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especial

ouvidoria CGU

A sangria da corrupção e do
desperdício
Waldir Pires revela estratégia para cumprir a missão essencial da Controladoria que é
defender o patrimônio público e combater aos desvios e desperdícios de recursos
públicos federais

Criada há pouco mais de dois anos, a Controladoria entrevista à Revista Cliente S/A, o ministro fala das
Geral da União (CGU) vem se empenhando cada vez atribuições da CGU e do que está sendo feito para
mais para abrir ao cidadão a pesada porta do cofre coibir, não só a corrupção, mas, também, o mau uso
do poder. Dentro dele, um segredo há muito guarda- do dinheiro público.
do a sete chaves: os gastos públicos. A CGU quer dar Para demonstrar a agilidade dos trabalhos da CGU,
transparência à utilização e o destino desses recursos ele destaca a imediata ação do órgão logo após as
e permitir o seu controle e acompanhamento por denúncias de irregularidades nos Correios, onde se
qualquer brasileiro. encontram 28 auditores realizando ampla auditoria
Motivo de disputas, desmandos e corrupção, gran- em todas as licitações realizadas pela empresa nos
de parte desses recursos é desviada de setores vitais últimos dois anos e meio.
para o país e muitas vezes aparece em contas de la- Waldir Pires lembrou, também, que no último dia
ranjas em paraísos fiscais em diversas partes do mun- 20 de junho a CGU encaminhou à Comissão Parla-
do. Estancar essa sangria na sua raíz é o desafio da mentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios -
CGU, com um trabalho junto a sociedade e em parce- que apura irregularidades naquela empresa – cópia
ria com órgãos federais, estaduais e municipais. de uma série de documentos considerados impor-
E essa missão está sob o comando do ministro tantes para análise dos parlamentares integrantes da
Waldir Pires, um baiano de 76 anos, advogado, ex- comissão. Outros órgãos citados em denúncias tam-
governador da Bahia, ex-ministro da Previdência So- bém estão sendo alvos das auditorias da Controladoria
cial e deputado federal por diversos mandatos. Em Geral da União.

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“A estrutura conta
com a Secretaria
Qual a principal atribuição da CGU? Federal de
A CGU é o órgão do Governo Federal, vinculado Controle Interno
(SFC), três
diretamente à Presidência da República, que tem a in-
Corregedorias, a
cumbência de promover a transparência, controlar o Ouvidoria-Geral da
uso dos recursos públicos e combater a corrupção e a União e o Conse-
impunidade. Ela foi criada em janeiro de 2003 e teve lho de Transparên-
suas atribuições definidas na Lei 10.683, de 28/05/2003. cia Pública e
Combate à
A missão essencial da Controladoria é a defesa do
Corrupção”
patrimônio público e o combate aos desvios e desper-
dícios de recursos públicos federais. E nós fazemos
isso por meio de auditorias, fiscalizações, análise e Qual o alcance de sua competência?
apuração de denúncias, implementação de políticas Nosso trabalho se dá no âmbito federal, ou seja, só
de prevenção à corrupção e de promoção da transpa- podemos agir quando se trata da aplicação de recursos
rência. Esse é o núcleo essencial da proposta política da União. Esses recursos podem ser geridos por agentes
do Governo Federal. Nossa filosofia de trabalho está municipais, estaduais ou federais e também por organi-
assentada em três pontos extraídos dos compromissos zações não-governamentais e outras instituições. Por isso,
de campanha, que são o compromisso com a ética e a só podemos fiscalizar obras e programas que sejam
