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2ª Edição Eletrônica

Poesia

CÉLIA LAMOUNIER
Autora

Capa: Ana Elisa Simões - Belo Horizonte


Edição Eletrônica: L P Baçan

Outubro de 2009
Londrina - PR

Direitos exclusivos para língua portuguesa:


Copyright © 2009 dos Autores

Distribuição exclusiva através da


Biblioteca Virtual "Célia Lamounier” e SCRIBD.

Autorizadas a reprodução e distribuição gratuita


desde que sejam preservadas as características originais da obra.

Visite o site e conheça o trabalho de Célia Lamounier.

www.celialamounier.net

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ÍNDICE

A AUTORA 4 POEMA 13 36
INTRODUÇÃO 15 POEMA 14 37
APRECIAÇÃO 19 POEMA 15 38
POEMA 01 24 POEMA 16 39
POEMA 02 25 POEMA 17 40
POEMA 03 26 POEMA 18 41
POEMA 04 27 POEMA 19 42
POEMA 05 28 POEMA 20 43
POEMA 06 29 POEMA 21 44
POEMA 07 30 POEMA 22 45
POEMA 08 31 POEMA 23 46
POEMA 09 32 POEMA 24 47
POEMA 10 33 POEMA 25 48
POEMA 11 34 POEMA 26 49
POEMA 12 35 POEMA 27 50

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CÉLIA LAMOUNIER

Célia Lamounier de Araújo, “um pingo de gente”, tem a simbiose lírica


do suave e forte impregnando toda a sua obra literária e sua própria vida, ou
seja, no dizer de Maria Ribeiro Pires Vianna de Góes em l984: “A jovem
senhora tem um brilho de viva inteligência nos olhos, que nos lembra a
têmpera do aço e que denunciaria a sua presença de eterna pesquisadora da
alma humana se seus lábios não se abrissem sempre em sorriso leve e juvenil.”
É ativista cultural e autora premiada, pugnando pela união, pela cultura e
pela justiça.Desde criança, seus pendores literários e de liderança eram claros,
gostando de livros e participando com entusiasmo de todas as festas, cantando,
escrevendo, organizando, escobrindo a história, brigando pelas verdades,
evoluindo na arte de bem viver.
Nasceu em 19.7.43, primogênita do casal Dr. Raymundo Nonato de
Araújo e Isaura Lamounier de Araújo, sendo, portanto, fruto da união de
famílias tareco/papiata (as facções políticas que não se misturavam na velha
Tamanduá). Estudou no famoso colégio das Irmãs Batistinas, praticando
vários esportes.
Jovem ainda, colaborava no auditório e no programa da rádio local “O
céu é o limite” patrocinado pela empresa de seu pai, dirigia ônibus, fazia pic-
nics e gostava muito de dançar.
Casou-se em 1968 e tem três filhos.
O primeiro livro de poemas foi escrito por volta dos 18 anos e guardado
ficou até 1978, data da sua edição e lançamento.

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Começou a publicar no jornal Agora e no Diadorin, tornando-se editora e
jornalista em 1970, com os jornais Janelão, O Itapecerica e Quatro Bicas;
colaboradora em vários outros jornais.
Recebeu em 1972 a homenagem do Projorin-PUC como jornalista.
Residindo em Ipatinga, de 1977 a 1981, ali participou ativamente da fase
criativa com suplementos literários, recitais, concursos, livros, criação da
UBT/Vale do Aço e da Academia de Letras de Ipatinga (das quais foi
presidente).
Participando de alguns concursos de poesias, recebeu pelo seu poema
“Enquanto há vida” a medalha de ouro no II Concurso Nacional de
Poesias/Brasília/81 e foi homenageada como “destaque em literatura” nas
cidades de Ipatinga/80 e de Itapecerica/81.
O barco estava navegando e seguiu em frente: “e cada amor feito de dor e
de alegrias me enriquecia, nasciam pedras/pérolas de dentro da ostra que é
meu coração, de duas cores, fiz um colar: são as poesias.”
Muda-se com os filhos em 1982 para Belo Horizonte, onde continua
participando do movimento trovadoresco e após concurso, trabalha no
TCE/MG. Falecendo seu pai em 1985, volta a residir em Itapecerica,
publicando o livro “Sirgas e Organsins” em 1986; trabalhando por dez anos na
Administração Fazendária, estuda e forma-se em Direito, sendo escolhida
como oradora. Aliás, foi oradora de classe desde o curso primário. Gosta de
ouvir músicas e de cantar, participando de corais e de serestas.
Como advogada e escritora - tem por ideal e missão - a honestidade e a
justiça. Sonha e busca uma cidade mais ativa e progressista, onde os
moradores tenham uma boa qualidade de vida cultural e social.
A geração de empregos é essencial, mas os políticos não escutam poetas.
Coordenadora em 1987 da 3.ª Mostra Cultural Campo das Vertentes, reuniu 7
cidades durante 7 dias, apresentando-se com orquestras, teatro, serestas,
danças, reinados e gincanas, em tapecerica - 10.º município de MG.
Como radialista teve um programa cultural durante três anos:
Meia hora com Célia.
Presidindo a Academia Itapecericana de Letras e Cultura, publicou em
1993 o livro Itapecerica” escrevendo nos jornais Impacto e Gazeta do Oeste,
publicando poemas em inúmeras antologias e em alternativos nacionais como
associada.
Seu livro “Passo a Passo” publicado em 1998 “traz no bojo a doce poesia
da simplicidade, condensando em 27 poemas a filosofia de bem viver” disse o
escritor Marciano Vasques.

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Um próximo livro contendo sua produção literária, esparsa em jornais e
antologias, será lançado sob o título “Cadinho de Sonhos” provavelmente em
dezembro/01.

