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CURSOS ON-LINE - CONTABILIDADE AVANÇADA – ICMS/SP

PROFESSORES VELTER E MISSAGIA


CURSO ON-LINE DE CONTABILIDADE AVANÇADA ICMS/SP

Olá, pessoal. Com a publicação do edital constata-se que nele


estão presentes diversos tópicos de contabilidade avançada como
Avaliação de Investimentos, Reavaliação de ativos,
Reorganização Societária (Incorporação, Fusão, Cisão e
extinção), Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração
do Valor Adicionado, Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido e Consolidação das Demonstrações
Contábeis.

Percebe-se que não são poucas as alterações, cuja inclusão no


curso de Contabilidade Geral seria inviável. Desta forma,
resolvemos ver estes conteúdos num curso de Contabilidade
Avançada, divido em 8 aulas sendo a última aula prevista para o
dia 24 de abril.

O curso de Contabilidade geral seguirá normalmente com o


conteúdo programático inicialmente proposto.

O objeto do presente curso é a vossa preparação para o


concurso do ICMS do Estado de São Paulo, no que concerne ao
conteúdo de contabilidade avançada. Entretanto, ele pode ser
bastante útil para qualquer concurso na área fiscal, pois a maioria
dos temas a serem tratados é comum em qualquer concurso.

Neste curso abordaremos os conteúdos com o


aprofundamento necessário para que você possa encarar a prova

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de frente, sem traumas ou inseguranças com relação a essa
matéria que atormenta alguns candidatos mal preparados!

Os tópicos que serão tratados neste curso são:

1 - Avaliação de Investimentos;

2 - Reavaliação de Ativos;

3 - Demonstração do Valor Adicionado;

4 - Demonstração de Fluxo de Caixa;

5 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

6 – Reorganização Societária;

7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis; e

8 – Normas Atualizadas do CFC, CVM e Legislação Societária.

Pretendemos apresentar todo o conteúdo em linguagem fácil e


acessível e complementado com questões de provas elaboradas
pela FCC (organizadora do concurso).

As resoluções e dúvidas serão discutidas no fórum e nas aulas


seguintes. Desta forma, para aqueles que pretendem prestar o
concurso para a Fiscal ICMS, ou outros concursos onde seja
cobrada a Contabilidade Avançada, trata-se de uma excelente
oportunidade de complementar os estudos sobre essa matéria tão
importante nos concursos públicos e que tem reprovado muita
gente por uma preparação inadequada.

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Vejam a seguir uma pequena amostra de uma aula nossa. Não
se trata de uma aula completa. É apenas um trecho de aula.
Falaremos sobre Reorganização Societária que será visto em nossa
6ª aula. Esperamos que com esse pequeno trecho vocês possam
ter uma boa idéia de como será o nosso curso.

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AULA DEMONSTRATIVA DO CURSO ON-LINE

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Professores: Velter e Missagia

Hoje falaremos sobre reorganização societária. Trata-se de um


tema bastante rico em legislação e envolve alguns tratamentos
contábeis específicos.

1. O PROCESSO DE CISÃO DE SOCIEDADES

1.1. CONCEITO

A definição legal do processo de cisão provém do caput do art. 229


da Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, que assim dispõe:
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia
transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de
todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se
parcial a versão.

Depreende-se desse dispositivo legal, em seu aspecto conceitual,


que a cisão difere do processo de incorporação e do processo de fusão,
visto que na cisão poderá haver vários sucessores ou apenas um único.
Outra importante diferença diz respeito a extinção da sociedade cindida,
que não necessita ser, necessariamente, consumada. Desta forma, além
de haver a possibilidade de resultar apenas um sucessor, quando a cisão
será parcial, poderão haver vários sucessores, quando a cisão poderá
ser parcial ou total se houver a extinção da sociedade cindida.

Outro aspecto presente na definição acima apresentada é que a


sociedade receptora de parcela do patrimônio pode ser nova, quando
será constituída com essa finalidade, ou ser uma sociedade ou empresa
preexistente.

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Os motivos que levam os empresários a perseguir um processo de
cisão podem ser diversos, dentre os quais a dissidência entre sócios e o
aprimoramento de competitividade. Existe, ainda, a hipótese de os
empresários buscarem a cisão com fins de planejamento tributário.

1.2. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES NA CISÃO

As responsabilidades dos sucessores na cisão estão dispostas no §


1º do art. 229 e no art. 233, ambos da sei das sociedades anônimas, ao
dispor que:
§ 1º. Sem prejuízo do disposto no art. 233, a sociedade
que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida
sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no
ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da
companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações
não relacionados.
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as
sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão solidariamente pelas obrigações da
companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as
que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à
cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular
que as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio
da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas
obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade
entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso,
qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em
relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no
prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação
dos atos da cisão.

Observa-se que a responsabilidade dos sucessores em relação às


obrigações da companhia cindida antes da cisão está limitada a parcela
ou na proporção do patrimônio recebido ou transferido. Da mesma
forma, a sucessora participará dos direitos da companhia cindida na
proporção do patrimônio recebido. Isto quer dizer que no momento da
cisão, a sucessora receberá parcela do patrimônio que será composto

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por bens, direitos e obrigações, observando-se a mesma proporção
entre os elementos patrimoniais.

Aspecto interessante ocorre quando há extinção da sociedade


cindida, pois neste caso as sociedades que absorveram o patrimônio
responderão de forma solidária pelas obrigações da companhia cindida,
isto é, se uma delas não honrar as obrigações herdadas da companhia
cindida, as demais terão de fazê-lo, mas somente na proporção do
patrimônio recebido. Se, porém, a companhia cindida não se extinguir
as sucessoras são obrigadas solidárias para com ela pelas obrigações
que esta tinha antes da cisão, isto quer dizer que, se a companhia
cindida não puder honrar os compromissos assumidos antes da cisão e
que, no processo de cisão, ficaram sob sua responsabilidade, as
sociedades resultantes ou as que receberam parcelas do patrimônio
terão que assumir estes compromissos na proporção dos patrimônios
recebidos.

No entanto, essa solidariedade poderá ser excluída em caso de


cisão parcial desde que esta intenção conste no protocolo e seja
aprovada pela assembléia geral que deliberar sobre a cisão. Além deste
aspecto não poderá haver oposição dos credores anteriores a cisão.
Entretanto, a oposição dos credores será individual, isto é, se algum
credor não se opor ao afastamento da solidariedade em relação aos seus
créditos, mediante notificação desta oposição à sociedade no prazo de
90 dias a contar da efetivação da cisão, ele não poderá invocar a
solidariedade, prevalecendo, para ele, a estipulação ou a deliberação da
assembléia.

1.3. CISÃO PARCIAL

A lei trata da cisão parcial, além dos aspectos já analisados, nos


parágrafos 2º e 3º do art. 229, ao dispor que:
§ 2º. Na cisão com versão de parcela do patrimônio em
sociedade nova, a operação será deliberada pela
assembléia geral da companhia à vista de justificação que
incluirá as informações de que tratam os nºs do art. 224;
a assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que
avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e
funcionará como assembléia de constituição da nova
companhia.

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§ 3º. A cisão com versão de parcela de patrimônio em
sociedade já existente obedecerá às disposições sobre
incorporação (art. 227).

Desta forma, a deliberação sobre o processo de cisão parcial,


quando há criação de sociedade nova, cabe à assembléia geral a quem
compete, também, em caso de aprovação da cisão, nomear os peritos
que avaliarão o patrimônio a ser transferido. Incumbe a assembléia
geral promover a constituição estatutária da nova empresa.

Já no processo de cisão parcial com versão do patrimônio para


sociedade preexistente, a operação segue o roteiro ou disposições
estabelecidas ao processo de incorporação, isto é, há neste caso,
tecnicamente, incorporação de parcela do patrimônio da sociedade
cindida, funcionando a sociedade receptora como incorporadora.

O arquivamento dos atos inerentes ao processo de fusão parcial na


junta comercial e a sua publicação caberá, conjuntamente, aos
administradores da companhia cindida e aos administradores das
empresas que absorverem parcela de seu patrimônio.

1.4. CISÃO TOTAL

Tratando especificamente da cisão total, o parágrafo 4º do art. do


art. 229, da lei societária estabelece que:
§ 4º. Efetivada a cisão com extinção da companhia
cindida, caberá aos administradores das sociedades que
tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o
arquivamento e publicação dos atos da operação; na cisão
com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos
administradores da companhia cindida e da que absorver
parcela do seu patrimônio.

Portanto, em caso de cisão total com extinção da companhia


cindida, os procedimentos a serem observados são semelhantes aos
procedimentos da cisão parcial. A diferença entre as duas formas de
cisão consiste no fato de que a publicação e o arquivamento dos atos
inerentes ao processo compete, exclusivamente, por razões óbvias em
face da extinção da sociedade cindida, aos administradores das
empresas resultantes ou que absorveram o patrimônio da sociedade
extinta.

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1.5. SUBSTITUIÇÃO E ATRIBUIÇÃO DAS AÇÕES

Os titulares de ações da empresa cindida, que passarão à condição


de acionistas nas empresas sucessoras, receberão destas as ações que
forem integralizadas com parcelas do patrimônio na exata proporção das
ações que possuíam na empresa cindida. Este é, em síntese, o teor do
parágrafo 5º do art. 229 da lei societária.
§ 5º. As ações integralizadas com parcelas de patrimônio
da companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em
substituição às extintas, na proporção das que possuíam;
à atribuição em proporção diferente requer aprovação de
todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.

1.6. ASPECTOS CONTÁBEIS E LEGAIS

Conforme vimos, a cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total a


empresa cindida desaparece, enquanto que na cisão parcial a empresa
cindida remanesce, porém com patrimônio menor, pois repassa parcela
do seu patrimônio às empresas sucessoras. Assim, supondo que a
empresa SYNO S.A. passe pelo processo de cisão, sendo criadas duas
empresas novas para absorverem parcelas do seu patrimônio,
poderemos ter as seguintes situações:
ESPÉCIE SOCIEDADE ORIGINAL RESULTANTES

AÇOS S.A.
Cisão Parcial SYNO S.A. SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.

AÇOS S.A.
Cisão Total SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.

EXEMPLO PRÁTICO

Vejamos o exemplo de uma cisão parcial com criação de uma nova


empresa.

Por ocasião da decisão dos acionistas, pela operação de cisão, a


empresa possuía o seguinte patrimônio:

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ATIVO Valor (R$)
Ativo Circulante
Disponibilidades 90.000,00
Contas a Receber 145.000,00
Mercadorias - estoque 70.000,00
305.000,00
Ativo Permanente
Imobilizado 245.000,00
Total do Ativo 550.000,00

PASSIVO Valor (R$)


Passivo Circulante
Empréstimos e Financiamentos 150.000,00
Obrigações sociais e tributárias 95.000,00
Fornecedores 40.000,00
285.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 150.000,00
Reservas de Capital 25.000,00
Reservas de Lucros 50.000,00
Lucros Acumulados 40.000,00
265.000,00
Total do Passivo 550.000,00

Tomando por base este balanço, que teoricamente apresenta


valores de mercado, os acionistas decidiram que a nova empresa
receberia parcelas proporcionais do ativo e do passivo. Desta forma,
após a cisão, cada empresa permanece com uma parcela dos bens,
direitos e obrigações proporcional ao percentual que lhe foi atribuído
pelo processo de cisão. Isto nos faz imaginar que existe uma
contabilidade segregada para tais ativos e passivos e, como
conseqüência, dos resultados e do patrimônio líquido.

É recomendável que todas as reservas e outras contas que


integram o patrimônio líquido sejam capitalizadas antes de efetuar o
processo de cisão. Este processo objetiva a conversão da parcela do
patrimônio líquido da sociedade cindida em capital social na sociedade
resultante, afinal a sociedade resultante é uma sociedade nova e como
tal deverá possuir em seu patrimônio líquido somente o capital social.

Porém, se não houver essa capitalização das contas do Patrimônio


Líquido, elas serão transferidas na proporção da cisão.

Caso interessante diz respeito a reserva de reavaliação, pois ela


constará no patrimônio da empresa que receber os bens reavaliados
como tal, isto é, teremos no patrimônio líquido da sociedade que
receberá os bens a conta de reserva de reavaliação.

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Posição Patrimonial após a Cisão
Empresa Empresa
Cindida Nova
ATIVO
Circulante
Disponibilidades 67.500,00 22.500,00
Contas a Receber 108.750,00 36.250,00
Mercadorias - estoque 52.500,00 17.500,00
228.750,00 76.250,00
Permanente
Imobilizado 183.750,00 61.250,00
Total do Ativo 412.500,00 137.500,00
PASSIVO
Circulante
Empréstimos e Financiamentos 112.500,00 37.500,00
Obrigações sociais e trabalhistas 71.250,00 23.750,00
Fornecedores 30.000,00 10.000,00
213.750,00 71.250,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 198.750,00 66.250,00
Total do Passivo 412.500,00 137.500,00

Observe que neste caso os valores do patrimônio líquido foram


capitalizados antes do processo de cisão e que o percentual transferido
para a empresa nova foi de 25% do valor dos bens, direitos obrigações
e, como conseqüência, o mesmo percentual do patrimônio líquido.

Bom, pessoal, é isso. Tenham bom proveito!

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Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 01 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

Aula 01

Caros alunos(as), para o concurso ICMS/SP, na disciplina de contabilidade, constam


diversos assuntos de contabilidade avançada dentre os quais a Avaliação de Investimentos.
Este assunto é o tema de nossa 1ª Aula, na qual tomamos o cuidado de trazer a legislação
societária, da CVM e as normas do CFC.
O assunto é relativamente extenso e entendemos não ser possível apresentá-lo de forma
mais resumida para não perder algum ponto importante que pode ser decisivo a vocês na
prova.

AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS

1 – ASPECTOS INICIAIS
Uma administração empresarial eficiente envolve, entre outros aspectos, o adequado
gerenciamento dos recursos financeiros de modo a otimizá-los. Isto se faz necessário pelo fato
de os recursos financeiros representarem, geralmente, o fator de produção mais escasso, e em
conseqüência o mais caro, especialmente em nosso País onde as taxas de juros praticadas tem
sido, historicamente, elevadíssimas.
Diante de tal situação o administrador moderno deve buscar a melhor solução de
rentabilidade para os recursos de sua empresa, alocando-os no objeto social de sua entidade,
aí incluídos os estoques de mercadorias, matérias-primas, vendas a prazo, ativo permanente –
imobilizado e diferido.
Se, porém, a entidade apresentar riqueza própria em excesso ou excesso de
disponibilidades, mesmo que temporários, deverá aplicá-los em investimentos que,
dependendo da natureza e freqüência dessas sobras, podem ser temporários ou permanentes,
pois deixar esses recursos ociosos, sem nada produzir, seria considerado desperdício
inadmissível e indicativo de administração deficiente.
Por estes aspectos apresentados é que as empresas, mesmo que não seja seu objeto
social principal, aplicam os excessos de recursos, temporários ou permanentes, em
investimentos que podem assumir natureza diversa, porém sempre objetivando a melhor
alocação destes e buscando rentabilidade, que é, em última análise, o objetivo principal de
qualquer empreendimento empresarial.

2 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE LIQUIDEZ IMEDIATA


Uma empresa, quando possui excesso de disponibilidades temporárias, não necessários
para honrar os compromissos imediatos, faz aplicações financeiras visando se proteger da
desvalorização da moeda e para auferir alguma vantagem financeira. Na hipótese de estas
aplicações financeiras serem do tipo que podem ser resgatadas a qualquer tempo, como, por
exemplo, os Fundos de Renda Fixa, elas deverão ser classificadas no ativo circulante, no
subgrupo disponibilidades.
Para a correta avaliação das aplicações financeiras de liquidez imediata, quando, no final
do exercício, existirem saldos em aplicações dessa natureza, em observância ao regime de
competência, devemos contabilizar os rendimentos já ganhos (receitas auferidas ou incorridas)
até aquela data e somá-los ao investimento, isto é, a conta investimentos de liquidez imediata
será debitada, devendo ser creditada uma conta de resultado (rendimentos em aplicações
financeiras, por exemplo), gerando o lançamento a seguir:

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1


Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 01 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

Aplicações financeiras de liquidez imediata


a Receita operacional de variação cambial e/ou juros

Procedendo desta forma teremos, no balanço final do exercício, o valor atualizado do


investimento. É neste sentido que dispõe o final do inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes
critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados
como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for
menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-
lo ao valor provável de realização, e será admitido o aumento do custo de
aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção
monetária, variação cambial ou juros acrescidos;

3 –ALGUMAS DEFINIÇÕES PRELIMINARES


Títulos de Crédito – Quando falamos de títulos de crédito vêm à tona aqueles papéis
emitidos por entidades financeiras como: Letras de Câmbio, Certificado de Depósito Bancário e
outros. Porém, o conceito de títulos de crédito é mais abrangente, envolvendo, também, os
títulos emitidos por entidades não financeiras como: Debêntures, Notas Promissórias e as
Duplicatas. Todos são emitidos com finalidade de captar recursos no mercado financeiro ou de
financiar as atividades da entidade.
Todos esses papéis possuem prazo de vencimento e, explicitamente ou implicitamente,
rendem juros que podem ser pré-fixados ou pós-fixados.
Valores Mobiliários – Representam os títulos e papéis emitidos por entidades
financeiras e outras entidades comerciais. Constituem-se de frações de um patrimônio como as
ações e quotas ou de direitos sobre a participação patrimonial de uma entidade como, por
exemplo, o bônus de subscrição, as partes beneficiárias e as debêntures.
Aplicações Financeiras – As aplicações financeiras se caracterizam pela alocação de
recursos em títulos e papéis de natureza monetária, constituindo-se em direito ou títulos de
crédito. Esses direitos ou títulos de crédito se apresentam com prazo de vencimento e taxas de
rentabilidade pré ou pós-fixados.
São exemplos representativos de direitos ou títulos dessa natureza:
) Certificados de Depósito Bancários
) Caderneta de Poupança
) Debêntures conversíveis ou não em ações
) Depósitos a prazo fixo
Investimentos – Diferentemente das aplicações financeiras, os investimentos se
caracterizam mais por alocações de recursos em bens de natureza não monetária. São as
aplicações em valores mobiliários que não possuem prazo de vencimento e tampouco taxa de
rendimento predeterminados, como as participações societárias e mesmo em bens imóveis e
bens móveis como obras de arte.
Entretanto, também são considerados investimentos as alocações de recursos em papéis
de natureza monetária representados por direitos ou títulos de crédito como, por exemplo,
ações adquiridas ou cotadas em mercado de valores mobiliários (bolsa de valores); quotas de
capital; investimentos em ouro; fundo de ações, que não possuem a característica de
permanência.

Além destas definições, a Instrução CVM No 387, de 28 de abril de 2003, que estabelece
normas e procedimentos a serem observados nas operações realizadas com valores
mobiliários, em pregão e em sistemas eletrônicos de negociação e de registro em bolsas de

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2


Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 01 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
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valores e de bolsas de mercadorias e futuros e dá outras providências, trouxe em seu artigo 2º


definições que, por sua relevância e afinidade aos temas aqui tratados, estão a seguir
transcritos:
Corretora de Valores: a sociedade habilitada a negociar ou registrar operações com
valores mobiliários por conta própria ou por conta de terceiros em bolsa e entidades de balcão
organizado;
Corretora de Mercadorias: a sociedade habilitada a negociar ou registrar operações
com valores mobiliários negociados em bolsa de mercadorias e futuros;
Operador Especial: pessoa natural ou firma individual detentora de título de bolsa de
mercadorias e futuros, habilitada a atuar no pregão e nos sistemas eletrônicos de negociação e
de registro de operações, executando operações por conta própria e por conta de corretoras,
desde que autorizadas pela bolsa;
Entidade de Balcão Organizado: pessoa jurídica que administra sistema eletrônico de
negociação e de registro de operações com valores mobiliários;
Comitente ou Cliente: a pessoa, natural ou jurídica, e a entidade, por conta da qual as
operações com valores mobiliários são efetuadas;
Câmara de Compensação e de Liquidação: câmara ou prestador de serviços de
registro, compensação e liquidação de operações com valores mobiliários, integrante do
Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB;
Membro de Compensação ou Agente de Compensação: a pessoa jurídica,
instituição financeira ou a ela equiparada, responsável perante aqueles a quem presta serviços
e perante a câmara de compensação e de liquidação pela compensação e liquidação das
operações com valores mobiliários sob sua responsabilidade;
Ordem: ato mediante o qual o cliente determina a uma corretora que compre ou venda
valores mobiliários, ou registre operação, em seu nome e nas condições que especificar;
Oferta: ato mediante o qual a corretora ou o operador especial apregoa ou registra a
intenção de comprar ou vender valores mobiliários;
Participante com Liquidação Direta: instituição financeira detentora de título de
membro de compensação que realiza e liqüida operações para sua carteira própria ou para
fundos sob sua administração.

4 – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS

4.1 - CONCEITO
Em economia de preços crescentes e taxas de juros atrativas, os investimentos em
títulos e valores mobiliários a curto e médio prazo se constituem em boas alternativas para
alocar as disponibilidades que não serão necessárias durante o período de aplicação. As
principais opções no mercado financeiro e no de capitais para aplicação dos excessos de
recursos são:
) Aplicações Temporárias em Ações
) Aplicações Temporárias em Ouro
) Bônus do Tesouro Nacional - BTN
) Certificado de Depósito Bancário (RDB/CDB)
) Commodities
) Depósitos a Prazo Fixo
) Fundo de Aplicação Financeira - FAF
) Fundo de Curto Prazo
) Fundo de Investimentos de Renda Fixa ou Variável

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3


Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 01 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
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) Letras de Câmbio
) Letras Financeiras do Tesouro - LFT
Desta forma, pode-se conceituar investimento temporário como sendo a alocação de
recursos ou disponibilidades temporárias em aplicações de caráter não permanentes, isto é,
aqueles investimentos que possuem o caráter e a intenção de realização, classificáveis no ativo
circulante ou no ativo realizável a longo prazo.

4.2 – CLASSIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


O art. 179, inciso III, da Lei nº 6.404/1976 determina que as participações permanentes
em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante,
e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, devem ser
classificadas no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento.
Desta forma, a lei aventa a hipótese de haver investimentos classificáveis no Ativo
Circulante. Há, porém, a possibilidade da classificação de investimentos no Ativo Realizável a
Longo Prazo, quando o prazo de resgate assim o requerer ou quando a entidade adquirente
assim o desejar.
Antes de seguirmos em nosso estudo, porém a ele pertinente, cabe uma ressalva no
concernente à classificação das contas relativas ao investimento em ouro. Sobre o tema a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pronunciou-se com maestria por meio do item 4 do
Parecer de Orientação nº 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO nº 18/90), dispondo que:
“4. APLICAÇÕES EM OURO
Classificáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua
comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a Longo
Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de aquisição atualizado
monetariamente pelo BTN fiscal de final do período ou pelo valor de mercado, dos
dois o menor, devendo, quando for o caso, ser constituída provisão para ajuste ao
valor de mercado.
Entende-se por:
- custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do documento
representativo da transação em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao
comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e taxas efetivamente
devidos pelo comprador;
- valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diárias, ocorridas
durante o pregão da bolsa do país em que se verificar o maior volume de
negociações, no dia do encerramento do exercício social ou, se nesse dia não
houver pregão, no dia do último pregão anterior.”
Portanto, resta cristalino que os investimentos em ouro devem ser classificados ou no
ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo, dependendo da intenção da investidora
quanto a sua realização.
Já nas empresas que possuem como objeto social a sua comercialização ou
industrialização, como é o caso das fabricantes de jóias, a classificação do ouro será, sempre,
no ativo circulante, em estoques de matérias-primas ou mercadorias, nesse último caso
quando os produtos estiverem acabados.
Agora, após este breve esclarecimento sobre a classificação do ouro, cabe acrescentar
que a avaliação dos demais investimentos temporários deve seguir a orientação contida no art.
183, inciso I da lei societária, isto é, os investimentos em Valores Mobiliários não
permanentes, que possuem característica de realização, devem ser avaliados pelo custo de
aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. É de ressaltar ainda que o ajuste ao valor de
mercado é efetuado por meio de provisão para ajuste ao valor de mercado.

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Para dar maior clareza ao assunto, transcrevemos a seguir a íntegra do art. 183 da Lei
nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, que se constitui no diploma legal a respeito de avaliação
de ativos, entre eles os investimentos.

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os


seguintes critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não
classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do
mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as
provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será
admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado,
para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão
para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição,
deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor,
quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações
ou quotas bonificadas;
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão
para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução
do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior;
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido
do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das
contas que registrem a sua amortização.
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de mercado:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual
possam ser repostos, mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização
mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas
necessárias para a venda, e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a
terceiros.
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada
periodicamente nas contas de:
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm
por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso,
ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na
aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer
outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam
bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua
exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou
bens aplicados nessa exploração.
§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados
periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, a partir do início da
operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os
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benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital


aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se
destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir
resultados suficientes para amortizá-los.
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser
avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito
pela técnica contábil.
Assim, para enfatizar o que se disse até o momento, os investimentos em ouro devem
ser classificados no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo e serão avaliados pelo
custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo que o ajuste ao valor de
mercado é feito por meio de provisão própria, tomando por base a cotação do metal. Outros
investimentos temporários devem seguir a sorte do investimento em ouro, tanto no
concernente à classificação quanto no de sua avaliação, isto é, devem ser avaliados pelo custo
de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor.
Tendo em vista que a correta avaliação de ativos não pode ser dissociada de sua correta
classificação e considerando a relevância societária e tributária que o tema possui, vejamos a
íntegra do art. 179 da Lei nº 6.404/76, que dispõe sobre a classificação do ativo, aí incluídos
os investimentos:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do
exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do
exercício seguinte;
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e
os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que
não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados
à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com
essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial;
V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão
para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os
juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o
início das operações sociais.
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo
prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Analisando, conjuntamente, as disposições do artigo 179 e do artigo 183, ambos da Lei


nº 6.404/76, chegamos as seguintes conclusões no concernente a classificação e modos de
avaliação para os investimentos:
1 – As aplicações financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa, devem
ser classificados no Ativo Circulante Disponível e avaliados pelo custo de aquisição mais
rendimentos ganhos até a data do encerramento do exercício. Ressalte-se que os rendimentos
ganhos serão computados consoante o regime de competência, isto é, ao final de cada período
devemos reconhecer as receitas nele ganhas. Veja que não há a possibilidade de
provisionamento para ajuste ao valor de mercado, pois estamos tratando de valores
monetários;

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2 – Aplicações financeiras com liquidez até o final do exercício seguinte, como os


Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo
Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais
rendimentos auferidos no período considerado. Este tipo de ativo também não comporta
provisão para ajuste ao valor de mercado;
3 – Aplicações financeiras com liquidez após o final do exercício seguinte, como os
Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo
Realizável a Longo Prazo, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de
aquisição mais rendimentos ganhos no exercício.
Atente-se ao fato que na avaliação desses ativos, até este momento, não foi invocada a
necessidade de se constituir provisão para ajuste ao valor de mercado quando este seja
menor, isto é, estes investimentos (itens 1 a 3) são avaliados pelo custo de aquisição mais
rendimentos, se houver, não se considerando uma provável redução em face do valor de
mercado por ocasião de sua avaliação, visto tratar-se de valores monetários;
4 – O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou não, como, por exemplo, as operações
de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ou ativo realizável a
longo prazo, conforme previsão de realização e devem ser avaliados pelo custo de aquisição e
ajustados por provisão para desvalorização quando o valor de mercado for menor;
5 – Participações Societárias com intenção de realização até o final do exercício social
subseqüente, como as ações e quotas de outras sociedades comerciais, devem ser
classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporários, cuja avaliação
deve ser pelo custo de aquisição ajustado por provisão para ajuste ao valor de mercado
quando este for menor. O ajuste será feito tomando por base a cotação em bolsa de valores de
maior movimento no último dia útil do exercício;
6 – Participações Societárias com intenção de realização após o final do exercício social
subseqüente, como ações e quotas de outras sociedades, devem ser classificadas no Ativo
Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição e ajustados ao valor de mercado
quando este for menor.
É interessante frisar que os investimentos relativos aos itens 1 a 6 compõem o ativo
realizável ou possuem a natureza ou intenção de realização, fato este que não está presente
nos investimentos do ativo permanente;
7 – Participações societárias em empresas não controladas e cujo investimento não seja
relevante, mas com intenção de permanência, como ações ou quotas de outras empresas,
devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos e avaliados pelo Custo de
Aquisição ajustado por provisão para perdas quando comprovadas como permanentes;
8 – Participações Societárias em empresas controladas ou em sociedades coligadas e
equiparadas a coligadas quando o investimento é relevante e a sociedade investidora
exerça influência na administração da sociedade investida ou cujo investimento representa
20% ou mais do capital social da investida, com intenção de permanência ou de fazer parte do
corpo social da outra empresa, como ações e quotas de sociedades controladas e coligadas ou
equiparadas a coligadas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimento e
avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP);
9 – Outros ativos com intenção de permanência, como obras de arte, terrenos,
edificações que não sejam de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente Investimento
e avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para perdas prováveis ou ajuste a
valor de mercado (art. 183, IV).
Vê-se que cada aplicação ou investimento possui características próprias em relação ao
prazo para resgate, taxa de rendimento, forma de rentabilidade, liquidez, intenção da empresa
na sua aquisição etc. Entretanto, na sua classificação nos interessa, tão-somente, quando
podemos dispor desses valores ou qual é a intenção da empresa em relação a sua realização.
Por isso, os títulos resgatáveis de pronto devem ser classificados como disponibilidade e,
quando não possuem essa característica, devem classificados como investimento temporário.

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Se, porém, há a intenção de permanência, eles deverão ser classificados no grupo do ativo
permanente em subgrupo investimentos, onde serão separados pela sua forma de avaliação,
isto é, método do custo ou método da equivalência patrimonial. Percebe-se que o ativo
permanente representa o ativo que não possui a característica de realização, pois se possuir
essa característica deverá ser classificado no ativo circulante ou no realizável a longo prazo.
Outro aspecto interessante, a cuja conclusão chegamos pela leitura dos dispositivos
legais sob análise, diz respeito à correta classificação de ações de coligadas. No nosso modo de
entender o assunto, estas devem ser sempre classificadas no ativo permanente –
investimento, pois somente podemos falar em coligadas quando participamos do capital social
da sociedade investida com intenção de permanência. Desta forma, em questões de provas,
quando nos são fornecidos aqueles “balancetes”, se aparecer a conta valores mobiliários, sem
outra designação, estes serão classificados no ativo realizável (circulante ou longo prazo). Por
outro lado, se aparecer a conta ações de coligadas, esta deve ser classificada no ativo
permanente.
Ainda no concernente a avaliação de investimentos, a CVM, por meio da Instrução CVM
nº 235, de 23 de março de 1995, dispôs sobre a divulgação, em nota explicativa, do valor de
mercado dos instrumentos financeiros, reconhecidos ou não nas demonstrações financeiras
das companhias abertas e dá outras providências.
Estabelece aquele ato normativo que as companhias abertas que possuam instrumentos
financeiros, reconhecidos ou não como ativo ou passivo em seu balanço patrimonial, devem
evidenciar, em nota explicativa anexa às suas demonstrações financeiras e às informações
trimestrais- ITR, o valor de mercado desses instrumentos financeiros. Devem constar, ainda,
em nota explicativa, os critérios e as premissas adotados para determinação desse valor de
mercado, bem como as políticas de atuação e controle das operações nos mercados
derivativos e os riscos envolvidos.
Entende-se por instrumento financeiro todo contrato que dá origem a um ativo financeiro
em uma entidade e a um passivo financeiro ou título representativo do patrimônio em outra
entidade, reconhecidos ou não como ativo ou passivo em seu balanço. Assim, são
considerados ativos financeiros as disponibilidades, os direitos contratuais recebíveis em
moeda ou em instrumentos financeiros de outra entidade, os direitos contratuais de troca de
resultados financeiros (swaps) ou instrumentos financeiros, e os títulos representativos de
participação no patrimônio de outra entidade. Por outro lado, são caracterizados como
passivos financeiros as obrigações contratuais de pagamento de determinada importância em
moeda ou em instrumentos financeiros de troca de resultados financeiros ou instrumentos
financeiros.
Para os fins desta avaliação, a CVM considera valor de mercado o valor que se pode
obter com a negociação do instrumento financeiro em um mercado ativo, em que comprador e
vendedor possuam conhecimento do assunto e independência entre si, sem que corresponda a
uma transação compulsória ou decorrente de um processo de liquidação, ou na ausência de
um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro o valor que se pode obter com
a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares, em um
mercado ativo, ou o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros a serem obtidos,
ajustado com base na taxa de juros vigente no mercado, na data do balanço, para
instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares.
Não carecem de evidenciação nas notas explicativas os seguintes créditos ou débitos da
entidade: as duplicatas a receber, nas empresas emissoras, e as duplicatas a pagar; os
contratos de seguro, nas empresas seguradas; os contratos de arrendamento mercantil, na
arrendatária; os investimentos em ações que não possuam valor de mercado; e as obrigações
com planos de pensão, aposentadoria, seguro e saúde dos empregados da entidade.
Na negociação de instrumentos financeiros feita por valor acima do valor de mercado e
conjugada com operação de crédito deve ser observado o seguinte:
I - nas companhias abertas vendedoras dos títulos e financiadoras da operação de
crédito, o ganho decorrente da diferença entre o valor de venda e o valor de mercado do título
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deve ser registrado como redução do ativo representativo de crédito, para apropriação ao
resultado,como receita financeira, na mesma base e período em que forem apropriadas as
receitas de juros relativas a essa operação de crédito;
II - nas companhias abertas compradoras dos títulos, a diferença entre o valor da
aquisição e o valor de mercado do título deve ser registrada em conta redutora do ativo e da
obrigação devendo ser essa conta redutora da obrigação apropriada ao resultado,como
despesa financeira, na mesma base e período em que forem apropriadas as despesas de juros
relativas à operação de crédito.
O ganho na aquisição de um instrumento financeiro cujo valor de mercado seja inferior
ao seu valor de face, mesmo nos casos em que este possa ser utilizado para liquidação de
dívidas, somente será reconhecido à medida em que for efetivamente realizado.

4.3 – ASPECTOS CONTÁBEIS


Os investimentos temporários, no Balanço Patrimonial, compõem um subgrupo próprio
dentro do ativo circulante ou do ativo realizável a longo prazo, possuindo a seguinte forma de
apresentação:
Ativo Circulante
- Investimentos Temporários
- títulos e valores mobiliários
- aplicações em certificados de depósito bancário
- investimentos em ouro – ativo financeiro
(-) provisão para ajuste ao valor de mercado
Ativo Realizável a Longo Prazo
- Investimentos Temporários
- títulos e valores mobiliários
- aplicações em certificados de depósito bancário
- investimentos em ouro – ativo financeiro
(-) provisão para ajuste ao valor de mercado
Estas contas possuem a função de registrar as alocações dos investimentos temporários
no mercado financeiro ou de capitais, os rendimentos ganhos até o encerramento do exercício
social e a provisão para ajustá-los ao valor de mercado, quando este for menor, segundo
disposição do art. 183 da Lei 6.404/76.
Cabe ressaltar que a contrapartida da provisão para ajuste ao valor de mercado é
considerada despesa indedutível pela legislação do Imposto de Renda, devendo, pois, ser
adicionada ao Lucro Líquido do Exercício na determinação do Lucro Real que é a base de
cálculo do IRPJ.
No concernente ao funcionamento das contas representativas de investimentos
temporários, e considerando que são contas do ativo, podemos observar o seguinte: os seus
saldos aumentam por meio de débitos e diminuem mediante créditos. Já as contas de
provisão, que são contas retificadoras de ativo, possuem funcionamento inverso ao das contas
do seu grupo, isto é, aumentam seus saldos mediante créditos e diminuem seus saldos
mediante débitos.
Portanto, para a correta avaliação dos investimentos pendentes de resgate, segundo os
princípios fundamentais de contabilidade, por ocasião do encerramento do exercício social,
devemos calcular a rentabilidade alcançada no período e registrá-la como receita financeira em
contrapartida da conta do investimento temporário, bem como verificar se o valor de mercado
corresponde ao valor de aquisição do investimento. Caso o valor de mercado seja menor,
deve-se fazer o provisionamento da diferença em contrapartida de despesas com provisão.
Exemplo: empresa ALFA adquire 10.000 cotas de um Fundo de Ações em 02/10/2004,
quando cada cota estava avaliada em R$ 1,20. Em 31/12/2004, o valor da cota alcançava R$
1,35.
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Lançamento na aquisição das ações


Investimentos em Fundo de Ações
a Caixa R$ 12.000,00
Valor do investimento em 31/12/2004 = 10.000 x R$ 1,35 = R$ 13.500,00
A diferença (R$ 13.500,00 – R$ 12.000,00 = R$ 1.500,00) deverá ser lançada como
receita do exercício de 2004, conforme o princípio da competência. Assim:
Lançamento no encerramento do exercício de 2004
Investimentos em Fundo de Ações
a Receita Financeira R$ 1.500,00
4.4 – ASPECTOS LEGAIS
A Lei das sociedades por ações (Lei nº 6.404/1976), em seu art. 175, dispõe que o
exercício social terá a duração de 01 (um) ano, cuja data do término será fixada no estatuto. O
art. 179, por sua vez, estabelece os critérios de classificação dos ativos. No parágrafo único do
mencionado artigo, a lei vincula a classificação preconizada nos incisos I e II ao ciclo
operacional da empresa, para o caso de ele ser superior a um ano. Desta forma, a regra é que
o exercício social terá a duração de um ano, mas a própria lei admite exceções como o caso no
ano de início da atividade e no caso do ano de encerramento das atividades da empresa:

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término
será fixada no estatuto.
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração
estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.
...
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
No art. 183 da mesma lei encontramos os critérios da avaliação do ativo e no seu
parágrafo 1º, alínea “b”, está definida a expressão valor de mercado para os investimentos.

Art. 183.
...
§1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de mercado:
...
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização
mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas
necessárias para a venda, e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a
terceiros.

Por seu turno, os ganhos decorrentes dos investimentos temporários, mesmo os não
realizados, em face da aplicação do princípio contábil da competência, serão levados à
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme disposição do §1º do art. 187 da lei
societária.
Art. 187. ...
§1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da
sua realização em moeda; e

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b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,


correspondentes a essas receitas e rendimentos.
No concernente às notas explicativas, o art. 176, parágrafo 5º, da Lei nº 6.404/1976,
estabelece que deverão ser indicados os principais critérios de avaliação dos elementos
patrimoniais, os ajustes e as provisões para atender a perdas prováveis e os investimentos em
outras sociedades. Vejamos o dispositivo:
Art. 176. ...
§5º As notas deverão indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes
para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247,
parágrafo único);
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) se pronunciou por meio da NBC T 4,
estabelecendo as seguintes regras de avaliação:
a) Os componentes do patrimônio com cláusula de atualização monetária pós-
fixada são atualizados até a data da avaliação;
b) As aplicações em ouro, como ativo financeiro, são avaliadas pelo valor de
mercado;
c) Os investimentos temporários são avaliados ao custo de aquisição e, quando
aplicável, acrescidos de atualização monetária, dos juros e outros
rendimentos auferidos;
d) Os direitos, títulos de crédito e quaisquer outros créditos mercantis,
financeiros e outros prefixados, são ajustados em valor presente.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do Parecer de Orientação nº 17 de
1989 (PO-17/89), se pronunciou da seguinte forma a respeito da provisão para ajuste ao valor
de mercado:
PROVISÃO PARA AJUSTE A VALOR DE MERCADO. (PO-17/89)
Para efeito da constituição das provisões previstas nos incisos I e III, do
artigo 183, da Lei n° 6.404/76, o valor de mercado, que servirá de parâmetro
para a avaliação de títulos e valores mobiliários, deverá considerar a média
aritmética ponderada da última cotação diária ocorrida no exercício, na Bolsa
de maior volume de negociação, desprezando-se, se existentes, cotações
derivadas de negociações atípicas.
A Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, entretanto, preconizou a adoção de
outros critérios em se tratando de investimentos permanentes, pois neste caso somente se
constitui a provisão para perdas quando a sociedade investida apresentar diminuição no seu
patrimônio líquido e desde que essa diminuição seja permanente.
Por estrita correlação ao assunto, vale a pena discorrermos algumas linhas a respeito da
avaliação de passivos, consoante o disposto no art. 184 da lei das sociedades anônimas.
Diz aquele dispositivo que as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis,
inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão
computados pelo valor atualizado até a data do balanço; as obrigações em moeda estrangeira,
com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em
vigor na data do balanço; a as obrigações sujeitas à correção monetária serão atualizadas até
a data do balanço.

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Percebe-se que, segundo a lei, também as contas do passivo terão seu valor atualizado
quando conhecidos os riscos ou quando calculáveis os seus valores, como é o caso dos juros,
variações cambiais e monetárias.

5 – INVESTIMENTOS PERMANENTES
Conforme disposição do art. 179 da Lei nº 6.404/1976, as participações permanentes em outras
sociedades e os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou no ativo
realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa, são classificados no Ativo Permanente no subgrupo INVESTIMENTOS.
Observa-se que os bens e direitos a serem classificados nesse subgrupo não podem ser
classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo, ou seja, não devem possuir a característica
de realização e não devem constituir-se em meios à consecução da atividade econômica da empresa,
pois, neste último caso, deverão ser classificados no Ativo Permanente - Imobilizado.
Da inteligência do dispositivo societário em análise, infere-se que estamos diante de dois tipos de
Investimentos classificáveis no subgrupo investimentos: “as participações permanentes em outras
sociedades” e os “direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou longo
prazo”.
As participações permanentes em outras sociedades são os investimentos efetuados pala aquisição
de ações ou quotas do capital social de outras empresas, com intenção de permanência. Essas
participações societárias, quando em sociedades controladas ou em sociedades coligadas, cujo
investimento seja relevante e haja o exercício de influência administrativa, têm tratamento legal próprio
definido nos arts. 248 a 250 da lei das sociedades por ações e regulamentado pela Instrução CVM nº
247/96.
Os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo
prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa compreendem os
investimentos que não se constituem em meios necessários à consecução da finalidade da entidade. São
exemplos de investimentos dessa natureza os direitos de propriedade sobre obras de artes, as
antigüidades e os imóveis não de uso, os quais apresentam, geralmente, uma expectativa de realização
em valores que ultrapassam o custo de aquisição. Convém frisar que a expectativa de realização é
apenas para fins de avaliação, pois os bens do ativo permanente não possuem na realização a sua
característica, sendo a principal característica deste grupo a intenção de permanência.
Para satisfazer uma das finalidades da contabilidade, que é a evidenciação de todos os fatos
contábeis, e para possibilitar interpretação e análise exata das demonstrações financeiras, os bens e
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e realizável a longo prazo, e que não
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa devem ser agrupadas em
subcontas próprias. Adotando essa prática se obtém a identificação de cada bem ou direito de imediato,
mesmo por ocasião da baixa ou saída destes do Ativo Permanente.

Vejamos como os investimentos permanentes podem ser apresentados no Balanço Patrimonial:


ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Participações permanentes em outras sociedades
AVALIADAS PELO MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO
Participações permanentes em outras empresas
Ações da Cia. SEMPREBEM
Ações da Cia. BELOMONTE
( - ) provisão para perdas prováveis
Quotas de Capital da Empresa PAMONHA Ltda.

Investimentos Incentivados
EMBRAER
FINAM
FINOR
FISET

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(-) Provisão para Perdas Prováveis na Realização

AVALIADAS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL


Em sociedades controladas
Cia. QUEBRA-GALHO S.A.
ágio na aquisição do investimento
Cia. BOMNEGÓCIO S.A.
( - ) deságio na aquisição do investimento
EMPRESA COQUEIROS Ltda.
( - ) provisão para perdas prováveis
Investimentos relevantes e influentes em sociedades
coligadas
TAMBO BOM LEITE S.A.

OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES


Obras de Artes e Antigüidades
(-) Provisão para perdas prováveis na realização
Imóveis de renda não destinado ao uso
(-) Depreciação acumulada

5.1 – CONCEITO
Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participações no capital
social de outras sociedades e em direitos de qualquer natureza não classificáveis no ativo
realizável (circulante e longo prazo) e que não se destinem à manutenção da atividade da
empresa.
O caráter que os distingue dos investimentos temporários ou realizáveis é exatamente a
intenção de permanência que deve estar manifestada. Esta intenção é normalmente
manifestada no momento da aquisição do investimento e materializada pelo simples registro
no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento, porém ela pode ser manifestada em
momento posterior com inscrição no mesmo subgrupo.

5.2 – CRITÉRIOS LEGAIS


Consoante dispõe o art. 179 da Lei nº 6.404/76, inciso III, tais direitos devem ser
classificados no ativo permanente:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
...
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e
os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que
não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
Conforme já vimos, são dois os tipos de investimentos que devem ser classificados no
subgrupo de Investimentos, ou seja, as Participações Permanentes em outras Sociedades e
Outros Investimentos Permanentes.
As Participações Permanentes em Outras Sociedades são aquelas participações no Capital
Social das outras sociedades, representadas por ações e quotas do capital social. Para que
sejam considerados integrantes desse subgrupo esses investimentos devem ter a característica
de permanente e devem estar aplicados na formação de capital de outras sociedades.
Portanto, excetuam-se desse conceito os investimentos de natureza temporária e puramente
especulativos, sobre os quais a sociedade detentora possui a intenção de realização e não de
permanência.
As Participações Societárias Permanentes em outras Sociedades podem ser de natureza
voluntária ou serem decorrentes de incentivos fiscais, que dentro de certas circunstâncias

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também são participações voluntárias, pois ninguém está obrigado, compulsoriamente, a


investir em incentivos fiscais, constituindo o seu exercício mera liberalidade.
Os Investimentos Voluntários são aqueles realizados pelas empresas em outras
sociedades, considerando-se a sociedade investida como se fosse uma extensão das atividades
da própria empresa investidora. A sociedade investida pode ser uma coligada, controlada ou
simplesmente uma sociedade na qual se pretende, de forma permanente, participar do capital
social.
Os Investimentos decorrentes de Incentivos Fiscais têm origem por destinação de parcela
do Imposto de Renda devido em projetos como: FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste)
e FINAM (Fundo de Investimento da Amazônia).

5.3 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO


A lei societária, por meio do art. 183, inciso III, estabelece a forma de avaliação dos
investimentos permanentes no capital de outras sociedades. Como é este o tipo de
investimento que interessa ao nosso estudo no momento e porque é ele quem traz as maiores
dificuldades aos estudantes, em particular aos concursandos, vejamos, novamente, a letra do
texto legal:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os
seguintes critérios:
...
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição,
deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor,
quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações
ou quotas bonificadas;
Da leitura do texto legal, depreende-se que são duas as formas de avaliação das
Participações Permanentes em outras Sociedades. Uma delas, sendo inclusive a regra geral, é
a avaliação dos investimentos pelo custo de aquisição, ajustado por provisão para perdas
quando esta estiver comprovada como permanente. A outra forma de avaliação das
participações societárias é a encontrada no art. 248 da lei societária. O dispositivo trata da
avaliação dos investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP).
O uso de uma ou de outra forma de avaliação das Participações Societárias no Capital de
outras Empresas não constitui liberalidade da sociedade avaliadora ou investidora. O MEP
só pode ser utilizado nos casos expressamente determinados pela Lei e, subsidiariamente, pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nos demais casos, isto é, quando não cabível a
aplicação do MEP, os investimentos devem ser, obrigatoriamente, avaliados pelo Método do
Custo.
O MEP, conforme disposto no art. 248 da lei societária e regulamentado pela Instrução
CVM nº 247/96, é usado para avaliação dos investimentos em sociedades controladas e dos
investimentos relevantes, sobre cuja administração se exerça influência ou que represente
mais de 20% do capital social de sociedades coligadas e equiparadas a coligadas.
O Método do Custo é usado para avaliação dos investimentos em outras sociedades, ou
seja, sociedades que não são coligadas nem controladas ou que, mesmo sendo sociedades
coligadas, o investimento não é relevante para a investidora ou esta não exerce influência na
administração da sociedade investida ou nas quais o valor do investimento seja menor do que
20% do capital social da investida.
Assim, podemos resumir os critérios de avaliação dos investimentos nas seguintes
situações a seguir (mais adiante veremos as definições de investimentos relevantes,
influentes, sociedades coligadas e controladas):

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MÉTODO COLIGADA CONTROLADA RELEVANTE INFLUENTE


> 20%
MEP NÃO SIM NÃO NÃO
MEP NÃO NÃO SIM SIM
MEP SIM NÃO SIM NÃO
CUSTO SIM NÃO NÃO SIM
CUSTO NÃO NÃO SIM NÃO

6 – MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO


Utiliza-se este método de avaliação de participação societária na forma de ações ou
quotas em sociedades que não sejam coligadas ou controladas, bem como os investimentos
em sociedades coligadas, desde que não sejam relevantes, individualmente ou no seu
conjunto, e sobre cuja administração não se exerça influência.
A lei das Sociedades Anônimas conceitua investimentos relevantes, sociedades
coligadas e controladas, cujo estudo faremos no tópico em que trataremos da avaliação de
investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial. Porém, pode-se dizer, por hora, que
são avaliados pelo método do custo de aquisição quase todos os investimentos em que a
participação da sociedade investidora for inferior a 20% do capital social realizado na
sociedade investida.
Na adoção deste método, a entidade investidora registra e avalia os investimentos pelo
custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas, conforme dispõe o art. 183, III, da Lei,
ressalvando que essa provisão é necessária para se obter o valor de mercado, visto que o
critério é custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. Ressalte-se que a
provisão para perdas somente poderá ser constituída quando a perda estiver comprovada
como permanente.
Entende-se que a perda é permanente quando a sociedade investida estiver em
recuperação judicial ou extra-judicial (antiga concordata) ou quando for declarada a sua
falência. Também pode haver a constituição dessa provisão em casos de a sociedade investida
apresentar, em períodos consecutivos, prejuízos acumulados.
Assim, a provisão é cabível apenas quando houver reflexo no patrimônio líquido da
sociedade investida, não sendo plausível constituir a provisão pelo fato de a cotação das ações
daquela empresa estar em baixa na data do balanço.
Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, por este método, devem ser
registrados como receita operacional no momento em que a empresa investida os distribuir
ou provisionar, não se fazendo, na empresa investidora, qualquer alteração no valor do
investimento efetuado com base no custo de aquisição.

ATENÇÃO!!!
No método de avaliação de investimentos pelo CUSTO, o aumento do Patrimônio
Líquido na investida, pela geração de lucros ou reservas, mesmo a reserva por
reavaliação de ativos, não deve se traduzir em alteração na participação
societária da investidora. Porém, a redução do PL da investida há de ser
registrada pela sociedade investidora sob a forma de provisão para perdas,
quando esta redução ou perda estiver comprovada como permanente.

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6.1 - CUSTO DE AQUISIÇÃO


Por tudo o que já se viu, podemos definir que custo de aquisição representa o valor
líquido e efetivo despendido na operação de aquisição da participação societária.
Assim, o custo de aquisição engloba os valores relativos a:
B Valor aplicado na formação de capital para constituição de nova sociedade;
B Valor despendido na aquisição ou subscrição de novas ações ou quotas por aumento
de capital, inclusive ágio;
B Montante pago pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou deságio;
B Valor pago a título de corretagem.
Para consolidar o estudo, buscamos o auxílio de exemplos práticos a fim de registrarmos
a operação de aquisição:

EXEMPLO 1:
A Companhia Tambaqui, com boa situação financeira, resolveu aplicar parcela de seus
recursos, de forma permanente, na empresa Tucunaré Ltda., cujo capital social é de R$
20.000,00, representado por 20.000 quotas. A aquisição, à vista, da Cia Tambaqui se limitou a
1.500 quotas ao custo unitário de R$ 1,10, isto é, com ágio de R$ 0,10 por quota e mais uma
taxa de corretagem de R$ 50,00.
Assim, os valores despendidos pela Cia Tambaqui foram:
1.500 quotas x R$ 1,00 = R$ 1.500,00
Ágio de R$ 0,10 por quota = R$ 150,00
Corretagem = R$ 50,00
Total = R$ 1.700,00
Esse fato deverá ser contabilizado pela Cia Tambaqui da seguinte forma:
Investimento na empresa Tucunaré Ltda.
a Caixa/Bancos R$ 1.700,00
Perceba que o valor despendido a título de ágio foi integrado ao valor do investimento,
bem como o foi o valor da corretagem. Na aquisição de investimento pelo método do custo é
assim que se procede!

EXEMPLO 2:
A Cia Salmão adquiriu da Cia Trutas 500 ações, pagando à vista o montante de R$
5.000,00. O capital da Cia Trutas é composto por 6.000 ações, com valor individual de R$
10,00. Desta forma, o lançamento contábil da operação, na Cia Salmão, será:
Investimento na Cia Trutas
a Caixa/Bancos R$ 5.000,00

Observe que não houve ágio/deságio e outros custos de aquisição, logo o valor a ser
registrado como custo de aquisição é apenas o gasto efetivamente realizado na aquisição deste
investimento.

EXEMPLO 3:
A Cia Pica Pau adquiriu da Cia Colibri a quantia de 12.000 ações pelo preço de R$
9.000,00. O capital da Cia Colibri é de R$ 100.000,00, representado por 100.000 ações.
Houve, portanto, um deságio na operação de R$ 3.000,00.
O lançamento contábil na Cia Pica Pau será:
Investimentos na Cia Colibri

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a Caixa/Bancos R$ 9.000,00
Importante notar que o valor do deságio foi considerado como diminuição de custo de
aquisição, sendo registrado apenas o valor líquido do investimento adquirido.
Portanto, para investimentos que serão avaliados pelo método do custo, todos os
gastos realizados para sua aquisição o integrarão, não se fazendo o destaque do ágio ou do
deságio quando existirem, isto é, o investimento será registrado pelo valor efetivamente gasto
na sua aquisição, aí incluído o valor da corretagem e do ágio. Já o valor do deságio será
deduzido, registrando-se o investimento pelo valor líquido da transação.

6.2 - PROVISÃO PARA PERDAS


Por determinação da lei societária, os investimentos avaliados pelo Método do Custo de
Aquisição, devem ser registrados pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas e
corrigidos monetariamente. Corroboram com esse dispositivo os Princípios Contábeis da
Prudência, Registro pelo Valor Original, Oportunidade, Atualização Monetária e Competência.
Por pertinente, cabe ressaltar que “esta provisão é indedutível” para fins de Imposto
de Renda a partir de 01 de janeiro de 1996, por força do disposto na lei nº 9.249/1995.
Entretanto, como o objetivo da contabilidade é mais amplo, não se restringindo aos preceitos
da legislação fiscal, essa provisão há de ser constituída quando houver perdas prováveis na
realização do valor do investimento, desde que essas perdas sejam comprovadas como
permanentes consoante previsão na lei societária. Para fins fiscais, quando da apuração do
Lucro Real, os valores das despesas com provisão dessa natureza serão adicionados no LALUR
(Livro de Apuração do Lucro Real) ao Lucro Líquido do Exercício.
Dessa forma, quando houver redução no Patrimônio Líquido da sociedade
investida, decorrente de resultados negativos, isto é, prejuízos acumulados por diversos
exercícios, o valor patrimonial das ações sofrerá redução e esta deverá ser registrada na
sociedade investidora. Note que é valor patrimonial das ações que sofrerá redução e não a sua
cotação na bolsa de valores. Portanto, a regra para os investimentos permanentes é diferente
da aplicada aos investimentos temporários que são passíveis de provisão quando a cotação das
ações em bolsa de valores estiver abaixo do custo de aquisição.
EXEMPLO 4:
Supondo que a Cia Investemal seja detentora de ações da Cia Falidos, adquiridas e
registradas em seu patrimônio pelo custo de R$ 10.000,00 e que as ações da Cia Falidos estão
desvalorizadas em função de sucessivos resultados negativos e que isto traga um reflexo para
a investidora no valor de R$ 800,00, o lançamento contábil pertinente será o seguinte:
Perdas na participação societária
a Provisão para Perdas em Participação Societária R$ 800,00

Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação societária é


uma despesa não operacional e a provisão é conta retificadora de Ativo Permanente –
Investimento. Portanto, no Balanço Patrimonial o fato ficará registrado no Ativo Permanente –
Investimento, do seguinte modo:
Ativo Permanente
Investimentos
Ações na Cia Falidos 10.000,00
(-) Provisão para perdas (800,00)

Por pertinente, cabe destacar que, por ocasião da reversão desta provisão, esta reversão
se constituirá em receita não-operacional.

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6.3 - DIVIDENDOS RECEBIDOS OU DECLARADOS


No Balanço Patrimonial de qualquer empresa deve estar designada a destinação do lucro
do exercício, quer no Patrimônio Líquido, sob a forma de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou
Reservas, quer no Passivo, sob a forma de Dividendos a Pagar ou Dividendos Propostos.
É de salientar, ainda, que consoante o disposto no art. 186 da lei societária, os
dividendos serão declarados a partir da conta Lucros Acumulados, com base em um Lucro
Ajustado nos termos do art. 202 da mesma lei. Veja que o dividendo será debitado a conta de
lucros ou prejuízos acumulados, porém a apuração do seu valor terá por base o lucro ajustado.
A sociedade investidora deve providenciar a obtenção dessa informação junto a
sociedade investida, isto é, deve procurar saber se houve a declaração de dividendo ou a
proposição de dividendo, a fim de efetuar o devido lançamento desse dividendo no seu balanço
patrimonial, se for o caso.
Em se tratando de distribuição de lucro pela investida, mediante registro no passivo
(dividendos a pagar ou propostos), a investidora deverá reconhecer esse direito com o
correspondente registro no ativo circulante ou realizável a longo prazo em conta própria de
"Dividendos a Receber" em contrapartida de conta de receita operacional, "Receita de
Dividendos".
Os registros contábeis serão os seguintes:
1 - Pelo reconhecimento do direito ao dividendo:
Dividendos a Receber
a Receita de Dividendos R$ 2.000,00
2 – Pelo efetivo recebimento do dividendo:
Caixa/Bancos
a Dividendos a Receber R$ 2.000,00
Perceba que a sociedade investida deve comunicar à sociedade investidora desse seu
direito ao dividendo. Caso a sociedade investidora não seja informada desse direito, ela
somente o reconhecerá quando do efetivo recebimento, dispensando-se, assim, o primeiro
lançamento por desconhecimento do fato e o dividendo será contabilizado pelo seu
recebimento conforme o regime de caixa da seguinte forma:
Caixa/Bancos
a Receita de Dividendos R$ 2.000,00
Nota-se, assim, que, nas sociedades que avaliam seus investimentos pelo Método do
Custo de Aquisição, os dividendos são sempre considerados receita operacional na empresa
investidora, ao passo que as perdas são consideradas despesa não operacional.
Convém frisar que nas sociedades que avaliam seus investimentos pelo Método da
Equivalência Patrimonial o dividendo declarado pela sociedade investida reduz o valor do
investimento, não havendo o porquê se falar em receita quando do recebimento de dividendo,
pois a receita será reconhecida na avaliação do investimento pela Equivalência Patrimonial.

Atenção!
Outro aspecto a analisar é o caso em que a investidora recebe dividendo
quando a aquisição do investimento conta com menos de 06 (seis)
meses.

Entende-se, pela análise da legislação fiscal (art. 380 do RIR/99, transcrito a seguir), que
nessa hipótese a investidora adquiriu, além da participação, o direito ao dividendo, ou seja, o

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dividendo já era devido ao tempo da transação ou aquisição do investimento. Assim, por


ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele não será considerado receita
operacional, mas uma redução do próprio investimento.
Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em
decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição,
adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão
registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não
influenciarão as contas de resultado (Decreto-lei nº 2.072, de 1983, art. 2º).
O lançamento desse fato será contabilizado da seguinte forma:
Caixa/Bancos
a Investimentos Permanentes
a Investimentos na Cia ZETA R$ 1.000,00

Percebe-se que houve um crédito em investimentos permanentes e dentro desse grupo


foi creditada a conta específica do investimento. Este lançamento não precisa ser,
necessariamente, desta forma, pois bastaria que creditássemos a conta específica do
investimento. Porém, lançamento com essa forma de apresentação já foi cobrado em prova de
concurso e é sempre bom estar preparado para o que der e vier!
Ressalte-se, entretanto, que se a empresa investidora adquiriu o investimento em
janeiro de 20x3, e a empresa investida apurou lucro e a conseqüente declaração de dividendo
em 20x2, a empresa investidora não terá direito de receber esse dividendo, pois ele pertence
aos detentores ou titulares de ações no final do exercício de 20x2, quando o dividendo foi
declarado, ou seja, a detentora da participação societária da época já havia registrado em seu
ativo o direito ao dividendo e este era nominal a ela.

6.4 – ASPECTOS FISCAIS


Os dividendos recebidos pela investidora são receitas operacionais e não são
tributadas pelo imposto de renda, portanto podem ser excluídos do lucro contábil na apuração
do lucro real (lucro fiscal = base de cálculo do imposto de renda).
Não são dedutíveis para fins de apuração do lucro real as provisões para perdas
prováveis. Por isso, na apuração do Lucro Real, as contrapartidas dessas provisões devem ser
adicionados ao resultado contábil.
Os ganhos apurados na alienação da participação societária são tributáveis pelo
imposto de renda ao passo que as perdas são passíveis de dedução da base de cálculo do
mesmo imposto. Vale frisar que tanto os ganhos quanto as perdas, decorrentes da alienação
de participação societária permanente, são receitas ou despesas não operacionais.

6.5 – ASPECTOS LEGAIS E CONTÁBEIS


Observando o critério de ordem decrescente do grau de liquidez estabelecido no art.
178, § 1º, a lei societária insere os Investimentos Permanentes no primeiro subgrupo do Ativo
Permanente, ao passo que o art. 179, da mesma lei, determina quais contas devem integrar
este subgrupo investimentos. Deduz-se daí que, mesmo sendo parte do ativo permanente, os
investimentos apresentam uma certa expectativa de realização o que não é afeto ao
imobilizado e ao diferido ou, em outras palavras, o ativo permanente investimentos é, dentre o
permanente, o primeiro grupo que pode ser alienado em caso de crise de liquidez.

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e
a análise da situação financeira da companhia.
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§1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de


liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
...
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo
diferido.
...
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:...
III – em investimentos: as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo
circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia
ou da empresa;

No art. 188 da lei societária, que trata da elaboração da Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos (DOAR), nos é apresentada a seguinte norma:
Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as
modificações na posição financeira da companhia, discriminando:
I – as origens dos recursos, agrupadas em:
...
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo
prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado;
II – as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
...
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo
diferido;

No que for pertinente a avaliação desses investimentos, encontramos amparo legal no


inciso III do art. 183. Este dispositivo estabelece que os investimentos devem ser avaliados
pelo custo de aquisição, corrigido monetariamente e ajustado por provisão para perdas
comprovadas como permanentes:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os
seguintes critérios:
...
III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades,
ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido
de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa
perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas
bonificadas;

Da análise desse inciso III extraímos as seguintes conclusões:


1 - Em relação às participações societárias permanentes, a lei estabelece dois critérios de
avaliação:

Pelo custo de aquisição – Método de Custo


Pelo valor do patrimônio líquido – Método da Equivalência Patrimonial
O Método do Custo é o que estamos analisando. O Método da Equivalência Patrimonial
será objeto de análise no tópico seguinte.

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2 – Os investimentos pelo Método do Custo de Aquisição serão avaliados pelo custo de


aquisição e deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando
essa perda estiver comprovada como permanente.
3 - A perda será comprovada como permanente quando a sociedade investida apresentar
prejuízos acumulados, estiver em processo de recuperação judicial ou extra-judicial ou for
decretada a falência. Veja que todas as hipóteses acabam reduzindo o valor do patrimônio
líquido, sendo, em última análise essa a causa que pode ensejar a constituição da provisão
para perdas. Outro aspecto a salientar diz respeito ao princípio contábil da prudência, pois este
reclama a constituição de provisão quando existir incerteza de grau variável. Desta forma,
para constituirmos uma provisão, qualquer que seja, deve haver alguma incerteza, seja em
relação ao valor, ao fato ou outro aspecto qualquer, pois se não há essa incerteza a perda é de
fato e nesse caso devemos baixar o investimento por perecimento, cuja baixa terá como
contrapartida uma despesa não operacional e será dedutível pela legislação fiscal.
4 – Na parte final do inciso sob análise está grifado “... e que não será modificado em
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas”. Essas
ações ou quotas bonificadas podem surgir pelo aumento do capital social com utilização de
reservas ou lucros acumulados. Veja-se que nesse caso há aumento do capital social sem que
os acionistas ou sócios tivessem desembolsado recursos financeiros. A sociedade investida
pode emitir, neste caso, as chamadas ações ou quotas bonificadas, repassando-as, de forma
proporcional, aos detentores de ações ou quotas. Pode, também, aumentar o valor nominal
das ações já existentes. Em ambos os casos, não há custo para a sociedade investidora.
Conforme disposto nos arts. 592 a 594 do Decreto nº 3.000/1990 - Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/99), as empresas tributadas com base no lucro real poderão optar por
aplicações em incentivos fiscais, com parte do Imposto de Renda devido:
“Opção na Declaração
Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá optar
pela aplicação de parcelas do imposto de renda devido, nos termos do
disposto neste Capítulo, em incentivos fiscais especificados nos arts. 609, 611
e 613 (Decreto-lei nº 1.376, de 12 de dezembro de 1974, art. 1º).
Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455,
mantidas as demais disposições sobre a matéria, integrará o cálculo dos
incentivos fiscais destinados ao FINOR, FINAM e FUNRES (Lei nº 8.541, de
1992, art. 11).
Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam aos
impostos devidos por lançamento de ofício ou suplementar, observado ainda
o disposto no § 11 do art. 394 (Lei nº 4.239, de 1963, art. 18, § 5º, alínea
"a", e Decreto-lei nº 756, de 1969, art. 1º, § 6º).”

7 – MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL


A avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial significa que a
sociedade investidora avaliará sua participação societária, na sociedade investida, utilizando como
parâmetro o percentual de sua participação no capital social daquela sociedade. Esse percentual de
participação no capital social da sociedade investida será aplicado sobre o Patrimônio Líquido
daquela Sociedade, resultando no valor do investimento da Sociedade Investidora.
Com a adoção desse método de avaliação de Investimentos os resultados das controladas e
coligadas serão reconhecidos pela sociedade investidora no exercício em que forem gerados. Além
dos resultados, também serão reconhecidos pela Sociedade Investidora quaisquer outros efeitos
no Patrimônio Líquido da Sociedade Investida como, por exemplo, o aumento ou redução de
Reservas de Reavaliação e de Reservas de Capital, as quais não transitam por resultado na
sociedade investida enquanto se constituem em reservas.
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O fundamento ou a lógica do método da equivalência patrimonial consiste, pois, em se


considerar que o Patrimônio Líquido Contábil representa o capital próprio ou a riqueza própria de
uma entidade. Assim, se determinada empresa possui participação no capital social de outra, então
ela terá direito à participação no Patrimônio Líquido dessa outra sociedade na mesma proporção de
sua participação no capital social. Desta forma, por exemplo, se a empresa CITRICA S/A participa
com 20% do capital social da empresa LARANJEIRAS S/A, ela (a empresa CITRICA S/A) terá direito
de participar, também, de 20% no Patrimônio Líquido da empresa LARANJEIRAS S/A, ou de outra
forma, 20% do Patrimônio Líquido da empresa LARANJEIRAS S/A pertencem à empresa CITRICA
S/A.
Para ilustrar o assunto, de forma preliminar, tomemos o seguinte exemplo: a sociedade
Deleitos S.A. adquire ações ordinárias da Cia Soneca, que no conjunto representam 30% do Capital
Social desta. A CIA Soneca possui seu capital dividido em ações ordinárias e ações preferenciais de
forma equânime. A Deleitos S.A. avaliará, invariavelmente, essa participação considerando aquele
percentual sobre o Patrimônio Líquido da Cia Soneca. Desta forma, se no momento da aquisição o
Patrimônio Líquido da Cia Soneca foi de R$ 100.000,00, a participação societária será registrada, na
Deleitos S.A., pelo valor de R$ 30.000,00 que é o valor patrimonial das ações.
Registro da aquisição do investimento:
Participações Societárias – Cia Soneca
a Caixa R$ 30.000,00
Contudo, se a Cia Soneca auferir lucros, mesmo que não haja distribuição de dividendos, a
participação da Deleitos S.A. aumentará. Por exemplo, o PL da Cia Soneca aumentou em R$
10.000,00 decorrente de resultados obtidos, passando o PL a ser R$ 110.000,00. Imediatamente a
Deleitos S.A. reconhecerá essa variação patrimonial na sociedade investida, aumentando o valor do
seu investimento em R$ 3.000,00.
A contrapartida desse lançamento será uma receita operacional (ganho por equivalência
patrimonial ou resultado positivo da equivalência patrimonial), a ser registrado na investidora
Deleitos. A sua participação passará para R$ 33.000,00 (30% de R$ 100.000,00, valor original; mais
30% de R$ 10.000,00, valor do resultado gerado na sociedade investida). Perceba que o percentual
de participação societária não foi alterado, pois não houve mudança na estrutura do Capital Social da
sociedade investida.
Registro na Cia Deleitos dos lucros auferidos na investida:
Participações Societárias – Cia Soneca
a Ganhos por Equivalência Patrimonial R$ 3.000,00

Tentamos, com esse exemplo, de forma singela, demonstrar o princípio deste método de
avaliação de investimentos. Contudo, o método da equivalência patrimonial apresenta algumas
particularidades próprias e se configura, no todo, em operações mais complexas do que a acima
apresentada. Nos tópicos seguintes procuraremos explicar suficientemente os aspectos específicos
deste método de avaliação, de modo que você possa resolver, com segurança, quaisquer questões
de provas envolvendo o assunto.
A par dessa introdução modesta, podemos conceituar o método da equivalência
patrimonial como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora são avaliados
tendo como referência o percentual de participação no capital social da sociedade investida aplicado
sobre o Patrimônio Líquido desta mesma sociedade investida, consignando, com isso, os resultados e
quaisquer variações patrimoniais na sociedade investida a partir do momento de sua geração,
independentemente de o resultado ser positivo ou negativo e de haver ou não distribuição de
dividendos ou lucros.

7.1 – DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS

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Para que possamos entender o processo de avaliação de investimentos pelo Método da


Equivalência Patrimonial – MEP, é necessário que algumas definições, como sociedade
controladora, sociedade coligada normal e sociedade coligada por equiparação, relevância,
exercício de influência etc. sejam analisadas de forma pormenorizada. Para tanto, nos
socorremos dos enunciados da Lei nº 6.404/76 e dos preceitos da Instrução CVM nº 247/96,
esta última complementada por nota explicativa emitida pela própria CVM.
Outra definição, que nos é fornecida pelo caput do art. 4º da lei societária, diz respeito a
definição de companhia aberta e de companhia fechada. Para a Lei, a companhia é aberta ou
fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à
negociação no mercado de valores mobiliários.

7.1.1 – CONTROLADA E CONTROLADORA


O conceito oficial dessas duas figuras jurídicas é encontrado no § 2º do art. 243 da lei
societária, que assim preceitua:

Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da


companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
...
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou
através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de
modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger
a maioria dos administradores.(Grifamos).
Do comando legal se extrai que sociedade controladora é aquela que possui a titularidade de
mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou ações com direito a voto de outra sociedade,
que será controlada. O controle não necessita ser direto, podendo ser por intermédio de outra
controlada, isto é, admite-se o controle indireto.
Assim, por exemplo, se a sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capital votante da
sociedade Baleia S.A. e, esta, por sua vez, participa da com 60% do Capital votante da sociedade
Cará S.A., então a sociedade Anchova S.A. é controladora da sociedade Baleia S.A. de forma direta e
da sociedade Cará S.A. de forma indireta, que são suas controladas.
Isto é assim porque, se a sociedade Anchova S.A. dita as regras que devem ser seguidas pela
sociedade Baleia S.A., ela, de forma indireta, estará ditando, também, a conduta da sociedade Cará
S.A., pois esta última é controlada da sociedade Baleia S.A., logo seguirá as diretrizes por ela
traçada. A sociedade Baleia S.A. traçará diretrizes para a sociedade Cará S.A. conforme orientações
de sua controladora, a sociedade Anchova S.A..
Controle
Anchova S.A. Direto Baleia S.A.
Controle direto
Controle indireto
Cará S.A.

É de se salientar, ainda, que a titularidade do Capital Social há de ser permanente, pois


quando não possui esse caráter, o investimento é classificado no Ativo Circulante ou Realizável a
Longo Prazo, conforme já vimos no início do nosso estudo e corroborado por orientação da própria
CVM.
Outro aspecto interessante é o que diz respeito à preponderância nas deliberações sociais. De
regra, tem-se preponderância quando se possui a maioria do Capital Votante. Entretanto, na
prática, em situações não raras, é possível que uma parcela do capital votante, menor que a

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maioria, defina os rumos de uma sociedade. É o caso em que as ações da sociedade investida estão
pulverizadas no mercado de forma que, nas assembléias deliberativas, parte dos acionistas
detentores de ações ordinárias com direito a voto, não participam das deliberações tomadas pela
maioria presente.
Por oportuno, cabe mencionar que a lei das Sociedades Anônimas, em seu art. 15, § 2º,
preceitua que as ações sem direito a voto não poderão exceder a 50% do total das ações de uma
companhia. Com isto, a lei admite a possibilidade de o Capital Votante estar representado por
apenas 50% do Capital Total.
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram
a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da
companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.
§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição
no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do
total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001).
Ora, ocorrendo essa hipótese, 25% do Capital Total mais uma ação pode representar a
maioria do Capital Votante, isto é, a detenção, de forma permanente, de 25,01% do Capital Total
pode representar a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores, desde que a companhia tenha 50% do seu capital representado por ações sem
direito a voto e que o investidor ou investidora com participação de 25,01% possua somente ações
ordinárias, isto é, ações representativas do capital votante.
Atente-se ao fato que o art. 15 da lei societária foi sensivelmente alterada pela Lei nº 10.303,
de 31/10/2001. Antes dessa alteração, o dispositivo apregoava que as ações preferenciais sem
direito a voto não poderiam exceder a 2/3 do total das ações. Com isto se admitia a hipótese de
uma empresa ser constituída sob a forma de S.A. com apenas 1/3 do total de suas ações serem
ordinárias. Ora, para exercer a preponderância nas deliberações é necessário que se detenha a
maioria do capital votante. Este poderia ser obtido com a detenção de apenas 16,7% do total das
ações, desde que todas fossem com direito a voto e a sociedade investida tivesse seu capital
formado conforme os limites máximos admitidos por lei, isto é, 2/3 em ações preferenciais e 1/3 em
ações ordinárias.
No § 3º do art. 243 da lei das sociedades anônimas, observa-se a exigência da interveniência
da CVM, desta feita com relação as informações que devem ser divulgadas ou veiculadas pelas
companhias abertas:
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da
companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
...
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e
controladas, que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Com respeito ao assunto e dentro de sua competência, delegada pela lei, a CVM, por meio da
Instrução 247/96, assim se pronunciou:
Art. 3º - Considera-se controlada, para os fins desta Instrução:
I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ou indiretamente, seja
titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente:
a) - preponderância nas deliberações sociais; e
b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.
II - Filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de representação no
exterior, sempre que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos
na contabilidade da investidora, por força de normatização específica; e
III - Sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, previstos nas
alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo estejam sob controle comum ou
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sejam exercidos mediante a existência de acordo de votos,


independentemente do seu percentual de participação no capital votante.
Parágrafo Único - Considera-se, ainda, controlada a subsidiária integral,
tendo a investidora como única acionista.
Percebe-se, portanto, que, com relação à definição de sociedade controladora e controlada, a
CVM reproduziu, basicamente, o texto da lei. Entretanto, a autarquia avançou no conceito inserindo
no rol das sociedades controladas as filiais, agências, sucursais, dependências e escritórios de
representação no exterior de sociedades brasileiras, quando estas extensões necessitam se constituir
com personalidade jurídica própria em face da legislação do país estrangeiro onde estejam.
Importante salientar que, nestas circunstâncias, as filiais, sucursais etc. terão personalidade jurídica
própria e, em respeito ao princípio da entidade, se constituem em entidade diversa da matriz.
Portanto, nestas condições, as filiais, sucursais etc. serão subsidiárias integrais da sociedade
brasileira, isto é, serão empresas de capital brasileiro com um único sócio ou acionista.
A respeito de subsidiária integral e antes que haja interpretação equivocada sobre o essa
forma jurídica, convém frisar que esta figura não ocorre somente quando uma empresa brasileira
possua filiais, sucursais etc. no exterior que necessitam se revestir de personalidade jurídica própria,
em face da legislação daqueles países, pois esta figura jurídica é perfeitamente compatível com a
legislação nacional. Assim, poderemos ter uma empresa nacional constituída com capital subscrito
por uma única e outra empresa nacional. Então, subsidiária integral é aquela empresa de capital
nacional que possui como única sócia ou acionista outra empresa brasileira, seja por força de
legislação alienígena ou por ato voluntário da empresa nacional.
Por fim, cabe tecer um breve comentário sobre outra forma de controle, o controle comum.
Esta forma de controle é muito utilizada na prática pelos grandes grupos empresariais onde diversas
pessoas ou empresas são participantes do capital social de outra ou outras, cuja participação
individual não atinge percentual suficiente para garantir a preponderância nas deliberações. Por
questões de interesses e de administrabilidade, algumas pessoas ou empresas, leia-se sócios ou
acionistas, pactuam no sentido de unir seus capitais formando um grupo que, no conjunto,
representa a maioria do capital votante. É de salientar que, para esta figura jurídica, o percentual de
participação de cada uma das sociedades investidoras na sociedade investida é irrelevante, pois o
controle se dará pelo conjunto de sociedades investidoras que conseguem juntar a maioria do capital
votante da empresa investida.
Para dar maior clareza ao assunto, tomemos o seguinte exemplo:
A empresa BOMCAIXA S/A possui o seu capital social, de R$ 6.780.000,00, formado por
2.712.000 ações preferencias e 4.068.000 ações ordinárias. O seu estatuto prevê que somente as
ações ordinárias têm direito a voto nas principais deliberações da companhia. Desta forma, o
detentor ou detentores de 2.034.001 ações (mais de 50% do capital votante) terão assegurados a
preponderância nas deliberações da companhia. Porém, nenhum acionista, de forma isolada, possui
esta quantidade de ações. A empresa CAIXACURTO S/A possui 2.013.660 (49,5% do capital
votante) o que não lhe assegura a preponderância absoluta nas deliberações da companhia. Há a
empresa GRANACURTA LTDA que investiu apenas R$ 24.408,00, adquirindo 24.408 ações ordinárias
(0,6% do capital votante e 0,36% do capital total) da empresa BOMCAIXA S/A. As duas sociedades
investidoras acordaram no sentido de tomarem as deliberações em conjunto, isto é, formaram um
acordo para manterem o controle comum. Como o somatório de suas ações ordinárias representa
50,1% do capital votante da companhia BOMCAIXA S/A, elas passaram a ser as controladoras
daquela empresa.
O perfeito entendimento do exemplo acima será muito útil para dirimir certas dúvidas que
poderão surgir ao longo do nosso estudo, principalmente no concernente a quem deve avaliar os
seus investimentos pelo MEP. Perceba que, pelo exemplo, a empresa GRANACURTA LTDA, com
apenas 0,6% do capital votante da empresa BOMCAIXA S/A, o que representa somente 0,36% do
capital total, é a sua controladora, juntamente com a empresa CAIXACURTO S/A!!!

7.1.1.1 – NORMAS DE TRANSIÇÃO DA LEI Nº 10.303/01

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Com a edição da Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001, algumas alterações


significativas foram introduzidas na Lei nº 6.404/76. A maioria dessas alterações já estão
consolidadas nos textos legais apresentados ao longo do presente trabalho. Entretanto,
algumas normas, especificamente em relação a vigência e a aplicação das alterações,
necessitam de detalhamento maior.
Neste contexto, os arts. 6º ao 9º dessa lei merecem a transcrição e alguns comentários
para reforçar o seu entendimento.
Art. 6o As companhias existentes deverão proceder à adaptação do seu
estatuto aos preceitos desta Lei no prazo de 1 (um) ano, a contar da data em
que esta entrar em vigor, devendo, para este fim, ser convocada assembléia-
geral dos acionistas.
Veremos no art. 8º, principalmente no inciso III, que esta regra não é absoluta, havendo
casos em que a situação anterior a lei reformadora poderá perdurar por tempo, dependendo
da vontade das empresas de capital aberto já constituídas.
Art. 7o O disposto no art. 254-A da Lei no 6.404, de 1976, não se aplica às
companhias em processo de desestatização que, até a data da promulgação
desta Lei, tenham publicado um edital.
Art. 8o A alteração de direitos conferidos às ações existentes em decorrência
de adequação a esta Lei não confere o direito de recesso de que trata o art.
137 da Lei no 6.404, de 1976, se efetivada até o término do ano de 2002.
§ 1o A proporção prevista no § 2o do art. 15 da Lei no 6.404, de 1976, será
aplicada de acordo com o seguinte critério:
I - imediatamente às companhias novas;
II - às companhias fechadas existentes, no momento em que decidirem abrir
o seu capital; e
III - as companhias abertas existentes poderão manter proporção de até dois
terços de ações preferenciais, em relação ao total de ações emitidas, inclusive
em relação a novas emissões de ações.
Chamamos atenção a essa regra ou permissibilidade dada às companhias abertas que
podem manter 2/3 de suas ações representadas por ações preferenciais e apenas 1/3 de ações
ordinárias. Essa disposição é de extrema importância, pois segundo ela podemos ter duas
formas de determinação do controle com participação em percentuais diferenciados no capital
votante da sociedade investida. Percebe-se que com 2/3 de ações preferenciais restam 1/3 de
ações ordinárias, vale dizer, apenas 33,33% do capital total pode estar representado por
capital votante. Com isto, se a sociedade (companhia aberta) que foi constituída nesses
percentuais, alguém que detenha apenas 16,7% das ações e desde que sejam com direito a
voto, pode ser o controlador, pois poderá possuir a maioria do capital votante.
§ 2o Nas emissões de ações ordinárias por companhias abertas que optarem
por se adaptar ao disposto no art. 15, § 2o, da Lei no 6.404, de 1976, com a
redação que lhe é conferida por esta Lei, poderá não ser estendido aos
acionistas titulares de ações preferenciais, a critério da companhia, o direito
de preferência a que se refere o art. 171, § 1o, alínea b, da Lei no 6.404, de
1976. Uma vez reduzido o percentual de participação em ações preferenciais,
não mais será lícito à companhia elevá-lo além do limite atingido.
§ 3o As companhias abertas somente poderão emitir novas ações preferenciais
com observância do disposto no art. 17, § 1o, da Lei no 6.404, de 1976, com a
redação dada por esta Lei, devendo os respectivos estatutos ser adaptados ao
referido dispositivo legal no prazo de 1 (um) ano, após a data de entrada em
vigor desta Lei.

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§ 4o Até a assembléia-geral ordinária que se reunir para aprovar as


demonstrações financeiras do exercício de 2004, inclusive, o conselheiro eleito
na forma do § 4o, inciso II, ou do § 5o do art. 141, da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, será escolhido em lista tríplice elaborada pelo acionista
controlador; e, a partir da assembléia-geral ordinária de 2006, o referido
conselheiro será eleito nos termos desta Lei, independentemente do mandato
do conselheiro a ser substituído.
Art. 9o Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua
publicação oficial, aplicando-se, todavia, a partir da data de publicação, às
companhias que se constituírem a partir dessa data.
É sempre importante verificar quando que uma norma entra em vigor, pois somente
poderá produzir efeitos a partir daquela data, ficando os atos praticados no interregno da
edição da lei e da sua vigência aos auspícios da legislação anterior. No presente caso, a lei foi
publicada em 31/10/2001.

7.1.2 – COLIGADA
O conceito legal de Sociedade Coligada nos é fornecido pelo § 1º, do art. 243 da lei das
sociedades anônimas que assim dispõe:

Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da


companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% (dez por cento)
ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.
Desta forma, a única condição para que se considere uma sociedade coligada de outra é que
haja uma participação com, no mínimo, de 10% do Capital Social da outra sociedade (investida).
Perceba que na lei não há previsão de participação indireta e tampouco referência à espécie de
ações ou do tipo societário adotado na constituição da empresa. Portanto, pode haver coligação de
Sociedade Anônima em Limitada e vice-versa e, no caso de ser a investida uma Sociedade Anônima,
não importa se a participação é constituída por ações preferenciais ou ordinárias. Para caracterizar a
coligação importa apenas que as ações possuídas pela sociedade investidora sejam em percentual
igual ou superior a 10% do Capital Social da sociedade investida.
Um exemplo hipotético nos ajudará a elucidar os conceitos antes desenvolvidos.
Supondo que a CIA TUCUNARÉ tenha participação no Capital Social em diversas empresas,
como segue:
1 – 11% do Capital Social, sem direito a voto, da CIA CARÁ;
2 – 6% do Capital Social, ações com direito a voto e 7% do Capital Social, ações
sem direito a voto da CIA TAMBAQUI;
3 – 4% do Capital com direito a voto e 5% do capital sem direito a voto da CIA
TRUTA; e
4 – 3% do Capital com direito a voto e 4% do Capital não votante da CIA SALMÃO.
Considerando, tão somente, essas participações societárias da CIA TUCUNARÉ, conclui-se
que:
1 – A CIA CARÁ e a CIA TAMBAQUI são suas coligadas;
2 – A CIA TRUTA e a CIA SALMÃO não são coligadas da CIA TUCUNARÉ.

