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MÓDULO II
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO II
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração
1. ASPECTOS GERAIS
1.2. Renúncia
Esses poderes são atribuídos à Administração Pública para que ela os exerça em
benefício do interesse público, o que os torna irrenunciáveis. Desta forma, a
Administração, quando for necessária a utilização desses poderes, deverá fazê-lo, sob pena
de ser responsabilizada. O exercício é obrigatório, indeclinável, pois, em se tratando de
Administração Pública, não há propriamente faculdade de agir, mas verdadeiro dever de
atuação, decorrente do Princípio da Indisponibilidade.
2. ESPÉCIES
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Cumpre observar que, de acordo com as lições de Hely Lopes Meirelles, não há
hierarquia no Judiciário e no Legislativo em relação às suas funções próprias, pois
hierarquia é caráter privativo da função executiva, como elemento típico da organização e
da ordenação dos serviços administrativos.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com as regras previstas pela Lei n. 8.112/90, denominada Estatuto dos
Servidores Públicos da União, ao aplicar a sanção, o administrador deverá levar em conta
os seguintes elementos:
Sempre que o administrador for decidir pela aplicação ou não da sanção deverá
motivá-la, de modo que haja possibilidade de controle quanto à sua regularidade. Da
mesma forma, o administrador que deixar de aplicar sanção deverá motivar a não-aplicação
desta.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Primeira - Abertura: por meio de portaria, que deve conter três informações: contra
quem se abre o processo; quais as razões que levaram à sua abertura e quais os
membros que compõem a comissão processante. A abertura, via de regra, cabe à
autoridade imediatamente superior ao agente infrator.
Destarte, a utilização desses instrumentos faz com que o superior hierárquico, responsável
pela apuração da falta funcional, incorra em abuso de poder, e uma vez ilegal a sanção imposta,
por violar direitos líquidos e certos, torna-se passível de correção, a título de exemplo, por meio de
mandado de segurança.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Tanto o ato vinculado quanto o ato discricionário só poderão ser apreciados pelo
Judiciário no tocante à sua legalidade.
Discricionariedade Arbitrariedade
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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MÓDULO II
DIREITO CIVIL
Parte Geral do Código Civil
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
• dos atos e fatos jurídicos: trata dos atos e fatos que formam a relação jurídica
entre os sujeitos e os objetos. O Código Civil ao invés da velha expressão "ato
jurídico" utiliza a expressão "negócio jurídico".
É o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. Para ser uma
pessoa, basta existir, basta nascer com vida, adquirindo personalidade.
O artigo 1.º do Código Civil dispõe que: “toda pessoa é capaz de direitos e deveres
na ordem civil”. O Código Civil de 1916 dizia "todo homem é capaz de direitos e
obrigações na ordem civil".
Porém, note que a atual legislação substituiu a palavra "homem" por "pessoa",
deixando mais técnica a disposição, alterando ainda a palavra "obrigação" por "dever",
tendo ambas a mesma conotação.
1.1. Capacidade
É a medida da personalidade. Há duas espécies de capacidade:
1.2. Incapacidade
É a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil.
Não se pode confundir incapacidade com falta de legitimação. O incapaz não pode
praticar sozinho nenhum ato da vida jurídica. A falta de legitimação impede apenas a
prática de um determinado ato da vida jurídica.
O incapaz é proibido de praticar sozinho qualquer ato da vida civil, sob pena de ser
nulo todo ato praticado por ele.
• absoluta: acarreta a proibição total da prática dos atos da vida civil, sob pena de
nulidade (artigo 166, inciso I, do Código Civil), e é suprida pela representação;
• relativa: permite a prática dos atos civis, desde que o incapaz seja assistido por
seu representante, sob pena de anulabilidade (artigo 171, inciso I, do Código
Civil), e é suprida pela assistência.
O Código Civil está permeado de institutos que protegem os incapazes. Por tal
motivo, o legislador destinou uma pessoa capaz para representar o absolutamente incapaz e
para assistir o relativamente incapaz, suprindo assim a incapacidade. Institui-se, por
conseguinte, a ação declaratória de nulidade do ato jurídico, ou ação anulatória. O sistema
privado anterior a 1916 ainda era mais protetivo, pois previa o instituto da restitutio in
integrum. Era um remédio de caráter extraordinário que garantia ao incapaz, mesmo que
todas as formalidades tivessem sido observadas, a anulação do negócio jurídico. O artigo
8.º do Código Civil de 1916 sepultou o instituto que não respeitava direitos adquiridos e
gerava grande insegurança social. Mesmo sem expressa previsão do Código Civil atual,
continua o sistema a repudiar a "restitutio in integrum", não mais de maneira expressa, mas
agora de maneira implícita pelo sistema jurídico.
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DIREITO CIVIL
• menores de 16 anos;
• os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
a) Menores de 16 anos
Para garantir que não haja interdições de pessoas capazes, o interditando deverá ser
citado no processo para que exerça sua defesa. Havendo sentença de interdição, esta deverá
ser publicada, pelo menos, três vezes no jornal local.
Sempre que um louco já interditado praticar qualquer ato jurídico sozinho, este será
nulo, ainda que a terceira pessoa não soubesse da existência da sentença de interdição,
tendo em vista a presunção da publicidade.
O Código Civil é omisso quando se trata de ato jurídico praticado por deficientes ou
enfermos antes da interdição. Como não existe a presunção da publicidade, a
jurisprudência se manifestou nesse sentido da seguinte forma: "em princípio é nulo o ato
praticado por deficiente ou enfermo, ainda que não haja interdição, tendo em vista o
Código Civil haver sido genérico. No entanto, se terceira pessoa envolvida alegar boa-fé,
ou seja, demonstrar que o negócio foi feito em condições normais (sem abuso) e que a
deficiência não era notória (aparentemente o deficiente parecida normal e a deficiência não
era de conhecimento de todos), pode-se validar o ato jurídico".
O Decreto-lei n. 891/38 regulou a interdição dos toxicômanos, que são aqueles que,
em virtude do uso de tóxicos, perdem sua capacidade mental. Como nem sempre a
dependência de tóxicos torna o toxicômano absolutamente incapaz, o Decreto-lei permitiu
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DIREITO CIVIL
a fixação de limites para a curatela em caso de interdição, ou seja, o Juiz pode considerar o
toxicômano relativamente incapaz, entendendo que ele poderá praticar alguns atos
jurídicos. Com base nesse Decreto-lei, podem-se interditar, também, os alcoólatras. As
duas hipóteses hoje são tratadas pelo Código Civil como de incapacidade relativa (artigo
4.º, inciso II), porém, podem gerar incapacidade absoluta quando a cognição da pessoa
inexistir para a prática de atos jurídicos.
O Código Civil de 1916 usava a expressão "loucos de todo gênero". A expressão foi
substituída pela falta de tecnicidade e até pelo seu uso pejorativo. Outras legislações
utilizaram a expressão psicopata. Com acerto, temos a expressão "enfermo ou deficiente
mental", aliás expressão que confere ao juiz ampla possibilidade de no processo de
interdição estabelecer a pessoa entre os absoluta ou relativamente incapazes.
Andou bem o Código Civil ao substituir a velha disposição que só incluía os surdos-
mudos, que não podiam expressar a vontade, por todos aqueles que não conseguem
expressar a vontade, por uma causa transitória. Aqui podemos incluir todos os que tenham
algum problema físico que venha gerar a referida incapacidade.
• os pródigos.
O Código Civil de 1916 dispunha no seu artigo 156 que, para efeitos civis, os
menores púberes são equiparados aos maiores quanto às obrigações resultantes de atos
ilícitos dos quais forem culpados. O legislador, preocupado com o desenvolvimento
intelectual, entendia que a maturidade havia chegado quando ocorria a prática e um ato
ilícito. Portanto, o ato culposo ou doloso que trouxesse prejuízo a terceiro gerava
responsabilidade ao menor. A omissão do novo Código Civil não altera a imputabilidade e
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DIREITO CIVIL
Portanto, como é o menor que atua na vida jurídica é a sua vontade que constitui a
mola geradora, sendo a assistência um mero suporte para a prática do ato.
d)Pródigos
São aqueles que não conseguem reter os seus bens e acabam chegando à miséria. O
pródigo não é considerado louco, apenas possui um desvio de personalidade, podendo ser,
no entanto, interditado a fim de se proteger sua família. O conceito de família é restrito ao
cônjuge, aos descendentes e aos ascendentes.
