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da teoria à prática
17 DE OUTUBRO – DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA
A REAPN acredita e insiste que, para tornar eficaz qualquer estratégia de combate à pobreza, é
fundamental ter em consideração 5 eixos estratégicos fundamentais:
1. A sociedade portuguesa tem de caminhar no sentido de ser uma verdadeira sociedade de bem-comum e,
para isso, a luta contra a pobreza tem que se transformar numa causa e prioridade nacional. Se
entendemos que o combate à pobreza deve ser alvo de uma coordenação muito eficaz e de processos
permanentes de mainstreaming é imprescindível que este assunto esteja permanentemente no topo das
agendas dos Conselhos de Ministros. Para concretizar tal acção pensamos que esta temática deveria ser
em primeira instância da responsabilidade do Primeiro-Ministro e constituir um ponto obrigatório nas
agendas dos Conselhos de Ministros;
2. Para garantir uma tão desejada eficaz coordenação de políticas, e para além de ter o Primeiro-Ministro
como principal agente, impõem-se que cada Ministério possua uma célula especificamente dedicada a
este tema. Os representantes desta célula em cada Ministério deveriam dar origem a uma Comissão Inter-
Ministerial activa, informada e que, a todo o momento, possa intervir ao nível da definição das diferentes
medidas, sendo ainda os principais interlocutores da sociedade civil neste domínios;
5. Para potenciar uma activa participação de todos os actores – particularmente ao nível local – é
fundamental garantir as condições de acesso destes actores a programas de formação e de
capacitação para este efeito. Seria particularmente interessante que no futuro Quadro Comunitário de
Apoio fosse possível pôr em marcha mecanismos de descentralização de uma parte dos fundos
estruturais para este efeito. A entrega à sociedade civil de uma fatia dos fundos, no sentido de
experimentar a sua gestão autónoma a partir de estruturas não governamentais, é uma boa prática
implementada com sucesso em vários países e que, na nossa opinião, poderia produzir efeitos de grande
amadurecimento da própria sociedade civil no que ao grau de co-responsabilização no combate à pobreza
poderia significar, para além de garantir uma maior proximidade dos recursos financeiros em relação aos
problemas diagnosticados;
8. Finalmente, e porque sem que os Portugueses estejam convencidos que a luta contra a pobreza também é
com eles – pobres e não pobres – é imprescindível que este desígnio nacional seja, acima de tudo, um desígnio
de todos os cidadãos. Para este efeito, a estratégia nacional de combate à pobreza deveria ser alvo de
uma fortíssima campanha de marketing e sensibilização da opinião pública.