7.1.3 – EQUIPARADA A COLIGADA

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Pelo disposto nas alíneas “a” e “b” do parágrafo único do art. 2º da Instrução CVM nº
247/96, constata-se a hipótese da existência de sociedade equiparada à coligada. Além disto,
salienta aquela autarquia, que a equiparação pode ser de forma direta ou indireta. Observa-se
que, embora não conste na lei a figura da coligação indireta, na norma da CVM existe esta
possibilidade com relação à coligação por equiparação.
Nesse conceito de sociedade equiparada à coligada, não nos interessa o percentual de
participação do capital social como um todo. Interessa-nos o percentual de participação no
capital votante representado pelas ações ordinárias.
Portanto, consoante o disposto no art. 15 da lei societária, que limita o percentual
máximo de ações preferenciais em 50% (para as empresas que já estavam constituídas em
31/10/2001 o limite pode continuar 1/3), e supondo que estamos diante de uma empresa que
tenha seu capital social constituído com aquele percentual de ações preferenciais, uma
sociedade que participa com 10% do capital votante dessa outra empresa será considerada
coligada por equiparação. No entanto, sua participação no capital social da sociedade investida
será de apenas 5%.
Outro aspecto a merecer nossa atenção diz respeito à participação indireta, fazendo
surgir, também, a figura da coligada por equiparação. Nesse particular, tomemos o seguinte
exemplo:
A empresa Aspa S/A detém 25% do capital social da empresa Corintos S/A, sem
controlá-la. Salienta-se que as ações possuídas por Aspa S/A são todas do tipo ordinárias, ou
com direito a voto. Corintos S/A é coligada de Aspa S/A. A Empresa Corintos S/A participa do
capital votante da empresa Búfalo S/A com 40%, sem controlá-la. É de salientar que o capital
de Búfalo S/A é composto de ações ordinárias e preferenciais, logo a participação de Corintos
S/A em Búfalo S/A pode representar apenas em 20% do capital total, sendo certo de que a
participação de Corintos S/A no capital total de Búfalo S/A é menor do que 40% . Mesmo
assim, Búfalo S/A é coligada de Corintos S/A. A participação indireta de Aspa S/A no capital
votante de Búfalo S/A é de 10% (25% de 40% ou 0,25 x 0,4 = 0,10, ou seja 10%), logo
Búfalo S/A é coligada de Aspa S/A por equiparação indireta. É interessante notar que a
participação indireta de Aspa S/A no capital total de Búfalo S/A é menor do que 10%, mas
como já o dissemos, não nos interessa a participação no capital total. Interessa-nos, na análise
da equiparação, apenas, a participação direta ou indireta no capital votante.
Esquematicamente, a participação societária total e participação societária no capital
votante se apresenta da seguinte forma:

Participação capital total Participação no capital votante

Aspa S/A Aspa S/A

25% 25%

Corintos S/A 5% Corintos S/A 10%

20% 40%

Búfalo S/A Búfalo S/A

Para “fechar” o tópico, transcrevemos o art. 2º da Instrução CVM nº 247/96:

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Art. 2º - Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com


10% (dez por cento) ou mais do capital social da outra, sem controlá-la.
Parágrafo Único - Equiparam-se às coligadas, para os fins desta Instrução:
a) - as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez por
cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la;
b) - as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez por
cento) ou mais do capital votante da outra, sem controlá-la,
independentemente do percentual da participação no capital total.

Por meio do OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, a CVM se manifestou do


seguinte modo acerca do assunto:
Dúvidas tem surgido quanto à forma de se ajustar o MEP nos casos de participação
indireta. Neste caso, a companhia aberta deve ajustar o balanço da controlada/coligada em
que detenha a participação direta para efeitos de aplicação do MEP, ou solicitar-lhe, quando
aplicável, que já contemple tais efeitos nas suas demonstrações.
Esse mesmo entendimento é aplicável nos casos em que individualmente o investimento
de coligadas/controladas não atinja o percentual necessário para caracterizar a coligação,
porém o somatório das participações caracterize a empresa como equiparada à coligada.
É importante ressaltar ainda que, na aplicação do MEP em sociedades equiparadas,
deverão ser observadas as mesmas condições de relevância do investimento e de influência na
administração definidas nos artigos 4° e 5° da Instrução CVM n° 247/96, e aplicáveis às
coligadas. Um cuidado adicional que as companhias abertas devem ter, quando da aplicação
do MEP em sociedades equiparadas, é quanto ao percentual de participação a ser utilizado.
Lembramos que o percentual anteriormente referido, de 10% ou mais do capital votante,
serve para medir a equiparação, não representando, necessariamente, o percentual a ser
utilizado para aplicação do MEP.

7.1.4 – INVESTIMENTO RELEVANTE


O conceito de investimento relevante diz respeito, unicamente, à sociedade
investidora. A definição legal de investimento relevante nos é fornecido pelo parágrafo único
do art. 247 da lei societária que assim dispõe:

Art. 247. As notas explicativas dos investimentos relevantes devem conter


informações precisas sobre as sociedades coligadas e controladas e suas
relações com a companhia, indicando:
...
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou
superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é
igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da
companhia.
Constata-se que um investimento é relevante se ele representa, no mínimo e
isoladamente, 10% do Patrimônio Líquido da sociedade investidora e que seja em sociedade
coligada, ou, se no conjunto das sociedades coligadas e controladas, o valor contábil do
investimento for equivalente a, no mínimo, 15% do Patrimônio Líquido da companhia
investidora.
A CVM, com fundamento na competência que lhe foi delegada pela lei societária, se
pronunciou, por meio da Instrução CVM nº 247/96, do seguinte modo:
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento:

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I - Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual ou


superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da investidora; ou
II - Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas,
considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15% (quinze por cento)
do patrimônio líquido da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e controlada abrange o
custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio não amortizado,
deduzido do deságio não amortizado e da provisão para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos incisos I e II deste
artigo, ao valor contábil do investimento deverá ser adicionado o montante
dos créditos da investidora contra suas coligadas e controladas.
Percebe-se que, pelo inciso I deste ato normativo, a análise a ser efetuada para determinar a
relevância de um investimento de forma isolada deve considerar, exclusivamente, os investimentos
em sociedades coligadas. Assim, não se faz a análise da relevância dos investimentos em
controladas, de forma isolada, pois entende aquela autarquia que os investimentos em sociedades
controladas são sempre relevantes.
Já na análise da relevância dos investimentos, tomados em conjunto, devemos considerar
também os investimentos que a sociedade investidora possua em controladas. Assim, na análise
conjunta somamos todos os investimentos em coligadas e controladas. Se o valor contábil alcançar
15% ou mais do Patrimônio Líquido da sociedade investidora, então os investimentos em sociedades
coligadas serão, também, relevantes, visto que os investimentos em controladas são sempre
relevantes!
Outro aspecto que merece relevo é o pertinente ao disposto no § 2º do ato normativo acima
transcrito, pois, conforme nele consta, devem ser adicionados aos investimentos o montante dos
créditos da investidora contra suas coligadas e controladas.
Atente-se ao fato de que não são todos os créditos da investidora contra suas
controladas e coligadas que devem ser somados ao valor do investimento para determinar a
relevância. Somente os créditos de natureza não operacional, tais como os adiantamentos
para futuro aumento de capital e os empréstimos é que devem compor o cálculo. Isto se deve
ao fato de que, com a adição desses créditos, se procura alcançar os investimentos aplicados
em ações ou que possuam essa finalidade. Logo os créditos operacionais normais, tais como
contas a receber decorrentes de operações comerciais comuns realizadas com qualquer tipo de
cliente, não devem ser considerados no cálculo da relevância. Pode-se dizer, assim, que os
créditos contra as sociedades coligadas e controlados, classificados no circulante, não devem
figurar no cálculo, visto que lá só devem ser registrados os créditos normais (operacionais)
contra as sociedades coligadas e controladas. Por outro lado, não podemos concluir que todos
os créditos contra as sociedades coligadas e controladas classificadas no Ativo Realizável a
Longo Prazo devam compor o cálculo, pois pode haver créditos operacionais contra
coligadas/controladas com prazo de realização após o final do exercício social subseqüente,
que não devem ser considerados. De resto, aqueles créditos decorrentes de transações não
normais, que sempre devem ser classificados no ARLP, devem ser adicionados ao valor do
investimento para analisar a relevância.
É de ressaltar, ainda, que débitos não operacionais a favor de coligadas ou a favor de
controladas são desconsiderados na apuração da relevância. Apenas os crébitos não operacionais
contra as coligadas e controladas devem ser adicionados aos investimentos na determinação da
relevância.

Atenção!!!
Veja que o valor dos créditos decorrentes de empréstimos ou outros direitos só
entram no cálculo para se estabelecer a relevância, mas o valor contábil do
investimento não contempla essas somas.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30


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Convém destacar que a Lei nº 6.404/76, no § 1° do art. 248, também se manifesta acerca do
assunto, dispondo que devem ser considerados os créditos não operacionais existentes no Ativo
Realizável a Longo Prazo da empresa investidora à empresa investida, no somatório para verificar a
relevância. Excetuam-se desta regra os empréstimos feitos pela investidora, instituição financeira, às
suas coligadas ou controladas em decorrência de serem estes oriundos de sua atividade operacional.
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste
artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de créditos
da companhia contra as coligadas e controladas.
É prudente, ainda, que fiquemos atentos ao fato de que o valor contábil, segundo orientação
da CVM deve ser apurado antes de registrar o resultado da respectiva equivalência patrimonial e o
seu reflexo no Patrimônio Líquido da sociedade investidora. Segundo a CVM, a adoção dessa
metodologia traz maior simplicidade na apuração da relevância. Perceba que esta forma de proceder
altera os percentuais do Patrimônio Líquido representados por participações societárias em coligadas
ou coligadas/controladas, conforme estamos diante da análise isolada ou conjunta. Este fato poderá
ser denotado nos exemplos seguintes.

EXEMPLO 1
Consideremos que a investidora Tubarão S.A., cujo Patrimônio Líquido é de R$ 100.000,00 e
que vende habitualmente a prazo, indistintamente a qualquer cliente que comprove capacidade de
pagamento, possua as seguintes participações societárias em suas coligadas:

Empréstimo para
Valor do Duplicatas a
Investida futuro aumento de Duplicatas a pagar
investimento receber
capital
Tambaqui R$ 10.500,00 R$ 1.500,00
Tucunaré R$ 5.000,00 R$ 7.000,00
Truta R$ 4.000,00 R$ 15.000,00

TOTAIS R$ 19.500,00 R$ 7.000,00 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00

Analisando esses investimentos quanto ao aspecto da relevância, teremos:


a) Isoladamente
O investimento de R$ 10.500,00, na investida Tambaqui, é relevante porque representa
10,5% do PL da sociedade investidora. Salienta-se que o valor de Duplicatas a Pagar não deve
influenciar no cálculo da relevância do investimento, conforme vimos na definição de relevância
apresentada acima.
O investimento de R$ 5.000,00, na investida Tucunaré, somado ao empréstimo para futuro
aumento de capital de R$ 7.000,00, é relevante, pois representa 12% do Patrimônio Líquido da
sociedade Tubarão. Atente-se ao fato que empréstimo para futuro aumento de capital, como de
resto qualquer empréstimo quando isto não se constitui em operação normal, são créditos não
operacionais da sociedade investidora quando ela não possua, evidentemente, essa atividade como
objeto social.
O investimento de R$ 4.000,00, na investida Truta, não é relevante, visto que representa
apenas 4% do PL da sociedade investidora. Ressalta-se que o valor de Duplicatas a Receber não
deve influenciar o cálculo da relevância do investimento, pois é decorrente de atividade operacional.

b) No conjunto
Os investimentos efetuados nas sociedades Tambaqui e Tucunaré continuam sendo
relevantes, pois a análise do conjunto dos investimentos não lhes tira aquela condição adquirida
quando analisadas isoladamente.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 31


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Perceba que o somatório dos investimentos, ou valor contábil dos investimentos, é de R$


19.500,00. A esse valor devemos adicionar o montante de R$ 7.000,00, relativo ao empréstimo para
aumento de capital. Assim, o valor dos investimentos, com a finalidade específica de analisar a
relevância, é de R$ 26.500,00. Logo, o investimento na sociedade Truta passa a ser relevante, pois
o somatório dos investimentos em coligadas e controladas ultrapassam a 15% do PL da sociedade
investidora.
A propósito, o VALOR CONTÁBIL do investimento é determinado conforme a seguir
demonstrado:
(+) valor registrado corrigido monetariamente
(+) saldo do ágio não amortizado
(- ) saldo do deságio não amortizado
(- ) provisão para perdas prováveis, se houver
(=) VALOR CONTÁBIL DO INVESTIMENTO
(+) créditos decorrentes de empréstimos ou outros direitos não operacionais
(=) BASE DE CÁLCULO, PARA FINS DE SE ESTABELECER A RELEVÂNCIA

EXEMPLO 2
A Cia Tucunaré, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 80.000,00, possui as seguintes
participações societárias:
- R$ 8.100,00 na coligada Cia Salmão
- R$ 3.500,00 na controlada Cia Truta
Analisando esses investimentos, conclui-se que os dois investimentos da Cia Tucunaré
são relevantes, pois os investimentos em sociedades controladas são sempre relevantes e o
investimento de R$ 8.100,00 na Cia Salmão, isoladamente, é relevante, visto que R$ 8.100,00
é superior a 10% do seu Patrimônio Líquido.
Perceba que o investimento na Cia Truta é inferior a 10% do PL da Cia Tucunaré.
Entretanto, por se tratar de controlada, o investimento na Cia Truta há de ser avaliado pelo
MEP, conforme disposto no art. 248 da Lei nº 6.404/76 e corroborado pelos arts. 1º e 5º da
Instrução CVM nº 247/96. Por isso, quando se trata de controlada não há razão de se
determinar a relevância do investimento, a não ser para verificar se os investimentos em
coligadas são relevantes quando analisados em conjunto com os investimentos em
controladas.

EXEMPLO 3
A Cia Colibri, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 30.000.000,00, possui os seguintes participações
societárias:
- R$ 120.000,00 na sociedade Canário Ltda., cujo capital social é R$ 800.000,00;
- R$ 140.000,00 na empresa Papagaio S.A., cujo capital social, constituído exclusivamente de
ações ordinárias, é de R$ 270.000,00;
- R$ 280.000,00 na empresa Periquito Ltda., cujo capital social é de R$ 700.000,00 e formado
exclusivamente por ações ordinárias. Esta sociedade participa no capital votante da
empresa Pavão S.A. com R$ 60.000,00, o que representa 30% do capital votante. O Capital
Social desta empresa é composto por 50% de ações ordinárias e de 50% de ações
preferenciais, cujo montante é de R$ 400.000,00;
- R$ 4.400.000,00 na Cia Sabiá, cujo capital social é de R$ 20.000.000,00; e
- R$ 2.000.000,00 na Cia Urubu, cujo capital social é de R$ 25.000.000,00, constituído
exclusivamente de ações ordinárias.
Analisando esses investimentos da Cia Colibri, constata-se que:

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 32


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1 – A sociedade Canário Ltda. é sua coligada, visto que participa com 15% do capital social
desta empresa. O investimento, todavia, analisado de forma isolada não é relevante, pois não
alcança 10% do PL da sociedade investidora;
2 – A empresa Papagaio S.A. é sua controlada, visto que detém mais da metade das ações
com direito a voto, o que lhe assegura a preponderância nas deliberações. Logo, este investimento é
relevante já que todos os investimentos em controladas são relevantes;
3 – A empresa Periquito Ltda. é sua coligada, pois o seu investimento representa 40% do
capital social daquela empresa, mas o investimento, por si só, não é relevante;
4 – a empresa Pavão S.A. é sua coligada por equiparação indireta, pois o investimento indireto
da Cia Colibri representa 12% do capital votante daquela empresa (40% de 30%). Perceba que a
participação indireta Cia Colibri no capital total da empresa Pavão S.A. representa apenas 6% e,
mesmo assim, ela é coligada por equiparação;
5 – A Cia Sabiá é sua coligada, pois a sua participação alcança mais de 10% do capital social
daquela empresa (ela representa 22% do capital da investida). Esse investimento é também
relevante, pois representa, de forma isolada, mais do que 10% do PL da Cia Colibri;
6 – A Cia Urubu não é sua coligada, pois o investimento representa menos do que 10% do
capital social daquela empresa.
Assim, por enquanto, pela análise individual dos investimentos, podemos afirmar que dos
investimentos da Cia Colibri, são relevantes o realizado na empresa Papagaio S.A., pelo fato de esta
ser sua controlada e o investimento realizado na Cia Sabiá, pois representa mais do que 10% do seu
PL.
A análise dos investimentos de forma conjunta deve considerar apenas os investimentos
realizados em coligadas e controladas. Portanto, o investimento realizado na Cia Urubu não será
considerado. Também não será considerado, para a apuração do percentual do PL representado por
investimentos em coligadas e controladas, o investimento indireto na empresa Pavão S.A., pois o
valor desse investimento será computado no investimento realizado na empresa Periquito Ltda.
Assim, a Cia Colibri possui o seguinte quadro de investimentos em coligadas e controladas:
- R$ 120.000,00 na coligada Canário Ltda.;
- R$ 140.000,00 na controlada Papagaio S.A.;
- R$ 280.000,00 na coligada Periquito Ltda.; e
- R$ 4.400.000,00 na coligada Cia Sabiá.
O montante dos investimentos em sociedades coligadas e controladas é de R$ 4.940.000,00, o
que representa 16,47% do PL da Cia Colibri (4.940.000 / 30.000.000 X 100), logo todos os
investimentos em coligadas são, também, relevantes pela análise em conjunto.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 33


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7.1.4 – INVESTIMENTO RELEVANTE


O conceito de investimento relevante diz respeito, unicamente, à sociedade
investidora. A definição legal de investimento relevante nos é fornecido pelo
parágrafo único do art. 247 da lei societária que assim dispõe:

Art. 247. As notas explicativas dos investimentos relevantes devem


conter informações precisas sobre as sociedades coligadas e
controladas e suas relações com a companhia, indicando:
...
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é
igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido
da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor
contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do
patrimônio líquido da companhia.
Constata-se que um investimento é relevante se ele representa, no mínimo e
isoladamente, 10% do Patrimônio Líquido da sociedade investidora e que seja em
sociedade coligada, ou, se no conjunto das sociedades coligadas e controladas, o valor
contábil do investimento for equivalente a, no mínimo, 15% do Patrimônio Líquido da
companhia investidora.
A CVM, com fundamento na competência que lhe foi delegada pela lei societária,
se pronunciou, por meio da Instrução CVM nº 247/96, do seguinte modo:
Art. 4º - Considera-se relevante o investimento:
I - Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual
ou superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da
investidora; ou
II - Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e
coligadas, considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15%
(quinze por cento) do patrimônio líquido da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e controlada
abrange o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio
não amortizado, deduzido do deságio não amortizado e da provisão
para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos incisos I e II
deste artigo, ao valor contábil do investimento deverá ser adicionado o
montante dos créditos da investidora contra suas coligadas e
controladas.
Percebe-se que, pelo inciso I deste ato normativo, a análise a ser efetuada para
determinar a relevância de um investimento de forma isolada deve considerar,
exclusivamente, os investimentos em sociedades coligadas. Assim, não se faz a análise da
relevância dos investimentos em controladas, de forma isolada, pois entende aquela
autarquia que os investimentos em sociedades controladas são sempre relevantes.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1


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Já na análise da relevância dos investimentos, tomados em conjunto, devemos


considerar também os investimentos que a sociedade investidora possua em controladas.
Assim, na análise conjunta somamos todos os investimentos em coligadas e controladas.
Se o valor contábil alcançar 15% ou mais do Patrimônio Líquido da sociedade investidora,
então os investimentos em sociedades coligadas serão, também, relevantes, visto que os
investimentos em controladas são sempre relevantes!
Outro aspecto que merece relevo é o pertinente ao disposto no § 2º do ato normativo
acima transcrito, pois, conforme nele consta, devem ser adicionados aos investimentos o
montante dos créditos da investidora contra suas coligadas e controladas.
Atente-se ao fato de que não são todos os créditos da investidora contra suas
controladas e coligadas que devem ser somados ao valor do investimento para
determinar a relevância. Somente os créditos de natureza não operacional, tais
como os adiantamentos para futuro aumento de capital e os empréstimos é que
devem compor o cálculo. Isto se deve ao fato de que, com a adição desses créditos,
se procura alcançar os investimentos aplicados em ações ou que possuam essa
finalidade. Logo os créditos operacionais normais, tais como contas a receber
decorrentes de operações comerciais comuns realizadas com qualquer tipo de cliente,
não devem ser considerados no cálculo da relevância. Pode-se dizer, assim, que os
créditos contra as sociedades coligadas e controlados, classificados no circulante, não
devem figurar no cálculo, visto que lá só devem ser registrados os créditos normais
(operacionais) contra as sociedades coligadas e controladas. Por outro lado, não
podemos concluir que todos os créditos contra as sociedades coligadas e controladas
classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo devam compor o cálculo, pois pode
haver créditos operacionais contra coligadas/controladas com prazo de realização
após o final do exercício social subseqüente, que não devem ser considerados. De
resto, aqueles créditos decorrentes de transações não normais, que sempre devem
ser classificados no ARLP, devem ser adicionados ao valor do investimento para
analisar a relevância.
É de ressaltar, ainda, que débitos não operacionais a favor de coligadas ou a favor de
controladas são desconsiderados na apuração da relevância. Apenas os crébitos não
operacionais contra as coligadas e controladas devem ser adicionados aos investimentos
na determinação da relevância.

Atenção!!!
Veja que o valor dos créditos decorrentes de empréstimos ou outros
direitos só entram no cálculo para se estabelecer a relevância, mas o valor
contábil do investimento não contempla essas somas.

Convém destacar que a Lei nº 6.404/76, no § 1° do art. 248, também se manifesta


acerca do assunto, dispondo que devem ser considerados os créditos não operacionais
existentes no Ativo Realizável a Longo Prazo da empresa investidora à empresa investida,
no somatório para verificar a relevância. Excetuam-se desta regra os empréstimos feitos
pela investidora, instituição financeira, às suas coligadas ou controladas em decorrência de
serem estes oriundos de sua atividade operacional.
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos
deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os
saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2


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É prudente, ainda, que fiquemos atentos ao fato de que o valor contábil, segundo
orientação da CVM deve ser apurado antes de registrar o resultado da respectiva
equivalência patrimonial e o seu reflexo no Patrimônio Líquido da sociedade investidora.
Segundo a CVM, a adoção dessa metodologia traz maior simplicidade na apuração da
relevância. Perceba que esta forma de proceder altera os percentuais do Patrimônio
Líquido representados por participações societárias em coligadas ou coligadas/controladas,
conforme estamos diante da análise isolada ou conjunta. Este fato poderá ser denotado
nos exemplos seguintes.

EXEMPLO 1
Consideremos que a investidora Tubarão S.A., cujo Patrimônio Líquido é de R$
100.000,00 e que vende habitualmente a prazo, indistintamente a qualquer cliente que
comprove capacidade de pagamento, possua as seguintes participações societárias em
suas coligadas:

Empréstimo
Valor do para futuro Duplicatas a Duplicatas a
Investida
investimento aumento de receber pagar
capital
Tambaqui R$ 10.500,00 R$ 1.500,00
Tucunaré R$ 5.000,00 R$ 7.000,00
Truta R$ 4.000,00 R$ 15.000,00

TOTAIS R$ 19.500,00 R$ 7.000,00 R$ 15.000,00 R$ 1.500,00

Analisando esses investimentos quanto ao aspecto da relevância, teremos:


a) Isoladamente
O investimento de R$ 10.500,00, na investida Tambaqui, é relevante porque
representa 10,5% do PL da sociedade investidora. Salienta-se que o valor de Duplicatas a
Pagar não deve influenciar no cálculo da relevância do investimento, conforme vimos na
definição de relevância apresentada acima.
O investimento de R$ 5.000,00, na investida Tucunaré, somado ao empréstimo
para futuro aumento de capital de R$ 7.000,00, é relevante, pois representa 12% do
Patrimônio Líquido da sociedade Tubarão. Atente-se ao fato que empréstimo para futuro
aumento de capital, como de resto qualquer empréstimo quando isto não se constitui em
operação normal, são créditos não operacionais da sociedade investidora quando ela não
possua, evidentemente, essa atividade como objeto social.
O investimento de R$ 4.000,00, na investida Truta, não é relevante, visto que
representa apenas 4% do PL da sociedade investidora. Ressalta-se que o valor de
Duplicatas a Receber não deve influenciar o cálculo da relevância do investimento, pois é
decorrente de atividade operacional.

b) No conjunto
Os investimentos efetuados nas sociedades Tambaqui e Tucunaré continuam sendo
relevantes, pois a análise do conjunto dos investimentos não lhes tira aquela condição
adquirida quando analisadas isoladamente.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3


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Perceba que o somatório dos investimentos, ou valor contábil dos investimentos, é


de R$ 19.500,00. A esse valor devemos adicionar o montante de R$ 7.000,00, relativo ao
empréstimo para aumento de capital. Assim, o valor dos investimentos, com a finalidade
específica de analisar a relevância, é de R$ 26.500,00. Logo, o investimento na sociedade
Truta passa a ser relevante, pois o somatório dos investimentos em coligadas e
controladas ultrapassam a 15% do PL da sociedade investidora.
A propósito, o VALOR CONTÁBIL do investimento é determinado conforme a seguir
demonstrado:
(+) valor registrado corrigido monetariamente
(+) saldo do ágio não amortizado
(- ) saldo do deságio não amortizado
(- ) provisão para perdas prováveis, se houver
(=) VALOR CONTÁBIL DO INVESTIMENTO
(+) créditos decorrentes de empréstimos ou outros direitos não operacionais
(=) BASE DE CÁLCULO, PARA FINS DE SE ESTABELECER A RELEVÂNCIA

EXEMPLO 2
A Cia Tucunaré, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 80.000,00, possui as seguintes
participações societárias:
- R$ 8.100,00 na coligada Cia Salmão
- R$ 3.500,00 na controlada Cia Truta
Analisando esses investimentos, conclui-se que os dois investimentos da Cia
Tucunaré são relevantes, pois os investimentos em sociedades controladas são
sempre relevantes e o investimento de R$ 8.100,00 na Cia Salmão, isoladamente, é
relevante, visto que R$ 8.100,00 é superior a 10% do seu Patrimônio Líquido.
Perceba que o investimento na Cia Truta é inferior a 10% do PL da Cia Tucunaré.
Entretanto, por se tratar de controlada, o investimento na Cia Truta há de ser
avaliado pelo MEP, conforme disposto no art. 248 da Lei nº 6.404/76 e corroborado
pelos arts. 1º e 5º da Instrução CVM nº 247/96. Por isso, quando se trata de
controlada não há razão de se determinar a relevância do investimento, a não ser
para verificar se os investimentos em coligadas são relevantes quando analisados em
conjunto com os investimentos em controladas.

EXEMPLO 3
A Cia Colibri, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 30.000.000,00, possui os seguintes
participações societárias:
- R$ 120.000,00 na sociedade Canário Ltda., cujo capital social é R$ 800.000,00;
- R$ 140.000,00 na empresa Papagaio S.A., cujo capital social, constituído
exclusivamente de ações ordinárias, é de R$ 270.000,00;
- R$ 280.000,00 na empresa Periquito Ltda., cujo capital social é de R$ 700.000,00 e
formado exclusivamente por ações ordinárias. Esta sociedade participa no capital
votante da empresa Pavão S.A. com R$ 60.000,00, o que representa 30% do
capital votante. O Capital Social desta empresa é composto por 50% de ações
ordinárias e de 50% de ações preferenciais, cujo montante é de R$ 400.000,00;

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4


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- R$ 4.400.000,00 na Cia Sabiá, cujo capital social é de R$ 20.000.000,00; e


- R$ 2.000.000,00 na Cia Urubu, cujo capital social é de R$ 25.000.000,00,
constituído exclusivamente de ações ordinárias.
Analisando esses investimentos da Cia Colibri, constata-se que:
1 – A sociedade Canário Ltda. é sua coligada, visto que participa com 15% do capital
social desta empresa. O investimento, todavia, analisado de forma isolada não é relevante,
pois não alcança 10% do PL da sociedade investidora;
2 – A empresa Papagaio S.A. é sua controlada, visto que detém mais da metade das
ações com direito a voto, o que lhe assegura a preponderância nas deliberações. Logo,
este investimento é relevante já que todos os investimentos em controladas são
relevantes;
3 – A empresa Periquito Ltda. é sua coligada, pois o seu investimento representa
40% do capital social daquela empresa, mas o investimento, por si só, não é relevante;
4 – a empresa Pavão S.A. é sua coligada por equiparação indireta, pois o
investimento indireto da Cia Colibri representa 12% do capital votante daquela empresa
(40% de 30%). Perceba que a participação indireta Cia Colibri no capital total da empresa
Pavão S.A. representa apenas 6% e, mesmo assim, ela é coligada por equiparação;
5 – A Cia Sabiá é sua coligada, pois a sua participação alcança mais de 10% do
capital social daquela empresa (ela representa 22% do capital da investida). Esse
investimento é também relevante, pois representa, de forma isolada, mais do que 10% do
PL da Cia Colibri;
6 – A Cia Urubu não é sua coligada, pois o investimento representa menos do que
10% do capital social daquela empresa.
Assim, por enquanto, pela análise individual dos investimentos, podemos afirmar que
dos investimentos da Cia Colibri, são relevantes o realizado na empresa Papagaio S.A.,
pelo fato de esta ser sua controlada e o investimento realizado na Cia Sabiá, pois
representa mais do que 10% do seu PL.
A análise dos investimentos de forma conjunta deve considerar apenas os
investimentos realizados em coligadas e controladas. Portanto, o investimento realizado na
Cia Urubu não será considerado. Também não será considerado, para a apuração do
percentual do PL representado por investimentos em coligadas e controladas, o
investimento indireto na empresa Pavão S.A., pois o valor desse investimento será
computado no investimento realizado na empresa Periquito Ltda.
Assim, a Cia Colibri possui o seguinte quadro de investimentos em coligadas e
controladas:
- R$ 120.000,00 na coligada Canário Ltda.;
- R$ 140.000,00 na controlada Papagaio S.A.;
- R$ 280.000,00 na coligada Periquito Ltda.; e
- R$ 4.400.000,00 na coligada Cia Sabiá.
O montante dos investimentos em sociedades coligadas e controladas é de R$
4.940.000,00, o que representa 16,47% do PL da Cia Colibri (4.940.000 / 30.000.000 X
100), logo todos os investimentos em coligadas são, também, relevantes pela análise em
conjunto.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5


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7.1.5 – INVESTIMENTO INFLUENTE


A exata definição do que seja investimento influente é o último aspecto a ser
analisado para que possamos determinar se um investimento em sociedade coligada deve
ou não ser avaliado pelo MEP.
Tanto o art. 248 da Lei nº 6.404/76, quanto o art. 5º da Instrução CVM nº 247/96,
condicionam a avaliação dos investimentos em sociedades coligadas pelo MEP ao exercício
da influência na administração da sociedade investida.
São exemplos do exercício de influência da sociedade investidora na sociedade
investida, entre outros, os seguinte fatos:
a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de
administradores comuns;
b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores;
c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência
técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora;
d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira;
e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de
planos de investimento; ou
f) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.
Também se considera influente, pela leitura do art. 248 da lei e do art. 5º do ato
normativo expedido pela CVM, o investimento quando ele representa no mínimo 20% do
capital social da sociedade investida. Esta disposição apresenta, hoje, em nosso modo de
analisar o assunto, pelo menos duas impropriedades. Senão vejamos:
1 – que tipo de influência podia exercer uma empresa que detinha, por exemplo,
25% das ações de outra sociedade se estas ações eram todas preferenciais?
Certamente esta disposição foi incluída no art. 248 da lei e também no art. 5º do ato
normativo da CVM em função do que estava disposto no § 4º do art. 141 da Lei nº
6.404/76, que apresentava a seguinte redação:
§ 4º Se o número de membros do conselho de administração for
inferior a 5 (cinco), é facultado aos acionistas que representem 20%
(vinte por cento), no mínimo, do capital com direito a voto, a
eleição de um dos membros do conselho, observado o disposto no §
1º.
Percebe-se que os acionistas detentores de 20% (vinte por cento), no mínimo,
do capital com direito a voto, podiam eleger um dos membros do conselho de
administração, o que representa, efetivamente, o exercício de influência. Mas veja-se
que a classe de ações teria de ser com direito a voto. É justamente neste aspecto que
o legislador pecou ao redigir o texto do art. 248, pois não fez referência a qual tipo de
capital social, quando deveria estar presente a figura do capital votante!
2 – O segundo equívoco que entendemos haver, hoje, é que o § 4º do art. 141
da Lei nº 6.404/76 teve sua redação modificada pela Lei nº 10.303, de 31/10/2001. A
matéria passou a ter a seguinte redação, inclusive com o acréscimo dos §§ 5º a 8º ao
referido artigo:
§ 4º Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do
conselho de administração, em votação em separado na assembléia-
geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos titulares,
respectivamente: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
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I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto,


que representem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das
ações com direito a voto; e (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de
31.10.2001);
II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de
emissão de companhia aberta, que representem, no mínimo, 10%
(dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o direito
previsto no estatuto, em conformidade com o art. 18. (Inciso incluído
pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001).
§ 5º Verificando-se que nem os titulares de ações com direito a voto e
nem os titulares de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto
restrito perfizeram, respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e
II do § 4º, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem em
conjunto um membro e seu suplente para o conselho de
administração, observando-se, nessa hipótese, o quorum exigido pelo
inciso II do § 4º. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de
31.10.2001);
§ 6º Somente poderão exercer o direito previsto no § 4º os acionistas
que comprovarem a titularidade ininterrupta da participação acionária
ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no mínimo,
imediatamente anterior à realização da assembléia-geral. (Parágrafo
incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001);
§ 7º Sempre que, cumulativamente, a eleição do conselho de
administração se der pelo sistema do voto múltiplo e os titulares de
ações ordinárias ou preferenciais exercerem a prerrogativa de eleger
conselheiro, será assegurado a acionista ou grupo de acionistas
vinculados por acordo de votos que detenham mais do que 50%
(cinqüenta por cento) das ações com direito de voto o direito de eleger
conselheiros em número igual ao dos eleitos pelos demais acionistas,
mais um, independentemente do número de conselheiros que,
segundo o estatuto, componha o órgão. (Parágrafo incluído pela Lei nº
10.303, de 31.10.2001);
§ 8º A companhia deverá manter registro com a identificação dos
acionistas que exercerem a prerrogativa a que se refere o § 4º.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001).
Denota-se que o exercício da influência, fixada em percentual, foi sensivelmente
modificado e, no entanto, no art. 248 não houve nenhuma alteração. É bem verdade que
se uma empresa detém participação no capital votante de outra que alcance 20%, ela terá
efetivamente o direito de designar um elemento do conselho de administração. Porém,
com as alterações introduzidas no art. 141, esse direito será exercido com participação de
apenas 15% no capital votante ou se ela detiver ações preferenciais que representem pelo
menos 10% do capital total ou, ainda, somando-se ações com direito a voto e preferenciais
que perfaçam 15% do capital social! Assim, de qualquer forma a redação do art. 248 é
imprópria, quer por não fazer referência ao capital votante, quer porque o percentual ali
constante foi alterado.
No nosso entender, aquele dispositivo deveria ter a redação alterada, substituindo-se
o trecho “ ... ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital social,...”
por “... ou que tenha o direito de eleger um representante do conselho de administração
conforme definido nos §§ 4º ao 8º do art. 141, ...”, visto que, com a nova redação do art.
141 até mesmo os acionistas preferenciais possuem o poder exercer esse direito e para
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isto necessitam de apenas 10% das ações representativas do capital social. Observa-se,
entretanto, que os acionistas detentores da maioria do capital votante continuam com o
direito de eleger a maioria dos administradores.
Desta forma, entendemos que se um investidor possuir 15% do capital social de
outra empresa, nos termos do art. 141 da lei, ele terá o direito de eleger um representante
do conselho de administração e seu suplente e o conseqüente exercício de influência.
Entretanto, como o art. 248 da lei não foi alterado até a edição deste livro, aquela
regra também está valendo, o que pode gerar sérias discussões se o assunto for cobrado
em provas!
Outra questão que ficou assente diz respeito ao parágrafo 7º, pois nele está grafado
que os acionistas controladores (detentores de mais de 50% das ações com direito a voto)
têm o direito de eleger mais do que 50% dos membros do conselho de administração, o
que é bastante sensato, pois se alguém possui a maioria do capital votante é razoável que
ele possa traçar os destinos do empreendimento.

7.2 – OBRIGATORIEDADE DE AVALIAÇÃO PELO MÉTODO DA


EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP)
A lei estabelece no art. 248, caput, que os investimentos relevantes em sociedades
coligadas e sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% ou
mais do Capital Social, e os investimentos em sociedades controladas, serão avaliados pelo
método da equivalência patrimonial.
A Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, em seu art. 5º, regulamentando
as disposições da lei societária, estabelece que deverão ser avaliados pelo método da
equivalência patrimonial os investimentos em cada controlada e os investimentos
relevantes em cada coligada ou equiparada a coligada. Ressalta-se que a investidora deve
exercer influência na administração ou possuir no mínimo 20% do capital social da
sociedade coligada.
Portanto, para enfatizar os preceitos da Instrução CVM nº 247/96, todos os
investimentos em controladas devem ser avaliados pelo Método da Equivalência
Patrimonial (MEP).
Já para os investimentos em coligadas e equiparadas a coligadas, devemos
determinar se o investimento é relevante conforme visto no item 7.1.5. Sendo relevante o
investimento, verifica-se se a participação no capital da coligada ou equiparada é superior
a 20%. Sendo a participação superior a 20%, então o investimento é avaliado pelo MEP.
No caso de o investimento relevante ser inferior a 20% do capital social da coligada ou
equiparada, devemos verificar se a investidora exerce influência na administração da
sociedade investida, pois os investimentos dessa natureza somente deverão ser avaliados
pelo MEP quando existir essa influência.
Consoante o disposto nos §§ 4º a 8º do art. 141 da lei societária, todos os
investimentos relevantes que representam 15% ou mais do capital votante da sociedade
investida devem ser avaliados pelo MEP, pois quando possuem essa característica haverá o
exercício da influência administrativa, visto que lhes é assegurado eleger 01 (um)
conselheiro do conselho de administração e o respectivo suplente. Além dessa participação
no capital votante, aquele dispositivo também assegura ao detentor de 10% de ações
preferenciais a eleição de um representante do conselho de administração e o seu
respectivo suplente, sendo mais uma forma do exercício da influência administrativa.

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Assim, os investimentos em coligadas e equiparadas somente serão avaliados pelo


MEP quando forem relevantes. Além de relevantes devem ser superiores a 20% do
capital social da investida ou, caso não atinjam esse percentual, a investidora deve exercer
influência na coligada ou equiparada, o que pode ser atingido com a detenção de forma
permanente de 15% do capital votante ou de 10% do capital social da investida
representado apenas por ações preferenciais ou ainda a detenção de 15% do capital
somadas as ações com direito a voto e as preferenciais.
A legislação fiscal, por seu turno, a par das disposições da Lei nº 6.404/76 e da
Instrução CVM nº 247/96, invoca, por meio do art. 384 do Decreto nº 3.000/99
(RIR/99), a necessidade de avaliação pelo MEP, reproduzindo, basicamente, o texto
da lei societária ou comercial com os mesmos vícios já comentados quando da análise
da relevância.
Concluindo, as empresas que se enquadram nas condições analisadas devem
avaliar pelo MEP os seus investimentos em controladas e os investimentos relevantes,
quando influentes, em coligadas e equiparadas a coligadas. Essa avaliação pelo MEP
há de ser realizada tanto pela legislação comercial ou societária quanto pela legislação
fiscal!
Entretanto, se o investimento não satisfizer aquelas condições, então ele não
poderá ser avaliado pelo MEP e deverá ser avaliado pelo Método do Custo de
Aquisição.

7.3 – ASPECTOS LEGAIS


A fundamentação legal e obrigatoriedade da adoção deste método de avaliação de
investimentos encontram assento, como matriz primária, no art. 248 da Lei nº
6.404/1976. Embora já tenhamos transcritos este preceito de forma segmentada, é
oportuna a sua transcrição integral, que assim dispõe:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos
relevantes (artigo 247, parágrafo único) em sociedades coligadas sobre
cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% (vinte
por cento) ou mais do capital social, e em sociedades controladas, serão
avaliados pelo valor de patrimônio líquido, de acordo com as seguintes
normas:
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será
determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de
verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na
mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do
balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão
computados os resultados não realizados decorrentes de negócios com
a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por
ela controladas;
II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação,
sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da
porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada;
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o
número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente
será registrada como resultado do exercício:
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;
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c) no caso de companhia aberta, com observância das normas


expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos
deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os
saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas.
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia,
deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação
previsto no número I.
Conforme podemos observar da leitura do texto legal, a alínea “c”, do inciso III, a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é entidade apta a expedir normas complementares
sobre equivalência patrimonial. No concernente ao caput do dispositivo legal não cabe,
portanto, outra interpretação senão aquela dada pela CVM. Ressalte-se que existem
autores relutantes na adoção desse entendimento, pois insistem na idéia de que, segundo
a lei, o investimento em controladas também deve ter a sua relevância aferida. Desta
forma, para que não pairem dúvidas aos leitores, reforçamos os enunciados da Instrução
CVM, do seguinte modo:
1 – Podemos, perfeitamente e sem perder o sentido, fazer a seguinte leitura do
caput do art. 248: “No balanço patrimonial da companhia, os investimentos relevantes em
sociedades coligadas ... e os investimentos em sociedades controladas, serão avaliados
pelo valor de patrimônio líquido ...”
2 – A lei delegou competência à CVM para que esta expedisse normas
complementares sobre a avaliação de investimentos pelo método da equivalência
patrimonial. Certamente, a delegação há de englobar a interpretação da própria lei e
aquela autarquia o fez por meio da Instrução 247.
A CVM, no exercício da competência recebida por delegação legal, emitiu a
Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, alterada pela Instrução CVM nº 285, de
31 de julho de 1998, a qual determina nos arts. 1º e 5º, que:
Art. 1º - O investimento permanente de companhia aberta em
coligadas, suas equiparadas e em controladas, localizadas no país e
no exterior, deve ser avaliado pelo método da equivalência
patrimonial, observadas as disposições desta Instrução.
Parágrafo Único - Equivalência patrimonial corresponde ao valor do
investimento determinado mediante a aplicação da percentagem de
participação no capital social sobre o patrimônio líquido de cada
coligada, sua equiparada e controlada.
...
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da equivalência
patrimonial:
I - o investimento em cada controlada; e
II - o investimento relevante em cada coligada e/ou em sua
equiparada, quando a investidora tenha influência na administração ou
quando a porcentagem de participação, direta ou indireta da
investidora, representar 20% (vinte porcento) ou mais do capital
social da coligada.
Parágrafo Único - Serão considerados exemplos de evidências de
influência na administração da coligada:

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a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a


existência de administradores comuns;
b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores;
c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de
assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as
atividades da investidora;
d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira;
e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas,
bem como de planos de investimento; ou
f) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.
Depreende-se da leitura do caput do art. 1º, que o Método da Equivalência
Patrimonial (MEP) é aplicado tanto aos investimentos efetuados em sociedades localizadas
no País quanto aos investimentos realizados em empresas localizadas no exterior. Há,
entretanto, uma ressalva a fazer, pois segundo a CVM os investimentos permanentes das
companhias abertas é que são susceptíveis de avaliação pelo MEP, o que está
perfeitamente de acordo com o texto da lei, visto que em sua ementa está expresso que
ela “Dispõe sobre as Sociedades por Ações”.
Outro aspecto legal que merece ser mencionado e apresentado é o pertinente a
legislação fiscal, que por meio do art. 384, do Decreto nº 3.000/99, reproduzindo o
texto da lei comercial, assim dispõe:
Art. 384. Serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido os
investimentos relevantes da pessoa jurídica (Lei nº 6.404, de 1976,
art. 248, e Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI):
I - em sociedades controladas; e
II - em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha
influência, ou de que participe com vinte por cento ou mais do capital
social.
§ 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com dez por
cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la (Lei nº 6.404, de
1976, art. 243, § 1º).
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de
sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores
(Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, § 2º).
§ 3º Considera-se relevante o investimento (Lei nº 6.404, de 1976,
art. 247, parágrafo único):
I - em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é
igual ou superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da
pessoa jurídica investidora;
II - no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor
contábil é igual ou superior a quinze por cento do valor do patrimônio
líquido da pessoa jurídica investidora.

7.4 – TRATAMENTO DOS ITENS NÃO REALIZADOS

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A instrução CVM nº 247/96, em seus arts. 9º a 11º, normatiza os procedimentos


de avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial a serem
adotados para a obtenção do valor do investimento.
Analisando tais dispositivos normativos, percebemos que a ênfase maior é dada
à parcela de lucros não realizada intercompanhias:
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência
patrimonial, será obtido mediante o seguinte cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre
o valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não
realizados, conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos
fiscais.
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados
lucros não realizados aqueles decorrentes de negócios com a
investidora ou com outras coligadas e controladas, quando:
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de
qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora; ou
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de
qualquer natureza no balanço patrimonial de outras coligadas e
controladas.
§ 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora,
coligadas e controladas não devem ser eliminados no cálculo da
equivalência patrimonial.
§ 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas
decorrentes de negócios que tenham gerado, simultânea e
integralmente, efeitos opostos nas contas de resultado das coligadas e
controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do valor do
investimento.
Art. 10 - Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido
da coligada e controlada deverá ser determinado com base nas
demonstrações contábeis levantadas na mesma data das
demonstrações contábeis da investidora.
§ 1º - Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no caput deste
artigo, admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada
e controlada em um período máximo de defasagem de até 60
(sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da
investidora.
§ 2º - O período de abrangência das demonstrações contábeis da
coligada e controlada deverá ser idêntico ao da investidora,
independentemente das respectivas datas de encerramento.
§ 3º - Admite-se a utilização de períodos não idênticos, nos casos em
que este fato representar melhoria na qualidade da informação
produzida, sendo a mudança evidenciada em nota explicativa.
Art. 11 - Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a
investidora deverá:

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I - Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios


contábeis, em especial, referindo-se a investimentos no exterior;
II - Excluir o montante correspondente às participações recíprocas;
III - Reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes
ocorridos no período intermediário, no caso de demonstrações
contábeis levantadas em datas diversas; e
IV - Reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito
preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com
diferenciação na participação de lucros.

7.4.1 - ELIMINAÇÃO DE RESULTADOS NÃO REALIZADOS


Com a edição da resolução 247/96, a CVM adotou uma nova sistemática de
cálculo do lucro não realizado. Primeiro aplica-se o percentual de participação sobre o
patrimônio líquido para, desse montante, subtraírem-se os lucros não realizados. Isto
porque a figura do lucro não realizado existe somente na relação entre a empresa
investidora e as suas controladas/coligadas ou entre estas últimas. Para os demais
sócios/acionistas da investida o lucro é efetivo, vale dizer, é realizado.
Exemplo:
Supondo a seguinte situação em determinada companhia A, que possua um
investimento em sua controlada companhia B. O valor contábil do investimento de A
em B é de R$ 150.000,00, antes do cálculo da equivalência patrimonial, o que
representa 60% do Capital Social de B. O Patrimônio Líquido de B é de R$
300.000,00, porém estão computados em lucros acumulados os lucros obtidos em
vendas realizadas à A, no valor de R$ 10.000,00, cujos bens estão no patrimônio de
A.
Patrimônio Líquido da controlada B R$ 300.000,00
% de participação de A em B 60%
Lucros não realizados no PL de B R$ 10.000,00
Valor contábil do investimento de A em B R$ 150.000,00

Cálculo da equivalência patrimonial


Patrimônio Líquido de B R$ 300.000,00
% de participação 60%
Total do investimento de A em B R$ 180.000,00
(-) Lucros não realizados (R$ 10.000,00)
Total do Investimento líquido de A em B R$ 170.000,00
(-) Valor contábil do Investimento A em B (R$ 150.000,00)
Resultado da Equivalência Patrimonial R$ 20.000,00

Vale enfatizar que, pela nova Instrução, apenas os lucros não realizados são
eliminados na apuração do Resultado da Equivalência Patrimonial. Os prejuízos
decorrentes de transações com a investidora, controladas e coligadas, não devem ser
eliminados no cálculo da equivalência patrimonial.
Ressalte-se que, para adoção deste procedimento, o patrimônio líquido da
sociedade investida deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis
levantadas na mesma data das demonstrações contábeis da sociedade investidora.
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Entretanto, admite-se uma defasagem de no máximo 60 dias, isto é, as sociedades


investidas poderão elaborar seus demonstrativos contábeis em prazo de até 60 dias
antes dos demonstrativos da sociedade investidora. O que não é possível é a
sociedade investidora elaborar seus demonstrativos antes da sociedade investida, pois
o resultado desta última há de constar nos demonstrativos daquela investidora. Outra
possibilidade de utilização de períodos não idênticos de apuração e levantamento das
demonstrações é quando a adoção desta prática possibilite a apresentação de
informações de melhor qualidade, sendo que neste caso há de ser efetuado uma
referência em nota explicativa dessa divergência de datas.

7.4.2 – IDENTIFICAÇÃO DE RESULTADOS NÃO REALIZADOS


Consideram-se não realizados os resultados quando, por exemplo, a empresa
controlada (B) vende com lucro matérias-primas à sociedade controladora (C) e esta
não as revender (para fora do grupo). Quando consideramos controladora (C) e
controlada (B) como entidade única, verifica-se que não houve lucro, pois o valor
relativo ao suposto “lucro” está no estoque da sociedade controladora (C) . Por isso,
esse resultado deve ser eliminado na avaliação do investimento (de C em B), visto
que a operação não saiu de dentro do grupo econômico. Não houve transação com
terceiros. Se, porém, a controladora efetuar a venda dessa matéria-prima para
terceiros (D) , então não mais se exclui esse efeito, em face da realização do
resultado.
Analisando o assunto sob outro enfoque, imaginando, por exemplo, uma
sociedade conjugal, na qual a mulher vende ao marido um bem com lucro e que este
bem permaneça em poder do marido. Percebe-se que a família (o casal), composta
neste caso pelo marido e a mulher, não ganhou absolutamente nada com esta
transação. Agora, se o marido tivesse vendido o bem, mesmo que por igual preço
pago à mulher, a família (a sociedade conjugal) teria um ganho, isto é, o lucro que a
mulher obteve na venda ao marido. Com as empresas acontece exatamente a mesma
coisa, isto é, suponha que o homem ou a mulher seja a empresa controladora a
mulher ou o homem seja a empresa controlada.
Assim, o resultado não realizado é aquele que não saiu de dentro do grupo
econômico. No caso do exemplo acima ele está dentro do estoque de matérias-
primas da sociedade controladora (C). Vejam o esquema a seguir:

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Empresa B Empresa C
Empresa A Controlada de C Controladora de B
venda
com
lucro
venda
com
lucro

Empresa D

Na situação acima, a empresa C controla a empresa B. Assim, o resultado da


venda da mercadoria de B para C, mercadoria essa que foi adquirida de A, enquanto
não vendida para “fora” do grupo patrimonial de B e C, ou seja, para D, será
considerado um lucro não realizado, devendo ser excluído do resultado da
equivalência patrimonial do investimento de C em B.
Agora, se a operação for realizada com prejuízo, ele não deve ser eliminado, isto
é, o efeito negativo gerado na sociedade controlada será repassado à sociedade
controladora por meio da equivalência patrimonial (art. 9º, § 2º, da Instrução CVM nº
247/96).

7.4.3 – PROCEDIMENTOS PARA APURAÇÃO DOS RESULTADOS NÃO


REALIZADOS
Conforme disposição da Instrução da CVM, o resultado não realizado deve ser
determinado líquido de impostos. Para o caso de estoques de produtos acabados e
mercadorias essa apuração é relativamente simples, pois se sabe o valor de aquisição
e o valor dos impostos incidentes na transação.
Entretanto, em se tratando de produtos em elaboração, em processo contínuo, o
valor da matéria-prima ali incluído é de apuração mais difícil. Neste caso devemos
partir para o conceito de margem de rentabilidade da empresa vendedora, que parece
ser o meio mais hábil para se chegar ao valor do custo.

EXEMPLO:
Se uma coligada X vender para a investidora Y o total de R$ 20.000,00 em
matérias-primas, durante determinado exercício, e se estas matérias-primas tiveram
um custo de R$ 12.000,00 incluídos os tributos, ela (X) teve uma rentabilidade de
40% sobre o preço de venda.

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LUCRO = R$ 20.000,00 – R$ 12.000,00 = R$ 8.000,00


Esse lucro (R$ 8.000,00) equivale a 40% das vendas (R$ 20.000,00)
Se no final do exercício considerado a investidora Y ainda tiver no estoque um
saldo de matérias-primas adquiridas de sua coligada no valor de R$ 1.000,00, então o
lucro não realizado será de R$ 400,00 (40% de margem de lucro na venda pela
coligada), cujo valor deve ser excluído da participação societária, conforme vimos no
item anterior.

7.5 – ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DAS ALTERAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO DAS INVESTIDAS E OS REFLEXOS NA AVALIAÇÃO

7.5.1 - DAS PERDAS PERMANENTES EM INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO


MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O art. 12 da Instrução CVM nº 247/96, determina que quando existir passivo a
descoberto na sociedade investida e houver intenção manifesta da investidora de manter o
seu apoio à investida, deverá ser constituída a provisão para tal perda até o valor do
investimento. O excesso deve ser lançado em conta própria do passivo, por constituir
obrigação da sociedade investidora.
De ressaltar que essa provisão terá de ser registrada em contrapartida de resultado
não operacional.

Atenção!!!
Os prejuízos apurados no decorrer da avaliação pelo MEP (resultado
negativo na Equivalência Patrimonial) são considerados despesas
operacionais, no entanto as demais perdas relativas ao investimento são
consideradas despesas não operacionais.

Segundo aquele ato normativo, as provisões devem ser constituídas em função


de perdas efetivas, quando decorrentes de eventos que resultarem em perdas não
provisionadas pelas coligadas e controladas em suas demonstrações contábeis e
quando decorrentes de responsabilidade formal ou operacional para cobertura de
passivo a descoberto. Assim, a provisão será constituída por perdas efetivas quando
houver qualquer evento, efetivo, que reduza drasticamente o patrimônio da sociedade
investida, cujo fato não tenha sido previsto nesta sociedade por meio de provisão.
Como exemplo, podemos citar o caso em que a sociedade investida estiver sendo alvo
de ação judicial por seus empregados. Esse fato deveria ter sido provisionado como
contingências trabalhistas. Caso não haja a constituição desta provisão na investida,
então a sociedade investidora deverá constituir uma provisão para perdas. O
lançamento na investidora seria:

D – Despesa com Perdas em Investimentos (NOP)


C – Provisão para Perdas em Investimentos

Outra possibilidade de constituir a provisão para perdas permanentes é quando


há passivo a descoberto na sociedade investida e a sociedade investidora assumiu
compromisso formal para honrar certos compromissos de sua coligada ou controlada.
Neste último caso, a investidora, além de constituir provisão para perdas

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 16


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permanentes até o valor do investimento, tornando o seu valor contábil nulo, terá de
constituir uma provisão no passivo exigível, caso o valor do compromisso ultrapasse o
valor do investimento. Ora, se a sociedade investida apresenta passivo a descoberto e
a investidora assumiu compromisso formal de honrar obrigações de sua afiliada, então
é praticamente certo que o terá de fazer, pois a falência da investida é, praticamente,
inevitável.
Salienta-se que nesta hipótese, o PL da investida se torna negativo após a
participação societária. Outro aspecto a considerar é que a sociedade investida pode
ser uma controlada do tipo subsidiária integral, onde a controladora possui relação
direta com a investida. Nesse caso, a sua falência sem que os compromissos sejam
honrados acarretaria à controladora prejuízos morais e de credibilidade irreversíveis.

A possibilidade de constituir a provisão para perdas de investimentos não se


limita às perdas efetivas. Há a possibilidade de constituir a provisão para perdas
potenciais. Estas perdas potenciais devem ser estimadas quando houver tendência
de perecimento do investimento, elevado risco de paralisação de operações de
coligadas e controladas, eventos que possam prever perda parcial ou total do valor
contábil do investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e
controladas, ou, ainda, para cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou
penhor concedidos, em favor de coligadas e controladas, referentes a obrigações
vencidas ou vincendas quando caracterizada a incapacidade de pagamentos pela
controlada ou coligada.
A par da provisão constituída por perdas efetivas, deve ser constituída ainda
provisão para perdas potenciais, quando existir passivo a descoberto e houver
intenção manifesta da investidora em manter o seu apoio financeiro à investida.
Veja-se que esta provisão decorre de ato voluntário, intencional da investidora, que
assumirá tal postura na expectativa de uma provável reversão da situação deficitária
da sociedade investida, pois por mais que haja passivo a descoberto, isto nem sempre
é definitivo, podendo haver recuperação da sociedade, mesmo que remota. Outra
hipótese é o caso já analisado, referente à própria imagem da sociedade investidora.
A CVM, por meio da Instrução 247/96, regulamentou a questão da seguinte
forma:
Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para cobertura de:
I - Perdas efetivas, em virtude de:
a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas
coligadas e controladas em suas demonstrações contábeis; ou
b) - responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo
a descoberto.
II - Perdas potenciais, estimadas em virtude de:
a) - tendência de perecimento do investimento;
b) - elevado risco de paralisação de operações de coligadas e
controladas;
c) - eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil
do investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e
controladas; ou
d) - cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou penhor
concedidos, em favor de coligadas e controladas, referentes a

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 17


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obrigações vencidas ou vincendas quando caracterizada a incapacidade


de pagamentos pela controlada ou coligada.
§ 1º - Independentemente do disposto na letra " b" do inciso I, deve
ser constituída ainda provisão para perdas, quando existir passivo a
descoberto e houver intenção manifesta da investidora em manter o
seu apoio financeiro à investida.
§ 2º - A provisão para perdas deverá ser apresentada no ativo
permanente por dedução e até o limite do valor contábil do
investimento a que se referir, sendo o excedente apresentado em
conta específica no passivo.

7.5.2 – DA RESERVA DE LUCROS A REALIZAR, DOS DIVIDENDOS E


BONIFICAÇÕES EM AÇÕES RECEBIDOS PELA INVESTIDORA
O resultado positivo originado pela aplicação do MEP gera, para o sociedade
investidora, uma receita operacional que integrará a estrutura da Demonstração do
Resultado do Exercício. Todavia, pela sistemática adotada por esta forma de avaliação
do investimento, quando o resultado é reconhecido pelo fato de a sociedade investida
registrar aumento do PL, não há efetivo ingresso de recursos. Isso quer dizer que a
investidora registrará o aumento do investimento (débito na conta Investimentos) em
contrapartida ao ganho por equivalência patrimonial (receita operacional). Essa
receita auferida, por sua vez, carece de realização financeira.
Em face de o valor representado pelo ganho na aplicação do MEP carecer de
realização, é factível a constituição de Reserva de Lucros a Realizar, observado,
obviamente, o disposto nos arts. 197 e 202 da Lei nº 6.404/76.
A CVM, por meio do art. 17 da Instrução 247/96, prevê que somente poderão
ser considerados lucros a realizar, na constituição da reserva de lucros a realizar, o
resultado líquido positivo da equivalência patrimonial, considerando-se, para tanto, a
soma algébrica do resultado do conjunto dos investimentos em controladas/coligadas.
Desta forma, se determinada investidora controlar duas empresas diferentes e em
uma delas for apurado resultado positivo e noutra resultado negativo, o valor que
poderá ser considerado para fins de constituição da Reserva de Lucros a Realizar será
o resultado líquido do conjunto dos investimentos, no caso o investimento nas duas
controladas.
Exemplo: a investidora ALFA possui a seguinte situação em seu ativo:
Ativo Permanente Investimentos
Ações da Coligada BETA R$ 80.000,00
Ações da Controlada DELTA R$ 45.000,00

Considere que ALFA teve R$ 5.000,00 de ganhos com equivalência patrimonial


do investimento em BETA e R$ 3.000,00 de perdas com equivalência patrimonial do
investimento em DELTA. Assim:

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Ganhos com EQP R$ 5.000,00


Perdas com EQP (R$ 3.000,00)
(=) Lucros a Realizar R$ 2.000,00
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do
investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deverá
ser apropriada pela investidora como:
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
a) - a aumento ou diminuição do patrimônio líquido da coligada e
controlada, em decorrência da apuração de lucro líquido ou prejuízo no
período ou que corresponder a ganhos ou perdas efetivos em
decorrência da existência de reservas de capital ou de ajustes de
exercícios anteriores; e
b) - a variação cambial de investimento em coligada e controlada no
exterior.
II - Receita ou despesa não operacional, quando corresponder a
eventos que resultem na variação da porcentagem de participação no
capital social da coligada e controlada;
III - Aplicação na amortização do ágio em decorrência do aumento
ocorrido no patrimônio líquido por reavaliação dos ativos que lhe
deram origem; e
IV - Reserva de reavaliação quando corresponder a aumento ocorrido
no patrimônio líquido por reavaliação de ativos na coligada e
controlada, ressalvado o disposto no inciso anterior.
Parágrafo Único - Não obstante o disposto no artigo 12, o resultado
negativo da equivalência patrimonial terá como limite o valor contábil
do investimento, conforme definido no parágrafo 1º do artigo 4º desta
Instrução

Art. 17 - Para fins de constituição da reserva de lucros a realizar,


somente poderá ser considerado como lucro a realizar o resultado
líquido positivo da equivalência patrimonial sobre o conjunto dos
investimentos, apurado nos termos dos incisos I e II, do artigo 16.
Também está grifado por aquela entidade normativa que as bonificações recebidas
sem custo pela companhia não devem ser objeto de lançamento na conta do investimento
na coligada e controlada. As bonificações sem custo decorrem ou surgem quando a
sociedade investida utiliza reservas de lucros ou de capital ou mesmo lucros acumulados
para aumentar o capital social. Esse aumento pode ser representado por aumento no valor
contábil das ações ou pela distribuição de novas ações. Em ambas as situações não
ocorrem quaisquer alterações no PL da investida e, em decorrência, não deve haver
qualquer registro na conta de investimento da sociedade investidora, pois sendo o
investimento avaliado pela equivalência patrimonial esses valores já estavam consignados
em investimentos. Entretanto, a incorporação de reservas e de lucros acumulados ao
capital social da investida é forma de realização destas reservas e lucros. Assim, se na
investidora houver Reservas de Lucros a Realizar decorrentes de ganhos em participação
societária avaliado pelo MEP, estes devem ser revertidos para Lucros ou Prejuízos
Acumulados, na proporção da realização em capital social na sociedade investida.

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Art. 18 - As bonificações recebidas sem custo pela investidora, quer


sejam por emissão de novas ações, quer sejam por aumento do valor
nominal das ações, não devem ser objeto de contabilização na conta
do investimento na coligada e controlada.
Parágrafo Único - Em decorrência do previsto no caput deste artigo,
deverá ser revertida para a conta de lucros ou prejuízos acumulados a
correspondente parcela que tiver sido destinada para reserva de lucros
a realizar, a que se refere o artigo 17.
Ampliando o espectro de utilização da reserva de lucros a realizar, quando tenha
sido realizado em sua totalidade ou apenas uma parcela, o inciso III do artigo 19 da
Instrução 247/96, prevê a possibilidade da sua destinação, após computado o
dividendo obrigatório, para a constituição de outras reservas de lucros, inclusive
retenção em lucros acumulados, ou para absorção de prejuízo do exercício ou
acumulados.
Art. 19 - A parcela revertida da reserva de lucros a realizar para a
conta de lucros ou prejuízos acumulados, se não absorvida por
prejuízos, deverá ser considerada no cálculo, em separado, do
dividendo obrigatório no exercício em que for feita a reversão. O
excedente poderá ser destinado para:
I - Aumento de capital;
II - Distribuição de dividendo; e
III - Constituição de outras reservas de lucros, inclusive retenção
justificada em lucros acumulados, ou absorção do prejuízo do
exercício, atendidas as exigências legais.
Aqui cabe uma observação importante em face das alterações introduzidas na Lei nº
6.404/1976 pela Lei nº 10.303/2001, pois segundo esta norma reformadora, a reserva de
lucros a realizar deve ser constituída a partir do dividendo declarado e se este for em valor
superior aos lucros realizados. Além disso, os lucros que forem sendo realizados devem
permanecer nesta reserva para serem adicionados ao primeiro dividendo declarado se não
tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios anteriores.

7.5.3 – OUTROS FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA PARTICIPAÇÃO


Além dos fatos já analisados que produzem reflexos na participação societária,
também a alteram: os ajustes de exercícios anteriores, a reavaliação de ativos da
sociedade investida e as doações e subvenções para investimentos, como de resto as
demais reservas de capital.

7.5.3.1 – AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES


Os ajustes de exercícios anteriores, na sociedade investida, serão registrados
diretamente em Lucros ou Prejuízos Acumulados. Com esse procedimento, os valores
daí decorrentes não transitam pelo resultado do exercício, porque, efetivamente, não se
referem ao exercício findo e sim a outros exercícios anteriores, porém aumentam (ou
reduzem) o PL da sociedade investida. Por isso, a sociedade investidora deve reconhecer
esse ajuste pela equivalência patrimonial em contrapartida da conta de receita ou
despesa operacional, transitando pelo resultado do exercício.

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Atenção!
Em que pese os ajustes não transitarem por resultado na sociedade
investida, visto que são registrados diretamente em conta de Lucros
ou Prejuízos Acumulados, transitarão por resultado na sociedade
investidora, e serão receita operacional para esta sociedade.

Exemplo: A investidora ALFA detém 40% do capital de BETA. A investida BETA


realiza um ajuste em 31/12/X1 de seu imposto de renda de X0, que foi provisionado em
R$ 10.000,00 a maior. O lançamento em BETA será:
D – Provisão para imposto de renda R$ 10.000,00
C – Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 10.000,00

Esse lançamento gerou um aumento no PL da investida BETA de R$ 10.000,00, não


proveniente de lucro do exercício. Mesmo assim, a investidora ALFA deve reconhecer a
receita por equivalência patrimonial:
Ganho por equivalência patrimonial = 40% x R$ 10.000,00 = R$ 4.000,00
Lançamento em ALFA:
D – Investimentos em BETA R$ 4.000,00
C – Ganho por Equivalência Patrimonial R$ 4.000,00

7.5.3.2 – REAVALIAÇÃO DE BENS DA SOCIEDADE INVESTIDA


A reavaliação de bens do Ativo tangível da sociedade investida gera um aumento em
seu PL, cujo valor não advém do resultado do exercício. O registro contábil desse fato se
apresenta do seguinte modo:

Lançamento na investida:

Débito: Subconta representativa do bem reavaliado – ATIVO


Crédito: Reserva de Reavaliação – Patrimônio Líquido

A sociedade investidora deve reconhecer esse aumento do PL pela Reavaliação de


Ativos da sociedade investida na proporção de sua participação no capital social,
mediante registro em conta de investimento e em contrapartida, em registro específico, no
Patrimônio Líquido em conta de Reserva de Reavaliação de controladas e coligadas
avaliadas pela equivalência patrimonial. O fato merece o seguinte lançamento contábil:

Lançamento na investidora:

Débito: Investimento em coligada/controlada – Ativo


Crédito: Reserva de Reavaliação em bens de coligada/controlada - PL

Obs.: A reserva de reavaliação na sociedade investidora será revertida para lucros


acumulados na proporção da realização dos bens reavaliados na sociedade investida. As

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formas de realização mais comuns são pela alienação, baixa por perecimento, depreciação,
amortização e exaustão.

7.5.3.3 - DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTO


Quando a sociedade investida receber doações e subvenções para investimentos e
outras origens de recursos classificáveis como reservas de capital (artigo 182, §1°, da Lei
6.404/76), ela os registrará em reservas de capital, dentro do Patrimônio Líquido. Por esse
motivo, essas doações acabam aumentando o valor do PL sem que seu efeito tenha
transitado por resultado daquelas empresas.
A sociedade investidora deverá reconhecer esse fato mediante registro contábil da
proporção que lhe cabe nesse aumento do PL da investida, por meio da equivalência
patrimonial, mesmo que esse aumento não seja decorrente do resultado do exercício.
Ressalte-se que novamente um fato que não representa receita na sociedade investida
deve ser considerado receita operacional na investidora!
Outras reservas de capital merecem igual tratamento contábil, visto que aumentam o
PL da sociedade investida.
Exemplo: Investidora ALFA possui 60% das ações de BETA. Supondo que BETA
receba um imóvel no valor de R$ 100.000,00 como doação, os registros a serem
realizados serão:
Lançamento na investida BETA:
Débito: Imóveis (Ativo Permanente) R$ 100.000,00
Crédito: Reserva de Capital – Doações (PL) R$ 100.000,00
Lançamento na investidora ALFA:
Débito: Investimento em BETA (Ativo Permanente) R$ 60.000,00
Crédito: Ganho por EQP (Receita Operacional) R$ 60.000,00

7.5.4 - VARIAÇÃO NA PORCENTAGEM DE PARTICIPAÇÃO


Em caso de a sociedade investida intentar aumentar seu Capital Social,
mediante subscrição de novas ações, os atuais sócios ou acionistas, de regra, têm
preferência na subscrição das novas ações proporcionalmente ao número de ações
que possuem antes do aumento de capital. Assim, se determinada empresa detém
40% das ações de outra, ela terá o direito de subscrever 40% das novas ações. O
art. 171 da Lei 6.404/76 se constitui na matriz legal deste direito dos acionistas
antigos:
Art. 171 - Na proporção do número de ações que possuírem, os
acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital.
§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas espécies ou classes
e o aumento for feito por emissão de mais de uma espécie ou classe,
observar-se-ão as seguintes normas:
a) no caso de aumento, na mesma proporção, do número de ações de
todas as espécies e classes existentes, cada acionista exercerá o
direito de preferência sobre ações idênticas às de que for possuidor;

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b) se as ações emitidas forem de espécies e classes existentes, mas


importarem alteração das respectivas proporções no capital social, a
preferência será exercida sobre ações de espécies e classes idênticas
às de que forem possuidores os acionistas, somente se estendendo às
demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, no capital
aumentado, a mesma proporção que tinham no capital antes do
aumento;
c) se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das
existentes, cada acionista exercerá a preferência, na proporção do
número de ações que possuir, sobre ações de todas as espécies e
classes do aumento.
§ 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em
bens, será sempre assegurado aos acionistas o direito de preferência
e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao
titular do crédito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado.
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das
emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e
partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação
onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e
no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de
preferência.
§ 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não
inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de preferência.
§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de preferência, quando
não exercido pelo acionista até 10 (dez) dias antes do vencimento do
prazo, poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário.
§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.
§ 7º Na companhia aberta, o órgão que deliberar sobre a emissão
mediante subscrição particular deverá dispor sobre as sobras de
valores mobiliários não subscritos, podendo:
a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da companhia; ou
b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas
que tiverem pedido, no boletim ou lista de subscrição, reserva de
sobras; nesse caso, a condição constará dos boletins e listas de
subscrição e o saldo não rateado será vendido em bolsa, nos termos
da alínea anterior.
§ 8° Na companhia fechada, será obrigatório o rateio previsto na
alínea b do § 7º, podendo o saldo, se houver, ser subscrito por
terceiros, de acordo com os critérios estabelecidos pela assembléia-
geral ou pelos órgãos da administração.
Desta forma, quando todos os acionistas exercem o direito estabelecido no
dispositivo da lei, isto é, a preferência na subscrição de novas ações, a porcentagem
da participação fica inalterada e não existirão ganhos ou perdas de capital para
nenhum deles. Haverá, isto sim, mero aumento da participação societária, o que não
gera nenhum resultado ou alteração do Patrimônio Líquido da sociedade investidora,
ou seja, o fato é meramente permutativo e deverá ser lançado mediante débito na

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conta investimento e crédito na conta que originou o recurso para tal aumento de
participação societária.
Exemplo:
A Cia. FUNDOSPERDIDOS, que possuía capital de R$ 2.000.000,00, resolveu
aumentar seu Capital Social em R$ 3.000.000,00 com emissão de novas ações
previamente autorizado pela Assembléia Geral. A Controladora TOPA-TUDO S/A, com
participação de 40% no Capital Social (maioria do capital votante) da Cia.
FUNDOSPERDIDOS, exerceu o seu direito plenamente e na exata proporção de sua
participação no Capital Social, isto é, subscreveu 40% das novas ações, cujos
recursos tiveram origem da conta Bancos Conta Movimento. O lançamento contábil
pertinente na sociedade investidora TOPA-TUDO S/A deve ser o seguinte:
Débito: Ativo Permanente – Investimentos
Participação em sociedades controladas
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 1.200.000,00
Crédito: Bancos conta movimento
BANCO FUNDO FALSO S/A R$ 1.200.000,00

Pela percepção lógica do disposto no § 6o do artigo 171 da Lei 6.404/76. acima


transcrito, os acionistas antigos não são obrigados a subscrever ações na mesma
proporção do número de ações que detinham anteriormente. Desta forma podem
abrir mão desse seu direito de subscrição de novas ações. Quando algum acionista
declinar desse seu direito surge a oportunidade de outro subscrever essas ações, o
que acarreta, para este outro, um aumento na proporção das ações que possuía
antes da nova subscrição, ocorrendo, assim, variação na percentagem de participação
no Capital Social.
A variação na porcentagem de participação no Capital Social pode gerar ganhos
ou perdas para a sociedade investidora, conforme houver aumento ou diminuição na
porcentagem de participação. Este fato ocorre quando há no Patrimônio Líquido da
sociedade investida outros valores além do Capital Social, como, por exemplo,
Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Lucros ou Prejuízos Acumulados etc.
Exemplo:
• A Cia. FUNDOSPERDIDOS, que possuía capital de R$ 2.000.000,00,
aumentou seu Capital Social com emissão de novas ações, em
02/01/2004, que foram subscritas e integralizadas na razão de R$ 1,00 por
ação. O volume de ações emitidas com prévia autorização pela assembléia
geral foi de 3.000.000 de ações. Com isto, o Capital social aumentou em
R$ 3.000.000,00.
• Os subscritores integralizaram o Capital Social por meio de depósito
bancário em favor da sociedade investida.
• o Capital Social da sociedade investida passou, com esse aumento, para
R$ 5.000.000,00, composto por 5.000.000 de ações. Além do Capital
Social, a sociedade investida possuía em contas do Patrimônio Líquido os
seguintes valores: Reserva de ágio na emissão de ações R$ 200.000,00;
Doações e subvenções para Investimento R$ 600.000,00; Reservas de
Lucros R$ 1.200.000,00; e Lucros Acumulados de R$ 1.000.000,00. Desta
forma, o PL da investida que era de R$ 5.000.000,000, com a subscrição e
integralização das novas ações passou a ser de R$ 8.000.000,00.

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• a controladora TOPA-TUDO S/A, que por disposição legal tinha o direito


de subscrever 1.200.000 das novas ações, pois participava com 40% no
capital social da Cia. FUNDOSPERDIDOS, subscreveu 1.500.000 ações, isto
é, outros acionistas não exerceram o direito de preferência na subscrição de
300.000 ações e ela pôde aumentar a sua participação.
Na Cia. FUNDOSPERDIDOS (investida) o aumento do Capital Social será
registrado mediante um lançamento em que será debitada a conta Bancos Conta
Movimento e em contrapartida será creditada a conta Capital Social pelo valor de R$
3.000.000,00.
Lançamento na investida FUNDOSPERDIDOS:
Bancos conta Movimento
a Capital Social R$ 3.000.000,00
Pelo fato de a controladora TOPA-TUDO S/A haver subscrito quantidade maior
de ações do que a proporção cabida de direito, e considerando que o Patrimônio
Líquido da sociedade investida é composto por outros valores além do Capital Social,
é necessário que a investidora proceda, além dos registros normais da aquisição do
investimento, ao lançamento de ajuste, haja vista a variação na porcentagem de
participação.

7.5.4.1 - Registro do aumento da participação societária


O lançamento resume-se ao registro do valor das ações adquiridas, que
importou em R$ 1.500.000,00, na conta representativa do investimento, pois não
houve nenhum ágio ou deságio:
Lançamento na investidora TOPA-TUDO S/A:
Débito: ATIVO PERMANENTE – INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES CONTROLADAS
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 1.500.000,00
Crédito: BANCOS C/ MOVIMENTO
BANCO DA PRAÇA S/A R$ 1.500.000,00

7.5.4.2 - Ajuste pela variação percentual do investimento


A participação inicial da controladora TOPA-TUDO S/A no Capital Social da Cia.
FUNDOSPERDIDOS era de 40%. Como à época o Capital Social da Cia.
FUNDOSPERDIDOS era de R$ 2.000.000,00, o investimento da controladora no
Capital Social representava R$ 800.000,00. Com a nova subscrição de 1.500.000
ações, ela passou a possuir o total de 2.300.000 ações de um total de 5.000.000
ações emitidas pela investida. Logo, o novo percentual de participação no Capital
Social passa a ser de 46%. Desse momento em diante, a equivalência patrimonial
será calculada por esse novo percentual.
O Patrimônio Líquido da Cia. FUNDOSPERDIDOS antes do aumento do Capital
Social era de R$ 5.000.000,00. Com isso, o Investimento da controladora TOPA-TUDO
S/A na Cia. FUNDOSPERDIDOS, avaliado pela equivalência patrimonial, era de R$
2.000.000,00.
Porém, com a variação do percentual de participação, é necessário que se
refaça o valor patrimonial do investimento, aplicando-se sobre o novo valor do

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Patrimônio Líquido da sociedade investida o novo percentual de participação no seu


Capital Social.
Valor Patrimonial = R$ 8.000.000,00 x 46% = R$ 3.680.000,00
Vejam a tabela abaixo:
Variação na proporção do investimento de TOPA-TUDO S/A na
investida FUNDOSPERDIDOS:

Inicial Após a nova emissão


Capital Social da Investida R$ 2.000.000,00 R$ 5.000.000,00
Patrimônio Líquido da Investida R$ 5.000.000,00 R$ 8.000.000,00
Quantidade total de ações emitida por 2.000.000 5.000.000
FUNDOSPERDIDOS
Quantidade de ações possuída pela 800.000 2.300.000
Controladora TOPA-TUDO
Percentual de participação de TOPA- 40% 46%
TUDO em FUNDOSPERDIDOS
Valor do investimento de TOPA-TUDO R$ 2.000.000,00 R$ 3.680.000,00

Como o valor do investimento avaliado pelo método da equivalência


patrimonial era de R$ 2.000.000,00 e houve um lançamento a débito de R$
1.500.000,00 nesse investimento, referente à compra das novas ações, ele está
agora representado pelo valor de R$ 3.500.000,00. Percebe-se que este valor é
diferente do acima apurado. Portanto, deve-se proceder ao ajuste necessário para
adequá-lo ao novo valor.

VALOR PATRIMONIAL R$ 3.680.000,00


(-) SALDO NA CONTA DE INVESTIMENTO R$ 3.500.000,00
= GANHO de Capital R$ 180.000,00

O adequado registro contábil deste fato será:


Débito: ATIVO PERMANENTE – INVESTIMENTOS
PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADES CONTROLADAS
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 180.000,00
Crédito: GANHOS EM PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 180.000,00

É interessante notar que esse ganho de capital representa uma receita não
operacional, pois foi gerado por alteração do percentual na participação acionária e
não da atividade operacional da sociedade investida, ou seja, não teve origem nos
resultados obtidos pela investida. Desta forma, ele representa um ganho pelo fato de
outras sociedades ou acionistas não terem exercido o seu direito de subscrição e por
isso eles perderam essa quantia, logo houve um ganho de capital, que é sempre não
operacional.

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A legislação do Imposto de Renda, por meio do art. 428 do RIR/99, determina


que este acréscimo ou eventual redução de capital em função da variação do
percentual de participação acionária não será computado na apuração do Lucro Real:
Art. 428. Não será computado na determinação do lucro real o
acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio líquido de
investimento, decorrente de ganho ou perda de capital por variação na
percentagem de participação do contribuinte no capital social da
coligada ou controlada (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 33, § 2º, e
Decreto-lei nº 1.648, de 1978, art. 1º, inciso V).

Porém, o mesmo efeito não ocorre com relação à Contribuição Social Sobre o
Lucro, pois esta exclusão não está prevista em lei para essa contribuição. Assim, o
ganho decorrente da variação percentual de investimento deve ser computado na
apuração da CSLL, ao passo que a perda pode ser deduzida da sua base de cálculo.
Acabamos de demonstrar a hipótese de haver ganho pela variação do
percentual de participação no capital social da sociedade investida. Entretanto, pode
ocorrer de haver perda de capital por essa variação. A perda é possível e encontra
justificativa se a sociedade investidora subscrever ações em quantidade menor do
que a participação percentual no capital social da sociedade investida e se esta
possuir outros valores no PL além do Capital Social.
Em ocorrendo este fato, haverá diminuição no percentual de participação o que
acarretará perda de capital, de forma inversa ao exemplo apresentado.
Essa perda será registrada na sociedade investidora mediante lançamento a
crédito de investimento e a débito de conta de resultado não operacional como
perda de capital.

7.6 - PERDA, INTENÇÃO DE ALIENAÇÃO DO INVESTIMENTO E REDUÇÃO DO


VALOR CONTÁBIL
Conforme se depreende da leitura do art. 6º da Instrução CVM 247/96, os
investimentos em sociedades controladas e coligadas, quando apresentarem efetiva e
clara evidência de descontinuidade de suas operações ou quando elas estejam operando
com severas restrições a logo prazo que prejudiquem a capacidade de transferir recursos à
sociedade investidora, devem deixar de ser avaliados pelo Método da Equivalência
Patrimonial.
Esse procedimento há de ser adotado juntamente com a constituição da respectiva
provisão para perdas quando estas forem consideradas como permanentes, tanto as
efetivas quanto as em potencial, conforme vimos em tópico anterior.
Destarte, é oportuno esclarecer que a perda de continuidade do investimento fica
caracterizada pela ocorrência de uma das seguintes condições:
1 – A sociedade investida apresenta prejuízos sucessivos, os quais não possuem
capacidade aparente de reversão;
2 – A sociedade investida apresenta severas dificuldades de liquidez;
3 – Os produtos da sociedade investida devem sair do mercado em função de
superação tecnológica ou em face de forte concorrência e da incapacidade de
competição com os produtos rivais; e
4 – A sociedade investida pediu concordata ou teve sua falência decretada.

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É interessante o leitor atentar-se ao fato de que os investimentos em sociedades


coligadas e controladas, cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo,
tenha efetiva e clara evidência de realização, continuarão sendo avaliados pelo
método da equivalência patrimonial até a data-base considerada para a venda. Vejam
que não há razão para não avaliar os investimentos pelo MEP enquanto a transação
de alienação não estiver concluída, visto que, em conformidade com os princípios de
contabilidade, os registros contábeis devem ser fundamentados em fatos e não
apenas em intenções que não sejam evidências de realização.
Visto que os investimentos em controladas devem ser, sempre, avaliados pelo
MEP, a redução do valor contábil destes investimentos não lhes tira aquela condição,
não havendo a necessidade de analisá-los sob esta ótica. Entretanto, o investimento
em sociedade coligada que, por redução do valor contábil do investimento, deixar de
ser relevante, continuará sendo avaliado pela equivalência patrimonial, caso essa
redução não seja considerada de caráter permanente. Nesse caso, os reflexos do
fato devem ser evidenciados, segregadamente, em nota explicativa. Contudo, quando
a redução assumir o caráter de permanente e, se com isto, o investimento deixar de
ser relevante, configurando-se a descontinuidade do mesmo, os saldos das reservas
de reavaliação constituídas pela investidora deverão ser revertidos em contrapartida
ao respectivo valor contábil do investimento, pois, neste caso, o investimento passará
a ser avaliado pelo Método do Custo de Aquisição e, por este método de avaliação,
não reconhecemos, na sociedade investidora, os efeitos decorrentes da reavaliação de
ativos na sociedade coligada.
Percebe-se que com este procedimento reduzimos o valor contábil do
investimento e também o valor do Patrimônio Líquido da investidora.
Vejamos o que dispõe a Instrução CVM nº 247 a esse respeito:
Art. 6º - Deverá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência
patrimonial, sem prejuízo do disposto no artigo 12, o investimento em
sociedades coligadas e controladas com efetiva e clara evidência de
perda de continuidade de suas operações ou no caso em que estas
estejam operando sob severas restrições a longo prazo que
prejudiquem significativamente a sua capacidade de transferir recursos
para a investidora.
Art. 7º - O investimento em sociedade coligada e controlada cuja
venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e
clara evidência de realização, continuará sendo avaliado pelo método
da equivalência patrimonial até a data-base considerada para a venda.
Art. 8º - O investimento em coligada que, por redução do valor
contábil do investimento, deixar de ser relevante, continuará sendo
avaliado pela equivalência patrimonial, caso essa redução não seja
considerada de caráter permanente, devendo todos os seus reflexos
ser evidenciados, segregadamente, em nota explicativa.
Parágrafo Único - Na hipótese de descontinuidade do investimento,
principalmente aquelas previstas nos artigos 6º e 7º, os saldos das
reservas de reavaliação constituídas pela investidora deverão ser
revertidos em contrapartida ao respectivo valor contábil do
investimento.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28


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7.7 – DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO


MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O valor do investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial será
obtido pela aplicação da porcentagem de participação no capital social sobre o
patrimônio líquido da controlada, coligada e equiparada. Salienta-se que devem ser
eliminados os lucros não realizados, entendidos como não realizados os lucros
decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e controladas que
estejam incluídos no resultado da sociedade investida. Esses lucros devem ser
eliminados líquidos dos efeitos fiscais. Por outro lado, o prejuízo decorrente de tais
transações não deve ser eliminado.
Para os efeitos de avaliação de investimentos pelo MEP, consideram-se não
realizados os lucros decorrentes de negócios com a investidora ou com outras
coligadas e controladas, quando o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada
e controlada e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer
natureza no balanço patrimonial da investidora ou de outras coligadas e controladas.
Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e
controladas não devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial. Já os
lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de negócios
que tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas de
resultado das coligadas e controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do
valor do investimento, pois já possuem os seus efeitos compensados entre as
sociedades investidas.
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência
patrimonial, será obtido mediante o seguinte cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre
o valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não
realizados, conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos
fiscais.
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados
lucros não realizados aqueles decorrentes de negócios com a
investidora ou com outras coligadas e controladas, quando:
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de
qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora; ou
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada
e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de
qualquer natureza no balanço patrimonial de outras coligadas e
controladas.
§ 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora,
coligadas e controladas não devem ser eliminados no cálculo da
equivalência patrimonial.
§ 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas
decorrentes de negócios que tenham gerado, simultânea e
integralmente, efeitos opostos nas contas de resultado das coligadas e
controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do valor do
investimento.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 29


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Art. 10 - Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido


da coligada e controlada deverá ser determinado com base nas
demonstrações contábeis levantadas na mesma data das
demonstrações contábeis da investidora.
§ 1º - Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no caput deste
artigo, admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada
e controlada em um período máximo de defasagem de até 60
(sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da
investidora.
§ 2º - O período de abrangência das demonstrações contábeis da
coligada e controlada deverá ser idêntico ao da investidora,
independentemente das respectivas datas de encerramento.
§ 3º - Admite-se a utilização de períodos não idênticos, nos casos em
que este fato representar melhoria na qualidade da informação
produzida, sendo a mudança evidenciada em nota explicativa.
Art. 11 - Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a
investidora deverá:
I - Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios
contábeis, em especial, referindo-se a investimentos no exterior;
II - Excluir o montante correspondente às participações recíprocas;
III - Reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes ocorridos
no período intermediário, no caso de demonstrações contábeis
levantadas em datas diversas; e
IV - Reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito
preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com
diferenciação na participação de lucros.