• se ele não tiver família, não poderá ser interditado, tendo em vista não haver a
quem proteger;
• a restrição que ele sofre é muito pequena, só se limitando à prática de atos que
acarretam a redução de seu patrimônio (alienação, doação etc.) (artigo 1782 do
Código Civil).
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DIREITO CIVIL
1.2.3. Silvícolas
É vulgarmente chamado de índio e sujeito a regime tutelar estabelecido em leis e
regulamentos especiais, o qual cessará à medida que se adaptar a civilização do país. O
artigo 4.º, parágrafo único, do Código Civil, estabelece: "A capacidade dos índios será
regulada por legislação especial". A incapacidade estabelecida por lei especial não é uma
restrição e sim uma proteção.
Há uma lei federal (Lei n. 6.001/73) que regulamenta a proteção dos silvícolas, que
ficam sob a tutela da União (tutela estatal). Na vigência da lei anterior à Lei n. 6.001/73,
foi criado um órgão para tutelar os silvícolas em nome do Estado: a FUNAI.
Os silvícolas não possuem registro de nascimento civil, sendo que seu registro é
feito na própria FUNAI.
O Estatuto do Índio (Lei n. 6.001/73) dispõe que todo ato praticado por silvícola,
sem a assistência da FUNAI, é nulo. O próprio Estatuto, no entanto, dispõe que o juiz
poderá considerar válido o ato se constatar que o silvícola tinha plena consciência do que
estava fazendo e que o ato não foi prejudicial a ele.
A emancipação pode ser de três espécies (artigo 5.º, parágrafo único, do Código
Civil): voluntária, judicial e legal.
a) Emancipação voluntária
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DIREITO CIVIL
b) Emancipação judicial
É aquela decretada pelo juiz. O menor sob tutela só poderá ser emancipado por
ordem judicial, tendo em vista que o tutor não pode emancipar o tutelado. O procedimento
é regido pelos artigos 1103 e seguintes do Código de Processo Civil com participação do
Ministério Público em todas as fases. A sentença que conceder a emancipação será
devidamente registrada (artigo 89 da Lei 6.015/73).
c) Emancipação legal
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DIREITO CIVIL
O nascituro é titular de direitos eventuais não deferidos, ou seja, são direitos que
podem acontecer, mas que só serão deferidos a ele a partir do nascimento com vida. O
nascituro é um ser em expectativa, tendo em vista ainda não ter personalidade. Sendo um
titular de direitos eventuais, aplica-se ao nascituro o previsto no artigo 130 do Código
Civil, que permite ir a juízo a fim de que se tomem precauções em relação aos seus
direitos.
Tramita um Projeto para alterar o novo Código Civil do próprio Deputado Ricardo
Fiuzza estabelecendo um novo artigo 2.º, para a Lei 10406/02, que teria a seguinte redação:
"A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo os
direitos do embrião e os do nascituro". Portanto, o embrião também passaria a ser
protegido pelas leis civis.
Pode haver morte presumida sem a decretação de ausência em duas situações (artigo
7.º do Código Civil):
Ocorre a morte civil quando uma pessoa, embora viva, é tratada como morta,
perdendo os seus direitos civis. No Direito Brasileiro está prevista no artigo 1.816 do
Código Civil, só tendo efeitos em relação à herança.
• nome;
• estado;
• domicílio.
1.6.1. Nome
O nome apresenta dois aspectos:
• aspecto individual: diz respeito ao direito que todas as pessoas têm ao nome;
• prenome ou nome;
• patronímico ou sobrenome;
• agnome.
a) Prenome
Pode ser simples ou composto e é escolhido pelos pais. A regra é de que o prenome
é definitivo (artigo 58 da Lei n. 6.015/73). O prenome era imutável até o advento da lei
9708/98, passando não mais a ser adotado o princípio da imutabilidade e sim o princípio da
definitividade. O nome passou a ser substituível por um apelido público notório.
• Prenomes que exponham o seu portador ao ridículo: hoje é mais difícil alguém
registrar o filho com prenome que o exponha ao ridículo, visto que, com a Lei n.
6.015/73, o escrivão tem o dever de não registrar tais prenomes. Os pais poderão
requerer autorização ao juiz no caso de o escrivão não registrar o nome
escolhido. Caso haja necessidade da mudança do prenome por este motivo, deve-
se entrar com ação de retificação de registro e, se o juiz se convencer, autorizará
a mudança. Em todos os pedidos de retificação, o Ministério Público requer que
o juiz exija do requerente a apresentação da folha de antecedentes.
b) Patronímico
É o que designa a origem familiar da pessoa. Não é escolhido pelos pais, visto que a
pessoa já nasce com o patronímico deles. O patronímico também poderá ser mudado:
• Com o casamento, visto que tanto a mulher quanto o homem poderão utilizar o
patronímico um do outro. Trata-se de uma faculdade do casal, visto que, se a
mulher não quiser, não será obrigada a utilizar-se do patronímico do marido,
como era antigamente.
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DIREITO CIVIL
c) Agnome
1.6.2. Estado
O estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade. Apresenta três
aspectos:
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DIREITO CIVIL
1.6.3. Domicílio
É a sede jurídica da pessoa, é o local onde ela é encontrada. De acordo com o artigo
70 do Código Civil “é o local em que a pessoa estabelece a sua residência com ânimo
definitivo”.
Existe a possibilidade de a pessoa ter domicílio, mas não ter residência. São os casos
daquelas pessoas que viajam muito a trabalho, vivendo em hotéis. Antigamente eram
chamados de “caixeiros viajantes”. O artigo 73 do Código Civil dispõe que as pessoas que
não tiverem residência fixa terão como domicílio o local onde forem encontradas.
- comum: é aquele escolhido pela pessoa e poderá ser mudado por ela. A
conduta da pessoa vai mostrar se ela teve ou não intenção de mudar o seu
domicílio;
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DIREITO COMERCIAL
Estabelecimento Comercial
Propriedade Industrial
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
1.1. Conceito
Por estabelecimento comercial entende-se o conjunto de bens corpóreos e
incorpóreos reunidos pelo empresário para o desenvolvimento de sua atividade econômica.
Assim, forçoso concluir que o estabelecimento comercial não se refere apenas ao local em
si considerado, mas também ao acervo de bens, rendimentos, crédito em nome da empresa
etc.
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DIREITO COMERCIAL
Para que o comerciante possa alienar o seu fundo de comércio, deve obter prévia
anuência dos credores existentes à época. Essa anuência pode ser expressa ou tácita.
• exceções legais:
• ponto comercial;
• nome comercial;
• propriedade industrial.
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DIREITO COMERCIAL
a) Ação renovatória
• é necessário que o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com
prazo determinado (requisito formal);
Desse modo, são hipóteses em que o locador pode retomar o imóvel, em virtude do
direito de propriedade constitucionalmente garantido (art. 5.º, inc. XXII, da Constituição
Federal):
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DIREITO COMERCIAL
• Quando houver proposta de terceiro em melhores condições (art. 72, inc. III, da
Lei de Locações). Nessa hipótese, nada impede que o locatário cubra a oferta do
terceiro. Ressalte-se que a proposta do terceiro deve ser comprovada por meio de
documentos, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do
ramo a ser explorado, não podendo ser o mesmo desenvolvido pelo locatário (em
virtude da já citada cláusula de não-restabelecimento implícita). Havendo a
retomada, sob esse fundamento, caberá ao locatário o direito a uma indenização
pela perda do ponto, solidariamente devida pelo locador e o proponente (art. 75,
da Lei de Locações).
Com efeito, não cabe a retomada para uso do próprio locador, com fundamento no
art. 52, II, da Lei de Locações. Isto porque a mesma lei, em seu artigo 52, § 2.º, veda a
utilização do referido instituto por tal motivo, como forma de preservar os altos
investimentos realizados pelo locatário.
a) Conceito
b) Espécies
Surgem como espécies de nomes comerciais possíveis de ser utilizados, a firma (ou razão
social) e a denominação.
• Firma ou razão social: quanto à sua estrutura, a firma é constituída com base no
nome civil do comerciante individual ou dos sócios de determinadas sociedades
comerciais. No tocante à sua função, salienta-se que a firma constitui também a
assinatura do comerciante, em todos os atos que este, em nome de sua firma
praticar.
adotar um nome civil, com natureza de firma ou denominação, para sua formação. Como
critério subsidiário aponta-se ainda a possibilidade de utilização destas espécies por
determinadas empresas, uma vez que a determinados tipos societários é vedada a utilização
da modalidade “denominação”. Ressaltamos que esse último critério será
pormenorizadamente abordado quando do estudo do Direito Societário.