Filiada às entidades:

OAB/MG n.º 55971 - Coordenadora da OAB-Mulher - Aposentada


TCEMG
Presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de 97/00
Presidente sócia fundadora nº 13 da Academia Itapecericana de Letras e
Cultura
Membro fundador nº 13 da Academia de Letras de Ipatinga - 1978
Sócia desde 1980 da Academia Municipalista de Letras de MG -
Amulmig
Sócia emérita ACLCL/ MG e Conselheira no CEMEG
Sócia Clube dos Escritores de Piracicaba SP n.º 38
Sócia Casa do Poeta Brasileiro – Poebrás/ BA
Sócia da International Writers Association
Sócia da Sociedade Brasileira de Pensadores PE
Sócia n.º 622 da REBRA - Rede de Escritoras Brasileiras
Academia Internacional de Lexicografia - Divinópolis
Coordenadora da AJEB/MG
Sócia correspondente do:
Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais - IHGMG
Centro Trovadores Capixabas ES e Febet
Balaio Poético, Governador Valadares MG
Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni RJ
Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras – AJEB/RJ
Postal Clube – RJ Brasil

Jornais
Editora dos jornais: Janelão – O Itapecerica - Quatro Bicas – Impacto
Colaboradora em jornais com suplementos literários 79/81:
Jornal Vale do Aço – Sempre – Transa - Diário do Aço – Diário da
Manhã
No jornal Gazeta do Oeste de Itapecerica: coluna Movimento PAP-99/00

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Premiações recebidas por:

- Itapecerica MG -
1- Diploma de Honra ao Mérito ao Jornal Janelão em 15.12.71 pelo
Mobral;
2 – Homenagem do Projorin-PUC/MG à jornalista Célia em 09/72, e
mais o artigo “Jornalismo Heróico” publicado em jornais do RS em 1976;
3 – Recital de Poesias Vale do Aço 10.11.78 no Colégio São Francisco
de Ipatinga, classificadas: Dia a Dia Terra e Eu-passarinho;
4 – Recital de Poesia e Música no Colégio São Francisco em 28.11.80,
classificada e encenada a poesia infantil: Justamente;
5 – Troféu de Gala 79/80 por “Destaque em Poesia” – Ipatinga em
30.8.80;
6 – V Concurso Nacional de Poesias de Três Corações 1980, entre as 20
finalistas a minha poesia Enquanto há Vida, declamada por Moacir
Chrisóstomo, recebendo Menção Honrosa;
7 – Homenagem especial em Noite de Gala Vale do Aço de 4.10.81 com
diploma de 1.º lugar em Poesias ano de 1981 - depois, homenagem e
apresentação de Enquanto há Vida na Feira da Paz de Ipatinga;
8 – II Concurso Nacional de Poesias Brasília/81, primeiro lugar entre
6218 concorrentes, recebendo a Medalha de Ouro com Enquanto há Vida;
9 – Personalidade Destaque em Literatura dia 02.10.81 pelo jornal Agora
de Divinópolis em Itapecerica;
10 – Concurso Nacional de Poesia Moderna da revista Perfil/GO em
1982 recebendo Menção Honrosa com a poesia Riscos;
11 – VII Concurso Nacional de Poesias de Três Corações em 1982, entre
as 20 finalistas com minha poesia Saudade recebendo Menção Honrosa;
12 – Oradora oficial aniversário de Itapecerica em 04.10.82;
13 - II Concurso Nacional de Poesias Raimundo Corrêa-RJ em 1982
recebendo com a poesia Interrogando o diploma de Menção Honrosa;
14 – III Concurso Nacional de Poesias Raimundo Corrêa-RJ 1983
recebendo com a poesia Meia Hora o diploma de Menção Honrosa;
15 – IV Concurso Nacional de Crônicas Vila Velha-ES em 1983, tema:
Solidão, recebendo diploma de Honra ao Mérito;
16 – IV Concurso Nacional de Poesias Raimundo Corrêa-RJ em 1984
recebendo com a poesia A um Pintor o diploma de Menção Honrosa;
17 – IX Concurso Nacional de Poesias de Três Corações em 1984, entre
20 finalistas com a poesia Bárbara Eliodora, declamada pela autora, recebendo
diploma de Honra ao Mérito;

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18 – V Concurso Nacional de Poesias de Brasília em 1984 recebendo o
diploma de Menção Honrosa com a poesia Terra-Teatro;
19 – Concurso Nacional de Poesias da Crisalis Editora em 1985-RJ
recebendo o diploma de Honra ao Mérito com a poesia Mãe;
20 – Diploma de Participação no Concurso Nacional de Poesia Homem-
Natureza, de 1987-RJ com as poesias Trajetórias e Floresta Encantada;
21 - Homenageada na festa “Noite as 10 Mais” em 01.5.87 pelo Rotary
Club de Itapecerica;
22 – Diploma de Participação no II Encontro de Academias de Letras de
MG ocorrido em 1989 em Divinópolis;
23 – Diploma de Menção Honrosa em 1989 no X Concurso Nacional de
Poesias de Brasília com a poesia Trajetórias;
24 – Em 1989 no Concurso Nacional do Livro de João Pessoa – PB
participando com o livro “Sirgas e Organsins” e recebendo a 3.ª Menção
Honrosa;
25 – Em 1990 no Concurso Nacional de Poesias GTO da Academia
Divinopolitana de Letras recebendo Menção Especial com poesia e haicais a
GTO;
26 – Em 1992 o diploma de participação no Concurso Best Seller da
Litteris Editora – RJ com a poesia Enquanto há Vida, selecionada para ser
publicada na antologia;
27 – No IV Concurso Internacional de Sonetos ADL/1994 recebendo
Menção Honrosa pelo soneto Oração, em Divinópolis MG;
28 – Em Leopoldina no IV Concurso de Poesias Augusto dos Anjos/95
com Trajetórias entre as finalistas, recebendo Menção Honrosa;
29 – No V Concurso de Poesia Espírita de São Paulo, o diploma de
participação classificada a poesia Troca, em 07/1995;
30 – Diploma de Participação no IX Concurso de Poesias-1996 da
Academia Petropolitana Raul de Leoni – RJ com a poesia Realidade,
publicada na antologia;
31 – No Concurso Nacional de Poesias do Postal Clube/RJ classificadas
em 2.º lugar a poesia Deusa em 1996 - O único em 1997 e do livro Passo a
Passo, o poema 25: Nós em 1998;
32 – Concurso de Poesias Maria Sabina de Niterói – RJ com o poema
Nós, do livro Passo a Passo, em maio/98, recebendo o diploma de menção
Especial;
33 – Personalidade Destaque em Literatura, diploma oferecido pelo
jornal Gazeta do Oeste/Itapecerica em 21.11.1998;