total transparência de gastos públicos; o combate à custeadas por dinheiro público federal.
corrupção e à promiscuidade público-privado e a com-
binação dos controles institucional e social, contribu- Que medidas ou sanções pode a CGU adotar ou re-
indo para a efetiva participação do cidadão no contro- comendar?
le dos gastos públicos. É importante salientar que a CGU não tem poder
de punir, pois essa é uma tarefa que cabe ao Poder
Que mecanismos a CGU conta para desenvolver Judiciário. O que nós fazemos sistematicamente, ao
suas ações? identificar em nossas fiscalizações indícios de
Como disse anteriormente, a atuação da CGU se corrupção ou desvio de dinheiro público, é encami-
dá através da realização de auditorias, fiscalizações, nhar os resultados aos Ministérios ordenadores das
apuração de denúncias, desenvolvimento de políti- despesas, acompanhadas das recomendações cabí-
cas de governo que possam prevenir a corrupção e veis, no plano administrativo; ao Tribunal de Contas
promover uma cultura de transparência nos gastos da União e ao Ministério Público Federal, quando o
públicos. Para desempenhar essas atividades, a estru- caso requer providências nas áreas civil e criminal.
tura conta com a Secretaria Federal de Controle Inter- Conforme o caso, enviamos também à Advocacia-
no (SFC), três Corregedorias, a Ouvidoria-Geral da Geral da União e ao Ministério Público dos Estados.
União e o Conselho de Transparência Pública e Com-
bate à Corrupção. A Secretaria Federal de Controle A CGU conta com parcerias ou contribuições de
Interno acompanha e avalia a aplicação dos recursos outros órgãos (como DPF, MPU) para exercer sua
orçamentários e a gestão dos agentes públicos res- missão?
ponsáveis por essa execução. Já as corregedorias atuam Sim e essa é uma marca que distingue o nosso
a partir do recebimento de denúncias e de represen- trabalho. Desde o início do atual governo, a CGU
tações que são enviadas por cidadãos, parlamenta- vem atuando de forma articulada com outras institui-
res, membros do Ministério Público e outros. A ções que trabalham em áreas correlatas para tornar a
Ouvidoria-Geral da União age como elo entre o cida- prevenção e o combate à corrupção mais eficaz e
dão e os órgãos e entidades do Poder Executivo Fe- eficiente. Dentre os parceiros da CGU nesse trabalho,
deral, aprimorando o processo de prestação do servi- destacam-se o Tribunal de Contas da União, os ór-
ço público. É um trabalho importante, pois se faz gãos do Ministério Público da União e dos Ministéri-
mediante a atenção às manifestações dos cidadãos, os Públicos de todos os Estados brasileiros e do DF,
com relação à eficiência e eficácia dos serviços pú- além do Ministério da Justiça (Polícia Federal, Depar-
blicos. Mais recentemente, contamos também com o tamento de Recuperação de Ativos e Secretaria Naci-
Conselho de Transparência Pública e Combate à onal de Justiça), da Advocacia-Geral da União e do
Corrupção, criado neste Governo, e composto Ministério da Fazenda (Secretaria da Receita Federal,
paritariamente por 20 representantes do poder públi- do Banco Central e Conselho de Controle de Ativida-
co e de entidades da sociedade civil, e tem por fun- des Financeiras - Coaf). Neste último, a CGU passou,
ção discutir e sugerir medidas que aprimorem e re- a partir deste governo, a dispor de assento perma-
forcem as políticas e os mecanismos de transparên- nente em seu plenário. É desse trabalho articulado
cia da gestão pública e de combate à corrupção. que decorrem inúmeras ações sob a forma de forças-