1.4.3. Aviamento
Parte da doutrina considera como bem incorpóreo do fundo de comércio o que se
denomina “aviamento”. Com efeito, os bens em um fundo de comércio são organizados
para que o exercício da atividade empresarial seja otimizado, e conseqüentemente essa
organização agrega valores aos bens, além dos valores que estes possuem, se considerados
isoladamente.
Em que pese à argumentação acima, não nos parece que aviamento seja propriamente um
bem incorpóreo do fundo de comércio, mas somente a sistematização dos bens corpóreos e
incorpóreos deste integrantes, que permitem o efetivo exercício da atividade empresarial e
agregam valores a esse conjunto de bens.
2. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
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DIREITO COMERCIAL
Para que o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) possa emitir a patente
requerida pelo titular da invenção ou modelo de utilidade, deverão ser preenchidos
determinados requisitos, conforme abaixo:
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DIREITO COMERCIAL
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DIREITO COMERCIAL
Com efeito, a lei prevê casos em que ocorrerá a extinção da patente, de acordo com as
disposições contidas no artigo 78 e seguintes, conforme segue. Assim, a patente extingue-
se:
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DIREITO COMERCIAL
Desenho industrial diz respeito à forma dos objetos. Marca, de modo diverso, é o
signo que identifica produtos e serviços.
• novidade: não pode estar compreendido pelo estado da técnica (art. 96, da Lei
9.279/96). O resultado visual deve ser inédito. A novidade é encarada como a
obtenção, por meio de técnica de um novo resultado visual, seja bi ou
tridimensional;
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DIREITO COMERCIAL
Para a marca ser registrada no INPI, devem ser atendidos três requisitos:
• Novidade relativa: A expressão ou símbolo que se quer utilizar não precisa ser,
absolutamente, nova. Todavia, nova deve ser a utilização que se dá a esses
elementos. As marcas são protegidas dentro de determinados campos de
atividade econômica, denominados classes, excetuando-se as marcas de alto
renome, que possuem proteção jurídica em todos os ramos de atividade
econômica, desde que requerido seu registro. Como exemplo de marcas de alto
renome, citamos a Coca-Cola, Nescau, Marlboro, Goodyear etc. Essas exceções
são declaradas pelo próprio Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
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DIREITO COMERCIAL
A Lei n. 9.279/96 traz, ainda, proteção a dois outros bens incorpóreos: sinais ou
expressões de propaganda e títulos de estabelecimentos, ao tipificar condutas lesivas a
esses institutos como crime.
tipificação de sua utilização indevida como crime (art. 191 da Lei n. 9.279/96). Segundo
parte da doutrina, a proteção deveria ser feita por meio de registro, tal como ocorre com os
outros institutos relativos à atividade comercial.
Registra-se mais uma vez que as expressões que compõem o nome empresarial
podem ser as mesmas da marca e do estabelecimento, ou ainda diversas.
3. A UNIÃO DE PARIS
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Elementos das Constituições
Fenômenos da Mutação Constitucional
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
Denomina-se confessional ou sectário o Estado que possui relação direta com uma
determinada religião; há uma religião oficial (exs.: Argentina, Escandinávia, Reino Unido).
A contrario senso, o Estado que não possui essa relação é intitulado leigo ou laico.
Considera-se teocrático o Estado em que o poder político é representado pela própria
religião. O chefe religioso e o chefe político são a mesma pessoa. (exemplo: Estados
fundamentalistas islâmicos).
Há divergência. Para uma primeira corrente não pode ser considerado regra jurídica,
porque contém apenas a enunciação de certos princípios. Para outra a resposta é afirmativa,
citando como exemplo a realização de um decreto pelo então Presidente José Sarney, o
qual ordenou a inclusão da expressão “Deus seja louvado” no papel moeda. Esse decreto é
válido e constitucional, uma vez que não se refere à religião, mas apenas a “Deus”. Seria
inconstitucional esse decreto se mandasse incluir a expressão “Louvada seja a Santíssima
Trindade”, por exemplo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
2.1. Recepção
O fenômeno da recepção assegura a preservação do ordenamento jurídico inferior e
anterior à nova Constituição, desde que, com esta, se mostre materialmente compatível
(procedimento abreviado de recriação de normas jurídicas).
O fato de uma lei se tornar incompatível com o novo texto constitucional dá ensejo
a sua revogação (tácita), de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, uma
vez que inexiste inconstitucionalidade superveniente. Destarte, uma lei não recepcionada
está revogada. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o artigo 233 do Código Civil de
1916 que estabelecia ser o marido o chefe da sociedade conjugal e foi tacitamente
revogado pelo § 5.º do artigo 226 da Constituição Federal de 1988.
2.2. Repristinação
Repristinação é o restabelecimento de vigência da lei revogada pela revogação da
lei dela revogadora (exemplo: lei B revoga a lei A; advém a lei C, que revoga a lei B; o
fato de a lei C ter revogado a lei B restaura automaticamente a vigência da lei A).
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1. EMPREGADOR
Enquadram-se neste conceito, por exemplo, os clubes, sindicatos, igrejas, asilos, hospitais,
advogados, dentistas etc. As possibilidades são acrescentadas pela doutrina e pela
jurisprudência, pois o rol não é taxativo.
Atenção: Contudo, essa emenda não acabou com a regra do regime jurídico único.
A livre exoneração somente é permitida para quem não for concursado (artigo 41 da
Constituição Federal). A jurisprudência predominante, porém, não assegura a estabilidade
ao servidor concursado que está sob o regime celetista. Os fundamentos são:
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Por essa razão, a maior parte da jurisprudência entende que esses servidores não
possuem a estabilidade prevista no artigo 41 da Constituição Federal.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A lei não estabelece quais punições poderão ser aplicadas; porém, o artigo 474 da
Consolidação das Leis do Trabalho diz ser ilegal a suspensão superior a 30 (trinta) dias. O
que implicitamente quer dizer que é legal a suspensão com desconto de salário inferior a 30
(trinta) dias.
Não se admite a duplicidade da punição, ou seja, duas punições para a mesma falta.
Na solidariedade, o devedor solidário responde por algo que não contraiu; e, como
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
3. EMPREGADO
A doutrina definiu empregado como sendo a pessoa física que, com ânimo de
emprego, trabalha subordinadamente e de modo não eventual para outrem de quem recebe
salário.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• Trabalho não eventual: o trabalho deve ser permanente, porém, não é necessário
o trabalho diário. Basta ser uma relação permanente, contínua. O trabalho
eventual esgota-se em uma única prestação. O trabalhador eventual não tem
nenhuma proteção jurídica (nem previdenciária).
O trabalhador autônomo assume o risco do negócio (trabalha por sua conta e risco).
Ele define como trabalhará, mas prestará conta do resultado (ao contratante, ou seja, para
aquele que ele prestar seus serviços).
O artigo 7.º, inciso XXXIV, da Constituição Federal e o artigo 12, inciso VI, da Lei
n. 8.212/91 trazem as garantias aos trabalhadores avulsos.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Se não ocorrer uma das duas situações acima, ou se extrapolado o prazo de três
meses, o contrato de trabalho temporário será anulado e deverá ser reconhecida a relação
de serviço, desde o início, entre tomador e trabalhador.
• horas-extras;
• férias proporcionais;
• proteção previdenciária;
• 13.º salário;
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• aviso prévio;
Entenda-se por âmbito residencial não só o interior da residência, mas também todas
suas dependências, pois, como sabemos, o motorista, o jardineiro também são considerados
empregados domésticos.
a) à diarista:
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Para estes, a faxineira que trabalha como diarista tanto pode ser considerada
empregada doméstica (e assim ser registrada) como prestadora autônoma de serviço. A
distinção entre as duas figuras jurídicas reside na continuidade da prestação dos serviços,
cujo conceito é subjetivo. Vale dizer: o que hoje representa um trabalho eventual
(autônomo), com o decorrer do tempo pode vir a transformar-se num trabalho contínuo.
Essa é a razão por que, em cada caso, impõe-se o exame das peculiaridades de que se
reveste a prestação do serviço.
b) ao vigia:
O vigia que recebe salário de cada morador (clientes que ele mesmo angariou) é
considerado trabalhador autônomo;
• salário-mínimo;
• irredutibilidade salarial;
• 13.º salário;
• licença gestante;
• licença-paternidade;
• aviso prévio;
• proteção previdenciária;
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• aposentadoria.