7.7.1 – MOMENTO DO LEVANTAMENTO DAS DEMONSTRAÇÕES


O art. 10 da Instrução CVM nº 247/96 nos revela que, para fins de equivalência
patrimonial, o período de abrangência das demonstrações contábeis da investida deve ser
idêntico ao da investidora. Admite-se, no entanto, a utilização de períodos não idênticos,
desde que possibilite a apresentação de informações de melhor qualidade. Enfatiza-se,
entretanto, que a defasagem entre a elaboração das demonstrações da sociedade
investida e a apuração ou elaboração das demonstrações da sociedade investidora não
pode ser superior a 60 (sessenta) dias, sendo que a sociedade investida há de elaborar
seus demonstrativos antes da sociedade investidora. Quando os períodos de elaboração
das demonstrações não forem idênticos, como no caso de adotar o prazo de até 60 dias de
diferença, o fato deve ser evidenciado em nota explicativa.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30


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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01) (AFTN-1994-2-Esaf) nas sociedades anônimas devem ser avaliados pelo custo de
aquisição menos a provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa
perda estiver comprovada como permanente, os investimentos em: (com adaptações).
a) marcas, patentes e outros bens intangíveis
b) participações permanentes no capital social de outras sociedades, exceto as controladas e
coligadas que tenham seus investimentos avaliados pelo método da equivalência
patrimonial
c) veículos, móveis e utensílios, equipamentos e instalações
d) ativos diferíveis durante a fase anterior ao início das operações
e) estoques dos imóveis destinados à revenda ou utilizados no processo produtivo.

02) (AFTN-96-Esaf) Segundo o texto da Lei Societária, os direitos e títulos de crédito não
classificáveis como Investimentos Permanentes devem ser avaliados pelo:
a) Custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor
b) Valor de reposição ou valor de mercado, dos dois o menor
c) Valor de realização ou pelo custo histórico, dos dois o menor
d) Custo de aquisição deduzidas as despesas para realização
e) Valor corrigido de realização ou valor reposição corrigido

03) (AFTN-96-Esaf) As ações adquiridas no mercado de balcão poderão ser classificadas


como:
a) Ativo permanente desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios
subsequentes
b) Ativo circulante desde que ocorra flutuação de preços e a intenção seja de tornar-se
acionista da entidade
c) Realizável a longo prazo desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios
subsequentes
d) Ativo permanente desde que a aquisição não seja efetuada com a intenção de participar da
sociedade
e) Ativo circulante desde que a aquisição seja efetuada com a intenção de não participar da
sociedade

04) (AFTN-96-Esaf) São métodos de avaliação das Participações Societárias:


a) Método de Custo e Custo ou Mercado, dos dois o menor
b) Método do Valor Presente e Equivalência Patrimonial
c) Método do Custo e Equivalência Patrimonial
d) Método do Valor de Realização e Equivalência Patrimonial
e) Método do Valor de Realização e Valor Presente

05) (AFTN-98-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 os investimentos, classificados como


temporários, deverão ser avaliados pelo
a) valor presente do fluxo de caixa futuro
b) custo histórico de aquisição
c) valor de realização futura
d) valor de reposição

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1


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e) custo de aquisição ou mercado, dos dois o menor

06) (AFTN-98-Esaf) Os resultados decorrentes de avaliação de investimento no exterior, pelo


método da equivalência patrimonial, terão o seguinte tratamento:
a) não serão reconhecidos na apuração do resultado
b) se negativos, não serão reconhecidos
c) serão reconhecidos até o limite do valor de realização
d) serão reconhecidos pelo método do custo
e) receberão o mesmo tratamento dado aos investimentos locais

Utilizando apenas as informações contidas na tabela abaixo, responda às questões 07 e 08.


Quadro de composição acionária da CIA ITARARÉ nas companhias Mauá e Rondon:
Composição do Capital
Empresas Cia. Cia. Outros Total
Itararé Caxias Acionistas de ações
Cia. Mauá 2.000 4.000 4.000 10.000
Cia. Rondon 16.000 2.000 2.000 20.000
Cia. Caxias 35.000 ------ 15.000 50.000

07) (AFRF-2001-Esaf) A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte
ordem:
a) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
b) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 20% na Cia. Mauá
d) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá

08) (AFRF-2001-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé nas empresas Mauá e
Rondon é:
a) 18% na Cia. Mauá e 77% na Cia. Rondon
b) 28% na Cia. Mauá e 20% na Cia. Rondon
c) 28% na Cia. Mauá e 7% na Cia. Rondon
d) 8% na Cia. Mauá e 28% na Cia. Rondon
e) 7% na Cia. Mauá e 70% na Cia. Rondon

09) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução 247/96 da CVM, são consideradas participações
societárias equiparadas às coligadas quando uma sociedade participa da outra
a) com 5% ou mais do capital votante e mais de 20% do Exigível a Longo Prazo sem, entretanto,
ocorrer dependência financeira
b) com 5% do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da participação
total do capital da investida
c) com 10% ou mais do capital total da investida sem, entretanto, controlá-la,
independentemente da participação total no Exigível da investida
d) com 10% ou mais do capital votante exercendo o controle econômico e administrativo,
independentemente da participação total do capital da investida
e) com 10% ou mais do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da
participação total do capital da investida

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2


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10) (AFRF-2001-Esaf) Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo


Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa, segundo o texto da Lei 6.404/76, são classificados como:
a) Disponibilidades
b) Contas a Receber
c) Investimentos
d) Imobilizados
e) Diferido

11) (AFRF-2001-Esaf) O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito, e
a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos Permanentes é:
a) Custo ou mercado dos dois o menor
b) Custo histórico como base de valor
c) Custo corrente ou o de reposição
d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos
e) Custo original como base de valor

12) (AFRF-2001-Esaf) Aplicações em Investimentos Temporários que apresentem


características de liquidez imediata são classificadas no Ativo como:
a) Valores Realizáveis
b) Investimentos
c) Não Circulante
d) Permanente
e) Disponível

13) (AFRF-2002-Esaf) A avaliação de valores mobiliários, não classificados como


investimentos, estabelecida no artigo 183 da Lei 6.404/76, utiliza como base os critérios
contábeis
a) do denominador comum monetário.
b) da convenção de consistência.
c) do custo histórico e da materialidade.
d) do custo ou mercado, dos dois o menor.
e) da prudência e do custo de oportunidade.

14) (AFRF-2002-Esaf) No final de 2000, a Cia. Quartzo apura o resultado do exercício e


provisiona 1.000.000 de reais como dividendos devidos a seus acionistas. A Cia. Cristal, que
possui uma participação societária não relevante nessa empresa, ao registrar os dividendos
a que tem direito, credita a conta:
a) Reservas de Capital
b) Receitas de Dividendos
c) Participações Societárias
d) Resultados de Exercícios Futuros
e) Valores a Receber

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3


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A configuração gráfica do Conglomerado Alfabético é a seguinte:

CIA A

20% 30%
60%

CIA. B CIA. C CIA. D

100% 10% 70% 30%

CIA. G CIA. F 100% CIA. H

20%
CIA. E OUTROS

25% 55%
CIA. I

Com base no gráfico fornecido, responda às questões de 15 a 17.

15) (AFRF-2002-Esaf) De acordo com a figura apresentada pode-se afirmar que


a) a Cia. G é controlada indireta da Cia. B.
b) as empresas “C” e “I” são controladas da Cia. A.
c) a Cia. A participa indiretamente na Cia. I com 9%.
d) a participação indireta da Cia. A na Cia. H é de 51%.
e) a participação indireta da Cia. A nas empresas “F” e “H” é idêntica.

16) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia B relativo ao


capital total, pode-se afirmar que
a) a Cia. B é equiparada a controlada de “A”.
b) a Cia. B é coligada de “A”.
c) a participação de “A” em “B” é relevante.
d) a Cia. A é controladora de “B”.
e) é irrelevante se “B” for dependente da tecnologia de “A”.

17) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia. B relativo ao


capital total, pode-se afirmar que
a) a Cia. I é equiparada a controlada de “D”.
b) a Cia. B participa indiretamente de “I” com 7%.
c) a participação de “A” em “B” é relevante em “I”.
d) a Cia. A participa indiretamente de “I” com 10,7%.
e) a Cia. H participa indiretamente de “I” com 10,7%.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4


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18) (AFRF-2002-2-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/1996 é considerada


controlada:
a) uma empresa que participa indiretamente de outra com até 10% do capital total e o valor
contábil do investimento não excede a 5% do patrimônio líquido da investidora.
b) uma empresa que participa diretamente da outra com até 10% do capital total e o valor
contábil do investimento não excede a 5% do patrimônio líquido da investidora.
c) filial ou escritório no exterior, sempre que os ativos e passivos não estejam incluídos na
contabilidade da investidora, por força de legislação específica.
d) uma empresa que participa indiretamente da outra com até 5% do capital preferencial e o
valor contábil do investimento não excede a 8% do patrimônio líquido da investidora.
e) filial ou agência de investida localizada no país cuja participação societária da investidora
seja de até 5% do capital votante e o valor contábil do investimento é inferior a 10% do seu
patrimônio líquido.

Utilizando as informações contidas no quadro de composição acionária das companhias,


responder às questões de nº 19 a 21.
(Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)
Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000

19) (AFRF-2002-2-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé na Cia. Itaipu


é:
a) 20%
b) 24%
c) 30%
d) 34%
e) 52%

20) (AFRF-2002-2-Esaf) As empresas em questão formam um grupo de empresas,


localizadas em diversos estados brasileiros e possuem como atividade principal a extração,
beneficiamento, industrialização e comercialização de mármores, granitos e pedras de
diversos tipos; sua empresa holding é a Cia. ITA. Se essa empresa é a investidora direta
das empresas Itararé e Itacolomi, indique o percentual máximo de participação direta, no
capital da empresa Itacolomi, que a Cia. Ita poderia ter:
a) 100%
b) 88%
c) 52%
d) 40%
e) 20%

21) (AFRF-2002-2-Esaf) Se a participação societária da Cia. Ita na Cia. Itacolomi for de 20%
do capital total, a participação dessa empresa na Cia. Itajubá é:
a) considerada indireta no valor de 45%.
b) nula porque a Cia. Itajubá não é ligada à Cia. lta.
c) considerada direta no valor de 20%.
d) evidenciada em notas explicativas.
e) nula por não haver relação direta entre elas.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5


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22) (AFRF-2003) Na avaliação de ativos financeiros temporários, quando da não existência


de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro, a resolução CVM 235/95
considera como uma das formas de identificar o valor de mercado, aquele que:
a) se pode obter com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco
similares, em um mercado ativo.
b) seria obtido com a negociação em um mercado ativo que corresponda a um processo de
liquidação.
c) seria obtido em uma transação entre comprador e vendedor cujo valor corresponda ao valor
futuro dos fluxos de caixa futuros.
d) representa o valor correspondente ao valor líquido futuro ajustado com base na taxa média
de juros vigentes projetada para o vencimento do título.
e) se pode obter com a negociação em um mercado ativo que corresponda a uma transação
compulsória.

23) (AFRF-2003) São atributos necessários para identificar a existência dos ativos
Permanente Investimento
a) constituírem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados à continuidade da
empresa.
b) representarem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados ao
desenvolvimento da atividade principal da empresa.
c) não possuírem a característica de realização e não se destinarem à manutenção da
atividade da empresa.
d) serem destinados ao desenvolvimento da atividade principal da empresa e à capacidade de
transformação em moeda.
e) somente representarem direitos não destinados à utilização no desenvolvimento da
atividade principal da empresa.

24) (AFTN-96-Esaf) Quando a Participação Societária for relevante, o efeito gerado por prejuízos
apurados na investida deve ser registrado pela empresa controladora da seguinte forma:
a) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participações Societárias
b) Participações Societárias
a Lucros / Prejuízos Acumulados
c) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
d) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Lucros / Prejuízos Acumulados
e) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Participações Societárias

25) (AFTN-96-Esaf) Nas participações Societárias relevantes, os dividendos pagos pelas investidas
são tratados como:
a) Receitas não operacionais
b) Resultados de exercícios futuros
c) Receitas operacionais do período
d) Redução do valor dos investimentos
e) Resultado positivo de equivalência

Em 31.12.1994 os balancetes finais das Cias. PARÁ e SERGIPE eram os seguintes :


CIA. PARÁ CIA. SERGIPE
Contas Saldos Saldos
Ajustados Ajustados
Ativo Circulante 12.000 5.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 18.000 ---
Ativo Permanente
Investimentos 30.000 ---

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Imobilizado Líquido 110.000 49.000


Passivo Circulante 25.000 15.000
Passivo Exigível a Longo Prazo 15.000 5.000
Patrimônio Líquido:
Capital 80.000 50.000
Reservas 10.000 1.000
Lucros/Prejuízos Acumulados 20.000 (14.000)
Despesas Operacionais 60.000 45.000
Receitas Operacionais 80.000 42.000

Outras informações:
I- para apuração dos resultados de 1994, das empresas, falta apenas a avaliação dos
Investimentos Permanentes.
II - a Cia PARÁ detinha 60% do capital da Cia. SERGIPE e constituía-se na única participação
societária da empresa .
III - a inflação no período foi ZERO
IV - até o exercício contábil de 1993 os investimentos não eram avaliados pela equivalência
patrimonial Com base nas informações anteriores, identifique a resposta correta para as
questões de números 03 a 05.

26) (AFTN-96-Esaf) Aplicando o método da equivalência patrimonial, o valor correto dos


Investimentos Permanentes na Cia PARÁ seria:
a) $ 30.000
b) $ 20.400
c) $ 9.600
d) $ 22.000
e) $ 1.800

27) (AFTN-96-Esaf) O resultado apurado na aplicação da equivalência patrimonial deveria ser


lançado pela Cia. PARÁ como:
a) Lucros/ Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 7.800
Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias
1.800
a Investimentos 9.600
b) Provisão para Perdas com Investimentos Permanentes 9.600
a receitas não Operacionais - Ganhos c/ Investimentos 7.800
a Investimentos 1.800
c) Lucros / Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 1.800
Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800
a Investimentos 9.600
d) Ganhos / Perdas com Alienação de Investimentos 7.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 1.800
a Investimentos 9.600
e) Investimentos 1.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800
a Ganhos e Perdas c/ Investimentos 9.600

28) (AFTN-96-Esaf) Considerando o valor apurado na equivalência patrimonial, o Resultado do


Exercício de 19x4 da Cia. PARÁ é:
a) $.24.200
b) $.10.400

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c) $.12.200
d) $.22.200
e) $.18.200

29) (AFTN-98-Esaf) Na determinação da equivalência patrimonial, os lucros não realizados,


referentes a negócios entre coligada ou controlada com a investidora, deverão ser (com
adaptações).
a) incluídos no PL da investida
b) incluídos no PL da investida e investidora
c) excluídos após a aplicação do percentual de participação no capital social sobre o PL da
investida
d) incluídos no Ativo da investida
e) excluídos do Passivo da investidora

30) (AFTN-98-Esaf) A Cia. Continental é uma empresa de capital aberto com investimentos em 4
outras empresas, sendo o valor contábil de seus investimentos, em 31.12.19x7, o seguinte:
Na Cia. A R$ 50.000 - representa 8% do capital da empresa "A";
Na Cia. B R$ 100.000 - representa 15% do capital da empresa "B";
Na Cia. C R$ 150.000 - representa 25% do capital da empresa "C";
Na Cia. D R$ 500.000 - representa 40% do capital da empresa "D".
O Patrimônio Líquido da Cia. Continental na mesma data é R$ 5.000.000.
As Participações Societárias que deverão ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial
são as das Cias:
a) C, D
b) B, C, D
c) A, B, C
d) A, C, D
e) A, B, C, D

31) (AFTN-98-Esaf) Na aquisição de Participação Societária relevante, o custo de aquisição deve


ser registrado, desdobradamente, em valor
a) pago dentro do exercício e a pagar no exercício seguinte
b) conta de Ativo e de Patrimônio Líquido
c) de Participação Societária e de ágio ou deságio na aquisição
d) de mercado do investimento e de realização futura
e) de lucros esperados e perdas não-recuperáveis

32) (ESAF/98-Esaf) A empresa Dona S/A possui capital social formado por 2 milhões de ações.
Nós, a empresa Sócia S/A, possuímos 30% desse capital e avaliamos o nosso investimento pelo
método da Equivalência Patrimonial.
No fim do exercício social a empresa Dona S/A, tendo apurado lucro líquido de R$ 300.000,00,
resolveu contabilizar a distribuição de dividendos calculados em 40% deste lucro. O nosso
Contador, ao ser comunicado deste fato, promoveu o seguinte lançamento no Diário da empresa
Sócia S/A, para registrar o dividendo a ela distribuído:
a) Equivalência Patrimonial
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
b) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
c) Investimentos Permanentes / Ações da Empresa Dona S/A
a Receita da Equivalência Patrimonial
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos

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Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00


e) Dividendos a Receber
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00

33) (AFTN-98-Esaf) Quando uma sociedade coligada ou controlada proceder à reavaliação, a


investidora, que avalia esse investimento pelo método da equivalência patrimonial, deverá
efetuar o seguinte lançamento contábil:
a) Débito de Ativo Permanente e crédito de Lucros e Perdas
b) Crédito de Ativo Permanente e débito de Lucros e Perdas
c) Débito de Ativo Permanente e crédito de Patrimônio Líquido
d) Débito de Ativo Permanente e crédito de Exigível a Longo Prazo
e) Débito de Ativo Permanente e crédito de Resultado de Exercícios Futuros

34) (TCU-2000-Esaf) A empresa Cia. Aços Especiais investiu R$ 200.000,00 em ações da


empresa S.A. Armamentos Gerais e contabilizou o investimento em “Ações de Coligadas”,
constituindo uma participação acionária de 30%, a ser avaliada pelo método da equivalência
patrimonial.
No fim do exercício de 1999 a S.A. Armamentos Gerais contabilizou um lucro líquido anual de
R$ 20.000,00 e destinou 25% desse lucro para dividendos na forma do lançamento abaixo:

Lucros (ou Prejuízos) Acumulados


a Dividendos a Pagar
Valor que ora se distribui aos acionistas ............R$ 5.000,00.
Ao receber a comunicação sobre os dividendos propostos e contabilizados na forma acima, o
Contador da empresa investidora, Cia. Aços Especiais, deverá promover o seguinte lançamento:
a) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos R$ 1.500,00
b) Ações de Coligadas
a Receitas de Dividendos R$ 1.500,00
c) Dividendos a Receber
a Ações de Coligadas R$ 1.500,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos R$ 5.000,00
e) Ações de Coligadas
a Receitas de Dividendos R$ 6.000,00

35) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/96, para determinação do cálculo do
valor do Investimento e o respectivo cálculo da equivalência patrimonial não são excluídos
a) os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e controladas
b) os resultados obtidos em transações realizadas com controladas indiretas e coligadas
equiparadas
c) todos os resultados apurados em venda de imobilizados e transferência de realizáveis ocorrida
entre controladas, coligadas e a investidora
d) os lucros apurados em operações de venda de Imobilizados das empresas coligadas efetivas
para a investidora
e) quaisquer resultados obtidos em transações efetuadas entre investidora, coligadas e
controladas

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36) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução 247/96 da CVM, são consideradas participações
societárias equiparadas às coligadas quando uma sociedade participa da outra
a) com 5% ou mais do capital votante e mais de 20% do Exigível a Longo Prazo sem, entretanto,
ocorrer dependência financeira
b) com 5% do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da participação
total do capital da investida
c) com 10% ou mais do capital total da investida sem, entretanto, controlá-la,
independentemente da participação total no Exigível da investida
d) com 10% ou mais do capital votante exercendo o controle econômico e administrativo,
independentemente da participação total do capital da investida
e) com 10% ou mais do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da
participação total do capital da investida

37) (AFRF-2001-Esaf) O método da Equivalência Patrimonial reconhece, na investidora, as


alterações ocorridas nas empresas investidas quando estas afetarem:
a) O Ativo Circulante das Controladas e Coligadas.
b) O Ativo Permanente das empresas Controladas.
c) Os ativos não circulantes das companhias Investidas.
d) O Patrimônio Líquido das empresas Investidas.
e) O Passivo Exigível de Longo Prazo das Investidas.

38) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Lei das S/A. no 6.404/76, Art. 247, considera-se relevante
o investimento:
a) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual a 5% do valor do
patrimônio líquido da companhia investidora.
b) No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor corrente é igual ou superior a
20% do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
c) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% do
valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
d) No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor de mercado é igual ou superior
a 25% do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
e) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor de realização é igual ou superior a 15%
do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.

39) (AFRF-2001-Esaf) Em um investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, a


constituição da Reserva de Reavaliação de Ativo Imobilizado na investida origina o seguinte
lançamento na investidora:
a) Débito de “Ativo Permanente - Investimentos”, subgrupo “Reserva de Reavaliação de Coligadas e
Controladas” e crédito de “Resultado do Exercício”, subgrupo “Resultado Apurado na Equivalência
Patrimonial”.
b) Débito do “Patrimônio Líquido” subgrupo “Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas” e
crédito do “Ativo Permanente” subgrupo “Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas”.
c) Débito de “Resultado do Exercício” subgrupo “Resultado da Equivalência Patrimonial” e crédito de
“Ativo Permanente” subgrupo “Investimentos Avaliados pela Equivalência Patrimonial”.
d) Débito de “Ativo Permanente – Imobilizado” e crédito do “Patrimônio Líquido” subgrupo “Reserva
de Reavaliação de Coligadas e Controladas”.

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e) Débito de “Ativo Permanente - Investimentos” subgrupo “Investimentos Avaliados pela


Equivalência Patrimonial” e crédito no “Patrimônio Líquido” subgrupo “Reserva de Reavaliação de
Coligadas e Controladas”.

Dados para a resolução das questões de número 17 e 18.


A Cia. XAVANTE, detentora de 60% do capital ordinário da Cia. CARIRI, ao final do exercício
contábil de 1999, evidencia em seu Balanço Patrimonial o valor de 900.000 reais para este
investimento societário.
Por ocasião do encerramento do exercício de 2000, a contabilidade da investida forneceu os
valores a seguir para os itens:
Itens identificados na Contabilidade da Investida:
Patrimônio Líquido Ajustado R$ 2.150.000,00
Vendas de Estoques para a Investidora R$ 2.500.000,00
Margem de Lucro das Vendas 20%
intercompanhias

40) (AFRF-2002-Esaf) Se ao final do exercício de 2000 restassem, na Cia. Xavante, R$


500.000,00 dos estoques adquiridos da Cia. Cariri e o valor contábil da participação
societária registrada na mesma data fosse R$ 900.000,00, de acordo com a Instrução CVM
247/96, o valor a ser registrado pela investidora como resultado de equivalência patrimonial
seria uma:
a) despesa de R$ 390.000,00
b) despesa de R$ 330.000,00
c) receita de R$ 330.000,00
d) despesa de R$ 290.000,00
e) receita de R$ 290.000,00

41) (AFRF-2002-Esaf) Se o estoque adquirido pela investidora tivesse sido repassado


integralmente a terceiros, o valor ao final dessa participação seria:
a) R$ 1.190.000,00
b) R$ 1.230.000,00
c) R$ 1.290.000,00
d) R$ 1.309.000,00
e) R$ 1.390.000,00

42) (AFRF-2002-Esaf) A empresa Juruá S/A, controladora do Grupo Solimões, evidencia, em


um determinado período, os valores de 140 milhões como Participações Societárias e 250
milhões como total de Patrimônio Líquido.
No mesmo período, essa empresa possui 5% do capital preferencial da Cia. Rio Negro, que
é de 90.000.
Com base nas informações anteriores, identifique o procedimento contábil correto a ser
aplicado nessas circunstâncias.
a) os dividendos, quando pagos pela investida, devem ser registrados como receita.
b) as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido da investida são simultaneamente
reconhecidas na investidora.
c) a empresa investida é reconhecida como equiparada à empresa Coligada no processo de
Consolidação.
d) na distribuição dos lucros da investida, os dividendos provisionados representam ingressos
de Disponibilidades.
e) na avaliação dessa participação societária, aplica-se a equivalência patrimonial.

43) (AFRF-2002-2-Esaf) Um investimento é considerado relevante quando:


a) o valor inscrito na conta de participação societária de cada coligada e controlada,
considerado em seu conjunto, não exceder a 5% do Patrimônio Líquido da investidora.
b) o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas considerados em seu
conjunto for igual ou superior a 15% do Patrimônio Líquido da investidora.
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c) o valor inscrito em investimento permanente em cada uma das empresas coligadas for igual
ou inferior a 5% do Patrimônio Líquido da investidora.
d) o custo de aquisição do investimento nas coligadas for igual ou inferior a 5% do patrimônio
líquido da investidora e igual a 8% do Patrimônio Líquido da investida.
e) o valor pago na aquisição do investimento em coligadas for igual ou inferior a 5% do
patrimônio líquido da investidora e igual a 8% do Patrimônio Líquido da investida.

Utilizando as informações contidas no quadro de composição acionária das companhias,


responder às questões de nº 21 e 22.
(Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)
Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000

44) (AFRF-2002-2-Esaf) Em dezembro de 2000 a Cia. Itamaracá distribui dividendos a seus


acionistas; esse procedimento gera um lançamento de:
a) crédito na conta Lucros/Prejuízos Acumulados da Cia. Itamaracá.
b) crédito em conta do Ativo Permanente Investimentos da Cia. Itararé.
c) débito em conta do Ativo Circulante Disponibilidades da Cia. Itacolomi.
d) débito na conta de Participações Societárias da Cia. Itamaracá.
e) reconhecimento de receita de dividendos na sua investidora.

45) (AFRF-2002-2-Esaf) Em junho de 2001 a Cia. Itacolomi efetua a reavaliação de seus


Ativos Imobilizados; este fato gera:
a) um ganho de capital a ser reconhecido e tributado, no resultado da empresa investida.
b) a necessidade de um registro contábil de redução do investimento societário na Cia. Itararé.
c) apenas a evidenciação em notas explicativas do fato não sendo necessário nenhum registro
contábil na empresa investidora.
d) o reconhecimento proporcional à Participação Societária de uma Reserva de Reavaliação na
investidora.
e) a formação de uma Reserva de Capital no valor correspondente ao valor da reavaliação
efetuada.

Com as instruções fornecidas a seguir, responder às questões de nºs 23 a 25.


I. A Cia. Boa Vista, companhia atuante no mercado imobiliário, em 20.10.20x1 faz uma
aplicação financeira em Títulos e Valores Mobiliários de R$ 500.000, resgatável em 180
dias pelo valor de R$ 590.000, com Imposto de Renda Retido na Fonte de 10%;
II. O imposto retido é compensável com o Imposto de Renda devido sobre o lucro apurado
no período fiscal;
III. O período contábil da empresa, estabelecido em seu estatuto, abrange o intervalo de
tempo entre 01.01 a 31.12 de cada ano.

46) (AFRF-2003) O valor a ser incorporado como custo de aquisição da operação é


a) R$ 590.000
b) R$ 536.000
c) R$ 534.000

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d) R$ 530.000
e) R$ 500.000

47) (AFRF-2003) Se a empresa utilizar o critério linear para apropriação dos rendimentos
gerados por esta operação, é correto afirmar que:
a) o valor proporcional ao Imposto de Renda Retido na Fonte deve ser computado em conta
corretiva do ativo.
b) em 31.12.20x1 a empresa deverá ter registrado como resultado do exercício, em conta de
Receitas Financeiras, 2/5 dos rendimentos contratados.
c) os rendimentos contratados somente serão apropriados ao resultado da empresa na ocasião
do vencimento da aplicação.
d) a empresa deverá registrar como Resultado de Exercícios Futuros o valor total dos
rendimentos contratados na ocasião da contratação e efetivação da operação.
e) a Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.20x1 dessa empresa deverá
ser afetado por receitas financeiras correspondentes a 19,01% dos rendimentos.

48) (AFRF-2003) Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação
temporária era de R$ 532.000 e as despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em
casos como este o procedimento contábil a ser efetivado seria:
a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na
fonte, registrando o valor apurado em conta do ativo.
b) debitar em conta de ativo o ajuste de R$ 32.000 correspondente ao valor de mercado dos
títulos a crédito de conta de receita financeira.
c) evidenciar em notas explicativas o ganho efetivo de R$ 30.000 em função do custo de
oportunidade da empresa em relação a essa aplicação.
d) efetuar o provisionamento de R$ 6.000 para atender o ajuste ao valor de mercado, forma
de avaliação aplicada a este tipo de ativo.
e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o valor pago na data do
balanço e o valor contábil da aplicação.

Para responder às questões de nºs 26 e 27 considere a situação descrita a seguir.


A Cia. Boreal, empresa agrícola atuante nesse mercado há 22 anos, no início de 1997
participa como acionista na constituição da Cia. Beneficiadora de Cereais, cujo capital social
é totalmente integralizado e formado por 1.200.000 ações distribuídas, de acordo com os
limites legais, em ações ordinárias e preferenciais com valores nominais de R$10,00 cada
uma. No início de 2003 a diretoria da Cia. Boreal, obedecendo a seu planejamento
estratégico para expansão, decide fazer uma proposta de aquisição para o controle
acionário da Cia. Transportadora Carga Pesada que, no momento, passa por problemas de
gestão, apesar de ter sido constituída em janeiro de 2002, dentro dos limites máximos de
classes de ações permitidos pela legislação da época. Com capital social representado por
900.000 ações ordinárias e preferenciais com valor unitário de R$10,00/ação, seus
acionistas estão dispostos a negociar a venda do controle acionário pelo valor nominal das
ações desde que essa operação seja realizada a vista.

49) (AFRF-2003) Com base nas informações acima, indique o valor mínimo que a Cia. Boreal
deveria pagar para tornar-se a controladora da empresa transportadora.
a) R$ 4.500.000
b) R$ 3.000.010
c) R$ 3.000.000
d) R$ 2.250.010
e) R$ 1.500.000

50) (AFRF-2003) Para possuir a preponderância nas deliberações sociais de modo


permanente e com segurança na Cia. Beneficiadora de Cereais, a Cia. Boreal deve possuir
pelo menos:
a) 50% do capital total da investida.
b) 40% das ações totais da investida.
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c) 33,3% do patrimônio líquido da investida.


d) 25% das ações ordinárias da investida.
e) 16,7% do capital votante da investida.

51) (AFRF-2003) Indique a opção que não corresponde a procedimentos exigidos pela
Instrução CVM 247/96 para a determinação da base de cálculo da equivalência patrimonial.
a) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia investidora que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da controlada.
b) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de estoques de matérias-primas no balanço patrimonial da
investidora.
c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de bens não de uso no balanço patrimonial de outra empresa
coligada.
d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da investidora.
e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial de outra
controlada.

52) (AFRF-2003) Entre as afirmativas a seguir, indicar aquela que faz parte dos
procedimentos efetuados pela investidora para a determinação do valor da equivalência
patrimonial.
a) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial ou não de
dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
b) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial de dividendo
fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
c) Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, excetuando, quando se
referir a investimento no exterior.
d) Verificar os efeitos decorrentes de eventos não relevantes ocorridos no caso das
demonstrações
contábeis de mesma data e efeitos postecipados.
e) Admitir a exclusão do montante correspondente às participações recíprocas quando estas
apresentarem caráter eventual e irrelevância.

53) (AFRF-2003) A diferença verificada, ao final do período, entre o valor da participação


societária relevante de companhia aberta e o resultante da aplicação do percentual de sua
participação no patrimônio líquido da empresa investida, é registrado como item do
resultado operacional quando corresponder:
a) a eventos que provoquem diminuição do percentual de participação no capital da investida
se esta for uma coligada.
b) a aumento no patrimônio líquido da empresa coligada decorrente da reavaliação de seus
ativos.
c) a eventos resultantes de aumentos do percentual de participação no capital social da
empresa controlada.
d) a variação cambial de investimento em coligada ou controlada e controlada no exterior.
e) a diminuições do patrimônio líquido de coligadas provocadas por reavaliações de ativos.

54) (AFTN-96-Esaf) A figura contábil do ágio pode ocorrer por origens e circunstâncias diversas,
entre elas a expectativa:
a) De rentabilidade futura da Participação Societária adquirida
b) Das despesas futuras da Participação Societária adquirida
c) De o valor do Imobilizado Líquido da empresa investida tender para zero
d) De prejuízos futuros da Participação Societária adquirida
e) De o Patrimônio Líquido da empresa investida ser negativo

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55) (AFTN-96-Esaf) O efeito da reavaliação de bens efetuados nas empresas coligadas,


quando as participações societárias são avaliadas pelo método de custo:
a) Não gera nenhum registro contábil na investidora
b) É também registrado pela investidora imediatamente
c) É registrado pela investidora no ano subsequente ao fato
d) Gera o reconhecimento de receita não-operacional na investidora
e) Gera um registro contábil de receita operacional na investidora

56) (AFTN-96-Esaf) Quando uma empresa controlada faz reavaliação de seus bens, a empresa
investidora deve registrar:
a) O fato apenas juridicamente e evidenciá-lo nas Notas Explicativas na ocasião da publicação do seu
balanço
b) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
receita realizada no período
c) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
receita de exercícios futuros
d) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
reserva de reavaliação
e) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação de redução do valor do
investimento

57) (TCU-1998-CESPE) De acordo com a Instrução CVM n.º 247, de 27 de março de 1996, que
dispõe, entre outras coisas, a respeito da avaliação de investimentos em sociedades coligadas e
controladas, julgue os itens abaixo.
1. O valor contábil do investimento relevante e influente em coligada ou controlada abrange o custo
de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio não-amortizado, deduzidos o deságio não-
amortizado e a provisão para perdas.
2. O investimento em controlada deve ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial.
3. É considerada exemplo de evidência de influência na administração da coligada a significativa
dependência tecnológica e/ou econômico-financeira.
4. O investimento em sociedade coligada ou controlada, cuja venda por parte da investidora, em
futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização, deixará de ser avaliado pelo método
da equivalência patrimonial, imediatamente após a decisão de venda.
5. O investimento em coligada que, por redução do valor contábil do investimento, deixar de ser
relevante, deixará de ser avaliado pela equivalência patrimonial, mesmo que a redução não seja
considerada de caráter permanente.

Responda às questões 05 a 09, utilizando os dados do enunciado a seguir:


Em 10 de janeiro de 19x8, a Cia. Alfa pagou R$ 700.000 por 100.000 ações que
representavam 30% das ações da Cia. Beta. O ágio pago pela Cia. Alfa será amortizado em
10 anos. Em 31 de dezembro de 19x8, a Cia. Beta apresentou um lucro do exercício 19x8
de R$ 300.000. Em 10 de julho de 19x8, a empresa Beta pagou, em caixa, dividendos de R$
100.000.
A Cia. Alfa exerce significativa influência sobre a Cia. Beta e avalia seus investimentos pelo
método da equivalência patrimonial. O valor apurado como Lucros e Prejuízos de
Participações em outras Sociedades reportado pela Cia. Alfa foi de R$ 80.000 em
31.12.19x8.

58) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio pago por Alfa, por ocasião da aquisição das ações da Cia.
Beta, foi de
a) R$ 100.000,00

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b) R$ 30.000,00
c) R$ 90.000,00
d) R$ 80.000,00
e) R$ 60.000,00

59) (AFTN-98-Esaf) Ao final do exercício de 19x8, o valor apurado na aplicação da Equivalência


Patrimonial foi de
a) R$ 30.000,00
b) R$ 60.000,00
c) R$ 100.000,00
d) R$ 80.000,00
e) R$ 90.000,00

60) (AFTN-98-Esaf) O valor registrado na Conta Participações Permanentes em Outras Sociedades


pela Cia. Alfa foi de
a) R$ 700.000,00
b) R$ 300.000,00
c) R$ 600.000,00
d) R$ 900.000,00
e) R$ 800.000,00

61) (AFTN-98-Esaf) O valor nominal unitário das ações adquiridas da Cia. Beta foi de
a) R$ 8,00
b) R$ 9,00
c) R$ 2,00
d) R$ 6,00
e) R$ 3,00

62) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio amortizado, ao final do exercício de 19x8, pela Cia. Alfa foi de
a) R$ 10.000,00
b) R$ 90.000,00
c) R$ 70.000,00
d) R$ 30.000,00
e) R$ 60.000,00

63) (TRT-4ª/ANAL.JUD.-2001) A controladora detém 60% do capital da investida, que teve no


exercício um lucro de 5.000 e lhe atribuiu lucros acumulados de 2.000, resultando em acréscimo
do valor desse seu investimento:
a) 1 000
b) 1 800
c) 3 000
d) 5 000
e) 7 000

64) (AFRF-2001-Esaf) O ágio na compra de investimento avaliado pelo método da equivalência


patrimonial é determinado pelo valor pago que exceder
a) ao valor do capital da investidora.
b) ao valor de cotação em bolsa.
c) ao valor do capital da investida.
d) ao valor patrimonial da ação.
e) ao valor do capital e reservas de capital da investida.

65) (AFRF-2001-Esaf) Em circunstâncias que determinem situações que configurem a existência


de perdas já previstas mas não contabilizadas pelas coligadas ou controladas, deve ser

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 16


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constituída uma provisão para perdas em Investimentos. Sobre esse assunto a Instrução CVM
247/96, em seu artigo 12 inciso II, estabelece como perdas potenciais
a) responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto e tendência de
perecimento de investimento
b) tendência de perecimento do investimento e elevado risco de paralisação de operações de
coligadas e controladas
c) eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas ou controladas em suas
demonstrações contábeis
d) elevado risco de paralisação de operações de coligadas e controladas e responsabilidade formal
ou operacional para cobertura de passivo a descoberto
e) perdas decorrentes de sinistros já ocorridos e ainda não registradas contabilmente pela
controlada ou coligada

66) (AFRF-2002-Esaf) A avaliação de valores mobiliários, não classificados como


investimentos, estabelecida no artigo 183 da Lei 6.404/76, utiliza como base os critérios
contábeis
a) do denominador comum monetário.
b) da convenção de consistência.
c) do custo histórico e da materialidade.
d) do custo ou mercado, dos dois o menor.
e) da prudência e do custo de oportunidade.

67) (AFRF-2002-Esaf) Assinale a opção que corresponde a um correto tratamento contábil


relativo a investimentos no exterior.
a) Os investimentos em controladas ou coligadas existentes no exterior devem
obrigatoriamente fazer a consolidação de balanços independentemente da relevância do
valor investido.
b) O método da equivalência patrimonial deve ser adotado para avaliar participações
societárias tanto em controladas como em coligadas, sempre que essas forem relevantes.
c) Independentemente da relevância do investimento no exterior, deve ser utilizado o método
de equivalência patrimonial mesmo quando se tratar de filiais ou agências no exterior.
d) A avaliação de investimentos societários em empresas estrangeiras deverá ser feita pelo
método do custo identificado pela taxa média de câmbio do mês em que o mesmo for
efetivado.
e) Na adoção de critérios contábeis divergentes daqueles utilizados pela investidora brasileira,
os valores apurados no exterior devem ser apenas convertidos à taxa de câmbio média do
período contábil de referência.

68) (AFRF-2002-Esaf) O registro contábil efetuado quando da aquisição de participações


societárias relevantes com deságio, de acordo com a Instrução CVM 247/76, envolve:
a) lançamentos em subcontas do grupo Permanente Investimentos.
b) reconhecimento de receitas não-operacionais de lucros com investimentos.
c) lançamento de crédito em ganhos com investimentos permanentes.
d) registro em participação societária apenas pelo valor líquido pago.
e) a apropriação em resultados de exercícios futuros do valor do deságio.

69) (AFRF-2002-Esaf) O prazo máximo para amortização do ágio ou deságio decorrente de


expectativa de resultado futuro, conforme estabelecido por Instrução/CVM, é de:
a) 3 anos
b) 5 anos

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c) 7 anos
d) 8 anos
e) 10 anos

70) (AFRF-2002-2-Esaf) As perdas permanentes em investimentos avaliados pelo método da


equivalência patrimonial são denominadas de perdas efetivas, segundo a Instrução CVM
247/96, quando provenientes de:
a) Eventos que possam indicar perda total de créditos contra coligadas e controladas.
b) Perdas resultantes do processo de produção industrial de controladas e coligadas não
provisionadas.
c) Eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil do investimento.
d) Eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e controladas em suas
demonstrações contábeis.
e) Situação de elevado risco de paralisação de operações de coligadas ou controladas.

71) (AFRF-2002-2-Esaf) A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do


investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, quando relativo à variação
cambial de investimento em coligada ou controlada no exterior, deve ser apropriada pela
investidora
a) como reserva de capital quando o saldo for credor.
b) sempre como conta de despesa não operacional.
c) como receita ou despesa operacional.
d) sempre como ganho de capital.
e) como subconta do ativo permanente diferido.

72) (AFRF-2002-2-Esaf) Poderá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência


patrimonial:
a) o investimento em coligada no valor contábil superior a 20% do patrimônio líquido da
investidora.
b) o investimento indireto em outra empresa com valor contábil superior a 20% do capital
votante da investida.
c) o investimento indireto em empresas, com valor contábil superior a 30% do capital votante
da investida que apresente prejuízos em dois períodos subseqüentes.
d) o investimento em sociedades controladas ou coligadas que apresentar efetiva e clara
evidência de perda de continuidade.
e) o investimento direto em empresas, com valor contábil superior a 30% do capital votante
da investida que apresente prejuízos em três períodos subseqüentes.

Utilizando as informações contidas no quadro de composição acionária das companhias,


responder às questões de nº 20 a 22.
(Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)
Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000

73) (AFRF-2002-2-Esaf) O valor nominal unitário das ações da Cia. Itaipu é R$2,00; em
março de 2002 a empresa aumenta o seu capital ordinário em 60.000 ações ordinárias para
subscrição apenas no mercado primário. A Cia. Itararé subscreve e integraliza nessa
operação o valor de R$60.000,00; esse fato contábil gera:
a) um fato contábil misto aumentativo na contabilidade da investida.
b) um percentual de participação maior da investidora na investida.

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c) a identificação da perda do controle indireto da Cia. Ita.


d) o reconhecimento de uma perda de capital pela investidora.
e) o registro de um ganho de capital pela Cia. Itararé.

74) (AFRF-2002-2-Esaf) Cia. Itamaracá tem como atividade o transporte de cargas e foi
constituída apenas para prestar esse tipo de serviço às empresas do grupo. Nesse caso a
divulgação desse fato em notas explicativas:
a) não é necessária se as empresas do grupo estiverem obrigadas a consolidar suas
demonstrações.
b) é obrigatória por ferir possíveis interesses de acionistas minoritários e afetar a tributação do
Imposto de Renda.
c) é facultativa desde que esta decisão não afete o fato gerador para o cálculo do ICMS e do
Imposto sobre a Renda.
d) não é necessária por eventualmente vir a gerar transferências não remuneradas entre as
partes relacionadas.
e) é indispensável por se tratar de operação entre partes relacionadas e afetar a tributação.

75) (AFRF-2002-2-Esaf) Por decisão das diretorias das empresas do grupo ficou estabelecido
como período de exercício contábil para todas as empresas o ano civil. Na verificação da
ocorrência de uma venda de um bem imobilizado, com lucro, da Cia. Itacolomi para a Cia.
Itararé e, ao final do período contábil de ambas, a compradora ainda mantinha em seu
patrimônio esse bem. O resultado apurado nessa operação é classificado contabilmente
como:
a) resultado de investimento.
b) ganho de capital.
c) resultado não-realizado.
d) perda de capital.
e) lucro das operações.

76) (TCU-1995-CESPE) A legislação comercial, em particular a aplicável às sociedades por ações,


define os principais critérios de avaliação patrimonial. Com base nessa legislação, nos princípios e
na doutrina contábil, julgue os itens a seguir.
1. Os imóveis classificados como "Investimentos" serão avaliados pelo custo de aquisição, ajustado,
para mais ou para menos, ao valor de mercado.
2. Os empréstimos sujeitos a correção monetária serão atualizados com base no índice oficial e
acrescidos de todos os encargos calculáveis até a data do vencimento.
3. As participações societárias no capital social de outras sociedades, quando ficarem caracterizados
a relevância e o controle, serão avaliadas com base na equivalência patrimonial.
4. Os créditos em moeda estrangeira serão convertidos em moeda nacional, atualizados com base
na variação cambial e deduzidos das provisões adequadas ao valor provável de realização.
5. As matérias-primas e outros insumos de produção serão avaliados pelo custo de aquisição,
ajustado ao valor de mercado, que corresponde ao preço pelo qual possam ser revendidos.

77) (AFRF-2003) A Cia. ABC adquire 2% do total de ações da Cia. Lavandisca. Na ocasião da
operação, o preço acordado envolvia o valor das ações e dividendos adquiridos, relativos a
saldos, de Reservas e Lucros Acumulados, pré-existentes e ainda não distribuídos.
No momento em que ocorrer o efetivo pagamento dos dividendos referentes a esses itens, o
tratamento contábil dado a esse evento deverá ser:
a) creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta de receita não operacional em
contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 19


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b) ajustar o resultado do exercício e creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta


de deságio em aquisição de investimentos permanentes em contrapartida do registro do
ingresso do recurso no caixa.
c) lançar o valor correspondente a esse dividendo a crédito da conta participação societária em
contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa.
d) registrar os dividendos recebidos como receita operacional em contrapartida ao lançamento
de débito na conta caixa.
e) considerar o valor recebido como receita não operacional e debitando em contrapartida da
conta ágio em investimentos societários.

78) (AFRF-2003) A Cia. Jovial, controlada da Cia. Época, em um determinado exercício


reconhece como ajustes de exercícios os efeitos relevantes decorrentes de efeitos da
mudança de critério contábil. Neste caso, a controladora que avalia seu investimento pelo
método de equivalência patrimonial, deverá:
a) registrar o efeito correspondente à sua participação em seu resultado como item
operacional.
b) proceder à realização de assembléia extraordinária e dar conhecimento aos acionistas
minoritários do fato ocorrido na controlada.
c) apenas efetuar a evidenciação do fato em notas explicativas e constar em ata de assembléia
extraordinária.
d) lançar também como Ajustes de Exercícios Anteriores o valor proporcional à sua
participação societária.
e) apenas fazer a evidenciação do fato em notas explicativas, tendo em vista que o fato não
afeta o seu resultado.

79) (AFRF-2003) A Cia. Jaguaribe, em 01.03.2000, recebe em doação, do município x, um


terreno industrial avaliado em R$ 250.000, para instalar uma nova unidade fabril. Essa
operação, prevista no planejamento estratégico da empresa no item expansão, envolve um
investimento total de 15,5 milhões com previsão para entrar em operação nos próximos
dois anos. Indique o procedimento contábil que a Cia. Boa Sorte, detentora de 60% do
capital votante dessa empresa, deverá ter em relação à doação do bem.
a) Aplicar o percentual de participação no capital da controlada e registrar o valor apurado
como Reserva de Lucros a Realizar.
b) Reconhecer em seu resultado, no momento em que o evento ocorreu, uma receita
operacional de valor proporcional à sua participação.
c) Registrar em seu patrimônio líquido, como Reserva de Capital, o valor proporcional à sua
participação societária.
d) Indicar em notas explicativas o acréscimo patrimonial de sua investida e a potencialidade de
um provável ganho de capital.
e) Lançar ao final do exercício no qual a controlada registrou a incorporação do terreno como
um ganho de capital relativo à doação.

80) (AFRF-2003) Na verificação de participação recíproca em operações de incorporação, o


procedimento exigido pela Lei 6.404/76 será:
a) a empresa incorporada deverá alienar, no período de seis meses, a parcela de ações ou
quotas que não excederem o valor dos lucros e reservas.
b) somente a empresa incorporadora deverá publicar o fato em jornal de grande circulação no
local onde estiver sediada, justificando a natureza e o valor da operação.
c) mencionar o fato nos relatórios e demonstração financeira de ambas as sociedades e
eliminar esse tipo de participação, no prazo máximo de um ano.
d) mencionar esse fato apenas no relatório da administração, justificando a necessidade da
operação e indicando as classes e valor nominal das ações envolvidas.
e) alienar, no período de seis meses, a parcela de ações ou quotas que não excederem o valor
dos lucros acumulados da incorporadora.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 20


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GABARITOS

01 – B 02 – A 03 – E 04 – C 05 – E
06 – E 07 – D 08 – C 09 – E 10 – C
11 – A 12 – E 13 – D 14 – B 15 – D
16 – B 17 – D 18 – C 19 – B 20 – E
21 – D 22 - A 23 - C 24 – E 25 – D
26 – B 27 – A 28 - E 29 –C 30 – A
31 – C 32 – E 33 - C 34 – C 35 – A
36 – E 37 – D 38 - C 39 – E 40 – E
41 – C 42 – A 43 – B 44 – B 45 – D
46 – E 47 – B 48 – D 49 – D 50 – E
51 – A 52 – B 53 - D 54 – A 55 – A
56 – D 57 – C,C,C,E,E 58 – A 59 – E 60 – C
61 – D 62 – A 63 – A 64 – D 65 – B
66 – D 67 – B 68 – A 69 – E 70 – D
71 – C 72 – D 73 – D 74 – A 75 - C
76- E E C C E 77 - C 78 - A 79 - B 80 - C

A seguir apresentamos a resolução de alguns exercícios desta aula:

Quadro de composição acionária da CIA ITARARÉ nas companhias Mauá e Rondon:


Composição do Capital
Empresas Cia. Cia. Outros Total
Itararé Caxias Acionistas de ações
Cia. Mauá 2.000 4.000 4.000 10.000
Cia. Rondon 16.000 2.000 2.000 20.000
Cia. Caxias 35.000 ------ 15.000 50.000

07) (AFRF-2001-Esaf) A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte ordem:
a) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
b) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 20% na Cia. Mauá
d) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
Resolução:
Para facilitar a visualização da participação acionária, é conveniente passar as informações do
quadro para um gráfico, em que representaremos a participação de uma empresa em outro
traçando setas no sentido da participação:
ITARARÉ

20% 80%

MAUÁ RANDON
70%

40% 10%
CAXIAS

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Percebe-se que a ITARARÉ possui participação direta de 20% na Mauá, de 80% na Randon e
de 70% na Caxias. Entretanto, a Caxias possui investimento de 40% na Mauá e de 10% na
Randon, o que constitui investimento indireto na ITARARÉ naquelas duas empresas.

Desta forma, o investimento da Itararé na Randon é de 80% mais 10% de 70%, ou seja, mais
7%. Isto totaliza 87%. É de notar que 10% = 10/100 e 70% = 70/100.
A participação na Caxias é apenas a direta de 70%.
A participação na Mauá é de 20% de forma direta e mais 28% de forma indireta (40% de
70%), totalizando 48%.
Assim, a resposta correta é a letra “d”.

08) (AFRF-2001-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé nas empresas Mauá e Rondon é:
a) 18% na Cia. Mauá e 77% na Cia. Rondon
b) 28% na Cia. Mauá e 20% na Cia. Rondon
c) 28% na Cia. Mauá e 7% na Cia. Rondon
d) 8% na Cia. Mauá e 28% na Cia. Rondon
e) 7% na Cia. Mauá e 70% na Cia. Rondon
Resolução:
Conforme resolução da questão anterior, a resposta correta é a letra “c”.

A configuração gráfica do Conglomerado Alfabético é a seguinte:


CIA A

20% 30%
60%

CIA. B CIA. C CIA. D

100% 10% 70% 30%

CIA. G CIA. F 100% CIA. H

20%
CIA. E OUTROS

25% 55%
CIA. I

Com base no gráfico fornecido, responda às questões de 15 a 17.

15) (AFRF-2002-Esaf) De acordo com a figura apresentada pode-se afirmar que


a) a Cia. G é controlada indireta da Cia. B.
b) as empresas “C” e “I” são controladas da Cia. A.
c) a Cia. A participa indiretamente na Cia. I com 9%.
d) a participação indireta da Cia. A na Cia. H é de 51%.
e) a participação indireta da Cia. A nas empresas “F” e “H” é idêntica.

Resolução:
a) A CIA G é subsidiária integral da CIA B, pois a CIA B possui 100% do capital de G, logo é
controlada direta.
b) A participação de A em C é de 60%, donde pode-se concluir que C é controlada de ª Porém,
a participação de A em I é apenas indireta, cujo valor pode ser assim apurado: olhando de
frente para a figura, pela direita temos a participação de: 30% de 30% de 20%, ou seja:
0,3 x 0,3 x 0,2 = 0,018 x 100 = 1,8%.
Agora pelo centro, a participação é de 60% de 70% de 20%, ou seja, 0,6 x 0,7 x 0,2 =
0,084 x 100 = 8,4%.
Ainda pela esquerda, com participação de 20% de 10% de 25%, ou seja, 0,2 x 0,1 x 0,25 =
0,005 x 100 = 0,5%.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 22


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Então, a participação de A em I é de 1,8% + 8,4% + 0,5% = 10,7%, o que não caracteriza


o controle.
c) Acabamos de calcular a participação indireta de A em I, que é de 10,7%.
d) Percebam que a empresa A não possui participação direta em H. A participação é indireta e
se dá por intermédio das Cias. C e D.
A participação por meio da Cia C é de 42% (70% de 60%)
A participação por intermédio de D é de 9% (30% de 30%).
Logo, a participação indireta de A em H é de 51%. É a resposta correta.
e) A participação indireta de A em H já vimos que é de 51%. A participação de A em F é de
apenas 2%.

16) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia B relativo ao capital total, pode-se
afirmar que
a) a Cia. B é equiparada a controlada de “A”.
b) a Cia. B é coligada de “A”.
c) a participação de “A” em “B” é relevante.
d) a Cia. A é controladora de “B”.
e) é irrelevante se “B” for dependente da tecnologia de “A”.

Resolução:
O investimento de A em B é de 20%. Não sabemos a composição acionária de B, logo a participação pode
ser em ações sem direito a voto. Entretanto, uma coisa é certa: A Cia B é coligada de A. Conforme vimos
em nossas aulas, a relevância se mede em relação ao PL da investidora. Como não dispomos desses
dados, fiquemos com a resposta da letra “b”.

17) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia. B relativo ao capital total, pode-se
afirmar que
a) a Cia. I é equiparada a controlada de “D”.
b) a Cia. B participa indiretamente de “I” com 7%.
c) a participação de “A” em “B” é relevante em “I”.
d) a Cia. A participa indiretamente de “I” com 10,7%.
e) a Cia. H participa indiretamente de “I” com 10,7%.

Resolução:
Se voltarmos à questão 15) veremos que a Cia A participa indiretamente em I com 10,7%. Resposta
correta letra “d”.

19) (AFRF-2002-2-Esaf) (Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)


Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000
O percentual de participação indireta da Cia. Itararé na Cia. Itaipu é:
a) 20% b) 24% c) 30% d) 34% e) 52%

Resolução:
Novamente, para facilitar a visualização, devemos fazer o gráfico da relação de investimentos:

ITARARÉ

65% 80% 40%

ITAIPU ITAMARACÁ ATAJUBÁ


80%

30% 45%
ITACOLOMI

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 23


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A participação indireta da Itararé na Itaipu ocorre por meio da Itacolomi. Então, 30% de 80% resulta em
24%.
A resposta correta é a letra “b”.

20) (AFRF-2002-2-Esaf) (Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)


Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000
As empresas em questão formam um grupo de empresas, localizadas em diversos estados brasileiros e possuem
como atividade principal a extração, beneficiamento, industrialização e comercialização de mármores, granitos e
pedras de diversos tipos; sua empresa holding é a Cia. ITA. Se essa empresa é a investidora direta das empresas
Itararé e Itacolomi, indique o percentual máximo de participação direta, no capital da empresa Itacolomi, que a
Cia. Ita poderia ter:
a) 100%
b) 88%
c) 52%
d) 40%
e) 20%

Resolução:
Como a Itararé possui 80% das ações da Itacolimi, a ITA poderá ter, no máximo, 20% do capital dessa
empresa. Resposta correta letra “e”.

21) (AFRF-2002-2-Esaf) (Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)


Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000
Se a participação societária da Cia. Ita na Cia. Itacolomi for de 20% do capital total, a participação dessa empresa na
Cia. Itajubá é:
a) considerada indireta no valor de 45%.
b) nula porque a Cia. Itajubá não é ligada à Cia. lta.
c) considerada direta no valor de 20%.
d) evidenciada em notas explicativas.
e) nula por não haver relação direta entre elas.

Resolução:
A participação societária direta e indireta em controladas e coligadas deve ser evidenciada em notas
explicativas, salvo se a empresa elaborar demonstrações consolidadas.
Resposta correta letra “d”.

Questões da aula 04:


24) (AFTN-96-Esaf) Quando a Participação Societária for relevante, o efeito gerado por prejuízos apurados na investida deve
ser registrado pela empresa controladora da seguinte forma :
a) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participações Societárias
b) Participações Societárias
a Lucros / Prejuízos Acumulados
c) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
d) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Lucros / Prejuízos Acumulados
e) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Participações Societárias
Resolução:

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Inicialmente devemos observar que a questão se refere a uma prova realizada em 1996. De lá até a
presente data ocorreram algumas alterações na Lei e a CVM entrou em campo editando normas sobre o
assunto.
O registro do resultado da equivalência patrimonial é lançado diretamente no ativo permanente
investimento em contrapartida de conta de resultado. Caso o resultado da equivalência seja positivo, o
investimento será debitado e creditado o resultado. Quando a sociedade investida (controlada ou coligada
avaliada pela equivalência) apurar prejuízo, o resultado da equivalência será negativo. Neste caso, o
investimento será creditado e será debitada conta de resultado.
Desta forma, o lançamento correto é o da letra “e”.

Em 31.12.1994 os balancetes finais das Cias. PARÁ e SERGIPE eram os seguintes :


CIA. PARÁ CIA. SERGIPE
Contas Saldos Saldos
Ajustados Ajustados
Ativo Circulante 12.000 5.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 18.000 ---
Ativo Permanente
Investimentos 30.000 ---
Imobilizado Líquido 110.000 49.000
Passivo Circulante 25.000 15.000
Passivo Exigível a Longo Prazo 15.000 5.000
Patrimônio Líquido:
Capital 80.000 50.000
Reservas 10.000 1.000
Lucros/Prejuízos Acumulados 20.000 (14.000)
Despesas Operacionais 60.000 45.000
Receitas Operacionais 80.000 42.000
Outras informações:
I- para apuração dos resultados de 1994, das empresas, falta apenas a avaliação dos Investimentos Permanentes.
II - a Cia PARÁ detinha 60% do capital da Cia. SERGIPE e constituía-se na única participação societária da empresa .
III - a inflação no período foi ZERO
IV - até o exercício contábil de 1993 os investimentos não eram avaliados pela equivalência patrimonial. Com base nas
informações anteriores, identifique a resposta correta para as questões de números 03 a 05.

26) (AFTN-96-Esaf) Aplicando o método da equivalência patrimonial, o valor correto dos Investimentos Permanentes na Cia
PARÁ seria:
a) $ 30.000
b) $ 20.400
c) $ 9.600
d) $ 22.000
e) $ 1.800

Resolução:
O valor do investimento será apurado pela aplicação de 60% sobre o Patrimônio Líquido da Cia SERGIPE.
O PL da Cia Sergipe, considerando que no período teve prejuízo de R$ 3.000,00 (42.000 – 45.000), será
de:
Capital social R$ 50.000,00
+ Reservas R$ 1.000,00
(-) P. Acumulados R$ 17.000,00
Patrimônio Líquido R$ 34.000,00
Aplicando o percentual de participação (60%), teremos que o investimento da empresa PARÁ na Sergipe
vale R$ 20.400,00.
Resposta correta letra “b”.

27) (AFTN-96-Esaf) O resultado apurado na aplicação da equivalência patrimonial deveria ser lançado pela Cia. PARÁ como:
a) Lucros/ Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 7.800
Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 1.800
a Investimentos 9.600
b) Provisão para Perdas com Investimentos Permanentes 9.600
a receitas não Operacionais - Ganhos c/ Investimentos 7.800
a Investimentos 1.800
c) Lucros / Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 1.800

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Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800


a Investimentos 9.600
d) Ganhos / Perdas com Alienação de Investimentos 7.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 1.800
a Investimentos 9.600
e) Investimentos 1.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800
a Ganhos e Perdas c/ Investimentos 9.600
Resolução:
Percebam que a participação da Cia Pará no capital da Cia Sergipe é de 60% e que o Capital Social da Cia
Sergipe é de R$ 50.000,00. Isto nos leva a concluir que a Cia Pará investiu R$ 30.000,00.
Até aqui, tudo tranqüilo?!
Muito bem, na questão anterior apuramos que o investimento, em 31/12/1994, vale apenas R$ 20.400.
Logo, a Cia Pará está arcando com resultado negativo de R$ 9.600,00.
Outro aspecto que deve ser considerado é que o investimento não vinha sendo avaliado pela EP até o ano
de 1993. Aí o bicho começa a pegar. Mas, vamos em frente.
Uma coisa já deve ter ficado certo. Como o investimento passou a ser avaliado pelo MEP e ele vale
apenas R$ 20.400,00, o investimento deve ser creditado no valor de R$ 9.600,00. Mas a contrapartida
não deve ser toda no resultado do exercício, pois no ano de 1994 o prejuízo da Cia Sergipe foi de
apenas R$ 3.000,00 e, se aplicado o percentual de participação (60%), apenas R$ 1.800,00 deve ter
como contrapartida o resultado do exercício atual.
Os outros R$ 7.800,00 se referem a prejuízos que a Cia Sergipe teve em exercícios anteriores. Os ajustes
de exercícios anteriores na Cia Pará hão de ser realizados diretamente em conta de Lucros ou
Prejuízos Acumulados, em função do princípio da competência.
Desta forma, o lançamento correto está representado pela letra “a”.

28) (AFTN-96-Esaf) Considerando o valor apurado na equivalência patrimonial, o Resultado do Exercício de 19x4 da Cia.
PARÁ é:
a) $.24.200
b) $.10.400
c) $.12.200
d) $.22.200
e) $.18.200
Resolução:
Confrontando as receitas e despesas do exercício, temos:
Receitas operacionais R$ 80.000,00
(-) Desp. Operacionais R$ 60.000,00
(-) Resultado da EP R$ 1.800,00
= Resultado do Exercício R$ 18.200,00
Resposta correta letra “e”.

32) (ESAF/98-Esaf) A empresa Dona S/A possui capital social formado por 2 milhões de ações.
Nós, a empresa Sócia S/A, possuímos 30% desse capital e avaliamos o nosso investimento pelo método da Equivalência
Patrimonial.
No fim do exercício social a empresa Dona S/A, tendo apurado lucro líquido de R$ 300.000,00, resolveu contabilizar a
distribuição de dividendos calculados em 40% deste lucro. O nosso Contador, ao ser comunicado deste fato, promoveu o
seguinte lançamento no Diário da empresa Sócia S/A, para registrar o dividendo a ela distribuído:
a) Equivalência Patrimonial
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
b) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
c) Investimentos Permanentes / Ações da Empresa Dona S/A
a Receita da Equivalência Patrimonial
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
e) Dividendos a Receber
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00

Resolução:

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Essa questão poderá ter pego alguns de surpresa. Mas, se ordenarmos as coisas como devem ser,
certamente, nunca mais cairão em ciladas como esta.
No enunciado fala a respeito do registro do dividendo. Ora, para registrar o dividendo o contador da
nossa empresa já sabia do lucro de R$ 300.000,00 e já havia registrado o resultado da equivalência
patrimonial no valor de R$ 90.000,00, aumentando o investimento em contrapartida de resultado.
No recebimento do dividendo ou na sua declaração pela sociedade investida o lançamento deve ser a
débito de AC (dividendos a receber ou caixa/bancos) e a crédito de investimento.
Como o lucro foi de R$ 300.000,00 e o dividendo proposto foi de 40% do lucro, houve a proposta de
dividendos a pagar no valor de R$ 120.000,00. A nossa empresa possui direito a receber 30% desse
valor, ou seja, R$ 36.000,00.
Assim, o lançamento correto é o da letra “e”.

42) (AFRF-2002-Esaf) A empresa Juruá S/A, controladora do Grupo Solimões, evidencia, em um determinado
período, os valores de 140 milhões como Participações Societárias e 250 milhões como total de Patrimônio Líquido.
No mesmo período, essa empresa possui 5% do capital preferencial da Cia. Rio Negro, que é de 90.000.
Com base nas informações anteriores, identifique o procedimento contábil correto a ser aplicado nessas
circunstâncias.
a) os dividendos, quando pagos pela investida, devem ser registrados como receita.
b) as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido da investida são simultaneamente reconhecidas na investidora.
c) a empresa investida é reconhecida como equiparada à empresa Coligada no processo de Consolidação.
d) na distribuição dos lucros da investida, os dividendos provisionados representam ingressos de Disponibilidades.
e) na avaliação dessa participação societária, aplica-se a equivalência patrimonial.
RESOLUÇÃO:
Percebam que o investimento da empresa Juruá S/A na Cia. Rio Negro não é relevante e tão pouco a Cia.
Rio Negro é sua coligada, logo o investimento deve ser avaliado pelo Método do Custo de Aquisição. Por
esta forma de avaliação de investimentos os dividendos, quando recebidos, devem ser lançados
diretamente como receita operacional.
Resposta correta letra “A”.

46) (AFRF-2003) I. A Cia. Boa Vista, companhia atuante no mercado imobiliário, em 20.10.20x1 faz uma aplicação
financeira em Títulos e Valores Mobiliários de R$ 500.000, resgatável em 180 dias pelo valor de R$ 590.000,
com Imposto de Renda Retido na Fonte de 10%;
II. O imposto retido é compensável com o Imposto de Renda devido sobre o lucro apurado no período fiscal;
III. O período contábil da empresa, estabelecido em seu estatuto, abrange o intervalo de tempo entre 01.01 a
31.12 de cada ano.
Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação temporária era de R$ 532.000 e as
despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em casos como este o procedimento contábil a ser efetivado
seria:
a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na fonte, registrando o valor
apurado em conta do ativo.
b) debitar em conta de ativo o ajuste de R$ 32.000 correspondente ao valor de mercado dos títulos a crédito de conta
de receita financeira.
c) evidenciar em notas explicativas o ganho efetivo de R$ 30.000 em função do custo de oportunidade da empresa em
relação a essa aplicação.
d) efetuar o provisionamento de R$ 6.000 para atender o ajuste ao valor de mercado, forma de avaliação aplicada a
este tipo de ativo.
e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o valor pago na data do balanço e o valor contábil
da aplicação.

RESOLUÇÃO:
Percebam que, de 20/10/x1 até 31/12/x1 são 72 dias. Como o rendimento previsto para 180 dias é de
R$ 90.000,00, então o rendimento diário será de R$ 500,00 (R$ 90.000,00 / 180 dias). Assim, para o
período de 72 dias teremos de considerar o rendimento de R$ 36.000,00 (72 d x R$ 500,00 / d). Desta
forma, no final de X1 o investimento deverá ser avaliado por R$ 536.000,00. No entanto, o valor de
mercado é de apenas 532.000,00 e o valor de realização de R$ 530.000,00, visto que a empresa teria de
pagar corretagem de 2.000,00 para alienar esse investimento. Como o investimento foi avaliado por R$
536.000,00 e o valor de realização, leia-se valor de mercado, é de apenas 530.000,00, deve-se constituir
uma provisão de 6.000,00!
Resposta correta letra “D”.

51) (AFRF-2003) Indique a opção que não corresponde a procedimentos exigidos pela Instrução CVM 247/96 para a
determinação da base de cálculo da equivalência patrimonial.
a) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia investidora que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da controlada.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 27


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b) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de estoques de matérias-primas no balanço patrimonial da investidora.
c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de bens não de uso no balanço patrimonial de outra empresa coligada.
d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da investidora.
e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial de outra controlada.

Resolução:
A base de cálculo da equivalência patrimonial está definida no art. 9º da Instrução CVM nº 247:
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência patrimonial, será obtido
mediante o seguinte cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre o valor do patrimônio
líquido da coligada e da controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não realizados, conforme
definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos fiscais.
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados lucros não realizados
aqueles decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e controladas,
quando:
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por
inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial da
investidora; ou
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por
inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial de
outras coligadas e controladas.
§ 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e controladas não
devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial.
§ 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de
negócios que tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas
de resultado das coligadas e controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do
valor do investimento.
Desta forma, na alternativa “c” há uma inversão das companhias, pois o lucro a que se refere a CVM é o
das controladas e coligadas e não da controladora que estiver no ativo de suas filiadas.
Alternativa correta letra “c”.

52) (AFRF-2003) Entre as afirmativas a seguir, indicar aquela que faz parte dos procedimentos efetuados pela
investidora para a determinação do valor da equivalência patrimonial.
a) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial ou não de dividendo fixo, dividendo
cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
b) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo
cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
c) Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, excetuando, quando se referir a investimento
no exterior.
d) Verificar os efeitos decorrentes de eventos não relevantes ocorridos no caso das demonstrações contábeis de
mesma data e efeitos postecipados.
e) Admitir a exclusão do montante correspondente às participações recíprocas quando estas apresentarem caráter
eventual e irrelevância.

Resolução:
A presença de classes de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com
diferenciação na participação de lucros altera o valor do Patrimônio Líquido da sociedade investida. Desta
forma, a existência desse fato deve ser observado pela investidora na determinação da equivalência
patrimonial.
Resposta correta letra “b”.

QUESTÕES DA AULA 05:


67) (AFRF-2002-Esaf) A empresa Juruá S/A, controladora do Grupo Solimões, evidencia, em um determinado
período, os valores de 140 milhões como Participações Societárias e 250 milhões como total de Patrimônio Líquido.
No mesmo período, essa empresa possui 5% do capital preferencial da Cia. Rio Negro, que é de 90.000.

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 28


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Com base nas informações anteriores, identifique o procedimento contábil correto a ser aplicado nessas
circunstâncias.
a) os dividendos, quando pagos pela investida, devem ser registrados como receita.
b) as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido da investida são simultaneamente reconhecidas na investidora.
c) a empresa investida é reconhecida como equiparada à empresa Coligada no processo de Consolidação.
d) na distribuição dos lucros da investida, os dividendos provisionados representam ingressos de Disponibilidades.
e) na avaliação dessa participação societária, aplica-se a equivalência patrimonial.
RESOLUÇÃO:
Percebam que o investimento da empresa Juruá S/A na Cia. Rio Negro não é relevante e tão pouco a Cia.
Rio Negro é sua coligada, logo o investimento deve ser avaliado pelo Método do Custo de Aquisição. Por
esta forma de avaliação de investimentos os dividendos, quando recebidos, devem ser lançados
diretamente como receita operacional.
Resposta correta letra “A”.

70) (AFRF-2002-2-Esaf) As perdas permanentes em investimentos avaliados pelo método da equivalência


patrimonial são denominadas de perdas efetivas, segundo a Instrução CVM 247/96, quando provenientes de:
a) Eventos que possam indicar perda total de créditos contra coligadas e controladas.
b) Perdas resultantes do processo de produção industrial de controladas e coligadas não provisionadas.
c) Eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil do investimento.
d) Eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e controladas em suas demonstrações
contábeis.
e) Situação de elevado risco de paralisação de operações de coligadas ou controladas.
RESOLUÇÃO:
Conforme disposto no art. 12 da Instrução CVM 247, as perdas podem ser efetivas ou potenciais.
As efetivas estão previstas no inciso I daquele dispositivo:
Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para cobertura de:
I - Perdas efetivas, em virtude de:
a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e controladas em
suas demonstrações contábeis; ou
b) - responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto

Percebe-se que a alternativa “D” representa transcrição literal da alínea “a” do dispositivo, sendo a
resposta correta.

73) (AFRF-2002-2-Esaf) (Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)


Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000
O valor nominal unitário das ações da Cia. Itaipu é R$ 2,00; em março de 2002 a empresa aumenta o seu capital
ordinário em 60.000 ações ordinárias para subscrição apenas no mercado primário. A Cia. Itararé subscreve e
integraliza nessa operação o valor de R$ 60.000,00; esse fato contábil gera:
a) um fato contábil misto aumentativo na contabilidade da investida.
b) um percentual de participação maior da investidora na investida.
c) a identificação da perda do controle indireto da Cia. Ita.
d) o reconhecimento de uma perda de capital pela investidora.
e) o registro de um ganho de capital pela Cia. Itararé.
Resolução:
O percentual de participação da Itararé na Itaipu é de 65%. Como o valor nominal das ações é de R$
2,00 e a Itararé subscreveu o valor de R$ 60.000,00, então ela subscreveu apenas 50% das novas
ações, não exercendo o seu direito pleno que era a subscrição de 65%. Este fato pode gerar perda de
capital para a investidora se o PL da Itaipu for composto de outros valores positivos que não seja o
capital social. Percebam que, tecnicamente, não há resposta correta, porém, como a única possibilidade
neste caso é considerar a existência de valores positivos no PL, então a resposta correta é a letra “d”.

74) (AFRF-2002-2-Esaf) (Quadro de composição Acionária - quantidade de ações)


Investidores
Empresas Total de
Cia. Cia. Outro(s)
Investidas Ações
Itararé Itacolomi Acionista(s)
Cia. Itajubá 80.000 90.000 30.000 200.000
Cia. Itaipu 195.000 90.000 15.000 300.000
Cia. Itamaracá 40.000 ..... 10.000 50.000
Cia. Itacolomi 120.000 ..... 30.000 150.000

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 29


Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 01 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

A Cia. Itamaracá tem como atividade o transporte de cargas e foi constituída apenas para prestar esse tipo de
serviço às empresas do grupo. Nesse caso a divulgação desse fato em notas explicativas:
a) não é necessária se as empresas do grupo estiverem obrigadas a consolidar suas demonstrações.
b) é obrigatória por ferir possíveis interesses de acionistas minoritários e afetar a tributação do Imposto de Renda.
c) é facultativa desde que esta decisão não afete o fato gerador para o cálculo do ICMS e do Imposto sobre a Renda.
d) não é necessária por eventualmente vir a gerar transferências não remuneradas entre as partes relacionadas.
e) é indispensável por se tratar de operação entre partes relacionadas e afetar a tributação.
RESOLUÇÃO:
Inicialmente cabe destacar que esta questão consta do rol de exercícios por engano, pois trata da
consolidação das demonstrações, cujo tema é estritamente de contabilidade avançada. Entretanto,
vamos a resolução já que a questão aí está.
Pelas normas da CVM, quando uma empresa presta exclusivamente serviços a outra ou outras, mas
determinadas, empresas entre ela é considerada parte relacionada ou dependente das empresas para as
quais ela presta serviços e tal fato deve ser mencionado em notas explicativas ou revelado de alguma
forma ao público em geral. Um grupo de sociedades, em certos casos, quando forem companhias
abertas, deve divulgar demonstrações consolidadas. Quando elaborarem as demonstrações consolidadas
e as publicarem, o fato de serem interligadas fica evidenciado, logo, nesta hipótese, o fato não carece
estar em nota explicativa.
Resposta correta letra “A”.

78) (AFRF-2003) A Cia. Jovial, controlada da Cia. Época, em um determinado exercício reconhece como ajustes de
exercícios os efeitos relevantes decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil. Neste caso, a controladora
que avalia seu investimento pelo método de equivalência patrimonial, deverá:
a) registrar o efeito correspondente à sua participação em seu resultado como item operacional.
b) proceder à realização de assembléia extraordinária e dar conhecimento aos acionistas minoritários do fato ocorrido
na controlada.
c) apenas efetuar a evidenciação do fato em notas explicativas e constar em ata de assembléia extraordinária.
d) lançar também como Ajustes de Exercícios Anteriores o valor proporcional à sua participação societária.
e) apenas fazer a evidenciação do fato em notas explicativas, tendo em vista que o fato não afeta o seu resultado.
Resolução:
O art. 16 da Instrução CVM 247 prevê que:
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do investimento
avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deverá ser apropriada pela
investidora como:
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
a) - a aumento ou diminuição do patrimônio líquido da coligada e controlada, em
decorrência da apuração de lucro líquido ou prejuízo no período ou que corresponder
a ganhos ou perdas efetivos em decorrência da existência de reservas de capital ou
de ajustes de exercícios anteriores; e
b) - a variação cambial de investimento em coligada e controlada no exterior.
Desta forma, o ajuste de exercícios anteriores efetuados em coligadas e controladas, que naquelas
sociedades são lançados diretamente em conta de lucros ou prejuízos acumulados, devem ser
reconhecidos como resultado da equivalência patrimonial, como receita operacional.
Resposta correta letra “a”.

Nas aulas seguintes apresentaremos algumas questões da FCC. Aguardem!

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 30


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Aula 02
Hoje apresentamos outro assunto presente no programa do concurso para Fiscal ICMS-
SP. Trata-se da reavaliação de ativos. O tema é relativamente fácil e para a sua compreensão
é necessário ater-se aos aspectos legais que envolvem a espécie.

REAVALIAÇÃO DE ATIVOS

1 - INTRODUÇÃO
Em observância ao princípio contábil do Registro Pelo Valor Original, o qual preceitua que
os elementos patrimoniais devem ser registrados, contabilmente, pelos valores efetivamente
ocorridos nas transações com terceiros e que esses valores permanecerão inalterados
enquanto os bens, direitos e obrigações fizerem parte do patrimônio da entidade, podem
ocorrer, ao longo do tempo, algumas distorções de valores dos bens assim registrados.
Essas distorções se devem, basicamente, a três fatores: 1) em virtude de determinados
bens serem passíveis de valorização ao longo do tempo; 2) em função de a variação do poder
aquisitivo da moeda não resultar devidamente corrigido pelos índices oficiais de inflação,
principalmente a partir de 1º de janeiro de 1996 quando foi extinta a correção monetária pela
Lei nº 9.249/95; 3) ou em função de os critérios utilizados nos processos de depreciação,
amortização e exaustão não refletirem a real depreciação ou desgaste ou perda de valor
desses bens, visto serem, geralmente, baseados em estimativas ou critérios aceitos e
adotados em função da legislação fiscal e não em função de um real desgaste ou perda de
valor dos bens.
Para dar a devida dimensão ao presente tema, buscou-se na legislação fiscal a taxa de
depreciação de veículos admitida pelo Imposto de Renda que é de 20% ao ano, o que causa a
depreciação total dos bens dessa espécie em apenas 5 anos, se não for utilizado o critério com
valor residual.
Ora, sabemos que um veículo com apenas 5 anos de uso possui, na maioria das vezes,
valor de mercado em torno de 50% do valor de um veículo novo, mas na contabilidade da
empresa que utilizou aquela taxa de depreciação o valor contábil é nulo ou apresentado
apenas com o valor residual se esse tenha sido o critério adotado.
Fatos dessa natureza podem trazer transtornos como:
) Os interessados na informação contábil não possuem a exata dimensão do patrimônio
da entidade;
) Os investidores podem afugentar-se por falta de garantias;
) As operações de partilha, cisão, fusão e incorporação podem gerar intrigas e
desconfianças se deixarmos para fazer sua avaliação somente para estas finalidades.
O legislador, por meio da Lei n ° 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), atento à
possibilidade da ocorrência dessas hipóteses, estabeleceu em seu art. 182, § 3°, uma exceção
ao princípio contábil do Registro pelo Valor Original, pois admite que determinados ativos,
integrantes do Ativo Permanente, sejam avaliados a valores de mercado. A mesma lei ainda
faz referência a reavaliação de ativos nos arts. 178, § 2º e 187, § 2º. A lei societária, com
relação ao assunto, foi regulamentada pelas Deliberações CVM nºs 183/95 e 206/96. Os
dispositivos da lei societária foram concebidos nos seguintes termos:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e
a análise da situação financeira da companhia.
...

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§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:


...
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,
reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos
acumulados.
...
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por
dedução, a parcela ainda não realizada.
...
§ 3º. Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas
de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas
avaliações com base em laudo nos termos do art. 8º, aprovado pela
assembléia geral.
...
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
...
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas
avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º),
somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito de
distribuição de dividendos ou participações. (grifou-se).
Encontramos, também, o reconhecimento do processo de reavaliação na legislação fiscal,
mais especificamente a legislação do imposto de renda que, por meio do Decreto nº 3.000, de
26 de março de 1999, aprovou o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99). Os dispositivos
da legislação fiscal que reconhecem a existência da reavaliação de ativos são os arts, 271;
521, § 4º; e 536, § 2º, ao estabelecerem:
Art. 271. Devem ser registradas na escrituração comercial a apuração do
resultado de contratos de longo prazo, a avaliação de investimentos em
sociedades coligadas ou controladas pelo valor do patrimônio líquido,
inclusive de filiais, sucursais, agências e representações no exterior, a
apuração de resultados de empreendimentos imobiliários e a reavaliação de
bens do ativo.
Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos
em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos
decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base
de cálculo de que trata este Subtítulo, para efeito de incidência do imposto e
do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e 240 e no § 3º do art. 243,
quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II).
...
§ 4º Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de
reavaliação somente poderão ser computados como parte integrante dos
custos de aquisição dos bens e direitos se a empresa comprovar que os
valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo do
imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 52).
...
Art. 536. Serão acrescidos à base de cálculo os ganhos de capital, os
rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais
receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo
art. 531, auferidos no período de apuração, observado o disposto nos arts.
239, 240, 533 e 534 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 27, inciso II).
...

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§ 2º Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de


reavaliação somente poderão ser computados como parte integrante dos
custos de aquisição dos bens e direitos se a empresa comprovar que os
valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo do
imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 52). (grifou-se).
Conforme se depreende da leitura do art. 182 da lei comercial, as reavaliações devem ter
por base um laudo de avaliação nos termos do art. 8º da mesma lei, que, por seu turno,
estabelece as condições para a avaliação e a responsabilidade pela avaliação desses bens. O
dispositivo se refere às avaliações de bens para integralização de capital social, no entanto ele
deve ser observado no processo de reavaliação no que for cabível. Vejamos o referido
dispositivo:

Art. 8º. A avaliação dos bens será feita por três peritos ou por empresa
especializada, nomeados em assembléia geral dos subscritores, convocada
pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira
convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo
menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.
§ 1º. Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo
fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de
comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens
avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de
prestarem as informações que lhes forem solicitadas.
...
§ 6º. Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os
acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na
avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham
incorrido. No caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos
subscritores é solidária.
Portanto, a avaliação dos bens, que serão submetidos ao processo de reavaliação, deve
ser realizada por empresa especializada ou por três peritos. É certo que a empresa e os
peritos tenham que ter especialização e grau de conhecimento sobre os bens que irão avaliar.
A lei não faz referência quanto à independência do avaliador, entretanto é prudente que ele
seja independente, pois somente dessa forma dará credibilidade e imparcialidade ao laudo de
avaliação.
Outro aspecto a ser considerado é que a lei não discrimina a que bens se pode aplicar o
processo de reavaliação de ativos. A CVM, por seu turno, por meio da Deliberação nº 183, de
19/06/1995, limitou a reavaliação aos bens tangíveis do Ativo Permanente Imobilizado e
desde que não houvesse previsão de sua descontinuidade. Ressalte-se que os bens do Ativo
Imobilizado são os que geralmente sofrem as maiores distorções de valores em relação aos
valores de mercado, visto que estes são os bens com maior tempo de permanência na
entidade.
A peça fundamental que dá embasamento à reavaliação é o laudo de avaliação, deve,
portanto, fazer parte de arquivo contábil e fiscal da empresa que procedeu reavaliação, pois
faz prova do lançamento da reavaliação e porque nele estão contidas as razões que levaram ao
valor de mercado e que precisam ser comprovadas.
Vimos, desta forma, que a legislação brasileira, tanto a comercial quanto a fiscal, permite
que as empresas avaliem seus ativos a valores de mercado, consistindo esse processo numa
afronta ao princípio contábil do Registro pelo Valor Original, porém fundamentado num
princípio maior que é o da evidenciação da real posição patrimonial dos bens reavaliados. É de
ressaltar que em alguns países o processo de reavaliação de ativos não é aceito em função de
afrontar o princípio do registro pelo valor original ou também chamado de custo histórico.