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34- Concurso Nacional de Crônicas Brasil em Prosa e Verso de Varginha
MG em 1999 com a crônica Faz de Conta recebendo a medalha e diploma de
Honra ao Mérito;
35 – II Concurso Nacional Poesias Clube Escritores Piracicaba/00 poesia:
36 – No 1.º Concurso Nacional ASES de Bragança Paulista/2000 com
Auroras e Alegrias;
37 – No Concurso Poebrás/BA em 2000 na categoria poema moderno, o
9.º lugar com a poesia Fotografando;
38 – Concurso das Américas do Sindeal-AL em 2000, categoria
acadêmica com o poema Atemporal o 10.º lugar, inscritos 10721 textos;
39 – Diploma de Colunista Cultural do Ano de 2000 - prêmio
Francisletras-GO;
40 – Concurso Internacional de Prosa e Verso Poebrás/GO-2000 com
diplomas de 4.º lugar para o Soneto ao Sorriso, crônica O sabor de um abraço,
haicai e Menção Honrosa para a poesia Mistura;
41 – Participação no programa radiofônico “La voz y la palabra de poetas
iberoamericanos contemporaneos” no Canadá em 10.4.01 através de gravação;
42 – Concurso Internacional em Prosa e Verso Árcade ano 2001 da
Poebras-GO, classificada em 2.o. lugar com o poema História de Bárbara
Eliodora;
43 – III Concurso de Poesias do Clube de Escritores Piracicaba SP/2001
classificada em 4.º lugar a poesia Urgente;
44 – Finalista Concurso ADL/2001 crônica: Respigar;
45 – Medalha de HM no Concurso/Amulmig/01 de Livros Publicados,
classificada pelo livro Passo a Passo.
46 – Destaque Social em 17.11.01 – Aniversário (dia 20) de Itapecerica:
212 anos.
47 – Concurso VB2001 www.notivaga.com entre os 30 vencedores n.º
26, resultado em 27.01.02 (todos os participantes concorrendo com seis
poemas, antologia a ser publicada).

Premiações referentes a autoria de TROVAS:

Diploma de Honra ao Mérito e troféu nos XI Jogos Florais de Niterói-RJ


em 1981 com a trova-tema: Erro;
Distinção trovista em 1981 no Clarinadas Líricas – Ipiau/BA trova-tema:
Folia classificada em 9.º lugar;
Menção Honrosa em Bom Jesus do Galho MG 1981 trova-tema: Ação
Comunitária, com publicação no livro Pedaços de Corações;

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Honra ao Mérito no I Concurso Nacional de Trovas A Folha de
Caçapava-ES em 1985 com a trova-tema: Pai;
Honra ao mérito no II Concurso Nacional de Trovas de Vespasiano em
1987 com a trova-tema: Mensagem de Natal;
Diploma de participação nos Primeiros Jogos Florais de Manhumirim
MG trova-tema: O Negro;
Honra ao Mérito pelo 4.º lugar no Concurso Internacional de Trovas
ADL promovido em 1994 – Divinópolis MG;
No Jornalzinho do Postal Clube – RJ em 1998 a trova do mês: Coração;
Finalista Concurso ADL/2001 – trova.

LIVROS publicados:

1 – Entardecer de Lágrimas – Ipatinga 1978 – poesias 100p.


2 – Cidade Itapecerica 1981 – Resultado nosso l.º Concurso Nacional de
Trovas
3 – Cidades e Trovadores – UBT Vale do Aço 1982 – com o resultado
nosso Concurso Nacional de Trovas
4 – Sirgas e Organsins - Itapecerica 1986 poesias 180p.
5 – Itapecerica antologia n.º 01 da Academia Itapecericana de Letras e
Cultura – 190p.
6 – Passo a Passo 1998 – poemas humanísticos – Itapecerica MG 48p.
7 - Dicionário dos Padres e Vigários de Tamanduá/Itapecerica - 50p.
2002
8 – ainda inédito: Cadinho de Sonhos Autora de Suplementos Literários
em jornais do Vale do Aço e de Itapecerica; participação em 50 antologias e
em alguns folhetos culturais de Minas e do RJ.
Editora dos jornais Janelão, O Itapecerica, Quatros Bicas, Impacto.
Organização, revisão e prefácio dos livros:
Abismos da Vida, Minha Voz, Canção daVida e Retalhos d’alma.
Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras, presidente AJEB/ MG
nomeada em 2002

Referências bibliográficas sobre a autora:

Livro Itapecerica antologia 1 – 1993


Várias antologias nacionais
Verbete na Enciclopédia de Literatura Brasileira – FAE/1990 RJ

10
Dicionário de Poetas Contemporâneos de Francisco Igreja RJ 1991
Dicionário Biobibliográfico de Escritores Contemporâneos de Adrião
Neto, publicado em 1998 – Teresina PI
Dicionário de Mulheres 1999 de Hilda Hubner Flores, Porto Alegre RS
Novo Dicionário Escritores Brasileiros 2000 Litteris Editora RJ
(Resumo atualizado por Célia, Itapecerica 2002)

Na Internet:

www.celialamounier.hpg.com.br
www.itapecericamg.cjb.net
www.notivaga.com e Concurso VB/2001
www.usinadeletras.com.br
www.vaniadiniz.pro.br
www.blocosonline.com.br
www.avbl.com.br

Participação em Antologias:

COM TROVAS:

Cidade Itapecerica 1981 – 1º concurso Ubt


Cidades e Trovadores 1982 – Concurso Ubt
2ª Coletânea de Colares 1982 – Linamar SP
Saudade em Trovas 1983 – Arthur Baptista SP
Trovas sobre o Mar 1988 – Arthur Baptista SP
Mil trovas de amor e saudade 1984 – Ediouro RJ
Ant. Trova Escabrosa 1989 – Eno T. Wanke RJ
Entre Montanhas e Trovas 1997 – UBT/BH
O Jornalzinho do Postal Clube/RJ e em suas antologias COM POESIAS:
Oxalá – Anuário de Poetas do Brasil 1981 vol. III – Aparício Fernandes
Enquanto há vida – Anuário de Poetas do Brasil 1982 vol IV – A.
Fernandes
Tal qual – Cascata de Versos 1987 – Academia Petropolitana de Poesia
Várias – Antologia Literária da Academia de Letras de Ipatinga 1988
Ser poeta – Internacional Poetry 1988 – Terezinka Pereira
Várias – V Antologia de Poetas e Escritores do Brasil 1990 – vol XIII –
Rev. Brasília

