You are on page 1of 11

A SUBJETIVIDADE E A COMPLEXIDADE NA FORMAÇÃO DO SUJEITO

PELAS VIVÊNCIAS E SUAS HISTÓRIAS DE VIDA

Sávio Jordan Azevedo de Luna, Mestrando em Educação


da linha de pesquisa Corporeidade e Educação e membro
da base de pesquisa Grupo de Estudo em Corpo e Arte
(GECARTE) – UFRN (Universidade Federal do Rio
Grande do Norte)

RESUMO: O homem e suas experiências, vivências e histórias caminham juntos desde


o momento de sua concepção, ainda nos primórdios da humanidade. O homem com ele
mesmo, com o outro e com o mundo! É preciso trazer o mundo, o meio que esse sujeito
vive e co-habita, trocando saberes e experiências e ao mesmo tempo transformando-se
durante sua existência nele. É nessa complexidade existente da relação do sujeito com o
mundo, dos saberes, formando uma rede que entrelaça-se com o passado, o presente e o
futuro, através das vivências que nada mais são as histórias de vida, carregada e
impregnada de uma subjetividade, podendo-se por assim dizer inerente e
proporcionando sentido a tudo que vivemos e pretendemos viver, que esse artigo
discorrerá. Considerando que o sujeito ao experienciar o método (auto) biográfico e “As
Histórias de Vida”, passa a perceber a si mesmo e o mundo com outros olhos, aguçando
seus valores de forma crítica e consciente para o meio social em que vive,
estabelecendo-o na qualidade de singular plural, com suas distintas formas do sensível.
Valorizando e projetando a subjetividade a um patamar merecido e importante na sua
formação e reinvenção de si, seja ela enquanto formando ou formador, estabelecendo
uma simbiose com trocas de saberes e conhecimento em uma complexidade de idéias e
fenômenos. O pensamento complexo norteando o método (auto) biográfico, as histórias
de vida e a própria vida, ao considerar que o conhecimento assim como na vida, não são
parceladas, departamentalizadas, linear, simplista. Mas uma rede transdisciplinar de
experiências e de saberes, onde tudo está ligado, conectado e interdependente entre si.
Os saberes objetivos e subjetivos fundindo-se para dar sentido a cada um e ao meio.

Palavras-chave: Corpo, Vivência, Formação, Subjetividade e Complexidade.


2

Introdução

O sujeito emerge ao mesmo tempo que o mundo. Ele emerge desde o


ponto de partida sistêmico e cibernético, lá onde certo número de
traços próprios aos sujeitos humanos (finalidade, programa,
comunicação, etc.) são incluídos no objeto máquina. Ele emerge,
sobretudo, a partir da auto-organização, onde autonomia,
individualidade, complexidade, incerteza ambigüidade tornam-se
caracteres próprios ao objeto. Onde, sobretudo, o termo “auto” traz
em si a raiz da subjetividade (MORIN, 2005, p. 38).

Buscar a vida de alguém ou de um sujeito pelo método (auto) biográfico, é muito


mais do que simplesmente relatar suas experiências, centralizando-o como o objeto de
pesquisa. É preciso trazer o mundo, o meio que esse indivíduo vive e co-habita,
trocando saberes e experiências e ao mesmo tempo transformando-se durante sua
existência nele. Então podemos constatar que é no objetivo proporcionado pelo mundo
que o subjetivo do homem forma-se e trás sentido aos prazeres, as decepções, ao
sensível, afetivo, cognitivo, inteligível e imaginário. É do subjetivo e no subjetivo que
às histórias de vida dos sujeitos dá-se e realiza-se, em um mundo que cria, cria-se e
transforma-se, uma simbiose exata e constante. Percebendo assim, “como a
subjetividade humana pode encontrar suas fontes, suas raízes, no mundo dito ‘objetivo’”
(MORIN, 2005, p. 33).
É nessa complexidade existente da relação do sujeito com o mundo, formando
uma rede que entrelaça-se com o passado, o presente e o futuro, através das vivências
que nada mais são as histórias de vida, carregada e impregnada de uma subjetividade,
podendo-se por assim dizer inerente, proporcionando sentido a tudo que vivemos e
pretendemos viver, que iremos tentar descrever.
O homem e suas experiências, vivências e histórias caminham juntos desde o
momento de sua concepção, ainda nos primórdios da humanidade. O homem com ele
mesmo, com o outro e com o mundo! Por isso é que “As Histórias de Vida” sempre
existiram, mas só agora nos últimos trinta anos que se começou a registrá-las e
transformá-las numa metodologia em potencial. Nossa preocupação enquanto
estudiosos e pesquisadores do método (auto) biográfico, e nesse caso em especial “As
Histórias de Vida”, são de discutir e fundamentar, desenvolvendo uma epistemologia no
qual, o imprescindível vem tratar de uma questão que está diretamente ligada às
3

questões do outro, do sensível e do subjetivo, do processo de humanização e da


formação dos sujeitos ou indivíduos.