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tarefa, com resultados extremamente positivos no com- Um Portal para facilitar controle dos gastos
bate a fraudes e desvios e na punição de seus auto-
res. É também nesse contexto, o da articulação, que a Qualquer cidadão que disponha de um computa-
CGU participa da Estratégia Nacional de Combate à dor com acesso à Internet, em qualquer recanto
Lavagem de Dinheiro (Encla). É um trabalho sob a do Brasil, pode acompanhar a execução dos pro-
coordenação do Ministério da Justiça que reúne mais gramas e ações do Governo Federal, passando a
de duas dezenas de órgãos do governo para o efeti- ser um fiscal da correta aplicação dos recursos
vo combate à corrupção. A Encla estabeleceu 32 metas, públicos, sobretudo no que diz respeito às ações
das quais três foram coordenadas pela CGU. destinadas à sua comunidade. Para isso, a
Controladoria-Geral da União lançou em novem-
Como o senhor vê a importância da CGU na trans- bro do ano passado o Portal da Transparência
parência da gestão pública? (www.portaldatransparencia.gov.br), um sistema
Nós temos procurado incessantemente cumprir, de informatizado capaz de disponibilizar, em único
forma determinada, a orientação maior do Presidente sítio, na Internet, informações detalhadas acerca
Lula, de não dar trégua à corrupção. E temos feito isso dos programas e ações de governo, consubstan-
de modo sério, inédito na história deste país. Por cau- ciadas no Orçamento Geral da União.
sa de nossas ações, temos desmantelado muitos ni-
nhos de corruptos. Todas as nossas ações decorrem muitas outras instâncias apropriadas para o encami-
de duas diretrizes básicas, definidas por este Governo nhamento de denúncias, a exemplo das Câmaras
para o enfrentamento do problema: a ação articulada Municipais, Assembléias Legislativas, Ministérios Pú-
e intercomplementar entre os diversos organismos do blicos Estaduais, Conselhos Municipais e Estaduais
Estado (como expusemos na resposta anterior) e o dos diversos programas sociais, entre outras.
estímulo à participação da sociedade civil no controle
sobre a aplicação dos recursos públicos. Qual avaliação o senhor faz das ações do governo
Aí está o segredo das vitórias que temos consegui- no combate à corrupção?
do na luta contra a corrupção e a importância maior Entendo que nunca, na história do Brasil, um
desse trabalho. Rompemos com a prática de décadas, governo se empenhou tanto no combate à corrupção
de séculos, marcados, ora pela completa omissão, ora como vem fazendo o Governo do Presidente Lula.
pelo combate frouxo e burocrático, ineficaz, aos des- Nunca aconteceram, num único governo, por exem-
vios criminosos de recursos públicos. Além disso, plo, tantas operações policiais bem sucedidas, com
trouxemos a população para participar dessa luta, que mais de mil prisões efetuadas e inúmeros inquéritos
também é dela; descobrimos que o trabalho articulado encaminhados ao Ministério Público e ao Judiciário.
nos fortalece. Creio que estamos no caminho certo, Pela primeira vez, fiscaliza-se, com um programa iné-
mas também tenho consciência de que essa é uma dito, de forma isenta, a aplicação de recursos fede-
luta longa e difícil, pois esse é um mal histórico. rais por estados e municípios. O Portal da Transpa-
rência, criado pela Controladoria no final do ano pas-
O cidadão comum pode recorrer à CGU para for- sado já disponibiliza quase 200 milhões de informa-
malizar uma denúncia? ções sobre os gastos do governo, para acompanha-
A participação dos cidadãos no controle sobre a mento e fiscalização por parte de qualquer cidadão.
aplicação dos recursos públicos é fundamental. A CGU Sem dúvida nós estamos fazendo muito para comba-
tem incentivado essa participação por meio de um ter a corrupção. O Presidente Lula declarou seu go-
conjunto de programas e ações que tem por objetivo verno em guerra contra a corrupção desde o seu pro-
formar uma sociedade vigilante e atuante quanto à nunciamento no Congresso, no dia da posse. E isso
lisura dos gastos públicos. É por isso que a CGU pre- decorre da compreensão de que o dinheiro público
cisa contar com a ajuda de todos os cidadãos brasi- é sagrado e que não deve haver complacência com
leiros para garantir que os impostos arrecadados da quem queira se beneficiar pessoalmente dos recur-
sociedade sejam revertidos para a melhoria das con- sos originados pelos impostos pagos pelo povo. Ou-
dições de vida da população. tra concepção essencial dessa nova fase da luta con-
Qualquer cidadão pode encaminhar sua denún- tra a corrupção é o decidido estímulo à participação
cia à CGU por meio da nossa página na internet, por da sociedade no controle dos gastos públicos, já que
correio ou para as unidades da CGU nas capitais es- sem a participação dos cidadãos não se vence a ba-
taduais. É importante lembrar que essas denúncias talha contra a corrupção. E, por fim, o atual governo
devem ser consistentes e conter o máximo de infor- aposta na integração dos órgãos e instituições envol-
mações possível, para que nossa área técnica possa vidos com o combate à corrupção, prática que já
analisá-la e tomar as providências cabíveis. Há ainda vem rendendo bons resultados. „