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Várias – Encarte no jornal Quatro Bicas: As 4 faces do pensamento de
Célia -1991
Enquanto há vida – Literatura Maior 1993 – Litteris Editora
Floresta Encantada – Antologia Afemil 1994 – Academia Feminina
Mineira de Letras
Sucupiras – Revista nº 02 Afemil – 1995
Amigo – Agenda Literária 1995 – Litteris Editora
Trajetórias - Anuário de Escritores 1995 – Litteris Editora
Sim – Argila Revista nº 01 da Academia Petropolitana de Poesias 1996
Sim – Antologia Del’Secchi vol. V 1996 – Roberto Del’Secchi RJ
Bárbara Eliodora – 1ª Ant. Postal Clube 1996 – Araci Barreto da Costa
Terra Teatro – 2ª Ant. Postal Clube 1996 – Araci Barreto da Costa RJ
Várias – Poetas Brasileiros vol. II – 1996 Editora Alcance RS
Mutações – Perfil 1997 – Apperj RJ
Espiritual – Argila 03 da Academia Petropolitana Raul de Leoni RJ 1998
O Sempre – Argila 04 da Acad. Petropolitana Raul de Leoni RJ 1999
Prece à Virgem – Argila 05 da Academia Petropolitana RJ – 2000
Evolução – Argila 06 da Academia Petropolitana RJ – 2001
Enquanto há vida – Antologia Del Secchi vol. 08 RJ 1999
Intolerância – Antologia Postal Clube 03 RJ – 1998
Pelo Amor – Antologia Postal Clube 04 RJ 1999
Brasil – Antologia Postal Clube 05 – RJ 2000
A cidade da justiça e Modo de Ser – Postal Clube 06/2001
Discursos de Posse vol. 01 - Amulmig/MG - 1998
Várias – Coletânea Escritores Contemporâneos PI 1999
Árvore – 3.ª antologia Alba -Varginha MG 1999
Enquanto há vida – Lafaiete em Prosa e Verso V - 1999
Faz de Conta – Brasil em Prosa e Verso - Editora Alba Varginha 1999
Auroras e Alegrias – 1.º Concurso ASES – Bragança Paulista SP 2000
Auroras e alegrias – Letras Contemporâneas 03 RS 2000
Fotografando – 9.º lugar Concurso - Revista 02 Poebrás BA 2000
Atemporal – 10.º lugar concurso - ant Ouro da América AL 2000
Itapecerica – Livro Velha Tamanduá MG 2000
Em Vão – Livro Letras da Casa – RS 2001
Agenda APPERJ/2002

Bibliografia

1 - Livros individuais:

12
1.01 – ENTARDECER DE LÁGRIMAS – Editora Imprimatur BH -
Ipatinga 1978 – Poesias – 100p.
1.02 - SIRGAS E ORGANSINS – Gontijo Editora Divinópolis – 1986 –
Poesias – 180p.
1.03 – PASSO A PASSO – Emil Editora Ltda. BH – 1998 – Poesias –
50p.
Inéditos: Cadinho de Sonhos - poesias
Crônicas e Discursos
Dicionário de Padres e Vigários de Tamanduá/ Itapecerica

2 - Livros coletivos - organizados pela autora:

2.01 - Cidades e Trovadores – UBT/Vale do Aço 1982 – Resultado


concurso nacional de trovas 32p.

2.02 - ITAPECERICA nº 1 Academia Itapecericana de Letras e Cultura -


Consórcio Mineiro de Comunicação BH – 1993 – 190p.

2.03 – Livros de poesias organizados, revisados e prefaciados pela


autora: Abismos da Vida, Minha Voz, Canção da Vida e Retalhos d’alma.

3 - Publicações em folhetos culturais: Jornal Blocos RJ

Tentativa – João Nery - Ipatinga


Balaio Poético – Governador Valadares
Diversos Caminhos – Zanoto - Varginha MG
Literatura e Arte – Humberto Del Maestro - ES
Jornal Quatro Bicas - Itapecerica
O Jornalzinho do Postal Clube RJ
Francisletras – Francisco Nascimento GO
O Radar n.º 2101 de 6.9.01 coluna “Trovas’
4 - Em sites na INTERNET:
Jornal da Poesia – www.secrel.com.br
Postal Clube www.planeta.terra.com.br/arte/postalclube
APPERJ – www.geocities.com/livronline
http://orbita.starmedia.com/~apperj/poesia
Ação Poesia – www. acaopoesia.vila.bol.com.Br
www.notivaga.com/mpa.asp?autor=Célia+Lamounier
www.itapecericamg.cjb.net
www.blocosonline.com.br/literatura/index.htm

13
http://rebra.org
www.geocities.com/~rebra/autores/622port.html
www.vaniadiniz.pro.br
www.avbl.com.br

Referências bibliográficas em:

Anuário de Poetas Brasileiros - Aparício Fernandes RJ 1981 e 82


Enciclopédia de Literatura Brasileira FAE/90
Dicionário Poetas Contemporâneos Francisco Igreja Rio/91
Dicionário Biobibliográfico - Adrião Neto -Teresina PI/98
Dicionário de Mulheres – Hilda Hubner - Porto Alegre/99
Novo Dicionário Escritores Brasileiros 2000 - Litteris Editora RJ

Endereço: Célia Lamounier de Araújo


Praça Lincoln Ribeiro 22 Itapecerica MG 35550-000
0xx37.3341.2094 - Email – celialam@mcnet.inf.br
Itapecerica, outubro de 2001

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Introdução

Célia Lamounier de Araújo

Introdução
ao conhecimento da
sinfonia humanística do infinito

Epígrafe:

“E tudo que era efêmero se desfez”


de Cecília Meireles em CÂNTICOS

Poemas
Texto – Célia Lamounier de Araújo
em 13.09.97
Revisão – a autora

Direitos reservados à autora


Praça Lincoln Ribeiro, 22 Itapecerica – MG
037 – 341 2094 – 35.550.000

15
Dos Místicos

Dizem que a verdadeira poesia é a que cuida das coisas do divino.