A subjetividade inerente às vivências das histórias de vida

O trabalho biográfico e autobiográfico encontra-se no cruzamento de


um destino sociológico, cultural e historicamente previsível, de uma
memória personalizada desse destino potencial e de um imaginário
sensível capaz de seduzir, de tocar emocionalmente, de falar, de
interpretar outros inconscientes ou ainda de convencer racionalmente
(JOSSO, 2006, p. 10).

Para Petraglia (1995), o conhecimento está intimamente ligado à subjetividade, e


por isso na humanização do ser, simplesmente por que o conhecer faz-se presente ao
mesmo tempo nas ações cerebrais, biológicas, culturais, espirituais, lingüísticas,
políticas, sociais e históricas. Por isso, as características individuais, existenciais e
subjetivas estão presentes em todo conhecimento. Não se pode escrever que no ato do
conhecimento, a paixão, o prazer e a dor, são aspectos irrelevantes, visto que, às
características objetivas referenciadas pela razão não se pode separar da emoção, ainda
mais quando se trata de experiência e ações humanas.
Quando Gaston Pineau (1988, p. 65) nos diz que: “a autoformação ultrapassa os
quadros sociais de vida”, ele consolida através das relações existente durante a vida,
com a sua imbricação no social, que é necessário olhar para si e perceber que além de
indivíduos sociais, biológicos, físicos, psíquicos, etc., somos também seres sensíveis
permeados pela subjetividade inerente a sua existência e ao mesmo tempo constituída e
constituinte.
Que as histórias de vida com as suas biografias e autobiografias estão repletas do
subjetivo do Ser, onde esse Ser não apenas possuindo, mais sendo o próprio corpo,
experiencia o sensível na própria vivência, isto é sabido. Sendo assim, podemos dizer
que as histórias de vida com suas narrativas são vivências, e a vivência por assim dizer
faz parte da sua essência.

Cabe lembrar que ater-se à vivência, à experiência sensível, não é


comprazer-se numa qualquer delectatio nescire, ou negação do saber,
como é costume crer, por demais freqüentemente, da parte daqueles
que estão à vontade senão dentro dos sistemas e conceitos
desencarnados. Muito pelo contrário, trata-se de enriquecer o saber, de
mostrar que um conhecimento digno deste nome só pode estar
4

organicamente ligado ao objeto que é o seu. É recusar a separação, o


famoso “corte epistemológico” que supostamente marcava a
qualidade científica de uma reflexão (MAFFESOLI, 2001, p. 176).

Por onde então a vivência se manifesta? Que instrumento proporciona toda essa
experiência contida nas histórias? Basta que olhemos para nós mesmos e tomemos a
consciência que o único meio capaz de proporcionar a vivência é o corpo. O corpo
somos nós, nós não apenas o possuímos, somos ele mesmo. Entretanto, pela
incapacidade que o ser humano tem de viver só, de não se relacionar com os outros e o
mundo, de escrever-se como um ator do monólogo de sua própria vida, esse indivíduo
vivido, incorporado e narrado por si mesmo, interfere e é interferido pelo mundo,
passando a corpo social.

Assim fazendo incorporamos o mundo, e nos incorporamos ao


mundo. E isso no sentido mais simples, tornando-nos um corpo
global, um corpo social, isto é, um corpo animado. Um corpo
construído a partir da união dos contrários, um corpo que alia,
ao mesmo tempo, o material e o espiritual, o sensível e o
intelegível (MAFFESOLI, 2001, p. 184).

Desse modo, podemos perceber que quando Josso (2004, p. 226) afirma que:
“As ancoragens das idéias de plasticidade e de criatividade do humano são horizontes
mais heterogêneos”, a autora situa em muitos campos teóricos, as idéias da
subjetividade humana, e trás um valor e uma responsabilidade no seu enriquecimento
epistemológico para as narrativas e histórias de vida.
Ao contrário do método sociológico, é no método (auto) biográfico pelo
indivíduo, logos sensível, que a formação universaliza-se.