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Opinião

Ouvidoria pública
A alavanca para a cidadania
Tão lúcida e esclarecedora lição teve o poder de fazer amadurecer
uma idéia que vinha sendo cultivada entre alguns ouvidores públicos

O papel desempenhado, mundialmente, pelas A sensibilidade do PNUD no


ouvidorias públicas, no que diz respeito à tema foi extraordinária: com efei-
conscientização do indivíduo para seus direitos como to, enquanto a participação po-
Isabel de Fátima Ferreira Gomes
cidadão e consumidor, demonstra sua importância pular permite que o cidadão Ouvidora da CAIXA e
preponderante para o aprofundamento da cidadania. possa reivindicar o atendimen- Vice-Presidente da ANOP
Desde que a Declaração Universal dos Direitos to aos seus direitos, de resto de-
do Homem, de 1948, elencou os diversos direitos in- clarados há mais de meio sécu-
dividuais, entre os quais se encontra o da informa- lo, a transparência administrativa exige do Estado a
ção, que poderia ser reivindicado pelos indivíduos abertura de seus negócios, suas prioridades e suas
pela sua condição de ser humano, a sociedade, o contas a esse cidadão, de forma a demonstrar se seus
Estado, os movimentos civis organizados têm procu- interesses estão sendo considerados.
rado instrumentos para fazer valer esses direitos. Recentemente, a maior iniciativa internacional para
Nessa esteira vieram normas, conselhos, políticas o combate da corrupção - uma chaga pública, que, no
públicas e tantas ações quantas se mostraram necessárias dizer de muitas autoridades, drena os recursos que
e/ou eficientes para a consecução daquele objetivo. deveriam ser destinados à população, e, assim, flagela
Não por acaso, a instituição da ouvidoria, que justamente o segmento que mais necessita do Estado -
teve sua gêneses no instituto do ombudsman sueco, o Fórum Global de Combate à Corrupção, que, em sua
há duzentos anos, justamente na segunda metade do quarta edição, foi realizado no Brasil, depois de passar
século passado, teve, por assim dizer, seu renas- pelos EUA, Holanda e Coréia do Sul, igualmente foi
cimento, inicialmente nos Estados com larga tradição sensível à importância da ouvidoria pública, para par-
democrática, no norte da América e Europa e, nos ticipação popular, também neste particular.
últimos anos, também nos recém-democratizados Com efeito, a abertura de um painel à ouvidoria
países da América Latina. pública, cujos debatedores são expressivas figuras da
A vocação intrínseca de ferramenta de participa- atividade - Frédérique Calandra, Jorge Santistevan de
ção popular e transparência administrativa da Noriega e Jorge Mario Garcia Laguardia, ouvidores,
ouvidoria pública fez com que, nos diversos países, respectivamente, da prefeitura de Paris, do Peru e da
os formuladores de ações tendentes a tais fins, a iden- Guatemala - é um marco extraordinário na história da
tificassem como uma valorosa opção, do que resul- ouvidoria. A mesa, presidida pela Ouvidora Geral da
tou sua criação em diversas organizações e, posteri- União, Eliana Pinto, e na qual tive a honra de ser a
ormente, diante de sua eficácia, pode-se dizer, sem mediadora e relatora, apresentou tantos pontos conver-
medo de exagero, o seu alastramento. gentes entre as autoridades do assunto que estou
Atualmente, ouvidoria é o tema do dia, quando se convencida de que já não haja dúvida quanto à nature-
discutem formas de acesso ao Estado pela população. za da ouvidoria pública como representante do cida-
O Relatório Anual de 2002 do Programa das Nações dão junto ao Estado e, justamente, daquele cidadão mais
Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, pregava o ple- desassistido, que não está associado a qualquer organi-
no exercício da cidadania como forma de alcance do zação popular e que pretende, por sua voz individual,
aprofundamento da democracia, esta como elemento participar efetivamente da administração pública.
essencial para melhora das condições de vida de gran- No referido debate tive a oportunidade de lembrar
de parte da população global retratadas pelo IDH (Ín- a teoria comunicacional do filósofo contemporâneo
dice de Desenvolvimento Humano). O órgão internaci- Juergen Habermas, que prega a necessidade de se cri-
onal afirmou, na ocasião, que promover a participação ar tantos meios quantos forem possíveis para favore-
dos cidadãos na gestão pública e exigir do Estado a cer a comunicação do cidadão com o Estado e a par-
transparência administrativa seria uma forma de elevar ticipação cidadã nas democracias, certo de que a de-
aquelas condições e, conseqüentemente, os IDH. mocracia formal, com representação popular pelo Par-

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lamento, tem se mostrado insuficientemente eficaz para razão, em favor do bem comum.
garantir a integral participação do cidadão no Estado. Tão lúcida e esclarecedora lição teve o poder de
Daí que, no combate à corrupção, um canal de fazer amadurecer uma idéia que vinha sendo cultiva-
comunicação direto entre o cidadão e o Estado, como da entre alguns ouvidores públicos, qual seja, de fun-
o é a ouvidoria pública, se mostra perfeitamente ade- dar uma associação que se dedique a tais
quado, já que oferece até ao mais modesto cidadão a especificidades das ouvidorias públicas, que as reco-
possibilidade de levar uma denúncia ao Poder. nheça e trate, como ensinou a ouvidora de Paris, como
Igualmente, ficou claro que a ouvidoria pública, uma missão. Necessariamente transitória, mas valoro-
justamente por sua proposta de ser a voz do cidadão sa para o alcance da plena cidadania.
no Estado, Estado que é, exatamente, a organização Assim, fundou-se, naquele mesmo dia, a Associa-
política dos indivíduos e no qual, portanto, cada in- ção Nacional de Ouvidores Públicos – ANOP. Entre
divíduo é o Estado, possui especificidade própria. seus objetivos, constam propostas para a formação
De todo o debate e de tudo de importante que foi de um sistema de ouvidorias públicas autônomas,
dito ali, pinço uma das afirmações da doutora democráticas e independentes; integração e coopera-
Calandra, que sustentou a natureza de “missão” das ção entre os ouvidores públicos; promoção dos valo-
ouvidorias públicas. res democráticos e, especialmente, da participação
É especialmente tocante a percepção da ouvidora, cidadã da gestão pública; formação de uma cultura
porque a condição primordial da ouvidoria pública, de ouvidoria voltada para a defesa dos direitos hu-
de ser a voz do cidadão, tem a nítida natureza de manos, da justiça social e da cidadania; e fortaleci-
“missão”. Longe de ser uma atividade profissional ou mento da ouvidoria pública.
uma atribuição administrativa, o exercício da ouvidoria Assim, organizam-se os ouvidores públicos brasi-
pública deve ser entendido como uma missão que se leiros, cientes da importância de sua missão como
cumpre em favor do representado e, como última alavanca para o pleno exercício da cidadania.

