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Título: BLACKPOT
Autor: Dennis McShade
Colecção: A Phala
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Policial
Formato e acabamento: 13,5 x 21 cm, edição brochada
N.º de páginas: 64
«Os metafísicos de Tlön não buscam a verdade nem sequer a verosimilhança: buscam o assombro»,
in Ficções, Jorge Luis Borges, 1944.
Juntamente com Albert Camus, cuja A Queda assume neste Blackpot o papel de insuspeitado
mote, Borges era um dos autores preferidos de Dinis Machado. Tanto que a sua personagem Peter
Maynard, assassino profissional com preocupações éticas e estéticas, figura central de Mão Direita do
Diabo, Requiem para D. Quixote e Mulher e Arma com Guitarra Espanhola, não é mais do que a ameri-
canização de Pierre Menard, personagem kafkiana de um conto borgeano que teimosamente se entre-
tém a reescrever o Quixote, palavra a palavra, letra a letra, vírgula a vírgula. Foi com esse espírito que
Dinis Machado escreveu de um fôlego, como era seu hábito, este visceral Blackpot. Esteve para lhe cha-
mar Gulliver contra Gulliver, título talvez com mais ressonância literária, sobretudo se aceitarmos a opi-
nião de André Breton segundo a qual foi Swift quem inventou o humor negro. Embora, convenhamos,
com muito menos swing.
Escreveu-o à máquina algures entre 1983 e 85, meteu-o na gaveta da memória e lá o esqueceu iné-
dito até hoje. Guardado a sete chaves e mais uma, a da sombra libertária do olvido, só voltaria a recu-
perá-lo quando, ainda em vida, se preparava a reedição dos supracitados McShades. Uma coisa levou à
outra e ele concluiu que o Blackpot tinha tudo a ver com este seu alter ego literário com vagas maneiras
de camóne e muitas leituras na consciência, de seu nome completo Dennis McShade. Pois, como diria
Peter Maynard, seja feita a sua vontade.
«Pode-se vomitar tudo menos o medo e a solidão. Esta frase idiota fora-lhe dita, uma
vez, por um médico que morrera atropelado por um camião. Continuou a olhar para o es-
pelho e tentou sorrir da ideia. Mas não sorriu.» P.V.P.: 9€ / ISBN: 978-972-37-1452-4
Assírio & AlvimII
Rua Passos Manuel, 67-B
editores e livreiros 1150-258 Lisboa
É tudo isso e também aquilo que nem conseguimos dizer, porque é tão difícil, tão diferente
dizer uma literatura construída, não o esqueçamos, por poetas e escritores anónimos, uma liter-
atura que foi segredada e recitada durante séculos, antes de ser escrita, que é tecida de palavras
que solicitam o indizível, e que foram, e que são, não apenas a expressão das histórias, mas o ras-
tro de um estremecimento que as atravessa. Talvez seja isso o vento de Deus.»
«Num país com uma grande tradição poética, Zbigniew Herbert pertence à mesma geração de
Czeslaw Milosz, Tadeusz Rozewicz e Wislawa Szymborska. O Senhor Cogito — uma espécie de
anti-herói e o seu alter ego — é uma das grandes criações literárias do século XX. A sua poesia é de
uma grande sobriedade, rigorosa e límpida. A sua paixão pela história e literatura clássicas estão pre-
sentes em inúmeros poemas. Mas só ilusoriamente a sua poesia é clássica. Zbigniew Herbert é um
mestre da ironia histórica. Joseph Brodsky define-a bem quando diz que a “sua poesia acrescenta à
biografia da civilização a sensibilidade de um homem que não foi derrotado por um dos séculos
mais eficazes na desumanização da espécie. A sua ironia, a sua reserva austera e a sua compaixão, a
lucidez do seu lirismo, a intensidade do seu sentimento para com a antiguidade clássica, não são ar-
madilhas de um poeta moderno, mas a armadura necessária — no seu caso bem temperada e sem
dúvida brilhante — para que o homem não seja esmagado pela arremetida da realidade”».
Esta belíssima edição encadernada reproduz as gravuras originais realizadas por William
Blake. A par com a magnífica tradução de Jorge Vaz de Carvalho este livro permite ao leitor a
plena experiência do mistério e beleza presente nos poemas de Blake. Uma edição a não perder,
que oferece uma introdução perfeita ao mundo visionário de Blake.