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2 – CONCEITO DE REAVALIAÇÃO DE ATIVOS


Diante do que se disse no item anterior, pode-se conceituar o processo de reavaliação
de ativos como sendo o reconhecimento de que os valores dos bens estão
contabilizados a preços abaixo do valor de mercado. O ativo é reavaliado tendo como
contrapartida a conta Reserva de Reavaliação. O valor atribuído ao ativo, obrigatoriamente
baseado em laudo técnico, passa a ter o valor de mercado ou de reposição, inclusive para fins
de depreciação.
Reavaliação é a diferença entre o valor contábil dos bens e o valor de mercado. Desta
forma, reavaliação significa que os bens foram avaliados a valor de mercado a revelia do
princípio do custo original corrigido monetariamente. Com a adoção desse procedimento, os
bens constantes no balanço patrimonial estarão muito próximos aos valores de reposição no
estado em que se encontram.
Outra importante conseqüência do processo de reavaliação é que os bens reavaliados
serão depreciados, o que permite que os custos ou despesas decorrentes da depreciação
sejam levados ao resultado, apresentando-se este de forma mais realista.
A par de tantas vantagens à empresa, o processo de reavaliação se constitui num
procedimento optativo, não havendo exigibilidade para tanto, salvo nos casos de
reorganização societária em que a avaliação dos bens a valor de mercado pode ser exigida
em certos casos.
Contudo, não devemos confundir a reavaliação de ativos com a Correção Monetária do
Balanço. A Correção Monetária, extinta pela Lei nº 9.249/95 a partir de 01/01/1996, era mera
atualização do valor original na tentativa de se trabalhar com moeda constante, ao passo que
a reavaliação se constitui na elevação do valor do bem ao valor de mercado ou de reposição.
Em face da possibilidade de ocorrer confusão acerca de Correção Monetária do Balanço e
a Reavaliação de Ativos, vamos estabelecer as principais diferenças existentes ou que existiam
entre elas:

Correção monetária de Balanço Reavaliação de Ativos


1 - baseada em índices econômicos 1- baseada em valor de mercado ou de
divulgados pelo Governo; reposição;
2- aplicado sobre bens do Ativo 2- aplicado sobre bens do Ativo Permanente
Permanente, Patrimônio Líquido e – Imobilizado;
outros elementos estabelecidos por lei;
3- contrapartida em resultado (Resultado 3- contrapartida em reserva de reavaliação,
Com Correção Monetária – RCM); no Patrimônio Líquido;
4- dispensa laudo, pois utiliza índices 4- obrigatório laudo de peritos, sobre o qual
econômicos; eles têm responsabilidade;
5- efetuada em todos os balanços, 5- de acordo com a necessidade da entidade
independentemente da vontade do e vontade da entidade. Não é
empresário, pois era compulsória. obrigatória.

2.1 – ALGUMAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES

Em face da constante utilização, alguns termos necessitam de adequada definição:


Custo Corrigido ou Custo Atualizado Monetariamente: é o custo de aquisição
original ou o desembolso efetuado na aquisição do bem, considerado em termos de moeda de
poder aquisitivo constante, ou seja, corrigido monetariamente.

Valor de Mercado: é o valor de reposição do bem numa operação normal entre partes,
considerando-se o preço à vista do bem no estado em que se encontra.

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Valor Contábil ou Valor Líquido Contábil: é o valor pelo qual um bem está registrado
na contabilidade, deduzido de depreciação, amortização ou exaustão acumulada. Ressalte-se
que o valor do bem pode estar corrigido monetariamente ou até mesmo estar reavaliado.

Valor Recuperável: é o valor que a entidade espera recuperar pelo uso do bem em
suas operações, inclusive o valor residual na baixa.

3 – FINALIDADES DA REAVALIAÇÃO

Os motivos que sustentam a vontade de uma empresa em reavaliar seu Ativo são
muitos, dentre os quais podemos mencionar os seguintes como sendo os principais:
• Melhor apresentação da posição patrimonial da empresa, o que possibilita a obtenção de
empréstimos junto a instituições financeiras com oferecimento de bens em garantia;
• Pela reavaliação as empresas intentam, por vezes, reduzir a distribuição de dividendos,
pois possibilita que os bens reavaliados tenham o seu valor depreciado sendo a
contrapartida uma despesa, o que pode diminuir o lucro líquido do exercício se a realização
da reserva tiver como contrapartida a conta Lucros Acumulados;
• Possibilita uma apresentação mais realista do patrimônio o que pode propiciar melhor
gerenciamento de custos;
• Evitar fraudes e elisão fiscal por ocasião da alienação desses bens;
• Como a reavaliação é aplicada somente sobre bens integrantes do Ativo Permanente, os
índices de rotatividade de estoques, considerado em relação ao ativo total, apresentam-se
com performance melhor, visto que se o ativo total for maior, em termos relativos os
estoques são menores.

4 – TRATAMENTO CONTÁBIL E LEGAL


Observados os critérios legais pertinentes à avaliação de bens, os valores constantes no
laudo dos peritos são levados à Assembléia Geral para aprovação. Em sendo aprovado o laudo,
proceder-se-á a contabilização da reavaliação.
Para proceder-se à reavaliação, deve-se, primeiramente, verificar o Valor Contábil do
custo corrigido. Valor Contábil de bem do Ativo, conforme já visto, pressupõe o valor líquido,
isto é, expurgado de depreciação, amortização e exaustão acumulados.
Conforme está estampado no art. 8º da lei das sociedades anônimas, o laudo de
avaliação deve indicar o valor de mercado do bem e o prazo remanescente à sua utilização ou
depreciação.

4.1 – A REAVALIAÇÃO E OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE


A reavaliação de ativos, conforme visto, é amplamente aceita em nosso País, tanto pela
legislação comercial quanto pela legislação fiscal. Em outros países, entretanto, esse
procedimento não possui tamanha abrangência, pois entendem doutrinadores daqueles países
que a adoção do valor de mercado para os bens contraria o conceito de custo como base de
valor, ou seja, o princípio do custo originário.

A utilização do processo de reavaliação de ativos não pode se constituir em prática de


abuso contra os interessados na informação contábil da entidade. Há de se respeitar critérios
técnicos que devem ser informados nas demonstrações contábeis e notas explicativas,
dispondo, principalmente, a forma de apuração dos valores e dos reflexos sobre o patrimônio,
de modo que a reavaliação reflita a posição mais realista possível do patrimônio.

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Não podemos perder de vista que a regra geral da avaliação de ativos é o custo corrigido
monetariamente, insculpida no art. 183 da Lei nº 6.404/76, consagrado princípio fundamental
de contabilidade. A reavaliação, já o dissemos, não é obrigatória e se constitui num critério
alternativo que, quando utilizada, deve observar parâmetros e critérios técnicos aceitos pela
legislação comercial e fiscal.

No procedimento de reavaliação deve ser observado o valor de recuperação, pois se o


ativo tiver valor inferior ao de recuperação ele deve ser ajustado ao valor de recuperação,
quando então se poderá fazer, em certas circunstâncias, a reavaliação negativa, haja vista
que um ativo não pode apresentar valor contábil superior ao valor de mercado em face da
correta aplicação do Princípio da Prudência.

4.2 – ASPECTOS FISCAIS

A correção monetária, quando em vigor, tinha seus índices ditados pela legislação fiscal a
revelia dos princípios fundamentais de contabilidade e da legislação societária, pois aquela
determinava que a correção monetária refletisse a perda no poder aquisitivo da moeda. Os
índices oficiais, ditados segundo as normas da legislação fiscal e do Conselho Monetário
Nacional, nem sempre refletiam a real perda da moeda, visto que utilizava, indistintamente
para todos os segmentos de empresas, parâmetros médios. As empresas poderiam utilizar
parâmetros mais reais para fins contábeis, desde que ajustassem os valores na apuração do
Lucro Real, no entanto, utilizavam os índices oficiais devido a comodidade e por respaldo legal.
Essa prática causou, em muitas empresas, diferenças entre o valor contábil dos bens e
seu valor de mercado, impulsionando-as a perseguir o procedimento da reavaliação desses
bens para eliminar essas discrepâncias de valores.
Convém frisar que o espírito da reavaliação era, originalmente, ajustar o valor dos bens
devido às flutuações no seu valor de mercado. A adoção desse procedimento para suprir uma
correção monetária deficiente foi introduzida em virtude dessa discrepância entre os índices
oficiais de inflação e a real inflação sofrida por cada segmente de empresas.
A legislação fiscal, atenta a essas discrepâncias, adotou medidas especiais, tais como
correções monetárias especiais ou complementares, visando eliminar ou reduzir essas
diferenças.
Quanto aos efeitos fiscais da reavaliação, a legislação do imposto de renda determinava
que a reavaliação deveria compor a base de cálculo do Imposto de Renda e da CSSL quando
não estivesse pautada em laudo, nos termos do art. 8º da Lei nº 6.404/76. Também incidiam
os mesmos tributos quando a reavaliação não era de bens do ativo permanente ou se fosse
utilizada para aumento de capital. Essa norma prevaleceu até 31/12/1999.
A partir de 01/01/2000, por força da Lei nº 9.959, de 27 de janeiro de 2000, precedida
pela MP nº 1.924/99, o procedimento de apuração do Lucro Real já não abarca aqueles
valores, tendo em vista o disposto no art. 4º dessa norma, senão vejamos:
Art. 4º A contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica
somente poderá ser computada em conta de resultado ou na determinação
do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado. (Grifou-se).
A propósito, as formas de realização do bem reavaliado são as seguintes: alienação, sob
qualquer forma; depreciação, amortização ou exaustão; e baixa por perecimento.
Outro aspecto que deve ser observado é que o dispositivo legal se refere a reavaliação de
quaisquer bens. Desta forma, para a legislação fiscal, não há a obrigatoriedade de a
reavaliação ser efetuada somente com relação aos bens tangíveis do ativo permanente
imobilizado.
As empresas nem sempre utilizam a reavaliação com o objetivo para o qual ela foi
instituída. Utilizam-na para as mais diversas finalidades, tais como, entre outras: a) para
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compensar correções monetárias insuficientes; b) para suprir a contabilização de depreciações


aceleradas ou superiores ao efetivo desgaste físico dos bens; c) para demonstrar custos mais
atualizados na tentativa de justificar aumentos de preços; d) para afetar a distribuição de
lucros; e) para obter benefícios fiscais como a compensação contra prejuízos fiscais prestes a
decair; e f) para alterar a relação entre capital próprio e de terceiros. Talvez seja esta última a
prática que maiores benefícios possa trazer às empresas.

4.3 – ESPÉCIES DE REAVALIAÇÃO

A CVM, por meio da Deliberação 183, aprovou pronunciamento do IBRACON (Instituto


Brasileiro de Contadores), que estabelece as seguintes hipóteses de aplicação do procedimento
de reavaliação previstas nas legislações societária e fiscal:
a) reavaliação voluntária de ativos próprios;
b) reavaliação de ativos por controladas e coligadas avaliadas pelo MEP;
c) reavaliação na subscrição de capital em outra empresa com conferência de bens;
d) reavaliação nas fusões, incorporações e cisões.

5 - REAVALIAÇÃO VOLUNTÁRIA DE ATIVOS PRÓPRIOS

5.1 – ATIVOS PASSÍVEIS DE REAVALIAÇÃO

A Lei nº 6.404/76 não discrimina a quais bens é aplicado o processo de reavaliação,


estabelecendo apenas que a reavaliação se aplica a "elementos do ativo".
Essa expressão genérica da lei pode levar a entendimentos diversos como o de se aplicar
a reavaliação a todo o ativo ou ao ativo permanente.
A legislação fiscal, inicialmente, foi mais criteriosa e restringiu a reavaliação aos bens do
Ativo Permanente não abarcando, portanto, elementos como os estoques ou outros ativos
constantes do Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Entretanto, com a edição da Lei nº
9.959, de 27 de janeiro de 2000, precedida pela MP nº 1.924/99, a reavaliação é aplicável a
quaisquer bens.
O entendimento da CVM, entretanto, aprovando o pronunciamento do IBRACON, é mais
restritivo, pois entende que a reavaliação seja aplicada exclusivamente aos bens tangíveis do
ativo imobilizado, desde que não esteja prevista sua descontinuidade operacional.
No nosso modo de entender o assunto somos de opinião de que o entendimento da CVM
é o correto, pois os estoques devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de
mercado, dos dois o menor; os investimentos em controladas e os relevantes em coligadas e
equiparadas a coligadas quando a investidora exerce influência devem ser avaliados pela
equivalência patrimonial, fato que por si só, traduz o valor de realização; e outros
investimentos devem ser avaliados pelo custo de aquisição, ajustados por provisões para
perdas prováveis quando estas estiverem comprovadas como permanentes.
Desta forma, escapam das hipóteses permissivas de reavaliação os investimentos em
obras de arte e os imóveis não de uso, que somente, em circunstâncias especiais, poderiam
ser reavaliados.

5.2 – PERIODICIDADE E ABRANGÊNCIA DA REAVALIAÇÃO

5.2.1 - PERIODICIDADE
Como o objetivo da reavaliação é apresentar o bem com valor mais realista, uma
empresa que realiza e contabiliza a reavaliação passa a usar este procedimento como critério

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de avaliação desses bens. Diz a legislação comercial e contábil que os critérios de avaliação
devem ser uniformes no tempo e, caso seja adotado outro critério, os seus reflexos devem ser
mencionados em notas explicativas. Em observância aos preceitos da legislação, este deverá
ser o critério para avaliação do seu imobilizado dali para frente. Portanto, com a adoção do
critério da reavaliação do imobilizado a empresa deixa de utilizar o critério do valor de custo
corrigido. Ressalte-se que as reavaliações devem ser periódicas para que o valor contábil dos
bens esteja, sempre, o mais próximo possível do valor de mercado.
Assim, para manter o valor do imobilizado o mais próximo possível do valor de mercado,
devemos reavaliar o imobilizado, de preferência, nos seguintes intervalos de tempo:
a) anual, para as contas que representam bens cujos valores de mercado possuem
oscilações expressivas em curto período;
b) a cada quatro anos, para os bens que apresentam pouca oscilação no seu valor de
mercado, inclusive os bens adquiridos após a última reavaliação;
c) desde que observados o conceito e prazos acima, a entidade pode utilizar um "sistema
rotativo", realizando, periodicamente, reavaliações parciais, por rodízio, com cronogramas
definidos, que cubram a totalidade dos ativos a reavaliar a cada período.

5.2.2 - ABRANGÊNCIA

Quando a empresa decide utilizar o critério de reavaliação para avaliar o imobilizado


tangível, ela deve abranger todos os bens deste subgrupo que possuam a natureza de tangível
para impedir que certas contas sejam avaliadas por um critério e outras por critério diferente.
Todavia, os imobilizados tangíveis que estão em vias de serem descontinuados e os que
não devem ser repostos, não devem ser reavaliados por fugirem ao princípio da reavaliação
que é o valor de reposição, visto que nestas circunstâncias esses ativos não serão repostos.
A reavaliação parcial do imobilizado não é recomendável, mas é admissível. Se a
empresa preferir reavaliar o imobilizado de forma parcial, apenas alguns bens, deverá fazê-lo
para todos os itens da mesma natureza ou da mesma conta. Neste caso não poderá valer-se
do “sistema rotativo” visto no item anterior. Deverá, também, evidenciar o fato de forma
muito precisa nas notas explicativas, indicando quais bens foram reavaliados com o respectivo
valor contábil antes da reavaliação, o valor constante no laudo de avaliação do bem e o valor
da reavaliação que deve ser individualizado por conta ou natureza de cada bem.
Assim, por exemplo, se a empresa decidir reavaliar determinado veículo, somente poderá
fazê-lo se adotar esse procedimento em todos os veículos que estão registrados no
imobilizado.
Por outro lado, uma empresa pode decidir por encerrar determinada atividade ou ramo
de negócio, o que gera a descontinuidade da atividade ou ramo de negócio. Neste caso, se os
ativos ali empregados foram reavaliados, devemos voltar ao conceito de custo corrigido para
esses bens, mediante estorno da parcela da reavaliação embutida no ativo e a respectiva
reserva de reavaliação registrada no patrimônio Líquido.

5.3 – AJUSTES EM FUNÇÃO DA REAVALIAÇÃO NEGATIVA

A legislação determina que a contrapartida da reavaliação seja escriturada em conta


específica de reserva de reavaliação, no grupo do Patrimônio Líquido. Entendida desta forma, a
reavaliação deve ser oriunda de aumento de componentes do ativo, particularmente do
Imobilizado. Isto, contudo, não significa que não possa haver uma redução de valor dos
componentes do imobilizado ou mesmo a sua eliminação.
Para enfatizar a ocorrência dessa hipótese, imaginemos que determinada empresa que
atue no ramo da educação, uma universidade, por exemplo, se instale num local que ela

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julgue ser o mais apropriado para essa atividade, isto é, em área bem arborizada, longe de
ruídos e de fácil acesso. Enfim, tudo o que pode atrair o estudante (cliente) para aquela
universidade e, em função disso, ela passa a ser efetivamente procurada o que valoriza,
inclusive, o seu imobilizado. Em decorrência da valorização do seu imobilizado, houve a
necessidade de passarem pelo processo reavaliação na medida da valorização dos bens em
termos de mercado. Entretanto, após alguns anos de funcionamento, o poder público resolve
construir, nas suas adjacências, um aeroporto comercial com enorme grande fluxo de
aeronaves. Com isso, praticamente todas as vantagens que a empresa do ramo da educação
oferecia foram suplantadas por ruídos de aviões decolando e pousando. O trânsito tornou-se
congestionado e o ambiente poluído. A procura pela universidade caiu vertiginosamente e, em
conseqüência, os bens do ativo permanente – imobilizado, desta empresa, certamente tiveram
desvalorização significativa e não poderão ou não deverão permanecer com valor
superavaliado, pois tal fato se constitui afronta ao Princípio da Prudência, visto que não
poderão ser realizados pelos valores que constam nos registros contábeis.
Desta forma, os peritos ou a empresa encarregada de elaborar o laudo de avaliação
poderão apurar um valor de mercado inferior ao valor contábil pelo qual o bem está registrado
no patrimônio da entidade. Em ocorrendo fato dessa natureza, é entendimento que devemos
reconhecer, nos registros contábeis, esse decréscimo dos bens decorrente da nova avaliação,
desde que haja reserva de reavaliação, até o limite desta.
Assim, quando a avaliação dos bens, em conjunto, for inferior ao valor de mercado,
devemos adotar os seguintes procedimentos:
a) se estamos diante de uma primeira reavaliação ou se não houver saldo na reserva de
reavaliação, o efeito negativo não deve ser reconhecido. Mesmo nesse caso, a empresa deverá
verificar se o valor contábil dos ativos, considerados em conjunto, é recuperável através de
suas operações futuras.
O valor de recuperação de um imobilizado é a quantia que a empresa espera poder
depreciar, amortizar ou exaurir pelo uso futuro em suas atividades, somado ao valor residual
na baixa por alienação ou perecimento. De regra, todos os itens constantes no balanço
patrimonial são recuperáveis. Entretanto, já vimos acima, existe a possibilidade de o valor de
recuperação ser inferior ao valor contábil. Se essa redução for permanente, o valor de
mercado deve ser reduzido ao valor de recuperação, mediante reversão de uma reavaliação
em contrapartida de um débito na conta de reserva de reavaliação.
Reserva de reavaliação
a Reavaliação de Ativo
Se, em algum período seguinte, houver aumento no valor de recuperação desses bens,
devemos reverter a baixa anterior, isto é, devemos reverter a reversão. Parece redundância,
mas é exatamente o que deve ser feito. Isto se faz mediante lançamento contábil que se
assemelha ao da contabilização da reavaliação.
Reavaliação de Ativos
a Reserva de Reavaliação
O que deve diferenciar esse registro do de reavaliação é o histórico do lançamento.
Ressalte-se, mais uma vez, que todos esses fatos hão de ser registrados, minuciosamente, em
notas explicativas.
É oportuno frisar, ainda, que a verificação há de levar em conta os bens do imobilizado
que formam um conjunto ou projeto e os demais ativos correspondentes, em especial o ativo
diferido. Para apurar o valor de recuperação devemos ter em mente o fluxo futuro de caixa
descontado a valor presente. Neste particular, devem-se considerar as atividades da
entidade em conjunto.
Assim, por exemplo, se uma locadora de veículos possuir um veículo, cujo valor contábil
seja de R$ 12.000,00 e efetuar a sua reavaliação para R$ 20.000,00, apresentará reserva de
reavaliação no valor de R$ 8.000,00. Se, em ato contínuo, alugar esse veículo a uma terceira
empresa pelo prazo de 6 meses com valor de R$ 600,00 por mês, estabelecendo no contrato

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opção de venda no final desse período por R$ 15.000,00, então o fluxo futuro de caixa
descontado a valor presente será de R$ 18.600,00 (6 x R$ 600 + R$ 15.000,00). Isto é, o
valor do fluxo futuro de caixa descontado a valor presente representa o valor líquido de
realização. Como nesse exemplo o valor de realização é inferior ao valor contábil reavaliado
(R$ 20.000,00), deveria ser reconhecida uma baixa da reserva de reavaliação no valor de R$
1.400,00.
b) quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito negativo deve ser
contabilizado da seguinte forma:
b.1) a diferença de valor reduzirá o imobilizado em contrapartida a reserva de
reavaliação. Importante destacar que a redução deve ser feita em conta de reserva de
reavaliação correspondente aos mesmos bens e originada de reavaliações anteriores.

Reserva de Reavaliação
a Ativo Imobilizado Tangível
b.2) ocorrendo a hipótese de a reserva de reavaliação ser insuficiente para absorver a
redução de valor do ativo, significa que o valor de mercado ou reavaliado é inferior ao valor do
custo original corrigido líquido das depreciações. Neste caso, se a perda for considerada como
permanente, devemos constituir uma provisão para perdas pela diferença. Essa perda se
constitui em despesa não-operacional e irá compor o resultado do período em que a
reavaliação negativa ocorrer.

Despesa com provisão


a Provisão para Perda permanente de Ativo

5.4 – PROCESSO DE REAVALIAÇÃO E LAUDO DE AVALIAÇÃO

Conforme estabelecido no art. 8º da Lei nº 6.404/76, a avaliação deve ser feita por três
peritos ou por empresa especializada. Em atenção àquele dispositivo, destaca-se que os
peritos ou a empresa avaliadora, em caso de sociedade por ações, devem ser nomeados em
Assembléia Geral Extraordinária que deverá ser convocada, especificamente, para esse
fim.
A Lei nº 6.404/76, inicialmente, foi concebida para demandar as necessidades das
sociedades anônimas, em termos de legislação. Porém, com o tempo, ela passou a ser
aplicada, também, às demais sociedades, as ditas sociedades de pessoas, das quais a mais
largamente utilizada é Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada. O procedimento de
reavaliação de ativos, assim como a maioria dos dispositivos da lei societária, foi estendida a
essas sociedades de pessoas e, quando forem avaliar os seus ativos, deverão adotar
procedimento semelhante ao das sociedades por ações.
Embora a lei não faça qualquer menção sobre a especialização dos peritos ou da empresa
avaliadora, entende-se que estes devem possuir qualificação técnica e conhecimento sobre os
bens que irão avaliar, visto que a perícia é um exame ou vistoria de caráter técnico e
especializado. A par dessa especialização que se requer dos avaliadores, se busca, também,
que eles sejam independentes em relação à empresa ou a seus acionistas ou sócios para que
possam produzir laudos imparciais e incontestáveis quanto a esse aspecto.
O conteúdo do laudo de avaliação deve estar fundamentado, fazendo constar nele os
critérios de avaliação adotados e os elementos de comparação que foram utilizados para a
tomada da decisão, no concernente ao valor dos bens avaliados e o seu tempo de vida útil
remanescente.
Na elaboração do laudo de avaliação, os avaliadores devem ter em mente o Princípio
Contábil da Continuidade, isto é, devem verificar se os ativos sob avaliação poderão ser
recuperados pelo uso nas atividades operacionais da entidade, pois o valor informado no laudo
se constitui no novo valor do bem e seus efeitos serão refletidos nas demonstrações contábeis
das empresas que avaliarem seus ativos.

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Há de se ter em mente que os bens do imobilizado se destinam à manutenção das


atividades da empresa, serão utilizados como meios de produção, portanto não se destinam a
venda, por isso a avaliação deve ser pautada no valor de reposição do bem no estado em que
ele se encontra.
Desta forma, o avaliador elaborará o laudo de avaliação, que deve conter, no mínimo,
as seguintes informações:
) Descrição detalhada de cada bem avaliado e a respectiva documentação contábil
(notas fiscais de compra, contratos etc.);
) Identificação contábil dos bens avaliados (matrícula, ano de fabricação, chassi,
série etc.);
) Critérios utilizados para avaliação e sua respectiva fundamentação técnica
(inclusive elementos de comparação adotados);
) Vida útil remanescente do bem;
) Data da avaliação;
) Qualificação dos avaliadores.
Além desses itens que devem constar no laudo de avaliação, os avaliadores devem
assinar termo de responsabilidade técnica pelo laudo emitido, formalizando, assim, sua
responsabilidade.

5.5 – A REAVALIAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DOS BENS

Os bens que sofrerão reavaliação devem ser individualmente identificados mediante


descrição detalhada e contabilização em conta que evidencie o custo corrigido e a
correspondente depreciação acumulada. O valor da avaliação constante no laudo deve ser
comparado com o valor contábil do mesmo bem na mesma data. A diferença entre os valores
corresponde a parcela de reavaliação e será registrada, a débito do bem reavaliado e a crédito
em conta específica de Reserva de Reavaliação no Patrimônio Líquido.
Vale repetir que o laudo de avaliação e a data da reavaliação devem ser coincidentes.
Caso haja alguma defasagem entre essas datas e ocorrendo defasagem nos valores, deve-se
proceder a atualização desses valores para que não se tenha, já de início, uma reavaliação que
não reflita o valor real do bem reavaliado.
A vida útil remanescente do bem reavaliado, no caso de bens sujeitos a desgaste
passível de depreciação, deverá levar em consideração as futuras taxas de depreciação.

EXEMPLO
A empresa Pombos S.A., cujo objeto social é a comercialização de mensagens
extraterreneas, possui registrado em seu Ativo Permanente – Imobilizado, o veículo
intergaláctico, com o qual desenvolve suas atividades. O referido veículo possui valor contábil
de R$ 250.000,00, assim demonstrado:
Custo de aquisição corrigido monetariamente R$ 550.000,00
(-) Depreciação acumulada R$ (300.000,00)
= Valor contábil R$ 250.000,00
A administração da empresa está ciente de que o veículo se encontra subavaliado,
possuindo valor de mercado superior ao valor contabilizado. Quando uma entidade possui um
ativo subavaliado, ela terá também o Patrimônio Líquido subavaliado. Para reverter essa
situação, a administração da empresa deve contratar três peritos ou uma empresa
especializada, com aprovação em assembléia geral extraordinária, a fim de obter um laudo
que ateste o valor de mercado do imóvel e o tempo estimado de vida útil que lhe resta.

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No caso da empresa Pombos S.A., o laudo apresentado por peritos nomeados em


Assembléia Geral Extraordinária, define que o valor de mercado do veículo é de R$ 850.000,00
e que sua vida útil restante é de 20 anos.
O lançamento contábil da reavaliação dar-se-á através dos seguintes passos:

a) - Apuração do valor contábil do imóvel antes da reavaliação:


Contabilização:
Depreciação acumulada - veículos
a Veículos R$ 300.000,00

Razonetes:

Veículos Depreciação Acumulada Veículos


550.000,00 300.000,00 (1) (1) 300.000,00 300.000,00
250.000,00

b) – Apuração do valor da reavaliação:


Valor de mercado R$ 850.000,00
(-)Valor contábil R$ (250.000,00)
Valor da reavaliação R$ 600.000,00

c) Contabilização da reavaliação:
Veículos
a Reserva de Reavaliação R$ 600.000,00
Razonetes:
Veículos Reserva de Reavaliação
250.000,00 600.000,00 (2)
(2) 600.000,00
850.000,00

5.6 - TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE A RESERVA DE REAVALIAÇÃO

A reavaliação, quando positiva, representa acréscimo de valor do bem reavaliado em


contrapartida do Patrimônio Líquido. Isto quer dizer que o aumento do ativo não transitou por
contas de resultado, escapando, em primeiro momento, da incidência dos tributos (Imposto
sobre a Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). Entretanto, o valor da reavaliação
será tributado em momento futuro, quando da realização desses ativos reavaliados,
constituindo-se, dessa forma, o diferimento da tributação.

5.6.1 - DIFERIMENTO DA TRIBUTAÇÃO


Todo incremento de valor nos bens do ativo, quando não houver sacrifício financeiro da
entidade para esse fato, há de ser oferecido à tributação do imposto de renda e da CSSL. A
legislação do imposto de renda, entretanto, possibilita que o valor do imposto seja diferido,
desde que atendidas as condições que estabelece para tal. Vejamos o que diz o RIR/99 sobre o
assunto:
Art. 434. A contrapartida do aumento de valor de bens do ativo permanente,
em virtude de nova avaliação baseada em laudo nos termos do art. 8º da Lei
nº 6.404, de 1976, não será computada no lucro real enquanto mantida em

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conta de reserva de reavaliação (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 35, e


Decreto-lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VI).
§ 1º O laudo que servir de base ao registro de reavaliação de bens deve
identificar os bens reavaliados pela conta em que estão escriturados e indicar
as datas da aquisição e das modificações no seu custo original.
§ 2º O contribuinte deverá discriminar na reserva de reavaliação os bens
reavaliados que a tenham originado, em condições de permitir a
determinação do valor realizado em cada período de apuração (Decreto-lei nº
1.598, de 1977, art. 35, § 2º).
§ 3º Se a reavaliação não satisfizer aos requisitos deste artigo, será
adicionada ao lucro líquido do período de apuração, para efeito de determinar
o lucro real (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 43, § 1º, alínea "h" , e Lei nº
154, de 1947, art. 1º).

Assim, a legislação do imposto de renda impõe as seguintes condições às pessoas


jurídicas que pretendam usufruir do direito ao diferimento do Imposto de Renda e da CSSL:
) Mandar elaborar laudo de avaliação de acordo com o artigo 8º da Lei nº 6.404/76;
) O laudo, além das exigências previstas no citado art. 8º, deverá identificar os bens
reavaliados pela conta em que estão escriturados e indicar as datas da aquisição e
das modificações no seu custo original;
) A contrapartida do valor da reavaliação deverá ser lançada no Patrimônio Líquido,
em conta de reserva denominada Reserva de Reavaliação;
) A Reserva de Reavaliação deverá individualizar os bens reavaliados, de forma a
permitir o controle da reavaliação.
Quando essas normas não forem atendidas no processo de reavaliação, a reserva de
reavaliação será imediatamente tributada pelo Imposto de Renda e da Contribuição Social
sobre o lucro.

5.6.2 - TRIBUTAÇÃO NA REALIZAÇÃO


O art. art. 435, do RIR/99 determina que a reserva de reavaliação, quando for utilizado
para aumento do capital social, deve ser tributada pelo imposto de renda.
Assim, essa legislação considera forma de realização do bem reavaliado o uso da reserva
para aumento de capital social. O mesmo regulamento apresenta exceção no art. 436.
As outras formas de realização dos bens reavaliados decorrem da alienação, depreciação,
amortização, exaustão ou baixa por perecimento. Vejamos os dispositivos mencionados:
Tributação na Realização
Art. 435. O valor da reserva referida no artigo anterior será computado na
determinação do lucro real (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 35, § 1º, e
Decreto-lei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VI):
I - no período de apuração em que for utilizado para aumento do capital
social, no montante capitalizado, ressalvado o disposto no artigo seguinte;
II - em cada período de apuração, no montante do aumento do valor dos
bens reavaliados que tenha sido realizado no período, inclusive mediante:
a) alienação, sob qualquer forma;
b) depreciação, amortização ou exaustão;
c) baixa por perecimento.

Reavaliação de Bens Imóveis e de Patentes


Art. 436. A incorporação ao capital da reserva de reavaliação constituída
como contrapartida do aumento de valor de bens imóveis integrantes do
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ativo permanente, nos termos do art. 434, não será computada na


determinação do lucro real (Decreto-lei nº 1.978, de 21 de dezembro de
1982, art. 3º).
§ 1º Na companhia aberta, a aplicação do disposto neste artigo fica
condicionada a que a capitalização seja feita sem modificação do número de
ações emitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for o caso
(Decreto-lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 2º).
§ 2º Aos aumentos de capital efetuados com a utilização da reserva de que
trata este artigo, constituída até 31 de dezembro de 1988, aplicam-se as
normas do art. 63 do Decreto-lei nº 1.598, de 1977, e às reservas
constituídas nos anos de 1994 e 1995 aplicam-se as normas do art. 658
(Decreto-lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 3º).
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à reavaliação de patente ou de direitos
de exploração de patentes, quando decorrentes de pesquisa ou tecnologia
desenvolvida em território nacional por pessoa jurídica domiciliada no País
(Decreto-lei nº 2.323, de 26 de fevereiro de 1987, art. 20).
Art. 437. O valor da reavaliação referida no artigo anterior, incorporado ao
capital, será (Decreto-lei nº 1.978, de 1982, art. 3º, § 1º):
I - registrado em subconta distinta da que registra o valor do bem;
II - computado na determinação do lucro real de acordo com o inciso II do
art. 435, ou os incisos I, III e IV do parágrafo único do art. 439.

5.6.3 - FORMA DE CONTABILIZAÇÃO

5.6.3.1 - CONSTITUIÇÃO

Já vimos que o lançamento contábil da reavaliação será efetuado por meio de débito na
conta correspondente do ativo reavaliado em contrapartida de crédito na conta de reserva de
reavaliação.
D – Ativo Imobilizado
C – Reserva de Reavaliação
O provisionamento do Imposto de Renda e da CSSL, o que constitui o diferimento desses
tributos, deverá ser realizado mediante débito na conta de Reserva de Reavaliação em
contrapartida de crédito em conta de Passivo Exigível a Longo Prazo, da seguinte forma:

D – Reserva de Reavaliação
C – Provisão de IR (PELP)

5.6.3.2 - REALIZAÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO


Após efetuarmos a reavaliação, devemos proceder a depreciação, amortização ou
exaustão dos bens reavaliados, caso seja aplicável, as quais serão calculadas e contabilizadas
sobre esse novo valor total, considerando a vida útil econômica remanescente indicada no
laudo.
Desta forma, a Reserva de Reavaliação será realizada pela incorporação definitiva ao
patrimônio do valor da reavaliação. Realiza-se a reserva pelas seguintes formas:
) Depreciação, amortização ou exaustão;
) Alienação do bem, sob qualquer forma;
) Baixa do bem por perecimento;

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A realização da reserva será contabilizada mediante débito na conta de reserva e de


crédito na conta Lucros Acumulados ou Receitas não Operacionais. Ressalte-se que a
realização pode ser parcial ou total.
D - Reserva de Reavaliação
C - Lucros Acumulados
ou
D - Reserva de Reavaliação
C - Receitas não operacionais

Caso o crédito seja efetuado na conta de Lucros Acumulados, o valor correspondente à


baixa da Reserva, não transitará por resultado, o que, pela legislação do imposto de renda,
não é admitido, devendo o valor ser adicionado ao lucro do exercício na apuração do Lucro
Real (Lucro Fiscal). Entretanto, sob o ponto de vista técnico, em obediência ao princípio da
competência, o procedimento mais correto é utilizar como contrapartida da realização os lucros
acumulados, pois o valor da realização não se refere somente ao exercício em que se
reconhece a realização, mas a todos os exercícios compreendidos entre a data da reavaliação e
sua realização.
EXEMPLO:
A Cia Tucunaré possui em seu Ativo Imobilizado o seguinte veículo:
Veículos
Ferrari R$ 350.000,00
(-) Depreciação Acumulada de Veículos R$ (300.000,00)
= Valor contábil R$ 50.000,00
Com intenção de registrar o referido veículo a valor de mercado, a administração da Cia
Tucunaré contratou três peritos indicados pela assembléia geral extraordinária, que efetuaram
a avaliação e forneceram o laudo técnico, o qual será submetido à Assembléia Geral com as
seguintes informações:
Valor de mercado do veículo reavaliado R$ 300.000,00
Vida útil remanescente para depreciação: 10 anos
Contabilização:

1 - Pela baixa da depreciação acumulada de veículos:

Depreciação acumulada de veículos


a Veículos (Ferrari) R$ 300.000,00

2 - Pela reavaliação conforme laudo técnico:

Veículos
a Reserva de Reavaliação R$ 250.000,00

3 - Pela contabilização do encargo de depreciação no final do exercício após a


reavaliação:
Bem reavaliado R$ 300.000,00
(x) taxa de Depreciação 10 %
= Depreciação R$ 30.000,00

Despesas de Depreciação
a Depreciação Acumulada R$ 30.000,00
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4 - Pela realização da reserva:

Reserva de Reavaliação R$ 250.000,00


(x) taxa de depreciação 10 %
(=) realização R$ 25.000,00

a) Contabilização no Resultado do Exercício:

Reserva de Reavaliação
a Receitas não operacionais R$ 25.000,00

b) Contabilização no Patrimônio Líquido, na conta Lucros Acumulados:


Reserva de Reavaliação
a Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 25.000,00

5 – Apresentação no Balanço Patrimonial


5.1 – Antes da depreciação:

Ativo Permanente Patrimônio Líquido


Imobilizado ...
- Veículos Reservas de Reavaliações
Ferrari R$ 300.000,00 Reavaliação de veículos R$ 250.000,00

5.2 – Após a depreciação:

Ativo Permanente Patrimônio Líquido


Imobilizado ...
- Veículos R$ 300.000,00 Reservas de Reavaliações
(-) Dep. Acum. Veíc. R$ (30.000,00) Reavaliação de veículos R$ 225.000,00

Se a empresa resolver vender o veículo, não sendo esta de imediato, deverá baixá-lo
ao Ativo Circulante ou Ativo Realizável a Longo Prazo, isto não significa que a reserva tenha
sido realizada. Se, porém, o bem perecer ou for efetivamente alienado, a empresa deverá
baixá-lo por perecimento ou alienação. Neste caso a realização da Reserva de Reavaliação será
total. Considerando que haja alienação após o período em que foi efetuada a primeira
depreciação, pelo valor de R$ 280.000,00, teremos os seguintes registros:
1 - Pela venda a vista do veículo:
Caixa
a Receitas não operacionais R$ 280,000,00
2 - Pela baixa do veículo vendido :
Despesa não operacional
a Veículos R$ 300.000,00
3 - Pela baixa da depreciação acumulada do Veículo vendido:
Depreciação Acumulada Veículos
a Receita não operacional R$ 30.000,00
4 - Pela realização total da Reserva de Reavaliação no Resultado do Exercício:
(R$ 250.000,00 - R$ 25.000,00 = R$ 225.000,00).
Reserva de Reavaliação
a Receita não operacional R$ 225.000,00

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5 – A apuração do Resultado do Exercício, com relação exclusivamente ao veículo, será


assim apresentada:

Apuração do Resultado do Exercício


(2) 300.000,00 280.000,00 (1)
30.000,00 (3)
225.000,00 (4)
300.000,00 535.000,00
(300.000,00)
235.000,00

Percebe-se que o resultado da alienação desse bem é de R$ 235.000,00, isto é assim


porque tínhamos o bem com valor contábil de R$ 270.00,00 e em conta de reserva de
reavaliação, que foi realizada, o valor de R$ 225.000,00.

Por fim, com base no entendimento da CVM, cabe ressaltar que a reserva de reavaliação
não pode ser utilizada para aumento de capital ou amortização de prejuízo enquanto não
realizada, esse, entretanto, não é o entendimento da legislação fiscal.

6 - REAVALIAÇÃO DE ATIVOS POR CONTROLADAS E COLIGADAS

6.1 - Introdução

Os investimentos em sociedades controladas e coligadas, principalmente os avaliados


pelo Método da Equivalência Patrimonial, não são passíveis de reavaliação.
A investidora, todavia, quando reconhece o aumento do Patrimônio Líquido da sociedade
investida pelo Método da Equivalência Patrimonial, reconhecerá eventual reavaliação que a
sociedade investida tenha processado.
A adoção de critérios uniformes de avaliação de ativos é fundamental à correta
evidenciação e entendimento dos usuários. Desta forma, em função da uniformidade, quando
uma empresa reavaliar seus próprios ativos as suas controladas também devem fazê-lo e é
recomendável que as coligadas também o façam. A legislação sobre avaliação de
investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial requer que os ativos sejam avaliados
segundo os mesmos critérios. A uniformidade, entretanto, ganha maior ênfase na consolidação
de demonstrações financeiras. Os efeitos tributários na controlada ou coligada serão
registrados pela sociedade investidora como redução do investimento e respectiva reserva de
reavaliação. Caso o investimento deixar de ser relevante e passar a ser avaliado pelo método
de custo corrigido, a sociedade investidora deverá baixar as reavaliações anteriores e adotar
controles para sua realização futura se não foram realizados pela baixa do investimento.
A sociedade investidora que avalia seu investimento pelo MEP somente poderá
reconhecer o efeito da reavaliação de sociedade investida se atender às seguintes condições:
(a) se o ativo reavaliado for recuperável na investida, e (b) o seu investimento acrescido do
valor decorrente da reavaliação feita pela investida for considerada recuperável como
investimento permanente.

6.2 - CONTABILIZAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO

Já vimos que a reavaliação de ativos nas sociedades investidas, avaliadas pelo MEP, traz
reflexo no valor do investimento. É prudente que esse reflexo seja contabilizado na mesma
data nas duas sociedades. O registro do acréscimo do investimento deve ter como
contrapartida uma reserva de reavaliação no patrimônio líquido, em conta própria que
identifique tratar-se de reavaliação de controlada ou coligada.

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É bom reforçar que a reserva de reavaliação decorrente de reavaliações de ativos


realizadas nas controladas e coligadas deve estar contabilizada no Patrimônio Líquido em conta
específica, isto é, separado da reserva de reavaliação de ativos próprios.
D – Investimento
C – Reserva de reavaliação em controladas e coligadas

Quando a controlada reduzir seus ativos tendo em contrapartida uma despesa


(reavaliação negativa) ou mesmo com a recuperação futura de despesa anteriormente
constituída, a investidora deverá reconhecer o efeito como resultado operacional de
equivalência patrimonial. Observe que a perda de ativo é considerado despesa não operacional
na sociedade investida e será despesa operacional na sociedade investidora, por força da
aplicação do MEP.

6.3 – AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO OU DESÁGIO COM REAVALIAÇÃO


A constituição do ágio ou do deságio deve estar fundamentada, conforme vimos no
capítulo relativo a avaliação de investimentos. Dentre as hipóteses que justificam sua
ocorrência está o fato de que o valor contábil do ativo na sociedade investida está subavaliado
ou superavaliado. Desta forma, o valor do ágio ou do deságio deve ser deduzido quando do
reconhecimento de reavaliação efetuado pela investida. Porém, o ágio ou o deságio a ser
deduzido deve ser o correspondente aos bens que deram origem à sua constituição.
Assim, o ágio pago por ativos subavaliados somente pode ser amortizado pela
reavaliação, na investida, dos bens que originaram o ágio ou quando houver a alienação
desses bens. Da mesma forma o deságio somente poderá ser amortizado quando a investida
fizer reavaliação negativa dos bens que originaram o deságio ou pela baixa por perecimento ou
alienação.

6.4 - REALIZAÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO

A realização da reserva de reavaliação na investidora, decorrente da avaliação de bens


efetuada por controladas ou coligadas, se dará com os seguintes fatos:
a) proporcionalmente ao valor da realização da reserva de reavaliação na sociedade
investida;
b) na baixa dos investimentos nas respectivas controladas ou coligadas que deram
origem à reavaliação.
Salienta-se que a utilização da reserva de reavaliação, pela sociedade investida, para
aumento de capital ou absorção de prejuízos acumulados, não representa uma realização da
reserva de reavaliação na investidora, portanto nesta hipótese não poderá ocorrer a baixa da
reserva de reavaliação na sociedade investidora pela incorporação da reserva de mesma
natureza ao capital da sociedade investida.
A contabilização da realização da reserva de reavaliação se dará por débito na conta
respectiva de reserva e por crédito na conta de lucros ou prejuízos acumulados no patrimônio
líquido.
Reserva de Reavaliação em controladas e coligadas
a Lucros ou Prejuízos Acumulados
ou
Reserva de Reavaliação em controladas e coligadas
a Receita Operacional

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Percebe-se que a realização da reserva de reavaliação de controladas e coligadas, na


sociedade investidora, se computada em conta de resultado, será considerada uma receita
operacional.
No pertinente a tributos, ressalte-se que o art. 438 do RIR/99 dispõe que o aumento do
investimento decorrente de reavaliação na sociedade investida será tributado pelo IR e pela
CSSL, pois tal valor será computado na determinação do Lucro Real:
Art. 438. Será computado na determinação do lucro real o aumento de
valor resultante de reavaliação de participação societária que o
contribuinte avaliar pelo valor de patrimônio líquido, ainda que a
contrapartida do aumento do valor do investimento constitua
reserva de reavaliação (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 35, § 3º).
(Grifou-se).

Quando o investimento avaliado pelo MEP que gerou a reserva de reavaliação for
descontinuado, isto é, não puder ser recuperado, devemos efetuar o estorno da reserva de
reavaliação contra a respectiva conta de investimento. Neste caso, teremos uma redução de
ativo e por conseguinte uma despesa. Essa despesa, todavia, será dedutível na base de cálculo
do Imposto de Renda e a CSSL.

7 - SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL EM OUTRA EMPRESA COM BENS REAVALIADOS

Sabemos que o capital subscrito pode ser integralizado com a entrega de bens. A Lei nº
6.404/76 determina que os bens usados para integralização de capital sejam avaliados por
três peritos ou por empresa especializada nomeados em assembléia dos subscritores. A
empresa subscritora pode, porém, atribuir-lhes valor inferior ao do constante no laudo
apresentado pelos peritos ou empresa especializada, mas jamais a integralização do capital
poderá ser por valor superior ao constante no laudo.
Ressalta-se que a avaliação dos bens para integralização de capital subscrito faz parte do
processo negocial, não representa, na essência, uma reavaliação espontânea nos moldes antes
visto.

7.1 - CONTABILIZAÇÃO
Na empresa que recebeu os bens para integralização de capital, estes devem ser
registrados e classificados pela sua natureza e o valor atribuído pela assembléia ou no contrato
social, isto é, a sociedade receptora dos bens na realização de capital deve registrá-los pelo
valor do capital por eles integralizado.
O valor assim registrado representa o custo original dos bens para essa empresa
receptora, não importando se no laudo consta valor superior. O que não pode ocorrer, em
hipótese alguma, é que os bens sejam registrados por valor superior ao do constante no laudo
de avaliação.
Bens do Ativo
a Capital Social (valor do capital integralizado)
A empresa investidora ou integralizadora de capital com bens deverá registrar como
custo de investimento (ações subscritas integralizadas) o valor pelo qual esses bens foram
registrados na sociedade investida.
Não raro, o valor dos bens dados na integralização de capital será diferente do registrado
contabilmente. Neste caso e se o investimento não tiver de ser avaliado pelo Método da
Equivalência Patrimonial, a sociedade investidora reconhecerá resultado não operacional ao dar
baixa dos bens contra o valor de custo das ações ou quotas recebidas, quando isso representar
resultado realizado.

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Quando o investimento tiver de ser avaliado pelo MEP e a integralização de capital se der
com imobilizado tangível, o acréscimo, livre de tributos, deve ser registrado em conta de
Reserva de Reavaliação no Patrimônio Líquido, caso esse acréscimo patrimonial não estiver
realizado.

7.2 - REALIZAÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO


A reserva de reavaliação será realizada quando ocorrer alguma das seguintes situações:
a) a alienação da participação societária;
b) a realização dos ativos pela investida que recebeu os bens proporcionalmente à:
(b.1) alienação dos bens, sob qualquer forma;
(b.2) depreciação, amortização ou exaustão;
(b.3) baixa por perecimento.
A contabilização da parcela da Reserva de Reavaliação realizada será efetuada mediante
débito na conta reserva em contrapartida de lucros ou prejuízos acumulados no Patrimônio
Líquido.
D – Reserva de Reavaliação
C – Lucros ou Prejuízos Acumulados
Ou
Reserva de Reavaliação
a Resultado do Exercício (receita não operacional)

A legislação fiscal permite, todavia, que tal ganho tenha sua tributação postergada, se o
referido ganho for contabilizado como Reserva de Reavaliação no Patrimônio Líquido. O
assunto é tratado pelo art. 439 do RIR/99:
Art. 439. A contrapartida do aumento do valor de bens do ativo
incorporados ao patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens
de capital social, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, não será
computada na determinação do lucro real enquanto mantida em conta de
reserva de reavaliação (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 36).
Parágrafo único. O valor da reserva deverá ser computado na determinação
do lucro real (Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 36, parágrafo único, e
Decreto-lei nº 1.730, de 1979, arts. 1º, inciso VII, e 8º):
I - na alienação ou liquidação da participação societária ou dos valores
mobiliários, pelo montante realizado;
II - quando a reserva for utilizada para aumento do capital social, pela
importância capitalizada;
III - em cada período de apuração, em montante igual à parte dos lucros,
dividendos, juros ou participações recebidos pelo contribuinte, que
corresponder à participação ou aos valores mobiliários adquiridos com o
aumento do valor dos bens do ativo; ou
IV - proporcionalmente ao valor realizado, no período de apuração em que a
pessoa jurídica que houver recebido os bens reavaliados realizar o valor dos
bens, na forma do inciso II do art. 435, ou com eles integralizar capital de
outra pessoa jurídica.

8 - REAVALIAÇÃO NA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

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O pronunciamento do IBRACON, aprovado pela Deliberação nº 183 da CVM, estabelece


que:
Similarmente ao caso anterior, nas fusões, incorporações ou cisões de
empresas podem surgir também as reservas de reavaliação. Aliás, são
nessas reorganizações societárias que as reavaliações baseadas em
laudos são de fato importantes e requeridas, diferentemente das
reavaliações voluntárias, que são optativas. Esse fato ocorre nesses casos, já
que são efetuadas assembléias onde os valores de ativos, passivos e
conseqüente Patrimônio Líquido são definidos entre os acionistas das partes
envolvidas, como resultados da negociação entre estes, baseados em laudos
de avaliação.
Nos casos de cisão, a reserva de reavaliação deve ser atribuída às empresas
resultantes, com base nos respectivos ativos. (grifamos).

A contabilização e a realização da Reserva de Reavaliação seguem igual roteiro ao das


demais reservas de reavaliação.
Um aspecto interessante que deve ser observado em relação a reavaliação ou avaliação
de ativos, no processo de incorporação, diz respeito a incorporação, pela controladora, de
companhia controlada, pois, se nesse processo houver o envolvimento de companhia aberta, a
avaliação será feita somente por empresa especializada. É o que dispõe o § 1º, do art. 264, da
Lei nº 6.404/1976:
Art. 264. Na incorporação, pela controladora, de companhia controlada, a
justificação, apresentada à assembléia-geral da controlada, deverá conter,
além das informações previstas nos arts. 224 e 225, o cálculo das relações de
substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com
base no valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da
controlada, avaliados os dois patrimônios segundo os mesmos critérios e na
mesma data, a preços de mercado, ou com base em outro critério aceito pela
Comissão de Valores Mobiliários, no caso de companhias abertas. (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
§ 1º A avaliação dos dois patrimônios será feita por 3 (três) peritos ou
empresa especializada e, no caso de companhias abertas, por empresa
especializada. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)
Quanto à legislação fiscal, o RIR/99 disciplina o assunto nos arts. 440 e 441 e estabelece
que o aumento de valor dos bens decorrente de reavaliação em função de fusão, incorporação
e cisão não serão tributados pelo IR e da CSSL enquanto estiverem registrados como Reserva
de Reavaliação.
Art. 440. A contrapartida do aumento do valor de bens do ativo em virtude
de reavaliação na fusão, incorporação ou cisão não será computada para
determinar o lucro real enquanto mantida em reserva de reavaliação na
sociedade resultante da fusão ou incorporação, na sociedade cindida ou em
uma ou mais das sociedades resultantes da cisão (Decreto-lei nº 1.598, de
1977, art. 37).
Parágrafo único. O valor da reserva deverá ser computado na determinação
do lucro real de acordo com o disposto no § 2º do art. 434 e no art. 435
(Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 37, parágrafo único).
Art. 441. As reservas de reavaliação transferidas por ocasião da
incorporação, fusão ou cisão terão, na sucessora, o mesmo tratamento
tributário que teriam na sucedida.

9 – DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDO SOBRE RESERVA DE REAVALIAÇÃO

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O art. 187, § 2º, da Lei nº 6.404/1976, veda expressamente a distribuição de dividendo


tendo por base o valor da Reserva de Reavaliação, seja ela decorrente de reavaliação
voluntária, de ativos próprios ou não.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas
avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º),
somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito de
distribuição de dividendos ou participações.
Com esse dispositivo, a lei está alinhada ao preceituado no Princípio Contábil da
Continuidade, pois se permitisse a distribuição de dividendo sobre um ganho meramente
econômico, poria em risco a liquidez da entidade, o que poderia ocasionar a sua
descontinuidade.
A realização do bem ocorre, efetivamente, quando ele é baixado por alienação ou
perecimento ou pelo registro da depreciação, amortização ou exaustão. Desta forma, a
distribuição de dividendo poderá ocorrer somente se houver a realização, seja por alienação ou
por depreciação, amortização ou exaustão.

10 - NOTAS EXPLICATIVAS

Deverão constar em notas explicativas às demonstrações financeiras, entre outros, os


seguintes elementos relativos à reavaliação:
a) as bases da reavaliação e os avaliadores;
b) o histórico e a data de reavaliação;
c) o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;
d) o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou
exaustões sobre a reavaliação, e baixas posteriores;
e) o tratamento quanto a dividendo se participações;
f) tratamento e valores envolvidos quanto a impostos e contribuições.

11 – MANIFESTAÇÃO DA CVM ACERCA DE REAVALIAÇÃO

DELIBERAÇÃO CVM No 183, DE 19 DE JANEIRO DE 1995


Aprova Pronunciamento do IBRACON sobre Reavaliação de Ativos.
O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o Colegiado,
em reunião realizada em 12.06.95, e tendo em vista o disposto no § 3º do artigo 177 da Lei nº
6.404/76, combinado com o disposto nos incisos II e IV do parágrafo único do artigo 22 da Lei
nº 6.385/76,
DELIBEROU:
I - Aprovar o Pronunciamento abaixo discriminado, sobre Reavaliação de Ativos, emitido
pelo Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON, e elaborado em conjunto com a Comissão
de Valores Mobiliários.
II - Tornar obrigatória a adoção do pronunciamento referido no item I acima, pelas
companhias abertas com exercício social a se encerrar a partir de dezembro de 1995.
III - Esta Deliberação entra em vigor no dia 1º de julho de 1995, aplicando-se às
reavaliações contabilizadas a partir desta data, ficando revogada a Deliberação CVM nº 27,
de05.02.86 e demais disposições em contrário.
THOMÁS TOSTA DE SÁ

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Presidente

REAVALIAÇÃO DE ATIVOS
INTRODUÇÃO
Significado e Reflexos da Reavaliação
1. A contabilidade tem um conjunto de princípios para avaliação de ativos que varia
conforme a sua natureza, mas baseia-se, principalmente, no custo original dos referidos
ativos. No Brasil, os itens integrantes do Ativo Permanente têm, compulsoriamente, seu custo
original corrigido monetariamente, visando refletir a perda do poder aquisitivo da moeda ao
longo do tempo, conforme determinado pela legislação.
2. Paralelamente a essa atualização compulsória do valor dos ativos pela correção
monetária, a legislação permite que as empresas procedam a uma avaliação de ativos por seus
valores de mercado, com base em laudos técnicos. Denomina-se Reavaliação o resultado
derivado da diferença entre o valor líquido contábil dos bens (custo corrigido monetariamente
líquido das depreciações acumuladas) e o valor de mercado, sendo este um procedimento
optativo.
3. A Reavaliação significa a adoção do valor de mercado para os bens reavaliados,
abandonando-se para estes o princípio de custo original corrigido monetariamente. Objetiva,
conceitualmente, que o balanço reflita os ativos a valores mais próximos aos de reposição.
4. Permite, ainda, que os valores dos bens do imobilizado reavaliados sejam
apropriados, através da depreciação, aos custos ou despesas pelos novos valores, apurando
resultados operacionais mais consentâneos com o conceito de reposição dos ativos.
A Reavaliação Frente aos Princípios Contábeis
5. Em vários países a avaliação de ativos pelos valores de mercado não é considerada
aceitável como um princípio contábil, por contrariar o conceito de custo como base de valor.
Sua permissão no Brasil se deu através da legislação societária, complementada pela
legislação fiscal. Sua utilização, todavia, deve ser praticada dentro de critérios técnicos,
apurada por parâmetros pautados pela realidade, e devidamente informada nas
demonstrações contábeis e notas explicativas quanto a seus valores e reflexos.
6. Assim, a avaliação de ativos pelo custo corrigido monetariamente é o critério
preferencial consagrado pelos princípios fundamentais de contabilidade, sendo a reavaliação
um critério alternativo, que, se adotada dentro dos parâmetros e critérios técnicos definidos
neste Pronunciamento, constitui-se em prática contábil aceitável. Em ambos os casos, deve-se
observar o valor de recuperação, sempre que menor, conforme comentado no item 44. Essa
posição se coaduna com as normas internacionais de contabilidade do "IASC- International
Accounting Standards Committee".
A Legislação Fiscal e a Heterogeneidade na Aplicação
7. Apesar de os princípios fundamentais de contabilidade e a legislação societária
determinarem uma correção monetária que reflita a perda no poder aquisitivo da moeda, na
prática, todavia, a correção monetária oficial tem sido registrada pelas empresas, por força da
legislação fiscal, com base na variação de índices oficiais, cuja evolução, ao longo do tempo,
nem sempre acompanhou efetiva perda do poder aquisitivo da moeda. Esse fato gerou
significativa diferença entre o valor líquido contábil dos bens (custo corrigido menos
depreciações acumuladas)e seu valor de mercado, o que levou muitas empresas a adotarem a
reavaliação como forma alternativa de eliminar tal distorção, apesar de, originalmente, a
reavaliação visar a flutuações no valor de mercado dos bens e não suprir uma correção
monetária menor que a inflação. Ao longo do tempo foram adotadas medidas especiais pela
legislação fiscal, tais como correção monetária especiais ou complementares, visando eliminar
ou reduzir tais diferenças.

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8. A legislação fiscal, ao tratar do assunto, determina que a reavaliação seja tributada


quando for utilizada para aumento de capital ou quando ocorrerem os seguintes eventos:
alienação do ativo reavaliado, sob qualquer forma; depreciação, amortização ou exaustão;
baixa por perecimento; transferência do ativo permanente para o ativo circulante ou realizável
a longo prazo. A legislação estabelece as condições de tributação da reserva de reavaliação
efetuada pela própria empresa e daquela efetuada na subscrição de capital ou de valores
mobiliários, ou na fusão, incorporação ou cisão de empresas.
9. A flexibilidade permitida pela legislação levou a uma heterogeneidade de tratamento
na aplicação da reavaliação por parte das empresas, inclusive com a adoção de práticas
distantes do objetivo para o qual foi criada, tais como, entre outros: a) empresas que
efetuaram reavaliações para compensar correções monetárias insuficientes; b) empresas que
efetuaram a contabilização de depreciações aceleradas ou superiores ao efetivo desgaste físico
dos bens; c) empresas que registraram reavaliações visando demonstrar custos mais
atualizados para justificar aumentos de preços; d) empresas que a aplicaram visando afetar
distribuição de lucros; e) empresas que a aplicaram visando benefícios de ordem fiscal
mediante a compensação contra prejuízos fiscais prestes a expirar; e f) empresas que a
adotaram objetivando alterações na relação entre capital próprio e de terceiros.
Definições
10. Os termos abaixo são usados neste Pronunciamento com os seguintes significados:
Custo Corrigido ou Custo Atualizado Monetariamente: é o custo original representado
pelo montante de caixa ou equivalente de caixa dado em pagamento pela aquisição de um
bem, por ocasião de sua compra ou construção, considerado em termos de moeda de poder
aquisitivo constante, ou seja, corrigido monetariamente;
Valor de Mercado: é o valor de entrada, que a empresa despenderia no mercado para
repor o ativo, considerando-se uma negociação normal entre partes independentes e isentas
de outros interesses. Esse valor deve considerar o preço à vista de reposição do ativo,
contemplando as condições de uso em que o bem se encontra;
Valor Líquido Contábil: é o montante pelo qual um bem está registrado na contabilidade
e refletido no balanço patrimonial, seja pelo valor de custo corrigido, seja pelo valor de
mercado (reavaliação),líquido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão
acumulada;
Valor Recuperável: é o montante que a empresa espera recuperar pelo uso futuro de um
ativo nas suas operações, incluindo seu valor residual na baixa.
Objetivo deste Pronunciamento
11. A primeira versão deste Pronunciamento, editada pelo Instituto Brasileiro de
Contadores em 1985 e referendada pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM em janeiro de
1986, visou conceituar e disciplinar o assunto, proporcionando um embasamento técnico para
evitar muitas das situações acima expostas. O objetivo deste Pronunciamento é adaptar o
anterior às normas internacionais de contabilidade, bem como à própria evolução desse tema
no Brasil.

HIPÓTESES POSSÍVEIS DE REAVALIAÇÃO


12. O presente Pronunciamento se aplica às seguintes situações previstas nas
legislações societária e fiscal que tratam de reavaliação:
a) reavaliação voluntária de ativos próprios;
b) reavaliação de ativos por controladas e coligadas;
c) reavaliação na subscrição de capital em outra empresa com conferência de bens;
d) reavaliação nas fusões, incorporações e cisões.

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REAVALIAÇÃO VOLUNTÁRIA DE ATIVOS PRÓPRIOS


Ativos que Podem ser Reavaliados
13. A Lei nº 6.404/76 menciona que a reavaliação pode ser feita para os "elementos do
ativo", o que pode dar o entendimento de abranger não só itens do imobilizado, como de
investimentos e ativo diferido, além de estoques, entre outros. A legislação fiscal é mais
restritiva e refere-se somente a itens do ativo permanente não abrangendo, portanto, os
estoque sou outros ativos constantes do Circulante ou Realizável a Longo Prazo.
14. O entendimento neste Pronunciamento é de que a reavaliação seja restrita a bens
tangíveis do ativo imobilizado, desde que não esteja prevista sua descontinuidade operacional.
Amplitude e Periodicidade da Reavaliação
15. Uma vez que a empresa opte por realizar e contabilizar a reavaliação, o critério para
avaliação do seu imobilizado deixa de ser o valor de custo corrigido e, portanto, as
reavaliações serão periódicas, com uma regularidade tal que o valor líquido contábil não
apresente diferenças significativas em relação ao valor de mercado na data de cada balanço.
Dessa forma, devem-se observar os seguintes prazos máximos:
a) anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos valores de mercado variarem
significativamente em relação aos valores anteriormente registrados;
b) a cada quatro anos, para os ativos cuja oscilação do preço de mercado não seja
relevante, incluindo ainda os bens adquiridos após a última reavaliação;
c) observados o conceito e prazos acima, a empresa pode optar por um "sistema
rotativo", realizando, periodicamente, reavaliações parciais, por rodízio, com cronogramas
definidos, que cubram a totalidade dos ativos a reavaliar a cada período.
O Imobilizado a Reavaliar
Reavaliação Global e Parcial
16. Ao decidir-se, em relação ao imobilizado, passar de um conceito de custo corrigido
para o de mercado em data determinada, tal base deve ser utilizada para todo o imobilizado
tangível, com vistas a impedir que determinados itens figurem por um critério e outros por
base diferente de avaliação. No entanto, por não se coadunar com o conceito de valor de
reposição, não devem ser reavaliados os itens que estão em vias de serem descontinuados e
os que não deverão ser repostos.
17. Apesar de não recomendável, é admissível que a reavaliação seja parcial e não para
todos os itens do imobilizado. Nesse caso, todavia, é necessário proceder à reavaliação de
todos os itens da mesma natureza ou da mesma conta, não se aplicando o disposto no item
15(c). Além disso, em reavaliações parciais do imobilizado, a empresa deverá proceder a uma
clara evidenciação nas notas explicativas sobre quais itens e/ou contas foram reavaliados e
quais não o foram, com indicação do valor líquido contábil anterior, da nova avaliação e da
reavaliação registrada por conta ou natureza.
Imobilizado Descontinuado
18. No caso de ativos reavaliados, componentes de uma linha de atividade que estiver
sendo descontinuada, deve-se voltar ao conceito de custo corrigido, estornando-se, para tanto,
a parcela da reavaliação embutida no ativo e as respectivas reserva de reavaliação e provisão
para impostos e contribuições.
Ajuste da Avaliação
19. A reserva de reavaliação é, pela própria determinação da legislação, um acréscimo
do ativo correspondente, ou seja, presume-se sempre que a reavaliação é positiva, o que não
significa que não possa haver sua redução ou mesmo eliminação.

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20. Os laudos de avaliação poderão indicar que, para bens de uma conta ou natureza, é
possível haver itens que, comparados com os dos registros contábeis, resultem em diferenças
positivas ou negativas. É entendimento que, nesse caso, se deverá proceder aos acréscimos e
decréscimos correspondentes.
21. Na hipótese de os laudos de avaliação indicarem que, no conjunto, o total apurado é
inferior ao valor líquido contábil dos bens correspondentes, devem ser observados os seguintes
procedimentos:
a) quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver saldo na reserva não cabe
o reconhecimento do efeito negativo. Todavia, a empresa deverá verificar se o valor líquido
contábil dos ativos, considerados em conjunto, é recuperável através de suas operações
futuras, conforme estabelecido no item 44;
b) quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito negativo deve ser reconhecido
nos termos do item 39.
Procedimentos para Reavaliação e Laudo de Avaliação
A Nomeação dos Peritos ou Empresa Especializada
22. A Lei nº 6.404/76 estabelece a avaliação por três peritos ou por empresa
especializada, nomeados em Assembléia Geral Extraordinária, convocada com essa finalidade
no caso de sociedades por ações. Nas demais entidades, procedimento semelhante deve ser
adotado.
23. A legislação não faz referência quanto à especialização dos peritos, já que a perícia é
um exame ou vistoria de caráter técnico e especializado. Decorre, portanto, que os peritos ou
empresa avaliadora a serem nomeados com essa finalidade devem possuir especialização na
matéria pertinente ao objeto da avaliação.
24. Também não é feita, pela legislação, qualquer menção quanto à independência dos
peritos ou empresa avaliadora em relação à empresa ou a seus acionistas ou sócios. É,
todavia, fundamental que os conceitos de independência profissional sejam observados na
nomeação dos peritos.
Critérios de Avaliação
25. A Lei nº 6.404/76 define que os peritos ou empresa especializada apresentarão
laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de
comparação adotados. Como é de conhecimento geral, as avaliações podem ser feitas dentro
de técnicas, critérios e valores diversos para os mesmos bens, em função de objetivos
diferentes que se pretendam.
26. O laudo de avaliação aqui referido deve estar voltado ao objetivo da reavaliação e,
portanto, passa a expressar uma nova base de avaliação de ativos que se reflete na
contabilidade e demonstrações contábeis das empresas. Nesse sentido, deve preservar os
demais princípios de contabilidade, especialmente o da continuidade, ou seja, deverá levar em
conta o pressuposto da empresa em marcha e considerar a efetiva possibilidade de
recuperação dos ativos em avaliação mediante seu uso nas operações.
27. Por esse princípio, por exemplo, os bens do imobilizado destinam-se a ser utilizados
na geração de produtos ou serviços, dentro do objeto social da empresa, e não a ser liquidados
ou vendidos. A avaliação de tais ativos, dentro desse princípio, deve ser baseada em valor de
entrada, o que implica que o valor de custo somente pode ser substituído, mediante
reavaliação, pelo valor de reposição no estado em que se encontra.
28. Em suma, objetiva-se avaliar os ativos em função de seu valor de utilidade ou valor
de uso nas condições em que se encontram, voltados à continuidade operacional da empresa.
É aplicável, assim, como valor de entrada, o custo corrente de reposição, computado seu
desgaste físico e técnico e considerado seu valor de utilidade operacional para a empresa.

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29. Não se enquadra, portanto, dentro desse conceito, eventual valor futuro potencial
dos ativo se nem seu valor de saída (valor de venda ou liquidação),já que a reavaliação não se
destina a tal finalidade.
30. São esses alguns parâmetros que devem ser seguidos pelos peritos ou empresa
especializada, na seleção e aplicação dos critérios de avaliação de ativos, que tenham a
finalidade da reavaliação prevista na Lei nº 6.404/76.
Identificação dos Itens a Serem Reavaliados e de sua Reavaliação
31. É requisito, dentro dos procedimentos de reavaliação, que os bens objeto da nova
avaliação sejam individualmente identificados quanto à sua descrição e contabilização (conta
ou subconta que especifiquem o custo corrigido e depreciações acumuladas correspondentes).
O novo valor de avaliação de cada bem deverá ser comparado com o valor líquido contábil
correspondente, sendo importante que se proceda à comparação na mesma data-base, ou
seja, tais bens deverão ter registradas as correções monetárias e depreciações, amortizações
ou exaustões correspondentes até a mesma data-base da avaliação dos peritos. Não se deve
confundir, dessa forma, valor de reavaliação com ausência de correção monetária,
depreciações ou baixas.
Defasagem entre as datas do Laudo de Avaliação e de sua Aprovação e
Contabilização
32. Sempre que houver defasagem entre a data-base do laudo de avaliação e a data da
Assembléia Geral Extraordinária ou da Reunião dos Quotistas que o aprova, deverá ser
efetuada a atualização monetária dos valores do laudo de avaliação, pelo mesmo índice de
correção do balanço e, quando aplicável, das depreciações correspondentes. Portanto, é
imprescindível que o laudo faça menção à data-base da avaliação de cada bem, que difere da
data de emissão do laudo, normalmente posterior.
Vida Útil Remanescente
33. Quando se tratar de bem sujeito a desgaste físico, é indispensável que o laudo
indique sua vida útil econômica remanescente, visando a definição das futuras taxas de
depreciação.
Impostos Incidentes sobre a Reserva de Reavaliação
34. A reavaliação positiva representa acréscimo de patrimônio líquido que será tributado
futuramente pela realização dos ativos. Considerando-se esse ônus existente sobre a
reavaliação, no momento de seu registro deve-se reconhecer a carga tributária (imposto de
renda e contribuição social) devida sobre a futura realização dos ativos que a geraram. O
lançamento contábil deve ser efetuado a débito de conta retificadora da reserva de
reavaliação(que pode ser através de conta retificadora para controle fiscal) e a crédito de
provisão para imposto de renda no Exigível a Longo Prazo. Esta provisão será transferida para
o Passivo Circulante à medida que os ativos forem sendo realizados. Os valores dos impostos e
contribuições registrados no passivo devem ser atualizados monetariamente, em consonância
com o disposto no item 38. As eventuais oscilações nas alíquotas dos impostos e contribuições
devem ser reconhecidas, se aplicável, em contrapartida à correspondente conta retificadora da
reserva de reavaliação.
35. Essa provisão para impostos incidentes sobre a Reserva de Reavaliação não deverá
ser constituída para ativos que não se realizarão por depreciação, amortização ou exaustão e
para os quais não haja qualquer perspectiva de realização por alienação ou baixa, como é o
caso de terrenos . Nessa hipótese, o ônus fiscal somente será reconhecido contabilmente no
futuro quando, por mudança de circunstâncias, ocorrer a alienação ou baixa.
Forma de Contabilização
Constituição
36. O resultado de reavaliação, ou seja, a diferença entre o valor da nova avaliação e o
valor líquido contábil do bem, corrigido monetariamente e depreciado até a data da avaliação,

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deverá ser incorporado ao ativo reavaliado correspondente e terá como contrapartida conta
denominada reserva de reavaliação, no Patrimônio Líquido, com o conseqüente
reconhecimento dos impostos incidentes sobre a reserva de reavaliação, conforme comentado
no item 34. Esta contrapartida, todavia, deverá ser creditada como receita não operacional, na
hipótese de que a entidade tenha registrado anteriormente como despesa, até o limite desta,
atualizada monetariamente, uma perda decorrente de reavaliação negativa relacionada como
mesmo bem, conforme o item 39.
37. A empresa deverá ter controle analítico que identifique o valor da reavaliação, bem a
bem, para determinação de sua realização futura via depreciação e baixa.
38. A reavaliação do bem e a reserva de reavaliação, como partes integrantes do ativo
permanente e do patrimônio líquido da empresa, serão corrigidas monetariamente a partir da
data-base de sua contabilização, observando-se o disposto no item 32.
39. Na hipótese de reavaliação negativa, comentada no item 21, a contabilização deve
obedecer ao seguinte:
a) o valor reduzirá o imobilizado em contrapartida a: (a.1) reserva de reavaliação,
correspondente aos mesmos bens e originada de reavaliações anteriores, e (a.2) a provisão
para imposto de renda diferido, que será reduzida proporcionalmente à redução da reserva.
b) quando a reserva e respectiva provisão para imposto de renda forem insuficientes
para a contabilização de redução do ativo, representará que o valor de mercado é inferior ao
valor do custo original corrigido líquido das depreciações, e, portanto, esta insuficiência será
lançada como despesa não-operacional no resultado do período em que a reavaliação ocorrer,
mediante constituição de provisão para perdas. Esta provisão somente será reconhecidas e a
perda for considerada irrecuperável.
Depreciação, Amortização ou Exaustão e Correção Monetária dos Bens
Reavaliados
40. Após a reavaliação, a depreciação, amortização ou exaustão desses bens deve ser
calculada e contabilizada sobre esse novo valor total (como custo do produto ou despesa do
exercício, conforme o caso), considerando a vida útil econômica remanescente indicada no
laudo.
Realização da Reserva de Reavaliação
41. A reserva de reavaliação é considerada realizada na proporção em que se realizarem
os bens reavaliados, devendo ser transferida para lucros ou prejuízos acumulados. A reserva
de reavaliação não pode ser utilizada para aumento de capital ou amortização de prejuízo
enquanto não realizada.
42. Devem ser considerados como realizados os valores de reavaliação na medida da
ocorrência dos seguintes fatos:
a) depreciação, amortização ou exaustão do valor da reavaliação dos bens computada
como custo ou despesa operacional no período;
b) baixa dos bens reavaliados em virtude de alienação ou perecimento.
43. A simples transferência dos bens objeto da reavaliação do Ativo Permanente para o
Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo não representa realização da reserva.
Recuperação do Valor Líquido Contábil
44. Em princípio todos os ativos constantes do balanço de uma empresa devem ser
recuperáveis. Valor de recuperação no caso do imobilizado é o montante que a empresa
espera recuperar pelo uso futuro de um ativo nas suas operações, incluindo seu valor residual
na baixa. Dessa forma, o imobilizado (um item ou grupo de itens)deve ser periodicamente
acompanhado com o objetivo de verificar se o valor de recuperação está inferior ao valor
líquido contábil, quer esteja avaliado pelo custo corrigido ou pelo mercado (reavaliação).
Quando isto ocorrer, o valor líquido contábil deve ser reduzido ao valor de recuperação.

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Todavia, esta redução somente deve ocorrer se for considerada não temporária. O montante
desta redução deve reverter uma reavaliação anterior, sendo debitado à reserva. Um eventual
aumento subseqüente no valor de recuperação desses ativos deve reverter baixas anteriores.
Essa verificação deve levar em conta o grupo de itens do imobilizado que formam um conjunto
ou projeto e os demais ativos correspondentes, particularmente o ativo diferido.
Preferencialmente, o valor de recuperação deve estar baseado no fluxo futuro de caixa
descontado a valor presente, considerando as operações da companhia como um todo.

REAVALIAÇÃO DE ATIVOS POR CONTROLADAS E COLIGADAS


Introdução
45. Não é aplicável uma reavaliação de investimentos em outras empresas,
particularmente os em controladas e coligadas avaliados pelo método de equivalência
patrimonial. No entanto, a investidora, ao refletir na conta de investimentos a variação
patrimonial oriunda de reserva de reavaliação registrada pela controlada ou coligada, feita
conforme o presente Pronunciamento, deverá proceder conforme indicado nos itens a seguir.
46. Visando manter uniformidade de critérios, melhor descrita no item 54, a investidora
somente registrará essa variação patrimonial caso seja consistente com o seu procedimento,
ou seja, também tenha as suas contas correspondentes avaliadas pelo mesmo critério de
mercado.
47. A investidora somente deve refletir na conta de investimentos avaliados pela
equivalência patrimonial, a variação patrimonial oriunda de reserva de reavaliação registrada
pela sociedade investida levando em conta se: (a) o ativo reavaliado pela investida for
considerado recuperável naquela empresa, e (b) sua conta de investimento acrescida do valor
da reavaliação feita pela investida for considerada recuperável como investimento permanente.
Contabilização na Constituição e Correção Monetária
48. O acréscimo na conta de investimentos que corresponde à porcentagem de
participação da investidora sobre a reserva de reavaliação constituída pela controlada ou
coligada, deverá ser registrado contabilmente na mesma data-base em que tiver sido
reconhecido na investida, tendo como contrapartida uma reserva de reavaliação no patrimônio
líquido, em conta própria que identifique tratar-se de reavaliação de controlada ou coligada,
segregada, portanto, da reserva de reavaliação voluntária de ativos próprios. No caso de
reduções de ativo da controlada que impliquem o reconhecimento de despesa ou mesmo a
receita por sua recuperação futura, conforme o item 39, a investidora automaticamente
reconhecerá o efeito como resultado operacional de equivalência patrimonial.
49. A variação na conta de investimentos e a correspondente reserva devem ser
corrigidas monetariamente a partir dessa data-base de contabilização.
Compensação de Reavaliação com Ágio ou Deságio
50. O valor da reserva de reavaliação, decorrente da avaliação de bens a que procedeu
uma sociedade controlada ou coligada, deverá ser deduzido do saldo do ágio que houver sido
pago na aquisição do investimento, correspondente somente à mais-valia dos bens do ativo
imobilizado que foram reavaliados e que deram origem àquele ágio. Na hipótese de
reavaliação negativa, deve-se baixar os saldos de deságios originados dos mesmos bens.
Realização da Reserva de Reavaliação
51. A reserva de reavaliação apurada na investidora, decorrente da avaliação de bens
efetuada por controladas ou coligadas, será considerada realizada na ocorrência dos seguintes
fatos:
a) na proporção em que a reavaliação da controlada ou coligada que lhe deu origem for
sendo realizada por depreciação, amortização ou exaustão ou por baixa por alienação ou
perecimento dos ativos reavaliado se deve corresponder, proporcionalmente, à reversão da
reserva de reavaliação pela controlada ou coligada;
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b) na baixa dos investimentos nas respectivas controladas ou coligadas que deram


origem à reavaliação.
52. A utilização pela investida da reserva de reavaliação, para aumento de capital ou
absorção de prejuízos acumulados, não representa uma realização da reserva de reavaliação
na investidora.
Contabilização da Realização da Reserva de Reavaliação
53. A reserva de reavaliação, na medida da realização acima descrita, deverá ser
transferida para a conta lucros ou prejuízos acumulados no patrimônio líquido.
Uniformidade entre Investidora e Investidas na Reavaliação
54. Quando uma empresa opta por reavaliar seus próprios ativos deve, como princípio
geral, determinar às suas controladas e recomendar que suas coligadas também assim
procedam, para haver uniformidade de critérios contábeis. Tal uniformidade é requerida pela
legislação na avaliação de investimentos pelo método de equivalência patrimonial e se torna
ainda mais importante quando a investidora elabora demonstrações contábeis consolidadas. As
reavaliações efetuadas pelas investidas devem seguir as mesmas orientações do presente
Pronunciamento. O reconhecimento dos efeitos tributários pela controlada ou coligada,
conforme o item 34, é automaticamente registrado pela investidora como redução do
investimento e respectiva reserva de reavaliação. Na hipótese de investimento avaliado pela
equivalência patrimonial passara ser avaliado pelo método de custo corrigido, recomenda-se à
investidora baixar as reavaliações anteriores, devendo adotar controles para sua realização
futura caso não o faça.
Investimento Descontinuado
55. O disposto no item 18 aplica-se também aos investimentos avaliados pelo método
da equivalência patrimonial, devendo-se efetuar o estorno contra a respectiva conta de
investimento.

REAVALIAÇÃO NA SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL EM OUTRA EMPRESA COM A


CONFERÊNCIA DE BENS
Apresentação do Problema
56. A subscrição de capital pode ser integralizada mediante a conferência de bens. A
legislação societária determina que os bens usados para integralização de capital sejam
avaliados por três peritos ou por empresa especializada nomeados em assembléia dos
subscritores. Esse procedimento e laudo visam dar suporte e proteção a todos os sócios na
definição do valor de tais bens convencionados entre as partes, sendo que o subscritor, que
está dando os bens, pode atribuir a estes valor inferior ao do laudo.
57. Dessa forma, a avaliação faz parte do processo negocial de definição do valor
quando o relacionamento se dá entre empresas independentes, e não representa uma
reavaliação espontânea nos termos anteriormente definidos.
Forma de Contabilização
Integralização – na Investida
58. A empresa que recebeu bens como integralização de capital deve registrar tais ativo
sem função de sua natureza e pelo valor a eles atribuídos na assembléia ou no contrato social
e convencionado entre as partes, pois esse é o custo original dos bens para essa empresa,
sendo irrelevante se o laudo de avaliação indicar valor superior.
Integralização – na Investidora
59. A empresa que tiver integralizado o capital com bens deverá registrar como custo de
investimento(ações subscritas integralizadas) o mesmo valor, ou seja, o valor negociado e
convencionado em assembléia ou contrato social. Tendo em vista que tal valor poderá ser

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diferente do valor líquido contábil pelo qual tais bens estavam registrados nos seus ativos, a
empresa reconhecerá lucro ou prejuízo ao dar baixa dos bens em integralização contra o valor
de custo das ações ou quotas recebidas, quando isso representar resultado realizado.
60. A legislação fiscal permite, todavia, que tal ganho tenha sua tributação postergada,
se o referido ganho for contabilizado como reserva de reavaliação no Patrimônio Líquido.
61. No caso de integralização com imobilizado tangível em capital de controlada ou
coligada avaliada pelo método de equivalência patrimonial, se esse acréscimo patrimonial
representar resultado não realizado, tal valor deve ser registrado como reserva de reavaliação,
líquida do diferimento dos impostos e contribuições incidentes.
Realização da Reserva de Reavaliação
62. A realização dessa reserva de reavaliação ocorre com os seguintes fatos:
a) a alienação da participação societária;
b) a realização dos ativos pela investida que recebeu os bens proporcionalmente à:
(b.1) alienação dos bens, sob qualquer forma;
(b.2) depreciação, amortização ou exaustão;
(b.3) baixa por perecimento.
Contabilização da Realização da Reavaliação
63. A parcela da reserva de reavaliação realizada deverá ser transferida para a conta
lucros ou prejuízos acumulados no Patrimônio Líquido.

REAVALIAÇÃO NAS FUSÕES, INCORPORAÇÕES E CISÕES


64. Similarmente ao caso anterior, nas fusões, incorporações ou cisões de empresas
podem surgir também as reservas de reavaliação. Aliás, são nessas reorganizações societárias
que as reavaliações baseada sem laudos são de fato importantes e requeridas, diferentemente
das reavaliações voluntárias, que são optativas. Esse fato ocorre nesses casos, já que são
efetuadas assembléias onde os valores de ativos, passivos e conseqüente Patrimônio Líquido
são definidos entre os acionistas das partes envolvidas, como resultados da negociação entre
estes, baseados em laudos de avaliação.
65. Nos casos de cisão, a reserva de reavaliação deve ser atribuída às empresas
resultantes, com base nos respectivos ativos.
66. A realização da reserva de reavaliação e sua contabilização devem seguir orientação
similar ao tratamento já mencionado neste Pronunciamento.

NOTAS EXPLICATIVAS
67. Em notas explicativas deverão ser divulgadas as informações sobre a reavaliação
efetuada pela empresa, destacando:
a) as bases da reavaliação e os avaliadores (este item somente no ano da reavaliação);
b) o histórico e a data de reavaliação;
c) o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;
d) o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou
exaustões sobre a reavaliação, e baixas posteriores;
e) o tratamento quanto a dividendos e participações;

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f) tratamento e valores envolvidos quanto a impostos e contribuições e correção


monetária especial (artigo 2º da Lei nº 8.200/91)eventualmente contida na reserva de
reavaliação.

APLICAÇÃO DESTE PRONUNCIAMENTO


68. Este Pronunciamento se aplica às reavaliações contabilizadas a partir de 1ºde julho
de 1995. Para as reavaliações anteriores a essa data, as empresas poderão optar por uma das
seguintes alternativas:
a) adoção do valor de mercado para avaliação do ativo imobilizado, aplicando
integralmente as normas do presente Pronunciamento. Neste caso, terão até 30 de junho de
1996 para ajustes necessários;
b) adoção do método de custo corrigido na avaliação de seus ativos, mas podendo
manter os ativos aos valores de reavaliação e correspondentes procedimentos anteriormente
registrados, desde que atualmente estejam dentro de valores razoáveis de mercado ou que
não sejam superiores ao valor de recuperação, conforme o item 44. Recomenda-se neste caso
seguir o disposto no item 34, devendo-se divulgar os valores envolvidos em nota explicativa
quando não o fizer;
c) retorno ao critério de custo corrigido, revertendo as reavaliações anteriormente
registradas, procedimento este que deve ser aprovado em assembléia geral de acionistas ou
reunião de quotistas.