A experiência internacional
No IV Fórum Global de Combate à Corrupção, realizado em Brasília, o painel Ombudsman and Related Institutions
contou com a experiência de ouvidores internacionais relatando suas experiências. O Painel, moderado por Isabel
de Fátima Ferreira Gomes, teve Jorge Santistevan de Noriega, primeiro Ouvidor do Peru, denominado “Defensor
del Pueblo”, de 1996 a 2001; Jorge Mario Garcia Laguardia, Ouvidor da Guatemala; e Frédérique Calandra,
Ouvidora da cidade de Paris e adjunta do prefeito.
Isabel destacou alguns pontos considerados importantes para o modelo que começa a ser implementado no
Brasil. No caso de Noriega, são os seguintes:
- diferenças entre os ouvidores da Europa (procurador do cidadão) e da América Latina (atribuições mais amplas)
- atuação do ouvidor no combate à corrupção e à violação dos direitos humanos, com ações preventivas, criação
de leis de acesso à informação e fortalecimento dos órgãos
- autonomia e independência para criticar, persuadir e propor soluções
- ouvidoria como ponte entre a sociedade civil e os dirigentes para a participação cidadã
- corrupção drena os recursos do Estado destinados à população
- apoio aos procuradores, tribunais e ministérios públicos, com trabalho de investigação

No case de Laguardia, Isabel fez as seguintes considerações:


- imagem pacifista do ouvidor na América Latina, ouvidoria não prevista nas constituições
- ombudsman como agente da sociedade que complementa o papel de outros organismos utilizando habilida-
des como persuasão e influência, entre outras, na luta em defesa da justiça e da democracia
- apoio das ONGs, da Imprensa e das comissões e grupos de defesa dos direitos humanos
- corrupção decorre da realidade dos países pobres, falta ou desrespeito às leis, governantes devem produzir
valores éticos coletivos e não individuais

E, no caso de Calandra, suas observações foram as seguintes:


- ouvidora desde 1997 (com mandato de 6 anos) em uma cidade com 2 milhões de habitantes, mas com uma
grande e complexa administração pública que conta com 60 mil servidores, mais os terceirizados e com um
orçamento de 5 a 6 bilhões de euros/ano. anos.
- esforços para levar a informação ao usuário da cidade, o cidadão, o empresário, o estrangeiro e o turista para
acesso à justiça e ao direito.
- importância dos relatórios para o trabalho do ombudsman, divulgando as informações para toda a coletividade
- vinculação e apoio do prefeito de Paris
- atividade de ombudsman não como gestão, mas sim como missão
- a ouvidoria deve reconhecer a razão da administração quando esta agir corretamente
- recomenda ao poder público a adoção de sugestões e propostas de mudanças
- atuação da Comissão Nacional de Direitos Humanos com atribuições distintas da Ouvidoria, embora com
objetivos comuns
- o ombudsman deve atuar em prol da melhoria do serviço público e do combate à corrupção.

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Modelo brasileiro

Aposta em crescimento
harmonioso

Com a criação da seccional do Distrito Federal, ABO quer contribuir com difusão de
melhores práticas e geração de cultura

Há dois anos, a Associação Brasileira de Ouvidoria experiências bem sucedidas são razoavelmente no-
criou uma seccional no Distrito Federal, a cargo de vas.” Ela reforça, nesta Entrevista, que o objetivo não
Neiva Renck Maciel, ouvidora geral do Ministério da deve ser restrito às ouvidorias da administração pú-
Previdência Social. Para Neiva, nesta Entrevista Ex- blica na troca de experiências, mas “crescer conjun-
clusiva, o objetivo de criar a seccional é de ampliar a tamente com outras áreas além do executivo”. Ela
colaboração, contribuindo com o esforço governa- argumenta que a associação agrega e integra pessoas
mental de gerar conhecimento e cultura de ouvir o do poder executivo federal e estadual, das áreas pri-
cidadão e servi-lo melhor, o que justifica o cresci- vadas, do Judiciário e do Poder Legislativo Federal,
mento substancial do número de ouvidores na área além de interface com o órgão regulador dos Procons
pública. “E, por tratar-se de um serviço relativamente a nível nacional e o Departamento de Defesa e Prote-
novo, sua existência no Brasil não ultrapassa muito ção do Consumidor do Ministério da Justiça. Confira
além de 10 anos”, justifica. “A literatura é escassa e as a íntegra da Entrevista.

