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EBI C/ JI DE GAVIÃO

Turma piloto do Novo Programa de Matemática do Ensino Básico – 3º

Guião para a aula (2 tempos – 120’)


03/11/2008

Tema: Números e operações


Tópico: Números naturais
Subtópico: Relações numéricas

Tarefa:” 4 números”

Conhecimentos prévios dos alunos

• Compreensão do valor posicional de um algarismo no sistema de numeração


decimal.
• Resolver problemas envolvendo relações numéricas.
• Comparar e ordenar números.
• Utilizar a simbologia < e >.
• Identificar e dar exemplos de números pares e ímpares.

Objectivos específicos

• Comparar números e ordená-los em sequências crescentes e


decrescentes.
• Ler e representar números;
• Compreender o sistema de numeração decimal.
• Desenvolver a compreensão do valor posicional.

Capacidades Transversais

Resolução de problemas

• Conceber e pôr em prática estratégias de resolução de problemas.


Raciocínio matemático

• Formular e testar conjecturas relativas a situações matemáticas simples.

Comunicação matemática

• Discutir resultados, processos e ideias matemáticas.

Material necessário:
• Enunciado escrito

Estrutura / Condução da aula:

Metodologia de trabalho: trabalho individual e trabalho colectivo (com toda a turma)

Introdução (cerca de 20’): Distribuição da primeira parte do enunciado escrito da


tarefa e explicação oral do mesmo a toda a turma. Pretende-se, com esta etapa,
garantir que os alunos compreendam a tarefa e motivá-los para a sua realização. Dar-
se-ão indicações acerca do modo como devem trabalhar. Salientar que os números
que escolherem só estarão correctos se obedecerem, simultaneamente, a todas as
condições. Todos os alunos devem perceber muito bem essas condições. Haverá um
momento para rever os conceitos de número par e número ímpar. É também
importante referir que a última questão se refere ao valor posicional dos números e, por
essa razão, devem ter em conta a ordem e a classe em que se encontram os
algarismos que escolherem.

Nota: A Mariana e a Cátia irão trabalhar a primeira parte da tarefa, só que os números
a construir terão apenas três algarismos.

Desenvolvimento/discussão da tarefa (cerca de 100’): Os alunos têm 20 minutos


(considera-se suficiente para que todos terminem a tarefa) para realizarem as
propostas da primeira parte do enunciado. As professoras não terão qualquer
intervenção neste momento. Terminado o tempo, a professora solicita aos alunos, um
de cada vez, que apresentem os números que registaram e coloca-os à consideração
da turma, colocando a questão “Todos os números obedecem às condições pedidas?”.
Caso algum aluno não tenha tido em atenção as 4 condições a professora deve
questioná-lo sobre o trabalho realizado, levando-o a reflectir sobre o erro cometido e a
reformular os números escolhidos. Quando apresentam os números podem logo
colocar-se as questões “Qual é o que vale mais? E o que vale menos?”; “O que podes
fazer ao número que vale mais para valer o menos possível?”; “ E ao número que vale
menos para passar a valer o mais possível?”. Na última questão, o professor pode
pedir aos alunos que refiram onde é que os algarismos escolhidos obtêm o maior valor
e o menor.

Este trabalho não apresentará grande dificuldade para a maioria dos alunos da turma.

Prevê-se um total de 30 minutos para a discussão anterior.

Posteriormente, procede-se à distribuição da segunda parte do enunciado. Os alunos


devem perceber bem que, desta vez, têm de escolher apenas 4 algarismos e que nos
números escritos só podem usar esses mesmos algarismos. Durante 20 minutos, os
alunos realizam a nova tarefa proposta. Passa-se depois à discussão dos resultados
obtidos (20 minutos). Os alunos são incentivados a explicar os procedimentos
adoptados na escolha dos números. Não será fácil todos os alunos compreenderem
qual a estratégia que lhes permitiria obter os números certos, de acordo com as
condições propostas.

Avaliação

A avaliação dos alunos terá em conta os seguintes parâmetros:

• Correcção dos produtos apresentados;


• Pertinência das questões colocadas.
• Capacidade para raciocinar e comunicar em contextos numéricos;
• Envolvimento na realização da tarefa;
• Autonomia

Reflexão sobre o decorrer da aula.

Na parte introdutória da aula, há a salientar o diálogo que surgiu em torno dos


conceitos de número par e número ímpar.

Prof: Como sabemos que um número é par ou ímpar?


Sofia: Os números pares dão para fazer conjuntos sem ficar nenhum de fora…
Prof: Como assim? Não estou a perceber.Sofia: Vamos juntando dois a dois. Se não
sobra nada é par e se sobra um é ímpar.
Tiago: Mas num número muito grande, basta irmos ao algarismo das unidades. Por
exemplo o 6 – 2…4…6…dá para fazer conjuntos de 2 e não sobra nada. É par.

Neste momento, deveria ter questionado a turma sobre a afirmação do Tiago e não o
fiz. Era importante referir porque é que nos números “grandes” basta o algarismo das
unidades para verificarmos se um número é par ou ímpar. Será um aspecto a abordar
futuramente, quando se considerar oportuno.

Logo após a afirmação do Tiago, o Carlos Daniel refere o seguinte:

E se juntarmos dois números ímpares, dá um numero par.


Prof: Por que é que isso acontece?
Carlos: Em cada número ímpar sobra 1 e quando os juntamos, o 1 de um e o 1 de
outro juntam-se e formam um par.
Prof: E se juntarmos um número ímpar e um número par?
Ana: Dá ímpar. Por exemplo: o 2 que é par mais o 3 que é ímpar dá 5 que é um
número ímpar.