• limitação à jornada de trabalho; sendo assim, ele não tem direito a hora-extra;
Com relação às férias do empregado doméstico, a lei que trata do seu regime de
trabalho (Lei n. 5.859/72) fala em 20 (vinte) dias úteis. A Consolidação das Leis do
Trabalho estabelece no artigo 130 um período de férias de 30 (trinta) dias corridos.
• Seu emprego tem garantia prevista no artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Atos
das Disposições Constitucionais Transitórias, ou seja, a empregada gestante não
pode ser dispensada sem justa causa desde a confirmação de sua gravidez até 5
(cinco) meses após o parto.
Esta lei, que vem a ser o próprio Estatuto do Trabalhador Rural, é regulamentada
pelo Decreto n. 73.626, de 12.2.1974, o qual, no artigo 3º, repete a mesma conceituação de
empregado rural. A Constituição Federal, no artigo 3º (direitos sociais), equiparou os
trabalhadores urbanos e rurais no tocante aos respectivos direitos,
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Teoria Geral do Crime
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Professor Fernando Capez
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE CRIME
• material;
• formal e material;
Como já foi dito, para a maioria da doutrina crime é fato típico e antijurídico.
Como podemos perceber, existem, entre as consagradas, duas teorias que estudam a
estrutura do crime sob o aspecto formal, de acordo com a concepção por elas adotada a
respeito do conceito de conduta. A conduta é um dos elementos do fato típico. Logo,
cumpre observar que, a depender da teoria adotada, diferentes serão os requisitos de
existência do crime.
1
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. vol. 1.
1
CAPEZ, Fernando.Op. cit.
2
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DIREITO PENAL
b) Teoria finalista: os adeptos desta teoria conceituam crime como fato típico e
antijurídico, isto em sua acepção bipartida, coerente com a reforma penal
operada no ano de 1984, uma vez que, para o Código Penal, a ausência de
culpabilidade acarreta a isenção de pena (subsistindo o crime, em todos os seus
elementos, como típico e ilícito). Para os finalistas, o dolo e a culpa estão na
conduta do agente, sendo que a conduta integra o fato típico. A doutrina
majoritária entende que o Código Penal adotou a teoria finalista da ação
(conduta). Com efeito, crime é fato, e a culpabilidade recai sobre o sujeito e não
sobre o fato, ou seja, não há fato culpável, mas sim sujeito culpável. É a teoria
que adotamos.
Note-se que a grande diferença entre as duas teorias reside no fato de que para a
teoria clássica o dolo e a culpa estão na culpabilidade, enquanto os finalistas consideram a
conduta como sendo dolosa ou culposa.
Para que exista crime, além de ser típico o fato deve ser contrário ao direito: deve
ser antijurídico (ou ilícito). Um fato pode ser típico e lícito, quando, por exemplo, o agente
age em legítima defesa. Se A mata B em legítima defesa comete um fato típico (matar
alguém), mas lícito, pois a legítima defesa é uma das causas de exclusão da
antijuridicidade. Logo, excluída a ilicitude, não há crime.
3
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DIREITO PENAL
Quando alguém pratica um fato típico e ilícito deve ser punido. Mas, para que o
infrator seja punido, este deve ser culpável. Assim, para que o agente seja punido é
necessário que sobre ele incida um juízo de reprovação social. Esse juízo de reprovação
social é pressuposto para aplicação da pena. Destarte, um sujeito pode praticar um crime,
mas não ser culpável, como ocorre com o menor de 18 anos.
3.3.2. Antijuridicidade
É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico.
4
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DIREITO PENAL
exclusão da antijuridicidade (CP, art. 23, ou normas permissivas encontradas em sua parte
especial ou em leis especiais)”1.
3.3.3. Culpabilidade
É a reprovação da ordem jurídica, em face de estar ligado o homem a um fato típico
e antijurídico. É reprovação que recai sobre o sujeito. Por isso, não é requisito do crime,
mas condição de imposição da pena.
4. PUNIBILIDADE
5.1. Requisitos
São requisitos do crime: o fato típico e a antijuridicidade. Faltando um deles, não há
figura delituosa.
O fato típico e a ilicitude são requisitos de todo e qualquer crime. Por isso são
chamados requisitos genéricos. As várias formas em que os requisitos genéricos se
manifestam são os elementos ou elementares. Estes são chamados requisitos específicos.
5.2. Circunstâncias
São determinados dados agregados à figura típica fundamental. Têm a função de
aumentar ou diminuir as conseqüências jurídicas do crime. Em regra, aumenta ou diminui a
pena.
1
JESUS, Damásio de. Direito Penal: Parte Geral. 24.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. vol. 1.
5
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DIREITO PENAL
Circunstância vem de circum stare, que significa estar ao redor. A falta de uma
circunstância não faz com que desapareça o crime.
Não há diferença ontológica entre ilícito penal e ilícito civil. A diferença é legal e
extrínseca, ou seja, somente se atendendo à natureza da sanção é que podemos determinar
se nos encontramos diante de um ou outro, pois o crime é sancionado com a pena e o ilícito
civil gera sanções civis. O legislador, no momento da produção da norma, a depender da
gravidade de um fato, estabelece se ele será ilícito penal ou civil.
6
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DIREITO PENAL
O crime é um fato. Dentre os fatos, crime constitui um fato jurídico, pois produz
efeitos jurídicos, não sendo, assim, indiferente ao Direito. Como elemento jurídico, crime é
uma ação (ou omissão) humana de efeitos jurídicos involuntários. Nesta categoria,
corresponde ao ilícito penal.
10.1. Conceito
É o conjunto das condições exigidas para que um sujeito possa figurar numa relação
processual, a fim de se submeter à aplicação da lei penal.
• Teoria da ficção: a pessoa jurídica não tem consciência e vontade própria. É uma
ficção legal. Assim, não tem capacidade penal e não pode cometer crime, sendo
responsáveis os seus dirigentes.
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11.1. Conceito
Para o Professor Damásio de Jesus, sujeito passivo é o titular do interesse, cuja
ofensa constitui a essência do crime. Por isso, é preciso indagar qual o interesse tutelado
pela lei penal incriminadora.
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11.2. Espécies
• Sujeito passivo geral, constante ou formal: é o titular do mandamento proibitivo
não observado pelo sujeito ativo – é o Estado.
Dessa forma, é inegável que o incapaz, titular de direitos, possa ser sujeito passivo
de delito, tais como no infanticídio (recém-nascido), homicídio (demente), abandono
intelectual (menor em idade escolar) etc.
Quanto à pessoa jurídica, esta pode ser sujeito passivo material do delito, desde que
a descrição típica não pressuponha uma pessoa física. Assim, pode ser vítima de furto,
dano etc.
Dúvida surge quanto à possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito passivo dos
crimes contra a honra. Damásio de Jesus entende que a pessoa jurídica não pode ser vítima
de calúnia quanto aos crimes comuns, podendo ser sujeito passivo da calúnia quando lhe
imputarem a pratica de um crime ambiental. Ainda, como não possui honra subjetiva, não
pode ser vítima de injúria, podendo ser sujeito passivo da difamação por possuir honra
objetiva (reputação, boa fama etc.). Essa questão será abordada quando do estudo dos
crimes contra a honra.
O morto não pode ser sujeito passivo de delito, pois não é titular de direito, podendo
ser objeto material do delito.
O artigo 138, § 2.º, do Código Penal dispõe ser punível a calúnia contra os mortos,
pois a ofensa à memória dos mortos reflete nas pessoas de seus parentes, que são os
sujeitos passivos.
O homem pode ser sujeito passivo mesmo antes de nascer, pois o feto tem direito à
vida (artigos 124, 125 e 126, do Código Penal).
Os animais e coisas inanimadas não podem ser sujeitos passivos de delito, podendo
ser objetos materiais (exemplo: crimes contra a fauna, Lei n. 9.605/98). Neste caso, os
sujeitos passivos serão seus proprietários, e em certos casos a coletividade.
9
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DIREITO PENAL
Pergunta: A pessoa pode ser ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo do delito, em
face de sua própria conduta?
Pode ser:
Pode haver crime sem objeto material, como no caso do falso testemunho.
1
JESUS, Damásio de. Op. cit.