“A troca de
experiências
torna-se muito
rica com a
diversidade
de áreas
reunidas em
torno do
mesmo tema,
e o objetivo de
todos é
fomentar
discussões
que permitam
estabelecer
novos
parâmetros de
desempenho
da atividade”
– Neiva Renck
Maciel

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Porque foi criada a seccional ABO-DF? membros remanescentes da diretoria anterior, com
A ABO-DF foi criada há mais de 2 anos, vincula- renovado entusiasmo para desempenhar esse desa-
da à ABO - nacional, que já existe há vários anos e já fio de fortalecer a instituição Ouvidoria.
está bem desenvolvida, estruturada e apresentando
resultados à classe e à sociedade em geral. Seus mem- Qual o plano de trabalho da atual diretoria?
bros já desenvolveram vários estudos: lançaram, por Ainda estamos estudando o plano de trabalho, o
exemplo, o Código de Ética do Ouvidor; criaram cur- qual só ficará definido na próxima reunião de dire-
sos básicos de capacitação para Ouvidores, que peri- toria, em que os setores apresentarão seus planos.
odicamente se repetem para os novos profissionais Mas já podemos antecipar que a grande preocupa-
que ingressam na atividade; realizam palestras e dis- ção será a ampla divulgação do serviço de Ouvidoria
cussões; projetos de leis sobre o tema ouvidoria e para tentar mostrar à população que seus direitos
seminários. Dentro desse espírito foi criada a ABO-DF, devem ser respeitados e que estamos dispostos a
para congregar os ouvidores sediados na região do ouvir e a aprimorar o relacionamento empresa/ci-
Distrito Federal, sentir suas necessidades e tentar co- dadão. Também às empresas e demais entidades do
laborar, nos moldes do que a entidade nacional já o poder público que ainda não disponibilizam o ser-
faz. Cada vez mais os governos vêm percebendo a viço de Ouvidoria queremos mostrar que há um
necessidade de ouvir o cidadão para servi-lo melhor. ganho fantástico em qualidade na organização que
Justamente por isso, aqui em Brasília o número de se dispuser a ouvir seus cidadãos-clientes. A qualifi-
ouvidores tem crescido substancialmente, especial- cação do profissional de Ouvidoria também é um
mente na área pública. E, por tratar-se de um serviço assunto que nos preocupa, pois a atual formação
relativamente novo, sua existência no Brasil não ul- do Ouvidor, especialmente no Distrito Federal, é mui-
trapassa muito além de 10 anos. A literatura é escassa to precária. Ainda não temos curso de formação vol-
e as experiências bem sucedidas são razoavelmente tado para esta área e a literatura disponível é ínfi-
novas. Assim, entendemos que a união da classe em ma. Portanto, pretendemos promover cursos rápi-
torno de palestras, estudos, seminários, cursos e ou- dos de formação básica para Ouvidores, com o in-
tras atividades afins, só tem a contribuir para o en- tuito de nivelar, minimamente, nossos conhecimen-
grandecimento e aprimoramento do serviço para o tos. Entre nossos objetivos está, também, a troca de
cidadão. Nossa preocupação, entretanto, não é só com experiências entre profissionais das diversas áreas
um segmento de ouvidorias da Administração Públi- por meio de reuniões, encontros, seminários e fóruns.
ca Federal: nós queremos trocar experiências e cres- Outro tema que nos ocupa é a tendência futura da
cer conjuntamente com outras áreas além do execu- Ouvidoria brasileira pois nosso modelo difere dos
tivo. Nossa associação agrega e integra pessoas do modelos de outros países, pois a nossa está vincula-
poder executivo federal e estadual, das áreas priva- da diretamente ao gestor de cada entidade e, por-
das, do Judiciário e do Poder Legislativo Federal, além tanto, sujeita aos atos desse administrador, embora
de termos interface com o órgão regulador dos esteja bem mais próxima do cidadão.
Procons em nível nacional - o Departamento de De-
fesa e Proteção do Consumidor do Ministério da Jus- Como você define o modelo brasileiro de
tiça. A troca de experiências torna-se muito rica com Ouvidoria?
a diversidade de áreas reunidas em torno do mesmo Em nosso país o modelo adotado é de que cada
tema, e o objetivo de todos é fomentar discussões instituição deve ter sua própria Ouvidoria trabalhan-
que permitam estabelecer novos parâmetros de de- do as postulações concretas que lhe são formuladas
sempenho da atividade. Outra forte área de atuação e apresentando a solução ao postulante, mas extrain-
da seccional DF da ABO é a de prestar um serviço à do daí as informações que permitam mudanças es-
classe, representando o interesse de nossos pares junto tratégicas no sentido de corrigir falhas, aprimorar e
ao Poder Executivo e ao Legislativo, dada à proxi- propor novos serviços aos cidadãos. O objetivo do
midade que estamos desses poderes. Exercemos tam- trabalho do Ouvidor é a valorização da cidadania,
bém um importante papel junto às demais seccionais mesmo na empresa privada, pois a Ouvidoria aproxi-
da ABO,pois estando estrategicamente localizados no ma o cidadão da Organização. Esta, movida pela ne-
núcleo do Poder Federal, representamos os anseios e cessidade de atender o cliente/usuário, aperfeiçoa
as necessidades de todos os Ouvidores, propiciando- seus produtos e serviços, conforme os indicativos que
nos condições de subsidiar mudanças nos atos recebe do público. Tal mudança de atitude por ambas
normativos da atividade de Ouvidoria, bem como as partes apresenta uma inequívoca conscientização
acompanhar o andamento de assuntos de interesse para a cidadania, que cada vez mais exige respeito e
da classe na Casa Legislativa. Esta diretoria que ora participação, traduzida nesse caso, pelo dom de se
assume, está chegando, acompanhada de alguns expressar e ser ouvida.

