilização plena e Registos de mails
consequente rentabilização de enviados
todos os recursos existentes no
Agrupamento por parte de toda a Planificações de
comunidade educativa actividades

Recursos criados

• A BE Elabora, com a colaboração Questionários


dos departamentos, um banco de

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Recursos electrónicos credíveis de Estatísticas


apoio ao currículo
• A BE cria uma base de dados de Inquéritos
documentos existentes em
cada área curricular, com o apoio
dos alunos monitores
• A BE Cria todo o tipo de guiões e de
recursos didácticos e de apoio ao
currículo com o apoio dos professores
e alunos das TIC
• A BE Divulga e partilha todos os
documentos e recursos didácticos
que criou e fomenta a divulgação e
partilha de outros recursos criados por
outros órgãos da escola, criando
mailinglists, criando o Blogue da BE e
o Sítio da BE e dinamizando a
disciplina “BE” na plataforma Moodle ,
mantendo com os utilizadores um
contacto permanente

• A BE Implementa uma plena,


correcta e sistemática utilização dos
recursos existentes no acervo

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• A BE aposta na formação sistemática


de alunos na área da elaboração de
trabalhos de projecto

• A BE Incentiva o recurso a
documentação variada na elaboração
de trabalhos
• A BE incentiva a uma correcta
avaliação, selecção e tratamento da
informação
• A BE Desmobiliza o “vício” do plágio
nos trabalhos de projecto
• A BE desenvolve o gosto pelo saber
• A BE contribui para o Alargamento
dos horizontes culturais dos
utilizadores

A.2.4 Impacto da • Os professores encaminham os • Observação


BE nas alunos para a BE diária do
competências
acompanhados de um guião de comportamento
tecnológicas digitais
trabalho contendo algumas dos alunos na BE
e de informação dos

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alunos na propostas de fontes a consultar e respectivo


Escola/Agrupamento • Os alunos solicitam a registo em
colaboração do professor grelhas de
Bibliotecário na selecção das observação
fontes a consultar • Trabalhos
• Os alunos utilizam os guiões escolares
colocados à sua disposição na efectuados,
BE muitos dos quais
• Os alunos recorrem a suportes para exposição
variados na elaboração dos • Estatísticas de
seus trabalhos utilização da BE e
• Os alunos elaboram um plano dos seus recursos
de trabalho antes de proceder a • Questionários aos
uma actividade de pesquisa e docentes
tratamento de informação • Questionários aos
• Os alunos iniciam as suas alunos
pesquisas pelas obras de • Leitura das actas
referência, sempre que dos conselhos de
desconhecem integralmente o turma
tema que vão tratar • Análise

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• Os alunos vão recorrendo cada comparativa de


vez menos ao apoio dos adultos resultados
para encontrar documentos nas obtidos expressa
respectivas estantes em gráficos
• Os alunos avaliam a qualidade acompanhados
e validade das páginas que de relatórios
consultam críticos
• Os alunos seleccionam páginas
credíveis
• Os alunos seleccionam apenas
a informação de que
necessitam
• Os alunos tiram notas, fazem
resumos, destacam citações,
recolhem imagens
• Os alunos sentam-se e
organizam a informação
recolhida
• Os trabalhos referem uma
bibliografia variada

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• Os trabalhos dos alunos


reflectem uma aprendizagem
sólida quer ao nível do processo
de realização de trabalhos quer
ao nível do domínio dos
conteúdos tratados
• Os alunos demonstram uma
cada vez mais observável
autonomia dentro e fora da BE
• Os resultados dos alunos
frequentadores da BE reflectem
o valor do trabalho
desenvolvido

Este trabalho, que já teve o seu início nos dias 28 e 29 de Outubro com as sessões formativas destinadas a alunos
dos vários níveis de ensino, que incluíram visitas guiadas à BE, uma sessão de apresentação do powerpoint “A CDU
explicada às crianças” ; uma sessão de apresentação do modelo também em powerpoint “The Big Six”seguida de
um trabalho prático de pesquisa de um tema acompanhada do respectivo guião; e uma palestra dirigida a alunos

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mais velhos e suportada também por um recurso em powerpoint subordinada ao tema “ Da informação à
responsabilidade social/ Democracia”, terá agora continuidade de várias formas. Estão a ser elaboradas listas
temáticas de recursos, tendo por base as procuras mais frequentes e antevendo as que poderão vir a ser
efectuadas tendo em conta as actividades aprovadas no PAA do Agrupamento. Estas listas incluem todo o tipo de
documentos existentes no acervo da BE, bem como recursos electrónicos que têm vindo a ser coligidos para o
efeito. Estas serão disponibilizadas na Plataforma Moodle do Agrupamento juntamente com os recursos de apoio ao
desenvolvimento do trabalho de projecto criados pela BE. Vão ser criadas mailinglists de todos os departamentos e
serviços de apoio educativo, com o objectivo de divulgar, pessoal e directamente, estas iniciativas e fomentar a
sua utilização e rentabilização, uma vez que já se verificou que grande parte da mensagem se perde quando é
veiculada através do Conselho Pedagógico. Os professores serão instados a recorrer a estes documentos através
de recados que receberão nas suas caixas de correio electrónico. Foram colocados em lugar acessível, muitos
cartazes elaborados pelos alunos em anos anteriores, no âmbito das várias áreas curriculares e que, em tempos,
estiveram em exposição na BE, para que, servindo de “isco” a alunos que procuram soluções fáceis, sirvam
essencialmente de exemplo relativamente ao que não deve ser feito (a grande maioria destes cartazes não possui
nem fontes, nem autores, nem data de realização, são meras colagens de partes de documentos retirados da
internet e não satisfazem a curiosidade natural dos alunos). Este facto servirá de ponto de partida para uma
reflexão acerca dos inconvenientes imediatos desta forma de “trabalhar”, e espera-se que numa primeira fase
contribuam, pelo menos para que os trabalhos dos alunos que os consultam não careçam, pelo menos, destas
informações. A assistente operacional foi devidamente instruída para utilizar este “trunfo” de forma eficaz, na
ausência da professora bibliotecária.

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O trabalho de partilha que tem sido levado a cabo com os membros da equipa PTE tem envolvido alunos e
professores quer no aperfeiçoamento dos recursos didácticos criados pela BE, em contexto lectivo, quer no
aperfeiçoamento das bases de recolha de dados para tratamento estatístico, o que se espera ter, à partida, um
impacto imediato na sua compreensão e adopção por parte dos envolvidos. Foram tomadas iniciativas junto dos
professores de Matemática, no sentido de envolver os seus alunos no tratamento estatístico da informação da BE
nas suas aulas de matemática, em contexto de aprendizagem do tema “Estatística”, o que “juntando o útil ao
agradável” se espera poder vir a contribuir para o reconhecimento da utilidade prática imediata da estatística, por
um lado, reforce os laços afectivos dos alunos com a BE, por outro, e, ainda, se transforme numa actividade de
uma enorme utilidade também para a BE, deixando-lhe mais tempo para desenvolver actividades de cariz
pedagógico. O Blogue da Biblioteca vai ter por função essencial, entre outras, promover e divulgar os melhores
trabalhos realizados pelos alunos de todos os níveis, na expectativa de que cada vez mais alunos desejem ver os
seus trabalhos reconhecidos pela comunidade. Pretende-se, além disso, desenvolver actividades de carácter lúdico
a partir das quais se desenvolva o sentimento de que aprender compensa.

A Formanda

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-4ª Sessão

Manuela Teixeira

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