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A doutrinação dos espíritos que falam idiomas diferentes dos médiuns e

doutrinadores.

H.Werdine@gmail.com

Parte 1

Durante a minha vivencia na Europa, tenho defrontado com vários questionamentos de alguns
companheiros e companheiras do ideal espírita a respeito do idioma a ser falado na reuniões mediúnicas,
se o médium ou o doutrinador não falam fluentemente o idioma do país em questão. Há necessidade de
se haver tradução? Ou a Espiritualidade superior é que faz a tradução, ou não precisa ter tradução?
Este página mensal irá abordar este tema a partir deste mes. Vamos à parte 1 deste assunto.
O Brasil é definido pelo espírito Humberto de Campos, como o coração do mundo e a pátria do
Evangelho. Soube muito bem a Espiritualidade Superior em escolher nosso país, sem carma coletivo de
milênios de guerras, para fazer aqui renascerem os espíritos que iriam através das reencarnações
sucessivas fazer crescerem as sementes do Espiritismo cristão em nossas plagas. O Espiritismo, conjunto
completo de ensinamentos filosóficos, morais e científicos veio assim fincar suas raízes mais profundas
em nossa terra. E agora, árvore amadurecida, frondosa e cheia de frutos, oferece sua sombra e alimento
para nosso povo sofrido e carente de verdades espirituais, para que ela possa responder suas inquietações
e aliviar suas dores atuais e das provenientes das separações de seus entes amados que partiram para a
região da Verdade. Esta árvore frondosa está enviando suas sementes para plantação em terras distantes.
Os carregadores e transportadores destas sementes são aqueles que, por motivos pessoais ou profissionais,
tiveram que se transferir para outro país. Qual seria a missão ou trabalho no campo da doutrina espírita
neste novo país de residência? Estas e outras perguntas vem a mente destas pessoas que vivem a Doutrina
sob a ótica de uma consciência desperta, aquela com responsabilidade de sua reforma individual e da
obrigatoriedade e compromisso moral com sua divulgação. De uma coisa porém temos certeza: a nossa
missão de divulgá-la. Mas as incertezas nos chegam: como continuar com a divulgação dos ensinamentos
codificados por Kardec? Haverá Centros Espíritas para onde vamos? E se não tiver, será que estamos em
condições de abrir um grupo de estudos? E se tivermos grupos de estudos, logo poderemos estar
estudando a codificação e a mediunidade; e logo chegarão desencarnados entre nós. E assim após algum
tempo poderemos estar iniciando um grupo de trabalhos mediúnicos. Como faremos os estudos e depois a
doutrinação dos espíritos sofredores se falamos pouco do idioma local? Será que a Espiritualidade irá
necessitar de “traduzir” as palestras de esclarecimentos evangélicos ou a doutrinação para o idioma dos
espíritos? Vamos agora focar estes questionamentos e incertezas, sob a ótica dos ensinamentos
doutrinários, para que possamos elucidar nossas dúvidas. Primeiramente deveremos considerar que uma
das nossas primeiras ações em chegar em um outro país é tentar aprender o idioma ali falado em respeito
ao país e aos seus habitantes. Isto por si só facilitaria em muito a adaptação nestes novos horizontes. Mas
há casos em que por diversos motivos isto não é imediatamente possível; ou o aprendizado é
forçosamente lento ou somente direcionado às primeiras necessidades, não o suficiente para se pronunciar
palestras, coordenar e liderar estudos evangélicos e da codificação. E muito menos para doutrinações
espirituais nestes idiomas. Para isto seriam necessárias pessoas com fluência no idioma local e
conhecimentos da Doutrina Espírita, características não fácilmente encontradas simultaneamente em
quantidade e oportunamente localizadas em uma mesma cidade ou numa mesma instituição espírita.
Nesta situação, onde a maioria dos trabalhadores da casa espírita não domina completa e simultaneamente
o conhecimento espírita e o idioma local, três arbodagens deverão ser consideradas por aqueles
responsáveis pela direção da casa, visando a divulgação da Doutrina Espírita, por meio de palestras e
estudos, a saber: a) para os freqüentadores encarnados, que não falam o Português; b) para os
freqüentadores encarnados, brasileiros ou de língua portuguesa, que não falam fluentemente o idioma
local. c) Para os freqüentadores e visitantes desencarnados destes países, que não falam o Português. Com
relação aos dois primeiros casos, a estratégia recomendada seria ter palestras ou estudos em semanas e
idiomas alternados. Assim ambos grupos seriam atendidos.
Uma outra alternativa seria a de tradução do Português para o idioma local ou a palestra ou estudo ser
feita no idioma local com versão para o Português, dependendo de cada situação no momento.

Muitos trabalhadores questionam como se deveria fazer para atender aos freqüentadores referidos no
terceiro grupo, dos desencarnados locais, que não falam o Portugues, já que muitas controvérsias existem
a respeito. Para responder a esta pergunta, precisamos discorrer mais profundamente sobre alguns itens
doutrinários e científicos relativos ao perspírito e ao cérebro humano. Primeiramente, temos que entender
que os desencarnados não possuem corpo físico e portanto não possuem os sentidos físicos, como por
exemplo a audição e a fala, conforme nós entendemos aqui na Terra. O espírito, quando desencarnado, se
veste do períspirito, que é um modelo organizador das nossa vestes biológicas, o corpo físico, sendo este
perispírito mais ou menos denso dependendo de nossa evolução espiritual. A chave para entendermos a
comunicação entre espíritos e os médiuns está no entendimento de como funciona a mente humana e o
cérebro. E isto será visto em continuação no próximo mes.

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