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Concessões públicas

Proposta para atendimento


pessoal
Projeto de lei exige proteção ao usuário dos serviços públicos e controle por rede
integrada de ouvidorias

O projeto de lei 4907/05, do presidente estadual serviço, o atendimento é personalizado, educado e


do PSDB de São Paulo, deputado federal Antônio eficiente. Mas, na hora de reclamar, pedir informa-
Carlos Pannunzio, para proteção e defesa do usuário ções ou de cancelar um serviço, uma gravação pede
de serviços públicos da União, estabelece a obriga- para o cidadão ficar discando vários números, atra-
toriedade de atendimento pessoal, telefônico e atra- vés dos quais não obtém informação alguma, nem a
vés da Internet. No caso do atendimento telefônico, o solução para o seu problema”, relata o deputado.
serviço deve ser personalizado e com informação O projeto vai mais além, pois obriga as empresas
sobre o responsável pelo atendimento da chamada. a prestar informações precisas sobre o horário de fun-
As normas aplicam-se aos serviços da administração cionamento das unidades administrativas, o tipo de
direta, indireta e fundacional, bem como das empre- atividade exercida pelo órgão, sua localização exata
sas particulares prestadoras de serviços mediante con- e a indicação do responsável pelo atendimento, bem
cessão, autorização, permissão ou qualquer outra como a tramitação de processos administrativos em
forma de delegação da União. que o usuário figure como interessado, incluindo as
“Temos de acabar com o atendimento massificado, decisões tomadas e respectiva motivação, a autorida-
feito por gravações, que, não raro, instruem o usuá- de ou órgão responsável pelo recebimento de recla-
rio a discar números seguidos para receber um aten- mações, sugestões e afins.
dimento padrão que, em muitos casos, nada resol- A qualidade dos serviços, conforme o projeto, deve
ve”, diz Panunzio, que se diz também vítima do aten- ser assegurada através de quesitos como “urbanidade”-
dimento “virtual”. como forma de evitar o uso de termos técnicos ou exces-
A proposta atinge concessionárias de rodovias, so de formalidade - e respeito, com prioridade a idosos,
empresas fornecedoras de energia elétrica e de água, gestantes, enfermos e portadores de deficiência. O depu-
secretarias e ministérios, fundações culturais e as tado quer que essas medidas de proteção ao usuário dos
empresas de telefonia – principal foco do projeto. serviços públicos sejam controladas por rede integrada
“Nestes casos, quando o usuário quer comprar um de ouvidorias, das quais o usuário faça parte.

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especial
ouvidoria Nova ouvidoria

Ouvidoria para ações sociais


do governo
MDS aposta na iniciativa como importante canal de comunicação para estimular a
participação da sociedade

O Ministério do Desenvolvimento Social e Com- ter um diálogo que fortalece a democracia e garante
bate à Fome, o MDS, está criando sua ouvidoria. A o exercício da cidadania”.
responsável pela conceituação e implementação é a Ela define a Ouvidoria como “importante canal
potiguar Rejane Maria de Oliveira, nascida em Natal de comunicação para que as pessoas contribuam com
(RN), graduada em filosofia pela Universidade Fede- sugestões, críticas, reclamações, elogios, dúvidas e
ral do Rio Grande do Norte (UFRN) e especialização solicitações de informação. Além disso, melhora a
em filosofia dos valores éticos e mestrado em ciênci- qualidade dos serviços prestados, já que identifica
as sociais, na área de desenvolvimento social. Antes pontos que podem ser aprimorados. Quando for cri-
de assumir a ouvidoria, foi servidora do Ministério do ado este canal de atendimento para o cidadão no
Trabalho e Emprego (MTE). Para Rejane, a Ouvidoria MDS, ajudaremos no processo de consolidação de
“é um espelho dos anseios da sociedade em geral. políticas sociais de responsabilidade”.
Ouvindo os cidadãos, temos a oportunidade de man- A executiva justifica que o projeto, seguindo a