Querem alguns que o mundo seja movido a sexo. Outros dizem: quem manda
é o Poder. E uns poucos contra-argumentam: quem manda é o Dinheiro
(Capital).
Tenho que a grande força a jungir os destinos do Homem é Deus. Não o
Deus no sentido de religião, de religiosidade, de crenças. Mas no sentido
daquela força que sabemos interna, um Deus, talvez o Desconhecido de que
nos fala o apóstolo Paulo, ou até mesmo o mais terrível deles todos, o Não-
Acreditado. Mata-se e morre-se em nome de Deus. Em nome de qualquer
deles, mas sempre há uma “força divina” por trás das atitudes do Homem. A
rigor, só se faz isto, morrer e viver, em nome d’Ele!
Na tragédia grega, o sacerdote (Tirésias, em Antígona, para
exemplificar), falava de igual para igual com o rei. O rei, o poder, de origem
divina; mas o poeta, o vate, o poder dos deuses como se fosse o próprio divino
em pessoa, com a capacidade de re-ligar, e de vaticinar. Deuses e Poesia, uma
coisa praticamente inseparável nas grandes culturas universais.
Os grandes poemas da humanidade são tão grandes que nem parecem
poesia, mas são em essência uma coisa só: Poesia maiúscula. Onde talvez o
mais forte e o mais belo jamais produzido pela mão do Homem seja Mateus 5,
o Sermão, diretamente da boca d’Ele!
Toda a Bíblia, todo o Alcorão, e assim por diante: Poesia.
Nenhum escritor, em qualquer tempo do mundo ocidental, foi grande
sem ter sido profundamente bíblico.
Castro Alves era bíblico. E Machado, e T. S. Eliot, e Kafka, e Cecília
Meireles, e Jorge de Lima, e José Saramago, e Alexander Pope, e Murilo
Mendes, e Shakespeare: todos bíblicos, tremendamente bíblicos, profundos
conhecedores da Bíblia. Não digo religiosos, não digo “crentes”, digo
“bíblicos”.
Não haverá jamais cultura fora da Bíblia, nem dos livros sagrados.
Deveria a Bíblia ser o livro texto número um em qualquer curso de letras e de
literatura. Ai dos que se metem a cultos e não sabem dos nossos mitos /
crenças!
Acreditar? Isto é outra coisa. A fé de cada qual. Respeitemo-la. Procuras
Poesia? À Bíblia. Procuras Poetas? Tens os místicos!
Célia Lamounier de Araújo nos entrega o Passo a Passo impregnado de
Cecília (la Meireles) e de Poesia (as vozes do Livro).
“Como os outros foram pelo que fizeram e nos deixaram”.
Parabéns, Célia, seu livro é pura inspiração.

16
Todos somos por encanto!

Soares Feitosa
Av. Beira Mar, 3678/20
60165 – 121 Fortaleza –CE
www.secrel.com.br/jpoesia

O poema Passo a Passo, da poetisa Célia Lamounier de Araújo, é um


trilhar paralelo ao poema Cânticos, da “poeta” Cecília Meireles, publicado,
postumamente, em forma de fac-símiles de seus originais manuscritos. Ambos
têm o mesmo número de cantos e a estrutura é semelhante. Intertextualidade,
não me parece, mas Célia dialoga com Cecília, cujo nome aparece em forma
vocativa e tratamento de segunda pessoa.
Cotejando os dois poemas, vemos que Cecília Meireles usa verbos
imperativos e outros em forma futura e tom profético, em foco de segunda
pessoa e sempre permeados de algum pessimismo, enquanto Célia responde
otimista, ora em primeira pessoa, ora em terceira, universalizando conceitos
próprios, que chegam a contestar o poema interlocutor, porque seus versos
têm fé. Vez por outra, apostrofa “o Senhor” e só de leve se deixa contagiar
pelo tema da morte. A certa altura, Célia inclui em versos uma jaculatória das
Almas Pequeníssimas: “Jesus, Maria, eu vos amo / Salvai as almas, curai os
enfermos”, denunciando sua formação religiosa, enquanto Cecília só uma vez
faz menção ao “Senhor da Luz”.
As repetidas vezes em que aparece o termo “sinfonia” informam a
influência exercida durante a elaboração de Passo a Passo do trabalho
resultante de uma pesquisa e monografia escolar a que Célia denominou
Sinfonia do Universo. Voltando à afirmação vestibular desta página,
acrescentamos que, se Célia pretendeu a intertextualidade, só o fez consigo
mesma, isto é, com outros poemas de sua lavra. Afinal, a intertextualidade é
compreendida como o tecido, a urdidura, utilizando por fios, frases ou versos
excertos de dois diferentes poemas.
Com Cecília, Célia apenas dialoga; um diálogo em alto nível, sem a
reprodução de frases ou versos do poema interlocutor. No Passo a Passo, há
uma intenção clara de relembrar Cecília, trazê-la até o leitor.
Não se pode dizer que o poema de Célia tenha sido beneficiado pela
inspiração emanada dos versos de Cânticos. Tem ele brilho próprio e valor
endógeno. No caso da intertextualidade, a ligação simbiótica de dois
diferentes textos pode sugerir que o valor da obra final seja função da

17
qualidade do texto anterior do qual expressões são tomadas por empréstimo,
como se a beleza e a qualidade estética pudesse ser transmitida por osmose.
Não é isso, porém, regra geral. A intertextualidade normalmente representa
uma homenagem do autor atual ao mais antigo. E é evidente que a escolha do
mais novo recai sempre naquele autor que, enquanto seja de seu gosto pessoal,
goza do reconhecimento público.
Mas não se pode negar que o nome de Cecília Meireles prestigia o da
autora de Passo a Passo. No diálogo, entretanto entre os dois poemas, as duas
poetisas falam de igual para igual.
Quanto à autora – Célia Lamounier de Araújo – desnecessário discorrer
aqui sobre sua pessoa, sua vida, sua obra, seus méritos. Bastante dizer que,
nascida em Itapecerica, e aí radicada, é advogada, soprano e trovadora, além
de radialista e jornalista dedicada à pesquisa histórica de sua terra e região
circunjacente. Autora de vários livros de poesias, é verbete do Dicionário de
Poetas Contemporâneos/91 e da Enciclopédia de Literatura Brasileira FAE/90
e tem participação em muitas antologias. Seu nome é conhecido em largo
círculo de aficionados da poesia divulgada em publicações e alternativos
culturais.
Por sobre tudo, conhecer Célia é um privilégio; ler seus versos, um
prazer.

