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Fiz um apanhado de algumas ideias apontadas pela Francisca e que, de uma forma
geral, representam anseios e grandes desafios para bibliotecas escolares com poucos anos de
integração na RBE:
A este respeito lembro um autor que exprime com grande clareza estas três
afirmações:
“Longe, simbolicamente longe da sala de aula, há outra escola. Livros bem arrumados
em prateleiras, CD e vídeos, jornais, alguns computadores. O problema é que não existe
qualquer ligação entre os dois mundos…”
SAMPAIO, Daniel (2005) «Longe da sala de aula», in XIS (Jornal Público), 19 de Março
Convém não esquecer que a identidade de uma escola nunca está definida, está em
constante transformação e passa por um processo de incessante construção, pelo que
depende de professores e bibliotecários a ruptura com a tradição do passado, com as suas
práticas individualistas, e a substituição destas por uma prática colaborativa e inovadora.
A Francisca refere ainda três outros aspectos que estão presentes nos trabalhos de
vários colegas e que, nas nossas escolas, dificultam a concretização de boas práticas na BE:
A este respeito, julgo que a solução para os dois primeiros pontos assenta no bom
senso e num grande esforço para conseguir trabalho de voluntariado. Parece disparatado mas
não é! É verdade que os elementos das equipas têm poucas horas para apoio à BE e, por isso
mesmo, uma boa gestão do tempo e a selecção das actividades a desenvolver serão palavras
de ordem para definir o rumo de viagem da biblioteca. Por vezes, por exemplo, perdemos
tempo a assinalar efemérides em vez de desenvolvermos projectos a longo prazo. No que
respeita ao trabalho de voluntariado, posso dizer que tenho experiências positivas nesse
sentido e que a Associação de Pais poderá ser um excelente aliado para combater as poucas
horas que a equipa da BE tem. Apesar de tudo, ainda temos colegas e encarregados de
educação que sobrepõem às situações adversas a vontade de colaborar com a BE. Nos países
anglo-saxónicos é muito comum encontrarem-se pais, avós ou jovens voluntários a dar apoio
Formação “Práticas e modelos de auto-avaliação das BE”
Desafios e oportunidades no contexto da mudança – 2ª parte da tarefa
Paula Morgado
às bibliotecas, sobretudo nas "primary schools" (até ao 6º ano). Por que não apelar ao
voluntariado da comunidade onde as nossas escolas se inserem e tentar desenvolver trabalho
desta forma? Tentar não custa e até pode ser que resulte!
Para terminar, e uma vez que no ano passado apliquei o modelo de auto-avaliação na
“minha” BE, chamou-me a atenção o facto de afirmares que “a recolha de evidências é
baseada apenas em relatórios de actividades”. Não é correcto e, a esse respeito, o modelo de
auto-avaliação indica uma série de elementos, fontes e instrumentos de recolha de evidências:
registos de observação; questionários aos professores, alunos e encarregados de educação;
checklists; registos estatísticos; informação contida em documentação que rege e estrutura a
vida da escola e da BE; planificações; análise de trabalhos dos alunos; registo de
reuniões/contactos; materiais de apoio produzidos e editados… No meu caso pessoal analisei
durante o mês de Julho os projectos curriculares de turma, as actas de CT, DC e CP, os
trabalhos de pesquisa que os alunos da amostragem elaboraram, os inquéritos por
questionário aplicados a alunos e docentes e os registos estatísticos, de onde retirei evidências
para fundamentar o meu relatório.
Paula Morgado
(Professora Bibliotecária na EBI c/JI Dr. Manuel magro Machado – Santo António das Areias, Marvão)
BIBLIOGRAFIA:
Dubazana, K. e Karlsson, J. (2006). Integration of the School Library into the Curriculum.
Innovation, No.33, December.