Se nós somos, se todo indivíduo é, a reapropriação singular do


universal social e histórico que o rodeia, podemos conhecer o social a
partir da especificidade irredutível de uma práxis individual
(FERRAROTTI, 1988, p. 24).

Pineau (2006) enfatiza a importância da expressividade presente no método


biográfico exatamente pela grandiosidade do ser humano quando diz: “Que o
movimento biográfico seja multiforme mais que uniforme é talvez o indício de que a
expressão da experiência vivida respeita a complexidade da biodiversidade” (PINEAU,
5

2006, P. 341). Mais uma vez a riqueza e a importância da vivência no contexto


biográfico e sua complexidade, se estabelece em relações.
Aqui também podemos ver a relação e a interdependência da vivência com o
relato de vida do ponto de vista de Pineau (2006), mostrando a importância do sujeito
da vivência no relato de vida. “O relato de vida aponta para a importância da expressão
do vivido pelo ‘desdobrar narrativo’, quer essa enunciação seja oral ou escrita”
(PINEAU, 2006, p. 340).
Com intuito de fomentar uma reflexão crítica, colocamos aqui um pensamento
teórico, derivado do corpo às histórias de vida: se somos um corpo, podemos dizer que
estamos encarnados, portanto estamos presente, vivos, se estamos vivos é por que
vivemos, vivenciamos, por isso se vivenciamos, temos uma história de vida. “Assim, a
ênfase posta sobre a vivência é uma boa maneira de reconhecer os elementos subjetivos
como parte integrante das histórias humanas” (MAFFESOLI, 2001, p. 183).
O método biográfico vem fornecer um valor de conhecimento para a
subjetividade muito grande, visto que a biografia é oriunda total, ou quase
exclusivamente, do domínio qualitativo, deixando muito a margem à quantificação,
devido ao pouco número de elementos quantificáveis (FERRAROTTI, 1988).
Em uma outra vertente, que remete aos sociólogos tradicionais, observa-se a
ênfase dada à neutralização que o observador tenha dos materiais de pesquisa. Como
salienta o autor, em uma

[...] interação, por vezes bastante intensa, é preciso purificá-la da


subjectividade do sociólogo assim como da subjectividade da
narrativa autobiográfica. Daí todas as técnicas que servem para afastar
a própria suspeita de um papel activo do observador. Este não deve
participar directamente, e sim limitar-se a ‘estimular’ o objecto.
(FERRAROTTI, 1988, p. 25).

Tudo isso para reduzir a biografia ao quadro epistemológico e metodológico


tradicional da sociologia pela metodologia biográfica estabelecida. “A que triste
resultado conduziram os paradoxos epistemológicos inerentes ao método biográfico”
(FERRAROTTI, 1988, p. 25).
Quando Ferrarotti (1988, p. 26) afirma que: “toda a práxis humana individual é
actividade sintética, totalização activa de todo um contexto social”, trás à tona a
6

importância da singularidade do Ser, do indivíduo corpóreo e suas vivências, traduzindo


de forma participante e exclusiva da história de uma sociedade.

Mais do que reflectir o social, apropria-se dele, mediatiza-o, filtra-o e


volta a traduzi-lo, projectando numa outra dimensão, que é a
dimensão psicológica da sua subjectividade (FERRAROTTI, 1988,
p. 26, grifo nosso).

Desse modo, nada do que foi aqui discutido teria importância para a formação e
transformação de si sem uma tomada de consciência que normalmente se dá nos
momentos charneiras. Por isso, e só através da consciência de si mesmo, de nosso
corpo, que poderíamos vislumbrar um despertar para o mundo, trazendo de forma mais
acentuada, uma percepção maior do sujeito subjetivo. “Estar consciente é estar atento,
aberto para si mesmo e para o mundo, observando-se objetivamente” (VISHNIVETZ,
1995, p. 15).

A complexidade presente às histórias de vida

o caminho em minhas construções teóricas, eu nomeio como o tipo de


trabalho biográfico feito com a minha metodologia que subentende
não somente o paradigma do experiencial mas, também, o paradigma
do singular plural, paradoxo que exprime bem as tensões dialéticas
nas quais a vida ganha vida, inventa-se e graças a essa invenção se
perpetua. [...] Esse paradigma do singular plural, como o do
experiencial, o da complexidade e o paradigma sistêmico, não
pertence a qualquer disciplina em particular, mesmo se cada uma o
reinvidique para ignorando as contribuições de outras (JOSSO, 2006,
p. 08-09).