10
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Pode ser:
O artigo 30, in fine, do Código Penal, que trata da comunicabilidade das elementares
de natureza subjetiva, só se aplica ao título do crime (figura típica fundamental), não
incidindo sobre os tipos privilegiados e qualificados.
• Crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa (exemplo: homicídio,
furto, estelionato etc.);
• Crime simples: é o que se enquadra num único tipo legal (exemplo: homicídio);
• Crime de forma vinculada: o tipo especifica os meios pelos quais o crime pode
ser praticado (exemplo: curandeirismo, artigo 284);
12
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DIREITO PENAL
• Crime conexo: está interligado com outra infração. A conexão pode ser: a)
teleológica: quando praticado para assegurar a execução de outro crime; b)
conseqüencial: praticado para assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem
de outro crime; c) ocasional: praticado em virtude da oportunidade surgida pela
prática de outro crime;
• Crime em trânsito: quando parte da conduta ocorre num país, sem lesar ou pôr
em perigo bem jurídico de seus cidadãos (exemplo: carta de um argentino, na
qual ofende um japonês, passa pelo correio brasileiro, antes de ser enviada ao
Japão);
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Federal Estadual
1.1. Introdução
Vimos anteriormente que as leis processuais discorrem sobre o exercício da
jurisdição. As normas de organização judiciária, por sua vez, visam regular o
funcionamento orgânico, estrutural, do Poder Judiciário, regrando serviços auxiliares,
WAMBIER, Luiz Rodrigues, CORREIA DE ALMEIDA, Flávio Renato e TALAMINI, Eduardo.Curso Avançado de
Processo Civil 4.ª ed. São Paulo: RT, ano 2002. Vol. 1, Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento. p. 87.
(1)
As linhas correspondem à estrutura recursal
1
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atribuindo funções e dividindo a competência dos órgãos, quer colegiados, quer singulares.
Portanto, a estrutura organizacional do Poder Judiciário está constituída por meio de
normatização específica. São normas da Administração da Justiça.
Tais normas discorrem, como já falamos, sobre tudo que diga respeito à
administração da justiça. Elas estabelecem todos os órgãos judiciais e a estrutura de cada
um; fixam requisitos para investidura na carreira judiciária; dispõem sobre todos os efeitos
administrativos para juízes e tribunais (período de férias, forma de pagamento, estrutura
funcional, números de funcionários por cartório etc.).
• na Constituição Federal;
2
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Concluindo, o Judiciário exerce sua função típica (julgar) e exerce outras funções
atípicas (legislar e administrar). Da mesma maneira procedem os demais poderes.
Para evitar que o Poder Judiciário seja influenciado pelos outros poderes e mesmo
para se manter eqüidistante, independente, resguardando o Estado Democrático de Direito,
é preservada sua independência política nas garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de subsídios, além das vedações dos exercícios de determinadas atividades
pelo juiz.
3
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Garantias de imparcialidade
• magistratura;
• divisão judiciária;
a) Magistratura
5
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Somente dois tribunais não pertencem a qualquer das justiças: o Supremo Tribunal
Federal e o Superior Tribunal de Justiça. Não visam julgar recursos ordinários. Têm
competência originária e são órgãos de superposição, isto é, julgam recursos interpostos em
causas que já exauriram todos os graus da jurisdição nas justiças comuns e especiais. O
Supremo Tribunal Federal julga recursos extraordinários e o Superior Tribunal de Justiça
julga recursos especiais. Somente tratam questões de direito, nunca de fato. A matéria
objeto de apreciação é sempre o exame de direito nacional, em função do sistema
federativo ou, quando menos, de matérias de direito estadual em face do direito federal.
No Brasil não existe uma Corte Constitucional como em outros sistemas europeus,
com controle concentrado de todas as questões constitucionais. Existe sim um controle
subdividido em duas vias, a difusa (concreta) e a abstrata (concentrada). Por meio da via
difusa o controle de constitucionalidade é feito de maneira fragmentária pelos juízes no
âmbito de suas atribuições e competências, tendo o Supremo Tribunal Federal como último
aporte decisório, por meio do recurso extraordinário. O Supremo Tribunal Federal exerce
um controle concentrado por meio da ação direta de inconstitucionalidade, que visa à
desconstituição de leis inconstitucionais, em tese consideradas, ou seja, em confronto
abstrato com as regras constitucionais, sem violações em concreto.
6
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Juízes de Paz;
No que tange aos Tribunais de Justiça dos Estados, a administração é exercida por
intermédio do Conselho Superior da Magistratura, órgão disciplinar sobre todos os juízes,
inclusive os de Alçada. Temos também o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, composto,
em São Paulo, pelos 25 desembargadores mais antigos do tribunal, o qual concentra as
decisões administrativas, equivalendo, na espécie, ao Tribunal Pleno.
b) Carreira da magistratura
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• Juiz Substituto;
• Desembargador.
O ingresso é feito mediante concurso público de provas e títulos, com uma comissão
composta por três desembargadores e um representante da Ordem dos Advogados do
Brasil. Outra forma de ingresso ocorre, direta e automaticamente, para um dos Tribunais de
Alçada. São advogados e membros do Ministério Público advindos de lista sêxtupla,
tornada tríplice e apresentada ao Governador do Estado para escolha e nomeação para o
cargo de juiz. É comumente conhecido como “Quinto Constitucional”.
Somente nos Estados onde o efetivo da polícia militar supere 20 mil integrantes é
que pode ser criado o Tribunal de Justiça Militar, segundo grau da Justiça Militar Estadual,
que tem no Conselho de Justiça o seu primeiro grau de jurisdição. Nos casos em que o
efetivo é inferior, o julgamento em segunda instância, das decisões dos Conselhos de
Justiça, é de competência do Tribunal de Justiça do referido Estado. A competência está
estabelecida no artigo 125, § 3.º, da Carta Magna, e diz respeito aos crimes militares dos
integrantes da polícia militar estadual, qualquer que seja sua patente. A competência é só
penal, não tendo qualquer competência civil.
9
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A Justiça Federal comum foi criada antes da Constituição Federal de 1891. Foi
extinta pela Constituição Federal de 1937. A Constituição Federal de 1946 criou o Tribunal
Federal de Recursos. As causas eram julgadas em primeiro grau por juízes estaduais das
capitais dos Estados, nas Varas Privativas da Fazenda Nacional. Foi o Ato Institucional n.
2, de 27.10.1965, que restabeleceu a Justiça Federal com a criação dos juízos federais
inferiores. Eram três Tribunais Federais de Recursos: Distrito Federal, São Paulo e Recife.
Só o previsto para o Distrito Federal chegou a funcionar. A Constituição Federal de 1988
eliminou os Tribunais Federais de Recursos (com competência sobre todo o território
nacional) e instituiu os Tribunais Regionais Federais, além do Superior Tribunal de Justiça,
que incorporou os membros do então Tribunal Federal de Recursos do Distrito Federal.
• Superior Tribunal Militar (segundo grau). Este tem competência para todo o
território nacional e é composto de 15 ministros, todos brasileiros, natos ou
naturalizados. A nomeação é feita pelo Presidente da República, após a
aprovação pelo Senado Federal, sendo dez militares das três Armas (Exército,
Marinha e Aeronáutica) e cinco civis (três advogados e dois, alternados, entre
juízes auditores e membros do Parquet militar).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
c) Varas do Trabalho
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Cada Tribunal Regional Eleitoral é composto por sete juízes, sendo dois
desembargadores do Tribunal de Justiça, dois juízes estaduais, um juiz do Tribunal
Regional Federal (atualmente denominado desembargador federal) e dois advogados
nomeados pelo Presidente da República (indicação pelo Tribunal de Justiça em lista
sêxtupla). Cada tribunal tem competência originária e recursal.
c) Juízes Eleitorais
Os juízes eleitorais são juízes de direito estaduais vitalícios que exercem jurisdição
nas zonas eleitorais. Têm competência eleitoral, civil e penal, além do encargo
administrativo.
d) Juntas Eleitorais
A Junta Eleitoral é formada no período de eleição pelo juiz eleitoral e mais dois ou
quatro cidadãos de notória idoneidade, nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional
Eleitoral. Está limitada a decidir questões administrativas no período eleitoral.
2. COMPETÊNCIA
• objetivo;
• territorial;
• funcional.