Mercemiro Oliveira Silva


Da Academia Divinopolitana de Letras
Cx. Postal 28 – 35500-970

Mãe,

Eu te agradeço e te bendigo
por me ter tido
e me haver dado
o amor e o exemplo
da melhor e mais completa
Mãe !

Dedico este livro a minha mãe


Isaura Lamounier de Araújo

A autora.

18
Apreciação

A Sinfonia Indelével de Célia Lamounier

Marciano Vasques – SP
Publicado no Gazeta do Oeste, maio/99

A soprano Célia Lamounier de Araújo, poetisa de Itapecerica MG,


apresenta o seu PASSO A PASSO - livro com 26 poemas (ou fragmentos da
alma!) e um epílogo, que na realidade são um único poema ou cântico, que
apresenta o mesmo número de cantos do poema “Cânticos” de Cecília
Meireles, de quem ela faz questão de revelar a influência, ou melhor, a
cumplicidade, no sentido de que são autoras ligadas pela estranha coisa
chamada sentir... Lia Célia, lia Cecília.
Seu escrito interestelar rapta o licor da harmonia, as cores das flores
colhidas no campo, a distração inerente das estrelas no espaço, o brilho
orvalhado de manhãs inervando o coração poetisado. Vê-se luminosos
espantalhos de braços abertos absorvendo cantos. Vê-se muito mais em sua
doce poesia. Basta que o olhar despojado do despotismo do cotidiano seja
acionado.
Acompanhar Célia significa seguí-la Passo a Passo e conversar com os
pássaros, ver nascer a flor, colher o sorriso da criança, dar a mão ao velho,
tudo simplicidade,pois assim é a autora, para quem não há palavras, apenas o
número da perfeição.
Com formação religiosa (seu poema transbordante de Deus ejacula
mansidão, lagos e entardeceres!) a pesquisadora da cultura da sua terra quer
mesmo a música das palavras, o sorriso que ilumina o dia, para falar de amor,
esperança, paz, alegria. Sua busca, sua sina: desejo de amor, vales, amizades.
Não há nódoas em seus escritos, só água cristalina. Pelo seu riacho
transparente, translúcido, penetra nas profundezas do coração a luz do sol.
Suas palavras, com certeza perfumadas.
Quem tem em sua biblioteca o livro Sirgas e Organsins e a reencontra na
nova obra, já sabe como acender as luzes da alma e cantar a glória de viver
hoje, passo a passo.
Ela colabora em jornais, tem livros publicados, é fundadora de entidades
literárias, recebe prêmios e mora numa praça em Itapecerica. Voa
delicadamente para lugares, nos quais os leitores recebem seu livro como um
beijo da brisa.

19
Livro – PASSO A PASSO
Editora Emil – 1998
Capa Ana Elisa Simões
Local Itapecerica MG

MARCIANO VASQUES
Educador, escritor, poeta,
Autor de livros de literatura infantil
Colaborador em diversos jornais de SP

Belo Horizonte,01.12.98

Célia, querida amiga,

Agradecimento tardio porque, além de estar aguardando o lançamento de


meu livro, estava envolvido com a edição de 3 outros, inclusive o dos
Discursos de posse de nossa Amulmig.
O que interessa mesmo é dizer que seu livro PASSO A PASSO é poesia
e espiritualidade, ou melhor, poesia pura, pois imantada de essência humana
que implica nessa partícula tão acesa e atuante na sua pena inspirada e
edificante.
O privilégio de ter Cecília Meireles como interlocutora, certamente foi
das duas autoras, isto é, das duas partituras musicais completando-se pela
dádiva e missão da mensagem que sua lira plenifica, por ser acessível ,
necessariamente acessível a todos que sentem e que buscam.
Abraço afetuoso e fraterno do

JAIR BARBOSA DA COSTA


Ensaísta, contista e crítico literário
Conselheiro da Academia Municipalista de Letras de MG

20
Belo Horizonte, 27.07.98

Célia,

É sempre uma festa a chegada lírica de seus livros!


Gostei da antologia onde você participa com brilho e engrandece a obra.
Vou procurar por sugestão sua o Postal Clube. Obrigada!
Quanto ao seu novo livro PASSO A PASSO, a mesma encantadora
magia de ontem, hoje mais madura, mais plena de lúdica. Concordo com
Soares Feitosa e Mercemiro Oliveira Silva. Entendo ser você uma poetisa
completa, sem mais nada a acrescentar à sua bagagem literária. Frases curtas,
mensagem dinâmica, texto limpo, religiosidade pura, coração aberto, alma
disciplinada, pena em elevação.
“Jesus, Maria, eu vos amo. Salvai almas” está dentro de suas emoções.
Através de suas palavras, de sua poesia, vai salvando almas. Sinto-me
engrandecida com sua obra, seu convívio poético.
Deus a proteja, abençoando-lhe os passos. Célia “tanta coisa” além de
escritora e poetisa. Célia de tantos amigos, Célia-flor! Gratíssima,

