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MÁQUINAS, VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS aquisição do equipamento, seria empregado em outra aplicação financeira que
A determinação do custo horário de um equipamento é feita de maneira esti- garantiria, pelo menos, uma taxa mínima de retorno.
mada, baseada em hipóteses razoáveis, em razão da diversidade de fatores O juros do capital é calculado pelo fator de investimento médio, adotando-se
que nele incidem, além da grande variedade de equipamentos existentes e juros anuais de 12% durante a vida útil.
cujas características próprias são diferentes umas das outras.
Im = (Vo – Vr) n+1 + Vr J = Im . i
Além disso, as condições específicas de uso da máquina, provenientes de cir- 2n a
cunstâncias locais tais como topografia, tipo de solo, características especiais onde:
dos serviços, podem influenciar sensivelmente no aumento ou diminuição dos Im = valor médio
custos finais do equipamento. Vo = valor inicial do equipamento
Vr = valor residual do equipamento (considera 10% do valor inicial = 0,10 Vo)
n = número de anos da vida útil
Os custos que normalmente ocorrem na utilização de um equipamento são J = juros do capital
classificados em três grupos: de propriedade (“ownership cost”), de operação i = taxa de juros anual (considera 12% a.a.)
e de manutenção. a = número de horas de utilização da máquina por ano (considera 2.000 h/ano)

Para cada composição de custo horário em operação é apresentada, também, a CUSTOS DE OPERAÇÃO OU VARIÁVEIS
composição do equipamento “parado”, ou seja, à disposição do canteiro, chama- Os custos de operação são denominados variáveis e ocorrem, somente, quan-
do de hora improdutiva do equipamento. A hora improdutiva deve ser somada à do o equipamento está sendo utilizado.
produtiva de acordo com o dimensionamento de equipe e previsão de utilização
do equipamento, a qual ocorrerá no momento do planejamento da obra. Compreendem-se custos de operação itens como combustíveis, lubrificantes, gra-
xas, filtros, pneus, energia elétrica, mangueiras, mão-de-obra operacional, etc.
CUSTOS DE PROPRIEDADE OU FIXOS
Custo de propriedade é a denominação dada ao custo total resultante da posse O cálculo dos custos operacionais foi baseado em dados fornecidos pelas em-
de um equipamento. É constituído pela remuneração do capital investido na sua presas fabricantes, através de fórmulas empíricas de acompanhamento nos
aquisição, acrescido da reposição da perda de valor devido à depreciação. canteiros. Para o cálculo de combustível, em geral, adotou-se fator de potência
de 0,55. No caso de pneus, as empresas fabricantes admitem, em condições
bastante favoráveis, um limite de vida útil de 5.000 h, sendo que o valor adotado
Os custos fixos ou de propriedade são aqueles que ocorrem mesmo com o
foi 2.500 h, prevendo-se condições de utilização entre médias e severas.
equipamento parado e estão relacionados com o seu valor de aquisição, com-
preendendo os seguintes itens:
Nas composições de custo horário dos equipamentos desse capítulo não foram
considerados filtros e lubrificantes, devido à baixa representatividade desses
a) vida útil: é o tempo necessário para o retorno do capital investido, através
itens no valor final do custo-hora do equipamento. Mas, para os casos em que
da separação periódica de determinada quantia, proveniente do trabalho da
for indispensável a consideração destes consumos, é dada uma porcentagem
máquina para que seja possível a sua substituição no momento oportuno.
representando o peso que estes itens em relação ao custo horário desses
Para fins de cálculo do custo horário no TCPO, admite-se vida útil dos equi-
equipamentos. O levantamento desssas porcentagens tem como base o mês
pamentos em cinco anos, com utilização média de 2.000 h/ano, totalizando
de outubro de 2002.
10.000 horas. Há alguns equipamentos cuja vida útil poderia ser superior ou
inferior a esse valor de acordo com o que é praticado por cada empresa.
Este estudo baseou-se em composições de custo horário em que seus insumos
apresentaram-se minuciosamente discriminados, no qual se obteve uma mé-
H=a.n
dia de participação de filtros e lubrificantes que variam de 1 a 6% dependendo
onde: do tipo de equipamento.
H = vida útil em horas de utilização
a = número de horas de utilização da máquina por ano (considera 2.000 h/ano) Por exemplo: insumos que compôem o custo horário de uma pá-carregadeira.
n = número de anos da vida útil • Operador de terraplenagem;
• Depreciação;
b) depreciação do equipamento: é a perda do valor da máquina ao longo • Juros do capital;
do tempo, a qual provém do desgaste físico, obsoletismo e inadequação. • Manutenção;
É calculada pelo método da função linear, adotando-se o valor residual de 10%, • Óleo diesel;
após o decurso da vida útil, sendo: • Pneu 15,5 x 25 x 12 sem câmara;
• Graxa;
D = Vo – Vr = 0,9 . Vo
• Filtros de motor, combustível primário e secundário, transmissão, ar primá-
rio e secundário e hidráulico;
H H
onde:
• Lubrificantes do motor, hidráulico, transmissão e comando final.
D = depreciação do equipamento
Os filtros e lubrificantes nessa pá-carregadeira tiveram como parcela repre-
Vo = valor inicial do equipamento
sentativa em torno de 4%. Em outros casos, como equipamentos sobre estei-
Vr = valor residual do equipamento (considera 10% do valor inicial = 0,10 Vo)
ras, atingiu na sua maior participação 2%, equipamentos a diesel sobre pneus
H = vida útil em horas de utilização
e a gasolina 4%, equipamentos a diesel de menor porte 3% e em veículos
chegou no valor de até 6%.
c) juros do capital: é a remuneração do capital, aplicado sobre o valor médio
do equipamento durante a vida útil. Se o valor aplicado não fosse investido na
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CUSTOS DE MANUTENÇÃO
Os custos de manutenção mecânica representam uma linha ascendente, po-
rém com descontinuidades. Enquanto a máquina é nova, o risco de defeitos
mecânicos é muito pequeno e a produtividade do equipamento é bastante ele-
vada. Com o passar do tempo aumenta a incidência de reparos mecânicos.

As despesas com a manutenção mecânica dos equipamentos são estimadas


através da depreciação horária com valor residual igual a zero.

M = k . Vo
H
onde:
M = manutenção mecânica
k = coeficiente (depende do tipo de equipamento e das condições de trabalho
da máquina. Valor fornecido por fabricantes: varia de 0,6 a 0,12)
Vo = valor inicial do equipamento
H = vida útil em horas de utilização

Os custos horários dos equipamentos resumem-se em:

Hora produtiva:
Hprod = D + J + O + M

Hora improdutiva:
Himp = D + J + m.d.o

onde:
Hprod = hora produtiva
Himp = hora improdutiva
D = depreciação do equipamento
J = juros do capital
O = somatória de todos os custos operacionais, inclusive mão-de-obra
M = manutenção mecânica
m.d.o = mão-de-obra operacional

Deve-se incidir leis sociais sobre a mão-de-obra e BDI no custo final da hora
da máquina.

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