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a) em razão da matéria
A Lei de Organização Judiciária do Estado de São Paulo também dispõe que o valor
da causa serve para apurar competência do juízo; entretanto, quando o valor da causa é
utilizado para identificar a competência do juízo, impropriamente denominado pela citada
lei como “foro”, será uma regra de competência absoluta. Isto porque, em relação aos foros
(juízos) regionais da Comarca da cidade de São Paulo, o Tribunal de Justiça definiu ser a
13
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Nos dias de hoje não há nenhuma hipótese em que o foro seja identificado pelo
valor da causa, no que tange às previsões contidas no Código de Processo Civil. Não há
nenhuma situação concreta neste que utilize o valor da causa para identificar o foro
(comarca) competente, por isso se diz que tal norma tem cunho programático.
Portanto, hoje, todas as regras de competência que utilizam o valor da causa como
critério definidor, são regras de competência absoluta, visto que são regras para identificar
o “juízo” competente.
Com efeito, algumas ações devem correr perante as instâncias superiores, conforme
previsão constitucional e legal, para que se possibilite a especialização da jurisdição, com
conseqüentes decisões mais técnicas e seguras a respeito de determinados temas, o que, por
vezes, necessita de manifestação de órgãos colegiados, formados por juízes mais
experientes. Podemos citar, a título de exemplo, a competência originária do Supremo
Tribunal Federal para o julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade, ações
declaratórias de constitucionalidade e argüição de descumprimento de preceito
fundamental, todas elas meios de controle concentrado de constitucionalidade, ou ainda a
competência dos tribunais, para o julgamento de mandados de segurança contra juízes a
eles ligados. Esta é a competência hierárquica, que é uma regra de competência absoluta.
funcionamento do juízo, e são regras de competência absoluta. Mais uma vez, cumpre
observar a competência absoluta dos foros regionais definidos na Lei de Organização
Judiciária de São Paulo, por ser a determinação considerada critério funcional.
15
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
em julgado, enquanto a ação na justiça brasileira ainda está em andamento. Qual das
sentenças será válida?
O Supremo Tribunal Federal não poderá homologar uma sentença estrangeira com
modificações.
Um dos requisitos para que o Supremo Tribunal Federal homologue uma sentença
estrangeira é que esta não encontre óbice no ordenamento jurídico brasileiro ou em
sentença brasileira com trânsito em julgado. Os demais requisitos para que haja
homologação de sentença estrangeira pelo Pretório Excelso estão previstos no artigo 15 da
Lei de Introdução ao Código Civil.
• inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
Nos casos das hipóteses do artigo 89, se a ação foi processada perante a justiça
estrangeira, quando for trazida para homologação, o Supremo Tribunal Federal negará esta,
fundamentando que a ação é de competência exclusiva da justiça brasileira.
Sempre que houver a participação da União, das autarquias federais, das fundações
públicas federais e empresas públicas federais, a competência será deslocada para a Justiça
Federal; bem como nas causas em que Estado estrangeiro ou organismo internacional
venha a litigar com Município ou pessoas domiciliadas ou residentes no Brasil; nos
mandados de segurança e habeas data contra atos de autoridades federais (via de regra);
nas causas que versem sobre direitos indígenas; nas afetas à nacionalidade e naturalização;
execução de sentenças estrangeiras pelo Supremo Tribunal Federal homologadas etc
(artigos109 e seguintes da Constituição Federal).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A Constituição Federal, em seu artigo 109, inciso I, dispõe que a participação das
entidades, neste artigo determinadas, desloca a competência para a Justiça Federal, salvo
nas ações que envolverem falência ou acidente de trabalho. É necessário observar, no
tocante à transferência da competência de tais ações para a Justiça Federal que, de acordo
com o posicionamento da doutrina e jurisprudência dominantes, o interesse previsto no
artigo acima mencionado, capaz de transferir tal competência, deve ser específico e
qualificado, de forma a atingir relevância, não configurando tais interesses, a título de
exemplo, a inserção de dados falsos em uma única carteira de trabalho por empresa
privada, porque incapaz de gerar expressivo dano ao Instituto Nacional de Seguridade
Social, ou ao Ministério do Trabalho e Previdência Social (tal exemplo encontra-se
sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, no Enunciado n. 62).
Nos casos de conflitos de competência entre um juiz estadual e um juiz federal, cuja
ação verse sobre tema previdenciário, o conflito será solucionado pelo Tribunal Regional
Federal, tendo em vista que, neste caso, o juiz estadual estará no exercício de função
federal.
18
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Resposta: De acordo com autorizada doutrina, esta norma está em vigor, tendo em
vista em alguns Estados do Brasil a mulher ainda encontrar dificuldades de recorrer à
justiça em razão do sistema patriarcal ainda existente em virtude de nossa diversidade
cultural, não sendo outro o entendimento dos tribunais, a exemplo do Tribunal de Justiça
de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça.
Quando a Fazenda do Estado for parte, não terá foro privilegiado, ou seja, se a
Fazenda Pública for parte na ação, deverá seguir as regras gerais de competência. Portanto,
se a Fazenda Pública for autora, deverá propor a ação no domicílio do réu (nas ações
pessoais) ou no foro onde se localiza o imóvel (ações reais). Quando a Fazenda Pública for
ré, a ação deve ser proposta na capital do Estado, na Vara da Fazenda Pública, exceto no
que tange à ação de reparação de danos causados pelo Estado, hipótese em que o artigo
100, inciso V, alínea “a”, do Código de Processo Civil assegura o foro do local do fato à
vítima do dano.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2.8.3. Conexão
A conexão pressupõe a existência de, no mínimo, duas ações que possuem algo em
comum entre si tramitando em locais diferentes. Para serem conexas, as ações devem ter
identidade de pedido ou de causa de pedir (basta um dos elementos em comum, ainda que
não haja identidade de partes). O Código de Processo Civil estabelece que as ações
conexas sejam reunidas, sob dois argumentos:
• economia processual;
• para não haver decisões contraditórias, ou, em outras palavras, para que haja
harmonia de julgados.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Surge, então, a seguinte indagação: a conexão pode ser reconhecida pelo juiz de
ofício?
2.8.4. Continência
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Para que haja relação de continência entre duas ações, ambas devem ter as mesmas
partes, a mesma causa de pedir e pedidos diferentes; porém, o pedido de uma deve
abranger o pedido da outra, sendo apontado como exemplo a existência, em determinado
juízo, de ação para anular uma cláusula de um contrato e em outro, ação para anular o
mesmo contrato, desta vez, por inteiro.
Quando houver continência, as ações devem ser reunidas para evitar sentenças
contraditórias. Entretanto, todas as ações que mantêm entre si relação de continência já
mantêm uma relação de conexão (mesma causa de pedir). Por este motivo, a relação de
conexão já é suficiente para a reunião das ações. Cumpre salientar que à continência
aplicam-se todas as regras da conexão.
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Ao contrário do que pode parecer, os incisos do artigo 1.º não cuidam de exceções à
territorialidade da lei processual penal brasileira, mas sim de exceções à aplicação do
Código de Processo Penal. O inciso I do artigo 1.º contempla verdadeiras hipóteses
excludentes da jurisdição criminal brasileira.
Toda norma jurídica limita-se no tempo e no espaço. Isso quer dizer que a norma se
aplica em um determinado território durante um determinado lapso de tempo.
1
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
O artigo 2.º do Código de Processo Penal dispõe: “A lei processual penal aplicar-se-
á desde logo, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.” A aplicação
do dispositivo gera dois efeitos:
A lei tem vigência até que outra expressa ou tacitamente a revogue. A revogação
ainda pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
3. IMUNIDADES
• processual, formal ou relativa: consiste na garantia de não ser preso, salvo por
flagrantes de crime inafiançável. Alcança os Deputados Estaduais, mas não
alcança os Vereadores.
2
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4.1. Espécies
• Restritiva: a interpretação vai restringir o seu significado, pois a lei disse mais do
que queria.
3
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• Extensiva: a interpretação vai ampliar o seu significado, pois a lei disse menos
do que queria.
5. ANALOGIA
Consiste em aplicar a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um
caso semelhante.
5.1. Fundamento
Ubi eadem ratio, ibi eadem jus (onde há a mesma razão, aplica-se o mesmo Direito).
4
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5.3. Distinção
• Analogia: inexiste norma reguladora para o caso concreto, devendo ser aplicada
norma que trata de hipótese semelhante.
• Interpretação extensiva: existe norma reguladora do caso concreto, mas esta não
menciona expressamente sua eficácia.
6.1. Conceito
É de onde provém o Direito.