MERCÊS MARIA MOREIRA – Amulmig

Belo Horizonte, 01 de agosto de 1998

Célia Lamounier

Acabo de ler o PASSO A PASSO. Confesso, fiquei fascinado pelo


espírito cristão que brota em suas páginas. Outra sensação agradável se
destaca da leitura de Passo a Passo: o bom humor e o otimismo chamam a
atenção do leitor.
Francisco Campos num discurso sobre a poesia, declarou que “o poeta é
aquele para quem o mundo como é, não basta”. Atenção: “o mundo como é,
não basta” isto é, precisa de mais, tem que criar belezas vocabulares.
“A música, uma palavra... De joelhos me deixo sinceramente a conversar
com Deus”
Aceite minhas felicitações pela publicação de PASSO A PASSO,
juntamente com meus votos de bem estar.
WALDEMAR DE ALMEIDA BARBOSA - IHGMG

21
ATO DE FÉ

De Célia Lamounier de Araújo - o livro PASSO A PASSO - 1998

Do livro Passo a Passo de


Célia Lamounier de Araújo
Itapecerica Brasil - 1998

Poema 3

De joelhos me deixo
silenciosamente
a conversar com Deus
na magia da cor
na dádiva da flor
natureza infinda
chave da vida
mundo a renascer
a recriar
desconhecido imenso
misteriosamente
perfeitamente

comandado.

....................................

22
Publicado no Cahier JALONS 70
2.º trimestre/2001 - Vichy - França
Por Jean Paul e Christiane Mestas

Passo a Passo 3

Je me mets à genoux
em silence
pour m’entretenir avec Dieu
de la magie de la couleur
de lart de la fleur
nature infinie
clef de la vie
monde à renaitre
à recréer
vaste inconnue
mystérieusement
parfaitement

gouvernée.

23
O infinito é nosso
Somos livres para viver
respeitando o direito
e a liberdade de cada um
mas em pensamentos perdidos
somos pessoas próximas-sozinhas
de nós e de todos.
Quero a música das palavras
o sorriso que ilumina o dia
para falar de amor e esperança
buscar paz e alegria.
Deus por amor
nos deu a vida
Agradeço ao Senhor.
Agradeço
pelo que me destes
esse Brasil mineiro
o céu, o sol, a água
a família, o trabalho
meu corpo frágil
e eu que sou
por Vosso olhar.

24
Existe um tempo
em que somos do mundo
e na evolução
somos o mundo em nós.
Somos, quase nada
apenas, o calor que espanta
o frio da alma.

Felicidade, o que és?


Sorriso, alegrias
Momentos, fração do tempo.

Preciso superar as regras


hábitos, insegurança
quero construir
fazer crescer a vida
“humanizar a terra
ser paisagem de amor”.
Sei e não busco o que sei.

25
De joelhos me deixo
silenciosamente
a conversar com Deus
na magia da cor
na dádiva da flor
natureza infinda
chave da vida

mundo a renascer
a recriar
desconhecido imenso
misteriosamente
perfeitamente

comandado.

26
Os sonhos são nossos
não a vida não a morte
o corpo esquecido não teme
sem amor sonha

O espírito flutua
segue a estrada do além
vai sozinho vestido de efeitos
que se evolam das ações
sentimentos, atos, omissões
resquícios do corpo vivo
gestos apurados em crisol.

A música é de esperança.

27
Não. . . eu não posso, Cecília,
quebrar o meu corpo. . .
o meu corpo não é um fardo.
Nem posso quedar-me
silenciosa, sem pensar
porque, infinito. . .
o momento é de cantar.
Se me acabo todo dia
todo dia vou renascer
e cantar a música do amor
a música da verdade
paz e alegria
porque eu não sou
mas fui, sou e serei
pelo meu corpo e voz
pelo meu sorriso e presença

Como os outros foram


pelo que fizeram
e nos deixaram.

28
Ando questionando
a eternidade.
Eleitos serão todos?

Os homens que passam


humildes, invisíveis
no ocaso de não fazer
ou no fazer rotineiro.
Os que fazem a história
marcando nome caminham
singram os mares
olham a terra de longe
no ontem hoje amanhã.
Os que sonham e buscam
respostas, inventos
e deixam a vida na ilusão
de ficar para sempre
nos que vierem.
Eleitos serão. . .

29
Um amor me deixou pensativa
Amei como os homens

restou uma dor


que palpita ligeira
no fundo do poço
do meu coração.
Amei dentro de mim
esperando amor
envolta em perguntas
desejos, agonias
que acorrentam.

A felicidade se busca
se encontra
mas nem sempre se tem
e se vai ou fica
num momento de amor.

30
Dei graças ao Senhor
por nossa liberdade
e tomei consciência
do meu corpo.

Disse-me: eu vivo.
O mundo não me vê?
Eu me vejo
desejo rezar
a oração do amor
decidi dispor de mim
estou no tempo
de uma eternidade
que resguarda todas as vidas.

Porém. . .
O "ter" é uma prisão.
Temos casa, filhos, trabalho. . .

31
Silenciosamente
é noite
não vou buscar as palavras
elas nascem
só o amor não vem
O corpo esquecido não ama
porém vive com alegria
se agarra ao nada
da existência rotineira
e segue
e fica firme
no sonho além do infinito.

32
As águas do rio passam
igualmente
a fecundar todos os lugares
desde a nascente vão indo
e gota a gota crescendo
um tanto mais no seu leito
vão levando, vão juntando
de tudo um pouco do mundo.

Nossas vidas
de momentos e momentos
vão nos deixando
nas saudades, nas lembranças
na memória do infinito.

33
E o Senhor disse:
“Levanta-te e anda
Eu sou o amor.”
Doce mistério da vida
força, luz, energia
a verdade desconhecida
em milhões e milhões de anos
mundo imenso
realidade cósmica
águas, nuvens e ventos
tempestades
planetas, asteróides, estrelas
homens

E Jesus crucificado.

34
No murmúrio da eternidade
é preciso
ouvir as ondas
estar entre nuvens
conversar com pássaros
ver nascer a flor
colher o sorriso da criança
dar a mão ao velho.
Ouvir o murmúrio do ar
a voz que vem pelos fios
o rádio, o fax, a televisão
Telepatia ou não
as distâncias inexistem.

Ficar de pé junto ao mar


sentir as águas
que vão e voltam
na terra redonda que gira
ouvir o silêncio da harmonia.

Não há palavras
apenas a música da perfeição.