“O principal papel
da Ouvidoria é ser
mais um instrumen-
to no fortalecimento
da democracia
participativa” -
Rejane Maria de
Oliveira

www.clientesa.com.br - Julho 2005


especial
ouvidoria

filosofia de ouvidoria, atenderá e registrará reclama-


ções, denúncias, críticas, elogios e sugestões por tele- Perfil profissional
grama, carta, fax, e-mail ou pelos telefones da central
de relacionamento. Mas o trabalho será em parceria, Rejane Maria de Oliveira é potiguar de Natal,
com o encaminhamento das demandas geradas. Ela graduada em filosofia pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), com especialização
lembra que a Central de Relacionamento Fome Zero em filosofia dos valores éticos e mestrado em ciênci-
foi criada em 17 de março de 2003, a partir de um as sociais, na área de desenvolvimento social. Em
projeto que incluiu doações das empresas 2004, fez curso de extensão em Sociologia Contem-
BrasilTelecom, Embratel, Telemar, Telefônica, Asso- porânea, pela Universidade de Brasília (UnB). Atual-
ciação Nacional dos Prestadores de Serviços Móvel mente cursa matérias como aluna especial do Dou-
torado da UnB. Trabalhou de 1979 a 2003 no setor
Celular, Fundação Centro de Pesquisas e Desenvolvi- bancário, foi dirigente sindical, com trabalho de
mento em Telecomunicações, CPqD (doação do front- pesquisa sobre o cotidiano dessa categoria profissio-
end), e do Serviço Federal de Processamento de Da- nal. Antes de assumir a Ouvidoria do MDS, foi
dos, Serpro (hospedagem dos dados). servidora do Ministério do Trabalho e Emprego, MTE.
Hoje, a central funciona das 8h às 20h, exceto feri-
ados nacionais, e conta com 113 operadores e 51
posições de atendimento. Desde o início do atendi- tema ouvidoria já era bastante discutido, por se tratar
mento, em 2003, até 12 de junho de 2005, a Central de de forte instrumento da democracia”, lembra Rejane.
Relacionamento Fome Zero recebeu 5.732.505 ligações. Na época, ela trabalhava no setor bancário na área de
A executiva descreve que a ouvidoria geral do MDS atendimento ao público. “Acredito ter adquirido expe-
será o órgão que intermediará a relação entre a socie- riências muito importantes para interpretar, avaliar e
dade e o Ministério de Desenvolvimento Social e Com- assim contribuir para a melhoria do serviço público”,
bate à Fome, tornando as ações do Ministério mais justifica. Ela concorda que a iniciativa de implantação
transparentes e acessíveis para todos. “Ela também de ouvidorias no Brasil é recente. “Neste sentido o
possibilitará que se tenha uma resposta da sociedade surgimento de Ouvidores também é novidade”,
por intermédio de sugestões, denúncias, reclamações, complementa. Ela reconhece que todo esse movimen-
dúvidas, elogios e críticas. O objetivo é que os cida- to surgido entre as instituições públicas vem sendo
dãos conheçam com clareza os programas do Ministé- criado e discutido nos fóruns realizados pela Ouvidoria-
rio e se manifestem sobre as ações do Fome Zero. O Geral da União, com o objetivo de encontrarmos um
principal papel da Ouvidoria é ser mais um instrumen- modelo de Ouvidoria adequada para o nosso País.
to no fortalecimento da democracia participativa”. “Creio que vivemos o momento em construção dos
Visão – “Em especialização cursada e já concluída espaços democráticos e que o grande objetivo das
em assuntos relacionados aos valores éticos e morais, ouvidorias é a participação da sociedade brasileira na
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o eficiência da prestação do serviço público”, finaliza.

Radiografia do Fome Zero

O Fome Zero é uma política pública que tem o agrícola de pequenos agricultores e destina os alimen-
objetivo de erradicar a fome e a exclusão social, reu- tos a quem precisa), Cisternas (construção de cisternas
nindo diversos programas do MDS e outros Ministéri- no semi-árido, para garantir água limpa às pessoas
os (10 no total). O Fome Zero contempla ações que convivem com a seca), distribuição de cestas bási-
emergenciais e estruturantes, além de programas com- cas, programas de educação alimentar e nutricional,
plementares com o objetivo de criar as oportunidades programa Agente Jovem, restaurantes populares, co-
para que as famílias deixem a condição de pobreza. O zinhas comunitárias e bancos de alimentos.
Fome Zero reúne iniciativas governamentais e não-
governamentais para o combate à fome e a desnutri- Radiografia da Central do Fome Zero
ção, organizadas nas áreas da assistência social, segu-
rança alimentar e distribuição de renda. O principal 9 5.719.804 pedidos de informações sobre projetos,
programa do Fome Zero é o Bolsa Família, que bene- programas e políticas do Ministério, sendo:
ficia famílias com renda mensal per capita de até • 41 % Bolsa Família e Cadastro Único
R$ 100,00. Este benefício hoje é pago a mais de 7 • 7% Fome Zero
milhões de famílias. Os outros programas do Fome • 5% Doações
Zero, dentro do MDS, incluem o Programa de • 47% Outras Informações
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti, que retira a cri- 9 2.297 críticas
ança do trabalho e a coloca em atividades sócio- 9 6.760 denúncias
educativas fora do horário escolar), Programa de Aqui- 9 721 elogios
sição de Alimentos (garante a compra da produção 9 2.923 sugestões

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