O pensamento complexo vem dar suporte ao método (auto) biográfico,


considerando que o conhecimento assim como na vida, não são parcelados,
departamentalizados, linear, simplista. Mas uma rede transdisciplinar de experiências e
de saberes, onde tudo está ligado, conectado e interdependente entre si. Os saberes
objetivos e subjetivos fundem-se para dar sentido a cada um e ao meio.
Poder-se-ia dizer que, estamos em um final de milênio cuja, as incertezas mais
precisamente ligadas à ciência e a toda ação política, norteiam a humanidade e
conseqüentemente o sujeito/indivíduo. Para Morin (2005), esse fenômeno favorece, e de
modo urgente, o pensamento complexo das coisas, não apenas eliminando as incertezas,
7

mais pelo contrário, compreendendo a contradição e o imprevisível, em detrimento da


convivência com eles.

Mas a complexidade não compreende apenas quantidades de unidade


e interações que desafiam nossas possibilidades de cálculo: ela
compreende também incertezas, indeterminações, fenômenos
aleatórios. A complexidade num certo sentido sempre tem relação
com o acaso (MORIN, 2005, p. 35).

É preciso, descartar um pensamento simplificador, incapaz de exprimir as


idéias de unidade e diversidade contida no todo, devido suas limitações e insuficiências.
É, portanto, nas sociedades globais, nas inúmeras áreas do saber e no método biográfico
através das narrativas e autobiografias que se faz ainda mais necessário um pensamento
complexo. Desse modo para Petraglia (1995), trata-se do todo objetiva e diretamente,
unindo e dando sentido às partes que por si só também, complementam-se. Sem perder
cada uma sua especificidade, elas modificam-se entre si e o todo.
É necessário então, citarmos a individualidade de cada indivíduo e sua relação
com o outro, em um estado do saber. Nas histórias de vida, todos nós somos seres
singulares no comportamento, ações, inteligência, anatomia, fisiologia, mesmo que
sejam idênticos racial, étnico, social e culturalmente. Nossa distinção dos outros vem
exatamente da individualidade, na sua própria existência. Daí, a complexidade em sua
concepção, pois, como sujeito que centraliza-se no mundo, o “eu” (sujeito) necessita de
estabelecer uma relação com o “tu”, pertencendo ambos ao mundo. Todavia, apesar da
necessidade explícita do ser humano em integrar-se e relacionar-se com o meio, ele não
perde sua anatomia, liberdade e autenticidade. E como ser complexo que é! Ele transita
entre ser ao mesmo tempo autônomo e subjugado. Para Petraglia (1995, p. 60),

O ser humano vive a construção de sua própria identidade, que


pressupõe a liberdade e a autonomia, para tornar-se sujeito, a partir
das dependências que alimenta, necessita ou tolera, como por
exemplo, da família, da escola, da linguagem, da cultura, da
sociedade, etc.

Quando Morin (2005, p. 33) afirma que: “O sistema auto-organizador não pode,
pois, bastar-se a si mesmo, ele só pode ser totalmente lógico ao abarcar em si o
ambiente externo. Ele não pode se concluir, se fechar, ser auto-suficiente”. Fica claro, a
necessidade que as relações assumem diante da existência humana em um pensamento
complexo, que lida com as inseguranças, o incerto, o ambíguo para assim fazer com que
8

o conhecimento ordene os fenômenos, afastando o incerto, distinguindo e clarificando


os elementos.
Nós como seres auto-organizadores, com nossa independência e individualidade,
também precisamos do meio para não fecharmos em si mesmo. Por isso,

ao mesmo tempo, que o sistema auto-organizador se destaca do meio


ambiente e dele se distingui, por sua autonomia e sua individualidade,
ele se liga ainda mais a este pelo aumento da abertura e da troca que
acompanham todo progresso da complexidade: ele é auto-eco-
organizador. Enquanto o sistema fechado não tem qualquer
individualidade, nenhuma troca com o exterior, e mantém relações
muito pobres com o meio ambiente, o sistema auto-eco-organizador
tem sua própria individualidade ligada a relações com o meio
ambiente muito ricas, portanto dependentes (MORIN, 2005, p. 33).

