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Introdução
Por onde então a vivência se manifesta? Que instrumento proporciona toda essa
experiência contida nas histórias? Basta que olhemos para nós mesmos e tomemos a
consciência que o único meio capaz de proporcionar a vivência é o corpo. O corpo
somos nós, nós não apenas o possuímos, somos ele mesmo. Entretanto, pela
incapacidade que o ser humano tem de viver só, de não se relacionar com os outros e o
mundo, de escrever-se como um ator do monólogo de sua própria vida, esse indivíduo
vivido, incorporado e narrado por si mesmo, interfere e é interferido pelo mundo,
passando a corpo social.
Desse modo, podemos perceber que quando Josso (2004, p. 226) afirma que:
“As ancoragens das idéias de plasticidade e de criatividade do humano são horizontes
mais heterogêneos”, a autora situa em muitos campos teóricos, as idéias da
subjetividade humana, e trás um valor e uma responsabilidade no seu enriquecimento
epistemológico para as narrativas e histórias de vida.
Ao contrário do método sociológico, é no método (auto) biográfico pelo
indivíduo, logos sensível, que a formação universaliza-se.
Desse modo, nada do que foi aqui discutido teria importância para a formação e
transformação de si sem uma tomada de consciência que normalmente se dá nos
momentos charneiras. Por isso, e só através da consciência de si mesmo, de nosso
corpo, que poderíamos vislumbrar um despertar para o mundo, trazendo de forma mais
acentuada, uma percepção maior do sujeito subjetivo. “Estar consciente é estar atento,
aberto para si mesmo e para o mundo, observando-se objetivamente” (VISHNIVETZ,
1995, p. 15).
Quando Morin (2005, p. 33) afirma que: “O sistema auto-organizador não pode,
pois, bastar-se a si mesmo, ele só pode ser totalmente lógico ao abarcar em si o
ambiente externo. Ele não pode se concluir, se fechar, ser auto-suficiente”. Fica claro, a
necessidade que as relações assumem diante da existência humana em um pensamento
complexo, que lida com as inseguranças, o incerto, o ambíguo para assim fazer com que
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Considerações finais
REFERÊNCIAS:
VISHNIVETZ, Berta. Eutonia: educação do corpo para o ser. Trad. Benita Beatriz
Canabrava. São Paulo: Summus, 1995.