6.2. Espécies
• Material ou de produção: aquela que cria o Direito; é o Estado.
– imediata: lei;
5
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7. DA PERSECUÇÃO PENAL
7.1. Conceito
É a atividade do Estado que consiste em investigar, processar, comprovar e julgar o
fato punível.
7.3. Investigação
Compete, em regra, à polícia judiciária desenvolver a fase de investigação.
Porém, outras autoridades também podem investigar desde que haja previsão legal:
1) juiz da falência investiga crime falimentar; 2) agentes fiscais investigam crimes fiscais.
- em razão da matéria;
Artigo 22 do Código Processo Penal: “No Distrito Federal e nas comarcas em que
houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas
poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até
que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença
noutra circunscrição.”
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MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Hipótese de Incidência
Fato Imponível
Base de Cálculo e Alíquota
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Obrigação Tributária
Hipótese de Incidência
Fato Imponível
Base de Cálculo e Alíquota
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Trata-se de obrigação que, como já fora dito, decorre de expressa previsão legal e, por
esse motivo, é dita ex lege.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Com efeito, há fenômenos que não interessam ao legislador e outros cuja ocorrência
é prevista em lei, devido à sua importância e repercussão no mundo jurídico. O legislador
enumera fatos lícitos e ilícitos no intuito de regular as relações entre os indivíduos e entre
estes e o Estado.
Diz-se que a obrigação tributária é obrigação legal (ex lege) e não voluntária (ex
voluntate), pois decorre invariavelmente da lei, sendo impossível derrogar qualquer
dispositivo previsto pela simples vontade das partes.
Ainda, além da exigência de que haja lei instituindo o tributo (artigos 150, inciso I,
da Constituição Federal, e 97, inciso I, do Código Tributário Nacional), há exigência mais
específica: é necessário que haja competência do ente tributante para que seja válida sua
criação. No tocante a essa verificação, deve-se utilizar o diploma constitucional que, nos
artigos 153 a 156, traça as competências em matéria tributária.
Assim, caso haja uma lei federal e outra estadual dispondo sobre o mesmo tributo, é
necessária a verificação dos artigos supramencionados, para constatar qual das leis deve
prevalecer, uma vez que não há hierarquia entre leis tributárias federais, estaduais, distritais
2
_____________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
e municipais: há apenas divisão constitucional de competência, pois cada uma delas possui
campo próprio de atuação.
• sujeito ativo;
• sujeito passivo;
• hipótese de incidência;
• base de cálculo; e
• alíquota.
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_____________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
De maneira extremamente simplista, pode-se afirmar que é relação jurídica e, por este
motivo, é dotada de sujeito ativo e passivo.
O pólo ativo da obrigação tributária é normalmente ocupado pela pessoa política que
criou o tributo em abstrato, dotada de Poder Legislativo, a qual possui competência
tributária
Assim, nada impede que uma terceira pessoa venha a arrecadar o tributo. A esta
prática é conferida a denominação de parafiscalidade.
Ainda, deve-se salientar que o valor arrecadado pode ser destinado à própria pessoa
jurídica ou ao ente que a instituiu, a depender da determinação constante da lei instituidora.
• autarquias: têm capacidade tributária passiva e são imunes apenas aos impostos
(artigo 150, § 2.º, da Constituição Federal).
De acordo com expressa previsão legal (artigo 121, §1.º, incisos I e II do Código
Tributário Nacional), tem-se que o sujeito passivo da relação tributária pode ser
denominado contribuinte, quando tiver relação pessoal e direta com o fato gerador do
tributo ou responsável, quando não tiver relação direta e pessoal com o fato gerador do
tributo, mas a obrigação de saldar o débito decorre de expressa determinação legal.
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_____________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ainda, a obrigação tributária pode ser principal e acessória, podendo ela ser cindida,
não sendo requisito de existência da obrigação acessória que a obrigação principal ainda
exista. A título de exemplo, tem-se o caso de contribuinte que paga o tributo (obrigação
principal) e continua com a obrigação de manter livros devidamente escriturados, emitir
notas, permitir que fiscal faça verificações em seu estabelecimento (obrigação acessória).
3. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
Por hipótese de incidência entende-se a descrição feita pela lei, de um fato que, se
ocorrido no mundo dos fenômenos naturais, dará origem a uma obrigação tributária.
Com efeito, é previsão legal de um fato que, se ocorrido, originará uma obrigação
tributária. Pode-se afirmar que a hipótese de incidência guarda semelhança com o tipo
penal, pois este também é descrição legal de um fato que, se praticado, fará surgir
possibilidade de imputação de sanção penal.
4. FATO IMPONÍVEL
A hipótese de incidência difere do fato imponível, uma vez que este caracteriza-se
pelo acontecimento daquela (fato que realiza o tipo tributário), e a hipótese de incidência é
o próprio “tipo tributário”.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
A expressão “fato gerador” é equívoca, visto que pode proporcionar uma série de
interpretações, e, por isso, deve ser evitada. A doutrina clássica faz a cisão da expressão
fato gerador da seguinte forma:
• Fato gerador in abstracto: tem relação com a previsão legal do fato que,
ocorrido, gera direito subjetivo para o fisco proceder na cobrança do tributo.
Assim, é de se concluir que tal expressão faz referência à hipótese de incidência,
segundo a doutrina moderna.
Para que haja o surgimento (nascimento) do tributo, necessário que o o fato se ajuste
rigorosamente à hipótese de incidência tributária. Trata-se do fenômeno denominado
“subsunção”, o qual se assemelha à tipicidade penal ou adequação típica, que se verifica na
esfera criminal
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_____________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO TRIBUTÁRIO
lo, isto é, a verificar o quantum debeatur (quantia devida ao fisco), bem como o
contribuinte pode constatar o valor a ser pago, a título de tributo, ao sujeito ativo.
É o valor sobre a qual será feito o cálculo do montante do tributo. Sobre ela incidirá
a alíquota para que seja apurado o valor devido. A base de cálculo deve, invariavelmente,
guardar correlação lógica com a hipótese de incidência do tributo, pois enquanto a hipótese
de incidência determina o fato abstrato que, ocorrendo, possibilitará cobrança do tributo, a
base de cálculo determina, com base no fato previsto, a dimensão sobre a qual incidirá a
alíquota do tributo. A título de exemplo, verificamos que no Imposto sobre a Renda e
Proventos de Qualquer Natureza, a hipótese de incidência é obter rendimentos e a base de
cálculo é a renda líquida; já no ICMS, a hipótese de incidência é vender mercadorias, a
base de cálculo é o valor da mercadoria.
5.2. Alíquota
É, também, elemento essencial e encontra-se apontado na lei que institui o tributo,
Normalmente encontra-se expresso em porcentagem e, como acima mencionado,
conjugado à base de cálculo, permite que se verifique o quantum debeatur, quantia devida.
Propriedade Predial e Territorial Urbana, cuja base de cálculo será o valor venal do imóvel
e a alíquota 2%. Assim, o proprietário de imóvel cujo valor venal é R$ 100.000,00 (cem
mil reais) deverá recolher aos cofres públicos R$ 2.000,00 (dois mil reais) como valor
daquele imposto.A alíquota do tributo deve ser razoável para que não cause diminuição
patrimonial excessiva ao contribuinte, pois há vedação constitucional expressa a esta
prática, denominada de confisco, nos termos do inciso IV, do artigo 150 da Constituição
Federal. Ainda, de acordo com a doutrina de Ricardo Cunha Chimenti, configura-se
confisco quando o valor cobrado inviabiliza o exercício de atividade lícita.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1.1. Artigo 12
Art. 12 - Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo
substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
4.º) Preparar: consiste em combinar substâncias inócuas, isto é, inaptas para causar
dependência física ou psíquica, dando origem a outra que é entorpecente.
9.º) Expor à venda: exibir para a venda; mostrar a substância entorpecente para
interessados na aquisição.
11.º) Fornecer, ainda que gratuitamente: prover, proporcionar, dar. Para parte da
doutrina o comportamento exigiria a entrega continuada de substância entorpecente a
outrem, diferenciando-se da simples entrega ou venda.
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_____________________________________________________________________ MÓDULO II
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
12.º) Ter em depósito: para Nelson Hungria ou Magalhães Noronha, ter em depósito
é conservar a droga à sua disposição, enquanto o guardar consistiria na retenção da
substância em nome de terceiro. Vicente Greco Filho, no entanto, entende que ambos os
verbos têm o mesmo significado, ou seja, o de reter. Ter em depósito, para o mencionado
professor, “tem um sentido de provisoriedade e mobilidade do depósito, ao passo que o
guardar não sugere essas circunstâncias, compreendendo a ocultação pura e simples,
permanente ou precária. O último é mais genérico em relação ao primeiro”.