Entretanto, o outro lado da moeda há que ser observado e discutido. A busca do


progresso e desenvolvimento da ciência, da técnica e da razão de forma descontrolada
das sociedades e civilizações, fez com que perdêssemos a consciência de que a ética
relaciona-se à solidariedade, e que sem ela a desumanização do ser tende a piorar cada
vez mais, tirando a característica principal da humanidade, tornar-se efetivamente
humanidade.
A agonia planetária, termo criado por Morin para caracterizar esse fenômeno,
trás também, seus efeitos colaterais no ser humano, segundo Petraglia (1995). A perda
paulatina da noção de solidariedade, causada pelo fato que, toda essa influência no ser
humano, o torna de alguma maneira, seres individualistas, egocêntricos, um tipo de
automatismo na espécie. É nesse momento que as histórias de vida vêm tentar contribuir
para ultrapassar essa agonia planetária, se acreditarmos que através delas, o indivíduo
tome consciência de si e readquira seus valores transformando-se, assim como as
sociedades e o planeta.

Considerações finais

[...] O método (auto) biográfico repousa no reconhecimento não


apenas formal, externos aos sujeitos, mas também naqueles de saberes
subjetivos, não formais, tecidos nas suas experiências de vida e nos
contextos socioculturais onde agem e interagem (PASSEGGI, 2006, p.
260).
9

Ao experienciar o método (auto) biográfico, o indivíduo passa a perceber a si


mesmo e o mundo com outros olhos, aguçando seus valores de forma crítica e
consciente no meio social em que vive. Firmando-se na qualidade de singular plural,
com suas distintas formas do sensível, valorizando e projetando a subjetividade em um
patamar merecido e importante na formação e reinvenção de si mesmo, seja ela
enquanto formando ou formador. Subjetividade essa, presente e inata a qualquer Ser,
indivíduo ou sujeito, que pertence ao mundo, estabelecendo uma simbiose com trocas
de saberes e conhecimento em uma complexidade de idéias e fenômenos. O pensamento
complexo norteando o método (auto) biográfico, as histórias de vida, e a própria vida.
É bem verdade que temos um longo caminho a percorrer, porém sabemos que
não há mais como voltar nem olhar para trás. O método (auto) biográfico e em especial
“As Histórias de Vida”, finalmente vieram para ficar, pois como seres humanos que
somos, não podemos negar a nossa própria essência de vida, de corpo e de mundo.
Estamos nele e fazemos parte dele, quer queiramos ou não, com nossas vivências,
nossas relações, nossas interferências e decisões conscientes que trata diretamente das
questões de si, do outro, do sensível e do subjetivo do ser, do processo de humanização
e de formação do indivíduo, proporcionando assim, pessoas melhores e
conseqüentemente um mundo melhor.
10

REFERÊNCIAS:

FERRAROTTI, Franco. Sobre a autonomia do método biográfico. In: NÓVOA,


António; MATTHIAS, Finger. (Org.). O método (auto) biográfico e a formação.
Tradução Maria Nóvoa. Lisboa: Edição Ministério da Saúde, 1988.

JOSSO, Marie-Christine. História de vida e projeto: a história de vida como projeto e as


“histórias de vida” a serviço de projetos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 25, n. 2,
p. 11-23, jul./dez. 1999.

JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. In: SOUZA, Elizeu


Clementino. A arte de contar e trocar experiências. Revista Educação em Questão,
Natal, vol.25, n.11, jan/abr. 2006.

JOSSO, Marie-Cristine. Experiências de vida e formação. Trad. José Cláudino e Júlia


Ferreira; adaptação à edição brasileira Maria Vianna. São Paulo: Cortez, 2004.

MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Tradução Albert Cristophe Migueis


Stchenbruck. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2001.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad. Eliane Lisboa. Porto Alegre:


Sulina, 2005.

PASSEGGI, Conceição. A interação social entre pares na educação profissional.


Natal, [UFRN], 2001.

PASSEGGI, Maria da Conceição. A formação do formador na abordagem


autobiográfica. A experiência das memórias de formação. In: SOUZA, E. C. Pesquisa
(auto) biográfica, Tempo, narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre:
EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2006.

PETRAGLIA, I. C. A educação e a complexidade do ser e do saber. Petrópolis, RJ:


Vozes, 1995.
11

PINEAU, Gaston. Experiências de aprendizagem e história de vida. In: CARRÉ,


Phillippe; GASPAR, Pierre (Dir.). Tratado das ciências e das técnicas da formação.
Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

SOUZA, Elizeu Clementino; ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Orgs.).


Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre: EDIPUCRS: EDUNEB,
2006.

VISHNIVETZ, Berta. Eutonia: educação do corpo para o ser. Trad. Benita Beatriz
Canabrava. São Paulo: Summus, 1995.

You might also like