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História do SBTVD

O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) foi desenvolvido com base


no sistema japonês Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T) e
tecnicamente conhecido como ISDB-TB, oferece uma série de diferenciais em
relação aos sistemas de TV digital atualmente em funcionamento no mundo. Esses
diferenciais estão justamente no “casamento” entre a base técnica de transmissão
do sistema japonês com os padrões de compressão digital de áudio e vídeo
introduzidos pelo Brasil, que são mais modernos e eficientes do que os adotados
por outros padrões.

Assim, o sistema adotado no Brasil é o ISDB-TB, também denominado SBTVD.


Na versão brasileira foram acrescentadas tecnologias desenvolvidas pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pela Universidade Federal
da Paraíba (UFPB).

Essa especificidade do sistema brasileiro possibilita a transmissão de conteúdo de


altíssima qualidade, tanto em termos de imagem como de som, permitindo ao
mesmo tempo a recepção móvel e portátil dos sinais de TV digital. Para oferecer
esses diferenciais, o SBTVD adotou o padrão MPEG-4, também conhecido como
H.264, para codificação de vídeo, e o HE-AAC v2 para o áudio. Mais detalhes
podem ser encontrados na norma técnica 15602 (ABNT NBR 15602, partes 1, 2 e
3), no site do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital
Terrestre(SBTVD): www.forumsbtvd.org.br.

Outros importantes diferenciais do SBTVD são a mobilidade e a interatividade. No


caso da mobilidade é possível percebê-la na prática, uma vez que já estão à
disposição do consumidor brasileiro diversos dispositivos móveis por meio dos
quais se pode assistir à TV digital, como celulares, mini-televisores e receptores
USB para micros.

Em relação à interatividade, os documentos sobre o middleware Ginga da TV


digital brasileira estão em processo de Consulta Nacional da ABNT. Para garantir
que o Ginga esteja livre do pagamento de royalties, o Fórum SBTVD assinou um
acordo com a Sun Microsystems. Eles desenvolveram essa especificação
utilizando a tecnologia Java em código aberto.

São muitas as possibilidades de interatividade e várias empresas estão trabalhando


no desenvolvimento de aplicações que vão possibilitá-las. Em breve os usuários,
utilizando o controle remoto, poderão responder a testes, obter informações sobre
programas, comprar produtos anunciados, participar de enquetes e realizar
operações bancárias etc.

Além disso, a adoção de uma plataforma nacional de middleware de código aberto,


como o Ginga, possibilita a geração de empregos com mão de obra qualificada,
incentivo à pesquisa e desenvolvimento, fortalecendo e expandindo o mercado de
software e conteúdo interativo no Brasil, mercado esse de alto conteúdo
tecnológico e de alto valor agregado.
Início
Em 1999, a Anatel, com o estabelecimento de termo de cooperação técnica com o
CPqD, deu início ao processo de avaliação técnica e econômica para a tomada de
decisão quanto ao padrão de transmissão digital a ser aplicado no Brasil ao Serviço
de Radiodifusão de Sons e Imagens. A escolha do CPqD para a prestação desses
serviços considerou não apenas o histórico de serviços prestados à Agência e às
empresas operadoras da antiga Telebrás, mas o elevado domínio técnico das
tecnologias de compressão digital de sons e imagens.

Em 27 de novembro de 2003 foi fundado o Comitê do SBTVD, responsável pelos


estudos que definiriam o padrão a ser adotado no país. Após estudos conduzidos
juntamente com universidades e emissoras de televisão, o sistema foi apresentado
no dia 13 de novembro de 2005 pelo Ministério das Comunicações.

A conclusão a que se chegou foi que o melhor sistema de TV digital para o Brasil
seria o ISDB-T, desenvolvido pelo Japão. Assim, em junho de 2006 o governo
brasileiro anunciou a escolha do ISDB-T como base para o desenvolvimento do
SBTVD.

O padrão ISDB-T é utilizado atualmente nas áreas metropolitanas do Japão. O


mesmo foi defendido publicamente muitas vezes pelo Ministério das
Comunicações e pelas empresas de comunicação brasileiras. Essa preferência era
justificada pela capacidade do sistema atender a equipamentos portáteis,
permitindo que o público assista TV, por exemplo, em celulares, mini-televisores e
outros dispositivos móveis.

Essa capacidade foi um dos pontos decisivos para a escolha do sistema que,
seguindo o desejo do governo brasileiro, também deveria proporcionar alta
definição e interatividade para terminais fixos e móveis.

Os pesquisadores brasileiros acrescentaram uma série de atualizações no ISDB-T,


como a adoção de padrões de compressão digital de áudio e vídeo mais modernos
e eficientes do que os atuais sistemas de TV digital em funcionamento no mundo.
Essas características permitem ao SBTVD a transmissão de conteúdo de altíssima
qualidade para os telespectadores, possibilitando ao mesmo tempo a recepção
móvel e portátil dos sinais de TV digital, nos mais diversos tipos de dispositivos,
como celulares, mini-televisores, notebooks etc.
Tudo isso sem custos para o consumidor, uma vez que o SBTVD é um sistema de
televisão digital aberto, livre e gratuito.

No DVB-T (Digital Video Broadcast Terrestrial), o padrão europeu, por exemplo,


a transmissão para dispositivos móveis é tarifada pelas operadoras de telefonia.
Transmissões

O início das transmissões do SBTVD ocorreu no dia 02 de dezembro de 2007, em


São Paulo. Depois vieram outras cidades. Nesse site mesmo é possível consultar o
cronograma de implementação dos outros municípios em
http://www.dtv.org.br/materias.asp?menuid=3&id=11.

Os prazos estipulados no cronograma referem-se ao período de início e término do


processo de implantação da televisão digital em diferentes regiões do território
nacional.

Esse cronograma, entretanto, não é tão rígido como foi o lançamento em São
Paulo, no qual todas as emissoras de radiodifusão iniciaram juntas as transmissões
digitais. Dessa forma, o início das transmissões em outras cidades está a cargo de
cada uma das emissoras.

Outros países
O Peru já anunciou a adoção do padrão brasileiro de televisão digital ISDB-T.
É provável que outros países da América Latina adotem o SBTVD, garantindo a
integração e a facilidade de suprimento de peças, equipamentos e soluções para o
mercado de TV digital. Para alcançar esse objetivo o Fórum SBTVD e o governo
brasileiro têm trabalhado em conjunto, realizando demonstrações do sistema em
várias nações do continente.

É importante ressaltar que essa foi a primeira vez que se conseguiu realizar, no
mundo, um trabalho de desenvolvimento e implementação de um sistema de TV
digital por meio de parceria entre emissoras de TV, fabricantes de transmissores,
de receptores, a indústria de software, universidades, centros de pesquisa e o
governo federal.

Informações técnicas
Modulação e codificação – Apesar da escolha do ISDB-T como base para
modulação, a codificação de vídeo utilizada é H.264/MPEG-4 AVC, enquanto no
Japão se utiliza o MPEG-2.

Especificações técnicas
Aplicações: EPG, t-GOV, t-COM, internet
Middleware: Ginga, que em breve possibilitará a interatividade
Compressão: Áudio: MPEG-4 AAC | Vídeo: MPEG-4 AVC = MPEG-4/10 =
H.264
Transporte: MPEG-2 para transmissão terrestre de TV e Protocolo RTP para
internet (IPTV)

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