12 – MANIFESTAÇÃO DA CFC ACERCA DE REAVALIAÇÃO

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da Resolução CFC 1.004/2004, que
aprovou a NBC T 19.6 – Reavaliação de Ativos, manifestou-se da seguinte forma, cujos
ditames são de observância obrigatório a partir de 01/01/2005:

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE


NBC T 19.6 - REAVALIAÇÃO DE ATIVOS
19.6.1.SIGNIFICADO E OBJETIVOS DA REAVALIAÇÃO
19.6.1.1. Esta norma estabelece critérios e procedimentos para registro contábil e divulgação
da reavaliação do ativo imobilizado.
19.6.1.2. O valor da reavaliação do ativo imobilizado é a diferença entre o valor líquido
contábil do bem e o valor de mercado, com base em laudo técnico elaborado por três peritos
ou entidade especializada.
19.6.7.5. Para os bens sujeitos à depreciação, exaustão ou amortização, é indispensável que
no laudo de avaliação haja a indicação da vida útil econômica remanescente, visando a
definição das futuras taxas de depreciação, exaustão ou amortização.
19.6.8. IDENTIFICAÇÃO DOS BENS
19.6.8.1. Os bens objeto de reavaliação devem ser individualmente identificados quanto à sua
descrição e registro contábil, em contas ou subcontas que especifiquem o custo, depreciações,
amortizações e exaustões acumuladas.
19.6.8.2. O valor de avaliação de cada bem deve ser comparado com o valor líquido contábil
correspondente, na mesma database.
Para tais bens, devem ser registradas as depreciações, amortizações ou exaustões
correspondentes até a data-base do laudo de avaliação.
19.6.9. DEFASAGEM ENTRE A DATA-BASE DO LAUDO E DA SUA APROVAÇÃO

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19.6.9.1. O registro contábil da reavaliação somente pode ser efetuado no mesmo exercício
em que o laudo da avaliação foi elaborado e aprovado pela assembléia dos acionistas, reunião
ou assembléia dos quotistas, ou o equivalente para as demais entidades.
19.6.9.2. Se a defasagem entre a data-base do laudo de avaliação e a de sua aprovação pela
entidade provocar distorções relevantes, a contabilização da reavaliação deve ser efetuada
com base em valores constantes do laudo de avaliação atualizados, mantendo as premissas
nele utilizadas.
19.6.10. CONTABILIZAÇÃO DA REAVALIAÇÃO
19.6.10.1. A diferença positiva entre o valor da reavaliação e o valor líquido contábil do bem
deve ser incorporada ao ativo reavaliado correspondente, e deve ter como contrapartida conta
de reserva da reavaliação, líquida dos tributos incidentes sobre a reavaliação, no patrimônio
líquido.
19.6.10.2. A contrapartida de que trata o item anterior pode ser creditada como receita não
operacional quando a entidade tiver registrado como despesa, até o limite desta, uma perda
decorrente de reavaliação negativa, relacionada com o mesmo bem.
19.6.10.3. A entidade deve manter controle individualizado que identifique o valor da
reavaliação de cada bem e dos tributos incidentes sobre a reavaliação, para determinação de
sua realização por depreciação, amortização, exaustão ou baixa.
19.6.10.4. Na hipótese de reavaliação negativa, apurada em função de o valor dos laudos de
avaliação ser inferior ao valor líquido contábil, o registro contábil deve ser efetuado da
seguinte forma:
a) o imobilizado deve ser reduzido em contrapartida à reserva de reavaliação, correspondente
aos mesmos bens e originada de reavaliações anteriores, e os tributos registrados no passivo
sobre a reavaliação devem ser reduzidos proporcionalmente à redução da reserva de
reavaliação;
b) quando o saldo da reserva de reavaliação for insuficiente para o registro de redução do
ativo, esta insuficiência deve ser registrada como despesa não operacional, no resultado do
exercício em que a reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão para perdas. Esta
provisão somente deve ser reconhecida se a perda for considerada irrecuperável; e
c) a letra "b" deste item aplica-se, também, na primeira reavaliação, quando o valor da
reavaliação for inferior ao valor líquido contábil.
19.6.11. TRIBUTOS SOBRE A REAVALIAÇÃO
19.6.11.1. A reserva da reavaliação positiva deve ser registrada líquida dos tributos, em conta
destacada no patrimônio líquido.
19.6.11.2. A parcela correspondente aos tributos incidentes sobre a reavaliação deve ser
registrada no passivo exigível a longo prazo, sendo transferida para o passivo circulante, à
medida que os ativos forem sendo realizados. As eventuais oscilações nas alíquotas dos
tributos devem ser reconhecidas em contrapartida da reserva de reavaliação.
19.6.11.3. O passivo dos tributos incidentes sobre a reserva de reavaliação não deve ser
constituído para ativos que não se realizam por depreciação, amortização ou exaustão, como é
o caso de terrenos, e para os quais não haja qualquer perspectiva de realização por alienação.
19.6.12. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO OU EXAUSTÃO
19.6.12.1. Após a reavaliação, a depreciação, a amortização ou a exaustão dos bens
reavaliados devem ser calculadas e registradas sobre o novo valor, considerando a vida útil
econômica remanescente, indicada no laudo de avaliação.
19.6.13. REALIZAÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO

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19.6.13.1. A reserva de reavaliação é considerada realizada na proporção em que se


realizarem os bens reavaliados, devendo ser transferida para lucros ou prejuízos
acumulados, sem transitar pelas contas do resultado.
19.6.13.2. A reserva de reavaliação não pode ser utilizada para aumento de capital ou
amortização de prejuízo, enquanto não realizada.
19.6.13.3. A entidade deve considerar realizados os valores de reavaliação de seus bens e os
de suas controladas ou coligadas, cujos investimentos são avaliados por equivalência
patrimonial, à medida que ocorrer um dos seguintes fatos:
a)depreciação, amortização ou exaustão dos bens reavaliados, que tenham sido registradas
como custo ou como despesa operacional;
b)baixa dos bens reavaliados;
c)baixa de investimentos em controladas ou coligadas que tenham bens reavaliados.
19.6.14. VALOR RECUPERÁVEL
19.6.14.1. Os bens do imobilizado reavaliados devem ser acompanhados com o objetivo de
verificar se o valor recuperável é inferior ao valor líquido contábil.
19.6.14.2. Se o valor recuperável for inferior ao valor líquido contábil, o mesmo deve ser
reduzido ao valor recuperável, desde que a perda seja considerada permanente.
19.6.14.3. O montante da redução, de que trata o item 19.6.14.2, deve reverter a reavaliação
anterior, caso exista saldo, debitando-se a conta de reserva da reavaliação.
19.6.15. REAVALIAÇÃO DE ATIVOS POR CONTROLADAS E COLIGADAS
19.6.15.1. A investidora deve registrar, na conta de investimentos, a variação patrimonial
oriunda de reserva da reavaliação, registrada pela controlada ou coligada, avaliada pela
equivalência patrimonial nos termos indicados nos itens seguintes.
19.6.15.2. Quando uma entidade opta por reavaliar seus próprios ativos, ela o deve
determinar às suas controladas e recomendar que suas coligadas também assim procedam,
para preservar uniformidade de critérios contábeis.
19.6.15.3. Os acréscimos ou os decréscimos na conta de investimentos, que correspondam à
porcentagem de participação da investidora sobre a reserva de reavaliação constituída
(realizada ou revertida) pela controlada ou coligada, devem ser registrados na mesma data-
base em que tiverem sido reconhecidos na investida, em conta própria que identifique tratar-
se de reavaliação de controlada ou coligada.
19.6.15.4. O valor da reserva de reavaliação, decorrente da avaliação de bens de uma
controlada ou coligada, deve ser deduzido do saldo do ágio que houver sido pago na aquisição
do investimento, correspondente à mais-valia dos bens do ativo imobilizado que foram
reavaliados e que deram origem àquele ágio.
19.6.15.5. Na hipótese da reavaliação de que trata o item anterior ser negativa, devem-se
baixar os saldos de deságios, originados dos mesmos bens.
19.6.16. AVALIAÇÃO PARA INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL COM BENS
19.6.16.1.A avaliação dos bens utilizados para integralização de capital em outras sociedades
não representa uma reavaliação nos termos desta norma.
19.6.16.2. O ganho de capital decorrente da integralização de capital com imobilizado tangível,
em controlada ou coligada avaliada por equivalência patrimonial, quando representar resultado
não realizado, deve ser tratado como reserva de reavaliação, líquida dos tributos incidentes.
19.6.17. REAVALIAÇÃO NA FUSÃO, INCORPORAÇÃO E CISÃO
19.6.17.1. Ocorrendo reavaliação de ativo imobilizado em fusão, incorporação ou cisão de
entidade, aplicam-se os dispositivos desta norma.

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19.6.17.2. Havendo a reavaliação de ativo imobilizado nas entidades participantes de


processos de fusão, incorporação ou cisão, a reserva da reavaliação deve ser atribuída às
entidades, com base nos respectivos ativos.
19.6.18. DIVULGAÇÃO
19.6.18.1. As informações sobre a reavaliação efetuada pela entidade devem ser divulgadas
em notas explicativas, destacando, no mínimo:
a)as bases da reavaliação e os avaliadores, no ano da reavaliação;
b) o histórico e a data da reavaliação;
c)o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;
d)o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou exaustões
sobre a reavaliação, e baixas posteriores;
e) o tratamento quanto a dividendos e participações;
f) o tratamento e os valores envolvidos quanto aos tributos diferidos.
CONTADOR JOSÉ MARTONIO ALVES COELHO
Presidente do Conselho

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EXERCÍCIOS

01) (AFTN-96-Esaf) Entre os efeitos gerados pela prática de reavaliação dos Ativos está o de
permitir melhor apresentação dos:
a) Índices de rotatividade, de lucratividade e de rentabilidade
b) Valores do patrimônio e dos índices de rotatividade
c) Índices de solidez financeira e dos índices de rentabilidade
d) Valores do ativo, dos índices de rotatividade e lucratividade
e) Valores monetários, dos índices de rotatividade e rentabilidade

02) (AFTN-96-Esaf) O efeito da reavaliação de bens efetuados nas empresas coligadas,


quando as participações societárias são avaliadas pelo método de custo:
a) Não gera nenhum registro contábil na investidora
b) É também registrado pela investidora imediatamente
c) É registrado pela investidora no ano subsequente ao fato
d) Gera o reconhecimento de receita não-operacional na investidora
e) Gera um registro contábil de receita operacional na investidora

03) (AFTN-96-Esaf) A reserva de reavaliação, transferida por ocasião da incorporação, fusão


ou cisão, terá na sucessora o seguinte tratamento:
a) ser desconsiderada na incorporação, fusão, encampação ou cisão
b) ser considerada realizada, totalmente, na apuração do lucro real
c) mesmo tratamento tributário que teria na sucedida
d) somente os bens comuns às duas sociedades deverão ser reconhecidos como realizados
e) na fusão deve ser incluída na apuração do lucro real; na cisão e incorporação, não

04) (AFTN-98-Esaf) Quando da Reavaliação, os laudos poderão indicar que, no conjunto, o


total apurado é inferior ao valor líquido contábil dos bens correspondentes. Neste caso
deve-se
a) reconhecer, contabilmente, a redução, debitando-se a Reserva e creditando-se o Ativo
Permanente
b) não registrar, contabilmente, a redução e reportar o fato somente em Notas Explicativas
c) reconhecer, debitando-se o Permanente e creditando-se o Patrimônio Líquido
d) não reconhecer no Patrimônio Líquido e reconhecer no Permanente
e) reconhecer a redução quando existirem reavaliações anteriores ainda não realizadas

05) (AFTN-98-Esaf) Quando uma sociedade coligada ou controlada proceder à reavaliação, a


investidora, que avalia esse investimento pelo método da equivalência patrimonial, deverá
efetuar o seguinte lançamento contábil:
a) Débito de Ativo Permanente e crédito de Lucros e Perdas
b) Débito de Ativo Permanente e crédito de Exigível a Longo Prazo
c) Crédito de Ativo Permanente e débito de Lucros e Perdas
d) Débito de Ativo Permanente e crédito de Patrimônio Líquido
e) Débito de Ativo Permanente e crédito de Resultado de Exercícios Futuros

06) (AFTN-96-Esaf) Em 31/12/1991 a Cia ABC tinha registrado em seu Ativo Imobilizado um
Equipamento no valor de $.5.000.000 e uma Depreciação Acumulada de $.2.800.000 . Se
na mesma data o bem foi reavaliado em $.6.200.000, o valor inscrito na Reserva de
Reavaliação foi de:
a) $.1.200.000
b) $.4.000.000
c) $.6.200.000
d) $.2.800.000
e) $.9.000.000

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07) (AFRF-2001-Esaf) Quando os laudos de avaliação indicarem que, no conjunto, o total


apurado é inferior ao valor contábil dos ativos imobilizados, deve ser observado o seguinte
procedimento.
a) Quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver saldo na reserva de
reavaliação não cabe o reconhecimento do efeito negativo.
b) Quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito negativo deve ser reconhecido,
creditando-se a reserva de reavaliação no patrimônio líquido e debitando-se o valor da
reavaliação no Ativo Permanente imobilizado.
c) O reconhecimento do ativo deve ser feito com um lançamento de débito no ativo
imobilizado e de crédito em uma reserva de lucro.
d) Quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver saldo na reserva de
reavaliação cabe o reconhecimento do efeito negativo.
e) Quando houver saldo na reserva de reavaliação o efeito negativo deve ser reconhecido,
creditando-se a reserva de reavaliação no patrimônio líquido e debitando-se imposto de
renda diferido.

08) (AFRF 2002-Esaf) Um dos procedimentos de divulgação, relativos à reavaliação de ativos


por companhia aberta, é
a) publicar o evento e suas conseqüências patrimoniais em jornal de grande circulação nas
localidades em que tiver maior volume de operações em bolsa de valores.
b) evidenciar em notas explicativas o efeito no resultado do exercício, oriundo das
depreciações, amortizações ou exaustões sobre a reavaliação, e baixas posteriores.
c) convocar uma Assembléia Geral de acionistas para autorizar e aprovar o procedimento de
reavaliação, apresentando o sumário das contas objeto da reavaliação com seus
respectivos valores.
d) enviar carta registrada a todos os acionistas minoritários, contendo o histórico da operação,
data da reavaliação e o sumário das contas objeto da reavaliação com seus respectivos
valores.
e) proceder o envio de carta registrada aos acionistas, contendo o histórico da operação, data
da reavaliação, o sumário das contas objeto da reavaliação e o tratamento quanto aos
dividendos.

09) (AFRF 2002-Esaf) Em 1998 a Cia. Ágata procedeu à reavaliação de um item de seu
imobilizado. Em dezembro de 2001, por ocasião do encerramento do balanço, decide pela
descontinuidade e não reposição do bem em questão.
O procedimento contábil aplicável a esse caso é
a) fazer um lançamento de crédito na conta Lucros/Prejuízos Acumulados e debitar a conta de
Reserva de Reavaliação.
b) estornar parcialmente o valor correspondente a Reserva de Reavalição como ajuste de
exercícios anteriores.
c) lançar a crédito em imobilizado e debitar a conta de Lucros/Prejuízos Acumulados por
mudança de critério contábil.
d) proceder o estorno das parcelas referentes à reavaliação e às respectivas provisões
anteriormente efetuadas.
e) efetuar um débito em Reservas de Reavaliação e, como contrapartida, um crédito na conta
Ganhos/Perdas com Imobilizados.

10) (AFRF 2002-Esaf) Quando uma empresa controlada faz a reavaliação de seus ativos
imobilizados, e a investidora avalia sua participação por equivalência patrimonial, o
procedimento contábil da companhia controladora será
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a) reconhecer uma receita não-operacional proporcional ao novo valor do patrimônio líquido da


investida.
b) registrar em Resultados de Exercícios Futuros o valor proporcional ao novo patrimônio
líquido da investida.
c) ajustar o valor do investimento, creditando em Reserva de Reavaliação o valor proporcional
a sua participação societária.
d) lançar a crédito de Lucros/Prejuízos Acumulados o valor proporcional ao aumento do
patrimônio líquido da controlada.
e) fazer referência do fato em notas explicativas, reconhecendo o acréscimo patrimonial como
resultado de exercício.

11) (AFRF 2002-Esaf) A Cia. Jade, controladora do conglomerado Rochas, efetua a


reavaliação de seus imobilizados, registrando em seu patrimônio líquido a importância de
dois milhões de reais. Do ponto de vista contábil, o patrimônio da Cia. Esmeralda,
controlada dessa empresa
a) não sofrerá nenhuma alteração ou registro contábil por este evento.
b) aumentará, pelo registro da Reserva de Reavaliação correspondente.
c) diminuirá, em razão da valorização correspondente ao da sua controladora.
d) sofrerá o acréscimo da conta Lucros/Prejuízos Acumulados.
e) acresce no valor correspondente ao percentual de participação.

12) (AFRF 2002-2-Esaf) A Cia. Tupinambá efetuou a reavaliação em 1998 de sua unidade
fabril. No ano de 2000, em razão de grande alteração de tecnologia, decide descontinuar e
não repor aquela unidade. Em face à verificação da empresa da existência de saldos
contábeis relativos à contabilização anteriormente feita, o procedimento contábil indicado
é:
a) a baixa do saldo líquido da reserva de reavaliação para a conta de perda com
descontinuidade de empreendimentos.
b) a realização do saldo líquido da reserva de reavaliação em contrapartida de uma conta de
reversão.
c) o estorno da parcela da reavaliação existente relativa à respectiva reserva e provisões para
impostos e contribuição.
d) a baixa de todos os valores contabilizados anteriores relativos a esse procedimento em
contrapartida da conta ajustes de exercícios anteriores.
e) a baixa do saldo líquido da reserva de reavaliação para a conta de ganhos e perdas com
imobilizados.

13) (AFRF 2002-2-Esaf) O registro da realização da reserva de reavaliação é efetuado em


contrapartida da conta contábil
a) de receita não-operacional.
b) do ativo imobilizado.
c) de despesas não-operacionais.
d) de ganhos e perdas com ativos imobilizados.
e) do patrimônio líquido.

Com base na afirmativa abaixo responda as questões de números 14 a 16.


O procedimento de reavaliação realizado pela Cia. Itacolomi em 31/12/1999 indica conforme
o laudo pericial um acréscimo patrimonial no valor de $ 10,5 milhões e uma vida útil
adicional para as máquinas reavaliadas de 4 anos.

14) (AFPS-2002-Esaf) Se o valor contábil líquido dessas máquinas, antes do processo de


reavaliação, fosse nulo o valor computado como depreciação ao final do exercício de 2000
seria:
a) $2.725.000
b) $2.625.000
c) $2.600.000
d) $2.406.250
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e) $2.025.000

15) (AFPS-2002-Esaf) O fato em questão gera na controladora da Cia. Itacolomi o


procedimento contábil de:
a) registrar em conta de reserva de lucros a realizar o valor proporcional a seu investimento
societário.
b) proceder à evidenciação do fato em notas explicativas do laudo pericial de sua controlada
quando da publicação das suas demonstrações.
c) reconhecer como reserva de capital o valor de $10.500.000 em função do ganho de capital
havido no seu investimento.
d) efetuar um lançamento de débito no seu ativo imobilizado em uma subconta denominada
reavaliação de investidas.
e) constituir também uma reserva de reavaliação na proporção percentual de sua participação
societária.

16) (AFPS-2002-Esaf) O procedimento contábil feito pela Cia. Itacolomi, segundo a


Deliberação CVM 183/95, contraria o conceito do princípio contábil do(a):
a) atributo da informação contábil.
b) competência de exercício.
c) custo como base de valor.
d) atualização monetária.
e) confiabilidade contábil.

17) (SEFAZ–PI-2002-Esaf) Dados os saldos abaixo discriminados, à data do balanço,


determinar o valor do patrimônio líquido, de acordo com a Lei nº 6.404/76. (Valores em $)
Capital Social 600
Reserva Legal 80
Provisão para Contingências 60
Subvenção para Custeio 50
Reserva para Aumento de Capital 40
Ágio na Emissão de Ações 100
Ações em Tesouraria 30
Reavaliação de Ativos de Controladas 140
Reserva para Novos Investimentos 120
Reserva de Lucros a Realizar 90
a) 1.280
b) 1.200
c) 1.140
d) 1.000
e) 900

18) (AFRF-2002-Esaf) - Assinale a opção que apresenta uma afirmativa incorreta.


a) Reservas de Capital representam, genericamente, acréscimo ao Patrimônio Líquido que não
transitam pela conta de resultado da companhia nem são provenientes de reavaliação de
ativos.
b) Reservas de Lucros representam, genericamente, a retenção de parcelas provenientes de
ganhos, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade.
c) A depreciação dos bens representa a diminuição de seu valor em conseqüência do desgaste
pelo uso, ação da natureza ou obsolescência.
d) Reservas de Lucros representam, genericamente, a retenção de parcelas provenientes dos
ganhos da entidade, com o objetivo de preservar o patrimônio líquido para posterior
destinação.
e) Um imóvel que a diretoria não tem intenção de vender e que é alugado a terceiros, por não
ter emprego na exploração da atividade da empresa, deve ser classificado como ativo
permanente imobilizado.

19) (MTB-CESPE-UNB/94) De conformidade com a Lei Nº 6.404/76, no seu passivo, as


contas serão classificadas nos seguintes grupos:

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a) passivo circulante, passivo exigível a longo prazo e resultados de exercícios futuros.


b) passivo circulante, passivo exigível e resultados de exercícios futuros.
c) passivo circulante, passivo exigível a longo prazo, resultados de exercícios futuros e
patrimônio líquido.
d) passivo circulante, passivo exigível a longo prazo, resultados de exercícios futuros e
patrimônio líquido, dividido em capital, reserva de lucros, reservas de reavaliação, reservas
de capital e lucros ou prejuízos acumulados.
e) passivo circulante, passivo exigível a longo prazo, resultados de exercícios futuros e
patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação
reserva de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

20) (CVM/2001-Esaf) Assinale a opção correta.


a) A Reavaliação dos Ativos tem como base técnica a atualização monetária do custo histórico.
b) Apenas nas companhias abertas é que o processo de Reavaliação pode ser feito em todos os
elementos do ativo.
c) No Brasil o processo de Reavaliação dos Ativos é obrigatório para todos os tipos de
sociedades, incidindo sobre todos os Ativos Permanentes.
d) No processo de Reavaliação dos Ativos, o laudo de avaliação deve conter, entre outros
elementos, a vida útil remanescente do bem avaliado.
e) Se a Participação Societária for relevante, torna-se facultativo à investidora reconhecer os
efeitos da Reavaliação efetuada pela investida.

21) (AFTN-1991-Esaf) Assinale a opção que contém uma “Reserva” que independe da
apuração do resultado para sua constituição.
a) Reserva Legal
b) Reserva da Correção Monetária do Capital
c) Reserva Estatuária
d) Reserva de Reavaliação
e) Reserva de Contingência

22) (AFTN-96-Esaf) A Diferença existente entre a Reserva de Reavaliação e a Correção


Monetária Patrimonial consiste em:
a) a primeira levar em conta apenas o valor de mercado e a segunda o custo histórico
corrigido
b) a primeira tomar por base o valor de mercado enquanto a segunda leva em conta o custo
de reposição
c) a primeira não levar em conta o custo histórico como base de valor e a segunda considerar
apenas o valor de mercado
d) a primeira observar apenas o valor de realização do bem e a segunda considerar o valor de
reposição corrigido
e) a primeira tomar por base o custo histórico corrigido e a segunda simplesmente o valor de
realização corrigido.

23) (STM-SUPERIOR-99-CESPE) Em uma sociedade por ações, a contribuição do subscritor


de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor
nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias, serão classificadas
como
a) receita do período.
b) reserva de capital
c) reserva de lucros.
d) reserva de reavaliação.
e) reserva de especial.

24) (TRT-4ª/ANAL.JUD.-2001) É reserva de lucros a de


(A) reavaliação.
(B) lucros a realizar.
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(C) ágio na emissão de ações.


(D) alienação de partes beneficiárias.
(E) alienação de bônus de subscrição.

25) (SUSEP-2001-Esaf) A empresa Tecnotécnica S/A possuía, há dois anos, um computador


de grande porte e de última geração, adquirido a vista por US$ 25,000.00 (vinte e cinco
mil dólares americanos) quando a cotação estava a R$ 1,10 por US$ 1.00.
No balanço do final do ano 2000, como a cotação do dólar americano estava a R$ 1,25 por
US$ 1.00, a empresa mandou contabilizar a atualização desse item do seu ativo
permanente para R$ 31.250,00, baseada na declaração formal do fabricante de que
referida cotação era exata no dia do balanço.
À luz das normas e legislação aplicáveis no Brasil, o procedimento contábil descrito
a) está correto, desde que a diferença seja creditada como Reserva de Capital
b) está correto, desde que a diferença seja creditada como Reserva de Reavaliação
c) está correto, desde que a diferença seja creditada como Reserva de Lucros a Realizar
d) está correto, desde que a diferença seja creditada como Receita do Exercício
e) não está correto

26) (TFC-1996-Esaf) De acordo com a Lei n.º 6.404/76, consideram-se lucro a realizar, para
efeito de constituição de reserva específica, todos os eventos abaixo relacionados, exceto:
a) o saldo credor da conta de correção monetária
b) o aumento do valor do investimento em coligadas
c) o produto da reavaliação de bens do ativo permanente
d) o lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte
e) o aumento do valor do investimento em controladas

27) (AFRF-2001-Esaf) Em um investimento avaliado pelo método da equivalência


patrimonial, a constituição da Reserva de Reavaliação de Ativo Imobilizado na investida
origina o seguinte lançamento na investidora:
a) Débito de “Ativo Permanente - Investimentos”, subgrupo “Reserva de Reavaliação de
Coligadas e Controladas” e crédito de “Resultado do Exercício”, subgrupo “Resultado
Apurado na Equivalência Patrimonial”.
b) Débito do “Patrimônio Líquido” subgrupo “Reserva de Reavaliação de Coligadas e
Controladas” e crédito do “Ativo Permanente” subgrupo “Reserva de Reavaliação de
Coligadas e Controladas”.
c) Débito de “Resultado do Exercício” subgrupo “Resultado da Equivalência Patrimonial” e
crédito de “Ativo Permanente” subgrupo “Investimentos Avaliados pela Equivalência
Patrimonial”.
d) Débito de “Ativo Permanente – Imobilizado” e crédito do “Patrimônio Líquido” subgrupo
“Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas”.
e) Débito de “Ativo Permanente - Investimentos” subgrupo “Investimentos Avaliados pela
Equivalência Patrimonial” e crédito no “Patrimônio Líquido” subgrupo “Reserva de
Reavaliação de Coligadas e Controladas”.

28) Unb/CESPE-MJ/DPF/ANP/DRS – Agente de Policia Federal (27/01/2002)


Julgue o item a seguir, assinalando Certo (C) ou Errado (E).
(2) Uma companhia aberta que tenha adicionado ao seu ativo imobilizado R$ 1 milhão, em
função de reavaliação, e tenha depreciado desse valor a importância de R$ 300 mil até a
data do mais recente balanço patrimonial encerrado, deverá transferir da reserva de
reavaliação os mesmos R$ 300 mil para a conta de lucros ou prejuízos acumulados, na
escrituração societária, caso não tenha adotado a reversão da reavaliação dos seus livros.

29) (SERPRO/2001-Esaf) - Torna-se necessário o estorno da parcela da reavaliação e o


retorno ao conceito de custo histórico, quando:
a) da verificação de partes relacionadas nos processos de cisão de companhias com atividades
diferenciadas.
b) ocorrer operação de incorporação de companhias de segmentos econômicos altamente
diferenciados.
c) houver aumento de capital com conferência de bens em processos de reorganização
empresarial.
d) existir clara evidência de descontinuidade de imobilizado anteriormente reavaliado.
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e) da fusão de companhias com atividades operacionais dispares ou de segmentos econômicos


diferenciados.

30) (AFRF-2003) Indique a opção que legalmente não é permitida em processo de


reavaliação de empresa em continuidade operacional.
a) Reconhecer no patrimônio da investidora os efeitos da reavaliação procedida pela investida.
b) Registrar na conta de lucros e prejuízos acumulados o efeito do impacto no resultado
quando ocorrer a realização da reserva de reavaliação.
c) Lançar em conta de patrimônio líquido a diferença a maior verificada entre o laudo de
avaliação e o custo histórico do bem reavaliado.
d) Reconhecer no patrimônio da controladora os efeitos da reavaliação procedida pela
controlada.
a) Lançar o ajuste positivo a valor de mercado dos valores dos estoques de matérias-primas.

Nas questões de números 31 a 60, marque C (Certo) e E (Errado)

31) A contabilidade tem um conjunto de princípios para avaliação de ativos que varia
conforme a sua natureza, mas baseia-se, principalmente, no custo original dos referidos
ativos. No Brasil, os itens integrantes do Ativo Permanente tinham, compulsoriamente, seu
custo original corrigido monetariamente até 31 de dezembro de 1995, visando refletir a
perda do poder aquisitivo da moeda ao longo do tempo, conforme determinado pela
legislação comercial e fiscal. A correção monetária assim efetuada refletia o valor de
mercado ou de reposição, pois os índices adotados representavam os valores médios da
perda do poder aquisitivo e, por isso, eram representativos.

32) Denomina-se Reavaliação o resultado derivado da diferença entre o valor líquido contábil
dos bens (custo corrigido monetariamente líquido das depreciações acumuladas) e o valor
de mercado, sendo este um procedimento optativo.

33) A Reavaliação significa a adoção do valor de mercado para os bens reavaliados,


abandonando-se para estes o princípio de custo original corrigido monetariamente.
Objetiva, conceitualmente, que o balanço reflita os ativos a valores mais próximos aos de
reposição.

34) A reavaliação permite que os valores dos bens tangíveis do imobilizado reavaliados sejam
apropriados, por meio da depreciação, aos custos ou despesas pelos novos valores,
apurando resultados operacionais mais consentâneos com o conceito de reposição dos
ativos.

35) Na quase totalidade dos países a avaliação de ativos pelos valores de mercado é
procedimento obrigatório, visto refletir o valor de reposição dos bens. No Brasil,
entretanto, sua aplicação, sua utilização deve ser praticada dentro de rigorosos critérios
técnicos, apurada por parâmetros pautados pela realidade, e devidamente informada nas
demonstrações contábeis e notas explicativas quanto a seus valores e reflexos e sujeita a
prévia autorização da CVM.

36) Apesar de os princípios fundamentais de contabilidade e a legislação societária


determinarem uma correção monetária que reflita a perda no poder aquisitivo da moeda,
na prática, todavia, a correção monetária oficial tem sido registrada pelas empresas, por
força da legislação fiscal, com base na variação de índices oficiais, cuja evolução, ao longo
do tempo, nem sempre acompanhou efetiva perda do poder aquisitivo da moeda. Esse fato
gerou significativa diferença entre o valor líquido contábil dos bens e seu valor de
mercado, o que levou muitas empresas a adotarem a reavaliação como forma alternativa
de eliminar tal distorção, apesar de, originalmente, a reavaliação visar a flutuações no
valor de mercado dos bens e não suprir uma correção monetária menor que a inflação.

37) A legislação fiscal determina que a reavaliação seja tributada quando for utilizada para
aumento de capital ou quando da realização da reserva de reavaliação. Essa tributação,

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em qualquer caso, é definitiva sendo aplicável a alíquota de 15%, podendo ser excluídos
os valores na apuração do lucro real.

38) As empresas devem efetuar a reavaliação para compensar correções monetárias


insuficientes; para demonstrar custos mais atualizados para justificar aumentos de preços;
para afetar distribuição de lucros; e para objetivar alterações na relação entre capital
próprio e de terceiros.

39) Valor de Mercado é o valor pelo qual a empresa pode alienar o bem, considerando-se uma
negociação normal entre partes independentes e isentas de outros interesses. Esse valor
deve considerar o preço à vista.

40) Valor Líquido Contábil é o montante pelo qual um bem está registrado na contabilidade e
refletido no balanço patrimonial, seja pelo valor de custo corrigido, seja pelo valor de
mercado (reavaliado), líquido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão
acumulada

41) Valor Recuperável é o montante que a empresa espera recuperar pela venda, no futuro,
de um ativo, calculado a fluxo de caixa futuro levado a valor presente.

42) As situações previstas nas legislações societária e fiscal que tratam de reavaliação são:
reavaliação voluntária de ativos próprios; reavaliação de ativos por controladas e
coligadas; reavaliação na subscrição de capital em outra empresa com conferência de
bens; reavaliação nas fusões, incorporações e cisões.

43) Conforme a Lei nº 6.404/76, a reavaliação pode ser feita para os "elementos do ativo". A
legislação fiscal, mais restritiva, refere-se somente a itens do ativo permanente. A CVM,
por seu turno e dentro da delegação recebida para regulamentar o assunto, assevera que a
reavaliação seja restrita a bens tangíveis do ativo imobilizado, desde que não esteja
prevista sua descontinuidade operacional.

44) Uma vez que a empresa opte por realizar e contabilizar a reavaliação, o critério para
avaliação do seu imobilizado deixa de ser o valor de custo corrigido e, portanto, as
reavaliações serão periódicas, com uma regularidade tal que o valor líquido contábil não
apresente diferenças significativas em relação ao valor de mercado na data de cada
balanço.

45) Ao decidir-se reavaliar um ativo, este procedimento deve ser utilizada para todo o
imobilizado tangível, com vistas a impedir que determinados itens figurem por um critério e
outros por base diferente de avaliação. No entanto, por não se coadunar com o conceito de
valor de reposição, não devem ser reavaliados os itens que estão em vias de serem
descontinuados e os que não deverão ser repostos, não se admitindo, em hipótese alguma,
que a reavaliação seja parcial.

46) No caso de ativos reavaliados, componentes de uma linha de atividade que estiver sendo
descontinuada, deve-se voltar ao conceito de custo corrigido, estornando-se, para tanto, a
parcela da reavaliação embutida no ativo e as respectivas reserva de reavaliação e
provisão para impostos e contribuições.

47) Na hipótese de os laudos de avaliação indicarem que, no conjunto, o total apurado é


inferior ao valor líquido contábil dos bens correspondentes, devem ser observados os
seguintes procedimentos: quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver
saldo na reserva não cabe o reconhecimento do efeito negativo; e quando houver saldo na
reserva de reavaliação o efeito negativo deve ser reconhecido, quando surge a figura da
reavaliação negativa.

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48) A Lei nº 6.404/76 estabelece a avaliação por três peritos ou por empresa especializada,
nomeados em Assembléia Geral Extraordinária, convocada com essa finalidade no caso de
sociedades por ações. Este procedimento, entretanto, não é aplicável às demais entidades.

49) Quando se tratar de bem sujeito a desgaste físico, é dispensável que o laudo indique sua
vida útil econômica remanescente, pois a legislação do imposto de renda determina a vida
útil que deve ser adotada para depreciação dos bens.

50) A reavaliação positiva representa acréscimo de patrimônio líquido que será tributado
futuramente pela realização dos ativos. Considerando-se esse ônus existente sobre a
reavaliação, no momento de seu registro deve-se reconhecer a carga tributária (imposto de
renda e contribuição social) devida sobre a futura realização dos ativos que a geraram. O
lançamento contábil deve ser efetuado a débito de conta retificadora da reserva de
reavaliação (que pode ser através de conta retificadora para controle fiscal) e a crédito de
provisão para imposto de renda no Exigível a Longo Prazo. Esta provisão será transferida
para o Passivo Circulante à medida que os ativos forem sendo realizados. Essa provisão
para impostos incidentes sobre a Reserva de Reavaliação não deverá ser constituída para
ativos que não se realizarão por depreciação, amortização ou exaustão e para os quais não
haja qualquer perspectiva de realização por alienação ou baixa, como é o caso de terrenos
. Nessa hipótese, o ônus fiscal somente será reconhecido contabilmente no futuro quando,
por mudança de circunstâncias, ocorrer a alienação ou baixa.

51) O resultado de reavaliação deverá ser incorporado ao ativo reavaliado correspondente e


terá como contrapartida conta denominada reserva de reavaliação, no Patrimônio Líquido.
Esta contrapartida, todavia, deverá ser creditada como receita não operacional, na hipótese
de que a entidade tenha registrado anteriormente como despesa, até o limite desta,
atualizada monetariamente, uma perda decorrente de reavaliação negativa relacionada
com o mesmo bem.

52) A empresa deverá ter controle analítico que identifique o valor da reavaliação, bem a bem,
para determinação de sua realização futura via depreciação e baixa.

53) Na hipótese de reavaliação negativa a contabilização deve obedecer ao seguinte: o valor


reduzirá o imobilizado em contrapartida de reserva de reavaliação, correspondente aos
mesmos bens e originada de reavaliações anteriores, e de provisão para imposto de renda
diferido, que será reduzida proporcionalmente à redução da reserva. Quando a reserva e
respectiva provisão para imposto de renda forem insuficientes para a contabilização de
redução do ativo, representará que o valor de mercado é inferior ao valor do custo original.
Esta insuficiência será lançada como despesa não-operacional no resultado do período em
que a reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão para perdas. Esta provisão
somente será reconhecida se a perda for considerada irrecuperável ou permanente.

54) A reserva de reavaliação é considerada realizada na proporção em que se realizarem os


bens reavaliados por depreciação, amortização ou exaustão e baixa dos bens reavaliados
em virtude de alienação ou perecimento, devendo ser transferida para lucros ou prejuízos
acumulados. Admite-se a utilização da reserva de reavaliação para aumento de capital ou
amortização de prejuízo mesmo enquanto não realizada. Porém, a simples transferência
dos bens objeto da reavaliação do Ativo Permanente para o Ativo Circulante ou Realizável a
Longo Prazo não representa realização da reserva.

55) Não é aplicável uma reavaliação de investimentos em outras empresas, particularmente os


em controladas e coligadas avaliados pelo método de equivalência patrimonial. No entanto,
a investidora, ao refletir na conta de investimentos a variação patrimonial oriunda de
reserva de reavaliação registrada pela controlada ou coligada deverá reconhecer esse
efeito se o ativo reavaliado pela investida for considerado recuperável naquela empresa, e
sua conta de investimento acrescida do valor da reavaliação feita pela investida for
considerada recuperável como investimento permanente.
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56) O valor da reserva de reavaliação, decorrente da avaliação de bens a que procedeu uma
sociedade controlada ou coligada, deverá ser deduzido do saldo do ágio que houver sido
pago na aquisição do investimento, correspondente somente à mais-valia dos bens do ativo
imobilizado que foram reavaliados e que deram origem àquele ágio. Na hipótese de
reavaliação negativa, deve-se baixar os saldos de deságios originados dos mesmos bens.

57) A empresa que tiver integralizado o capital com bens deverá registrar como custo de
investimento (ações subscritas integralizadas) o mesmo valor, ou seja, o valor negociado e
convencionado em assembléia ou contrato social. Tendo em vista que tal valor poderá ser
diferente do valor líquido contábil pelo qual tais bens estavam registrados nos seus ativos,
a empresa reconhecerá lucro ou prejuízo ao dar baixa dos bens em integralização contra o
valor de custo das ações ou quotas recebidas, quando isso representar resultado realizado.
A legislação fiscal permite, todavia, que tal ganho tenha sua tributação postergada, se o
referido ganho for contabilizado como reserva de reavaliação no Patrimônio Líquido.

58) Nas fusões, incorporações ou cisões de empresas podem surgir também as reservas de
reavaliação. Esse fato ocorre nesses casos, já que são efetuadas assembléias onde os
valores de ativos, passivos e conseqüente Patrimônio Líquido são definidos entre os
acionistas das partes envolvidas, como resultados da negociação entre estes, baseados em
laudos de avaliação. Nos casos de cisão, a reserva de reavaliação deve ser atribuída às
empresas resultantes, com base nos respectivos ativos.

59) Os procedimentos de reavaliação de ativos não ensejam evidenciação em notas


explicativas.

60) Caso a empresa decida evidenciar aspectos relacionados a reavaliação, embora não seja
obrigada, a CVM sugere que informe: as bases da reavaliação e os avaliadores; o histórico
e a data de reavaliação; o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;
o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou exaustões
sobre a reavaliação, e baixas posteriores; e o tratamento quanto a dividendos e
participações.

GABARITO
01 – B 02 – A 03 – C 04 – E 05 – D
06 – B 07 – A 08 – B 09 – D 10 – C
11 – A 12 – C 13 – A 14 – B 15 – E
16 – C 17 – C 18 – E 19 – E 20 – D
21 – D 22 – A 23 – B 24 – B 25 – E
26 – C 27 – E 28 – C 29 – D 30 – E
31 – E 32 – C 33 – C 34 – C 35 – E
36 – C 37 – E 38 – E 39 – E 40 – C
41 – E 42 – C 43 – C 44 – C 45 – E
46 – C 47 – C 48 – E 49 – E 50 – C
51 – C 52 – C 53 – C 54 – E 55 – C
56 – C 57 – C 58 – C 59 – E 60 – E

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Questões da FCC

1. (CVM/FCC-2003) O recebimento, pela investidora, de dividendos pagos por empresa coligada cujo investimento
é avaliado pela equivalência patrimonial deve ser contabilizado como
(A) receita operacional.
(B) receita não operacional.
(C) reserva de capital.
(D)) redução da própria conta de investimento.
(E) resultado de exercícios futuros.
03/10/03 - 09:05

2. (CVM/FCC-2003) A incorrência de prejuízo num exercício, cuja possibilidade de compensação com lucros
futuros é considerada praticamente certa pela Administração da entidade, é fundamento, segundo a Deliberação CVM
nº 273/1988, para o registro de um
(A) passivo a descoberto.
(B) passivo fiscal diferido.
(C) resultado de exercício futuro.
(D) resultado pendente.
(E)) ativo fiscal diferido.

3. (CVM/FCC-2003) Duas sociedades são consideradas coligadas quando uma participa do capital da outra com
pelo menos
(A) 10% (dez por cento) das ações com direito a voto.
(B) 15% (quinze por cento) das ações com direito a voto.
(C)) 10% (dez por cento) do total das ações.
(D) 20% (vinte por cento) do total das ações.
(E) 20% (vinte por cento) das ações com direito a voto.

4. (CVM/FCC-2003) A Cia. Estrela da Manhã adquiriu um equipamento por R$ 150.000,00, com vida útil estimada
de dez anos e sem previsão de valor residual. Decorridos 60 (sessenta) meses da compra, em laudo encomendado pela
Diretoria a empresa especializada, o valor de mercado do bem foi avaliado em R$ 125.000,00 e sua vida útil restante
em 8 (oito) anos. Se a assembléia geral aprovar o laudo, a companhia poderá constituir uma reserva de reavaliação, em
R$, de
(A) 25.000,00
(B) 35.000,00
(C) 40.000,00
(D)) 50.000,00
(E) 75.000,00

5. (CVM/FCC-2003) No exercício de 20X1, a controlada Cia. Gama vendeu um lote de mercadorias para sua
controladora Cia. Delta por R$ 400.000,00, obtendo um lucro de 20% sobre o valor da operação. No final do exercício,
remanesciam 30% do referido lote nos estoques da controladora. O valor dos lucros não realizados na transação entre
as companhias, a serem excluídos no processo de consolidação das demonstrações financeiras, sabendo-se que a Cia.
Delta detém 60% das ações da Cia. Gama, em R$, é de
(A) 14.400,00
(B)) 24.000,00
(C) 36.000,00
(D) 48.000,00
(E) 80.000,00

6. (CVM/FCC-2003) São considerados lucros a realizar, para fins de constituição da respectiva reserva:
(A) o ágio recebido na emissão de ações e as receitas de reversão de provisões.
(B) as receitas de dividendos e a amortização de deságio na aquisição de investimentos.
(C)) o resultado positivo da equivalência patrimonial e o lucro em operações cuja realização financeira ocorra após o
término do exercício social seguinte.
(D) as receitas de aluguéis de imóveis que não sejam de uso da companhia e as subvenções para investimento.
(E) as receitas recebidas antecipadamente e o prêmio recebido na emissão de debêntures.

7. (CVM/FCC-2003) A Cia. Omega comprou, à vista, ações representativas de 20% do capital


social da Cia. Delta, tendo pago o equivalente a R$ 350 000,00 na transação. Na ocasião, o
Patrimônio Líquido da investidora montava a R$ 3 000 000,00 e o da investida, a R$ 1 500
000,00.

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Pode-se concluir, diante dos fatos expostos, que


(A) a Cia. Delta e a Cia. Omega não são coligadas.
(B) o investimento na Cia. Delta não é relevante para a Cia. Omega.
(C)) houve pagamento de ágio na aquisição do investimento.
(D) a Cia. Omega deve avaliar o investimento na Cia. Delta pelo custo de aquisição.
(E) o investimento efetuado na Cia. Delta tem caráter temporário.
03/10/03 - 10:43

8. (CVM/FCC-2003) A Cia. Ursa Maior adquiriu 25% das ações da Cia. Ursa Menor por R$ 400
000,00, tendo pago ágio sobre o valor patrimonial das mesmas equivalente a 10% do valor
total da transação. O fundamento econômico do pagamento do ágio foi que alguns dos ativos
da investida estavam registrados por um valor contábil inferior ao seu valor corrente no
mercado. Alguns meses depois, a coligada efetuou a reavaliação desses ativos, constituindo a
respectiva reserva pelo valor total de R$ 200 000,00, e, em conseqüência, aumentando seu
patrimônio líquido em igual montante. O lançamento adequado para o registro desse fato
contábil na investidora será:
(A)) Investimentos 50 000,00
a Diversos
a Ágio na aquisição de Investimentos 40 000,00
a Reserva de Reavaliação – Ativos de Coligadas 10 000,00
(B) Investimentos
a Reserva de Reavaliação – Ativos de Coligadas 40 000,00
(C) Investimentos
a Ágio na aquisição de Investimentos 50 000,00
(D) Investimentos 50 000,00
a Diversos
a Ágio na aquisição de Investimentos 40 000,00
a Resultado Negativo na Equivalência Patrimonial 10 000,00
(E) Diversos
a Reserva de Reavaliação –
Ativos de Coligadas 50 000,00
Investimentos 10 000,00
Ágio na aquisição de Investimentos 40 000,00

9. (CVM/FCC-2003) O valor contábil de um imóvel de uso da Cia. Monte Azul estava assim
registrado em sua escrituração:
Custo de aquisição R$ 200 000,00
(-) Depreciação Acumulada (R$ 120 000,00)
(=) Valor contábil R$ 80 000,00
A diretoria da companhia encomendou um laudo de avaliação a uma empresa especializada, a
qual constatou que o valor de mercado do imóvel correspondia a R$ 150 000,00, com vida útil
restante estimada em 20 anos. O laudo foi aprovado pela assembléia geral da companhia e
constituída a respectiva reserva de reavaliação. No final do exercício, a companhia alcançou
uma despesa de depreciação correspondente a 2% do valor reavaliado do imóvel. Em
conseqüência, ela deverá considerar a reserva de reavaliação realizada parcialmente no valor,
em R$, de
(A)) 1 400,00
(B) 1 600,00
(C) 2 000,00
(D) 2 500,00
(E) 3 000,00

10. (CVM/FCC-2003) São considerados lucros a realizar, para fins de constituição da


respectiva reserva,
(A) as receitas não operacionais e os dividendos recebidos de sociedades controladas ou
coligadas.

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(B) os ganhos de capital decorrentes de alienação de bens do ativo permanente a serem


recebidos até o exercício seguinte ao da operação.
(C)) o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial e os lucros em operações cujo
prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.
(D) os prêmios recebidos na emissão de debêntures e o produto da alienação de partes
beneficiárias.
(E) as reversões de provisões para créditos de liquidação duvidosa e o ganho na alienação de
ações em tesouraria.

A Cia Lance Alto, em 31.12.20x1, possuía em seus ativos uma máquina industrial cujo custo histórico era de R$ 10
milhões e a respectiva depreciação acumulada correspondia a 80% desse valor. Em 02.01.20x2, ao registrar a
reavaliação desse item, adiciona à conta de Máquinas e Equipamentos o valor de R$15 milhões, de acordo com o laudo
de avaliação, o qual também indica como vida útil remanescente do bem em questão 5 anos.
11. (CVM/FCC-2003) Em 31.12.20x2, para registrar a reavaliação desse ativo, a empresa deve utilizar o
procedimento contábil de
(A) creditar a conta Reserva de Capital.
(B)) debitar a conta do Imobilizado.
(C) creditar a conta Depreciação Acumulada.
(D) debitar a conta de Reserva de Reavaliação.
(E) creditar a conta Reserva de Lucros a Realizar.

12. (CVM/FCC-2003) A distribuição de dividendos efetuada por companhia controlada ocasiona na controladora
(A) o registro de uma conta corretiva do item Investimentos.
(B) um aumento do resultado de equivalência patrimonial.
(C) um acréscimo na participação societária.
(D) uma receita operacional de ganhos com investimentos.
(E)) uma diminuição no item de investimentos permanentes.

13. (TCE SERGIPE-FCC) As participações permanentes em outras sociedades podem ser avaliadas através
(A)) do Custo e da Equivalência Patrimonial.
(B) do Custo e da Avaliação Pericial.
(C) da Avaliação histórica e da Equivalência Patrimonial.
(D) da Avaliação Contratual e do Custo.
(E) do Permanente e da Equivalência Patrimonial.

GABARITO
1–D 2-E 3–C 4–D 5–B
6–C 7–C 8–A 9–A 10 – C
11 – B 12 – E 13 - A

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Aula 03

REORGANIZAÇÃO DE SOCIEDADES
Caros alunos, o tema desta aula consta expressamente no edital. Ele envolve vários
conceitos que precisam ser esclarecidos para que vocês não tenham dificuldades na hora da
prova. Desta forma, não há outro jeito senão o de encarar a realidade e enfrentar o problema
de frente.

1. INTRODUÇÃO

Com o advento da nova ordem econômica mundial - a globalização da economia -, as


sociedades comerciais ou com fins lucrativos necessitam se adaptar a essa realidade para que
possam competir nesse mercado turbulento, carecendo para tanto, muitas vezes, de
reorganização da sua estrutura societária.

Reorganizações societárias são procedimentos esporádicos através dos quais, por


diversas razões, sociedades são transformadas, fundidas, incorporam ou são incorporadas,
dividem-se ou simplesmente vendem ou encerram atividades de unidade fabril ou divisão de
produtos.

O tema é, freqüentemente, cobrado em concursos de nível superior como AFRF, AFPS,


Analista de diversos órgãos, entre outros. Trataremos, portanto, do processo de reorganização
societária decorrente das operações de transformação, incorporação, fusão e cisão de
empresas, as formas de dissolução e os consórcios de empresas, pois é nesses termos que o
assunto é cobrado nos principais concursos.

Assim, o processo de reorganização societária envolve a transformação, a concentração e


a desconcentração de empresas.

As principais razões que levam as sociedades a se reorganizar são:

A busca de competitividade no mercado em face da conjuntura socioeconômica;

O planejamento fiscal, objetivando minimizar a carga tributária;

Afastar divergência entre acionistas;

Descentralização administrativa ou concentração administrativa;

Melhorar a imagem da empresa perante a opinião pública.

2. FORMAS DE CONCENTRAÇÃO

A Lei das sociedades anônimas, no art. 223, prevê três formas de concentração societária
com tratamento jurídico próprio: A Incorporação, Fusão e Cisão:

Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades
de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para
a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.

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§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as


normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo.
§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou
cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as ações que lhes
couberem.
§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as
sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o
respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das
novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias,
contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação, observando as
normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista
direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas
ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido,
observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137.

Pela leitura do dispositivo legal, percebe-se que o processo de reorganização pode


envolver sociedades de diversos tipos societários, no entanto devem observar as formas de
alteração dos atos constitutivos de cada tipo societário, isto é, a deliberação deve ocorrer
conforme disposto em contrato social ou estatuto.

Assim, se determinado estatuto estabelece que poderá ser alterado somente com a
aprovação unânime dos integrantes do quadro social é dessa forma que o processo de
reorganização deve ser conduzido.

Quando do processo de reorganização resultar sociedade nova, esta deverá ser


constituída conforme os preceitos legais para o tipo societário resultante adotado.

Pela norma esculpida no parágrafo 3º, que é de fundamental importância, percebe-se


que a reorganização societária envolvendo Sociedade Anônima de capital aberto (ações
negociadas em bolsa de valores) a sociedade resultante também será aberta e deve
providenciar na obtenção do respectivo registro em até 120 dias. Caso não obtenha esse
registro, ou não observe o prazo para a obtenção, dar-se-á aos acionistas o direito de
retirarem-se da companhia.

3. TRANSFORMAÇÃO

Após constituída uma sociedade sob determinado tipo societário, pode ela mudar de tipo,
passando, por exemplo, de LTDA para Sociedade Anônima e vice-versa. Não se trata de
concentração de sociedades, visto que muda apenas a sua forma jurídica.

A lei, no art. 220, define a transformação com o seguinte contexto: A transformação é a


operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um
tipo para outro.

Portanto, o que caracteriza o processo de transformação é a passagem da sociedade


de um tipo societário para outro.

É interessante a regra contida no parágrafo único do art. 220, pois ele estabelece que os
preceitos a obedecer na transformação são os que regem a constituição e o registro do tipo
societário a ser adotado pela sociedade. Vale dizer, se a sociedade passar de Sociedade por

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Quotas de Responsabilidade Limitada para Sociedade Anônima, todo procedimento deverá ser
o estabelecido na Lei nº 6.404/76, além das Instruções pertinentes ao assunto emitidas pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), se a sociedade resultante for uma sociedade de capital
aberto.

A primeira vista, a operação parece ser muito simples. Entretanto, a lei impõe alguns
freios à sua efetivação, pois estabelece que deve haver o consentimento de todos os sócios
ou acionistas. Ressalva, contudo, a aprovação de forma linear pelos sócios ou acionistas
quando haja expressa disposição nos atos constitutivos no sentido de possibilitar a
transformação, isto é, o estatuto ou o contrato social da sociedade podem prever que a
empresa será passível de transformação, estabelecendo inclusive o forme de sua
operacionalização. Porém, não presente no contrato social ou estatuto previsão de
transformação, é assegurado ao sócio ou acionista dissidente o direito de retirar-se da
sociedade com o devido reembolso das ações ou quotas a que faça jus, se o estabelecido na lei
não for observado.

Se a lei assegurou garantias aos sócios ou acionistas, com mais razão o fez em relação
aos credores quando estipula, no art. 222, que a transformação jamais prejudicará o direito
dos credores, devendo o tipo resultante oferecer as mesmas garantias do tipo anterior à
satisfação integral dos créditos anteriores à transformação. Assim, se uma sociedade que
antes da transformação conferia responsabilidade ilimitada aos sócios e se esta sociedade
adotou, por transformação, tipo societário que restrinja a responsabilidade dos sócios ou
acionistas, estes continuarão a responder pelas obrigações assumidas pela sociedade, antes da
transformação, de forma ilimitada em caso de dissolução ou insolvência da sociedade de tipo
diferente decorrente da transformação.

Para evitar que pessoas, de má fé, utilizem o processo de transformação envolvendo ou


responsabilizando terceiros em futuro processo de falência, o estatuto legal, no parágrafo
único do art. 222, também impôs um limite, estabelecendo que se os credores do tipo anterior
pedirem a falência da sociedade, responderão pelo processo os sócios anteriores ao tipo
resultante, ou seja, os que eram sócios ao tempo em que surgiram as obrigações.

Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa,


independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a
constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade.
Deliberação
Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou
acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o
sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade.
Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao direito de
retirada no caso de transformação em companhia.
Direito dos Credores
Art. 222. A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos
credores, que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com
as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.
Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somente produzirá
efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos,
se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente a
estes beneficiará.

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4. ASPECTOS LEGAIS NA INCORPORAÇÃO, CISÃO E FUSÃO

O processo de reorganização societária envolvendo as operações de incorporação, fusão


ou cisão é regido pelos arts. 223 a 234 da Lei n° 6.404/76. (Lei das S.As.)

Ressalte-se que, embora a lei regente das operações envolvendo reorganização


societária seja a das sociedades por ações, tais procedimentos não são vedados a outros tipos
de empresas, podendo se beneficiar do processo de reorganização qualquer empreendimento
empresarial, independentemente do tipo societário adotado. As operações de concentração e
desconcentração de pessoas jurídicas são igualmente importantes, tanto para as sociedades
por ações quanto para as sociedades constituídas por quotas de responsabilidade limitada
(Ltda.) ou outra forma jurídica adotada.

A Lei 6.404/76, ao regulamentar as operações de incorporação, fusão ou cisão, deixou de


ser uma lei específica para as sociedades por ações, ao prescrever no artigo 223, e parágrafos,
que:

Art. 223 - A incorporação, fusão ou cisão podem ser entre sociedades de


tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para
a alteração dos estatutos ou contratos sociais.
§1° - Nas operações em que houver criação de sociedades, serão observadas
as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo.
§2° - Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou
cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as ações que lhes
couberem.
§ 3º. Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as
sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o
respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das
novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte
dias, contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação,
observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
§ 4º. O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista
direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas
ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido,
observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137. (Grifou-se).

4.1. PROTOCOLO

Segundo a Lei das Sociedades por Ações, as condições de incorporação, fusão ou cisão
constarão de protocolo firmado pelos órgãos da administração ou dos sócios das empresas
interessadas no processo.

O protocolo é basicamente uma proposta ou contrato firmado pelos órgãos da


administração ou pelos sócios das empresas que integrarão o processo de incorporação, fusão
ou cisão, devendo ser, posteriormente, objeto de deliberação, em assembléia, pelos acionistas
ou sócios dessas mesmas sociedades.

O protocolo ou proposta de incorporação, fusão e cisão deve apresentar os elementos


constantes no artigo 224 da Lei n° 6.404/76:

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Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em


sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos órgãos de
administração ou sócios das sociedades interessadas, que incluirá:
I - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição
dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para
determinar as relações de substituição;
II - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio,
no caso de cisão;
III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida
a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores;
IV - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das
sociedades possuídas por outra;
V - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou
redução do capital das sociedades que forem parte na operação;
VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que
deverão ser aprovados para efetivar a operação;
VII - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.
Parágrafo único. Os valores sujeitos a determinação serão indicados por
estimativa.

A Lei n° 6.404/76, no seu artigo 226, exige laudo pericial, para avaliação dos ativos das
sociedades envolvidas no processo de reorganização. A sociedade que tiver patrimônio
absorvido por outra deverá levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens e
direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado, nos termos do art. 8º da lei, na
mesma data e com os mesmos critérios de avaliação para todas as empresas envolvidas no
processo.

Assim, a forma de apurar o valor do acervo líquido tomado no processo de incorporação,


fusão ou cisão é opcional: contábil ou mercado. É necessário que fiquemos atentos a esse fato,
pois não devemos confundir essa avaliação, que tem fim especial, com a dos ativos, cujo fim é
a demonstração do Balanço Patrimonial em que a regra é: custo ou mercado, dos dois o
menor. Tampouco devemos confundir a avaliação aqui tratada com o processo de reavaliação
de ativos, cujo fim é ajustar os elementos patrimoniais o mais próximo possível ao valor de
mercado ou de reposição no estado em que se encontram os bens.

4.2. JUSTIFICAÇÃO

A justificação ou justificativa vem a ser a exposição de motivos e finalidades da


incorporação, fusão ou cisão, que devem ser submetidas à deliberação da assembléia geral.
Também se evidencia o interesse das sociedades no processo.

Os aspectos que constarão da justificativa estão previstos nos incisos I a IV, do art. 225
da Lei nº 6.404/76:

Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à


deliberação da assembléia geral das companhias interessadas mediante
justificação, na qual serão expostos:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua
realização;

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II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a


modificação dos seus direitos, se prevista;
III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações,
do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que
se deverão extinguir;
IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas
dissidentes.

4.3. FORMAÇÃO DO CAPITAL

Pelo que dispõe no art. 226, a seguir transcrito, denota-se que a participação em
processo de reorganização de sociedades, quando há passivo a descoberto, é vedada.

Os patrimônios ou os patrimônios líquidos a serem vertidos, para a formação do capital


social da companhia sucessora, devem ser de no mínimo iguais ao capital social a realizar.
Compete aos peritos avaliadores a incumbência de certificarem a satisfação dessa condição.

Quando a sociedade incorporadora for titular de parcela das ações ou quotas da


sociedade incorporada, o valor representativo dessa participação poderá ser extinto ou
substituído por ações em tesouraria, visto que estará adquirindo ações de sua própria emissão,
observado o limite de lucros acumulados e de reservas de lucros originárias de ato voluntário
da sociedade, excetuando-se, para esse fim, a reserva legal.

Art. 226. As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser


efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem
que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a
formação de capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a
realizar.
§ 1º. As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem
de propriedade da companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o
protocolo de incorporação, ser extintas, ou substituídas por ações em
tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas,
exceto a legal.
§ 2º. O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos de fusão, quando uma das
sociedades fundidas for proprietária de ações ou quotas de outra, e de cisão
com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio
da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta.

4.4. DIREITO DE RETIRADA NO PROCESSO DE REORGANIZAÇÃO

O direito de retirada de acionista de companhia está previsto no art. 137 da Lei nº


6.404/76. Dentre os motivos arrolados naquele dispositivo constam a incorporação e a fusão
de sociedades.

Para o acionista dissidente o direito de retirada começa a fluir a partir da publicação da


ata da assembléia que aprovar o protocolo. Entretanto, o pagamento só será efetivado caso a
operação seja de fato concretizada.

A deliberação sobre a fusão da companhia ou sua incorporação em outra está sujeita à


aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto.

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Pode o estatuto estabelecer quorum maior quando não tiver ações negociadas em bolsa ou no
mercado de balcão.

O acionista dissidente tem direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do


valor das ações. Este reembolso deve ser reclamado à companhia no prazo de trinta dias
contados da publicação da ata da assembléia-geral.

Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do


direito de retirada, previsto no art. 137, inciso II, será contado a partir da
publicação da ata que aprovar o protocolo ou justificação, mas o pagamento
do preço de reembolso somente será devido se a operação vier a efetivar-se
Parágrafo único. O prazo para o exercício desse direito será contado da
publicação da ata da assembléia que aprovar o protocolo ou justificação da
operação, mas o pagamento do preço de reembolso somente será devido se a
operação vier a efetivar-se.

O art. 45 da mesma lei, ao tratar do reembolso, determina que:

Reembolso
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a
companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-
geral o valor de suas ações.
§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a determinação do valor de
reembolso, que, entretanto, somente poderá ser inferior ao valor de
patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembléia-
geral, observado o disposto no § 2º, se estipulado com base no valor
econômico da companhia, a ser apurado em avaliação (§§ 3º e 4º).
§ 2º Se a deliberação da assembléia-geral ocorrer mais de 60 (sessenta) dias
depois da data do último balanço aprovado, será facultado ao acionista
dissidente pedir, juntamente com o reembolso, levantamento de balanço
especial em data que atenda àquele prazo.
Nesse caso, a companhia pagará imediatamente 80% (oitenta por cento) do
valor de reembolso calculado com base no último balanço e, levantado o
balanço especial, pagará o saldo no prazo de 120 (cento e vinte), dias a
contar da data da deliberação da assembléia-geral.
§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de reembolso, o
valor será o determinado por três peritos ou empresa especializada, mediante
laudo que satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com a responsabilidade
prevista no § 6º do mesmo artigo.
§ 4º Os peritos ou empresa especializada serão indicados em lista sêxtupla ou
tríplice, respectivamente, pelo Conselho de Administração ou, se não houver,
pela diretoria, e escolhidos pela Assembléia-geral em deliberação tomada por
maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco, cabendo
a cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, o direito a um
voto.
§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou reservas,
exceto a legal, e nesse caso as ações reembolsadas ficarão em tesouraria.
§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da ata da
assembléia, não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido
reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no
montante correspondente, cumprindo aos órgãos da administração convocar a

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assembléia-geral, dentro de cinco dias, para tomar conhecimento daquela


redução.
§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acionistas dissidentes, credores
pelo reembolso de suas ações, serão classificados como quirografários em
quadro separado, e os rateios que lhes couberem serão imputados no
pagamento dos créditos constituídos anteriormente à data da publicação da
ata da assembléia. As quantias assim atribuídas aos créditos mais antigos não
se deduzirão dos créditos dos ex-acionistas, que subsistirão integralmente
para serem satisfeitos pelos bens da massa, depois de pagos os primeiros.
§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efetuado, à conta do capital
social, o reembolso dos ex-acionistas, estes não tiverem sido substituídos, e a
massa não bastar para o pagamento dos créditos mais antigos, caberá ação
revocatória para restituição do reembolso pago com redução do capital
social, até a concorrência do que remanescer dessa parte do passivo. A
restituição será havida, na mesma proporção, de todos os acionistas cujas
ações tenham sido reembolsadas.

4.5. DIREITO DOS DEBENTURISTAS NA REORGANIZAÇÃO

O processo de incorporação, fusão ou cisão de Sociedades Anônimas com debêntures em


circulação somente poderá efetivar-se após aprovado em assembléia de debenturistas
convocada com esse fim. Entretanto, se assegurado pela ata que publicar a operação de
reorganização, o resgate das debêntures no prazo mínimo de 6 meses, poderá ser dispensada
essa formalidade. Porém, a responsabilidade pela satisfação da obrigação será solidária entre a
sociedade cindida e as sucessoras.

Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de


debêntures em circulação dependerá da prévia aprovação dos debenturistas,
reunidos em assembléia especialmente convocada com esse fim.
§ 1º. Será dispensada a aprovação pela assembléia se for assegurado aos
debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo de 6 (seis) meses a
contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à operação, o
resgate das debêntures de que forem titulares.
§ 2º. No caso do § 1º, a sociedade cindida e as sociedades que absorverem
parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelo resgate das
debêntures.

4.6. DIREITO DOS CREDORES NA INCORPORAÇÃO E FUSÃO

O credor anterior a operação de incorporação e fusão, e por ela prejudicado, tem direito
de pleitear a anulação judicial da operação. O prazo fatal para o exercício deste direito se
extingue 60 dias depois de publicados os atos da definitividade da operação. Para evitar esse
percalço, a companhia poderá consignar em pagamento a importância que prejudicará a
anulação ou poderá oferecer garantia à execução o que suspenderá a anulação do ato.

Em caso de falência da sociedade incorporadora, os credores anteriores poderão pedir a


separação dos patrimônios para que os seus créditos sejam satisfeitos pelo patrimônio da
sociedade devedora original, isto é, pela devedora de antes do processo de reorganização.
Porém, essa faculdade só se aplica em caso de ocorrer a falência da sociedade incorporadora
dentro dos mesmos 60 dias da incorporação.

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Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos relativos à


incorporação ou a fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear
judicialmente a anulação da operação; findo o prazo, decairá do direito o
credor que não o tiver exercido.
§ 1º. A consignação da importância em pagamento prejudicará a anulação
pleiteada.
§ 2º. Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução,
suspendendo-se o processo de anulação.
§ 3º. Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora
ou da sociedade nova, qualquer credor anterior terá o direito de pedir a
separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens
das respectivas massas.

4.7. DIREITO DOS CREDORES NA CISÃO

As obrigações da sociedade cindida, anteriores à cisão, serão suportadas de forma


solidária pelas sociedades resultantes do processo de cisão. Assim, quando houver versão total
do patrimônio da cindida, as sucessoras responderão em condições iguais. Já, quando a versão
do patrimônio não for total, as sucessoras responderão com a cindida de forma solidária.

Entretanto, o ato de cisão parcial pode amenizar essa obrigação dos sucessores,
estabelecendo que estas respondam somente pelas obrigações que lhes forem transferidas,
afastando a solidariedade com as demais sociedades envolvidas no processo. Nesse caso,
porém, os credores anteriores à cisão podem se opor à ressalva, desde que o façam dentro de
90 dias da publicação dos atos de cisão, mediante notificação às sociedades participantes do
processo.

Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que


absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que
absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis
apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre
si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior
poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique
a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos
atos da cisão.

4.8. AVERBAÇÃO DA SUCESSÃO

Uma vez realizada a reorganização, quer por incorporação, fusão ou cisão, a


administração da sociedade sucessora deverá providenciar o registro na junta comercial e
demais órgãos competentes (CVM se for o caso de S/A de capital aberto). A certidão fornecida
pelo registro de comércio é documento hábil para a averbação, nos demais registros
competentes, de bens, direitos e obrigações do novo patrimônio.

Art. 234. A certidão, passada pelo Registro do Comércio, da incorporação,


fusão ou cisão, é documento hábil para a averbação, nos registros públicos
competentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens, direitos e
obrigações.

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5. O PROCESSO DE INCORPORAÇÃO
5.1. CONCEITO

Até o momento vimos o processo de reorganização de forma genérica e nos aspectos que
são comuns entre suas modalidades. Doravante veremos cada uma das formas de
reorganização de modo mais minucioso, começando pela incorporação.

Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, vale dizer, na incorporação, a empresa
sucedida extingue-se, totalmente, dando lugar a outra (sucessora) que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações.

O processo de incorporação é realizado entre sociedades, e não entre os titulares dos


direitos de acionista ou quotista. Cabe a estes, entretanto, deliberar como partes integrantes
do corpo social.

O aumento do capital social é verificado na sociedade incorporadora, cujo valor vem da


sociedade incorporada. Verifica-se, aí, uma operação de subscrição de capital de sociedade
para sociedade, sendo a sociedade incorporada a subscritora e a incorporadora quem recebeu
a subscrição.

Os administradores da sociedade a ser incorporada deverão obter, da assembléia geral,


autorização para subscrever o aumento de capital da incorporadora. Assim, quem fará a
subscrição serão os administradores da sociedade a ser incorporada em nome da sociedade e
não os acionistas ou sócios.

Ressalte-se, ainda, que a escrituração de todos os fatos envolvendo a incorporação deve


ser transcrita no livro diário da sociedade incorporadora, que, afinal, sucede a ou as
incorporadas em todos os direitos e obrigações.

O entendimento acima exposto encontra guarida nos parágrafos 1º e 2º do artigo 227,


da Lei 6.404/76:

Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
§ 1º. A assembléia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo
da operação, deverá autorizar o aumento de capital a ser subscrito e realizado
pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido, e nomear os
peritos que o avaliarão.
§ 2º. A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o protocolo da
operação, autorizará seus administradores a praticarem os atos necessários à
incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.
§ 3º. Aprovados pela assembléia geral da incorporadora o laudo de avaliação
e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover
o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.
5.2. ASPECTOS CONTÁBEIS E LEGAIS PRATICADOS NO BRASIL

A incorporação é o processo em que uma sociedade preexistente, a incorporadora,


incorpora o patrimônio de outras sociedades, sucedendo-lhes em direitos e obrigações.

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Assim, por exemplo, se a empresa Aquários S.A. absorver o patrimônio das sociedades
Birita Ltda. e Cansaço S.A., as duas últimas deixarão de existir, sendo a sociedade Aquários
S.A. a única a responder, dentro da normalidade, pelos direitos e obrigações.

Birita Ltda.

“Patrimônios” Aquários S.A.

Cansaço S.A.

No caso de não haver participação acionária ou no capital social entre as sociedades


objeto da incorporação e quando esta se opera pelos valores contábeis dos patrimônios, o
procedimento contábil é bastante simples:

Os ativos e passivos das sociedades incorporadas (Birita Ltda. e Cansaço S.A.) são
transferidos para o patrimônio da incorporadora Aquários S.A.

5.3. INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADES SOB CONTROLE COMUM E AVALIAÇÃO


PELO VALOR CONTÁBIL

Considerando os seguintes elementos, a título de exemplo, podemos desenvolver o


assunto de forma mais contundente:

A empresa Anônimos S.A., no final do exercício de 20X4, incorporou a empresa Biribá


Ltda. O capital de Anônimos S.A. e o capital de Biribá Ltda. são possuídos pelas mesmas
pessoas, logo, temos aí um controle comum.

As empresas envolvidas no processo de reorganização possuem, de forma resumida, os


patrimônios a seguir demonstrados:

Anônimos S.A. Biribá Ltda.


ATIVO
Circulante 28.800,00 8.000,00
Realizável a Longo Prazo 40.000,00 11.200,00
Permanente 59.200,00 14.400,00
128.000,00 33.600,00
PASSIVO
Circulante 12.800,00 6.400,00
Exigível a Longo Prazo 8.000,00 4.800,00
Patrimônio Líquido 107.200,00 22.400,00
128.000,00 33.600,00

Para efetuar os registros contábeis, em situações análogas a acima apresentada, basta


transferir o patrimônio da empresa Biribá Ltda. Para a incorporadora Anônimos S.A. A versão
do patrimônio será feita linha por linha. Com este procedimento haverá o aumento do capital

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social em “Anônimos S.A.” de R$ 22.400,00, equivalente a entrada de recursos, pela


passagem de todo o patrimônio (bens, direitos e obrigações) para a formação do capital da
Incorporadora, cujos lançamentos contábeis pertinentes apresentamos a seguir:

a) Os valores do ativo e do passivo da empresa Biribá Ltda serão transferidos para a


sociedade Anônimos S.A., em conseqüência da incorporação, mediante o seguinte lançamento:

D C
Conta de incorporação 33.600,00
a AC 8.000,00
a RLP 11.200,00
a AP 14.400,00

PC 6.400,00
PELP 4.800,00
a Conta de Incorporação 11.200,00

Com o lançamento acima foi encerrado o ativo e o passivo da empresa Biribá Ltda. A
conta “Conta de Incorporação” é transitória e possui o objetivo específico de receber as
contrapartidas dos ativos e passivos da sociedade incorporada e será “zerada” pela descarga
desses valores nas respectivas contas na sociedade incorporadora.

b) Com o lançamento anterior foram baixados os ativos e os passivos. Falta baixar,


ainda, as contas do Patrimônio Líquido, o qual faremos mediante o seguinte lançamento:

D C
Patrimônio Líquido 22.400,00
a Conta de Incorporação 22.400,00

Assim, a sociedade Biribá Ltda não possui mais contas de ativo e de passivo. Possui
apenas as contas transitórias de incorporação, que serão “zeradas” tendo como contrapartida
as contas de ativo, passivo e patrimônio líquido da empresa Anônimos S.A., a sociedade
incorporadora, cujos lançamentos apresentaremos a seguir.

a) A incorporação dos ativos e dos passivos da sociedade Biribá Ltda ao patrimônio da


empresa Anônimos S.A. será efetivada mediante o seguinte lançamento:

D C
AC 8.000
RLP 11.200
AP 14.400
a Conta de incorporação 33.600

Conta de Incorporação 11.200

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A PC 6.400
a PELP 4.800

b) A incorporação do patrimônio líquido da sociedade Biribá Ltda ao patrimônio da


empresa Anônimos S.A. se dará mediante o aumento do Capital Social desta última, cujo
lançamento contábil pertinente é o seguinte:

D C
Conta de Incorporação 22.400
a Capital Social 22.400

Executada a incorporação do patrimônio da sociedade Biribá Ltda ao patrimônio da


empresa Anônimos S.A., aquela sociedade deixa de existir formalmente para que seus sócios
passem a integrar a estrutura social desta. Assim, a estrutura patrimonial resultante passará a
ter a seguinte configuração:

ATIVO PASSIVO
AC 36.800 PC 19.200
ARLP 51.200 PELP 12.800
AP 73.600 PL 129.600
TOTAL 161.600 TOTAL 161.600

Ressalte-se que a incorporação ocorreu considerando-se os valores contábeis dos bens,


direitos e obrigações. Isto foi possível em face de o controle estar nas mãos das mesmas
pessoas de forma proporcional, o que não trouxe nenhum prejuízo aos sócios da extinta
sociedade Biribá Ltda. Os valores poderiam, igualmente, ser avaliados a valor de mercado. Em
suma, estamos admitindo que o laudo de avaliação tenha apontado os saldos contábeis como
hábeis para a incorporação, tendo em vista que o laudo é peça indispensável no processo de
incorporação.

5.4. INCORPORAÇÃO DA CONTROLADA PELA CONTROLADORA

Admitindo-se que a empresa Anônimos S.A. possua investimento em participação


societária na empresa Biribá Ltda., cujo investimento é avaliado pelo método da equivalência
patrimonial por tratar-se de subsidiária integral e utilizando os valores do exemplo anterior
com os ajustes necessários em face da participação societária. Considerando que a empresa
Anônimos S.A. tenha desembolsado a quantia de R$ 28.800,00 na aquisição da participação
social, aí incluído o pagamento de um ágio no valor de R$ 6.400, fundamentado
economicamente no fato de os bens do ativo permanente imobilizado da sociedade investida
estarem sub-avaliados por esse valor.

Desta forma, considerando que o ativo permanente imobilizado seja composto por
equipamentos, a empresa Anônimos S.A. terá a seguinte estrutura no ativo permanente:

Ativo Permanente

Investimentos
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Avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial

Participação na empresa Biribá Ltda. R$ 22.400,00

Ágio R$ 6.400,00

Imobilizado

Equipamentos R$ 30.400,00

Na contabilização de processos de incorporação dessa natureza faremos a transferência


de todos os bens, direitos e obrigações da mesma forma como foram transferidos no processo
do exemplo anterior. Porém, não haverá a transferência do patrimônio líquido da sociedade
incorporada para a incorporadora pelo fato de que este já pertence 100% a sociedade
incorporadora. Assim, não haverá aumento de capital social na sociedade incorporadora, pois o
patrimônio líquido da sociedade incorporada está representado como investimento da
incorporadora.

Os lançamentos contábeis relativos a essa incorporação serão os seguintes:

a) Na empresa Biribá Ltda. (a incorporada).

Os ativos e passivos incorporados serão transferidos para a conta “Conta de


Incorporação” para, posteriormente, serem transferidos à sociedade Anônimos S.A. em face da
incorporação:

D C
Conta de incorporação 33.600
a AC 8.000
a RLP 11.200
a AP 14.400

PC 6.400
PELP 4.800
a Conta de Incorporação 11.200

Da mesma forma que os ativos e passivos, também as contas do Patrimônio Líquido


serão transferidos para a contra “Conta de Incorporação”:

D C
Patrimônio Líquido 22.400
a Conta de Incorporação 22.400

Em que pese o Patrimônio Líquido ter sido baixado em contrapartida de conta de


incorporação, na sociedade incorporadora, não haverá o aumento de capital. A baixa é

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necessária apenas para extinguir a empresa Biribá Ltda. e terá na sociedade incorporadora a
função de eliminar o investimento realizado na sociedade investida.

b) Na empresa Anônimos S.A. (a incorporadora)

Os valores dos ativos e passivos recebidos pela incorporadora serão registrados


contabilmente da seguinte forma:

D C
AC 8.000
RLP 11.200
AP 14.400
a Conta de incorporação 33.600

Conta de Incorporação 11.200


A PC 6.400
a PELP 4.800

A baixa da conta de Investimento em Biribá Ltda. avaliado pelo MEP:

D C
Conta de Incorporação 22.400
a Investimento – valor da EP 22.400

Percebe-se que o investimento da empresa Anônimos S.A. na empresa Biribá Ltda.,


avaliado pelo método da equivalência patrimonial, foi baixado com o lançamento acima.

Entretanto, o processo de incorporação não está concluído, pois resta destinar o ágio
pago na aquisição do investimento. Lembrando que o ágio possui fundamento econômico na
subavaliação dos bens do ativo permanente imobilizado da extinta empresa Biribá Ltda.

Os bens que suscitaram o pagamento do ágio foram incorporados ao patrimônio da


empresa Anônimos S.A.. Logo, o valor do ágio deverá ser somado a esses bens, cujo
lançamento será o seguinte:

Ativo Permanente Imobilizado

Bens transferidos de Biribá Ltda.

a ágio pago na aquisição de Biribá Ltda. R$ 6.400,00

Ressalte-se que o ágio pôde ser incorporado aos bens do imobilizado pelo fato de a
fundamentação econômica haver sido a diferença de valor de ativo. Se assim não fosse, o ágio

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deveria ser baixado como perda no exato momento da aquisição do investimento pela empresa
Anônimos S/A.

A apresentação do Balanço Patrimonial da empresa resultante da incorporação, a


Anônimos S.A., estará com os seguintes valores:

ATIVO PASSIVO
AC 36.800 PC 19.200
ARLP 51.200 PELP 12.800
AP – IMOBILIZADO 51.200 PL 107.200
TOTAL 139.200 TOTAL 139.200

O Patrimônio Líquido da empresa Anônimos S/A, após a incorporação, estará


representado com os seguintes valores consolidados:

Patrimônio Líquido Anterior 107.200


( + ) Diferença entre os Ativos e Passivos Incorporados 22.400
( - ) Eliminação dos Investimentos em Biribá (22.400)
Patrimônio Líquido 107.200

Para finalizar o presente tópico cabe uma observação com relação ao ágio, visto que se o
mesmo tivesse sido amortizado entre a aquisição do investimento e a incorporação, o valor do
Patrimônio Líquido teria diminuído em R$ 6.400, pois a amortização do ágio representa
despesa para a investidora, reduzindo o PL.

5.5. INCORPORAÇÃO COM AVALIAÇÃO DE BENS A VALORES DE MERCADO

Por enquanto analisamos o processo de reorganização considerando a avaliação dos bens


pelo seu valor contábil, o que é factível dentro daquelas circunstâncias. No entanto, na prática,
a maioria das incorporações dá-se com a avaliação do patrimônio a valores de mercado,
avaliado por peritos ou empresa especializada, conforme apregoado pelo art. 8º da lei
societária.

A razão principal da avaliação dos patrimônios a valores de mercado está na


possibilidade de esta forma corroborar para uma justa relação de substituição das ações
dos acionistas, principalmente aos não controladores. Ademais, com este procedimento de
avaliação dos patrimônios envolvidos no processo de incorporação, se estará protegendo a
todos os acionistas, independentemente de sua participação acionária.

Desta forma, para que haja uma justa relação de substituição das ações dos acionistas, é
necessário que os patrimônios envolvidos sejam adequada e criteriosamente avaliados,
decorrendo deste procedimento a correta atribuição de ações aos acionistas da empresa
incorporada pela versão do Patrimônio Líquido à empresa incorporadora e o conseqüente
aumento do Capital Social desta última.

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A partir desse momento o valor contábil é abandonado, visto que os patrimônios


envolvidos foram avaliados a valor de mercado pelos peritos ou empresa especializada,
fazendo-o constar no laudo de avaliação nos termos do art. 8º da lei societária.

O processo de incorporação, da forma como foi posto, constitui-se em ato


eminentemente negocial, envolvendo os acionistas da(s) empresa(s) incorporada(s) e da
empresa incorporadora. Consiste o ato na transferência do patrimônio das empresas
incorporadas à empresa incorporadora. Esta retribui o patrimônio recebido com ações. É
interessante notar que no processo de incorporação não há contraprestação pecuniária por
parte da empresa incorporadora aos acionistas que para ela migraram. Com base nessa
premissa, conclui-se que pode haver a incorporação da controladora por sua controlada que
possui patrimônio, presumivelmente, menor do que sua controladora.

Com o objetivo de assegurar uma justa relação de substituição das ações dos acionistas,
recomenda-se que pelo menos os seguintes procedimentos sejam observados:

1 – Os balanços patrimoniais de todas as empresas envolvidas no processo devem ser


elaborados na mesma data-base com observância aos princípios fundamentais de
contabilidade, vale dizer, deve-se adotar critérios uniformes, pois no momento da atribuição
das ações o patrimônio será considerado único para esse fim, não podendo haver em um único
patrimônio avaliações distintamente elaboradas, visto que não se pode comparar ou analisar
aspectos desiguais;

2 – O patrimônio de todas as empresas envolvidas deverá ser avaliado a valores de


mercado por peritos ou empresa especializada com utilização de critérios uniformes. É de
ressaltar que se houver companhia aberta envolvida no processo, os patrimônios deverão,
obrigatoriamente, ser avaliados por empresa especializada, conforme dispõe o § 1º do art.
264 da lei societária, não valendo nesse caso a avaliação efetuada por peritos de forma
isolada;

3 - Como os patrimônios envolvidos foram avaliados a valor de mercado, certamente


haverá diferenças em relação aos valores registrados na contabilidade das empresas. Portanto,
é necessário que se proceda ao registro da diferença apurada, obtendo-se, como resultado, os
patrimônios avaliados aos seus valores de mercado na incorporadora;

4 – A incorporação poderá ser efetivada pelos valores contábeis anteriores a avaliação ou


aos valores de mercado. O que importa é que a relação de substituição das ações seja feita
com base nos valores de mercado. Entretanto, quando os acionistas forem as mesmas pessoas
e a participação em todas as sociedades envolvidas no processo for equânime, ou seja,
proporcional, então a substituição poderá dar-se pelo valor contábil do patrimônio, visto que
neste caso não haverá perda para nenhum acionista;

5 – O preço de emissão das novas ações representativas do novo capital social tomará
por base o valor patrimonial apurado a valores de mercado ou valor contábil, conforme o
critério adotado na versão do patrimônio para a sociedade resultante;

6 - É vedada a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores, da cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, salvo se essas ações
integrarem índices gerais representativos de carteira de ações admitidos à negociação em
bolsas de futuros.

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Para consolidar nosso estudo em relação ao processo de incorporação a valores de


mercado vejamos o seguinte exemplo:

Em 06 de junho de 2005, os administradores das empresas Cia. ABASLARGAS e da Cia.