Uma fascinante viagem à Biblioteca Nacional através do olhar de Duarte Belo e Maria Inês
Cordeiro: «Não é por acaso que a gíria da Biblioteca coloca os livros em “comboios”: a metáfora
traduz, como nenhuma outra, o conceito físico da arrumação sistemática em grandes unidades
colectivas ligadas em linha. Mas também simboliza, no melhor que a imaginação pode produ-
zir, um mundo de ideias de movimento, viagem, partida, chegada, descoberta de novas paisa-
gens, despedidas e reencontros… Cada “comboio de livros” é, em si, uma promessa de múltiplos
itinerários — em cada livro e para cada leitor — em diferentes eras, contextos, ocasiões. Mas o
comboio é, também, representante de uma época de modernidade que, ainda presente, já é pas-
sado. Hoje, numa lógica de viajar completamente diferente, a Internet perturba o conceito secu-
lar de Biblioteca como organização alinhada, e em terra firme. Ultrapassando a fisicalidade do
papel, transporta-nos para um universo de informação digital transmitida à velocidade da luz,
onde — também não por acaso — viajamos, mas navegando. Saímos da dimensão contida de
cada povoado, de cada cidade, de cada país, de cada continente, para mares onde se misturam as
nações e as línguas, a uma escala planetária em que todos nos encontramos precariamente liga-
dos. Também eles presentes nesse universo fluido, sem tempo nem espaço, os livros continuam,
no entanto, a ser idealizados, impressos, distribuídos, disseminados e a ter um lugar à sua espera
em qualquer carruagem de um “comboio de livros” da Biblioteca.»
P.V.P.: 25 € / ISBN: 978-972-37-1445-6
Assírio & AlvimII
Rua Passos Manuel, 67-B
editores e livreiros 1150-258 Lisboa
Esta é a terceira edição da poesia completa de Alberto Caeiro na série das obras de Fernando
Pessoa publicadas pela Assírio & Alvim. Vem agora aumentada de um novo poema e de correc-
ções em certos versos, assim tentando avançar na aproximação à mais limpa e respeitadora edição
possível de um conjunto de textos que constitui, talvez, o cerne poético da obra de Fernando
Pessoa. Pelo menos, é do Mestre que se trata, isto segundo a ficção dos heterónimos que nos é
transmitida pelo autor. Ou seja: o lugar de uma singularidade extrema em termos composicionais
e retóricos, que, além disso, oferece a todos os que o lerem uma cura de felicidade.
«O que temos aqui não é um livro mas a sua subversão e negação, o livro em potência, o livro em
plena ruína, o livro-sonho, o livro-desespero, o anti-livro, além de qualquer literatura. O que temos
nestas páginas é o génio de Pessoa no seu auge». Estas são palavras da INTRODUÇÃO à primeira edi-
ção do Livro do Desassossego publicado pela Assírio & Alvim, em 1998. Com o presente volume, va-
mos na oitava edição desta maravilhosa e sui generis obra, agora enriquecida por alguns inéditos e, so-
bretudo, por dezenas de melhoramentos na leitura dos originais manuscritos, redigidos numa
caligrafia notoriamente difícil de decifrar. Esta nova edição também apresenta uma articulação
aperfeiçoada de alguns trechos e inclui profusas notas que vêm esclarecer praticamente todas as refe-
rências literárias e históricas. Mantém-se, no entanto, o carácter essencialmente hesitante e fragmen-
tário do Livro, realçando assim o que o autor chamou de «o devaneio e o desconexo lógico» da sua
«expressão íntima». Era, com efeito, o livro de um sonhador e para sonhadores. E era — vai sendo
— muitas outras coisas para todos os que entram neste vasto e surpreendente universo escrito.
Diário 1941-1943
Etty Hillesum
Colecção: Teofanias
ISBN: 978-972-37-1274-2
Preço de capa: 22 €
«Weil, na minha opinião, é quem melhor conhece a «O Livro de Horas, talvez a mais pura elevação religiosa
“luz da montanha” (como diria Nietzsche)» que jamais um poeta concebeu em nossos dias.»
George Steiner Stefan Zweig
Colecção: Teofanias Colecção: Teofanias
ISBN: 978-972-37-0996-1 ISBN: 978-972-37-1332-9
Preço de capa: 18 € Preço de capa: 22 €