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Várias são as teorias que explicam as origens do teatro, mas a mais exacta parece ser aque-

la que afirma haver duas teorias: a espectacular, de raiz lúdica, mágica e religiosa e a literá-
ria, com fundamentos na poesia e nas narrações em linguagem falada.
Desde o início dos tempos, o Homem procurou exteriorizar os seus sentimentos e sensações.
Desta necessidade nascem os actos lúdicos, com a gesticulação rítmica de que resulta a dan-
ça.
O homem primitivo reveste-se de peles grossas de animais, cujas cabeças se sobrepõem à
sua, num disfarce gerador de máscara.
Posteriormente, na Grécia, com o culto ao deus Dionísio passa a haver um espectáculo em
que se narrava o suplício de deus que a mitologia diz ter sido assassinado pelos seus inimigos
e ressuscitado pelo pai.
Dionísio - Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do ciúme
de Hera, que matou sua mãe e transtornou o seu juízo. Assim, Dionísio vagueava pela terra,
rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta. (Dionísio para os gregos e
Baco para os romanos.)
Sátiros - criaturas cujo corpo era parte humana e parte animal e aparecem na mitologia de
inúmeras culturas. Na mitologia grega eram divindades dos bosques, montanhas e regiões
agrestes, representados como homens-bodes ou homens-cavalos. Perseguiam as mênades,
movidos por um desejo sexual insaciável.
Mênades - Antigas fúrias que tinham as pupilas vermelhas, os cabelos eriçados de serpentes,
as mãos pesadas, a boca sequiosa. Eram de puro-sangue e tinham a cara tatuada.

Da narração da lenda dionisíaca, passou-se a outras narrações de factos da história da Gré-


cia, ligados às forças divinas num conflito entre o Homem e os deuses.
Inicialmente, havia apenas um género: a tragédia, que tinha no centro da acção o conflito
entre os deuses e os homens. A primeira tragédia conhecida intitula-se As Suplicantes e o
seu autor era Ésquilo. Há outros dois grandes tragediógrafos gregos: Eurípedes e Sófocles.
Mais tarde surgiu também a comédia. Supõe-se que tenha tido a sua origem nas várias fes-
tas com que os camponeses celebravam o deus Dionísio, o deus das colheitas.
Com o enfraquecimento da civilização grega, o teatro foi decaindo, perdendo o nobre diálo-
go entre o Homem e os deuses.
Com os romanos, o teatro perde em força trágica, mas ganha técnica. Surge o mimodrama
com o propósito, apenas, de divertir o público, através de uma emaranhada teia de intrigas e
aventuras, onde os actores se expressam quase só por gestos.
Há dois grandes dramaturgos romanos (comédia): Plauto e Terêncio.
Na Idade Média, o teatro volta a adquirir uma alta função religiosa.

Em Portugal, surge Gil Vicente, considerado o “pai” do teatro português (foi ele o autor dos
primeiros textos dramáticos escritos em português), marcando a fronteira entre a Idade
Média e o Renascimento.
Gil Vicente - Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente. Pensa-se que terá nascido por volta
de 1465, em Guimarães ou algures na Beira. Duas vezes casado, teve cinco filhos, dos quais
os mais conhecidos são Paula Vicente, que deixou fama de uma mulher invulgarmente culta,
e Luís Vicente, que organizou a primeira Compilação das obras de seu pai.
No início do século XVI encontramo-lo na corte, participando nos torneios poéticos que Gar-
cia de Resende documentou no seu Cancioneiro Geral.
Em documentos da época há referência a um Gil Vicente, ourives, a quem é atribuída a
famosa Custódia de Belém (1506), obra-prima da ourivesaria portuguesa do século XVI, e a
um Gil Vicente que foi "mestre da balança" da Casa da Moeda. Alguns autores defendem
que o dramaturgo, o ourives e o mestre de balança seriam a mesma pessoa, mas até hoje
não foi possível provar isso de forma incontestável…
Ao longo de mais de três décadas, o nosso Gil Vicente foi um dos principais animadores dos
serões da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos. O
primeiro, o Monólogo do Vaqueiro (Auto da Visitação), data de 1502 e foi escrito e represen-
tado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do prínci-
pe D. João, futuro D. João III. O último, Floresta de Enganos, foi escrito em 1536, ano que se
presume seja o da sua morte.
É considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. De facto, a
estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados são desenvolvimentos do teatro
medieval.
Não é fácil estabelecer uma classificação das peças escritas por Gil Vicente. Ele próprio divi-
diu-as em três grupos: obras de devoção, farsas e comédias.
Herdeiro, embora, do teatro medieval, Gil Vicente vai muito além daquilo que, antes dele, se
fazia em Portugal. Revela um génio dramático invulgar, capaz de procurar e encontrar solu-
ções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido Gil Vicente pode ser encarado como
o verdadeiro criador do teatro nacional.
Por outro lado, a dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade
portuguesa, nas primeiras décadas do século XVI, onde estão presentes todas as classes
sociais, com os seus traços específicos e os seus vícios, bem como muitos dos problemas que
preocupavam os homens do seu tempo. Também no aspecto linguístico o valor documental
da sua obra é inestimável.
Constitui seguramente a melhor fonte de informação de que dispomos sobre os falares do
início do século XVI.

No Renascimento, a comédia e a farsa progridem em ori-


ginalidade e técnica. As representações passam a ser fei-
tas em salas próprias, com cenários pintados e decorações
móveis. Há um nome muito importante para a história do
teatro: William Shakespeare (Inglaterra)

William Shakespeare nasceu a 23 de Abril de 1564 em


Stratford, Avon, Inglaterra, e gozou de uma vida rica até os
12 anos. A partir de então, com a falência do pai, foi obri-
gado a trocar os estudos pelo trabalho árduo, passando a
contribuir para o sustento da família. Guardava, entretan-
to, os conhecimentos adquiridos na escola elementar, na
qual havia iniciado seus estudos de inglês, grego e latim.
Além disso, continuou a ler autores clássicos, poemas,
novelas e crónicas históricas.
Atribui-se a William Shakespeare a autoria de 37 ou 38
peças, das quais destacam-se Antony e Cleópatra, Rei Lear,
Hamlet, Otelo, A Tempestade, A comédia dos erros, A
Megera domada, Macbeth, Romeu e Julieta, etc.

A partir dos finais do século XIX, o teatro sofre profundas


transformações. Tudo é posto em causa. A primeira meta-
de do século XX é uma época de experiências no teatro.
Em Portugal, durante o século XIX, há um nome que se
destaca: Almeida Garrett.

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