BONSNEGÓCIOS começaram entendimento no sentido de a Cia. ABASLARGAS incorporar a
Cia. BONSNEGÓCIOS. A Cia. BONSNEGÓCIOS possui ações negociadas no mercado
secundário. Ambas as empresas convocaram assembléia geral nas quais foi apresentado o
protocolo e a justificativa da incorporação. As assembléias deliberaram favoravelmente à
incorporação e indicaram a empresa especializada para proceder a avaliação de ambos os
patrimônios. Não havia participação societária entre as empresas e seus patrimônios estavam
assim constituídos antes da avaliação:

Discriminação Cia. ABASLARGAS Cia. BONSNEGÓCIOS


ATIVO
CIRCULANTE 397.000,00 226.000,00
Caixa 47.000,00 51.000,00
Bancos c/Movimento 13.000,00 12.000,00
Investimentos Temporários 42.000,00 11.000,00
Clientes 140.000,00 80.000,00
( - ) Provisão Deved. Duvid. (14.000,00) (12.000,00)
Estoques 142.000,00 74.000,00
Despesas Antecipadas 27.000,00 10.000,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 198.000,00 12.000,00
Investimentos Temporários 127.000,00 12.000,00
Empréstimos a Diretores 17.000,00 0,00
Despesas Antecipadas 54.000,00 0,00
PERMANENTE
INVESTIMENTOS 64.000,00 0,00
Participação Societária 64.000,00 0,00
IMOBILIZADO 689.000,00 782.000,00
Móveis e Utensílios 120.000,00 178.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (54.000,00) (31.000,00)
Veículos 240.000,00 135.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (150.000,00) (34.000,00)
Imóveis 380.000,00 420.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (34.000,00) (62.000,00)
Marcas e Patentes 17.000,00 176.000,00
Direitos de Exploração 340.000,00 0,00
( - ) Amort. Acumulada (170.000,00) 0,00
TOTAL DO ATIVO 1.348.000,00 1.020,000.00

Discriminação Cia. ABASLARGAS Cia. BONSNEGÓCIOS


PASSIVO
CIRCULANTE 168.000,00 295.000,00
Salários a Pagar 61.000,00 102.000,00
Tributos a Recolher 37.000,00 40.000,00
Empréstimos 7.000,00 122.000,00
Fornecedores 50.000,00 31.000,00
Receitas Antecipadas 13.000,00 0,00
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 112.000,00 97.000,00
Empréstimos 112.000,00 97.000,00
RESULT. DE EXERC. FUTUROS 237.000,00 74.000,00

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO 831.000,00 554.000,00


Capital Social 600.000,00 500.000,00
Reservas de Capital 111.000,00 0,00
Reservas de Lucros 95.000,00 14.000,00
Lucros Acumulados 25.000,00 40.000,00
TOTAL DO PASSIVO 1.348.000,00 1.020.000,00

O valor nominal das ações, nas duas empresa, é de R$ 1,00. Portanto, os acionistas da
Cia. ABASLARGAS possuem 600.000 ações e os acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS possuem
500.000 ações, em face do capital social das empresas ser, respectivamente, de R$
600.000,00 e R$ 500.000,00.

Os dois balanços foram examinados pelos auditores independentes com fins específicos à
incorporação, conforme determina a lei societária e emitiram parecer sem ressalva, donde
podemos concluir que as demonstrações satisfazem as normas brasileiras de contabilidade
(NBC), os princípios de contabilidade e as leis societárias e fiscais, isto é, as demonstrações
foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Como o patrimônio da Cia. BONSNEGÓCIOS será incorporado a valores de mercado e


para que haja uma justa relação de substituição das ações, é necessário que os dois
patrimônios sejam avaliados a valores de mercado. É de ressaltar que, por força do disposto
no § 1º do art. 264 da Lei nº 6.404/76, os patrimônios devem ser avaliados por empresa
especializada, visto que está envolvida no processo uma empresa que possui ações
negociadas no mercado secundário (bolsa de valores).

Após a avaliação, os dois patrimônios tiveram alterações no Ativo Permanente


Imobilizado decorrente da avaliação pela empresa especializada. Percebe-se que houve
alterações nos seus valores, cujas contrapartidas foram lançadas em reserva de reavaliação no
Patrimônio Líquido de cada empresa.

As variações ocorridas no imobilizado das duas empresas foram as seguintes:

Aumento pelo Novo valor


Cia. ABASLARGAS Valores originais Valor contábil
Laudo contábil
Móveis e Utensílios 120.000,00 66.000,00 20.000 86.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (54.000,00)
Veículos 240.000,00 90.000,00 130.000,00 220.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (150.000,00)
Imóveis 380.000,00 346.000,00 194.000,00 540.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (34.000,00)
Marcas e Patentes 17.000,00 17.000,00 0,00 17.000,00
Direitos de Exploração 340.000,00 170.000,00 50.000,00 220.000,00
( - ) Amort. Acumulada (170.000,00)
TOTAL DO IMOBILIZADO 689.000,00 689.000,00 394.000,00 1.083.000,00

Aumento pelo Novo valor


Cia. BONSNEGÓCIOS Valores originais Valor contábil
Laudo contábil
Móveis e Utensílios 178.000,00 147.000,00 17.677,00 164.677,00
( - ) Deprec. Acumulada (31.000,00)
Veículos 135.000,00 101.000,00 8.000,00 109.000,00

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( - ) Deprec. Acumulada (34.000,00)


Imóveis 420.000,00 358.000,00 22.000,00 380.000,00
( - ) Deprec. Acumulada (62.000,00)
Marcas e Patentes 176.000,00 176.000,00 0,00 176.000,00
Direitos de Exploração 0,00 0,00 0,00 0,00
( - ) Amort. Acumulada 0,00
TOTAL DO IMOBILIZADO 782.000,00 782.000,00 47.677,00 829.677,00

Os Balanços, após avaliação, passaram a ser os seguintes:


Discriminação Cia. ABASLARGAS Cia. BONSNEGÓCIOS
ATIVO
CIRCULANTE 397.000,00 226.000,00
Caixa 47.000,00 51.000,00
Bancos c/Movimento 13.000,00 12.000,00
Investimentos Temporários 42.000,00 11.000,00
Clientes 140.000,00 80.000,00
( - ) Provisão Deved. Duvid. (14.000,00) (12.000,00)
Estoques 142.000,00 74.000,00
Despesas Antecipadas 27.000,00 10.000,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 198.000,00 12.000,00
Investimentos Temporários 127.000,00 12.000,00
Empréstimos a Diretores 17.000,00 0,00
Despesas Antecipadas 54.000,00 0,00
PERMANENTE
INVESTIMENTOS 64.000,00 0,00
Participação Societária 64.000,00 0,00
IMOBILIZADO 1083.000,00 829.677,000
Móveis e Utensílios 86.000,00 164.677,00
Veículos 220.000,00 109.000,00
Imóveis 540.000,00 380.000,00
Marcas e Patentes 17.000,00 176.000,00
Direitos de Exploração 220.000,00 0,00
TOTAL DO ATIVO 1.742.000,00 1.067.677,00

Discriminação Cia. ABASLARGAS Cia. BONSNEGÓCIOS


PASSIVO
CIRCULANTE 168.000,00 295.000,00
Salários a Pagar 61.000,00 102.000,00
Tributos a Recolher 37.000,00 40.000,00
Empréstimos 7.000,00 122.000,00
Fornecedores 50.000,00 31.000,00
Receitas Antecipadas 13.000,00 0,00
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 112.000,00 97.000,00
Empréstimos 112.000,00 97.000,00
RESULT. DE EXERC. FUTUROS 237.000,00 74.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.225.000,00 601.677,00
Capital Social 600.000,00 500.000,00
Reservas de Capital 111.000,00 0,00
Reserva de Reavaliação 394.000,00 47.677,000
Reservas de Lucros 95.000,00 14.000,00
Lucros Acumulados 25.000,00 40.000,00

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TOTAL DO PASSIVO 1.742.000,00 1.067.677,00

Para o cálculo da justa relação de substituição das ações serão tomados os dois
patrimônios líquidos avaliados a valores de mercado. O processo consiste na soma dos dois
patrimônios líquidos e estabelecer o percentual com que cada empresa participa do Patrimônio
Líquido resultante.

R$ %
Patrimônio Liquido Ajustado de Cia. ABASLARGAS 1.225.000,00 67,06
Patrimônio Liquido Ajustado de Cia. BONSNEGÓCIOS 601.677,00 32,94
Patrimônio Líquido Total 1.826.677,00 100
Desta forma, os antigos acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS farão jus a 32,94% das ações
e os antigos acionistas da Cia. ABASLARGAS farão jus a receber 67,06% das ações. Ressalte-
se que o objetivo da avaliação dos dois patrimônios é exatamente o de estabelecer a
participação de cada grupo de acionistas no novo capital social, não sendo necessário que se
adote o valor avaliado na formação do novo patrimônio, porém, repete-se, a relação calculada
há de permanecer na distribuição das ações.
Assim, surgem diversas possibilidades de formação do Capital Social no processo de
reavaliação, dentre as quais destacamos:
1 – Todo Patrimônio Líquido contábil das duas empresas, antes da avaliação, formará o
Capital Social resultante;
2 - Todo Patrimônio Líquido das duas empresas, após a avaliação, formará o Capital
Social resultante;
3 - Todo Patrimônio Líquido contábil da Cia. BONSNEGÓCIOS, antes da avaliação, será
agregado ao Capital Social que já havia na Cia. ABASLARGAS, não havendo versão dos outros
elementos do patrimônio líquido da Cia. ABASLARGAS ao capital social;
4 - Todo Patrimônio Líquido da Cia. BONSNEGÓCIOS, após a avaliação, será agregado ao
Capital Social resultante, sendo que os outros elementos do patrimônio líquido da Cia.
ABASLARGAS não serão incorporados ao capital social;
5 – As contas do Patrimônio Líquido resultante podem representar a soma de linha por
linha, isto é, somam-se os valores de Capital Social, de Reservas de Capital, de Reservas de
Reavaliação, de Reservas de Lucros e de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Seguindo no nosso exemplo, vamos supor que o critério adotado, constante no protocolo
e aprovado por ambas as assembléias, seja o da soma de linha por linha, considerando-se os
valores após a avaliação. Assim, o Capital Social resultante, após a versão dos valores da Cia.
BONSNEGÓCIOS para a Cia. ABASLARGAS será de R$ 1.100.000,00.
O valor nominal das novas ações poderá ter por base o valor patrimonial a valores de
mercado ou outro valor qualquer. O que importa é que seja guardada a relação percentual
acima calculada para a conferência das novas ações. Para simplificar, considerando que o
Capital Social será de R$ 1.100.000,00, consideramos que o valor nominal de cada ação seja
de R$ 1,00. Desta forma, os antigos acionistas da Cia. ABASLARGAS receberão 737.660 ações
(67,06%) e os antigos acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS receberão 362.340 ações (32,94%).
Como resultado da aplicação desse critério, de forma resumida, teremos a seguinte
estrutura de Patrimônio Líquido:

CONTAS Cia. ABASLARGAS Cia. BONSNEGÓCIOS CONSOLIDADO


Capital Social 600.000,00 500.000,00 1.100.000,00
Reservas de Capital 111.000,00 0,00 111.000,00
Reserva de Reavaliação 394.000,00 47.677,000 441.677,00

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Reservas de Lucros 95.000,00 14.000,00 109.000,00


Lucros Acumulados 25.000,00 40.000,00 65.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.225.000,00 601.677,00 1.826.677,00

5.6. INCORPORAÇÃO DE CONTROLADORA POR SUA CONTROLADA


A princípio, pode parecer paradoxal que a controlada venha a incorporar a sua
controladora, principalmente se imaginarmos que a controlada pode ser subsidiária integral da
controladora.
Devemos lembrar que o processo de reorganização societária não é uma transação
comercial de compra e venda de empresas. Neste processo não há desembolsos de nenhuma
das partes envolvidas, logo a incorporação da controladora por sua controlada não deve
apresentar estranheza.
Diversas são as razões que podem levar uma controlada a incorporar a sua controladora,
girando o negócio resultante sob sua denominação e marca. De forma meramente ilustrativo,
tomemos como exemplo a hipótese em que a controlada seja uma empresa que apresenta
prejuízos fiscais e a controladora uma empresa que apresenta lucro fiscal. A legislação do
Imposto de Renda garante à sucessora praticamente todos os direitos das sucedidas, com
exceção de a sucessora poder compensar prejuízos fiscais de sua sucedida. Nestas condições,
será vantajoso para o grupo societário que a controladora se extinga e migre o seu patrimônio
para a estrutura da controlada, pois desta forma a sociedade resultante (controlada) poderá
compensar os seus prejuízos fiscais com os resultados positivos gerados em exercícios futuros
pelo patrimônio da controladora.
A Instrução CVM nº 319, de 3 de dezembro de 1999, que dispõe sobre as operações de
incorporação, fusão e cisão envolvendo companhia aberta, também trata do assunto,
principalmente no que concerne ao tratamento legal do ágio e do deságio, que possuem
tratamento especial neste tipo de incorporação.
Ressalva-se que os procedimentos a seguir arrolados são aplicados, independentemente da
respectiva forma societária, às sociedades comerciais que façam parte das operações de
incorporação, fusão e cisão envolvendo companhia aberta. Além disto, equiparam-se às
companhias abertas as sociedades beneficiárias de recursos oriundos de incentivos fiscais
registradas na CVM, e as demais sociedades cujas ações sejam admitidas à negociação nas
entidades do mercado de balcão organizado, nos termos da Instrução CVM no 243, de 1o de
março de 1996.

5.6.1. DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES


As condições de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia aberta deverão ser
comunicadas pela companhia, até quinze dias antes da data de realização da assembléia geral
que irá deliberar sobre o respectivo protocolo e justificação, à CVM e às bolsas de valores ou
entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da
companhia estejam admitidos à negociação, assim como divulgadas na imprensa, mediante
publicação nos jornais utilizados habitualmente pela companhia.
A comunicação e a divulgação deverão conter, no mínimo, as seguintes informações:
1 - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização,
destacando-se, notadamente:
a) os benefícios esperados, de natureza empresarial, patrimonial, legal, financeira e
quaisquer outros efeitos positivos, bem como os eventuais fatores de risco envolvidos;
b) se for o caso, e nos termos da legislação tributária, o montante do ágio que
poderá ser amortizado a título de benefício fiscal e as condições de seu aproveitamento pela
companhia; e

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c) a quantificação estimativa, razoavelmente discriminada em itens, dos custos de


realização da operação.
2 - a indicação dos atos societários e negociais que antecederam a operação;
3 - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos
direitos de sócio que se extinguirão, os critérios utilizados para determinar as relações de
substituição e as razões pelas quais a operação é considerada eqüitativa para os acionistas da
companhia;
4 - a comparação, em quadro demonstrativo, entre as vantagens políticas e patrimoniais
das ações do controlador e dos demais acionistas antes e depois da operação, inclusive das
alterações dos respectivos direitos;
5 - as ações que os acionistas preferenciais receberão, as razões para a modificação dos
seus direitos, se houver, bem como eventuais mecanismos compensatórios;
6 - se for o caso de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta
por companhia aberta controlada, ou de fusão de controladora com controlada, o cálculo das
relações de substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base no
valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da controlada, avaliados os dois
patrimônios segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços de mercado, para efeito
da comparação prevista no art. 264 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
7 - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de
cisão;
8 - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação,
e o tratamento das variações patrimoniais posteriores;
9 - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades
possuídas por outra;
10 - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do
capital das sociedades que forem parte na operação;
11 - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital
das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir;
12 - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes, se for o
caso;
13 - o detalhamento da composição dos passivos e das contingências passivas não
contabilizadas a serem assumidas pela companhia resultante da operação, na qualidade de
sucessora legal;
14 - a identificação dos peritos ou da empresa especializada, cuja nomeação será
submetida à aprovação da assembléia geral, para avaliar o patrimônio líquido da companhia,
com a declaração da existência ou não, em relação aos mesmos, de qualquer conflito ou
comunhão de interesses, atual ou potencial, com o controlador da companhia, ou em face de
acionista(s) minoritário(s) da mesma, ou relativamente à outra sociedade envolvida, seus
respectivos sócios, ou no tocante à própria operação;
15 - se a operação foi ou será submetida à aprovação das autoridades reguladoras ou de
defesa da concorrência brasileiras e estrangeiras;
16 - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação, bem como outras
informações relevantes referentes a planos futuros na condução dos negócios sociais,
notadamente no que se refere a eventos societários específicos que se pretenda promover na
companhia; e
17 - a indicação dos locais onde estarão disponíveis o projeto ou projetos de estatuto, ou
de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para se efetivar a operação, e a
discriminação dos demais documentos colocados à disposição dos acionistas da companhia
para exame e cópia, a partir da data de publicação das informações acima, sendo obrigatório o

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envio de cópia dos documentos de que trata o presente item à CVM e às bolsas de valores ou
entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da
companhia estejam admitidos à negociação.
Nas informações assim prestadas, os valores sujeitos à determinação deverão ser
indicados por estimativa.
O protocolo, a justificação, bem como os pareceres jurídicos, contábeis, financeiros,
laudos, avaliações, demonstrações financeiras, estudos, e quaisquer outras informações ou
documentos que tenham sido postos à disposição do controlador ou por ele utilizados no
planejamento, avaliação, promoção e execução de operações de incorporação, fusão ou cisão
envolvendo companhia aberta, deverão ser obrigatoriamente disponibilizados a todos os
acionistas desde a data de publicação das condições da operação, conforme os itens de 1 a 17
acima.
As companhias abertas que divulgarem, no exterior, informações, demonstrações
financeiras ou quaisquer outros documentos adicionais, ou que, por qualquer motivo, tiverem
conteúdo diverso em relação aos requeridos pela legislação societária e pelas demais normas
expedidas pela CVM, acerca das operações aqui tratadas, deverão, simultaneamente, divulgá-
los no país e disponibilizá-los aos acionistas, mediante aviso publicado nos jornais utilizados
habitualmente pela companhia, e comunicá-los à CVM e às bolsas e entidades do mercado de
balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam
admitidos à negociação.
Os laudos definitivos deverão ser disponibilizados aos acionistas assim que finalizados,
mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente pela companhia, até a data de
publicação do anúncio de convocação da assembléia geral que irá deliberar sobre os mesmos.
As empresas e os profissionais que tenham emitido opiniões, certificações, pareceres,
laudos, avaliações, estudos ou prestado quaisquer outros serviços, relativamente às operações
de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia aberta, sem prejuízo de outras
disposições legais ou regulamentares aplicáveis, deverão:
1 - esclarecer, em destaque, no corpo das respectivas opiniões, certificações, pareceres,
laudos, avaliações, estudos ou quaisquer outros documentos de sua autoria, se tem interesse,
direto ou indireto, na companhia ou na operação, bem como qualquer outra circunstância
relevante que possa caracterizar conflito de interesses; e
2 - informar, no termos do item anterior, se o controlador ou os administradores da
companhia direcionaram, limitaram, dificultaram ou praticaram quaisquer atos que tenham ou
possam ter comprometido o acesso, a utilização ou o conhecimento de informações, bens,
documentos ou metodologias de trabalho relevantes para a qualidade das respectivas
conclusões.

5.6.2. DO TRATAMENTO CONTÁBIL DO ÁGIO E DO DESÁGIO


O montante do ágio ou do deságio, conforme o caso, resultante da aquisição do controle
da companhia aberta que vier a incorporar sua controladora será contabilizado, na
incorporadora, da seguinte forma:
1 - nas contas representativas dos bens que lhes deram origem – quando o fundamento
econômico tiver sido a diferença entre o valor de mercado dos bens e o seu valor contábil,
uma vez que os bens agora estão em patrimônio único;
2 - em conta específica do ativo imobilizado (como ágio) – quando o fundamento
econômico tiver sido a aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas
pelo Poder Público; e
3 - em conta específica do ativo diferido (em caso de ágio) ou em conta específica de
resultado de exercício futuro (no caso de deságio) – quando o fundamento econômico tiver
sido a expectativa de resultado futuro. Perceba que apareceu a verdadeira conta

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representativa de resultado de exercício futuro, pois neste caso não há a menor possibilidade
de devolução e não se está diante de uma receita, pois o valor carece de realização em função
do princípio da competência.
O registro do ágio quando o fundamento econômico tiver sido a diferença entre o valor
de mercado dos bens e o seu valor contábil terá como contrapartida reserva especial de ágio
na incorporação, constante do patrimônio líquido.
Bens – Ativo Permanente
a Reserva Especial de ágio - PL
Quando o fundamento econômico do ágio ou do deságio tiver sido a aquisição do direito
de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público ou quando a
fundamentação econômica tiver sido a expectativa de resultado futuro, a companhia deve
observar o seguinte tratamento:
a) constituir provisão, na incorporada, no mínimo, no montante da diferença entre o
valor do ágio e do benefício fiscal decorrente da sua amortização, que será apresentada como
redução da conta em que o ágio foi registrado;
b) registrar o valor líquido (ágio menos provisão) em contrapartida da conta de reserva
especial de ágio;
c) reverter a provisão referida na letra “a” acima para o resultado do período,
proporcionalmente à amortização do ágio; e
d) apresentar, para fins de divulgação das demonstrações contábeis, o valor líquido
referido na letra “a” no ativo circulante e/ou realizável a longo prazo, conforme a expectativa
da sua realização.
A reserva especial de ágio somente poderá ser incorporada ao capital social, na medida
da amortização do ágio que lhe deu origem, em proveito de todos os acionistas. Entretanto, o
protocolo de incorporação de controladora por companhia aberta controlada poderá prever
que, nos casos em que a companhia vier a auferir benefício fiscal, em decorrência da
amortização do ágio decorrente da expectativa de rentabilidade futura, a parcela da reserva
especial de ágio na incorporação correspondente a tal benefício poderá ser objeto de
capitalização em proveito do acionista controlador. Na ocorrência desta hipótese, observado o
disposto no art. 170 da Lei no 6.404/76, será sempre assegurado aos demais acionistas o
direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao
controlador. A capitalização desta parcela da reserva especial referida, correspondente ao
benefício fiscal, somente poderá ser realizada ao término de cada exercício social e na medida
em que esse benefício represente uma efetiva diminuição dos tributos pagos pela companhia.
Após a incorporação, o ágio ou o deságio continuará sendo amortizado e será
considerado realizado na medida desta amortização, conforme previsto na Instrução CVM nº
247/96.
A companhia deverá efetuar e divulgar, ao término de cada exercício social, análise sobre
a recuperação do valor do ágio, ainda que decorrente de expectativa de resultados futuros ou
da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público, a
fim de que sejam registradas as perdas de valor do capital aplicado quando evidenciado que
não haverá resultados suficientes para recuperação desse valor ou que sejam revisados e
ajustados os critérios utilizados para a determinação da sua vida útil econômica e para o
cálculo e prazo da sua amortização.

5.6.3. DAS RELAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO


Nas operações de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta por
companhia aberta controlada e na operação de fusão de controladora com controlada, o
cálculo da relação de substituição das ações dos acionistas não controladores deverá excluir o
saldo do ágio pago na aquisição da controlada.

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No cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, que
se extinguirão, estabelecidas no protocolo da operação, deve ser reconhecida a existência de
espécies e classes de ações com direitos diferenciados, sendo vedado favorecer, direta ou
indiretamente, uma outra espécie ou classe de ações.
É vedada a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores e, por extensão, das ações dos acionistas controladores, da cotação de bolsa das
ações das companhias envolvidas, salvo se essas ações integrarem índices gerais
representativos de carteira de ações admitidos à negociação em bolsas de futuros. Percebe-se
que o critério há de ser único, isto é, se é vedado a adoção da cotação de bolsa para os
acionistas não controladores, este é também o critério para os acionistas controladores.

5.6.4. AUDITORIA INDEPENDENTE


As demonstrações financeiras que servirem de base para operações de incorporação,
fusão e cisão envolvendo companhia aberta deverão ser auditadas por auditor
independente registrado na CVM. Ademais, demonstrações financeiras deverão ser elaboradas
de acordo com as disposições da legislação societária e normas da CVM e observarão, ainda,
quando envolvido companhia aberta, critérios contábeis idênticos aos adotados pela
companhia aberta, independentemente da forma societária da outra sociedade envolvida na
operação.

5.6.5. DO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO


No relatório da administração, relativo ao exercício em que tiver sido efetuada qualquer
operação de incorporação, fusão e cisão envolvendo companhia aberta, deverá ser dedicado
capítulo ou parte específica, devidamente destacada, relacionado-se, item a item, todos os
custos de transação suportados pela companhia em virtude da operação, assim como o
quantitativo das economias e demais vantagens já auferidas em razão da mesma. O mesmo
relatório e os relatórios dos dois exercícios seguintes conterão, sem prejuízo de outras
informações devidas, exposição pormenorizada das mudanças ocorridas na administração e na
condução dos negócios, relacionadas ou decorrentes da operação.
5.6.6. DO EXERCÍCIO ABUSIVO DO PODER DE CONTROLE
Sem prejuízo de outras disposições legais ou regulamentares, são hipóteses de exercício
abusivo do poder de controle:
1 - o aproveitamento direto ou indireto, pelo controlador, do valor do ágio pago na
aquisição do controle de companhia aberta no cálculo da relação de substituição das ações dos
acionistas não controladores, quando de sua incorporação pela controladora, ou nas operações
de incorporação de controladora por companhia aberta controlada, ou de fusão de controladora
com controlada;
2 - a assunção, pela companhia, como sucessora legal, de forma direta ou indireta, de
endividamento associado à aquisição de seu próprio controle, ou de qualquer outra espécie de
dívida contraída no interesse exclusivo do controlador;
3 - o não reconhecimento, no cálculo das relações de substituição das ações dos
acionistas não controladores estabelecidas no protocolo da operação, da existência de espécies
e classes de ações com direitos diferenciados, com a atribuição de ações, com direitos
reduzidos, em substituição àquelas que se extinguirão, de modo a favorecer, direta ou
indiretamente, uma outra espécie ou classe de ações;
4 - a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, da
cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, que não integrem índices gerais
representativos de carteira de ações admitidos à negociação em bolsas de futuros;
5 - a não avaliação da totalidade dos dois patrimônios a preços de mercado, nas
operações de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta por companhia

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aberta controlada, e nas operações de fusão entre controladora e controlada, para efeito da
comparação prevista no art. 264 da Lei no 6.404/76; e
6 - a omissão, a inconsistência ou o retardamento injustificado na divulgação de
informações ou de documentos que tenham sido postos à disposição do controlador ou por ele
utilizados no planejamento, avaliação, promoção e execução de operações de incorporação,
fusão ou cisão envolvendo companhia aberta.
Considera-se infração grave a prática de atos com exercício abusivo do poder de
controle. Estão sujeitos às penalidades previstas em lei, conforme o caso, a companhia aberta,
os membros dos conselhos de administração e fiscal, e da diretoria, os integrantes de seus
órgãos técnicos ou consultivos, bem como quaisquer outras pessoas naturais ou jurídicas que
tenham concorrido para a infração.

5.6.7. DO FLUXO DE DIVIDENDOS


Os dividendos atribuídos às ações detidas pelos acionistas não controladores não poderão
ser diminuídos pelo montante do ágio amortizado em cada exercício.
6. PROCESSO DE FUSÃO DE SOCIEDADES
6.1. CONCEITO
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Ficam, portanto, extintas as
sociedades fundidas.
Na fusão há necessidade de no mínimo duas pessoas jurídicas participarem do processo
que perdem a personalidade jurídica para dar lugar a uma nova sociedade com personalidade
jurídica própria, mas sucessora das anteriores, no tocante a seus direitos e obrigações. Já na
incorporação, uma das participantes do processo de reorganização é uma sociedade
preexistente que absorve o patrimônio da outra ou outras ou mesmo o patrimônio de uma
pessoa física e continua com sua personalidade jurídica antes adotada.
Para operacionalizar o processo de fusão, a assembléia geral de cada companhia que
aprovar o protocolo deverá nomear peritos que avaliarão o patrimônio líquido das demais
sociedades envolvidas no processo.
A constituição definitiva da sociedade fundida será deliberada em assembléia geral com
participação de todos os envolvidos, na qual serão aprovados, ou não, os laudos de avaliação
dos patrimônios. Ressalte-se que é vedada a aprovação do laudo de avaliação do patrimônio
por sócios ou acionistas da própria empresa em que forem titulares de direito de sócio ou
acionista. Assim, os sócios ou acionistas de uma empresa nomearão os peritos para avaliar o
patrimônio das outras empresas e o analisarão, aprovando-o ou rejeitando-o.
Os atos constitutivos serão levados ao registro pelos primeiros administradores da
companhia ou sociedade resultante do patrimônio fundido.
A Lei nº 6.404/1976, em seu art. 228, trata a fusão da seguinte forma:
Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades
para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações.
§ 1º. A assembléia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão,
deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais
sociedades.
§ 2º. Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou
acionistas das sociedades para uma assembléia geral, que deles tomará
conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade,

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vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio


líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º. Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores
promover o arquivamento e a publicação da fusão.

6.2. ASPECTOS CONTÁBEIS E LEGAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO


Conforme visto pelo texto legal, a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Imaginando a fusão de três empresas. A Cia. ANDAS, a Cia. COMES e a empresa BEBES
Ltda. As três empresas unem seus patrimônios para formar a Cia. VIVOS.

Cia. ANDAS
+
Cia. COMES Cia. VIVOS
+
BEBES Ltda.
Com este processo, a Cia. ANDAS, a Cia. COMES e a empresa BEBES Ltda. perdem sua
personalidade jurídica, pois deixam de existir. Da fusão de seus patrimônios surge a Cia.
VIVOS que sucederá as anteriores, no que diz respeito a todos os direitos e obrigações.
Quanto ao aspecto contábil, o processo de fusão se opera de forma muito semelhante ao
processo de incorporação, isto é, a Cia. ANDAS, a Cia. COMES e a empresa BEBES Ltda.
transferem seus bens, direitos e obrigações para a Cia. VIVOS criada especialmente para esse
fim.
Em termos práticos, os aspectos contábeis envolvidos nos processos de fusão são
bastante simples. Devemos adotar os procedimentos necessários para satisfazer as condições
estabelecidas no protocolo, pois é este o documento que dá suporte ao processo.
O primeiro aspecto a analisar é que com a fusão é criada uma nova empresa ou
companhia. Assim, como toda empresa que começa suas atividades, o marco inicial é a
formação do capital inicial. No caso de fusão, os acionistas ou sócios não necessitam
subscrever e integralizar capital social, pois este vem das sociedades que se extinguem.
Outro fato que merece ser mencionado no concernente ao processo de fusão diz respeito
a possibilidade de os patrimônios serem unidos tomando por base os valores contábeis das
participantes ou a valores de mercado.
Inicialmente veremos um exemplo de fusão considerando os valores contábeis dos
patrimônios.
Imaginemos que os sócios ou acionistas das empresas Laranja S/A e Limão Ltda.
resolveram fundir seus patrimônios para criar a sociedade Cítricos S/A, que será a sociedade
nova e será criada para esse fim. As empresas que se extinguirão possuem, de forma
resumida, a seguinte estrutura patrimonial nos balanços levantados para essa finalidade e o
conseqüente patrimônio da sociedade Cítricos S/A:
Empresa Empresa Empresa
Laranja S/A Limão Ltda. Cítricos S/A
Ativos 1.135.742,00 847.521,00 1.983.263,00
Passivos 783.694,00 538.451,00 1.322.145,00
Patrimônio Líquido 352.048,00 309.070,00 661.118,00
Para satisfazer os aspectos contábeis é necessário que se criem contas transitórias de
fusão nas duas empresas que se extinguirão e na empresa nova. O procedimento é análogo ao
utilizado no processo de incorporação.

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Por fim, cabe salientar que se houver participação societária entre as empresas
envolvidas no processo, devemos eliminá-lo em contrapartida do Patrimônio Líquido
correspondente a esse investimento.

6.3. FUSÃO A VALORES DE MERCADO


Para que seja observada uma justa distribuição na participação aos futuros sócios ou
acionistas é necessário que os patrimônios sejam avaliados a valores de mercado. Para tanto,
os patrimônios devem ser avaliados por peritos ou empresa especializada nomeados em
assembléia para tal fim. É de ressaltar que os sócios ou acionistas de uma empresa indicam os
peritos ou empresa que irão avaliar o patrimônio da outra empresa. Eles não podem aprovar o
laudo da empresa em que sejam sócios ou acionistas.
O número de ações que competirá a cada acionista será proporcional ao patrimônio que
detinha na empresa extinta computado no patrimônio total.
Tomemos o seguinte exemplo para ilustrar o processo de fusão:
Os acionistas das empresas GOIABA S.A. e AÇÚCAR S.A. deliberaram e aprovaram o
protocolo e a justificativa para promover o processo de sua fusão. A sociedade resultante, a
empresa GOIABADA S.A., receberá todo o patrimônio das duas empresas avaliado a valores de
mercado.
Todos os atos legais, pertinentes ao processo, foram praticados (balanços, avaliações,
auditoria independente, protocolo, justificativa, assembléias gerais, etc.).
A - Situação das empresas antes e após a fusão
A.1 - Situação antes da fusão
Empresa GOIABA S.A.
Ativo 287.350,00
Passivo 126.312,00
PL (CS + Reservas + Lucros Acumulados) 161.038,00

Empresa AÇÚCAR S.A.


Ativo 437.256,00
Passivo 213.534,00
PL (CS + Reservas + Lucros Acumulados) 223.722,00

A.2 - Situação após a fusão


Empresa GOIABADA S.A.
Ativo 724.606,00
Passivo 339.846,00
PL (CS + Reservas + Lucros Acumulados) 384.760,00

Para fins específicos de fusão, ao Capital Social foram incorporados os Lucros


Acumulados e as reservas de lucros, de capital e de reavaliação que constavam no Patrimônio
Líquido das empresas participantes do processo. Desta forma, poder-se-ia dizer que houve
uma distribuição entre os acionistas das sociedades, de forma proporcional a sua participação
no capital social da empresa participante no processo antes do encerramento das sociedades.
Para tanto foram realizados os respectivos lançamentos.

Desta forma, consta no Patrimônio Líquido apenas o valor do Capital Social com o devido
aumento pela absorção desses outros valores do PL.

B - Balanço das empresas fusionadas antes do evento

Os balanços a seguir apresentados representam os valores avaliados com fim específico


da fusão, bem como foram auditadas por auditores independentes. É de frisar que foram
elaborados na mesma data-base.
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BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA GOIABA S.A.


ATIVO PASSIVO
AC 98.000,00 PC 93.532,00
ARLP 42.000,00 PELP 32.780,00
A. PERMANENTE
INVESTIMENTO 49.850,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
IMOBILIZADO 97.500,00 CAPITAL 161.038,00
TOTAL 287.350,00 TOTAL 287.350,00

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA AÇÚCAR S.A.


ATIVO PASSIVO
AC 111.734,00 PC 154.150,00
ARLP 21.744,00 PELP 59.384,00
A. PERMANENTE
INVESTIMENTO 27.341,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
IMOBILIZADO 276.437,00 CAPITAL 223.722,00
TOTAL 437.256,00 TOTAL 437.256,00
C - Lançamentos Contábeis

Para encerrar as empresas que tiveram seus patrimônios fundidos e para a constituição
da nova empresa, são necessários os seguintes lançamentos contábeis:

C.1 - Na empresa GOIABA S.A.


a. Pelo encerramento das contas do ativo
Conta de Dissolução (fusão) 287.350,00
a Diversos
a AC 98.000,00
a ARLP 42.000,00
a A. Permanente 147.350,00

b. Pelo encerramento das contas do passivo


Diversos
a Conta de dissolução (fusão) 126.312,00
PC 93.532,00
PELP 32.780,00

c. Pela baixa das contas do patrimônio líquido


Patrimônio Líquido 161.038,00
a Conta de dissolução (fusão) 161.038,00

C.2 - Na empresa AÇÚCAR S.A.


a. Pelo encerramento das contas do ativo
Conta de Dissolução (fusão) 437.256,00
a Diversos
a AC 111.734,00
a ARLP 21.744,00
a A. Permanente 303.778,00

b. Pelo encerramento das contas do passivo


Diversos
a Conta de dissolução (fusão) 213.534,00

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PC 154.150,00
PELP 59.384,00

c. Pela baixa das contas do patrimônio líquido


Patrimônio Líquido 223.722,00
a Conta de dissolução (fusão) 223.722,00

C.3 - Na empresa GOIABADA S.A. resultante da fusão

Para registrar a constituição da nova empresa, que foi precedida da subscrição do Capital
Social, são necessários os seguintes lançamentos:

Transferência dos elementos do Patrimônio Líquido (Capital Social), ativos e passivos de


cada sociedade.

a. Pela constituição da nova empresa GOIABADA S.A.


Conta de Fusão 384.760,00
a Capital Social 384.760,00

b. Pelo recebimento dos ativos


Diversos
a Conta de Fusão 724.606,00
AC 209.734,00
ARLP 63.744,00
A. Permanente 451.128,00

c. Pelo recebimento dos passivos


Conta de Fusão 339.846,00
a Diversos
a PC 247.682,00
a PELP 92.164,00

D. Após a fusão o balanço de GOIABADA S.A. se apresentará da seguinte forma:


BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA GOIABADA S.A.
ATIVO PASSIVO
AC 209.734,00 PC 247.682,00
ARLP 63.744,00 PELP 92.164,00
A. PERMANENTE
INVESTIMENTO 77.191,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
IMOBILIZADO 373.937,00 CAPITAL SOCIAL 384.760,00
TOTAL 724.606,00 TOTAL 724.606,00

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7. O PROCESSO DE CISÃO DE SOCIEDADES

7.1. CONCEITO

A definição legal do processo de cisão provém do caput do art. 229 da Lei nº 6.404, de
30 de outubro de 1976, que assim dispõe:
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do
seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.

Depreende-se desse dispositivo legal, em seu aspecto conceitual, que a cisão difere do
processo de incorporação e do processo de fusão, visto que na cisão poderá haver vários
sucessores ou apenas um único. Outra importante diferença diz respeito a extinção da
sociedade cindida, que não necessita ser, necessariamente, consumada. Desta forma, além de
haver a possibilidade de resultar apenas um sucessor, quando a cisão será parcial, poderão
haver vários sucessores, quando a cisão poderá ser parcial ou total se houver a extinção da
sociedade cindida.

Outro aspecto presente na definição acima apresentada é que a sociedade receptora de


parcela do patrimônio pode ser nova, quando será constituída com essa finalidade, ou ser uma
sociedade ou empresa preexistente.

Os motivos que levam os empresários a perseguir um processo de cisão podem ser


diversos, dentre os quais a dissidência entre sócios e o aprimoramento de competitividade.
Existe, ainda, a hipótese de os empresários buscarem a cisão com fins de planejamento
tributário.

7.2. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES NA CISÃO

As responsabilidades dos sucessores na cisão estão dispostas no § 1º do art. 229 e no


art. 233, ambos da sei das sociedades anônimas, ao dispor que:

§ 1º. Sem prejuízo do disposto no art. 233, a sociedade que absorver parcela
do patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações
relacionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as sociedades
que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a
esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e
obrigações não relacionados.
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que
absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis
apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre
si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior
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poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique


a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos
atos da cisão.

Observa-se que a responsabilidade dos sucessores em relação às obrigações da


companhia cindida antes da cisão está limitada a parcela ou na proporção do patrimônio
recebido ou transferido. Da mesma forma, a sucessora participará dos direitos da companhia
cindida na proporção do patrimônio recebido. Isto quer dizer que no momento da cisão, a
sucessora receberá parcela do patrimônio que será composto por bens, direitos e obrigações,
observando-se a mesma proporção entre os elementos patrimoniais.

Aspecto interessante ocorre quando há extinção da sociedade cindida, pois neste caso as
sociedades que absorveram o patrimônio responderão de forma solidária pelas obrigações da
companhia cindida, isto é, se uma delas não honrar as obrigações herdadas da companhia
cindida, as demais terão de fazê-lo, mas somente na proporção do patrimônio recebido. Se,
porém, a companhia cindida não se extinguir as sucessoras são obrigadas solidárias para com
ela pelas obrigações que esta tinha antes da cisão, isto quer dizer que, se a companhia cindida
não puder honrar os compromissos assumidos antes da cisão e que, no processo de cisão,
ficaram sob sua responsabilidade, as sociedades resultantes ou as que receberam parcelas do
patrimônio terão que assumir estes compromissos na proporção dos patrimônios recebidos.

No entanto, essa solidariedade poderá ser excluída em caso de cisão parcial desde que
esta intenção conste no protocolo e seja aprovada pela assembléia geral que deliberar sobre a
cisão. Além deste aspecto não poderá haver oposição dos credores anteriores a cisão.
Entretanto, a oposição dos credores será individual, isto é, se algum credor não se opor ao
afastamento da solidariedade em relação aos seus créditos, mediante notificação desta
oposição à sociedade no prazo de 90 dias a contar da efetivação da cisão, ele não poderá
invocar a solidariedade, prevalecendo, para ele, a estipulação ou a deliberação da assembléia.

7.3. CISÃO PARCIAL

A lei trata da cisão parcial, além dos aspectos já analisados, nos parágrafos 2º e 3º do
art. 229, ao dispor que:

§ 2º. Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a


operação será deliberada pela assembléia geral da companhia à vista de
justificação que incluirá as informações de que tratam os nºs do art. 224; a
assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do
patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembléia de constituição da
nova companhia.
§ 3º. A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente
obedecerá às disposições sobre incorporação (art. 227).

Desta forma, a deliberação sobre o processo de cisão parcial, quando há criação de


sociedade nova, cabe à assembléia geral a quem compete, também, em caso de aprovação da
cisão, nomear os peritos que avaliarão o patrimônio a ser transferido. Incumbe a assembléia
geral promover a constituição estatutária da nova empresa.

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Já no processo de cisão parcial com versão do patrimônio para sociedade preexistente, a


operação segue o roteiro ou disposições estabelecidas ao processo de incorporação, isto é, há
neste caso, tecnicamente, incorporação de parcela do patrimônio da sociedade cindida,
funcionando a sociedade receptora como incorporadora.

O arquivamento dos atos inerentes ao processo de fusão parcial na junta comercial e a


sua publicação caberá, conjuntamente, aos administradores da companhia cindida e aos
administradores das empresas que absorverem parcela de seu patrimônio.

7.4. CISÃO TOTAL

Tratando especificamente da cisão total, o parágrafo 4º do art. do art. 229, da lei


societária estabelece que:

§ 4º. Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos


administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu
patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da operação; na
cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos
administradores da companhia cindida e da que absorver parcela do seu
patrimônio.

Portanto, em caso de cisão total com extinção da companhia cindida, os procedimentos a


serem observados são semelhantes aos procedimentos da cisão parcial. A diferença entre as
duas formas de cisão consiste no fato de que a publicação e o arquivamento dos atos inerentes
ao processo compete, exclusivamente, por razões óbvias em face da extinção da sociedade
cindida, aos administradores das empresas resultantes ou que absorveram o patrimônio da
sociedade extinta.

7.5. SUBSTITUIÇÃO E ATRIBUIÇÃO DAS AÇÕES

Os titulares de ações da empresa cindida, que passarão à condição de acionistas nas


empresas sucessoras, receberão destas as ações que forem integralizadas com parcelas do
patrimônio na exata proporção das ações que possuíam na empresa cindida. Este é, em
síntese, o teor do parágrafo 5º do art. 229 da lei societária.
§ 5º. As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia
cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na
proporção das que possuíam; à atribuição em proporção diferente requer
aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.

7.6. ASPECTOS CONTÁBEIS E LEGAIS

Conforme vimos, a cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total a empresa cindida
desaparece, enquanto que na cisão parcial a empresa cindida remanesce, porém com
patrimônio menor, pois repassa parcela do seu patrimônio às empresas sucessoras. Assim,
supondo que a empresa SYNO S.A. passe pelo processo de cisão, sendo criadas duas empresas
novas para absorverem parcelas do seu patrimônio, poderemos ter as seguintes situações:

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ESPÉCIE SOCIEDADE ORIGINAL RESULTANTES

AÇOS S.A.
Cisão Parcial SYNO S.A. SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.

AÇOS S.A.
Cisão Total SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.

EXEMPLO PRÁTICO

Vejamos o exemplo de uma cisão parcial com criação de uma nova empresa.

Por ocasião da decisão dos acionistas, pela operação de cisão, a empresa possuía o
seguinte patrimônio:

ATIVO Valor (R$)


Ativo Circulante
Disponibilidades 90.000,00
Contas a Receber 145.000,00
Mercadorias - estoque 70.000,00
305.000,00
Ativo Permanente
Imobilizado 245.000,00
Total do Ativo 550.000,00

PASSIVO Valor (R$)


Passivo Circulante
Empréstimos e Financiamentos 150.000,00
Obrigações sociais e tributárias 95.000,00
Fornecedores 40.000,00
285.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 150.000,00
Reservas de Capital 25.000,00
Reservas de Lucros 50.000,00
Lucros Acumulados 40.000,00
265.000,00
Total do Passivo 550.000,00

Tomando por base este balanço, que teoricamente apresenta valores de mercado, os
acionistas decidiram que a nova empresa receberia parcelas proporcionais do ativo e do
passivo. Desta forma, após a cisão, cada empresa permanece com uma parcela dos bens,
direitos e obrigações proporcional ao percentual que lhe foi atribuído pelo processo de cisão.
Isto nos faz imaginar que existe uma contabilidade segregada para tais ativos e passivos e,
como conseqüência, dos resultados e do patrimônio líquido.

É recomendável que todas as reservas e outras contas que integram o patrimônio líquido
sejam capitalizadas antes de efetuar o processo de cisão. Este processo objetiva a conversão
da parcela do patrimônio líquido da sociedade cindida em capital social na sociedade
resultante, afinal a sociedade resultante é uma sociedade nova e como tal deverá possuir em
seu patrimônio líquido somente o capital social.

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Porém, se não houver essa capitalização das contas do Patrimônio Líquido, elas serão
transferidas na proporção da cisão.

Caso interessante diz respeito a reserva de reavaliação, pois ela constará no patrimônio
da empresa que receber os bens reavaliados como tal, isto é, teremos no patrimônio líquido da
sociedade que receberá os bens a conta de reserva de reavaliação.

Posição Patrimonial após a Cisão


Empresa Empresa
Cindida Nova
ATIVO
Circulante
Disponibilidades 67.500,00 22.500,00
Contas a Receber 108.750,00 36.250,00
Mercadorias - estoque 52.500,00 17.500,00
228.750,00 76.250,00
Permanente
Imobilizado 183.750,00 61.250,00
Total do Ativo 412.500,00 137.500,00
PASSIVO
Circulante
Empréstimos e Financiamentos 112.500,00 37.500,00
Obrigações sociais e trabalhistas 71.250,00 23.750,00
Fornecedores 30.000,00 10.000,00
213.750,00 71.250,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 198.750,00 66.250,00
Total do Passivo 412.500,00 137.500,00

Observe que neste caso os valores do patrimônio líquido foram capitalizados antes do
processo de cisão e que o percentual transferido para a empresa nova foi de 25% do valor dos
bens, direitos obrigações e, como conseqüência, o mesmo percentual do patrimônio líquido.

7.7. ASPECTOS CONTÁBEIS COMUNS NOS PROCESSOS DE REORGANIZAÇÃO


DE SOCIEDADES

Os processos de reorganização de empresas, no que se refere aos aspectos contábeis,


são relativamente simples quando conhecemos a natureza da operação e as condições
estabelecidas no protocolo e na justificativa.

Na análise da documentação que instrui o processo devemos dar especial atenção às


alterações estatutárias ou contratuais, bem como ao protocolo e justificativa. Deve-se dar
atenção, ainda, ao laudo dos peritos ou da empresa especializada que procedeu a avaliação do
patrimônio, pois nele constarão valores e vida útil remanescente a serem utilizados pelas
empresas sucessoras.

De posse dessas informações, é possível efetuar os registros contábeis correspondentes


aos processos de reorganização societária.

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7.7.1. TRATAMENTO DO ÁGIO/DESÁGIO

Quanto ao tratamento contábil do ágio e do deságio, podemos ter as seguintes situações:

1) Quando estejam envolvidas empresas de capital fechado ou quando a controladora


absorver o patrimônio da controlada:

a) ágio decorrente da diferença entre o valor de mercado de ativo na sociedade


sucedida: esse valor deverá ser adicionado ao respectivo ativo transferido para a empresa
sucessora;

b) deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de ativo na sociedade


sucedida: esse valor deve ser subtraído do respectivo ativo transferido para a sucessora;

c) ágio e deságio fundamentados em expectativa de resultado futuro: devem continuar


dando o mesmo tratamento na sucessora que teriam na sucedida, ou seja, incluídos no
balanço patrimonial e amortizados no prazo e na extensão das projeções que os
determinaram;

d) o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão


delegadas pelo Poder Público: deverá ser adicionado, no caso de ágio, ou subtraído, em caso
de deságio, do valor relativo ao direito transferido.

2) Quando a empresa controlada incorporar a sua controladora, a incorporadora deverá


contabilizar o ágio e o deságio da seguinte forma:

a) ágio e deságio, quando o fundamento econômico tiver sido a diferença entre o valor
de mercado dos bens e o seu valor contábil, devem ser contabilizados nas contas
representativas dos bens que lhe deram origem. No caso de ágio, a contrapartida será uma
reserva especial de ágio no patrimônio líquido;

b) em conta específica do ativo imobilizado (ágio) – quando o fundamento econômico


tiver sido a aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder
Público;

c) em conta específica do ativo diferido (ágio) ou em conta específica de resultado de


exercício futuro (deságio) – quando o fundamento econômico tiver sido a expectativa de
resultado futuro.

Atenção!
Perceba que a contabilização, no processo de incorporação, se
diferencia em razão de a incorporadora ser a controlada ou a
controladora. No caso de controladora ser incorporada pela sua
controlada, o deságio vai para Resultados de Exercícios Futuros!

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7.7.2. ROTEIRO PARA CONTABILIZAÇÃO

A contabilização dos processos de incorporação, fusão ou cisão, segue basicamente o


seguinte roteiro:

1º) Devemos elaborar os papéis de trabalho do processo de reorganização, com base no


protocolo, na justificativa, no laudo de avaliação e das alterações contratuais ou estatutárias
que se fizerem necessárias;

2º) A sociedade que sofre o processo de reorganização (a sucedida) deve encerrar as


contas de resultados relativas ao exercício em que se opera a reorganização, incorporando-o
ao patrimônio líquido ou destinando-o de outra forma, conforme o protocolo;

3º) Para baixar os elementos patrimoniais, a sociedade sucedida encerra todas as contas
de ativo, passivo e patrimônio líquido em contrapartida de uma conta denominada de contas
de incorporação, contas de fusão ou contas de cisão;

4º) A sociedade resultante (a sucessora), receptora de parte ou todo o patrimônio da


sociedade sucedida, reconhecerá os ativos, os passivos e o aumento do patrimônio líquido que
poderá ser exclusivamente na conta de capital social, em contrapartida das contas
denominadas de contas de incorporação, contas de fusão ou contas de cisão.

Quanto a contabilização da operação na empresa resultante ou sucessora é de salientar


que, no grupo do patrimônio líquido, de regra haverá apenas a conta de capital social no caso
de criação de empresa nova. Porém, pode haver casos em que a versão do patrimônio seja
efetuada linha por linha, conforme já vimos em tópicos anteriores, que não é a forma mais
recomendada, mas é aceita pela doutrina e não contraria a legislação de regência.

8. ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE FUSÃO,


INCORPORAÇÃO E CISÃO

8.1. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS SUCESSORES

As pessoas jurídicas sucessoras das sociedades incorporadas, fusionadas, cindidas ou


transformadas respondem pelo imposto devido pelas sucedidas.

A responsabilidade aqui mencionada alcança os créditos tributários definitivamente


constituídos ou em curso de constituição na data dos atos citados e também os constituídos
posteriormente, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas antes da referida data.

O Código Tributário Nacional – CTN trata da responsabilidade dos sucessores do seguinte


modo:

Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela

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referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que


relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
...
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos
tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio,
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma
ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data
do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria
ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

8.2. DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS E PAGAMENTO DO IMPOSTO

Consoante o disposto no § 7º, do art. 235 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999,


que aprovou o Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99, a pessoa jurídica incorporada,
fusionada ou cindida deverá apresentar declaração de rendimentos correspondente ao período
transcorrido durante o ano-calendário, em seu próprio nome, até o último dia útil do mês
subseqüente ao do evento, com observância do disposto no art. 810.

O art. 810 do RIR/99 reproduz os dizeres do § 7º, antes mencionado.

Com relação ao pagamento do imposto devido, o art. 861 do RIR/99 estabelece que: O
pagamento do imposto correspondente a período de apuração encerrado em virtude de
incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação
deverá ser efetuado até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do evento.
Ressalta, ainda que neste caso não poderá ser aplicada a forma de pagamento em até três
parcelas, isto é, o prazo é fatal e o pagamento deve ser efetuado em uma única vez, ou seja,
em cota única.

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8.3. RESERVAS DE REAVALIAÇÃO

Nos processos normais de transformação, incorporação, fusão ou cisão, as reservas de


reavaliação transferidas da empresa sucedida para a sucessora terão, na sucessora, igual
tratamento tributário que teriam na sucedida. Esta regra é válida, também, para a legislação
do Imposto de Renda.

Em casos de extinção por liquidação, a reserva de reavaliação da sociedade que se


extingue será considerada realizada, devendo ser computada na apuração do lucro real de
encerramento das atividades.

8.4. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS

Os arts. 513 e 514 do RIR/99 estabelecem que:


Art. 513. A pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos
fiscais se entre a data da apuração e da compensação houver ocorrido,
cumulativamente, modificação de seu controle societário e do ramo de
atividade (Decreto-Lei nº 2.341, de 29 de junho de 1987, art. 32).

Art. 514. A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não
poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida (Decreto-Lei nº 2.341, de 29
de junho de 1987, art. 33).
Parágrafo único. No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá
compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela
remanescente do patrimônio líquido (Decreto-Lei nº 2.341, de 29 de junho de
1987, art. 33, parágrafo único).

Desta forma, os prejuízos fiscais das pessoas jurídicas (empresas) fusionadas,


incorporadas ou cindidas não podem ser compensados nas pessoas jurídicas (empresas)
resultantes.

Veja-se que o CTN estabelece que as sociedades resultantes dos processos de


reorganização societária sucedem a anterior em todos os direitos e obrigações. No entanto, a
compensação de prejuízo fiscal é, em verdade, um benefício fiscal. Neste caso, é aplicável o
disposto no § 6º do art. 150 da CF/88. Desta forma, a lei específica há de prevalecer sobre a
lei geral, isto é, os prejuízos fiscais não podem passar da pessoa que os tenha gerado.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativas a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima e
numeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no artigo 155, § 2º, XII, g.

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9. FORMAS DE EXTINÇÃO

As sociedades são constituídas para exercer o objeto social inscrito nos seus atos
constitutivos, enquanto que a dissolução é o marco final do exercício dessa destinação.

A dissolução representa o fim da etapa produtiva da empresa, ingressando a sociedade,


a partir daí, em processo de liquidação, que, por sua vez, objetiva a extinção ou o término
jurídico da sociedade.

Desta forma, durante a dissolução e a liquidação a sociedade mantém a personalidade


jurídica. Entretanto, durante essa fase, ela não pode realizar novos negócios.

Consoante as disposições da Lei das S.A., a dissolução poderá ser operada de forma
amigável, judicial ou por ato do Poder Executivo. Será amigável quando os sócios ou acionistas
acordam, pacificamente, o encerramento da sociedade, quer por disposição estatutária ou
contratual, quer por meio de um distrato firmado entre os interessados. Já a dissolução judicial
depende de prévia provocação do poder judiciário por parte dos interessados e se opera por
meio de sentença definitiva, com base na comprovação dos motivos alegados.

Assim, estamos diante de um processo que se inicia com a dissolução, que pode ser
voluntária ou compulsória (judicial ou por ato de Autoridade Administrativa), seguido da
liquidação, que consiste na realização do ativo e na satisfação do passivo com distribuição de
eventuais sobras, culminando com a extinção da sociedade que consiste no desaparecimento
da personalidade jurídica, pela prática dos atos necessários para tal junto aos órgãos de
registros competentes.

9.1. DISSOLUÇÃO

Dissolução significa ruptura no sentido de desmanchar ou romper um elo jurídico de


coisas ou pessoas, liberando-as dos compromissos assumidos quando da união.

Portanto, entende-se por dissolução da sociedade o ato pelo qual se tem como extinta ou
terminada a existência legal da sociedade civil ou comercial. Pode decorrer de vários motivos,
isto é, da vontade unânime dos sócios ou por imposição da própria lei.

a) Formas de Dissolução

Dissolve-se a companhia da seguinte forma:

I) De Pleno Direito:

pelo término do prazo de duração;

nos casos previstos nos estatutos;

por deliberação da assembléia geral;

pela existência de um único acionista, verificada em assembléia geral ordinária, se o


mínimo de dois não for reconstituído até à do ano seguinte;
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pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

II) Por Decisão Judicial

quando anulada sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;

quando provado que não pode preencher o seu fim em ação proposta por acionistas que
representem 5% ou mais do capital social;

em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei.

III) Por Decisão de Autoridade Administrativa Competente, nos casos e na Forma


Previstos em Lei Especial.

b) Efeitos

A companhia dissolvida conserva a personalidade de jurídica, até a extinção, com o fim


de proceder a liquidação.

9.2. LIQUIDAÇÃO

Liquidação representa a fase do processo de extinção em que são realizados os ativos e


liquidados os passivos, bem como a distribuição das sobras entre os acionistas ou sócios da
empresa em liquidação.

A liquidação pode operar-se pelos órgãos da companhia ou pelo Poder Judiciário:

a) Liquidação pelos Órgãos da Companhia

Silenciando o estatuto, compete à assembléia, nos casos de dissolução de pleno direito


da companhia, determinar o modo de liquidação e nomear o liquidante e o Conselho Fiscal que
devem funcionar durante o período de liquidação.

A companhia que tiver Conselho de Administração poderá mantê-lo, competindo-lhe


nomear o liquidante; o funcionamento do Conselho Fiscal será permanente ou a pedido de
acionistas, conforme dispuser o estatuto.

O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado.

b) Liquidação Judicial

Além dos casos já mencionados, a liquidação será processada judicialmente:

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I – a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas


deixarem de promover a liquidação, ou a ela se opuserem, nos casos de dissolução da
companhia de pleno direito;

II – a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade


competente, se a companhia, nos 30 (trinta) dias subseqüentes à dissolução, não iniciar a
liquidação ou se, após iniciá-la, interrompê-la por mais de 15 (quinze) dias, no caso da
extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

Na liquidação será observado o disposto na lei processual, devendo o liquidante ser


nomeado pelo juiz.

São deveres do liquidante:

arquivar e publicar a ata da assembléia geral, ou certidão de sentença, que tiver liberado
ou decidido a liquidação;

arrecadar os bens, livros e documentos da companhia, onde quer que estejam;

fazer levantar, de imediato, em prazo não superior ao fixado pela assembléia geral, ou
pelo juiz, o balanço patrimonial da companhia;

ultimar os negócios da companhia, realizar o ativo, pagar o passivo, e partilhar o


remanescente entre os acionistas;

exigir dos acionistas, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a
integralização de suas ações;

convocar a assembléia geral, nos casos previstos em lei ou quando julgar necessário;

confessar a falência da companhia e pedir concordata, nos casos previstos em lei;

finda a liquidação, submeter à assembléia geral relatório dos atos e operações da


liquidação e suas contas finais;

arquivar e publicar a ata da assembléia geral que houver encerrado a liquidação.

São poderes do Liquidante:

Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à


liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.

Sem expressa autorização da assembléia geral o liquidante não poderá gravar bens e
contrair empréstimos, salvo quando o indispensável ao pagamento de obrigações inadiáveis,
nem prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na atividade social.

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Quanto a denominação da Companhia:

Em todos os atos ou operações, o liquidante deverá usar a denominação social seguida


da palavra em liquidação.

As funções da Assembléia Geral:

O liquidante convocará a assembléia geral a cada 6 (seis) meses, para prestar-lhe contas
dos atos e operações praticados no semestre e apresentar-lhe o relatório e o balanço do
estado de liquidação; a assembléia geral pode fixar, para essas prestações de contas, períodos
menores ou maiores que, em qualquer caso, não serão inferiores a 3 (três) nem superiores a
12 (doze) meses.

Nas assembléias gerais da companhia em liquidação todas as ações gozam de igual


direito de voto, tornando-se ineficazes as restrições ou limitações porventura existentes em
relação às ações ordinárias ou preferenciais; cessando o estado de liquidação, restaura-se a
eficácia das restrições ou limitações relativas ao direito de voto.

No curso da liquidação judicial, as assembléias gerais necessárias para deliberar os


interesses da liquidação serão convocadas por ordem do juiz, a quem compete presidi-las e
resolver, sumariamente, as dúvidas e litígios que forem suscitados. As atas das assembléias
gerais serão, por cópias autênticas, apensadas ao processo judicial.

A satisfação do Passivo:

Respeitados os direitos dos credores preferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociais


proporcionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com
desconto às taxas bancárias.

Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal,
pagar integralmente as dívidas vencidas.

Da Partilha do Ativo (saldo):

A assembléia geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos
todos os credores, se façam rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os
haveres sociais.

É facultado à assembléia geral aprovar, pelo voto de acionistas que representem 90%
(noventa por cento), no mínimo, das ações, depois de pagos ou garantidos os credores,
condições especiais para a partilha do ativo remanescente, com a atribuição de bens aos
sócios, pelo valor contábil ou outro por ela fixado.

Provado pelo acionista dissidente que as condições especiais de partilha visaram a


favorecer a maioria, em detrimento de parcela que lhe tocaria, se inexistissem tais condições,
será a partilha suspensa, se não consumada, ou, se já consumada, os acionistas majoritários
indenizarão os minoritários pelos prejuízos apurados.

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Da prestação de Contas:

Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a assembléia


geral para a prestação final de contas.

Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.

O acionista dissidente terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da ata,


para promover a ação que lhe couber.

Da responsabilidade na Liquidação:

O liquidante terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e


responsabilidades dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da
companhia.

Do Direito do Credor não Satisfeito:

Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá o direito de exigir dos acionistas,
individualmente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma, por eles recebida, e de
propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e danos. O acionista executado terá
direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no crédito pago.

9.3. EXTINÇÃO

A extinção é o ato final do processo e consiste, basicamente, em dar baixa dos atos
constitutivos e dos registros nos órgãos competentes em nível federal, estadual e municipal.

A companhia será extinta:

I – pelo encerramento da liquidação, assim entendido o processo pelo qual o liquidante


paga o passivo e rateia o ativo remanescente entre os acionistas, através de prestação final de
contas aprovadas por estes;

II – nos casos de incorporação por outra sociedade, fusão ou cisão total.

Neste último caso, não há devolução do patrimônio aos sócios, uma vez que este passa a
fazer parte de uma outra empresa que sucede a extinta em seus direitos e obrigações. Os
sócios recebem da sucessora as ações que lhe couberem em função da incorporação, fusão ou
cisão.

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10.CONSÓRCIO

Em muitas situações é requerido que as empresas apresentem grande capacidade


operacional e técnica, aliado a um elevado patrimônio líquido e que demonstrem liquidez
satisfatória para fazer frente a determinados empreendimentos, principalmente os
concernentes às obras e serviços públicos.

Diante da escassez de empresas que satisfaçam as condições requeridas, nessas


circunstâncias, começou-se a facultar que as empresas se agrupassem, sem que cada uma
perdesse a sua personalidade jurídica, formando consórcios de empresas para a consecução de
um fim específico.

Destarte, o consórcio não representa constituição de sociedade nova. As empresas se


agrupam para fazer frente a um objetivo, mantendo cada uma a sua estrutura organizacional e
jurídica. Por isso, cada empresa participante do consórcio responde pessoalmente por sua
obrigações assumidas perante terceiros, não havendo solidariedade entre as partes.

Pelo exposto, conclui-se que consórcio e grupamento de empresas se constituem em


expressões análogas, cujo implemento se dá por meio de um contrato que obriga os
contraentes entre si, mantendo cada parte sua autonomia e responsabilidade perante
terceiros.

Embora sem personalidade jurídica própria, o consórcio é representado por um órgão de


administração constituído pelos seus pares, que também os representa juridicamente.

Não se trata de forma de reorganização societária e tampouco de formação de truste, por


mais que se possa chegar a resultados semelhantes nos diversos institutos.

Por fim, não há que se comparar o consócio com grupo de sociedades, que geralmente
possui amplo espectro de atuação, visto que o consórcio é constituído para a execução de fim
específico e determinado, encontrando-se sublinhado, como principal matriz legal, na lei das
SA.

A lei das SA trata do consórcio nos arts. 278 e 279. Conforme aquele dispositivo legal,
infere-se que o consórcio possui caráter mercantil e objetiva somar recursos operacionais e/ou
financeiros, surgindo, assim, o consórcio operacional e o consórcio instrumental, conforme
sejam os objetivos a consecução de um fim específico ou a execução de determinados
serviços, obras e concessões.

As empresas que participam do consórcio podem possuir objeto semelhante ou os


objetos das diversas empresas se complemente para a execução do objetivo comum. Em
ambos os casos, não será objetivo do consórcio a distribuição de resultados, pois carece de
personalidade jurídica e, em conseqüência, não possui capital social.

Quando o objetivo do consórcio é a celebração de contratos com o Poder Público, isto é,


um consórcio instrumental, aquele requer que uma das consorciadas seja a interlocutora ou a
líder do grupo, recaindo, neste caso, a administração e responsabilidade pelas obrigações do
consórcio sobre a empresa designada para tal.

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A doutrina classifica os consórcios em abertos e fechados, conforme seja admitida a


entrada de nova empresa no grupo ou não, cuja estipulação precisa deve constar no contrato
que implementa o consórcio.

A superveniência de falência de uma das consorciadas não se estende às demais,


persistindo o consórcio com as outras contratantes.

Vejamos os dispositivos legais pertinentes ao assunto:

Art. 278. As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo


controle ou não, podem constituir consórcio para executar determinado
empreendimento, observado o disposto neste Capítulo.
§ 1º O consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se
obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, respondendo cada
uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.
§ 2º A falência de uma consorciada não se estende às demais, subsistindo o
consórcio com as outras contratantes; os créditos que porventura tiver a
falida serão apurados e pagos na forma prevista no contrato de consórcio.
Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão
da sociedade competente para autorizar a alienação de bens do ativo
permanente, do qual constarão:
I - a designação do consórcio se houver;
II - o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;
III - a duração, endereço e foro;
IV - a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade
consorciada, e das prestações específicas;
V - normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;
VI - normas sobre administração do consórcio, contabilização, representação
das sociedades consorciadas e taxa de administração, se houver;

VII - forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum, com o


número de votos que cabe a cada consorciado;
VIII - contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se houver.

Parágrafo único. O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados


no registro do comércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do
arquivamento ser publicada.

11.RESUMO DOS PRINCIPAIS PRAZOS NA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Î Prazo para realização de Assembléia Geral quando houver diminuição do


5 DIAS
Capital Social pela absorção das ações em tesouraria.
Î Retirada de Acionista se não promovida a admissão das novas ações no
30 dias
mercado secundário;

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Î Exercício do direito de preferência na subscrição de ações, quando não


for pública a subscrição.
Î O pedido de novo balanço pelo acionista dissidente;
60 dias Î Credor anterior pode pleitear, judicialmente, a anulação da incorporação
e fusão.
90 dias Î Credor anterior se opor a exclusão da responsabilidade na cisão.
Î Promover a admissão das novas ações no mercado secundário;
120 dias Î Pagar saldo a acionista dissidente;
Î Substituir acionista de ações em tesouraria.

12.NORMATIZAÇÃO DA CVM

INSTRUÇÃO CVM No 319, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999


Dispõe sobre as operações de incorporação, fusão e cisão envolvendo
companhia aberta.
O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o
Colegiado, em reunião realizada nesta data, com fundamento nos arts. 8o,
inciso I, 9o, inciso I, alínea "g", e inciso II, 11, §3o, 21, §6o, inciso I, 22,
parágrafo único e incisos I, II, IV, VI e VII, da Lei no 6.385, de 7 de dezembro
de 1976, e tendo em vista os arts. 8o, 115, 116, 117, §1o, alíneas b e h, 122,
inciso VIII, 124, 136, incisos IV e IX, 157, §1o, alínea e c/c §§ 4o e 5o, 158,
160, 170, 177, §3o, 163, inciso III, 165, 223 a 230, e 264, da Lei no 6.404, de
15 de dezembro de 1976, RESOLVEU baixar a seguinte Instrução:

DO ÂMBITO E FINALIDADE
Art. 1o São regulados pelas disposições da presente Instrução, relativamente
às operações de incorporação, fusão e cisão envolvendo companhia aberta:
I - a divulgação de informações;
II - o aproveitamento econômico e o tratamento contábil do ágio e do
deságio;
III - a relação de substituição das ações dos acionistas não controladores;
IV - a obrigatoriedade de auditoria independente das demonstrações
financeiras;
V - o conteúdo do relatório da administração;
VI - hipóteses de exercício abusivo do poder de controle; e
VII - o fluxo de dividendos dos acionistas não controladores.
§1o O disposto nesta Instrução aplica-se, independentemente da respectiva
forma societária, às sociedades comerciais que façam parte das operações de
que trata o caput deste artigo.
§2o Para os efeitos desta Instrução, equiparam-se às companhias abertas as
sociedades beneficiárias de recursos oriundos de incentivos fiscais registradas
na CVM, e as demais sociedades cujas ações sejam admitidas à negociação

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nas entidades do mercado de balcão organizado, nos termos da Instrução


CVM no 243, de 1o de março de 1996.(NR)*
DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Art. 2o Sem prejuízo do disposto na Instrução CVM no 31, de 8 de fevereiro de
1984, as condições de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia
aberta deverão ser comunicadas pela companhia, até quinze dias antes da
data de realização da assembléia geral que irá deliberar sobre o respectivo
protocolo e justificação, à CVM e às bolsas de valores ou entidades do
mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da
companhia estejam admitidos à negociação, assim como divulgadas na
imprensa, mediante publicação nos jornais utilizados habitualmente pela
companhia.
§1o A comunicação e a divulgação a que se refere o caput deste artigo
deverão conter, no mínimo, as seguintes informações:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua
realização, destacando-se, notadamente:
a) os benefícios esperados, de natureza empresarial, patrimonial, legal,
financeira e quaisquer outros efeitos positivos, bem como os eventuais fatores
de risco envolvidos;
b) se for o caso, e nos termos da legislação tributária, o montante do ágio
que poderá ser amortizado a título de benefício fiscal e as condições de seu
aproveitamento pela companhia; e
c) a quantificação estimativa, razoavelmente discriminada em itens, dos
custos de realização da operação.
II - a indicação dos atos societários e negociais que antecederam a operação;
III - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em
substituição dos direitos de sócio que se extinguirão, os critérios utilizados
para determinar as relações de substituição e as razões pelas quais a
operação é considerada eqüitativa para os acionistas da companhia;
IV - a comparação, em quadro demonstrativo, entre as vantagens políticas e
patrimoniais das ações do controlador e dos demais acionistas antes e depois
da operação, inclusive das alterações dos respectivos direitos;
V - as ações que os acionistas preferenciais receberão, as razões para a
modificação dos seus direitos, se houver, bem como eventuais mecanismos
compensatórios;
VI - se for o caso de incorporação de companhia aberta por sua controladora,
ou desta por companhia aberta controlada, ou de fusão de controladora com
controlada, o cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas
não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido das
ações da controladora e da controlada, avaliados os dois patrimônios segundo
os mesmos critérios e na mesma data, a preços de mercado, para efeito da
comparação prevista no art. 264 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de
1976;

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VII - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do


patrimônio, no caso de cisão;
VIII - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será
referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores;
IX - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das
sociedades possuídas por outra;
X - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou
redução do capital das sociedades que forem parte na operação;
XI - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do
capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se
deverão extinguir;
XII - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas
dissidentes, se for o caso;
XIII - o detalhamento da composição dos passivos e das contingências
passivas não contabilizadas a serem assumidas pela companhia resultante da
operação, na qualidade de sucessora legal;
XIV - a identificação dos peritos ou da empresa especializada, cuja nomeação
será submetida à aprovação da assembléia geral, para avaliar o patrimônio
líquido da companhia, com a declaração da existência ou não, em relação aos
mesmos, de qualquer conflito ou comunhão de interesses, atual ou potencial,
com o controlador da companhia, ou em face de acionista(s) minoritário(s) da
mesma, ou relativamente à outra sociedade envolvida, seus respectivos
sócios, ou no tocante à própria operação;
XV - se a operação foi ou será submetida à aprovação das autoridades
reguladoras ou de defesa da concorrência brasileiras e estrangeiras;
XVI - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação, bem como
outras informações relevantes referentes a planos futuros na condução dos
negócios sociais, notadamente no que se refere a eventos societários
específicos que se pretenda promover na companhia; e
XVII - a indicação dos locais onde estarão disponíveis o projeto ou projetos de
estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para se
efetivar a operação, e a discriminação dos demais documentos colocados à
disposição dos acionistas da companhia para exame e cópia, a partir da data
de publicação das informações a que se refere este artigo, observado o
disposto no art. 3o desta Instrução, sendo obrigatório o envio de cópia dos
documentos de que trata o presente inciso à CVM e às bolsas de valores ou
entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários
de emissão da companhia estejam admitidos à negociação.
§2o Os valores sujeitos à determinação serão indicados por estimativa.

Art. 3o O protocolo, a justificação, bem como os pareceres jurídicos,


contábeis, financeiros, laudos, avaliações, demonstrações financeiras,
estudos, e quaisquer outras informações ou documentos que tenham sido
postos à disposição do controlador ou por ele utilizados no planejamento,
avaliação, promoção e execução de operações de incorporação, fusão ou cisão

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envolvendo companhia aberta, deverão ser obrigatoriamente disponibilizados


a todos os acionistas desde a data de publicação das condições da operação
(art. 2o).

Parágrafo único. As companhias abertas que divulgarem, no exterior,


informações, demonstrações financeiras ou quaisquer outros documentos
adicionais, ou que, por qualquer motivo, tiverem conteúdo diverso em relação
aos requeridos pela legislação societária e pelas demais normas expedidas
pela CVM, acerca das operações tratadas nesta Instrução, deverão,
simultaneamente, divulgá-los no país e disponibilizá-los aos acionistas,
mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente pela
companhia, e comunicá-los à CVM e às bolsas e entidades do mercado de
balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia
estejam admitidos à negociação.
Art. 4o Os laudos definitivos deverão ser disponibilizados aos acionistas assim
que finalizados, mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente
pela companhia, até a data de publicação do anúncio de convocação da
assembléia geral que irá deliberar sobre os mesmos.
Art. 5o As empresas e os profissionais que tenham emitido opiniões,
certificações, pareceres, laudos, avaliações, estudos ou prestado quaisquer
outros serviços, relativamente às operações de incorporação, fusão ou cisão
envolvendo companhia aberta, sem prejuízo de outras disposições legais ou
regulamentares aplicáveis, deverão:
I - esclarecer, em destaque, no corpo das respectivas opiniões, certificações,
pareceres, laudos, avaliações, estudos ou quaisquer outros documentos de
sua autoria, se tem interesse, direto ou indireto, na companhia ou na
operação, bem como qualquer outra circunstância relevante que possa
caracterizar conflito de interesses; e

II - informar, no modo indicado no inciso anterior, se o controlador ou os


administradores da companhia direcionaram, limitaram, dificultaram ou
praticaram quaisquer atos que tenham ou possam ter comprometido o
acesso, a utilização ou o conhecimento de informações, bens, documentos ou
metodologias de trabalho relevantes para a qualidade das respectivas
conclusões.
DO TRATAMENTO CONTÁBIL DO ÁGIO E DO DESÁGIO
Art. 6o O montante do ágio ou do deságio, conforme o caso, resultante da
aquisição do controle da companhia aberta que vier a incorporar sua
controladora será contabilizado, na incorporadora, da seguinte forma:
I - nas contas representativas dos bens que lhes deram origem – quando o
fundamento econômico tiver sido a diferença entre o valor de mercado dos
bens e o seu valor contábil (Instrução CVM no 247/96, art. 14, § 1o);
II - em conta específica do ativo imobilizado (ágio) – quando o fundamento
econômico tiver sido a aquisição do direito de exploração, concessão ou
permissão delegadas pelo Poder Público (Instrução CVM no 247/96, art. 14, §
2o, alínea b); e

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III - em conta específica do ativo diferido (ágio) ou em conta específica de


resultado de exercício futuro (deságio) – quando o fundamento econômico
tiver sido a expectativa de resultado futuro (Instrução CVM no 247/96, art.
14, § 2o, alínea a).
§ 1o O registro do ágio referido no inciso I deste artigo terá como
contrapartida reserva especial de ágio na incorporação, constante do
patrimônio líquido, devendo a companhia observar, relativamente aos
registros referidos nos incisos II e III, o seguinte tratamento (redação dada
pela Instrução 349/01):
a) constituir provisão, na incorporada, no mínimo, no montante da diferença
entre o valor do ágio e do benefício fiscal decorrente da sua amortização, que
será apresentada como redução da conta em que o ágio foi registrado
(redação dada pela Instrução 349/01);
b) registrar o valor líquido (ágio menos provisão) em contrapartida da conta
de reserva referida neste parágrafo (redação dada pela Instrução 349/01);

c) reverter a provisão referida na letra a acima para o resultado do período,


proporcionalmente à amortização do ágio (redação dada pela Instrução
349/01); e
d) apresentar, para fins de divulgação das demonstrações contábeis, o valor
líquido referido na letra a no ativo circulante e/ou realizável a longo prazo,
conforme a expectativa da sua realização (redação dada pela Instrução
349/01).
§2o A reserva referida no parágrafo anterior somente poderá ser incorporada
ao capital social, na medida da amortização do ágio que lhe deu origem, em
proveito de todos os acionistas, excetuado o disposto no art. 7o desta
Instrução.
§ 3o Após a incorporação, o ágio ou o deságio continuará sendo amortizado
observando-se, no que couber, as disposições das Instruções CVM no 247, de
27 de março de 1996, e no 285, de 31 de julho de 1998.
Art. 7o O protocolo de incorporação de controladora por companhia aberta
controlada poderá prever que, nos casos em que a companhia vier a auferir
benefício fiscal, em decorrência da amortização do ágio referido no inciso III
do art. 6o desta Instrução, a parcela da reserva especial de ágio na
incorporação correspondente a tal benefício poderá ser objeto de capitalização
em proveito do acionista controlador.
§1o Na hipótese prevista no caput deste artigo, observado o disposto no art.
170 da Lei no 6.404/76, será sempre assegurado aos demais acionistas o
direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão
entregues ao controlador.
§ 2o A capitalização da parcela da reserva especial referida no caput deste
artigo, correspondente ao benefício fiscal, somente poderá ser realizada ao
término de cada exercício social e na medida em que esse benefício
represente uma efetiva diminuição dos tributos pagos pela companhia.

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Art. 8o A companhia deverá efetuar e divulgar, ao término de cada exercício


social, análise sobre a recuperação do valor do ágio, ainda que registrado na
forma dos incisos II e III do art. 6º desta Instrução, a fim de que sejam:

a) registradas as perdas de valor do capital aplicado quando evidenciado que


não haverá resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
b) revisados e ajustados os critérios utilizados para a determinação da sua
vida útil econômica e para o cálculo e prazo da sua amortização.
DAS RELAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO
Art. 9o Nas operações de incorporação de companhia aberta por sua
controladora, ou desta por companhia aberta controlada, o cálculo da relação
de substituição das ações dos acionistas não controladores deverá excluir o
saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo também se aplica às
operações de fusão de controladora com controlada.
Art. 10. No cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores, que se extinguirão, estabelecidas no protocolo da operação,
deve ser reconhecida a existência de espécies e classes de ações com direitos
diferenciados, sendo vedado favorecer, direta ou indiretamente, uma outra
espécie ou classe de ações.
Art. 11. É vedada a adoção, nas relações de substituição das ações dos
acionistas não controladores, nas operações de que trata esta Instrução, da
cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, salvo se essas ações
integrarem índices gerais representativos de carteira de ações admitidos à
negociação em bolsas de futuros.

AUDITORIA INDEPENDENTE
Art. 12. As demonstrações financeiras que servirem de base para operações
de incorporação, fusão e cisão envolvendo companhia aberta deverão ser
auditadas por auditor independente registrado na CVM.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, ainda, aos casos de
incorporação de ações previstos no art. 252 da Lei no 6.404/76.

Art. 13. As demonstrações financeiras referidas no artigo anterior deverão ser


elaboradas de acordo com as disposições da legislação societária e normas da
CVM e observarão, ainda, os critérios contábeis idênticos aos adotados pela
companhia aberta, independentemente da forma societária da outra
sociedade envolvida.
DO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
Art. 14. No relatório da administração, relativo ao exercício em que tiver sido
efetuada qualquer operação de incorporação, fusão e cisão envolvendo
companhia aberta, deverá ser dedicado capítulo ou parte específica,
devidamente destacada, relacionado-se, item a item, todos os custos de
transação suportados pela companhia em virtude da operação, assim como o
quantitativo das economias e demais vantagens já auferidas em razão da
mesma.

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Parágrafo único. O relatório aludido no caput deste artigo e os relatórios dos


dois exercícios seguintes conterão, sem prejuízo de outras informações
devidas, exposição pormenorizada das mudanças ocorridas na administração
e na condução dos negócios, relacionadas ou decorrentes da operação.
DO EXERCÍCIO ABUSIVO DO PODER DE CONTROLE
Art. 15. Sem prejuízo de outras disposições legais ou regulamentares, são
hipóteses de exercício abusivo do poder de controle:
I - o aproveitamento direto ou indireto, pelo controlador, do valor do ágio
pago na aquisição do controle de companhia aberta no cálculo da relação de
substituição das ações dos acionistas não controladores, quando de sua
incorporação pela controladora, ou nas operações de incorporação de
controladora por companhia aberta controlada, ou de fusão de controladora
com controlada;
II - a assunção, pela companhia, como sucessora legal, de forma direta ou
indireta, de endividamento associado à aquisição de seu próprio controle, ou
de qualquer outra espécie de dívida contraída no interesse exclusivo do
controlador;
III - o não reconhecimento, no cálculo das relações de substituição das ações
dos acionistas não controladores estabelecidas no protocolo da operação, da
existência de espécies e classes de ações com direitos diferenciados, com a
atribuição de ações, com direitos reduzidos, em substituição àquelas que se
extinguirão, de modo a favorecer, direta ou indiretamente, uma outra espécie
ou classe de ações;
IV - a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores, da cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, que
não integrem índices gerais representativos de carteira de ações admitidos à
negociação em bolsas de futuros;

V - a não avaliação da totalidade dos dois patrimônios a preços de mercado,


nas operações de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou
desta por companhia aberta controlada, e nas operações de fusão entre
controladora e controlada, para efeito da comparação prevista no art. 264 da
Lei no 6.404/76 e no inciso VI do art. 2o desta Instrução; e
VI - a omissão, a inconsistência ou o retardamento injustificado na divulgação
de informações ou de documentos que tenham sido postos à disposição do
controlador ou por ele utilizados no planejamento, avaliação, promoção e
execução de operações de incorporação, fusão ou cisão envolvendo
companhia aberta.
DO FLUXO DE DIVIDENDOS
Art. 16. Os dividendos atribuídos às ações detidas pelos acionistas não
controladores não poderão ser diminuídos pelo montante do ágio amortizado
em cada exercício.
DAS INFRAÇÕES GRAVES
Art. 17. Considera-se infração grave, para os efeitos do art. 11, § 3o, da Lei no
6.385, de 7 de dezembro de 1976, a infração ao disposto nos arts. 170, 223,

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224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231 e 264, da Lei no 6.404/76, assim
como a violação das obrigações e o descumprimento dos prazos previstos
nesta Instrução, e a prática de atos com exercício abusivo do poder de
controle.
Parágrafo único. Estão sujeitos às penalidades previstas em lei, conforme o
caso, a companhia aberta, os membros dos conselhos de administração e
fiscal, e da diretoria, os integrantes de seus órgãos técnicos ou consultivos,
bem como quaisquer outras pessoas naturais ou jurídicas que tenham
concorrido para a infração.

DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 18. Aplica-se às operações já concretizadas o disposto nos arts. 6o,
incisos I a III e §3o, 8o, 14 e 16 desta Instrução, sem prejuízo da apuração de
eventual prática de exercício abusivo do poder de controle.
Art. 19. O estatuído nos arts. 2o, 3o, caput, 5o, 6o, §§ 1o e 2o, 7o, 9o, 10 e 11
desta Instrução não será aplicável às operações precedidas, nos últimos
sessenta dias, de oferta pública voluntária de compra de ações, diretamente
relacionada com a operação a ser realizada.
Art. 20. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação no Diário
Oficial da União.
FRANCISCO DA COSTA E SILVA
Presidente

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01) (AFTN-1996-Esaf) A operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, é chamada de
a) Fusão
b) Consórcio
c) Incorporação
d) Cisão
e) Monopólio

02) (AFTN-1998-Esaf) No processo de incorporação, uma das preocupações é garantir uma


participação justa dos acionistas tanto da incorporadora quanto da incorporada no novo
Patrimônio Líquido que surge. As opções abaixo representam procedimentos que garantirão
esta justa participação, exceto
a) proceder ao levantamento do Balanço Patrimonial contábil na mesma data-base e com os
mesmos critérios contábeis para ambas as empresas
b) proceder à incorporação pelos valores contábeis originais da data-base
c) o aumento de capital na incorporadora tomará por base um preço de emissão das ações
igual ao valor patrimonial
d) proceder à contabilização das diferenças oriundas das avaliações
e) proceder, através de peritos, à avaliação patrimonial de ambas as empresas aos seus
valores de mercado, com base nos mesmos critérios de avaliação dos Ativos e Passivos

03) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 - Lei das S/A., incorporação é
operação pela qual
a) se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
b) uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações.
c) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
d) se unem duas ou mais sociedades sem formar uma sociedade nova.
e) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, sem
extinguir a sociedade cindida.

