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A Declaração Universal dos Direitos dos Homens é uma resolução da

Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada em


1948, e inaugurou o que chamamos de “internacionalização dos direitos
humanos”. Diversos países, nesse momento, já tinham a preocupação com
a proteção dos direitos humanos em suas legislações internas, mas com o
advento da Declaração Universal, passa a ser um assunto de interesse de
toda a comunidade internacional.

Na verdade, a aprovação da resolução faz parte de um processo maior que


se aprofunda na Segunda Guerra Mundial, com o holocausto (perseguição e
morte de judeus), buscando a imposição de limites às ações dos Estados no
plano internacional, limites que não devem ser estabelecidos a partir da
livre vontade desses próprios Estados, mas devem se basear em valores
capazes de garantir a chamada “ética na convivência”. Ou seja, o exercício
interno do poder dos Estados, assim como as suas relações internacionais,
devem ser conduzidos para alcançar o bem comum, a tolerância, a
igualdade e liberdade dos seres humanos e diferentes povos no planeta. A
nossa Constituição de 1988 corresponde a esse movimento de consagração
dos direitos humanos, que vão dos direitos individuais e coletivos, passando
pelos direitos sociais, direitos políticos e o direito à organização partidária.

Na Constituição Federal de 1988, encontramos nela inserido no caput do art. 5º


o princípio da
igualdade, que na lição de Rui Barbosa, consiste em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais. Assim, qualquer discriminação ou diferenciação arbitrária é
vedada constitucionalmente. Em vários de seus artigos a Declaração também traz o
principio da igualdade.

Assim como na nossa Constituição Federal de 1988 que preceitua a


dignidade da pessoa humana entre os seus princípios fundamentais e no
que diz respeito a direitos e deveres individuais e coletivos no seu art.5º, III ,
XLIII, XLVII, XLIX e outros ; a Declaração Universal dos Direitos Humanos ,
traz em seu artigo V, um direito básico do homem., posto que ninguém
poderá ser submetido a tortura, nem a tratamento desumano ou
degradante, visto que todos merecem um tratamento digno enquanto seres
humanos.

Ambos os documentos trazem os direitos de liberdade de opinião e expressão, um


direito muito importante, pois promove a plena liberdade de anúncio das idéias,
estimula o raciocínio, de forma a utilizar o conhecimento da melhor forma possível.
Trazem também a liberdade de reunião e associação pacifica, um direito que é valido
onde todos respeitam os pontos de vista, pois através dessa liberdade surgirão idéias e
teses que serão usadas em prol de um todo. A liberdade de consciência também vem
positivada em ambos os documentos, um direito que consiste em que cada pessoa possa
seguir o desígnio da sua consciência, dentro de convicções honestas. É importante
salientar, que para exercício desta liberdade, o indivíduo precisa estar pleno de suas
responsabilidades, sobre o qual interfere diretamente a formação de sua consciência,
sendo esta seu guia, à qual deve procurar sempre a verdade e o bem, tanto pessoal como
o bem comum. Também falam sobre a liberdade religiosa. A religião é importante para o
homem na busca de sua fé, ele necessita dela para superar suas dificuldades naturais e
materiais, e todos tem livre arbítrio de escolher sua religião, assim como toda religião
possui igual direito de ser praticada, desde que haja com boa índole e dedicação ao
próximo.
Tanto a Declaração quanto a Constituição, trazem o direito a educação gratuita nos
graus elementares e fundamentais. A educação faz parte das condições para a existência
digna de uma pessoa, possibilita o pleno desenvolvimento da personalidade humana e é
um requisito indispensável à concreção da própria cidadania. Com ela, o indivíduo
compreende o alcance de suas liberdades, a forma de exercício de seus direitos e a
importância de seus deveres, permitindo a sua integração em uma democracia
efetivamente participativa. Em essência, educação é o passaporte para a cidadania. O
Estado deve suprir seus cidadãos quanto à esta educação, mas não interferir nos
métodos, matérias e assuntos lecionados. A educação deve prover a formação de uma
personalidade voltada ao respeito aos direitos humanos, à promoção da paz entre as
nações, independentemente de preceitos religiosos e étnicos. E nossa Constituição
diferentemente da Declaração positiva, atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência.
Ambos vedam a prisão arbitrária, isso em decorrência do princípio da liberdade, na
nossa Constituição a pessoa só pode ter a sua liberdade cerceada, em decorrência de
prisão em flagrante delito ou por mandado judicial, devidamente fundamentada por
autoridade judiciária competente. A exceção, nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
A Declaração Universal dos Direitos dos Homens e a Constituição brasileira trazem o
princípio do contraditório e da ampla defesa, ou seja, todos têm o direito de se defender
daquilo que são acusados e através de todos os meios de prova em direito admitidos,
esse princípio é muito importante, pois nenhuma penalidade poderá ser imposta, seja no campo
judicial, administrativo ou disciplinar, sem a necessária amplitude da defesa, cujo objetivo é abolir o livre
arbítrio na aplicação das sanções disciplinares.

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