Foram dados mais alguns exemplos e registaram-se no quadro para que facilitar a
compreensão do que estava a ser dito.
Prof: E se juntarmos dois números pares?
Carlos: Fazem outro par. Por exemplo: se formos à tabuada do 2 vemos 2+2=4; 4+2=6;
6+2=8…Estamos sempre a juntar pares e dá sempre um número par. A tabuada do 2 é
a tabuada dos números pares.
Beatriz: E a do 3 é a tabuada dos números ímpares.
João: Não, porque 2x3=6 e 6 é par. E nós já vimos que ímpar mais ímpar dá par. Na
tabuada do 3 dá ímpar/par, ímpar/par …

Após esta discussão, os alunos iniciaram a tarefa. Conforme previsto, praticamente


todos os alunos a terminaram antes do tempo determinado para o efeito.

Alguns exemplos de soluções:


Apenas três alunos criaram os números sem obedecerem a todas as condições.
Alguns alunos apresentaram dificuldades na ordenação dos números, por ordem
crescente. Por essa razão, houve necessidade de analisar os erros cometidos e dar
algum tempo para os alunos reformularem as suas ordenações.

Na última questão da primeira parte, apenas uma aluna não atribuiu correctamente o
valor posicional dos algarismos escolhidos. O conceito de valor posicional está muito
bem desenvolvido na maioria dos alunos.

A 2ª parte da tarefa foi muito interessante. Como a escolha foi limitada a apenas 4
algarismos, foi interessante ver os alunos, inicialmente, a escolherem os algarismos
sem qualquer critério e a não conseguirem construir os números, obedecendo às
condições iniciais. Houve mesmo alunos que disseram que, com apenas 4 algarismos,
era impossível obedecer a todas as condições, simultaneamente. Nesses casos,
sugeriu-se que tentassem com outros algarismos; que fizessem várias tentativas.
Pouco a pouco, os alunos foram arranjando estratégias e apenas 3 alunos não
conseguiram realizar esta parte da tarefa.

Trabalho do
Perguntou-se à turma por que razão teriam sentido mais dificuldade nesta parte da
tarefa e todos referiram que foi o facto de só poderem utilizar 4 algarismos.

Ângelo: O Nuno não conseguiu fazer porque escolheu o 1, o 6, o 5 e o 9 e só um é


que era par e assim não se consegue fazer pelo menos três pares.
Prof: Então qual a estratégia que devíamos utilizar para escrevermos correctamente
os números?
Tiago: Se escolhêssemos todos pares é que não havia dificuldade nenhuma.
Prof: Por que é que dizes isso?
Tiago: Porque todos os números que fazíamos eram pares e podia ser.
Inês: Isso foi o que eu pensei.

Cláudia: Mas também podia ser três pares e um ímpar porque eu fiz assim e deu-me.

Tiago: E eu escolhi dois pares e dois ímpares e também fiz.

Ângela: Pois, só não dava se escolhesses todos ímpares.


Inês: Ou um par e três ímpares, que foi o que fez o Nuno.

Exploradas todas as possibilidades, propôs-se a realização do último desafio. Os


alunos ficaram entusiasmadíssimos por terem a possibilidade de trabalharem com
números “gigantes”.

Apresentam-se 3 exemplos que surgiram na turma:


O maior número foi fácil para a maioria dos alunos.

Prof: Por que é que optaste por colocar os algarismos nessas posições?
Tiago: Porque só tinha números até 9 e o nove era o maior, então tinha de pôr deste
lado porque vale mais. Sempre assim do maior até ao mais pequeno.
Prof: Mas vale mais deste lado?
Tiago: Sim, porque nós vimos que quando vamos andando nas ordens para o lado
esquerdo, o valor aumenta.

O menor número com todos os algarismos suscitou grandes dúvidas.

Tiago: O zero aí (no lado esquerdo) não faz parte do número; aí não conta porque não
vale nada. Tinha de vir à frente do 1. Temos do pôr o que vale menos na “casa” que
vale mais.
Ângela: Pois é. Devia ser 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9, mas como o 0 não podia vir no princípio,
púnhamos logo a seguir ao 1. Na ordem das unidades é que o zero não devia vir.
Prof: Podes explicar melhor o que acabaste de dizer?
Ângela: Porque se o zero está nas unidades, os outros algarismos vão ficar nas outras
ordens que valem mais e nós queremos o menor número.

No final, os alunos quiseram saber como se liam aqueles números e a professora fez a
leitura dos números por classes.

Os alunos reagiram muito bem à tarefa e foi um excelente momento de mobilização de


conhecimentos.
EBI C/ JI DE GAVIÃO

MATEMÁTICA

Nome: ________________________________________________________________

Data: ____/____/_______

4 Números

1. Com os algarismos representados nos cartões, pensa em 4


números diferentes, tendo em atenção as seguintes condições:

• Todos os números devem ter 4 algarismos;

• Não podes repetir algarismos no mesmo número;

• Todos os números devem começar pelo mesmo algarismo;

• Pelo menos três números têm de ser pares.

2. Escreve os números em que pensaste, na tabela.

3. Ordena os números por ordem crescente.


4. Escolhe dois algarismos que usaste nos números anteriores e
escreve qual é o valor que eles representam em cada um
desses números.

Extensão do problema

1. Agora, escolhe apenas 4 algarismos dos representados nos


cartões e pensa em 4 números diferentes, tendo em atenção as
condições descritas no exercício anterior.

2. Regista os números na tabela.

3. Ordena os números por ordem decrescente.

4. Consegues descobrir qual o maior número possível que se pode


escrever com todos os algarismos dos cartões? E o menor?

maior número: ________________________________

menor numero: _______________________________

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