04) (“TEC/CEF”-2000-CESPE) As ações de uma companhia aberta apresentaram uma forte


queda na bolsa de valores em razão da divulgação de uma reorganização societária,
segundo a qual ela incorporaria oito outras empresas. O patrimônio líquido da empresa
resultante seria formado pela soma do patrimônio líquido de todas as empresas envolvidas
no processo de incorporação, linha por linha, de maneira a não alterar a situação de
reservas, e a relação de troca entre as ações seria feita com base no valor patrimonial
CONTÁBIL delas, apurado ao final do mês imediatamente anterior ao da aprovação da
incorporação pela assembléia geral extraordinária convocada para tratar desse assunto.
Como cada empresa envolvida nessa incorporação não possuía qualquer participação
acionária nas demais empresas participantes desse processo, poder-se-ia deduzir que a
nova situação e as perspectivas de resultados futuros, conseqüências da reorganização,
não teriam sido bem-vistas pelo mercado de valores mobiliários, especialmente pelos
investidores. As razões podem ser inúmeras, como eventuais ativos ruins das empresas a
serem incorporadas, dívidas elevadas dessas empresas etc. Nessa situação, a alternativa
de incorporação que, talvez, pudesse ser mais bem-vista pelo mercado seria com a relação
de trocas das ações feita com base no valor de mercado destas e não com base no valor
patrimonial contábil.
A partir da situação hipotética apresentada, julgue os itens abaixo.

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1. De acordo com a legislação de regência a sociedade incorporadora acima descrita é uma


sociedade por ações.
2. Na incorporação societária citada, todos os ativos e passivos das empresas envolvidas
podem ser aglutinadas, exceto o capital social.
3. Após essa incorporação societária, eventuais dívidas e créditos entre as empresas
envolvidas, anteriores ao ato de incorporação, seriam automaticamente anulados.
4. No processo relatado, os acionistas/sócios majoritários das empresas incorporadas passam
a ser acionistas/sócios da empresa incorporadora, mas os acionistas minoritários não
poderiam ter essa opção, segundo a legislação de regência.
5. Em face da situação descrita, todos os lançamentos de incorporação deveriam ser feitos no
livro diário da incorporadora.

05) (AFTN-98-Esaf) Incorporação é a operação pela qual uma (um)


a) empresa adquire mais de 50% do controle acionário de outra do mesmo grupo
b) empresa une seu patrimônio a outra formando uma terceira
c) edifício é construído por uma empresa em um terreno previamente cedido pela outra
d) empresa transfere a totalidade do Patrimônio para outra que a sucede em direitos e
obrigações
e) empresa passa a ter acionistas comuns a uma outra empresa

06) (AFTN-1996-Esaf) O procedimento que deve ser observado no processo de fusão de


sociedade é:
a) a nomeação dos peritos que avaliarão os patrimônios das sociedades deve ser feita apenas
pela Assembléia Geral de Acionistas da companhia fundida
b) a exigência de entrega pela entidade que será fundida dos Balanços Patrimoniais e das
Demonstrações de Resultado de Exercício dos últimos 5 anos.
c) a nomeação dos peritos que Avaliarão os patrimônios das sociedades feita apenas pela
Assembléia Geral de Acionistas da companhia adquirente do Patrimônio
d) a exigência de entrega pela entidade que será fundida dos Balanços Patrimoniais e das
Demonstrações das Mutações Patrimoniais dos últimos 3 anos
e) a nomeação dos peritos que avaliarão os patrimônios das sociedades envolvidas deve ser
feita pela Assembléia Geral que aprovar o protocolo da operação da fusão

07) (AFTN-1998-Esaf) As empresas A, B e C encerram suas atividades através de uma


fusão, transferindo seu Patrimônio Líquido para a formação de uma nova empresa
denominada "D".
Cada uma das empresas possui dois sócios com igual participação no Capital. O Patrimônio
Líquido de cada empresa antes da fusão era:
Patrimônio Líquido A B C
Capital 760 720 2.880
Lucros Acumulados 200 0 0
Reserva de Lucro 0 240 0
As empresas A e B aumentaram seu Capital antes da fusão, utilizando os saldos de Lucros
Acumulados e Reserva de Lucro.
A participação, individual, dos sócios da empresa B após a fusão é equivalente a
a) R$ 1.440,00 para cada um
b) 10% do total
c) 30% do total
d) 50% do total
e) R$ 380,00 para um e R$ 1.360,00 para outro

08) (AFTN-1998-Esaf)Com relação às reorganizações societárias mediante os processos de


incorporações, fusões ou cisões, podemos afirmar que todas as opções abaixo são corretas,
exceto
a) fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova,
que as sucederá em todos os direitos e obrigações

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b) uma companhia emissora de debêntures em circulação ficará sempre obrigada à prévia


autorização dos debenturistas sob pena de nulidade da incorporação, fusão ou cisão
c) cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou
mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a
versão
d) interesses de natureza societária entre quotistas ou acionistas são fatores importantes a
serem contemplados no processo de reorganização
e) incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
a sucede em todos os direitos e obrigações

09) (INSS-1998-CESPE) Fusão, incorporação e cisão são modalidades de reorganização de


sociedades, previstas em lei, que permitem às empresas, a qualquer tempo, promover as
reformulações que forem apropriadas, atendendo a diversos objetivos. Acerca desse
assunto, julgue os itens abaixo.
1. Um processo de incorporação, fusão ou cisão, antes de se efetivar, requer que os órgãos da
administração ou sócios das sociedades interessadas firmem um protocolo, que incluirá os
critérios e as principais bases de efetivação da modalidade de reorganização a ser
implementada.
2. Até sessenta dias após publicados os atos relativos à incorporação ou fusão. o credor por ela
prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação.
3. Incorporação é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
4. Fusão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma
ou mais sociedades. constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a
companhia fusionada, se houver versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu
capital, se a versão for parcial.
5. Na incorporação, fusão ou cisão, a contabilidade pode adotar o critério de avaliação dos
ativos a valores de saída, na base de liquidação forçada, decaindo os princípios de
contabilidade, a menos que se trate de companhia aberta, com ações negociadas em bolsa
de valores.

10) (TCU-1995-CESPE) A transformação, a incorporação, a fusão e a cisão são reguladas


pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76). Tomando por base a legislação sobre a
matéria, julgue os seguintes itens.
1. Havendo incorporação da sociedade B pela A, os sócios da B participarão do decorrente
aumento de capital na A, na proporção das participações que detinham na B.
2. as sociedades A, B e C se fundem, desaparecem as três, dando origem a uma nova,
constituída pelos sócios de A, B e C.
3. No caso de cisão parcial da sociedade A, não poderá haver constituição de outra; se a cisão
for total, terá de ocorrer, pelo menos, a constituição de uma outra sociedade.
4. Distingue-se a simples absorção da incorporação; no primeiro caso, a sociedade resultante
adquire apenas o ativo e o passivo exigível da que desaparece, cujos sócios serão
reembolsados.
5. A transformação, quando operada mediante modificação do quadro societário, exige
liquidação da sociedade e constituição de uma nova sociedade.

11) (INSS-1997-CESPE) Há diversas formas, previstas na legislação, de reorganização das


sociedades por ações, as quais permitem às sociedades, a qualquer tempo, promover as
reformulações que lhes forem apropriadas, para atender a objetivos específicos. Acerca do
assunto, julgue os itens que se seguem.
1. a incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
2. na conclusão do processo de incorporação, aos acionistas de empresa incorporada será
sempre garantida a manutenção de igual quantitativo de ações possuídas da empresa
incorporada.

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3. será mantida, após o processo de incorporação a situação de participação recíproca


existente entre incorporada e incorporadora.
4. a cisão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
5. a fusão é a operação pela qual uma companhia transfere parcelas do seu patrimônio para
uma ou mais sociedades, já existentes ou constituídas para esse fim, extinguindo-se a
companhia fusionada, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu
capital, se parcial a versão.

12) (INSS-2001-CESPE) Julgue os itens abaixo, relativos a incorporação, cisão e fusão.


1. Na incorporação de uma sociedade anônima por outra já existente constará de protocolo
firmado pelos órgãos de administração ou pelos sócios de sociedade interessada, entre
outras coisas, o valor do aumento ou da redução do capital social da sociedade
incorporadora.
2. Na incorporação de sociedade anônima pela sua controladora, a justificação apresentada à
assembléia-geral da controlada deverá conter, além de outras informações, o cálculo das
relações de substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base
no valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da controlada. Esses dois
patrimônios deverão ser avaliados segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços
de mercado.
3. Na incorporação da controladora por sua subsidiária integral, em uma situação em que a
controladora seja uma holding que possua em seu ativo apenas os investimentos na
companhia incorporadora, a sociedade resultante da incorporação irá possuir, ao final do
processo, suas próprias ações registradas no ativo, em contrapartida de receita de
incorporação do período.
4. Na fusão de duas empresas Alfa e Beta sob controle comum de, Celta, sem que haja
participação entre as fusionadas, o acionista controlador de Celta e os seus minoritários com
participação preponderante em Alfa ou Beta passam a ser os únicos acionistas da nova
empresa, perdendo as suas participações os acionistas minoritários de Alfa ou Beta cujas
participações fossem não-preponderantes, extinguindo-se contabilmente a parcela de
patrimônio liquido correspondente às ações dos acionistas que perderam suas participações
no processo, em contrapartida de lucros ou prejuízos acumulados.
5. Em uma operação de cisão parcial, com a versão de parcelas patrimoniais para múltiplas
empresas criadas, é permitido pela Lei das Sociedades Anônimas que os acionistas da
empresa cindida sejam mantidos em todas as empresas resultantes do processo, com a
mesma participação acionária que detinham na empresa objeto da cisão, com base em
patrimônios líquidos de cada sociedade definidos no protocolo e na justificação de cisão.

13) (AFTN-98-Esaf)Nas operações de cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto


a) cisão total com a criação de duas ou mais empresas novas
b) cisão total com versão de parte do Patrimônio Líquido para empresa nova e parte para
empresa já existente
c) cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes
d) cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes
e) cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade

14) (AFRF-2001-Esaf) Nos processos de fusão, cisão ou incorporação envolvendo


companhias abertas a divulgação das condições de negociações deve ser feita:
a) apenas aos acionistas minoritários, à Comissão de Valores Mobiliários, aos principais
credores e às bolsas de valores 30 dias após a data da realização da assembléia geral que
irá deliberar sobre o protocolo
b) nos jornais utilizados habitualmente pela companhia e comunicada 10 dias antes da
assembléia geral aos acionistas minoritários, ao Ministério da Fazenda e aos principais
credores das companhias envolvidas
c) apenas aos acionistas ordinários, ao Banco Central, aos principais credores e a todas as
bolsas de valores, na data da realização da assembléia geral que irá deliberar sobre o
protocolo de intenções
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d) dando destaque entre outros itens aos benefícios esperados de natureza patrimonial,
empresarial, legal e financeira e demais efeitos positivos da operação bem como os
eventuais fatores de risco envolvidos
e) dando destaque apenas aos itens de natureza patrimonial, financeira e legal, no prazo de 30
dias após a realização da assembléia geral e publicando 90 dias após a assembléia

15) (CVM/2001-Esaf) Nas operações de incorporação ou fusão de empresas, os credores


dessas empresas poderão:
a) pleitear judicialmente a anulação da operação em até 60 dias depois de publicados os atos
relativos a essas operações, desde que os mesmos sejam prejudicados em seus direitos
b) anular a operação durante a Assembléia Geral Ordinária, convocada para aprovação do
protocolo da operação, desde que ocorra aumento do risco de recebimento de seus créditos
c) pedir judicialmente o cancelamento da operação 15 dias após a Assembléia Geral que
aprovar o protocolo da operação, desde que comprovem prejuízo de recebimento de seus
créditos
d) na Assembléia Geral Ordinária, que tratar da aprovação do protocolo da operação, votar
pela anulação da operação desde que comprovem a manipulação de dados em prejuízo do
acionista minoritário
e) anular a operação após 90 dias da Assembléia Geral Extraordinária, que aprovar o protocolo
da operação, desde que comprovem aumento de dificuldades no recebimento de seus
créditos

16) (AFTN-1998-Esaf) A conceituação de "Filial" é


a) o estabelecimento sede ou principal, ou seja, aquele que tem primazia na direção a que
estão subordinados todos os demais
b) o estabelecimento comercial que opera na dependência da matriz
c) qualquer estabelecimento mercantil industrial ou civil, dependente ou ligado a outro que, em
relação a ele, tem ou detém o poder de comando
d) uma companhia constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista uma
outra sociedade
e) uma companhia com personalidade jurídica própria distinta da sociedade controladora
domiciliada no exterior

17) (AFTN-1998-Esaf) Indique, nas opções abaixo, aquela que não guarda relação quanto à
dissolução de uma companhia.
a) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que
representem 1% do capital social
b) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei
d) pelo término do prazo de duração estabelecido para suas atividades
e) nos casos previstos no estatuto

18) (AFTN-1998-Esaf) A reserva de reavaliação, transferida por ocasião da incorporação,


fusão ou cisão, terá na sucessora o seguinte tratamento:
a) ser desconsiderada na incorporação, fusão, encampação ou cisão
b) ser considerada realizada, totalmente, na apuração do lucro real
c) mesmo tratamento tributário que teria na sucedida
d) somente os bens comuns às duas sociedades deverão ser reconhecidos como realizados
e) na fusão deve ser incluída na apuração do lucro real; na cisão e incorporação, não.

19) (AFRF-2002-Esaf) Em processo de incorporação, pela controladora, de companhia


controlada, a avaliação dos dois patrimônios envolvidos, sendo ambas companhias abertas,
deve ser feita por
a) perito nomeado pela incorporada.
b) três peritos nomeados pela Assembléia Geral.
c) empresa especializada em avaliação.
d) perito nomeado ou empresa especializada.
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e) peritos nomeados pelo conselho de administração.

20) (AFRF-2002-Esaf) A operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
uma nova é denominada
a) fusão
b) incorporação
c) cisão
d) consórcio
e) sucursal

21) (AFRF-2002-Esaf) As demonstrações financeiras de companhias abertas que servirem de


base para operações de fusão, cisão e incorporação devem
a) ter seus valores patrimonais consolidados.
b) ser auditadas por auditor registrado na CVM.
c) ser assinadas por contador registrado na CVM.
d) ter os dados apresentados confidencialmente aos interessados.
e) divulgar o fluxo de dividendos dos acionistas controladores.

22) (AFRF-2002-Esaf) A deliberação sobre a transformação, fusão, incorporação e cisão da


companhia, compete privativamente
a) à Assembléia Geral.
b) ao conselho Fiscal.
c) à presidência da sociedade.
d) ao conselho de Administração.
e) à diretoria da empresa.

23) (AFRF-2002-2-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 358/2002 as operações de fusão,


cisão ou incorporação, realizadas por companhias abertas, caracterizam-se como:
a) ato relevante por não influir na decisão do acionista minoritário de comprar, vender ou
manter valores imobiliários da empresa.
b) fato relevante desde que possam influir na decisão dos investidores de comprar, vender ou
manter valores mobiliários de emissão das companhias envolvidas na operação.
c) ato administrativo por não influenciar na tomada de decisão do público para comprar,
vender ou manter valores mobiliários emissão das companhias envolvidas na operação.
d) fato contábil por não ser fator preponderante na decisão do acionista minoritário comprar,
vender ou manter esses valores imobiliários da companhia.
e) ato não relevante por influir na decisão do público de comprar, vender ou manter aqueles
valores imobiliários.

24) (AFRF-2002-2-Esaf) Nas operações de Fusão envolvendo companhias abertas, é(são)


regulado(s) pelas disposições da Instrução CVM 319/1999:
a) o tratamento financeiro dado ao ágio, que deve ser comunicado a CVM até 45 dias antes da
data da realização da operação.
b) o fluxo de dividendos dos acionistas controladores e a remuneração da diretoria quando se
tratar de sociedade limitada.
c) a relação de substituição das ações dos acionistas controladores e o fluxo de dividendos dos
minoritários.
d) o conteúdo do relatório da administração, o aproveitamento econômico e o tratamento
contábil do ágio e do deságio.
e) o relatório de auditoria independente das demonstrações financeiras, que deverá ser
enviado a CVM até 30 dias antes da data da realização da operação.

25) (AFRF-2002-2-Esaf) São denominadas sociedades controladas em conjunto


a) as sociedades nas quais nenhum acionista possua direitos de sócio que lhe assegure de
modo permanente preponderância nas deliberações sociais ou poderes de eleger ou destituir
a maioria dos administradores.

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b) as associações de empresas constituídas sob a forma de consórcios, com finalidade própria


e determinada por estatuto nas quais o valor contábil investido por seus investidores tenha
o mesmo percentual.
c) o conjunto de sociedades desobrigadas da elaboração das demonstrações contábeis
consolidadas por não serem companhias abertas mesmo que as participações societárias dos
acionistas sejam de idêntico valor.
d) as associações de investidores constituídas na forma de participação recíproca com
finalidade própria determinada por estatuto ou contrato social com prazo de vida útil
determinado.
e) as associações de investidores constituídas na forma de consórcio cujo patrimônio líquido
seja respaldado apenas por disponibilidades e possua finalidade própria determinada por
estatuto ou contrato social com prazo de vida útil determinado.

26) (AFRF-2002-2-Esaf) De acordo com o disposto na Instrução CVM 319/1999, nas


operações de fusão de companhia controladora com controlada, o cálculo da relação de
substituição das ações dos acionistas controladores, deverá:
a) avaliar em qualquer circunstância a cotação das ações preferenciais em bolsa.
b) incluir o saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
c) eliminar o saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
d) inserir o saldo do ágio pago na aquisição da controladora.
e) incluir o valor do ágio pago favorecendo diretamente as ações preferenciais.

27) (AFRF-2002-2-Esaf) Em um processo de cisão parcial de empresa brasileira, havendo a


existência de prejuízo, o tratamento fiscal conseqüente dado para o cálculo do Imposto
sobre a Renda é:
a) classificar o valor do prejuízo contábil cindido nas duas empresas como deságio.
b) o aproveitamento do valor do prejuízo contábil no cálculo do IR das empresas.
c) a dedutibilidade do prejuízo contábil no cálculo do IR nas duas empresas.
d) o abatimento total do prejuízo do valor bruto da negociação.
e) compensação do prejuízo fiscal remanescente na parte não vertida.

28) (AFRF-2002-2-Esaf) De acordo com o disposto na Instrução CVM 319/1999, nas


operações de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta por
companhia aberta controlada, o cálculo da relação de substituição das ações dos acionistas
controladores, deverá:
a) excluir o saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
b) incluir o saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
c) favorecer com a inclusão do ágio pago nas ações de menor valor unitário.
d) inserir o saldo do ágio pago na aquisição da controladora.
e) incluir o valor do ágio pago favorecendo diretamente as ações preferenciais.

29) (AFRF-2002-2-Esaf) De conformidade com o disposto na Instrução CVM 349/2001, o


procedimento contábil relativo ao lançamento do montante do ágio resultante da aquisição
do controle da companhia aberta que vier a incorporar sua controladora é registar em
a) conta específica do ativo diferido, quando o fundamento econômico tiver sido a aquisição de
concessão ou permissão delegada pelo poder público.
b) conta específica do ativo permanente investimento, quando o fundamento econômico tiver
sido a expectativa de resultado futuro.
c) conta específica do ativo imobilizado, quando o fundamento econômico tiver sido a
expectativa de resultado futuro.
d) conta de resultado específica como Ganhos/Perdas, quando o fundamento econômico tiver
sido a aquisição de concessão ou permissão delegada pelo poder público.
e) conta específica do ativo imobilizado, quando o fundamento econômico tiver sido a
aquisição de concessão delegada pelo poder público.

30) (AFRF-2002-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 - Lei das S/A., incorporação é
operação pela qual
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a) se unem duas ou mais sociedades sem formar uma sociedade nova.


b) se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
c) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
d) uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações.
e) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, sem
extinguir a sociedade cindida.

31) (AFRF-2003) É fator condicional para a efetivação das condições aprovadas, de operação
de fusão se os peritos nomeados determinarem que o valor dos patrimônios líquidos vertidos
para a formação do novo capital social seja:
a) inferior a 20% do capital preferencial das empresas envolvidas.
b) pelo menos, igual ao montante do capital a realizar.
c) no máximo 50% do capital ordinário anterior de cada uma das empresas.
d) inferior ao total do capital preferencial anterior de cada uma das empresas.
e) totalmente integralizado e superior a 50% do capital ordinário.

32) (AFRF-2003) A Cia. Alternativa emitiu debêntures 1998, que ainda estavam em
circulação em 2000, ano em que essa empresa passa por um processo de cisão. Com
relação à integridade dos direitos dos debenturistas, pode-se afirmar que:
a) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 5 anos pelo valor de
resgate das debêntures.
b) a responsabilidade pelo resgate das debêntures somente poderá ser repassada aos
acionistas ordinários que permanecerem nas novas sociedades.
c) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 10 anos pelo valor de
resgate das debêntures.
d) tanto a sociedade cindida quanto aquelas que absorveram parcelas de seu patrimônio
respondem solidariamente pelo resgate das debêntures.
e) apenas as novas sociedades surgidas do processo de cisão serão responsáveis pelo resgate
das debêntures na proporção registrada em seus passivos.

33) (AFRF-2003) Em casos de liquidação de sociedades não é dado poder ao liquidante, sem
a expressa autorização de assembléia, de:
a) alienar bens móveis e imóveis da empresa em liquidação.
b) receber e dar quitação em recebíveis da empresa em liquidação.
c) convocar assembléia geral a cada 6 meses para prestar contas das operações praticadas.
d) representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação.
e) prosseguir na atividade social, ainda que, para facilitar o processo de liquidação, sem a
expressa autorização da assembléia geral.

34) (Petrobras-CESPE-2004) O acionista, quando dissidente em matérias relativas a


incorporação, fusão e cisão, terá o direito incondicional de retirar-se da companhia
mediante o reembolso do valor de suas ações.

35) (Petrobras-CESPE-2004) Se a companhia tiver debêntures em circulação, a operação de


incorporação, fusão ou cisão só terá validade se houver a prévia autorização dos
debenturistas em assembléia convocada especialmente para essa finalidade, ou se lhes for
assegurado o resgate das debêntures de que forem titulares no prazo mínimo de seis
meses.

36) (Petrobras-CESPE-2004) Fusão é uma operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações. Cisão refere-se à transferência total do patrimônio da companhia para uma ou

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mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se sempre a


companhia cindida.

37) (Petrobras-CESPE-2004) A incorporação, a fusão ou a cisão pode ser operada entre


sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverá ser deliberada na forma prevista para
alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.

38) (CESPE/Unb-INMETRO-2001) A respeito de fusão, incorporação e cisão de empresas e


equivalência patrimonial, assinale a opção correta.
a) Incorporação é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
b) Fusão é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe
sucede em todos os direitos e obrigações.
c) Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou
mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se
parcial a versão.
d) Consideram-se coligadas apenas as sociedades quando uma participa com 20% ou mais do
capital social da outra, sem controlá-la.
e) Considera-se relevante o investimento somente quando o valor contábil do investimento em
cada coligada for igual ou superior a 20% do patrimônio líquido da investidora.

GABARITO

01 – C 02 – C 03 – B 04 – C E E E C 05 – D
06 – E 07 – B 08 – B 09 – C C E E E 10 – C C E C E
11 – C E E E E 12 – C C E E C 13 – E 14 – D 15 – A
16 – B 17 – A 18 – C 19 – C 20 – A
21 – B 22 – A 23 – B 24 – D 25 – A
26 – C 27 – E 28 – A 29 – E 30 – D
31 - B 32 - D 33 - E 34 – E 35 – C
36 – E 37 – C 38 – C

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Aula 04

FLUXO DOS CAIXAS


Mais um assunto que está bastante em moda nas provas de concursos e por isso merece
nossa especial atenção. Vamos a ele sem rodeios.

1. INTRODUÇÃO

A Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976 (Lei 6.404/76) estabelece, no art. 176, que as
demonstrações contábeis obrigatórias são: balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou
prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; e demonstração das origens e
aplicações de recursos. No § 4º do mesmo dispositivo nos é informado que as demonstrações
serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados do exercício.

Percebe-se que a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) não é obrigatória, mas
encontra amparo no § 4º do art. 176 da Lei 6.404/76, quando ela estabelece que as
demonstrações são complementadas por outros quadros ou demonstrações contábeis
necessários para o esclarecimento da situação patrimonial. De fato, a DFC complementa e
esclarece a situação patrimonial no concernente ao aspecto financeiro do patrimônio, servindo
de apoio ao processo decisório na gestão empresarial.

Em que pese não haver disposição expressa na lei societária sobre a DFC, a nova lei de
falências, Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, no art. 105, inciso I, alínea “d”, dispõe
que:

Art. 105 - O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender


aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo
sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da
atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com
estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;

Além desse dispositivo legal, a CVM, por meio do OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº


01/2005, de 25 de fevereiro de 2005, orientando os Diretores de Relações com Investidores e
Auditores Independentes sobre a elaboração de Informações Contábeis pelas Companhias
Abertas, estabeleceu no item 4 as seguintes recomendações acerca da Demonstração de
Fluxos de Caixa (DFC):

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4. Demonstração dos Fluxos de Caixa


4.1 Evolução da Demonstração de Fluxos de Caixa
As origens da atual demonstração de fluxos de caixa estão nas demonstrações
preparadas décadas atrás pelas companhias que apresentavam as fontes e
aplicações de fundos obtidos em essência dos aumentos e diminuições dos
itens do balanço patrimonial. A diferença entre esses itens foi chamada de
posição financeira, denominação que permanece até hoje em vários países.
Esse formato evoluiu de uma informação suplementar e voluntária para uma
demonstração obrigatória ainda sob o conceito da posição financeira como a
variação do capital circulante, ou capital de giro líquido.
Na forma prevista pelo artigo 188 da Lei nº 6.404/76, a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – tem como objetivo indicar as
modificações na posição financeira da companhia, ou seja, as variações de
itens dos ativos e passivos organizados de forma tal que demonstre a
variação no capital circulante líquido do período. No texto desse artigo, essa
demonstração deve discriminar:

I – as origens dos recursos, agrupadas em:


a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e
ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;

b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;


c) recursos de terceiros, originários do aumento do passível exigível a longo
prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado;
II – as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;

b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;


c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo
diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
IV – os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o
exercício.
A elaboração da demonstração de origens e aplicações de recursos evoluiu ao
longo do tempo e os seguintes pontos foram adotados na pratica contábil: (i)
quando os recursos das operações da empresa apresentarem-se negativos,
eles devem ser demonstrados como uma aplicação de recursos e não como
uma redução na origem de recursos, (ii) os empréstimos dedicados ao
financiamento do imobilizado podem ser apresentados como origens e
aplicações, respectivamente, (iii) a reavaliação deve ser excluída das
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demonstrações das origens e aplicações por não representar fluxo de


recursos.
O conceito de "fundos" e "posição financeira" originário das primeiras
demonstrações, foi então estreitado para uma definição de caixa ou
equivalente de caixa, conforme estabelecido no pronunciamento americano
SFAS 95 e no pronunciamento internacional IAS 7, ambos com o título de
Statement of Cash Flow. A DOAR está, portanto, baseada nos conceitos de
capital circulante líquido e no regime de competência, o que significa
apresentar a disponibilidade dentro do chamado ciclo financeiro da empresa e
na geração de recursos operacionais a partir do resultado elaborado segundo
o regime de competência. A demonstração dos fluxos de caixa, por outro
lado, baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, demonstrado segundo
o regime de caixa.
4.2 A Demonstração dos Fluxos de Caixa segundo a norma internacional IAS
7
A seguir estão resumidos e comentados os principais pontos da norma sobre a
demonstração de fluxo de caixa no IAS 7:
Objetivos
A informação dos fluxos de caixa fornece uma base para avaliação da
capacidade de geração e utilização desses fluxos de forma estruturada por
natureza de atividades. Os usuários da empresa estão interessados em saber
como a empresa gera caixa e equivalentes de caixa, e este interesse
independe da natureza da empresa.
Estrutura
Os seguintes tópicos principais devem ser usados em todos os fluxos de
caixa: (i) atividades operacionais, (ii) de investimento e (iii) de financiamento.
Essa classificação permite avaliar o efeito das atividades sobre o montante de
caixa e equivalentes de caixa.
Conceitos
Caixa e equivalentes de caixa: o caixa compreende numerário em mãos e
depósitos bancários disponíveis; Equivalentes de caixa são investimentos de
curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valores de
caixa e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor.
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da
entidade, além de outras atividades diferentes das de investimento e
financiamento; Esses fluxos são basicamente derivados de transações
geradoras de receita da entidade e, portanto, geralmente resultam das
transações e outros eventos que entram na apuração do resultado. Exemplos
são os recebimentos em dinheiro pela venda de bens e serviços e o
pagamento em dinheiro a fornecedores, a empregados, a seguradores por
prêmios e de impostos.
Atividades de investimento: são aquisição e venda de ativos de longo prazo e
outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas
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futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa.
Exemplos são os desembolsos para aquisição de ativo imobilizado, intangível
e outros ativos de longo prazo, recebimentos pela venda de ativo imobilizado,
aquisição ou venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades.
Atividades de financiamento: são atividades que resultam em mudanças no
tamanho e na composição do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da
entidade, que representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa
pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos são o numerário
proveniente da emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a
investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário
proveniente da emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e
longo prazo, amortização de empréstimos e, pagamento de arrendamento
(lease).
Métodos para apresentação
A entidade pode usar o método direto ou indireto para reportar o fluxo de
caixa das atividades operacionais, sendo encorajado o método direto. No
método direto as principais classes de recebimentos e desembolsos são
divulgados e, no método indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais é determinado ajustando-se o resultado (lucro ou prejuízo): (i)
pelos efeitos das transações que não afetam o caixa, como depreciação,
diferimentos e provisões, lucros ou prejuízos cambiais não realizados, lucros
não distribuídos de investidas e interesses minoritários, (ii) variações
ocorridas no período nos estoques e nas contas a receber e a pagar e, (iii)
todos os outros itens de receita e despesa relativos a fluxos de caixa de
atividades de investimento e financiamento, (iii) todos os outros itens de
receita e despesa relativos a fluxos de caixa de atividades de investimento e
financiamento.
Aspectos de classificação e divulgação
a) A entidade deve destacar as principais classes de recebimento e
pagamentos decorrentes das atividades de investimento e financiamento pelo
valor bruto;
b) Os fluxos de caixa de transações em moeda estrangeira devem ser
registrados na moeda em que estão expressas as demonstrações contábeis da
entidade, convertendo-se o montante em moeda estrangeira à taxa cambial
na data do fluxo de caixa;
c) Quando um contrato é contabilizado como proteção (hedge) de uma
posição identificável, os fluxos de caixa do contrato são classificados do
mesmo modo como os fluxos de caixa da posição que está sendo protegida.
d) os fluxos de caixa referentes a itens extraordinários devem ser
classificados como resultantes de atividades operacionais, de investimento ou
de financiamento, conforme o caso, e separadamente divulgados;
e) os fluxos de caixa referentes aos juros, dividendos e impostos de renda
devem ser divulgados separadamente e de maneira uniforme no grupo em

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que melhor represente a essência da transação; o pronunciamento IAS 7 não


especifica como devem ser classificados estes fluxos de caixa, e requer da
empresa que estabeleça a sua política contábil para esses itens da forma mais
adequada;
A diferença de tratamento dos juros e dividendos entre os pronunciamento
americano FASB Statement 95 e o pronunciamento internacional IAS 7
A classificação dos juros e dividendos, que no pronunciamento internacional
IAS 7 permite tratamentos alternativos, recebe uma diretriz específica no
caso do pronunciamento americano. O pronunciamento IAS 7 permite uma
empresa não financeira classificar de forma consistente entre os períodos: (a)
juros (despesas financeiras) e dividendos pagos ou recebidos no tópico
"operacional" ou (b) juros e dividendos pagos como "financiamento", ou seja,
custo da obtenção dos recursos financeiros, e juros (receitas financeiras) e
dividendos recebidos como "investimento", ou seja, retornos sobre
investimento. O pronunciamento SFAS 95, por outro lado: (i) requer que os
juros pagos e os juros e dividendos recebidos devem ser classificados como
fluxo de caixa operacional, (ii) classifica os dividendos pagos como um fluxo
de caixa de "financiamentos", porque são considerados um custo para obter
recursos. Acrescente-se que o SFAS 95 determina que a transação deve ser
classificada na atividade que representar a fonte predominante de fluxos de
caixa para o item, e esta diferença pode fazer com que a empresa
potencialmente varie a classificação para um mesmo tipo de transação.

A premissa subjacente no caso do pronunciamento americano é a


convergência entre o fluxo de caixa operacional e os itens do resultado. O IAS
7 requer divulgar, separadamente, os juros pagos e recebidos e os dividendos
pagos e recebidos e o SFAS 95 permite que os juros e dividendos recebidos
possam ser divulgados em conjunto.
Recomenda-se que a empresa brasileira, particularmente aquelas com
registro em bolsas americanas, estabeleçam e divulguem em nota explicativa
às demonstrações de fluxos de caixa uma política contábil para esses itens.
Uma forma de conciliação entre esses pronunciamentos poderia ser a
demonstração de juros pagos e juros e dividendos recebidos, como item do
fluxo de caixa operacional e os dividendos pagos como item do fluxo de caixa
de financiamento, mantendo-se cada um desses itens demonstrado em
separado.
Divulgação de notas explicativas às demonstrações de fluxo de caixa
O IAS 7 e o SFAS 95 requerem divulgações em notas explicativas sobre certos
tópicos da demonstração de fluxo de caixa:

tópico SFAS 95 IAS 7

Componentes caixa e Exige a divulgação dos critérios Exige a divulgação dos


equivalentes caixa que a empresa utiliza na componentes que a empresa
consideração dos investimentos está considerando como caixa
classificados como e equivalentes caixa e deve

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equivalentes-caixa. apresentar uma conciliação


entre os valores em sua
demonstração dos fluxos de
caixa com os itens do balanço
patrimonial . Deve ser
divulgado o efeito de qualquer
mudança na política para
determinar os componentes de
caixa e equivalentes de caixa
(IAS 8).

Juros, dividendos e Os juros (líquido das quantias Os juros e dividendos, pagos e


imposto de renda capitalizadas) e imposto de recebidos, e o imposto de
renda pagos devem ser renda pago devem ser
evidenciados em destaque mostrados d forma
apenas se for utilizado o individualizada na
método indireto; dividendos demonstração de fluxo de
pagos podem ser agrupados caixa, independentemente de
com outras distribuições aos se utilizar o método direto ou
proprietários; e, juros e indireto.
dividendos recebidos podem
também constituir um único
subitem.

Itens extraordinários Não é necessário nenhum Devem ser classificados como


procedimento especial para resultantes de atividades
evidenciar os fluxos de caixa operacionais, de investimento
oriundos de itens ou de financiamento, conforme
extraordinários. o caso, separadamente
divulgados, a que os originou,
e evidenciados de acordo com
o IAS 8.

Fluxo de caixa por ação Proíbe a divulgação de Não faz referência.


qualquer índice relacionado ao
fluxo de caixa por ação.

Atividades de hedging Requer a divulgação dos Não requer a divulgação dos


critérios utilizados para critérios utilizados.
classificar os hedges de
transações identificáveis na
mesma categoria dos itens que
o originaram.

Saldos indisponíveis de Não faz referência. Deve divulgar os saldos de


caixa caixa e equivalentes de caixa
indisponíveis, juntamente com
os comentários da
administração.

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Outras divulgações Não faz referência. Encoraja a divulgação, de:

. Valor de empréstimos obtidos


mas não utilizados,

. Valor dos fluxos de caixa por


atividade em joint ventures;

. Valor dos fluxos de caixa


derivados de aumentos na
capacidade operacional
separadamente daqueles
necessários para manter a
capacidade operacional;

. Valor dos fluxos por atividade


econômica e região geográfica.

A companhia deve, também, considerar outros itens de esclarecimento para


os usuários em notas explicativas adicionais como, por exemplo: (a) a
divulgação dos juros e encargos pagos no ano, inclusive os capitalizados
oriundos de ativações em bens em construção; (b) o total do imposto de
renda e CSSL pagos no ano e, (c) eventuais transações que ou eventos que
não alteraram o caixa mas são relevantes para informar sobre o fluxo de
recursos da empresa (e que são expressamente excluídos da demonstração
do fluxo de caixa pelo IAS 7). Como política contábil a empresa também pode
determinar que qualquer fluxo de caixa das atividades de investimento e
financiamento que seja maior que 5% do valor total da atividade envolvida
seja discriminado em separado. Nesse caso, a empresa julgou que, ao abrir a
composição desses fluxos de caixa, facilitaria a avaliação do comportamento
da atividade para o investidor/analista de mercado.
4.3 Divulgação segundo as normas brasileiras e normas estrangeiras.
As companhias abertas vêm divulgando a DFC de forma suplementar às suas
demonstrações contábeis, dando uma conotação de informação de natureza
voluntária. No entanto, as companhias que divulgarem essa informação no
exterior são obrigadas a divulgá-la no Brasil para que não ocorra a divulgação
de informações de forma privilegiada e assimétrica entre os diferentes
mercados. As companhias devem atentar, também, para que a divulgação da
Demonstração dos Fluxos de Caixa divulgada no Brasil seja a mesma
divulgada no exterior, ou seja, tenha o mesmo formato e estrutura, para que
não haja prejuízo ao entendimento do investidor.
Recomenda-se que, na situação de transição atual, as demonstrações de
fluxos de caixa e de origens e aplicações de recursos sejam elaboradas de
acordo com as normas e práticas dispostas nas quais a companhia escolheu
para referenciar a elaboração desse tipo de demonstração e que estão
esclarecidas na nota explicativa sobre as políticas contábeis seguidas. Por
exemplo: a demonstração de origens e aplicações na legislação societária
brasileira, a demonstração de fluxos de caixa pelo FAS 95 ou pelo IAS 7. Isso

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não impede que a companhia aperfeiçoe o modelo proposto pela regulação,


sendo recomendável o esclarecimento adicional sobre as bases da política
contábil seguida ao estabelecer essas modificações, para que não exista
prejuízo de entendimento para o usuário/investidor. Como exemplo desses
aperfeiçoamentos, podemos citar a redução do CCL como origens de recursos
e o aumento do CCL como aplicação de recursos, na DOAR e a criação de
categorias ou subitens especiais na demonstração dos fluxos de caixa.

Finalmente, ao fazer modificações sobre a estrutura e conceitos indicados na


regulação, os administradores, contadores e auditores, devem avaliar se o
que se deseja acrescentar ou modificar não altera o julgamento do
analista/investidor e se, alternativamente, deve modificar a estrutura dessa
demonstração ou constar de nota de rodapé ou ainda de nota explicativa. O
critério final de uma alteração de forma em uma demonstração deve ser,
portanto, a sua utilidade ou relevância para o usuário e, para isso, a empresa
deve referenciar-se tanto na estrutura regulatória, que pretende organizar a
informação mínima necessária a ser divulgada, quanto nos objetivos dos
usuários da informação contábil divulgada.
A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em português usando os
meios para a divulgação no Brasil, ou seja, divulgados através do site da
companhia, site da CVM, jornais, por exemplo, deve manter a perfeita
identidade com o fluxo de caixa divulgado em língua estrangeira segundo
normas estrangeiras. A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em
formatos diferentes e em dois mercados distintos, com acréscimos ou
exclusão das respectivas notas explicativas, por exemplo, não contribui para
comunicar o desempenho da empresa e traz potencialmente o risco de
confundir o leitor.
Em outra situação, a divulgação do mesmo tipo de informação contábil em um
mercado e a não divulgação em outro mercado configura a divulgação
assimétrica de informações e representa uma infração em relação ao disposto
na legislação brasileira. Recomenda-se especial atenção para esse aspecto,
para que não exista prejuízo ao investidor brasileiro e nem ao investidor
internacional.

Assim, a elaboração da DFC possui exigência legal na lei de falências e a recomendação


de sua elaboração pela CVM, em face da legislação estrangeira ou por ato volitivo da empresa.
Portanto, analisaremos a DFC nos aspectos apregoados pela CVM.

Por se constituir numa demonstração financeira, adequada às análises de curto prazo e à


gerência financeira do dia-a-dia, a DFC vem crescendo em nosso meio, pois são de grande
valia as informações trazidas por este demonstrativo complementar.

Ademais, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), que é um


demonstrativo financeiro com grande capacidade informativa e exigida pela lei societária, é
muito complexa e de difícil compreensão, principalmente, no concernente ao conceito abstrato
de Capital Circulante Líquido. Com isso, as empresas preferem publicar a DFC que, embora
com menor capacidade informativa, é de compreensão mais fácil por parte dos

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administradores e do público em geral. Portanto, estamos diante da tendência de a DOAR ser


substituída, com o passar do tempo, pela DFC.

2. CONCEITO

Embora o nome dado ao demonstrativo seja Fluxo dos Caixas ou Fluxo de Caixa, a sua
demonstração se prende a informar, basicamente, de onde vem e para onde vão os recursos
aplicados em disponibilidades, representados pelo dinheiro em caixa, depositado em banco e
as aplicações financeiras de liquidez imediata, isto é, envolve o conceito de equivalente de
caixa.

Surge, assim, o conceito de equivalentes de caixa que são aquelas aplicações financeiras
de curtíssimo prazo de liquidez imediata.

Trata-se de um demonstrativo ou instrumento financeiro e gerencial utilizado pelos


administradores e investidores como termômetro para aferir a saúde financeira da entidade,
tanto a atual quanto a projetada.

Existem, portanto, diversos objetivos e diferentes formas de se elaborar a DFC. De modo


geral, as finalidades para as quais se elabora esta demonstração são para evidenciar o fluxo
de caixa realizado e o fluxo de caixa projetado.

Conforme o próprio nome revela, o principal objetivo do fluxo de caixa realizado é


demonstrar as movimentações das entradas e as saídas de recursos financeiros, no disponível
da entidade, realizados num determinado intervalo de tempo considerado.

A elaboração do fluxo de caixa realizado por diversos períodos sucessivos permite a


elaboração de análise horizontal ou análise de tendência. Além disso, se elaborado
criteriosamente, servirá de ponto de partida à elaboração do fluxo de caixa projetado.

É de ressaltar, ainda, que o fluxo de caixa realizado se constitui em ferramenta de


indiscutível valor de controle do fluxo de caixa projetado, pois por meio dele é possível
constatar as causas das falhas no planejamento ou na gestão dos recursos financeiros quando
houver divergências entre os valores projetados e os realizados.

Desta forma, pelo fluxo de caixa realizado, é possível evidenciar que determinada
entidade, mesmo apresentando resultados positivos, não possui liquidez para saldar seus
compromissos assumidos em curto ou em médio prazo, visto que a DFC apresenta as
alterações sofridas no disponível da sociedade. De forma diversa, a DOAR evidencia alterações
no Capital Circulante Líquido que, geralmente, não representa liquidez, pois traz no seu bojo
todo ativo circulante, incluindo contas como duplicatas a receber, estoques, despesas
antecipadas etc.

O fluxo de caixa se constitui numa ferramenta de gerenciamento dos recursos financeiros


à disposição do administrador, aplicável tanto aos recebimentos quanto aos pagamentos. Do
ponto de vista do planejamento, o fluxo de caixa projetado está ganhado ênfase cada vez

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maior, ao passo que sob a ótica do controle da execução orçamentária o fluxo de caixa
realizado ganha relevo.

Na projeção de orçamento empresarial, onde são previstas as receitas e despesas de um


determinado período, está presente o fluxo de caixa projetado. Desta forma, a principal
finalidade do fluxo de caixa projetado é gerencial, com vistas a determinar um provável
comportamento do fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros.

A projeção pode ser a curto ou a longo prazo. Em ambas as hipóteses é possível


identificar as insuficiências ou os excessos de recursos no período projetado. Portanto, subsidia
as decisões da administração quanto a necessidade de investimentos externos ou na alocação
de possíveis excessos.

Por meio do fluxo de caixa projetado o administrador pode planejar os seus pagamentos
e terá em suas mãos a programação financeira de determinado período. O planejamento pode
envolver as entradas e saídas de recursos financeiros a curtos e médios prazos.

Assim, podemos dizer que a DOAR evidencia as origens e as aplicações de recursos que
alteram o Capital Circulante Líquido ao passo que a DFC evidencia as origens e aplicações de
recursos que alteram o disponível.

Ressalta-se que na DFC são demonstradas tanto as origens quanto as aplicações dos
recursos financeiros que transitaram pelo disponível de determinada entidade.

Sempre é bom lembrar que por disponível se entende: Caixa + Bancos + Aplicações
Financeiras de liquidez imediata ou Investimentos de liquidez imediata.

3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES

Tomando por base os conceitos contidos nas recomendações da CVM, podemos


apresentar as seguintes definições:

Fluxos de caixa: são ingressos e saídas de caixa e equivalentes de caixa. É interessante


que se abandone o conceito de regime de competência, pois este demonstrativo baseia-se,
exclusivamente, no conceito de regime de caixa.

Caixa ou equivalentes de caixa: na movimentação dos recursos financeiros, incluem-


se não somente saldos de moeda em caixa ou depósitos em conta bancária disponível, mas,
também, outros tipos de contas que possuem as mesmas características de liquidez e de
disponibilidade imediata, ou seja, os valores prontamente conversíveis em dinheiro, cujo risco
de mudança de valor é insignificante. Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as
aplicações financeiras com característica de liquidez imediata.

Atividades operacionais: compreendem as transações que envolvem a consecução do


objeto social da Entidade que são as principais atividades geradoras de receita da entidade. As
receitas e despesas das atividades operacionais aqui consideradas possuem conotação
diferente da dada às receitas e despesas operacionais consideradas na apuração do resultado,
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entretanto, geralmente, estão presentes naquele demonstrativo. Nestas atividades devem ser
evidenciadas também outras receitas que não se amoldem aos conceitos de atividades de
investimento e financiamento. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento em dinheiro
decorrente da venda de bens e serviços, pagamento aos fornecedores por compra de
materiais, pagamentos aos funcionários, pagamentos a seguradores por prêmios e impostos
etc.

Atividades de investimentos: compreendem as transações com os ativos de longo


prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas futuras e
fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. Portanto, caracterizam
esta atividade os desembolsos efetuados ou as entradas de recursos originadas nas aquisições
ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou
prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não
compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda.

Atividades de financiamentos: são as atividades que interferem na composição e no


valor do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da entidade, que representam exigências
impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Incluem-se nessas
atividades a captação de recursos junto aos acionistas ou cotistas pela emissão de ações ou
instrumentos de capital, pagamento a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade, numerário proveniente da emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e
longo prazo, amortização de empréstimos e, pagamento de arrendamento.

É de ressaltar que determinados recebimentos ou pagamentos de caixa podem ter


características que se enquadrem tanto no fluxo de caixa das atividades operacionais, como
nas atividades de financiamentos ou nas atividades de investimentos. Se for o caso, a
classificação apropriada deverá levar em consideração qual atividade é predominante na
geração do fluxo de caixa. Por exemplo, as transações envolvendo imóveis geralmente são
consideradas como atividades de investimentos. Todavia, se um imóvel é adquirido com o
objetivo de revenda, o fluxo de caixa gerado por essa transação é considerado como
operacional, por possuir a característica de estoques, como numa entidade do ramo
imobiliário. Adicionalmente, outro exemplo é a manutenção de ativos e passivos financeiros
sem o objetivo primário de auferir ganhos financeiros.

Informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que resultaram em


reconhecimento de um ativo ou de um passivo, mas que não resultaram em pagamentos ou
recebimentos de caixa, devem ser excluídas da demonstração dos fluxos de caixa e serem
apresentadas em local apropriado nas demais demonstrações ou em notas explicativas.
Exemplos desse tipo são as aquisições de ativos realizadas por meio de empréstimos ou
financiamentos e a reavaliação, pois não refletem nem aumento nem diminuição de
disponibilidades.

Dessa forma, apenas as transações que afetam o fluxo de caixa devem ser apresentadas
na demonstração dos fluxos de caixa.

4. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICÁVEIS

A "Demonstração dos Fluxos de Caixa" refletirá as transações de caixa oriundas: a) das


atividades operacionais; b) das atividades de investimentos; e c) das atividades de
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financiamentos. Também, deverá ser apresentada uma conciliação entre o resultado e o fluxo
de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais visando fornecer informações sobre os
efeitos líquidos das transações operacionais e de outros eventos que afetam o resultado.

A função primordial de uma demonstração dos fluxos de caixa é a de propiciar


informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de uma
entidade num determinado período ou exercício. As informações contidas numa demonstração
dos fluxos de caixa, quando utilizadas com os dados e informações divulgados nas
demonstrações contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a avaliar a geração de fluxos de
caixa para o pagamento de obrigações e lucros e dividendos a seus acionistas ou cotistas, ou a
identificar as necessidades de financiamento, as razões para as diferenças entre o resultado e
o fluxo de caixa líquido originado das atividades operacionais e, finalmente, revelar o efeito
das transações de investimentos e financiamentos, com a utilização ou não de numerário,
sobre a posição financeira.

Desta forma, o principal objetivo da “Demonstração do Fluxo de Caixa” é a mais ampla


evidenciação da situação financeira da Entidade. Sendo este o principal princípio contábil
envolvido na DFC, ou seja, a ampla evidenciação.

A par dos demais princípios contábeis, a DFC fica adstrita ao regime de caixa, não lhe
sendo aplicável o princípio da competência e os demais princípios fundamentais de
contabilidade.

5. CONSIDERAÇÕES DE TÉCNICA CONTÁBIL

A demonstração dos fluxos de caixa para um determinado período ou exercício deve


apresentar o fluxo de caixa oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de investimentos
e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, conciliando seus saldos no
início e no final do período ou exercício.

Entidades sujeitas a órgãos reguladores devem utilizar, se houver, modelos estabelecidos


pelos respectivos órgãos.

Na preparação da demonstração dos fluxos de caixa, poderá ser utilizado o método direto
ou indireto.

O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por seus
valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos
pagamentos.

Neste método, devem ser apresentados, no mínimo, os seguintes tipos de recebimentos


e pagamentos relacionados às operações:

9 Recebimento de clientes decorrentes de vendas de mercadorias, produtos ou


serviços;
9 Juros, lucros e dividendos recebidos;
9 Pagamentos a fornecedores de mercadorias e serviços;
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9 Pagamentos a empregados e remuneração de administradores;


9 Pagamento de Imposto de Renda;
9 Outros recebimentos e pagamentos operacionais.

O método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo do


Lucro Líquido do Exercício (LLE), ajustado por:

9 Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de


caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a receber e contas
a pagar.
9 Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de
caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a partir das
disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, ajustadas pelas
movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: depreciação,
amortização, baixas de itens do ativo permanente etc.

Tanto pelo método direto quanto pelo método indireto deve-se fazer a conciliação do
resultado do exercício com o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais. Todos os
ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas atividades operacionais devem
ser claramente identificados como itens de conciliação.

EXEMPLOS

Deve-se classificar como oriundo de atividade operacional o numerário recebido de:

9 Clientes por venda de mercadorias, produtos e serviços;


9 Subsidiárias, avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, a título de lucros
ou dividendos;
9 Reembolsos de fornecedores, companhias de seguro, restituição de impostos, etc.

Deve-se classificar como utilizado na atividade operacional o numerário pago a:

9 Fornecedores por compra de material produtivo (mercadorias, matéria-prima);


9 Empregados;
9 Processos, reembolsos a clientes etc.;
9 Governos, por impostos e contribuições.

Deve-se classificar como oriundo de atividades de investimentos o numerário


recebido por:

9 Venda de ativos permanentes.

Deve-se classificar na atividade de investimentos o numerário utilizado na


aquisição de:

9 ativo permanente.

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9 Aplicação de recursos no ARLP

Deve-se classificar como oriundo de atividades de financiamentos o numerário


recebido por:

9 Integralização de capital;
9 Colocação de títulos a longo prazo (debêntures e equivalentes);
9 Obtenção de empréstimos externos (curto e longo prazos).

Deve-se classificar na atividade de financiamentos o numerário pago a:

9 Acionistas ou cotistas por lucros, dividendos, juros sobre o capital próprio ou


reembolso de capital;
9 Credores de obrigações por financiamentos (amortização).

Desta forma, enquanto as disposições legais mantiverem a exigibilidade de preparação


da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, recomenda-se que a DFC seja
apresentada como informação complementar, conforme apregoado pelo §4º do art. 176 da Lei
nº 6.404/1976 e as orientações da CVM.

6. FORMAS DE ELABORAÇÃO

6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A tendência mundial, inclusive a brasileira, é a elaboração deste demonstrativo


segregando ou classificando as atividades por categorias.

O Financial Accounting Standards Board – FASB, órgão americano, orientando sobre a


forma de elaboração do fluxo de caixa naquele país, classifica as atividades das empresas em
três categorias: atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de
financiamentos.

Essa forma de elaboração e apresentação do fluxo de caixa, proposta por aquele órgão
americano, aumenta a capacidade informativa desta ferramenta gerencial e foi referendada, de
certa forma, pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON, por meio do
Pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U. em 30/04 e pela CVM, por meio
OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, de 25 de fevereiro de 2005.

6.1.1. Atividade operacionais

As Atividades Operacionais compreendem as atividades produtivas do


empreendimento, abarcando, entre outras, as seguintes operações:

9 valores recebidos de clientes decorrentes de vendas de mercadorias, produtos e


serviços;
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9 valores pagos a fornecedores de mercadorias e serviços e empregados;


9 valores pagos de imposto de renda e contribuição social;
9 pagamentos e recebimentos de contingências;
9 aquisição de materiais e serviços gerais;
9 aumento de Resultados de Exercícios Futuros;
9 devoluções a clientes;
9 recebimento por reembolso de seguros;
9 pagamentos de encargos sociais;
9 recebimento de dividendos e lucros de sociedades por investimentos realizados ;
9 recuperação de impostos recebidos.

Analisando a DFC, considerando este grupo, é possível perceber qual é a atividade que
mais contribui para a formação do caixa operacional, bem como é possível perceber qual é a
atividade operacional que mais absorve recursos financeiros.

6.1.2. Atividades de investimentos

Nas Atividades de Investimentos são agrupadas as transações que envolvem os


ativos não circulantes, como por exemplo:

9 ampliação e reestruturação do ativo permanente;


9 aquisição de máquinas e equipamentos;
9 aquisição e venda de participações em outras sociedades;
9 compra de prédios e instalações;
9 compra e venda de ativos fixos;
9 venda de imobilizado.

6.1.3. Atividades de financiamentos

Por fim, as Atividades de Financiamentos, que interferem no Patrimônio Líquido e


outros valores, comportam os recursos obtidos ou alocados nas seguintes operações:

9 aquisição de ações em tesouraria;


9 integralização de capital
9 obtenção de empréstimos a curto prazo;
9 obtenção de empréstimos a longo prazo;
9 pagamento de empréstimos de curto e longo prazo;
9 pagamento de juros sobre empréstimos;
9 pagamento de juros sobre o capital próprio;
9 pagamento de lucros ou dividendos;

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9 reaquisição de títulos relacionados com PL;


9 recursos vindos dos proprietários ou acionistas;
9 resgate de debêntures;
9 subscrição de debêntures;
9 recebimento de doações e subvenções.

É de ressaltar que nas atividades operacionais está incluído o aumento de REF, por
representar efetivo ingresso de recursos no disponível (decorrente de vendas ou prestações de
serviços futuros), embora seja classificada em conta que não representa circulante.

Outro aspecto interessante diz respeito às atividades de financiamento, na qual são


incluídas as operações que envolvem o capital social, quer pelo seu aumento, quer pela
destinação de resultado ou mesmo o pagamento de juros sobre o capital próprio. É de
ressaltar que o ingresso desses valores será classificado como atividade operacional ao passo
que o seu pagamento é considerado atividade de financiamento.

6.2. ELABORAÇÃO PROPRIAMENTE DITA

Existem dois métodos de se apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa: pelo


MÉTODO DIRETO ou pelo MÉTODO INDIRETO. A diferença existente entre os dois métodos
está na forma de apresentação das origens e aplicações dos recursos gerados ou aplicados nas
atividades das operações.

6.2.1. MÉTODO INDIRETO

Por este método de apresentação do Fluxo de Caixa, as disponibilidades oriundas das


atividades operacionais da empresa são demonstradas a partir do Resultado (lucro ou prejuízo)
que deverá ser ajustado pelas contas incluídas na sua apuração que, entretanto, não afetaram
as disponibilidades da entidade ou que não sejam enquadradas nas atividades das operações.

A semelhança da apresentação deste método com a DOAR nos autoriza a dizer que todos
os valores movimentados num dado período, com exceção do disponível, ou são origens ou
são aplicações de recursos financeiros, com exceção das variações patrimoniais que
representam ingresso ou saída de disponível.

Assim, se elaborada a DOAR, serão necessários alguns ajustes a partir do Capital


Circulante Líquido (CCL), para considerar os valores circulantes que representarão diminuições
ou aumentos das disponibilidades.

Os ajustes necessários se referem aos aumentos líquidos nas contas do Passivo


Circulante e dos aumentos líquidos das contas do ativo circulante que representam,
respectivamente, origens e aplicações de recursos ou de outra forma aumento e diminuição
das disponibilidades.

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Considerado dessa forma, um aumento de Duplicatas a Receber representa que foram


alocados recursos de caixa nessas operações, isto é, a empresa financiou vendas a seus
clientes o que ocasionou a aplicação de disponibilidades, ou numa análise mais detalhada,
representa recursos financeiros que deixaram de ingressar nos cofres da entidade. Da mesma
forma, o aumento das contas de Estoques, Despesas antecipadas, Valores Mobiliários etc.,
representam aplicação de disponibilidades ou a abdicação de recebê-los de imediato.

Por outro lado, as reduções de Ativo Circulante e o aumento do passivo circulante, que
não seja em disponibilidades, representam origens de recursos financeiros ou disponibilidades.

Podemos representar, pois, estes ajustes como indicado no quadro seguinte:

Aumentos no AC e Reduções no PC = APLICAÇÕES


Reduções do AC e Aumentos no PC = ORIGENS

Até o momento, analisamos uma forma mais prática de demonstrar ou apurar o valor das
disponibilidades. Entretanto, este demonstrativo possui uma forma própria, técnica, de ser
apresentado. A estrutura mais técnica da Demonstração do Fluxo de Caixa, por este método,
considerando as atividades segmentadas em seus três grupos, se apresenta da seguinte
forma:

Fluxo de caixa das atividades operacionais


Resultado Líquido do Exercício
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa como:
(+) Depreciação, amortização e exaustão
(+) Provisão para devedores duvidosos
(±) Resultado na venda do imobilizado
(±) Aumento ou diminuição do contas a receber
(±) Aumento ou diminuição de estoques
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas
(±) Aumento ou diminuição de passivos
(±) Variação no valor de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial
(±) Variação REF
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes
(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
(+) Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos

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(+) Empréstimos líquidos tomados


(+) Aumento do capital social
(-) Pagamentos de lucros e dividendos
(-) Juros pagos por empréstimos tomados
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal)
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial
( = ) Saldo de Caixa – Final

Observa-se que a DFC, elaborada segundo o método indireto, parte do resultado do


exercício (lucro ou prejuízo), ajustado pelos valores que compõem este resultado, mas que,
efetivamente, não afetaram as disponibilidades ou por não serem parte das atividades das
operações.

Este resultado ajustado é obtido a partir da Demonstração do Resultado do Exercício,


com adição das despesas de depreciação, amortização, exaustão, provisão para devedores
duvidosos e ainda, pela variação dos saldos das contas Fornecedores ou Duplicatas a Pagar,
Clientes ou Duplicatas a Receber e variação da conta representativa de investimentos
avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial. Enfim, quaisquer valores que foram
considerados na DRE e que não representem efetivos desembolsos ou ingressos de
disponibilidades.

Assim, a DFC elaborada pelo método indireto se assemelha, em sua estrutura, à DOAR,
assumindo os mesmos predicados da demonstração exigida pela lei societária, ou seja, é
complexa e de difícil entendimento. A DFC elaborada pelo método direto, por sua vez, é mais
objetiva e de mais fácil entendimento e interpretação sendo, por isso, estimulada a sua
elaboração.

6.2.2. MÉTODO DIRETO

Pelo método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são apresentados os
ingressos e as saídas no disponível em lugar do resultado do exercício ajustado que é utilizado
na demonstração pelo método indireto. Isso possibilita uma visão mais clara das
movimentações de recursos financeiros, pois apresenta, em único demonstrativo, as operações
que influenciaram as disponibilidades, facilitando a análise aos usuários, principalmente aos
que não possuem grandes conhecimentos em contabilidade.

No tocante à demonstração do fluxo de caixa das atividades de investimento e de


financiamento, o método direto é idêntico ao método indireto. Desta forma, a diferença básica
entre os dois métodos (Indireto e o Direto) reside na apresentação ou do fluxo de caixa das
atividades operacionais, pois no método indireto partirmos do resultado do exercício,
ajustando-o pelos valores operacionais considerados na DRE que não representam,
efetivamente, ingressos ou saídas de recursos financeiros. Já no método direto, no fluxo de
caixa das atividades operacionais, consideramos os ingressos de recursos e as saídas de

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recursos oriundos das operações da entidade, desconsiderando-se a DRE. As atividades de


financiamentos e investimentos serão apresentadas exatamente da mesma forma nos dois
métodos.

Assim, a estrutura de apresentação da DFC pelo método direto, por grupo de atividades,
segue, basicamente, o seguinte roteiro:

Fluxo de caixa das atividades operacionais:


( + ) Recebimentos de clientes (cobrança em carteira)
( + ) Desconto de Duplicatas
( + ) Dividendos recebidos
( + ) Juros recebidos
( + ) Aluguéis recebidos
( + ) Recebimentos por reembolso de seguros
( + ) Recebimentos de lucros de subsidiárias
( + ) Venda à vista de mercadorias e serviços
( + ) Outros recebimentos
( - ) Devoluções de vendas
( - ) Pagamento a fornecedores
( - ) Compras à vista
( - ) Pagamentos de Salários
( - ) Pagamento de encargos sociais dos empregados
( - ) Pagamento de Impostos de renda e outras despesas legais e tributárias
( - ) Juros pagos sobre atividades das operações
( - ) Pagamento de Despesas com vendas
( - ) Pagamento de Despesas administrativas
( - ) Pagamento de Despesas financeiras
( - ) Outros pagamentos
( = ) Caixa líquido das atividades operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
(+) Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
(+) Empréstimos líquidos tomados
(+) Aumento do capital social
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(-) Pagamentos de lucros e dividendos


(-) Juros pagos por empréstimos tomados
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal)
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial
( = ) Saldo de Caixa – Final

Verifica-se que a demonstração do fluxo de caixa pelo método direto torna a avaliação da
solvência e da liquidez da empresa mais fáceis, pois evidencia toda a movimentação dos
recursos financeiros decorrentes das operações, demonstrando as origens dos recursos de
disponibilidades e suas respectivas aplicações.

Pelo exposto, podemos concluir que o fluxo de caixa representa uma poderosa e
imprescindível ferramenta de gestão à disposição do administrador, não só pelo aspecto
financeiro, mas, também, sob o aspecto decisório. Neste contexto, o fluxo de caixa projetado
serve de planejamento e acompanhamento dos ingressos e saídas dos recursos financeiros, ao
passo que o fluxo de caixa realizado serve, para o administrador, como meio de controle e
para o usuário externo serve para análise de tendência e do comportamento dos ingressos e
saídas de recursos do disponível.

Para finalizar e ressaltar a diferença existente entre as duas formas básicas de


elaboração e demonstração desse demonstrativo complementar, apresenta-se o quadro
seguinte contemplando, de forma simplificada, os dois métodos de elaboração:

MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO


Ingressos Operacionais Resultado do Exercício (DRE)
(-) ( +/_ )
Desembolsos Operacionais Ajustes
(=) (=)
Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de Caixa Operacional
( +/_ )
Fluxo de Caixa das atividades de Investimentos
( +/_ )
Fluxo de Caixa das atividades de Financiamentos
(=)
Variação Líquida do Disponível

7. EXERCÍCIO DESENVOLVIDO

No balancete de encerramento do mês de novembro, de 20X4, da empresa BONSFLUXOS


S.A, após o registro dos ajustes necessários foram levantados, entre outros, os seguintes
saldos:

Contas Saldos (R$)


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1- Alienação de imobilizado à vista R$ 27.530,00


2- Aquisição de imobilizado a prazo R$ 22.400,00
3- Aumento de Resultado de Exercícios Futuros R$ 18.000,00
4- Compras líquidas a prazo R$ 127.590,00
5- Compras líquidas à vista R$ 312.000,00
6- Custo das mercadorias vendidas R$ 678.000,00
7- Custo do imobilizado vendido R$ 41.380,00
8- Desconto de Duplicatas (realizados no mês) R$ 12.000,00
9- Despesa com provisão para devedores duvidosos R$ 6.540,00
10 - Despesas com depreciação R$ 22.540,00
11 - Despesas de Juros do mês e pagas R$ 6.400,00
12 - Devoluções de vendas à vista R$ 5.200,00
13 - Dividendos recebidos R$ 6.200,00
14 - Duplicatas a receber (saldo inicial) R$ 123.650,00
15 - Mercadorias – Estoque inicial R$ 412.000,00
16 – Empréstimos líquidos tomados no mês R$ 2.400,00
17 - Ganhos pela equivalência patrimonial de controladas R$ 248.000,00
18 – ICMS sobre vendas (já pago no mês) R$ 111.300,00
19 - Integralização de capital recebida R$ 17.340,00
20 - Juros pagos R$ 6.200,00
21 - Juros recebidos de empréstimos concedidos R$ 6.940,00
22 - Despesas administrativas do mês e pagas R$ 7.800,00
23 - Despesas com vendas do mês e pagas R$ 6.200,00
24 - Despesas financeiras do mês e pagas R$ 2.720,00
25 - Pagamento de encargos sociais dos empregados R$ 21.400,00
26 - Pagamento aos fornecedores R$ 337.000,00
27 - Pagamento de Impostos de renda do mês anterior R$ 17.400,00
28 - Pagamento de seguros antecipados R$ 7.800,00
29 - Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal) R$ 18.900,00
30 - Pagamentos de lucros e dividendos R$ 11.400,00
31 - Pagamento de salários do mês R$ 78.560,00
32 - PIS/COFINS sobre faturamento do mês (já pago) R$ 29.680,00
33 - Provisão para devedores duvidosos (saldo anterior) R$ 7.240,00
34 - Provisão para IR e CSLL R$ 22.540,00
35 - Recebimento de lucros de controladas R$ 124.000,00
36 - Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) R$ 96.800,00
37 - Receita de Aluguel recebida no mês R$ 7.400,00
38 - Receitas de Juros recebidas no mês R$ 1.800,00
39 - Saldo inicial de Disponibilidades R$ 57.420,00
40 - Venda à vista de mercadorias e serviços R$ 742.680,00
41 - Vendas de mercadorias e serviços a prazo R$ 345.250,00
42 – Aquisição de Investimento à vista R$ 11.200,00

Com base nestes dados, solicita-se:

1 – Demonstrar o Fluxo de Caixa pelo método direto e indireto, de acordo com as


atividades operacionais, de investimento e de financiamento;

2 – Demonstrar o fluxo de recebimentos do mês em questão, decorrentes de vendas de


mercadorias e serviços;

SOLUÇÃO:

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Comecemos a solução do exercício proposto pela DRE.

Demonstração do Resultado do Exercício


Discriminação Valor (R$)
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
( + ) Vendas de mercadorias e serviços a prazo 345.250,00
( = ) Receita Bruta de vendas - mercadorias e serviços 1.087.930,00
( - ) Devolução de vendas (5.200,00)
( - ) ICMS sobre vendas (111.300,00)
( - ) PIS/COFINS sobre faturamento (29.680,00)
( = ) Receita Líquida de vendas - mercadorias e serviços 941.750,00
( - ) Custo da Mercadorias e Serviços Vendidos (678.000,00)
( = ) Lucro Bruto 263.750,00
( +/_ ) Outras Receitas e Despesas Operacionais
Receita de Aluguéis 7.400,00
Receita de Juros 1.800,00
Ganho EP – controladas 248.000,00
Juros recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00
(+) Total de Outras Receitas Operacionais 264.140,00
Despesas com Vendas (6.200,00)
Despesas de salários (78.560,00)
Encargos sociais – empregados (21.400,00)
Despesas Financeiras (2.720,00)
Despesa de Juros (6.400,00)
Despesas Administrativas (7.800,00)
Despesas com Provisão DD (6.540,00)
Despesas de Depreciação (22.540,00)
Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Total de Outras Despesas Operacionais (158.360,00)
( = ) Resultado Operacional Líquido 369.530,00
( + ) Venda de Imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Custo de Imobilizado Alienado (41.380,00)
( = ) Lucro antes de IR e CSLL 355.680,00
( - ) Provisão para IR e CSLL (22.540,00)
( = ) Resultado Líquido do Exercício 333.140,00

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De posse do Resultado do Exercício é possível elaborar a Demonstração do Fluxo de


Caixa pelo Método Indireto.

Fluxo de Caixa - Método Indireto


Discriminação Valor (R$)
ORIGENS DE RECURSOS FINANCEIROS
Resultado Líquido do Exercício (DRE) 333.140,00
( + ) Depreciações 22.540,00
( + ) Despesa com Devedores Duvidosos 6.540,00
( + ) Provisão para IR e CSLL 22.540,00
( + ) Custo de Imobilizado Alienado 41.380,00
( + ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado 6.200,00
( + ) Compras a prazo e diminuição de estoques 366.000,00
( - ) Vendas a prazo (345.250,00)
( - ) Alienação de Imobilizado à vista (27.530,00)
( - ) Ganho pela Equivalência Patrimonial – Controladas (248.000,00)
( = ) Lucro Líquido Ajustado 177.560,00
( + ) Recebimento de clientes 96.800,00
( + ) Duplicatas descontadas 12.000,00
( + ) Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
( + ) Dividendos recebidos de controladas 6.200,00
( + ) Recebimento lucros de controladas 124.000,00
( - ) Pagamento de fornecedores (337.000,00)
( - ) Impostos pagos no mês (17.400,00)
( - ) Pagamento de seguros antecipados (7.800,00)
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00)
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00
( + ) Empréstimos líquidos tomados 2.400,00
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00)
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00)
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00)
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00

Observações e esclarecimentos importantes:

1 – As despesas de depreciação e de provisão para devedores duvidosos, consideradas


no cálculo da DRE, não representam desembolsos de disponível, por isso foram adicionadas ao
Resultado do Exercício para eliminar os seus efeitos;

2 – A provisão para o IR e CSLL, que foram deduzidas para obter o resultado líquido do
exercício, não foi paga. Desta forma, ela foi adicionada ao lucro, visto não ter havido
desembolso;

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3 – O custo do Ativo Permanente alienado (Imobilizado), deve ser excluído das atividades
das operações porque serão analisados nas atividades de investimentos, se representarem
efetivos desembolsos;

4 – Os juros pagos sobre empréstimo para imobilizado foram excluídos das atividades
operacionais porque devem fazer parte das atividades de financiamentos;

5 – As compras a prazo e diminuição do estoque são valores que fazem parte do CMV e
não representam saídas de disponibilidades. O valor apresentado foi encontrado segundo o
seguinte cálculo: CMV – Compras à vista;

6 – As vendas a prazo não representam ingressos, por isso foram excluídas do resultado;

7 – A alienação do Ativo Permanente (Imobilizado à vista) será computado nas atividades


de Investimentos e a alienação a prazo não representa ingresso de recursos, por esta razão
foram eliminados das atividades das operações;

8 – O ganho pela equivalência patrimonial não representa ingresso de recursos de


disponível, logo foi excluído. Neste particular, os dividendos e lucros recebidos representam
aumento de disponibilidades. Poder-se-ia excluir apenas a variação líquida dos investimentos,
mas, com o objetivo de ampliar a evidenciação, preferiu-se excluir todo ganho para depois
adicionar os valores recebidos a título de lucros e dividendos para adequar o procedimento aos
ditames da Instrução CVM 247/96.

Desta forma, obtivemos o lucro ajustado aos efetivos ingressos e desembolsos de


disponibilidades;

9 – O recebimento de clientes, o aumento de REF, o desconto de duplicatas, o


recebimento de dividendos e lucros decorrentes da equivalência patrimonial representam
ingressos que não fazem parte do resultado do exercício, por isso são adicionados para obter o
fluxo líquido gerado pelas atividades das operações;

10 – O pagamento aos fornecedores e impostos relativos a fatos geradores de meses


anteriores não foram considerados na DRE, porém representam desembolsos, razão pela qual
foram excluídos;

11 – O pagamento de seguros antecipados, que representa um efetivo desembolso no


mês, não é despesa e não foi considerado na DRE, em função da adoção do regime de
competência, logo deve ser excluído.

Assim, obtivemos as disponibilidades geradas pelas atividades das operações no valor de


R$ 72.360,00;

12 – A alienação do imobilizado à vista representa ingresso e se constitui em atividade


de investimento, sendo somado a este grupo;

Desta forma este grupo das atividades de investimentos contribuiu na formação do caixa
líquido com o valor de R$ 15.330,00;

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13 – A integralização de Capital recebida e os empréstimos líquidos tomados


representam origens de recursos financeiros das operações de financiamento, por isso são
somados a esse item;

14 – Os juros pagos sobre empréstimos para aplicação no imobilizado, o pagamento de


lucros e dividendos e o pagamento ou reembolso de empréstimos/debêntures representam
aplicações de recursos financeiros na atividade de financiamento.

As atividades de financiamento, desta forma, absorveram recursos financeiros no valor


de R$ 16.760,00.

Fluxo de Caixa - Método Direto


Discriminação Valor (R$)
INGRESSOS DE RECURSOS
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00
Dividendos recebidos (controladas) 6.200,00
Recebimento de lucros de controladas 124.000,00
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00
Receita de Aluguéis recebidos 7.400,00
Receitas de Juros recebidos 1.800,00
Juros Recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
Compras líquidas à vista (312.000,00)
Despesas administrativas pagas (7.800,00)
Despesas com vendas pagas (6.200,00)
Despesas de Juros pagos (6.400,00)
Despesas financeiras pagas (2.720,00)
Devoluções de vendas (5.200,00)
ICMS sobre vendas (já pago) (111.300,00)
Pagamento de encargos sociais dos empregados (21.400,00)
Pagamento de fornecedores (337.000,00)
Pagamento de Impostos de renda do mês anterior (17.400,00)
Pagamento de seguros antecipados (7.800,00)
Pagamentos Salários (78.560,00)
PIS/COFINS sobre faturamento (já pago) (29.680,00)
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00)
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00
( + ) Empréstimos líquidos tomados 2.400,00
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00)
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00)
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00)
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00

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Analisando a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto, percebe-se a maneira


simples com que ela é elaborada, sendo possível a qualquer pessoa, com conhecimentos
elementares em contabilidade, compreendê-la.

Constata-se que os valores finais são idênticos aos encontrados na demonstração pelo
método indireto e que a efetiva diferença existente entre esta forma de demonstração com a
forma indireta reside nas informações contidas no fluxo das atividades das operações.

No método direto, no fluxo das atividades das operações, são apresentadas todas as
contas que interferiram na formação das disponibilidades, ao passo que pelo método indireto
não se possui esta informação, visto que se parte do Resultado do Exercício ou período
considerado.

Assim, está respondido o quesito 1 do nosso exercício.

Para satisfazer o quesito 2 podemos utilizar dois caminhos diferentes. Um deles, quando
dispomos de todos os valores, é adotar o método direto fazendo constar nele os recebimentos
líquidos dos clientes no período considerado. O outro modo de obtermos o fluxo de caixa
decorrente das vendas de mercadorias e serviços é partir do saldo anterior de clientes ou
duplicatas a receber.

Vejamos a demonstração, inicialmente, pelo método direto:

Fluxo de Caixa decorrente de vendas de mercadorias e serviços


Discriminação Valor (R$)
INGRESSOS DE RECURSOS
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
( - ) Devoluções de vendas (5.200,00)
( = )Recebimentos líquidos de clientes no período 864.280,00

Pelo outro modo de demonstrar o fluxo de caixa decorrente de vendas de mercadorias e


serviços, devemos tomar como referência os valores relativos a clientes (duplicatas a receber,
PDD, perdas de crédito) constantes no balanço patrimonial atual e do período imediatamente
anterior e das vendas à vista realizadas no período.

Assim, necessitamos os valores a receber de clientes no início do período e no final do


período, além dos valores a receber dos clientes é necessário que se tenha os valores da
provisão para devedores duvidosos no início do período, o aumento de Resultados de
Exercícios Futuros, o valor de duplicatas descontadas, as perdas no recebimento de crédito de
clientes que não estavam provisionados e, principalmente, o valor das vendas totais,
descontadas de vendas canceladas ou devolvidas.

Assim, se tivéssemos o balanço patrimonial dos dois períodos, isto é, no início de


novembro e no final de novembro, teríamos o seguinte segmento de balanço:
Contas Início Final

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ATIVO
Duplicatas a receber – clientes 123.650,00 364.860,00
( - ) Provisão para devedores duvidosos (7.240,00) (6.540,00)
( - ) Duplicatas descontadas ----------- (12.000,00)

PASSIVO
Resultado de Exercícios Futuros ----------- 18.000,00

O saldo final de clientes foi obtido com emprego do seguinte raciocínio:

Saldo inicial R$ 123.650,00


( - ) PDD R$ (7.240,00)
( - ) Recebimentos no período R$ (96.800,00)
( + ) Vendas a prazo no período R$ 345.250,00
( = ) Saldo final de clientes R$ 364.860,00

Percebe-se que o valor referente a PDD do início do período foi excluído para apurar o
saldo final de clientes, isto se deve ao fato de não haver menção de reversão dessa provisão,
presumindo-se, assim, que ela foi utilizada, ou seja, a previsão ou estimativa inicial de que
certa quantia dos clientes não seria recebida foi confirmada.

Desta forma, o valor do Fluxo de caixa gerado pelos clientes pode ser representado do
seguinte modo:

FLUXO DE CAIXA GERADO PELOS CLIENTES


Vendas totais 1.087.930,00
( - ) Vendas devolvidas (5.200,00)
( = ) Vendas líquidas 1.082.730,00
( + ) Clientes (início do período) 123.650,00
( + ) Duplicatas descontadas no período 12.000,00
( + ) Aumento de REF 18.000,00
( - ) Provisão Devedores Duvidosos (início) (7.240,00)
( - ) Clientes (final do período) (364.860,00)
( = ) Ingressos líquidos de caixa de clientes 864.280,00

É interessante notar que adotamos o seguinte critério para determinar os ingressos


decorrentes de vendas (clientes):

1 – Soma dos valores que poderiam ter sido recebidos de clientes como as vendas totais,
o saldo da conta clientes no início do período, o aumento de REF e os valores referentes a
duplicatas descontadas no período.

2 – Subtração das vendas canceladas, devolvidas, clientes no final do período, provisão


para devedores duvidosos no início do período e perdas não provisionadas com clientes.

3 – Saldo = (1) – (2).

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Atenção!
Nas provas de concursos dispomos, geralmente, apenas dos
elementos para apurar os valores recebidos de clientes por
este método, ou seja, dispomos dos balanços de dois
períodos mais as receitas de vendas do período considerado.

8. ASPECTOS LEGAIS E FISCAIS

A legislação brasileira não exige a Demonstração do Fluxo de Caixa, no entanto prevê


que as companhias e por extensão todas as empresas poderão apresentar outros
demonstrativos que tragam maior evidenciação aos demonstrativos obrigatórios ou os
complementem.

O art. 176, § 4º da Lei nº 6.404/76, estabelece esta permissibilidade:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
...

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros


quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. (grifou-
se).

Para o fisco não há exigência desse demonstrativo. No entanto, ele pode ser útil na
análise de solicitação de parcelamentos de débitos bem como meio de verificação para
comprovar se as receitas foram efetivamente registradas. Outro aspecto que pode gerar algum
interesse para o fisco é o concernente a avaliação da CPMF. Noutro aspecto que ele pode ser
extremamente útil é na análise de viabilidade financeira da empresa, principalmente na
habilitação para operar no comércio exterior.

9. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

A fim de facilitar a vida de vocês, resolvemos apresentar a maioria dos exercícios


resolvidos desta aula, pois como se trata de assunto novo para a maioria, a solução poderia
trazer algumas dúvidas. Ao final, trazemos mais questões propostas.

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Desta forma, façam bom proveito!

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Dadas as informações a seguir:

I - As Demonstrações Contábeis, de três períodos consecutivos, da CIA. MARACANÃ,


registram nas contas abaixo, os seguintes saldos:
SALDOS FINAIS 1999 2000 2001
Vendas 15.000.000 25.000.000 32.000.000
Custo das Mercadorias Vendidas 3.500.000 14.500.000 18.000.000
Despesa c/ Devedores Duvidosos 10.000 12.000 15.000
Clientes 13.000.00 22.000.000 26.000.000
Estoques 30.000 65.000 70.000
PDD 10.000 12.000 15.000
Reversão de PDD --- --- 4.000
Fornecedores 1.450.000 2.600.000 3.900.000
Despesas do Período 3.000.000 4.500.000 5.000.000
Contas a Pagar 220.000 350.000 400.000
Perdas com Clientes --- 8.000 ---
II - O Balanço Patrimonial de 1998 evidenciava como saldos finais das contas a seguir os
valores:
Estoques Fornecedores Clientes PDD Contas a Pagar
100.000 1.070.000 3.000.000 3.000 150.000
III - A empresa utilizava Contas a Pagar somente para registrar despesas a prazo.
Com base unicamente nas informações fornecidas, responda às questões de 01 a 04.
01) (AFRF-2002-Esaf) O valor das compras efetuadas pela empresa em 2001 é:
a) 18.005.000
b) 17.935.000
c) 16.705.000
d) 14.535.000
e) 13.385.000

SOLUÇÃO:
A solução deste exercício é relativamente simples, basta conhecermos a fórmula de
apuração do custo das mercadorias vendidas, senão vejamos:
Para o exercício social de 2001 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque
final do exercício social anterior, como de resto para todas as contas patrimoniais. Neste caso
temos que o estoque inicial (Ei) foi de R$ 65.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no
próprio balanço encerrado em 2001, cujo valor é de R$ 70.000,00. Além destes valores, foi
fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 18.000.000,00.
Assim, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo,
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos:
18.000.000,00 = 65.000,00 + Co – 70.000,00
Co = 18.000.000,00 – 65.000,00 + 70.000,00
Co = R$ 18.005.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”.

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02) (AFRF-2002-Esaf) O valor de ingresso no Fluxo de Caixa, nos três períodos,


proveniente das Vendas é:
1999 2000 2001
a) 15.000.000 25.000.000 32.000.000
b) 13.000.000 22.002.000 31.998.000
c) 12.997.000 22.000.000 31.992.000
d) 9.007.000 21.992.000 27.988.000
e) 4.997.000 15.982.000 27.992.000

SOLUÇÃO:

Perceba que foi solicitado o ingresso proveniente das vendas, logo a análise há de ser feita
em relação ao aumento de disponibilidades geradas pelas vendas, que não precisam ser,
necessariamente, as vendas do período considerado!

Vamos analisar o fato ano por ano:

1999:

As vendas efetuadas foram no montante de R$ 15.000.000,00, entretanto esse valor não


foi recebido integralmente, conforme se pode perceber pelo aumento da conta de clientes que
passou de R$ 3.000.000,00 (1998) para 13.000.000,00 (1999). Isto pode ser interpretado da
seguinte forma: Os clientes, devedores de 1998, efetuaram os seus pagamentos, e no ano de
1999 foram realizadas vendas a prazo pelo valor de R$ 13.000.000,00.

Somente por esse fato poderíamos dizer que houve o ingresso de R$ 5.000.000,00. Mas,
não podemos nos esquecer que dos clientes devedores de 1998 não foram recebidos R$
3.000,00 referentes a PDD.

Assim, o valor efetivamente recebido em 1999, decorrente de vendas, foi de R$


4.997.000,00, discriminados ou demonstrados da seguinte forma:

Vendas no período = R$ 15.000.000,00


(+) Clientes (1998) = R$ 3.000.000,00
(-) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00
(-) PDD (1998) = R$ 3.000,00
Total Recebido = R$ 4.997.000,00

É de se anotar, ainda, que a soma das vendas no período com valores a receber de
clientes do período anterior representa o valor passível de recebimento, considerando-se para
tanto que as vendas tivessem sido realizadas à vista e que os clientes pagariam,
integralmente, seus compromissos, ou seja, haveria a necessidade de reverter a PDD
constituída no período anterior. Porém, como não houve reversão da PDD do período anterior e
as vendas não foram todas à vista, os seus saldos devem ser deduzidos dos valores passíveis
de recebimento, cujo resultado representa o efetivo ingresso de recursos decorrentes de
vendas.

2000:

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Seguiremos praticamente o mesmo raciocínio adotado para o ano anterior. No entanto


devemos atentar ao fato de que neste ano foi baixado o valor de R$ 8.000 referentes a perdas
com clientes. Tecnicamente isto quer dizer que, além da PDD que não foi suficiente, a quantia
de R$ 8.000,00 não foi recebida dos clientes.
Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo:
Vendas no período = R$ 25.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 22.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 10.000,00
(-) Perdas (2000) = R$ 8.000,00
Total recebido = R$ 15.982.000,00

2001:
Agora já podemos ir diretamente ao demonstrativo, pois as explicações relativas aos
exercícios sociais anteriores são também aplicadas aqui, com a ressalva de que neste exercício
houve uma reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, cujo valor deverá ser subtraído de
PDD do período anterior.
Vendas no período = R$ 32.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 22.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 26.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 12.000,00
(+) Reversão PDD = R$ 4.000,00
Total recebido = R$ 27.992.000,00
Assim, a resposta correta está contemplada na alternativa de letra “e”.