16.º) Prescrever: trata-se de comportamento que só pode ser praticado por médicos
ou dentistas, profissionais autorizados a receitar substâncias entorpecentes. É, portanto, crime
próprio (exige qualidade especial do sujeito ativo) e doloso, pois pressupõe que o paciente
não necessite da droga para tratamento. Se uma pessoa, que não seja médico ou dentista,
falsificar uma receita, entendemos que responderá por auxílio, previsto no inciso I do § 2.° do
art. 12. Há modalidade culposa prevista no art. 15 da Lei n. 6.368/76, que se aperfeiçoa com a
prescrição em dose evidentemente maior que a necessária, ou seja, receita cuja dosagem da
droga exceda, em muito, àquela recomendada pela terapêutica.
necessário. No que diz respeito à relação das substâncias pelo Serviço Nacional de
Fiscalização da Medicina e Farmácia, esclarecemos, desde logo, que tal incumbência foi
transferida para a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, que foi a responsável pela
edição da Portaria n. 344, de 12.5.1998, atualmente em vigor. As atualizações da citada
Portaria estão sendo elaboradas pela ANVISA, i. e., pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, órgão do Ministério da Saúde, uma vez que foi extinta a antiga Secretaria. O rol das
substâncias é completo e atualizado, de modo que tem sido desnecessário recorrer à
Convenção Única de 1961 para a aplicação dos artigos da Lei n. 6.368/76.
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_____________________________________________________________________ MÓDULO II
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
agora por decisão da Diretoria Colegiada daquele órgão (DOU 15/12/2000) que a
recolocou na lista B1 (substâncias psicotrópicas). Destarte, durante esse interregno,
não há como reconhecer que houve ‘abolitio criminis’ (Rel. Min. José Arnaldo da
Fonseca, j. em 7/2/2002, v. Informativo n. 122)."
Aliás, é bom ressaltar, desde logo, que a pequena quantidade não elide a
responsabilidade penal nem mesmo em relação aos comportamentos previstos no art. 16,
desde que, na porção apreendida, tenha sido constatada pericialmente a presença do
princípio ativo da substância entorpecente.
Nesse sentido:
porções de cocaína, há vários crimes, que poderão ser unificados pela continuidade desde que
estejam presentes os requisitos legais. Conseqüentemente, se os comportamentos se
mostrarem distintos entre si, isto é, se forem cometidos em contextos fáticos diversos, haverá
vários crimes.
Sujeito passivo secundário são as pessoas que recebem a droga para consumi-la, desde
que essa conduta não tipifique o art. 16.
Criança ou adolescente como sujeito passivo. O art. 243 do ECA (Lei n. 8.069/90) tem
como objeto material os “produtos” que possam causar dependência física ou psíquica. Essas
substâncias não são entorpecentes para os fins da Lei n. 6.368/76. É o que ocorre com a cola
de sapateiro, que acarreta inúmeros malefícios às crianças e aos adolescentes. A cola de
sapateiro contém um solvente, o tolueno, responsável pelos efeitos físicos e/ou psíquicos
provenientes do produto. O tolueno não é uma substância entorpecente, frise-se, tal como a
concebe a Lei n. 6.368/76, no seu art. 36. Assim, no caso do supracitado produto, aplicaremos
o art. 243 do ECA. Entretanto, se for realizada a venda de substância entorpecente (Cannabis
sativa, cocaína, crack etc.) para crianças ou adolescentes, aplicaremos o art. 12, caput,
combinado com a causa de aumento prevista no art. 18, inc. III, ambos da Lei n. 6.368/76.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Outros núcleos do tipo ensejam crimes permanentes. Esses delitos têm a consumação
prolongada no tempo. São, na lição do Professor Damásio de Jesus, crimes nos quais a
consumação pode cessar por vontade do agente. Assim, como exemplo, citamos as condutas:
guardar, ter em depósito, trazer consigo. Nos crimes permanentes, a prisão em flagrante
poderá ocorrer em qualquer momento, nos termos do art. 303 do Código de Processo Penal.
No que concerne à tentativa, como adverte Vicente Greco Filho, ela não está nem
lógica nem juridicamente excluída. Acrescentamos que, mesmo na hipótese de crimes
permanentes, a tentativa é viável, desde que tenha a sua fase inicial comissiva. O crime
permanente apresenta duas fases: a primeira corresponde à prática do comportamento descrito
na lei, de natureza comissiva ou omissiva e, a segunda fase, de manutenção do estado danoso
ou perigoso, de caráter omissivo ou, excepcionalmente, comissivo.
Malgrado haja possibilidade da forma tentada no caso do art. 12, caput, sua
configuração na prática é difícil, ante a quantidade de núcleos propositalmente inserida no
citado artigo. Cuidando-se de um crime de ação múltipla ou de conteúdo variado, a tentativa
de um comportamento ensejará, via de regra, outro já consumado previamente. Desse modo,
responderá o agente pelo crime consumado, sendo absorvida a tentativa subseqüente.
2. FIGURAS ASSEMELHADAS
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
O elemento subjetivo é o dolo, acrescentando-se que o agente deve ter ciência de que
a substância envolvida em seu comportamento tem condições de ser utilizada para a
preparação de entorpecentes (STF, RECrim n. 108.726).
Outra questão a ser abordada diz respeito ao “plantio para uso próprio”. Há
dificuldade no enquadramento e, portanto, três correntes surgiram:
Os comportamentos devem ser dirigidos a pessoa certa, porque o tipo traz a expressão
“alguém”.
Como o tipo deixa claro, não é necessário que o autor seja o proprietário do local
fechado ou aberto, como ensina o Professor Damásio de Jesus. São exemplos desses locais:
casas, apartamentos, cafés, bares, hotéis, motéis, veículos automotores etc. O local, segundo
Vicente Greco Filho, não pode ser público de uso comum, mas sim o local que pode ser
aberto ao público. O local privado, como vimos, também admite a tipificação (móvel ou
imóvel).
Não é possível, entretanto, pretender punir aquele que utiliza a própria casa para o
uso próprio de substância entorpecente com base no inciso II ora enfocado.
Consuma-se o crime com o uso de local para os fins ilícitos previstos no inciso. Não
se exige habitualidade ou fim de lucro.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Sentencie.
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5
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PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
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EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
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2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1. O que é antinomia de segundo grau? Com a entrada em vigor do Novo Código Civil no
dia 12 de janeiro de 2003, que fenômeno gerou em relação ao Código Civil de 1916?
Sobre quais normas, dentro do sistema jurídico, dispõe o Novo Código Civil e quais
permanecem vigentes?
2. Compare, de maneira crítica, a disposição dos Livros do Novo Código Civil em relação
aos Livros do Código Civil de 1916.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
1
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2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. Conceitue empregador.
3. Defina Empregado.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
2. Conceitue democracia.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Quais são os três critérios utilizados pelo Código de Processo Civil para apuração da
competência?
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
3
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. Quando entra em vigor uma lei processual penal? Ela incide imediatamente no
processo?
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
3. Qual a diferença entre fato imponível e hipótese de incidência? Qual deles distingue
um tributo do outro?
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
5. Deve a base de cálculo guardar uma correlação lógica com a hipótese de incidência?
Explique.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. O art. 12, caput, da Lei n. 6.368/76, admite a forma tentada? Justifique a resposta.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
4. Por que o caput do art. 12 da Lei Antitóxicos é considerado norma penal em branco?
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
ATENÇÃO
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
GABARITO
Exercícios Objetivos - Módulo I
CURSO ANUAL – OPÇÃO 3
1 2 3 4 5
D. Administrativo D C D E B
D. Civil B B D D A
D. Comercial D C A D B
D. Constitucional C C B A B
D. do Trabalho D C A D D
D. Econ. e Financeiro C A D E D
D. Eleitoral C D A D D
D. Internacional A A C D A
D. Penal C B B/C C A
D. Previdenciário C B D A C
D. Proc. Civil D D B B C
D. Proc. Penal A D C C C
D. Tributário C D C A B
D. Humanos D B A D A
Leg. Penal Esp. B/D A D C A
Medicina Legal A D D D C
Tutela D E D C E