35
Os homens estão cegos
destruindo-se
e surdos
destruindo o mundo
colhendo sem semear
massacrando a terra

A vida morrendo
pelas queimadas
experiências atômicas
a água escura e o ar
a morte no chão
crimes e violências. . .
são estas as visões novas
que os olhos choram
de Nossa Senhora
e o mundo não quer ver.

“A taça da ira divina transborda.”


Terceiro segredo de Fátima.

36
Eles não vieram
porque não há caminhos
interligados
de se oferecer
as mãos famintas de tudo
foram cortadas
as vidas
o amor.
Não há tempo de dar
Não há tempo de ver
São milhões de solitários
desejando o segredo
que também não sei

sem coragem de buscar

A alma e o corpo
chama da lenha
a lenha se queima
para dar calor.

37
Dei o meu coração
ofereci o caminho
para cumprir a missão
a vida é um segundo
as pétalas da rosa
caem depressa
Espero. . .
simples humana
não sei quem sou
nem para que estou
mas estou pronta
para seguir
em busca da paz e alegria.

Tu me moves, Senhor,
na noite e no dia.

38
Na procissão fui Verônica. . .
Vesti o hábito da simplicidade
procuro ouvir
a mensagem do céu azul.
As cores falam
de um grande pintor
os homens falam do fim
mas seguem alheios
não buscam a fé em si mesmos

vão-se muitos pela violência


iremos todos
com a transparência
de nossas obras de amor

Abrir-se-á uma vida nova.

39
Virá a morte
os anjos, os deuses, os demônios
virão me despir
restará meu corpo
que em pó se tornará

O que resta de mim é a alma


ou a alma da minha alma
simples lembrança calma
é o que resta em fim de mim

Virá a morte sim


E o que restar
vai depender sempre
da vida que eu construí.

40
Sonho sempre o que inexiste
não temo as sombras
creio,
mas tenho um vazio
de buscar e não encontrar
Quisera
as minhas mãos fortalecidas
auxiliando os que sofrem
porque perderam as suas.
É sonho. . .
em minhas mãos
nenhuma outra está.
Quisera participar
num mundo de amor, justiça e paz
pela igualdade de todos.

A dor e o sofrimento
podem ser invertidos
pelo que se faz no dia a dia

Seremos
nas muitas formas de amar.

41
As palavras, algumas
chegam mais cedo
caminho da alma
diverso
de versos
diferente o pensamento.
A vida não exige
explicação
os mistérios são muitos
a verdade é o amor
somos únicos
frágil força
infinita de nós.

Que faz o mundo.

42
Livre de viver
fragmentando-se
na descendência
tendo um pouco de Deus
multiplicado e presente
em todo lugar

eis a mágica
da dispersão
que frutifica
livres os pássaros
verde no chão
tempo no corpo
Deus
Sinfonia do amor.

43
Profeta do sempre, Cecília,
quem foi teu começo
não vi mas penso
que o fim não termina
muda-se no ir e vir
ao vértice.

“Jesus, Maria, eu vos amo


salvai almas, curai os enfermos.”

no tempo infinito
almas retornam
Deus é justiça.
Com novas formas
todos os homens
repensam.

44
Na presença das formas
é muito o que não entendo
penso, leio, falo
mas não sou em mim
No fundo escuto
que devemos nos unir
como as gotas de água
para sermos o mar
como os grãos de areia
para sermos a praia
mansos e humildes
para alcançar os vales
fazer um céu na terra
reunindo todos sob tetos
trabalhando em paz
distribuindo-nos para reunir
pelo amor e no amor.

45
Que a minha mão seja
o meu cajado
e a palavra escrita
perfumada
venha do meu coração
para abrandar a dor
e o sofrimento
dos que nos cercam
Solidariedade.
“Enquanto há vida”
é preciso dar flores
acender as luzes
cobrir os pequeninos
ser sempre mãe
cantar o amor
em nuances de sinfonia.

46
Direi apenas: Meu Deus,
Senhor do céu e da terra
que seja feita em mim
a vossa vontade.
Eu vos rendo graças
pelo milagre de ser
Eu vos agradeço
por todos que viveram
e deixaram caminhos
e reuniram a sabedoria
construíram um mundo.

Todo o tempo do tempo


o sangue e a coragem
o conhecimento e a vivência
herança recebida
acumulada
para os filhos dos filhos
que antes sonharam com o céu
e ind’agora buscam encontrá-Lo.

Deus é único ainda que tenha


tantos nomes diferentes.

47
Somos parte do mundo
ainda que nada
uma nota na sinfonia
com a missão de transmitir
sendo luz e brisa
a música do tempo
Cantarei a glória de viver hoje
no espaço imenso
real e virtual
Cantarei a beleza de ser eu
essência
a consequência da luz
e do amor de tantos e tantos
Cantarei a vitória da mulher
que de mãos unidas ao homem
agora lado a lado
abraçam o infinito.

Cantaremos juntos.

48
O que vejo
é o milagre da vida
e do fundo do coração
agradeço por todos.
Do primeiro homem
até o século vinte
a riqueza adquirida
as gotas de água formando o mar
das folhas verdes crescem florestas
e os homens e vidas no espaço
atemporal
ampliando o mundo
preparando o novo.

PRIVILEGIADOS SOMOS

a soma, o resultado
hoje o mundo é imenso
e poderá ser maravilhoso
o reencontro.
Meus olhos humanos
alcançam o infinito
de todo o tempo
e estão abertos para a eternidade.

49
50
Partir silenciosamente
em paz, sorrindo
ir ao encontro de anjos
voar livremente
a qualquer instante.

Eis porém que vivemos


às portas do terceiro milênio
do Reino de Deus Jesus
é chegado o tempo dizem
da grande noite

“E tudo que era efêmero se desfez”.

Jesus, Maria, eu vos peço


a dádiva de estar no futuro
participar do milagre
ouvir os novos sons de amor
na sinfonia do infinito sempre.

51
Que meus versos levem os leitores ao questionamento.
Célia Lamounier de Araújo
Belo Horizonte, 13 de setembro de 1997.

"Se a ilusão da vida não veio hoje,


virá em outra jornada”.

Raul de Leoni

52
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