03) (AFRF-2002-Esaf) Se 10% das Despesas do ano de 2000 representarem valores


ligados a itens provisionados, pode-se afirmar que o valor das saídas de caixa
decorrentes de pagamento de despesas é:
a) 3.700.000
b) 3.920.000
c) 4.150.000
d) 4.500.000
e) 4.720.000

SOLUÇÃO:
Conforme o saldo apresentado em despesas, para o ano de 2000, tem-se que o seu total
foi de R$ 4.500.000,00. Nos é fornecida a informação que 10% delas foram provisionados, isto
quer dizer que os valores provisionados ainda não foram pagos, logo não houve desembolso
ou diminuição das disponibilidades no valor de R$ 450.000,00.
Outra informação que merece ser analisada diz respeito a contas a pagar, visto que elas
não representam um provisionamento de despesas, mas sim o seu reconhecimento ou a sua
apropriação. Percebe-se que nesta rubrica houve um aumento de R$ 130.000,00 do ano de
1999 para o ano de 2000, logo devemos deduzir também este valor do total de despesas para
apurar o efetivo desencaixe pelo pagamento de despesas.
Assim, teremos o seguinte demonstrativo do desembolso por pagamento de despesas:
Despesas do período R$ 4.500.000,00
(-) Despesas provisionadas R$ 450.000,00
(-) Despesas a pagar R$ 130.000,00
Total desembolsado por despesas R$ 3.920.000,00

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Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “b”.


Interessante enfatizar que, se no lugar de haver aumento de contas a pagar tivesse havido
diminuição, a diferença teria de ser adicionada as despesas do período na apuração do
desencaixe.

04) (AFRF-2002-Esaf) No período de 2000 os pagamentos efetuados pela empresa aos


fornecedores foram no valor de:
a) 18.005.000
b) 17.935.000
c) 16.705.000
d) 14.535.000
e) 13.385.000

SOLUÇÃO:

Para apurarmos os pagamentos efetuados aos fornecedores precisamos saber,


inicialmente, o valor das compras.

Partindo do mesmo raciocínio empregado na solução da questão 01, teremos:

Para o exercício social de 2000 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque
final do exercício social anterior. Assim. o estoque inicial (Ei) foi de R$ 30.000,00. O estoque
final (Ef) é fornecido no próprio balanço encerrado em 2000, cujo valor é de R$ 65.000,00.
Além destes valores, foi fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$
14.500.000,00.
Portanto, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo,
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos:
14.500.00,00 = 30.000,00 + Co – 65.000,00
Co = 14.500.000,00 – 30.000,00 + 65.000,00
Co = R$ 14.535.000,00
Uma vez conhecido o valor total de compras, resta-nos verificar os pagamentos efetuados
aos fornecedores e, para tanto, devemos analisar a conta Fornecedores.

Na análise desta conta, devemos entender o seguinte: se houve aumento no seu saldo de
um período anterior para o de análise, então nem todas as compras do período foram pagas;
se houve diminuição no seu saldo, então no período, além do pagamento de todas as compras
foram pagas compras do período anterior, ou então, foram pagas contas do período anterior
em valor maior do que as não pagas do período atual.

Desta forma, constatado que no exercício em análise houve aumento no saldo de


fornecedores e para bem estruturar uma demonstração do desembolso ocorrido pelo
pagamento a Fornecedores, partimos do princípio que poderiam ser pagos todos os valores
devidos de exercícios anteriores mais as compras realizadas no período. Do montante assim
obtido, subtrai-se a quantia não paga:

Compras do período R$ 14.535.000,00


(+) Fornecedores (1999) R$ 1.450.000,00
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(-) Fornecedores (2000) R$ 2.600.000,00


Total de desembolso R$ 13.385.000,00

Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “e”.

05) (AFRF-2002-Esaf) Das operações listadas a seguir, indique aquela que não tem como
conseqüência alteração nas disponibilidades.
a) diminuições de financiamentos por amortizações
b) novos investimentos de longo prazo
c) aumento de imobilizados por reavaliações
d) créditos concedidos a coligadas e controladas
e) operações com debêntures conversíveis em ações

SOLUÇÃO:

A forma usual de amortizar financiamentos é pelo pagamento, logo o fato da alternativa “a”
gera alteração de disponibilidades, diminuindo-as.

A contratação de novos empréstimos e financiamentos, tanto a curto ou a longo prazo,


aumenta as disponibilidades pelo ingresso dos recursos em Caixa ou Bancos. Assim, a
alternativa “b” também está incorreta, por alterar as disponibilidades.

A reavaliação de ativos merece um lançamento a débito na conta do bem reavaliado (Ativo


Imobilizado) e crédito na conta de reserva de reavaliação (Patrimônio Líquido). Desta forma,
haverá aumento do PL, no entanto não há ingresso de recursos em disponibilidades. Assim, a
alternativa “c” representa a opção que não altera as disponibilidades, sendo, portanto, a
alternativa correta.

Os créditos concedidos a controladas e coligadas terão como contrapartida uma conta de


disponibilidades, que será creditada, diminuindo o seu saldo. A alternativa “d” está incorreta.

As operações com debêntures representam a contratação de empréstimo, geralmente a


longo prazo, havendo ingresso de recursos financeiros em disponibilidades. Logo a alternativa
“e” também está errada.

06) (AFRF-2002-2-Esaf) A composição da diferença entre o Lucro Contábil com o Fluxo


de Caixa Operacional Líquido é evidenciada:
a) na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
b) no Fluxo de Caixa Indireto.
c) na Demonstração de Resultados.
d) no fluxo gerado por Investimentos.
e) na composição dos financiamentos de Caixa.

SOLUÇÃO:

Note que no texto, quando definimos o fluxo de caixa pelo método direto, falamos que pelo
método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são apresentados os ingressos e
as saídas no disponível em lugar do resultado do exercício ajustado que é utilizado na
demonstração do método indireto. Isto responde a questão, pois pelo método indireto de
apresentação da DFC partimos, efetivamente, do resultado do exercício e o ajustamos por
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receitas e despesas operacionais que não representaram ingressos e saídas de


disponibilidades. Logo, a resposta correta é a letra “b”.

07- (AFRF-2002-2-Esaf) O valor de resgate referente a aplicações financeiras de longo


prazo é classificado no Fluxo de Caixa como item:
a) de Empreendimentos
b) de Financiamentos
c) de Operações
d) de Amortizações
e) de Investimentos

SOLUÇÃO:
Conforme definimos no texto, no item 3, as atividades de investimentos
compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de
participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de
serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não
compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda.

Desta forma, o resgate de empréstimos de curto e longo prazo serão demonstradas na


DFC no grupo Atividades de Investimentos, pois se constituem em ativos financeiros. Logo a
resposta correta é a letra “e”.

Das demonstrações contábeis da Cia. Azulão foram extraídas as contas abaixo com os
seus respectivos saldos:
Período
Contas
2000 2001
Fornecedores 23.000 32.000
CMV 800.000 1.300.000
Compras 750.000 1.200.000
Vendas 2.500.000 6.500.000
Despesas Antecipadas 15.000 240.000
Despesas Totais do Período 1.200.000 4.000.000
Depreciação do Período 320.000 540.000
Tomando como base os dados fornecidos, responda às questões de nº 08 a 10.
08) (AFRF-2002-2-Esaf) O valor pago pelas compras no ano de 2001 foi:
a) 1.300.000
b) 1.200.000
c) 1.191.000
d) 1.101.000
e) 1.091.000
SOLUÇÃO:
O valor total das compras no período foi de R$ 1.200.000,00. Porém, o valor que poderia
ter sido pago no período pelas compras é aquele valor das compras realizadas durante o
período atual mais o saldo das compras do período anterior que não foram pagas,
representadas pela conta Fornecedores. Na mesma linha de raciocínio, devemos excluir, do
valor total que poderia ser pago no período, o valor de compras realizadas a prazo. Então, em
forma de demonstrativo, teremos o seguinte valor pago pelas compras em 2001:
Compras do período = R$ 1.200.000,00

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(+) Fornecedores (2000) = R$ 23.000,00


= Total pagável em 2001 = R$ 1.223.000,00
(-) Fornecedores em 2001 = R$ (32.000,00)
= Total compras pagas em 2001 = R$ 1.191.000,00
Assim, a resposta correta é a representada pela letra “c”.

09) (AFRF-2002-2/Esaf) Se o valor do estoque final for 90.000, o estoque inicial será:
a) 190.000
b) 180.000
c) 120.000
d) 100.000
e) 90.000
SOLUÇÃO:
A solução deste exercício é semelhante a do exercício 01, ou seja, devemos aplicar os
conceitos envolvendo o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
O CMV, matematicamente, é obtido pela aplicação da seguinte fórmula: CMV = Ei + Co –
Ef.
Ora, das quatro variáveis envolvidas na fórmula possuímos três, ou seja, nos foi fornecido
o valor do CMV, Co e o Ef.
Desta forma, basta substituir os valores das variáveis na fórmula e apurar o valor do Ei:
1.300.000,00 = Ei + 1.200.000,00 – 90.000,00
Ei = 1.300.000,00 + 90.000,00 – 1.200.000,00
Ei = R$ 190.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”.

10) (AFRF-2002-2/Esaf) Considerando que o Passivo Circulante da empresa era formado


unicamente pela rubrica fornecedores e o Balanço Patrimonial não evidenciava a
existência de Realizável a Longo Prazo, pode-se afirmar que o valor das Despesas
pagas no período é:
a) 3.220.000
b) 3.445.000
c) 3.460.000
d) 3.685.000
e) 4.000.000
SOLUÇÃO:
A evidenciação e o entendimento das despesas pagas no período vai além do conceito de
despesas do período, pois houve o pagamento de despesas antecipadas no período e que se
referem a despesas do período seguinte, visto que foi informado não haver realizável a longo
prazo.
Outro aspecto a ser considerado é que a depreciação é conta de despesa e sobre a qual
não houve desembolso, logo o seu valor está dentro do montante de despesas do período e
deve ser excluído para apurar o valor da despesa paga.
Ainda, sob o mesmo ponto de vista, as despesas antecipadas do período anterior estão
dentro do valor das despesas totais do período, mas já foram pagas antecipadamente, logo
sua exclusão é requerida na apuração do valor das despesas pagas no período. Perceba que se
fosse argüido sobre o valor das despesas do período, então o valor das despesas antecipadas
do período anterior seriam adicionadas às despesas do período, ao passo que as pagas

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antecipadamente no período em análise seriam excluídas.


Assim, em forma de demonstração, teremos:
Despesas totais do período = R$ 4.000.000,00
(+) Despesas antecipadas (2001) = R$ 240.000,00
(-) Despesas antecipadas (2000) = R$ 15.000,00
(-) Depreciação do período = R$ 540.000,00
= Total de despesas pagas em 2001 = R$ 3.685.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “d”.

Dados da Cia. Comercial Santarém:


1 – Balanço Patrimonial de 19x8 e 19x9
19x8 19x9
Disponibilidades 2.000 4.000
Estoques 6.500 4.000
Clientes 25.000 42.000
Prov. p/Devedores Duvidosos (250) (300)
Duplicatas Descontadas (8.750) (6.200)
Participações Societárias 10.000 12.000
Terrenos 15.000 15.000
Bens de Uso 13.000 18.000
Depreciações Acumuladas (2.000) (3.500)
Total Ativo 60.500 85.000
C/ a Pagar 5.000 7.000
Fornecedores 10.000 13.500
Provisão p/ Imposto de 1.000 2.000
Renda
Dividendos a Pagar 1.000 3.500
Empréstimos de L. Prazo 10.000 16.000
Capital Social 30.000 40.000
Reservas de Lucros 500 1.000
Lucros Prejuízos 3.000 2.000
Acumulados
Total P+PL 60.500 85.000

2 – Demonstração do Resultado dos Exercícios de 19x8 e 19x9


19x8 19x9
Vendas 160.000 300.000
CMV (80.000) (180.000)
Resultado Bruto Operacional 80.000 120.000
Despesas Administrativas (49.700) (70.000)
Depreciação (1.000) (1.500)
Devedores Duvidosos (250) (300)
Despesas Financeiras (3.750) (8.700)
Despesas de Vendas (19.800) (31.500)
Resultado Antes do Imp. de Renda 5.500 8.000
Provisão p/ Imposto de Renda (1.000) (2.000)

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Resultado Líquido do Exercício 4.500 6.000


3 – Outras informações:
Do resultado de 19x9 foram destinados: 3.500 para os acionistas e 500 para Reservas de
Lucros.
Tomando como base apenas os dados acima fornecidos, responder as questões de nos 11 a
17 a seguir:

11) SERPRO/2001-ESAF - O valor do Ativo Circulante em 19x9 é:


a) 50.000
b) 46.000
c) 43.500
d) 36.500
e) 24.000

SOLUÇÃO:
O ativo circulante do período solicitado é obtido diretamente no Balanço de 19x9
Contas 19x9
Disponibilidades 4.000
Estoques 4.000
Clientes 42.000
Prov. p/Devedores Duvidosos (300)
Duplicatas Descontadas (6.200)
Total 43.500,00

Logo, a resposta correta é a representada pela letra “c”.

12) SERPRO/2001-ESAF - O valor do Passivo Não Circulante para as dois períodos é:


19x8 19x9
a) 43.500 59.000
b) 41.500 43.500
c) 36.000 40.500
d) 24.500 29.500
e) 17.000 26.000

SOLUÇÃO:
O parágrafo segundo do art. 178 da Lei nº 6.404/76, dispõe que:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.
...
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo exigível a longo prazo;
c) resultados de exercícios futuros;

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d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de


reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

Desta forma, segundo a lei, o passivo compreende o PC, PELP, REF e o PL. Logo, para
resolvermos o nosso exercício devemos considerar essa disposição legal.
Contas 19x8 19x9
Empréstimos de L. Prazo 10.000 16.000
Capital Social 30.000 40.000
Reservas de Lucros 500 1.000
Lucros Prejuízos Acumulados 3.000 2.000

Total 43.500 59.000

Desta forma, a resposta correta está representada pela letra “a”.

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13) SERPRO/2001-ESAF - O Capital Circulante Líquido nos dois períodos é:


19x8 19x9
a) (17.500) 26.000
b) 17.500 (26.000)
c) 10.000 (24.500)
d) (7.500) 17.500
e) 7.500 17.500
SOLUÇÃO:
O Capital Circulante Líquido é definido como sendo a diferença entre o Ativo Circulante e o
Passivo Circulante, cuja interpretação que se deve dar ao resultado é que ele será positivo quando o
ativo circulante supera o passivo circulante e será negativo quando o passivo circulante for maior
que o ativo circulante.

Ativo Circulante 19x8 19x9


Disponibilidades 2.000 4.000
Estoques 6.500 4.000
Clientes 25.000 42.000
Prov. p/Devedores Duvidosos (250) (300)
Duplicatas Descontadas (8.750) (6.200)
Total 24.500 43.500

Passivo Circulante 19x8 19x9


C/ a Pagar 5.000 7.000
Fornecedores 10.000 13.500
Provisão p/ Imposto de 1.000 2.000
Renda
Dividendos a Pagar 1.000 3.500
Total P+PL 17.000 26.000

Capital Circulante Líquido 19x8 19x9


Ativo Circulante 24.500 43.500
( - ) Passivo Circulante (17.000) (26.000)
CCL 7.500 17.500
Desta forma, a resposta correta é a letra “e”.

14) SERPRO/2001-ESAF - O valor das compras de mercadorias efetuadas em 19x9 é:


a) 180.000
b) 177.500
c) 177.000
d) 173.500
e) 173.000
SOLUÇÃO:
A solução desta questão começa pelo conhecimento do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV),
cujo valor fornecido é de R$ 180.000,00. Os outros componentes do CMV como estoque inicial e
estoque final também foram informados. O estoque inicial representa o estoque de mercadorias no
final do período de 19x8, cujo valor é de R$ 6.500,00. O estoque final é o próprio estoque de
mercadorias constante no Balanço do exercício de 19x9, com valor de R$ 4.000,00.
Como o CMV = Ei + Co – Ef, teremos:
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180.000,00 = 6.500,00 + Co – 4.000,00, logo


Co = 180.000,00 – 6.500,00 + 4.000,00
Co = 177.500,00
Assim, a resposta correta é a letra “b”.

15) SERPRO/2001-ESAF - Com base unicamente nos dados fornecidos pode-se identificar
que:
a) foi efetuado um pagamento de dividendos na ordem de 3.500
b) a Liquidez Imediata apresenta uma acentuada queda em 19x9
c) ocorreram perdas com clientes na ordem de 300 em 19x8
d) houve um aumento de capital com aporte de recursos dos sócios
e) as atividades de investimento geraram um aumento nas disponibilidades
SOLUÇÃO:
Conforme se depreende da análise dos Balanços de 19x8 e 19x9, havia dividendos a pagar no
final de 19x8 no valor de 1.000,00 e no final de 19x9 no valor de 3.500. Como no exercício de 19x9
foi destinado o valor de 3.500,00 a título de dividendos, é de se concluir que o dividendo total
distribuído foi de, no mínimo, 4.500,00. Logo a alternativa “a” está errada.
O índice de liquidez imediata representa o quociente entre as disponibilidades e o passivo
circulante. Assim, o índice, em 19x8, era de 2.000,00/17.000,00 = 0,1176 ou 1/8,5. No exercício
de 19x9 o mesmo índice apresenta o valor de 4.000,00/26.000,00 = 0,1538 ou 1/6,5. Ora, 1/6,5 é
maior do que 1/8,5, logo o índice cresceu e a alternativa “b” está errada.
A PDD constituída em 19x8 foi de 250,00. Não foi informado que houve reversão de parte ou de
toda essa provisão e tampouco que houve alguma baixa da conta clientes por perdas, logo a perda
com devedores duvidosos no exercício social de 19x8 foi de apenas 250,00. Assim, a alternativa “c”
está errada.
No exercício social de 19x9 houve um aumento do capital social na ordem de 10.000,00.
Analisando a origem desse aumento, constata-se que 1.000,00 vieram de lucros acumulados e os
outros 9.000,00 vieram de recursos externos, isto é, dos sócios. Logo a alternativa “d” está correta.
As atividades de investimento compreendem os seguintes valores:
Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(+) Resgate de investimentos temporários
(-) Integralização de capital em sociedade investida
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(-) Aplicação no Diferido
Se apurarmos os valores, percebe-se que os investimentos absorveram recursos de
disponibilidades, pois não houve alienação de Ativo Permanente. Houve, isto sim, aquisição
de Permanente. Logo a alternativa “e” está errada.

16) SERPRO/2001-ESAF - Em 19x9 o valor dos ingressos de disponibilidades originados


por vendas é:
a) 300.000
b) 296.500
c) 283.200

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d) 280.200
e) 280.000
SOLUÇÃO:

Seguiremos o emprego do mesmo raciocínio adotado para questões anteriores.

Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo:

Vendas no período = R$ 300.000


(+) Clientes (19x8) = R$ 25.000
(-) Clientes (19x9) = R$ 42.000
(-) PDD (19x8) = R$ 250
(-) Dup. Desc. (19x8) = R$ 8.750
(+) Dup. Desc. (19x9) = R$ 6.200
Total recebido = R$ 280.200

Logo a alternativa correta é a letra “d”.

17) SERPRO/2001-ESAF - O valor apurado, em 19x9, como pagamento de Despesas, no Fluxo de


Caixa pelo Método Direto é:
a) 173.500
b) 173.200
c) 108.200
d) 78.200
e) 68.000

SOLUÇÃO:
As despesas pagas, em 19x9, podem ser apuradas basicamente pela DRE, devendo-se ter
o cuidado de excluir os valores que não representam saídas de disponibilidades como
depreciação e devedores duvidosos. Outro aspecto que merece atenção é o aumento em
contas a pagar de R$ 2.000,00.
Assim, teremos o seguinte demonstrativo de despesas pagas em 19x9:
Despesas administrativas 70.000
Despesas financeiras 8.700
Despesas de vendas 31.500
(-) Aumento de c/ a pagar (2.000)
Total = 108.200
Desta forma, a resposta correta é a letra “c”.

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10.EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Instruções para resolução das questões de nºs 01 a 07.


Em uma operação de verificação dos livros contábeis, realizada na Cia. Luanda, foi possível
identificar os seguintes dados:

I - O Balanço Patrimonial dos exercícios 20x1 e 20x2


CONTAS DO ATIVO 20x1 20x2
Disponibilidades 8.000 6.000
Clientes 12.000 22.500
(-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duvidosa (300) (800)
Estoques 2.000 6.500
Participações Societárias 5.300 5.300
Imóveis 12.000 12.000
Equipamentos 15.000 20.000
Veículos 20.000 20.000
(-) Depreciação Acumulada (2.000) (7.500)
TOTAL DO ATIVO 72.000 84.000

CONTAS DO PASSIVO+PL 20x1 20x2


Contas a Pagar 1.000 4.000
Fornecedores 9.000 6.000
Dividendos a Pagar ---- 3.000
Impostos Provisionados 1.000 2.000
Notas Promissórias a Pagar 10.000 ----
Financiamentos de Longo Prazo 16.000 22.000
Capital Social 30.000 40.000
Reservas de Lucros 4.000 0
Lucros/Prejuízos Acumulados 1.000 7.000
TOTAL DO PASSIVO+PL 72.000 84.000

II - A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido


CAPITAL RESERVA LUCROS/ PRE- TOTAL
SOCIAL DE LUCROS JUÍZOS AC.
Saldo em 31.12.20x1 30.000 4.000 1.000 35.000
Transferências p/Capital 4.000 (4.000) 0
Novas Subscrições
Incorporação do 9.000 9.000
Resultado Líquido
20x2
Distribuição do Resultado 0
Dividendos (3.000) (3.000)
Saldo em 31.12.20x2 40.000 0 7.000 47.000

III - Itens da Demonstração de Resultado do Exercício


Itens Adicionais 20x1 20x2
Vendas 100.000 152.000
CMV 64.000 82.000
Despesas totais do período 34.000 59.000
Resultado antes do IR 2.000 11.000
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Variações Cambiais Passivas ---- 6.000


Despesas de Depreciações 2.000 5.500
Provisão p/ pagamento do Imposto 1.000 2.000
de Renda
Provisão p/ Créditos de Liquidação 300 800
Duvidosa

IV - Outras informações adicionais


. As Notas Promissórias vencem em 180 dias.
. Os financiamentos foram contratados junto ao Banco ABC em 30.12.20x1 pelo prazo de 8
anos, com carência de 3 anos e juros de 5% anuais, pagáveis ao final de cada período
contábil. O saldo devedor é corrigido pela variação da moeda x, com pagamento do principal
em 5 parcelas anuais após o período de carência.

Com base unicamente nos dados fornecidos, responder às questões de números 01 a 07.

01) (AFRF-2003) O valor dos ingressos de caixa gerado pelas vendas no período examinado
foi:
a) 159.500
b) 150.000
c) 141.200
d) 139.500
e) 139.200

02) (AFRF-2003) Examinando os dados, verifica-se que a empresa pagou aos fornecedores o
valor de:
a) 89.500
b) 86.500
c) 85.000
d) 82.000
e) 75.500

03) (AFRF-2003) Com base nos dados identificados, pode-se afirmar que a saída de caixa
para o pagamento de despesas foi:
a) 52.700
b) 50.700
c) 44.700
d) 45.500
e) 43.700

04) (AFRF-2003) No período a empresa efetuou compras de estoques no valor de:


a) 89.500
b) 86.500
c) 85.000
d) 82.000
e) 75.500

05) (AFRF-2003) Com os dados fornecidos e aplicando o método indireto para elaborar o
fluxo de caixa, pode-se afirmar que a contribuição do resultado ajustado para a formação
das disponibilidades é:
a) 21.300
b) 12.000
c) 17.500
d) 20.500

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e) 6.000

06) (AFRF-2003) O valor dos itens de Investimentos que contribuíram para a variação das
disponibilidades é:
a) (5.500)
b) (5.000)
c) (500)
d) 5.000
e) 5.500

07) (AFRF-2003) O valor do caixa líquido consumido nas atividades operacionais é:


a) (9.300)
b) (8.000)
c) (3.000)
d) 7.000
e) 9.000

08) (AFRF-2003) Representam operações que não afetam o fluxo de caixa:


a) recebimento por doação de terrenos e depreciações lançadas no período.
b) aquisição de bens não de uso e quitação de contrato de mútuo.
c) alienação de participações societárias e depreciações lançadas no período.
d) amortizações efetuadas no período de diferidos e venda de ações emitidas.
e) repasse de recursos para empresas coligadas e aquisição de bens.

09) (AFRF-2003) Na elaboração do fluxo de caixa são classificáveis como atividade de


financiamento:
a) desembolso por empréstimos concedidos a empresas coligadas e controladas.
b) aquisição de máquinas, veículos ou equipamentos através de contrato de arrendamento
mercantil.
c) recebimento de contribuições de caráter permanente para aquisição de terrenos para
expansão da capacidade instalada da empresa.
d) venda de ações emitidas e recebimento de valores decorrentes da alienação de
participações societárias.
e) recebimento de juros sobre empréstimos concedidos a outras empresas.

Nas questões de números 10 a 45, marque C (certo) ou E (errado).

10) (INSS-CESPE-2003) A demonstração do fluxo de caixa objetiva destacar as principais


atividades que, direta ou indiretamente, causam impacto no fluxo de caixa e, portanto,
influenciam o saldo geral de caixa. Divide-se, formalmente, em duas seções: atividades
operacionais e atividades não operacionais.

11) (INSS-CESPE-2003) O fluxo de caixa pode ser demonstrado pelos métodos direto ou
indireto. Enquanto o primeiro, partindo da receita de vendas, reconstrói a demonstração de
resultado de exercício de cima a baixo quanto ao fluxo de caixa, a fim de determinar o
caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, o segundo método, também conhecido
como método da reconciliação, parte do lucro líquido e, por meio de remoção de quaisquer
itens que não afetem o fluxo de caixa, ajusta-se para o regime de caixa. O método indireto
é considerado mais vantajoso do que o método direto por que evidencia as eventuais
diferenças entre o lucro líquido e o dinheiro líquido gerado nas atividades operacionais.

12) (PETROBRAS-CESPE-2004) As normas complementares tornaram obrigatória, para


todas as empresas sob a égide da legislação societária, a divulgação da demonstração dos
fluxos de caixa (DFC), que objetiva mostrar como ocorreram as movimentações de

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disponibilidades durante determinado período. Em alguns países, a DFC já substituiu a


DOAR por ser de mais utilidade e facilidade de entendimento para os usuários.

13) (PETROBRAS-CESPE-2004) A demonstração de fluxo de caixa pelo método direto é


elaborada a partir do lucro líquido ajustado para o regime de caixa. Os valores que afetam
o fluxo de caixa são removidos diretamente do lucro líquido, obtendo-se, por essa via, o
dinheiro líquido gerado pelas atividades operacionais.

14) (PETROBRAS-CESPE-2004) O método direto, que é recomendado e incentivado pelo


FASB (Financial Accounting Standards Boards) – Conselho de Padrões de Contabilidade
Financeira norte-americano para fins de divulgação externa - , é mais vantajoso que o
indireto, uma vez que evidencia as eventuais diferenças entre o lucro líquido e o dinheiro
líquido gerados pelas atividades operacionais no período.

15) (PETROBRAS-CESPE-2004) O objetivo da demonstração de fluxo de caixa é destacar as


principais atividades que, direta ou indiretamente, causam impacto no mesmo e, assim,
influenciam o saldo geral de caixa. Caixa é utilizado em sentido amplo, ou seja, devem ser
considerados não apenas o dinheiro em espécie mas também os demais ativos
equivalentes de caixa que possuam liquidez imediata.

16) A Lei nº 10.303/01, ao alterar a Lei nº 6.404/76, tornou obrigatória a DFC para as
companhias abertas que tenham suas ações negociadas no mercado secundário, cuja
divulgação deve ser auditada por auditor independente registrado na CVM.

17) Por disponibilidades entende-se o dinheiro em caixa, os valores depositados em conta


corrente bancária e as aplicações de liquidez imediata, sendo que às últimas dá-se a
denominação de equivalentes de caixa.

18) O fluxo de caixa projetado ganha ênfase quando o objetivo da empresa é o planejamento
a curto e médio prazos.

19) O fluxo de caixa realizado, quando elaborado por diversos períodos sucessivos, além da
função do controle orçamentário, permite análise de tendência, sendo, portanto,
ferramenta importante para a elaboração do fluxo de caixa projetado.

20) O moderno administrador de empresas pode planejar seus pagamentos e terá em suas
mãos a programação financeira a longo prazo se elaborar o fluxo de caixa projetado. No
entanto, a programação financeira a curto prazo somente será obtida se elaborar o fluxo de
caixa realizado.

21) A DFC evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o disponível ao passo
que a DOAR evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o capital circulante
líquido.

22) O fluxo de caixa pode ser apresentado pelo método direto ou indireto. Em ambos os
métodos de apresentação ou elaboração, recomenda-se a segmentação por atividades por
haver melhor compreensão do seu conteúdo.

23) As atividades operacionais compreendem as transações que envolvem a consecução do


objeto social da Entidade.

24) As atividades de investimentos compreendem as transações com os ativos financeiros, as


aquisições ou vendas de participações em outras empresas e de ativos utilizados na
produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade.

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25) Entre as atividades de financiamentos temos a captação de recursos junto aos acionistas
ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos
ou outros recursos, sua amortização e remuneração, bem como o recebimento de doações
ou subvenções.

26) Quando, pela sua natureza, pagamentos e recebimentos pareçam ser classificáveis tanto
nas atividades operacionais, nas atividades de investimentos ou nas atividades de
financiamentos, deve-se levar em conta a atividade preponderante da Entidade para a
correta classificação da atividade no fluxo de caixa.

27) A aquisição ou alienação de imóveis é considerada atividade de investimento,


independentemente do objeto social da Entidade.

28) As informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que resultarem em


reconhecimento de um ativo ou de um passivo, sem o efetivo pagamento ou recebimento,
como o reconhecimento de variações cambiais ativas e passivas, não devem fazer parte
da DFC.

29) A conciliação entre o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades
operacionais visa fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações
operacionais e de outros eventos que afetam o resultado.

30) As informações contidas numa demonstração dos fluxos de caixa, quando elaborada
criteriosamente, substituem com vantagens as demais demonstrações contábeis,
dispensando-se, neste caso, a sua elaboração e divulgação.

31) A par de a DFC não ser de elaboração obrigatória, a doutrina ainda não está pacífica sobre
qual é o método mais vantajoso, havendo aqueles que apontam o método direto como o
mais recomendado e outros vêem vantagens no método indireto.

32) Um das vantagens atribuídas ao método indireto é a possibilidade de comparação do


resultado com o caixa gerado pelas atividades operacionais, a partir do lucro líquido
ajustado.

33) Na elaboração da DFC pelo método indireto parte-se do resultado do exercício que deve
ser ajustado mediante adição das despesas que não representaram saídas de caixa e
diminuído das receitas que não geraram ingressos de recursos em disponibilidades.

34) O aumento de contas a pagar como: Salários, Aluguéis, Telefone, etc., ficam excluídos do
resultado ajustado, devendo ser considerados apenas os resultados de exercícios futuros e
as depreciações no lucro ajustado.

35) Na DFC, pelo método direto, tem-se como vantagem a possibilidade de visualizar o item
de maior contribuição para a formação do caixa líquido.

36) O recebimento de duplicatas de emissão da Entidade, contribui para o aumento do caixa


líquido do período, mesmo que as vendas tenham sido realizadas no período anterior.

37) Além dos valores recebidos de clientes, incluem-se nas atividades operacionais os
recebimentos de dividendos e lucros de subsidiárias.

38) Numa empresa que possui como objeto social a incorporação imobiliária, a venda de
imóveis a prazo será lançada na DFC como atividade operacional.

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39) O aumento ou a redução do PL que possua correspondência em disponibilidades e que não


esteja incluído no resultado do período considerado, deve ser apresentado na DFC como
atividade de financiamento.

40) O caixa gerado pelas vendas em dado período deve considerar a diminuição do saldo da
conta clientes do período anterior e o aumento do saldo da conta clientes do período atual,
bem como o valor da PDD constituída no final do período atual.

41) O fluxo de caixa gerado pelo aumento de resultados de exercícios futuros somente deve
ser reconhecido como disponibilidade com a ocorrência do fato gerador da receita, pois do
contrário estaremos desrespeitando o princípio da competência.

42) O aumento de obrigações decorrentes de variações cambiais, na elaboração da DFC, deve


ser adicionado ao resultado do período a fim de obtermos o lucro ajustado, pois tais
aumentos de passivos não representam desembolsos de disponibilidades.

43) O resultado positivo, na avaliação de investimentos pelo método da equivalência


patrimonial, deve ser excluído do lucro líquido do exercício na determinação do lucro
ajustado, quer na elaboração da DOAR, quer na elaboração da DFC, pois não representa
ingresso de disponibilidades e não há aumento de capital circulante.

44) Em certas circunstâncias ou de modo genérico, poder-se-ia dizer que os ajustes que se
fazem necessários ao resultado do exercício, para obter o lucro ajustado, consistem em
considerar os aumentos do ativo circulante como aplicações de recursos e os aumentos do
passivo circulante como sendo origens de recursos.

45) A demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto se assemelha em quase todos os
aspectos à elaboração da DOAR, sendo que a diferença consiste em considerar, também,
as variações ocorridas no capital circulante líquido.

11.GABARITO DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01 – C 02 – A 03 – E 04 – B 05 – D
06 – B 07 – D 08 – A 09 – C 10 - E
11 - C 12 - E 13 – E 14 – E 15 - C
16 – E 17 – C 18 – C 19 – C 20 – E
21 – C 22 – C 23 – C 24 – C 25 – C
26 – C 27 – E 28 – C 29 – C 30 – E
31 – C 32 – C 33 –C 34 – E 35 – C
36 – C 37 – C 38 – E 39 – C 40 – E
41 – E 42 – C 43 – C 44 – C 45 - C

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Aula 05

PARTES RELACIONADAS e DVA


PARTES RELACIONADAS
1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os administradores, gerentes e empresários ou qualquer investidor necessitam de
informações precisas e imediatas sobre o patrimônio das sociedades nas quais tenham que
tomar decisões administrativas ou desejem investir. Dentre as informações relevantes está a
divulgação das transações ocorridas no período (exercício social) entre partes relacionadas.
Estas informações serão úteis na tomada de decisões através da análise das demonstrações
financeiras.
O legislador, ao regulamentar as atividades das sociedades por ações e as
responsabilidades do seu acionista controlador e dos seus administradores, por meio da Lei nº
6.404/76, art. 117, preocupou-se especialmente em proteger o acionista minoritário, inserindo
naquela lei dispositivos como: penalidades ao desvio de poder dos administradores; a figura do
conflito de interesses; o direito de dissidência e a divulgação (embora definida em forma
incompleta) das transações entre partes relacionadas.
O art. 117 cuida especialmente da responsabilidade do acionista controlador quando ele
atua com abuso de poder.

Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados
com abuso de poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse
nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em
prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da
companhia, ou da economia nacional;
b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação,
incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para
outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos que trabalham
na empresa ou dos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;
c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de
políticas ou decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a
causar prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos
investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;
d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou,
descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o
interesse da companhia, sua ratificação pela assembléia-geral;
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade
na qual tenha interesse, em condições de favorecimento ou não eqüitativas;
g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por
favorecimento pessoal, ou deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber
procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.
h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens
estranhos ao objeto social da companhia. (Alínea incluída pela Lei nº 9.457, de
5.5.1997)

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§ 2º No caso da alínea “e” do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar o ato


ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.
§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem
também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.

Para permitir uma adequada interpretação das demonstrações financeiras por parte de
seus usuários e de quem com base nelas vá tomar decisões de caráter econômico-financeiro, é
necessário que as transações entre partes relacionadas sejam divulgadas de modo a fornecer
ao leitor, e principalmente aos acionistas minoritários ou não controlador, elementos
informativos suficientes para compreender a magnitude, as características e os efeitos deste
tipo de transações sobre a situação financeira e sobre os resultados da companhia.
As nações, principalmente em função da internacionalização da economia – a chamada
globalização, estão desenvolvendo, de forma acelerada, o mercado de capitais. Neste processo
a informação das transações é de vital importância que requer celeridade, cabendo à
Contabilidade fornecê-las.
Considerando que os administradores sejam os detentores das informações ou que
tenham acesso a elas dentro da empresa, os principais interessados na divulgação das
informações geradas pela Contabilidade para tomada de decisões, no concernente a
investimentos, são:
a) Acionistas Minoritários;
b) Analista de Investimentos;
c) Investidores no Mercado de Capitais.
Assim, para enfatizar, pode-se dizer que a evidenciação das operações entre partes
relacionadas é fundamental para atender, principalmente, o acionista minoritário e o
usuário externo. Os analistas de investimentos e os investidores no mercado de capitais são
considerados usuários externos, ao passo que os acionistas minoritários, mesmo sendo parte
da empresa, geralmente não têm acesso às informações necessárias a sua análise.
A administração da maioria das empresas possui como característica dificultar o acesso
às suas informações internas, especialmente com relação às transações entre partes
relacionadas. Desta forma, as empresas passaram a ser compelidas, coercitivamente, a
publicar essas informações. Porém, a divulgação inadequada dessas informações por parte das
empresas pode afetar as decisões dos interessados na informação contábil, levando-os a não
realizar determinadas transações ou as realizando em condições adversas.
Neste contexto, o papel da Contabilidade é servir de meio adequado para a divulgação
de todos os aspectos relevantes, possibilitando que os acionistas minoritários, clientes,
credores e demais usuários externos, tenham acesso a essas informações e obtenham a
correta situação patrimonial, financeira e econômica da empresa na qual investiram ou estão
propensos a investir ou transacionar.
Para que possamos entender adequadamente as transações entre partes relacionadas,
é necessário que saibamos, antes, quais são os principais tipos de sociedades relacionadas.
Constata-se na legislação pátria que os principais tipos de empresas relacionadas são:
Sociedades Controladas;
Holding;
Consórcio de Sociedades;
Grupos de Sociedades; e
Sociedades Controladas em Conjunto – Joint Ventures.
Sociedade controlada é aquela que possui a maioria do seu capital votante nas mãos
de uma única pessoa, seja ele física ou jurídica ou um grupo de pessoas, que exercem sobre
ela influência administrativa relevante e preponderante.

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Holding são as sociedades que possuem como principal ou único objetivo participar no
capital social de outras sociedades, administrando-as, sendo que as empresas controladas
(administradas) mantêm uma certa autonomia. É objetivo de uma holding controlar outras
empresas, formulando estratégias de ação, oferecendo assessoria jurídica e financeira, sem
contudo exercer o controle operacional.
Encontramos a previsão legal da existência das holdings no art. 2º, § 3º, da Lei nº
6.404/76, que dispõe: “A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades;
ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto
social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.”.
As holdings podem ser puras, mistas ou familiares. São chamadas de holdings puras
aquelas que são criadas com o objetivo especifico de participar de outras sociedades, cuja
receita esperada é decorrente do recebimento de lucros e dividendos. Mistas são as holdings
que além de possuírem objetivos diversos, possuem o objetivo social de participar no capital
social de outras sociedades. Chama-se de holding familiar ou patrimonial àquele
empreendimento criado para afastar da direção dos negócios os acionistas e herdeiros
inexperientes.
O consórcio de sociedades está previsto na Lei nº 6.404/76, nos arts. 278 e 279.
Segundo esses dispositivos, o consórcio de sociedades é desprovido de personalidade jurídica,
operando, normalmente, em nome de cada uma das empresas que compõem o consórcio.
O grupo de sociedades é outra figura regulado pela Lei nº 6.404/76, por meio do
arts. 265 a 277, cujo estudo detalhado será feito no capítulo relativo a consolidação das
demonstrações contábeis.
Uma Joint Venture se caracteriza pelo compartilhamento do controle societário por
diversas empresas ou investidores, estabelecendo as regras de relacionamento entre elas, sem
interferir na estrutura societária, restringindo-se aos aspectos operacionais. Os principais
objetivos visados na constituição de uma Joint Venture são a troca ou transferência de
tecnologia, experiências e a realização de operações de forma conjunta. Assim, numa Joint
Venture não há participação societária. Apenas há um relacionamento operacional por certo
prazo, pelo qual as empresas menos desenvolvidas recebem apoio de outra mais desenvolvida.
Entretanto, as empresas necessitam conviver com a ingerência operacional de terceiros.

2 - CONCEITO DE PARTES RELACIONADAS

Para que possamos divulgar, segregadamente, as transações entre partes relacionadas


precisamos, antes, saber, de forma precisa, o que significa partes relacionadas e quais
transações que merecem o destaque da divulgação.
Partes relacionadas são todas as entidades que podem contratar com a empresa em
condições especiais, com privilégios. Ou seja, entidades com as quais a empresa realiza
transações em que não for observada a comutatividade e independência. As transações
referem-se às operações de: comprar, vender, emprestar, tomar emprestado, remunerar,
prestar ou receber serviços, condições de operações, dar ou receber em consignação,
integralizar capital, exercer opções, distribuir lucros etc.
Essa possibilidade de contratar em condições que não as de comutatividade e
independência se dá, geralmente, entre entidades nas quais uma delas, ou seus acionistas
controladores, detém participação a lhes assegurar preponderância nas deliberações sociais da
outra. Mas, o conceito de partes relacionadas deve estender-se, também, ao relacionamento
econômico:
• entre empresas que, por via direta ou indireta, respondam ao mesmo controle
societário;

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• entre empresas com administradores comuns ou que possam influenciar e/ou se


beneficiar de determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto
ou individualmente;
• de uma empresa com seus acionistas, quotistas e administradores (quaisquer que
sejam as denominações dos cargos), e com membros da família, até o terceiro grau,
dos indivíduos antes relacionados;
• de uma empresa com suas controladas diretas ou indiretas e coligadas, ou com
acionistas, quotistas ou administradores de suas controladas e coligadas e vice-
versa; e
• de uma empresa com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais
mantenham uma relação de dependência econômica e/ou financeira, ou de outra
natureza que permita essas transações.
Do conceito acima apresentado, depreende-se que uma das partes relacionadas exerce
significativa influência sobre a outra, fato que faz com que a parte passível da influência não
tenha condições de tomar decisões próprias, seguindo a orientação da outra parte, a que
detém o controle ou comando.
Assim, a sociedade ou parte controladora decide e estabelece as diretrizes de
negociações, deixando a vontade da outra sociedade a mercê de sua própria vontade e
interesses.
Percebe-se, ainda, da conceituação apresentada que se faz referência a entidades que
podem ser físicas ou jurídicas, isto é, partes relacionadas são todas as pessoas físicas ou
jurídicas que mantém vínculo entre si capaz de gerar dependência ou influência de uma na
outra, o que acarreta a realização de transações que não sejam comutativas. Transações
comutativas são aquelas em que as partes se colocam em igualdade de condições, com
independência, fato que não ocorre quando uma das partes envolvidas numa transação exerce
controle de qualquer forma sobre a outra parte ou quando há dependência administrativa e
financeira.
Não estamos afirmando, de maneira alguma, que as transações entre partes
relacionadas são realizadas em condições favorecidas a uma delas. Estamos apenas
levantando a hipótese que nessas condições pode haver o favorecimento de uma das partes
em detrimento da outra. Por isso, todas as transações entre partes relacionadas devem ser
evidenciadas para afastar qualquer possibilidade de alguma transação obscura passar
despercebida ou ficar fora da análise dos interessados na informação.
Desta forma, são partes relacionadas de uma sociedade:
• a sociedade controladora ou a controlada;
• as sociedades coligadas;
• os acionistas ou administradores comuns, que possam influenciar as empresas na
tomada de decisões;
• os diretores e acionistas majoritários;
• as pessoas detentoras de poder decisório da administração;
• os clientes, fornecedores ou financiadores, com os quais sejam mantidas relações de
dependência econômica, tecnológica ou financeira.

3 – IDENTIFICAÇÃO DAS TRANSAÇÕES

A divulgação das transações entre partes relacionadas deverá observar os seguintes


aspectos, sobre os quais se dará maior ou menor ênfase:

• se a transação foi efetuada em condições semelhantes às que seriam aplicadas


entre partes não relacionadas (quanto a preços, prazos, encargos, qualidade, etc.)
que contratassem com base em sua livre vontade e em seu melhor interesse; e

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• se as transações por si ou por seus efeitos afetam ou possam a vir a afetar, de


forma significativa, a situação financeira e/ou os resultados e sua correspondente
demonstração, das empresas intervenientes na operação.

Entre outras transações com partes relacionadas que devem ser divulgadas, as a seguir
listadas são de divulgação obrigatória quando constatada sua ocorrência por parte das
empresas relacionadas:

• Compra ou venda de produtos e/ou serviços que constituem o objeto social da


empresa.
• Alienação ou transferência de bens do ativo.
• Alienação ou transferência de direitos de propriedade industrial.
• Saldos decorrentes de operações e quaisquer outros saldos a receber ou a pagar.
• Novação, perdão ou outras formas pouco usuais de cancelamento de dívidas.
• Prestação de serviços administrativos e/ou qualquer forma de utilização da estrutura
física ou de pessoal de uma empresa pela outra ou outras, com ou sem
contraprestação.
• Avais, fianças, hipotecas, depósitos, penhores ou quaisquer outras formas de
garantias.
• Aquisição de direitos ou opções de compra ou qualquer outro tipo de benefício e seu
respectivo exercício.
• Quaisquer transferências não remuneradas.
• Direitos de preferência à subscrição de valores mobiliários.
• Empréstimos e adiantamentos, com ou sem encargos financeiros, ou a taxas
favorecidas.
• Recebimentos ou pagamentos pela locação ou comodato de bens imóveis ou móveis
de qualquer natureza.
• Manutenção de quaisquer benefícios para funcionários de partes relacionadas, tais
como: planos suplementares de previdência social, plano de assistência médica,
refeitório, centros de recreação, etc.
• Limitações mercadológicas e tecnológicas.

4 - CRITÉRIOS DE DIVULGAÇÃO
Os saldos existentes à data do balanço e as transações ocorridas que mereçam
divulgação devem ser destacados nas demonstrações financeiras como segue.
• Saldos e transações inseridos no contexto operacional habitual das empresas devem
ser classificados em conjunto com os saldos e transações da mesma natureza.
• Saldos e transações não inseridos no contexto operacional devem ser classificados
em itens separados.
A divulgação de tais operações pode ser feita no corpo das demonstrações financeiras
ou em notas explicativas. Em qualquer caso, deve-se fornecer detalhes suficientes para
identificação das partes relacionadas e de quaisquer efeitos relevantes ou não estritamente

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comutativas em relação a tais transações. Deve-se enfatizar se as transações foram realizadas


a valores e prazos correntes no mercado, isto é, em condições de independência.
Os saldos das transações com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais a
empresa mantém uma relação de dependência econômica, financeira ou tecnológica deverão
ser divulgados com uma explicação sucinta da natureza do relacionamento ou da dependência.
Esta divulgação poderá ser incluída na nota explicativa referente às operações ou saldos
normais do mesmo tipo (por exemplo: clientes, financiamentos, etc.) ou em nota específica.
Todavia, nas demonstrações financeiras consolidadas que incluam as partes
relacionadas, como regra geral não será necessária a divulgação da maioria dos saldos e
transações com partes relacionadas, já que eles são eliminados no processo de consolidação.
Entretanto, tanto as transações com a pessoa física dos administradores e/ou controladores,
como as operações que revelam dependência econômica e/ou financeira, não são eliminadas
no referido processo; portanto, esses montantes devem ser revistos, desta vez em relação
com a significância dos saldos consolidados.

5 - ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS

A lei das sociedades por ações traz diversos dispositivos que regem as relações
empresariais, referindo-se às obrigações dos administradores e controladores.
A CVM, dentro de sua competência normativa, aprovou através da Deliberação nº
26/86 o Pronunciamento do IBRACON denominado “Transações entre Partes Relacionadas”.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da RESOLUÇÃO CFC Nº 973/03,
que aprova a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 17 – Partes Relacionadas, também se
pronunciou sobre o assunto.

5.1 – As disposições da Lei das S.A. sobre partes relacionadas


Em relação aos administradores
Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe
conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências
do bem público e da função social da empresa.
...
§2º É vedado ao administrador:
...
b) sem prévia autorização da assembléia geral ou do conselho de administração,
tomar por empréstimo recursos ou bens da companhia, ou usar, em proveito
próprio, de sociedade em que tenha interesse, ou de terceiros, os seus bens,
serviços ou crédito;
...
Art. 156. É vedado ao administrador intervir em qualquer operação social em que
tiver interesse conflitante com o da companhia, bem como na deliberação que a
respeito tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe cientificá-los do seu
impedimento e fazer consignar, em ata de reunião do conselho de administração ou
da diretoria, a natureza e extensão do seu interesse.
§1º Ainda que observado o disposto neste artigo, o administrador somente pode
contratar com a companhia em condições razoáveis ou eqüitativas, idênticas às que
prevalecem no mercado ou em que a companhia contrataria com terceiros.
...

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Art. 245. Os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer


sociedade coligada, controladora ou controlada, cumprindo-lhes zelar para que as
operações entre as sociedades, se houver, observem condições estritamente
comutativas, ou com pagamento compensatório adequado; e respondem perante a
companhia pelas perdas e danos resultantes de atos praticados com infração ao
disposto neste artigo.
Art. 247. As notas explicativas dos investimentos relevantes devem conter
informações precisas sobre as sociedades coligadas e controladas e suas relações
com a companhia, indicando:
I – a denominação da sociedade, seu capital social e patrimônio líquido;
II – o número, espécies e classes de ações ou quotas de propriedade da companhia,
e o preço de mercado das ações, se houver;
III – o lucro líquido do exercício;
IV – os créditos e obrigações entre a companhia e as sociedades coligadas e
controladas;
V – o montante das receitas e despesas em operações entre a companhia e as
sociedades coligadas e controladas.
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior
a dez por cento do valor do patrimônio líquido da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou
superior a quinze por cento do valor do patrimônio líquido da companhia.

5.2 – Os preceitos normativos da CVM


A CVM, com relação ao assunto, aprovou, através da Deliberação nº 26/86, o
Pronunciamento do IBRACON denominado “Transações entre Partes Relacionadas”:

1. Uma das evidentes intenções do legislador, ao regulamentar as atividades das sociedades


por ações e as responsabilidades do seu acionista controlador e dos seus administradores
(Lei nº 6.404/76 - artigo117), foi a da proteção do acionista minoritário. É neste contexto
que se inserem dispositivos tais como: as penalidades ao desvio de poder dos
administradores, a figura do conflito de interesses, o direito de dissidência e, sem dúvida
alguma, a divulgação (embora definida em forma incompleta) das transações entre partes
relacionadas.
2. Para permitir uma adequada interpretação das demonstrações financeiras por parte de seus
usuários e de quem com base nelas vá tomar decisões de caráter econômico-financeiro, é
necessário que as transações entre partes relacionadas sejam divulgadas de modo a
fornecer ao leitor, e principalmente aos acionistas minoritários, elementos informativos
suficientes para compreender a magnitude, as características e os efeitos deste tipo de
transações sobre a situação financeira e sobre os resultados da companhia.
Conceituação
3. Para poder estabelecer os critérios para identificação das transações que devem ser
divulgadas e a extensão dessa divulgação, é mister definir dois conceitos fundamentais:
· transações que merecem divulgação (ou, ao menos, especial atenção).
4. Partes relacionadas podem ser definidas, de um modo amplo, como aquelas entidades,
físicas ou jurídicas, com as quais uma companhia tenha possibilidade de contratar, no
sentido lato deste termo, em condições que não sejam as de comutatividade e
independência que caracterizam as transações com terceiros alheios à companhia, ao seu
controle gerencial ou a qualquer outra área de influência. Os termos “contrato” e
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“transações” referem-se, neste contexto, a operações tais como: comprar, vender,


emprestar, tomar emprestado, remunerar, prestar ou receber serviços, condições de
operações, dar ou receberem consignação, integralizar capital, exercer opções, distribuir
lucros etc.
Em geral, a referida possibilidade de contratar em condições que não as de comutatividade
e independência se dá entre entidades nas quais uma delas, ou seus acionistas
controladores, detém participação a lhes assegurar preponderância nas deliberações sociais
da outra. Mas o conceito de partes relacionadas deve estender-se, também, ao
relacionamento econômico:
· entre empresas com administradores comuns ou que possam influenciar e/ou se
beneficiar de determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto ou
individualmente;
· de uma empresa com suas controladas diretas ou indiretas e coligadas ou, com
acionistas, quotistas ou administradores de suas controladoras e coligadas e vice-versa;
e
· se a transação foi efetuada em condições semelhantes às que seriam aplicadas entre
partes não relacionadas(quanto a preços, prazos, encargos, qualidade etc.) que
contratassem com base em sua livre vontade e em seu melhor interesse, e
· Recebimentos ou pagamentos pela locação ou comodato de bens imóveis ou móveis de
qualquer natureza.
· Limitações mercadológicas e tecnológicas.

OPINIÃO DO IBRACON
Critérios de divulgação
8. Os saldos existentes à data do balanço e as transações ocorridas que mereçam divulgação
devem ser destacados nas demonstrações financeiras como segue:
· Saldos e transações não inseridos no contexto operacional normal devem ser
classificados em itens separados.
9. A referida divulgação pode ser feita no corpo das demonstrações financeiras ou em notas
explicativas, qual seja o mais prático, respeitada a condição de fornecer detalhes
suficientes para identificação das partes relacionadas e de quaisquer condições essenciais
ou não estritamente comutativas inerentes às transações em pauta. Deve ser indicado, em
todos os casos, se as transações foram feitas a valores e prazos usuais no mercado ou de
negociações anteriores que representam condições comutativas.
10. No caso de transações com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais a
empresa mantém uma relação de dependência econômica, financeira ou tecnológica, os
saldos ou os montantes das operações efetuadas durante o exercício deverão ser
divulgados como uma explicação sucinta da natureza do relacionamento ou da
dependência. Esta divulgação poderá ser incluída na nota explicativa referente às
operações ou saldos normais do mesmo tipo (por exemplo: clientes, financiamentos etc.)
ou em nota específica.
11. Por fim, deve-se ressaltar que o conceito de apresentação adequada das demonstrações
financeiras pressupõe um fator importante no processo de tomada de decisão quanto à
divulgação ou não das transações com partes relacionadas, que é a relevância dos
mesmos. Deve-se medir convenientemente a relevância de quaisquer discrepâncias ou
variações em relação às práticas aceitas decorrentes daquelas transações, antes de se
decidir pela sua divulgação.
12. Nas demonstrações financeiras consolidadas que incluam as partes relacionadas, como
regra geral não será necessária a divulgação da maioria dos saldos e transações com
partes relacionadas, já que eles são eliminados no processo de consolidação. Entretanto,
tanto as transações com a pessoa física dos administradores e/ou controladores, como as
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operações que revelam dependência econômica e/ou financeira, não são eliminadas no
referido processo; porquanto, esses montantes devem ser revistos, desta vez em relação
com a significância dos saldos consolidados.
Aplicação deste pronunciamento
13. Este procedimento deverá ser aplicado em demonstrações financeiras com exercícios
sociais encerrados a partir de 1º de junho de 1986; entretanto, sua aplicação imediata é
encorajada.

5.3 – A manifestação do CFC acerca de partes relacionadas


O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da RESOLUÇÃO CFC Nº 973/03,
que aprova a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 17 – Partes Relacionadas, assim se
expressa sobre o assunto:
Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de divulgação de informações
relativas a partes relacionadas e se aplica a quaisquer demonstrações contábeis ou
informações contábeis elaboradas para quaisquer fins.
Para permitir uma adequada interpretação das demonstrações contábeis por parte de seus
usuários e de quem, com base nelas, vá tomar decisões de caráter econômico-financeiro, é
necessário que as transações entre partes relacionadas sejam divulgadas de modo a fornecer
ao usuário e, principalmente, aos acionistas ou sócios minoritários elementos informativos
suficientes para compreender a magnitude, as características e os efeitos dessas transações
sobre a situação patrimonial e financeira e sobre os resultados da entidade.
A administração da entidade é responsável pela identificação e divulgação das partes
relacionadas e das transações com tais partes. Essa responsabilidade exige que a
administração implante sistemas contábeis e de controle interno adequados, para assegurar
que as transações com partes relacionadas possam ser identificadas nos registros contábeis ou
extra-contábeis e apropriadamente divulgadas nas demonstrações contábeis e em outras
informações contábeis elaboradas para quaisquer fins.
ALCANCE
Esta norma aplica-se às divulgações de transações entre uma entidade e suas partes
relacionadas, com relação aos aspectos contábeis, não se estendendo:
a) aos estudos para determinação da análise dos preços de transferência requeridos pela
legislação fiscal para as transações praticadas com entidades ligadas fora do Brasil; e
b) ao tratamento contábil e divulgação de informações sobre investimentos em
controladas e coligadas.
Esta norma aplica-se somente às relações entre as partes relacionadas descritas a seguir:
a) entidades que, direta ou indiretamente, por meio de uma ou mais entidades
intermediárias, controlam a entidade que apresenta suas demonstrações contábeis, ou
são por ela controladas, ou estão sob controle comum. Uma entidade é controlada
quando a entidade controladora, direta ou por meio de outras controladas, é titular de
direitos de sócios e/ou quotistas que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores. Uma entidade é coligada quando uma participa com 10% ou mais do
capital da outra, sem a controlar. Uma entidade é ligada quando, por alguma forma,
existe relação entre as entidades, seja pelo fato de serem coligadas ou controladas ou
por manterem acionistas e/ou quotistas em comum;

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b) pessoas que possuem, direta ou indiretamente, influência no poder de voto da


entidade, tendo com isso uma influência significativa sobre a entidade e os membros
mais próximos da família dessas pessoas;
c) pessoas-chave da administração, isto é, pessoas que têm autoridade e
responsabilidade de planejar, dirigir e controlar as atividades da entidade, inclusive
diretores e executivos das entidades e membros próximos da família de tais pessoas;
e
d) entidades nas quais influência substancial no poder de voto seja detida, direta ou
indiretamente, por quaisquer das pessoas descritas em b ou c acima, ou entidades
sobre as quais tais pessoas possam exercer influência significativa. Isto inclui
entidades controladas por seus diretores ou seus principais acionistas da entidade e
entidades que têm um membro-chave da administração em comum.
No contexto desta norma, não se consideram partes relacionadas:
a) duas entidades simplesmente porque têm um diretor em comum; mas é necessário
considerar a possibilidade e avaliar a probabilidade de que o diretor possa ser capaz
de afetar as diretrizes de ambas as entidades nas transações entre si;
b) financiadores, companhias de utilidade pública, sindicatos e órgãos e agências
governamentais, no curso de suas transações normais com uma entidade, embora
essas transações possam resultar em acordos que venham a influenciar o processo
decisório da entidade; e
c) um único cliente, fornecedor, concessionário, distribuidor ou agente geral, com o qual
a entidade mantém um volume significativo de negócios, meramente em razão da
dependência econômica.
Os seguintes termos são usados nesta norma com os seus significados:
a) transação entre partes relacionadas – uma transferência de recursos ou obrigações
entre partes relacionadas, ainda que a título gratuito;
b) controle – titularidade, direta ou indireta, por intermédio de outras entidades, de
direitos de sócio que assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores ou
por disposição estatutária ou por efeito de contrato ou acordo, as políticas financeiras
e operacionais da administração da entidade;
c) influência significativa – participação nas decisões sobre as políticas financeiras e
operacionais de uma entidade, mas não o controle dessas políticas. A influência
significativa pode ser exercida de diversas maneiras, geralmente pela representação
no conselho de administração, mas também, por exemplo, pela participação no
processo de definição das diretrizes, transações relevantes intercompanhias,
intercâmbio de pessoas da administração ou dependência de informações técnicas. A
influência significativa pode ser conseguida por meio de participação acionária,
disposições estatutárias ou acordo de acionistas, como no caso de sociedades nas
quais a entidade exerça influência sobre as decisões da administração, embora não
tenha participação direta ou indireta, mas dela usufrui benefícios ou assume riscos; e
d) membros mais próximos da família – são o cônjuge ou companheiro(a), e os parentes
em linha reta, ou colateral ou transversal, até o terceiro grau, e os parentes por
afinidade até o segundo grau.
Partes relacionadas são definidas, de um modo amplo, como aquelas entidades, pessoas
físicas ou jurídicas com as quais uma entidade tenha possibilidade de contratar, no sentido lato
deste termo, em condições que não sejam as de comutatividade e independência que
caracterizam as transações com terceiros alheios à entidade, ao seu controle gerencial ou a
qualquer outra área de influência. Os termos “contrato” e “transações” referem-se, neste
contexto, a operações tais como: comprar, vender, emprestar, tomar emprestado, remunerar,
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prestar ou receber serviços, condições de operações, dar ou receber em consignação,


integralizar capital, exercer opções, distribuir lucros, etc.
Em geral, a referida possibilidade de contratar em condições que não as de comutatividade
e independência se dá entre entidades nas quais uma delas, ou seus acionistas ou sócios
controladores, detém participação a lhes assegurar preponderância nas deliberações sociais da
outra. Mas o conceito de partes relacionadas deve estender-se, também, ao relacionamento
econômico:
a) entre empresas que, por via direta ou indireta, respondam ao mesmo controle
societário;
b) entre empresas com administradores comuns ou que possam influenciar
determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto ou
individualmente, ou que possam se beneficiar destas decisões;
c) de uma empresa com seus acionistas, quotistas e administradores (quaisquer que
sejam as denominações dos cargos), e com membros mais próximos da família dos
indivíduos antes relacionados;
d) de uma empresa com suas controladas diretas ou indiretas e coligadas, ou com
acionistas, quotistas ou administradores de suas controladoras e coligadas e vice-
versa; e
e) de uma empresa com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais
mantenham uma relação de dependência econômica e/ou financeira, ou de outra
natureza que permita essas transações, quaisquer que sejam, sem a observância da
independência e comutatividade.
As definições de partes relacionadas e transações com partes relacionadas são, portanto, no
sentido de que partes são consideradas relacionadas se uma delas puder controlar a outra ou
se exercer influência significativa sobre as decisões financeiras e operacionais tomadas por
essa outra.
Transações com partes relacionadas envolvem transferências de recursos ou obrigações
entre si, a título oneroso ou não. Essa definição não esgota, necessariamente, os elementos a
serem levados em conta para a identificação das partes que devem ser qualificadas como
“relacionadas”, nem restringem as informações que devem ser divulgadas devido aos
requerimentos previstos em lei ou por órgãos reguladores.
Ao considerar cada relacionamento possível entre partes relacionadas, a atenção deve ser
dirigida para a substância do relacionamento, e não meramente para a sua forma legal.
RELACIONAMENTO ENTRE PARTES RELACIONADAS
O relacionamento entre partes relacionadas é normal nos negócios. Neste sentido,
entidades freqüentemente exercem uma parte de suas atividades por meio de controladas ou
coligadas e adquirem participação em outras entidades – com propósitos de investir ou por
motivos comerciais – que são de proporção suficiente para que a investidora controle ou
exerça influência significativa sobre as decisões financeiras e operacionais da investida.
O relacionamento entre partes relacionadas pode ter efeito sobre a posição patrimonial e
financeira e os resultados das respectivas entidades. As transações entre partes relacionadas
podem, em algumas circunstâncias, ser realizadas em bases diferentes daquelas que seriam
negociadas e aceitas entre partes não-relacionadas.
Os resultados e a posição patrimonial e financeira de uma entidade podem ser afetados pelo
relacionamento entre partes relacionadas, ainda que não se realizem transações entre essas. A
simples existência do relacionamento pode ser suficiente para afetar as transações de
determinada entidade com terceiros. Por exemplo, uma controlada pode cancelar as
transações com determinada entidade com a qual mantinha operações, quando a sua
controladora adquire outra entidade com a mesma atividade. Por outro lado, uma parte pode

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abster-se de agir, em virtude da influência significativa de outra. Uma controlada pode ser
instruída por sua controladora para não se envolver em atividades de pesquisa e
desenvolvimento. Os efeitos dessas situações não são divulgados dada a dificuldade de uma
mensuração objetiva.
O reconhecimento contábil de uma transferência de recursos é normalmente baseado no
preço acordado entre as partes. Entre partes não-relacionadas o preço não induz a
favorecimentos. As partes relacionadas podem ter um grau de flexibilidade no estabelecimento
de preços, o qual não está presente nas transações entre partes não-relacionadas.
Utiliza-se de uma variedade de métodos para estabelecer o preço nas transações entre
partes relacionadas. Os comentários a seguir têm por objetivo demonstrar que, de uma
maneira geral, as transações foram praticadas em condições normais de mercado.
Uma maneira de estabelecer o preço em uma transação entre partes relacionadas pode ser
o método do preço não-controlado comparável, o qual fixa o preço com base em mercadorias
comparáveis, vendidas em mercado economicamente comparável a um comprador não-
relacionado com o vendedor. Quando as mercadorias ou serviços fornecidos numa transação
entre partes relacionadas e as respectivas condições são semelhantes às transações comerciais
entre partes independentes, muitas vezes, esse método é utilizado.
Quando mercadorias são transferidas entre partes relacionadas para venda subseqüente a
terceiros, o método de preço de revenda é geralmente utilizado. Por esse método, o preço de
revenda é reduzido por uma margem que representa uma importância que servirá para o
revendedor recuperar seus custos e obter um retorno comparável com empresas semelhantes.
Outro método é o custo acrescido de uma margem, o qual objetiva acrescentar uma
margem apropriada ao custo do fornecedor. Poderão surgir dificuldades para determinar tanto
os elementos atribuíveis ao custo como à margem. Entre os parâmetros que podem ajudar na
fixação do preço final está o retorno comparável com indústrias semelhantes.
Às vezes, os preços adotados para transações entre partes relacionadas não são
estabelecidos de acordo com os métodos descritos anteriormente. Qualquer que seja o método
adotado, transações entre partes relacionadas devem ser divulgadas nas demonstrações
contábeis ou em outras informações contábeis, mencionando as condições em que foram
praticadas e os respectivos valores.
Em certos casos, devido a características específicas dos produtos e do tipo de indústria,
podem ser fabricados produtos para atender às necessidades de partes relacionadas, não
tendo outro mercado consumidor. Nesse caso, a operação deverá ser divulgada em notas
explicativas às demonstrações contábeis, bem como às condições utilizadas na transação.
DIVULGAÇÃO
Maior ou menor destaque na divulgação das transações deve ser dado, considerando os
seguintes fatos:
a) se a transação foi efetuada em condições semelhantes às que seriam aplicadas entre
partes não-relacionadas (quanto a preços, prazos, encargos, qualidade, etc.) que
contratassem com base em sua livre vontade e em seu melhor interesse; e
b) se as transações por si ou por seus efeitos afetam ou possam vir a afetar, de forma
significativa, a situação patrimonial e financeira e/ou os resultados e sua
correspondente demonstração, das empresas intervenientes na operação.

A seguir, são mencionadas situações em que as transações entre partes relacionadas


podem exigir divulgação pela entidade nas demonstrações contábeis ou em outras informações
contábeis, no período em que referidas transações ocorreram. A relação abaixo é meramente
de transações que normalmente ocorrem, todavia, não é exaustiva de transações entre partes
relacionadas:

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a) compra ou venda de produtos e/ou serviços (produtos acabados ou em processo, etc.);

b) compra ou venda de imobilizado ou outros ativos, inclusive alienação ou transferência de


direitos de propriedade industrial;

c) prestação ou recebimento de serviços;

d) contratos de agenciamento ou de licenciamento;

e) saldos decorrentes de operações e quaisquer outros saldos a receber ou a pagar;

f) novação, perdão ou outras formas pouco usuais de cancelamento de dívidas;

g) prestação de serviços administrativos e/ou qualquer forma de utilização da estrutura


física ou de pessoal de uma empresa pela outra ou outras, com ou sem contraprestação;

h) avais, fianças, hipotecas, depósitos, penhores ou quaisquer outras formas de garantias;

i) aquisição de direitos ou opções de compra ou qualquer outro tipo de benefício e seu


respectivo exercício do direito;

j) quaisquer transferências de bens, direitos e obrigações não-remuneradas ou em


condições favorecidas;

k) recebimentos ou pagamentos pela locação ou concessão de comodato de bens imóveis


ou móveis de qualquer natureza;

l) manutenção de quaisquer benefícios para funcionários de partes relacionadas, tais como:


planos suplementares de previdência social, plano de assistência médica, refeitório,
centros de recreação, etc.;

m) limitações mercadológicas e tecnológicas;

n) financiamentos e contribuições de capital em dinheiro ou em bens; e

o) transferência de pesquisas e desenvolvimento, tecnologia, etc.


Os saldos existentes na data do balanço e as transações ocorridas durante o exercício ou no
período que mereçam divulgação devem ser destacados nas demonstrações ou informações
contábeis com a identificação das partes relacionadas e a indicação dos seus montantes,
natureza e condições. Transações anormais com partes relacionadas após o encerramento do
exercício ou período também devem ser divulgadas.
A referida divulgação pode ser feita no corpo das demonstrações contábeis e/ou em notas
explicativas, qual seja o mais prático, respeitada a condição de fornecer detalhes suficientes
para a identificação das partes relacionadas e das transações realizadas entre as partes, para
entendimento das demonstrações contábeis. Deve ser indicado, em todos os casos, se as
transações foram feitas a valores e prazos usuais no mercado ou de negociações anteriores
que representam condições comutativas.

Por fim, deve-se ressaltar que o conceito de apresentação adequada das demonstrações
contábeis pressupõe um fator importante no processo de tomada de decisão quanto à
divulgação ou não das transações com partes relacionadas, que é a relevância destas. Deve-se
medir convenientemente a relevância de quaisquer discrepâncias ou variações em relação às
práticas aceitas decorrentes daquelas transações, antes de se decidir pela sua divulgação.

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Nas demonstrações contábeis consolidadas que incluam as partes relacionadas, como regra
geral, não será necessária a divulgação da maioria dos saldos e transações com essas partes
relacionadas, uma vez que estes são eliminados no processo de consolidação.

A fim de que o usuário das demonstrações contábeis possa formar uma idéia dos efeitos do
relacionamento entre partes relacionadas nas demonstrações contábeis consolidadas, é
apropriado divulgar o relacionamento quando o fator controle está presente, ainda que não
tenha havido transações entre as partes.

Os detalhes das transações com partes relacionadas normalmente incluem:

a) uma indicação do volume das transações, seja por meio de valores, ou por meio da
proporção em relação ao volume total das transações da entidade;

b) montante ou respectiva proporção dos saldos existentes na data do balanço; e

c) o(s) método(s) e as políticas adotado(s) para a determinação dos preços.

As transações e os saldos com a(s) pessoa(s) física(s) dos administradores e/ou


controladores e demais partes relacionadas devem ser divulgados em notas explicativas às
demonstrações contábeis com detalhes suficientes que permitam ter uma noção exata do tipo
de transação e os valores e as condições envolvidos.

Embora não sejam integrantes de partes relacionadas, transações com fornecedores,


clientes ou financiadores com os quais a entidade mantém uma relação de dependência
econômica, financeira ou tecnológica, os saldos ou os montantes das operações efetuadas
durante o exercício deverão ser divulgados, seguidos de uma explicação sucinta da natureza
do relacionamento ou da dependência. Esta divulgação poderá ser incluída na nota explicativa
referente às operações ou saldos normais do mesmo tipo (por exemplo: clientes, fornecedores,
financiamentos, etc.) ou em nota explicativa específica.

É de ressaltar que a norma expedida pelo CFC está de acordo com o pronunciamento
proferido pelo International Accounting Standart Committee – IASC (Comissão de Normas
Internacionais de Contabilidade), do qual o Brasil é membro. Assim, convém estudar
atentamente esta Resolução, pois nas provas, principalmente as elaboradas pela Esaf, o
assunto é cobrado com esse enfoque.

6 – MATRIZ E FILIAL

A lei nº 6.404/76, tratando sobre o registro do comércio, no art. 97, § 3º, assevera que
a criação de sucursais, filiais ou agências deverá ser arquivada no registro do comércio.
Art. 97. Cumpre ao registro do comércio examinar se as prescrições legais
foram observadas na constituição da companhia, bem como se no estatuto
existem cláusulas contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
...
§ 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, observado o disposto no
estatuto, será arquivada no registro do comércio.
Desta forma, a existência de filiais deve estar formalizada no registro do comércio para
que possa surtir os seus devidos efeitos legais.

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6.1 – CONCEITOS INICIAIS

Matriz: É o estabelecimento sede, o que mantém o controle administrativo, onde


funciona a direção da empresa e onde são tomadas as decisões ou onde são centralizadas as
operações. Enfim, é o estabelecimento de comando da companhia.

Filial: É qualquer estabelecimento mercantil industrial ou civil, dependente ou ligado a


outro que, em relação a ele, tem ou detém o poder de comando. As filiais possuem,
normalmente, um grau de autonomia administrativa delegada da matriz a seus gerentes ou
prepostos.

Sucursal: É o estabelecimento que depende de outro estabelecimento, no caso a


matriz. Mantém estoques de mercadorias e possui certa liberdade administrativa.

Agência: O agente normalmente recebe certa remuneração do estabelecimento matriz.


A matriz, de regra, assume a responsabilidade econômica e financeira da agência.

Estabelecimento: É a unidade imóvel onde são realizadas as atividades econômicas


ou sociais da empresa. Compreende a área contígua, perfeitamente delimitada e não cortada
por via pública. As filiais, agências e sucursais se constituem em extensões do estabelecimento
matriz, portanto, em outro estabelecimento. Desta forma, uma empresa pode possuir vários
estabelecimentos.

Coligada: Empresa que participa com 10% ou mais do capital social de outra sem
controlá-la.

Controlada: É aquela empresa que está sob influência administrativa relevante de


outra que é sua controladora.

6.2 – CONTABILIDADE DE FILIAIS


Conforme preceituam as normas de contabilidade, todos os fatos contábeis devem ser
escriturados pela empresa. Entretanto, a Entidade que tiver unidade operacional ou de
negócios como filiais, agências, sucursais ou assemelhadas, e que optar por sistema de
escrituração descentralizado, deverá ter registros contábeis que permitam a identificação das
transações de cada uma dessas unidades.
A escrituração de todas as unidades deverá integrar um único sistema contábil, com a
observância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de
Contabilidade.
O grau de detalhamento dos registros contábeis ficará a critério da Entidade.
As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bem como entre
estas, serão eliminadas quando da elaboração das demonstrações contábeis.
As despesas e receitas que não possam ser atribuídas às unidades serão registradas na
matriz.
O rateio de despesas e receitas, da matriz para as unidades, ficará a critério da
administração da Entidade.
Ressaltamos que os critérios antes apresentados devem ser observados tanto com
relação as filiais localizadas no País quanto para as filiais localizadas no exterior.

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Na contabilização de fatos contábeis envolvendo matriz e filial, cada um dos


estabelecimentos deverá efetuar registros contábeis pertinentes. Deste modo, tanto a matriz
quanto a filial terão em seus planos de contas as chamadas contacorrete representativa da
espécie de recursos repassados ou recebidos e complementados por matriz ou filial.
Suponha que a Cia. BONSLICORES possua a filial SUCUPIRA. Os principais lançamentos
contábeis envolvendo a matriz e a filial são:

1. Transferência de disponibilidades financeiras da matriz à filial, mediante


transferência eletrônica, via banco, no valor de R$ 50.000,00:
a) Registro na matriz:
D - C/C Disponibilidades – Filial SUCUPIRA (PC)
C – Bancos comta Movimento (AC) R$ 50.000,00

b) Registro na filial:
D- Bancos conta Movimento (AC)
C - C/C Disponibilidades – Matriz (AC) R$ 50.000,00

2. Transferência de disponibilidades financeiras da filial para a matriz, mediante


transferência eletrônica, via banco, no valor de R$ 10.000,00:
a) Registro na matriz:
D – Bancos conta Movimento (Ativo Circulante)
C – C/C Disponibilidades – Filial SUCUPIRA (PC) R$ 10.000,00

b) Registro na filial SUCUPIRA:


D - C/C Disponibilidades – Matriz (AC)
C - Bancos conta Movimento (AC) R$ 10.000,00

3. Transferência de mercadorias da matriz para a filial Sucupira, no valor de R$


16.000,00:
a) Registro na matriz:
D – C/C Mercadorias - Filial SUCUPIRA (AC)
C – Mercadorias (Estoques – AC) R$ 16.000,00

b) Registro na filial SUCUPIRA:


D - Mercadorias (Estoques – AC)
C – C/C Mercadorias - Matriz (PC) R$ 16.000,00

4. Débito relativo a despesas operacionais rateadas pela matriz á filial como, por
exemplo, Imposto de Renda e CSSL, no valor de R$ 1.300,00:
a) Registro na matriz:
D – C/C Rateio Despesas (IR e CSSL) – Filial SUCUPIRA (AC)
C – Rateio de Despesas – Filial SUCUPIRA (Resultado) R$ 1.300,00

b) Registro na filial:
D – Despesas Operacionais (IR e CSSL) (Resultado)
C – C/C Rateio Despesas – Matriz (PC) R$ 1.300,00

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6.3 – ASPECTOS FISCAIS


6.3.1 – LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA
Consoante o disposto no art. 251 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de
Renda), a pessoa jurídica que apurar a base de cálculo pelo lucro real está sujeita a
escrituração estabelecida pelas leis comerciais e fiscais. Desta forma, a escrituração deve
abranger todos os fatos contábeis, inclusive os resultados obtidos com investimentos no
exterior.
A apuração da base de cálculo deve ser centralizada na matriz, sendo, porém,
permitida a escrituração descentralizada em cada filial e a sua incorporação a escrituração da
matriz ao final de cada período de apuração.
A matriz é obrigada a registrar e manter um livro registro de inventário que contemple
o inventário de todos os estabelecimentos filiais, mesmo que seja adotado o sistema de
inventário permanente com fichas de controle de estoque e que cada estabelecimento adote
um livro de registro de inventário. Ademais, o fato de possuir o livro de registro de inventário
não dispensa a empresa de efetuar o levantamento físico dos estoques a fim de efetuar os
ajustes que por ventura se façam necessários.
Nas transferencias de mercadorias da matriz para as filiais e vice-versa pode ocorrer
que haja lucro. Neste caso, ao final de cada período este lucro deve ser eliminado para fins de
apuração do lucro real.
Além do Imposto de Renda pessoa jurídica, as contribuições para o PIS, a Cofins e o
IRRF devem ser satisfeitas de forma centralizada pela matriz.

6.3.2 – LEGISLAÇÃO DO IPI, do ICMS e do ISS


O Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002, que aprova o Regulamento do
Imposto sobre Produtos Industrializados – RIPI, estabelece que se constitui em contribuinte
autônomo cada um dos estabelecimentos em que ocorra o fato gerador do imposto. Desta
forma, as filiais, sucursais, agências, etc. são estabelecimentos autônomos para este tributo,
devendo cada um cumprir as obrigações tributárias decorrentes de atos por eles praticados.
A legislação do ICMS e do ISS também consideram cada estabelecimento como
contribuinte autônomo sendo estes impostos devidos por atos que praticarem.

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EXERCÍCIOS

01) (AFTN-1996Esaf) A evidência de operações realizadas entre partes relacionadas é


necessária para atender:
a) Um item da legislação fiscal, o controlador e os financistas
b) Principalmente o acionista minoritário e o usuário externo
c) O acionista majoritário, os credores atuais e o usuário interno
d) O mercado consumidor, o acionista minoritário e o usuário interno
e) O usuário externo e os atuais acionistas da empresa

02) (AFTN-1996Esaf) A Cia PARÁ constitui uma filial em 02.01.93 fornecendo à mesma $
40.000.000 em moeda corrente como capital inicial. O lançamento a ser feito na
contabilidade da filial seria :
a) Caixa
a Capital Social $ 40.000.000
b) Matriz - Conta Corrente
a Capital Social $ 40.000.000
c) Caixa
a Matriz- Conta Corrente $ 40.000.000
d) Filial- Conta Corrente
a Capital Social $ 40.000.000
e) Caixa
a Filial- Conta Corrente $ 40.000.000

03) (AFTN-1998-Esaf) Identifique, nas opções abaixo, aquela na qual não se caracteriza o
conceito de partes relacionadas.
a) Empresas possuídas por diretores ou acionistas minoritários, nas quais os acionistas não
tenham voto majoritário.
b) Pessoas que possuem, direta ou indiretamente, algum interesse no poder de voto da
empresa que emite as Demonstrações Financeiras.
c) Pessoas-chave da administração, inclusive diretores e executivos de companhias e membros
mais próximos de suas famílias.
d) Empresas que, direta ou indiretamente, através de uma ou mais empresas intermediárias,
controlam a empresa que apresenta suas Demonstrações Financeiras.
e) Empresas com administradores comuns ou que possam influenciar e/ou beneficiar-se de
determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto ou individualmente.

04) – (AFTN-1998-Esaf) Dos itens abaixo indique aquele que não representa exemplo de
transações entre partes relacionadas.
a) Contrato de prestação de serviços entre coligadas com preço estipulado através de cotações
no mercado.
b) Recebimento ou pagamento pela locação ou comodato de bens imóveis ou móveis de
qualquer natureza entre coligadas e controladas.
c) Direitos de preferência de uma empresa na subscrição de ações de outra que não seja
coligada ou controlada, que não tenha sócios em comum com a companhia, quando for
realizada a preço normal de mercado.
d) Transações com clientes, fornecedores ou financiadores, dos quais a empresa seja
dependente do ponto de vista econômico, tecnológico ou financeiro.
e) Empréstimo de Longo Prazo concedido ao controlador à taxa de mercado.

05) (AFTN-1998-Esaf) A conceituação de "Filial" é


a) o estabelecimento comercial que opera na dependência da matriz
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b) qualquer estabelecimento mercantil industrial ou civil, dependente ou ligado a outro que, em


relação a ele, tem ou detém o poder de comando
c) o estabelecimento sede ou principal, ou seja, aquele que tem primazia na direção a que
estão subordinados todos os demais
d) uma companhia constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista uma
outra sociedade
e) uma companhia com personalidade jurídica própria distinta da sociedade controladora
domiciliada no exterior

06) (AFRF-2001-Esaf) Todas as opções abaixo descritas são transações entre partes
relacionadas, exceto:
a) compras ou vendas de produtos/serviços, realizadas pela controladora, que constituem o
objeto social da empresa controlada
b) avais, fianças e hipotecas, depósitos e outras garantias concedidas a empresas de acionistas
controladores
c) direitos de preferência à subscrição de valores mobiliários de empresas coligadas em
condições favorecidas
d) quaisquer transferências não remuneradas efetuadas com empresas pertencentes ao mesmo
grupo econômico
e) alienação ou transferência de direitos de propriedade industrial realizada sem qualquer tipo
de benefício ou dependência

07) (AFRF-2001-Esaf A transferência de recursos de caixa feita pela matriz para suas filiais
gera o seguinte lançamento contábil, em cada uma das filiais.
a) Conta Corrente Matriz
a Capital
b) Conta Corrente Matriz
a Caixa
c) Caixa
a Conta Corrente Filial
d) Caixa
a Conta Corrente Matriz
e) Capital
a Caixa

08) (AFRF-2001-Esaf) A exigência de divulgação das transações entre partes relacionadas


é dispensável quando
a) as operações entre as partes relacionadas tenham ocorrido nas mesmas condições das
operações realizadas com terceiros
b) da existência de empresas relacionadas não incluídas no processo de consolidação
c) essas transações ocorrerem entre empresas obrigadas a publicar demonstrações contábeis
consolidadas
d) na ocorrência de transferências não remuneradas entre as partes relacionadas
e) verificada a dependência mercadológica e financeira entre as empresas relacionadas

09) (AFRF-2001-Esaf) Qual das afirmações abaixo não é considerada como elemento que
deve ser revelado, nas demonstrações contábeis, quando da divulgação das transações
entre partes relacionadas.

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a) a natureza do relacionamento; eventualmente, o nome da parte relacionada, se for


essencial para o entendimento do relacionamento
b) saldos de contas a receber entre empresas controladas, após a consolidação das
demonstrações contábeis
c) efeitos de quaisquer mudanças em relação a acordos, contratos entre dois exercícios, cujo
valor seja relevante
d) descrição das transações, inclusive valores ou proporções e outras informações necessárias
e) política de preços de produtos/serviços e de remuneração por transferência de recursos
financeiros

10) (AFRF-2002-Esaf) Uma operação realizada entre empresas que envolva a transferência
de direitos de propriedade industrial de uma sociedade para a outra é caracterizada como
um(a):
a) participação recíproca.
b) consórcio de empresas.
c) parte relacionada.
d) oligopólio.
e) livre concorrência.

11) (AFRF-2002-Esaf) Companhias investidas nas quais não se verifica a possibilidade de


modo permanente, de forma direta ou indireta, de um acionista isoladamente exercer os
poderes de preponderância nas deliberações sociais ou ainda de eleger ou destituir a
maioria dos administradores, são denominadas
a) consórcio, sucursal ou subsidiária.
b) sucursais, filiais ou dependências no exterior.
c) sociedades equiparadas a controladoras.
d) empresa subsidiária integral.
e) sociedades controladas em conjunto.

12) (AFRF-2002-2-Esaf) A divulgação de transações e/ou fatos relevantes realizadas entre


partes relacionadas torna-se dispensável quando
a) ocorrer dependência tecnológica ou financeira entre as companhias relacionadas.
b) referir-se a operações de mútuo ocorridas entre controladas e controladoras sendo ambas
companhias abertas.
c) se tratar de acordo entre empresas estabelecendo preço de transferência diferenciado do
normalmente praticado no mercado.
d) da saída de sócio que mantenha, com a companhia, contrato de colaboração operacional ou
tecnológica.
e) da existência de empresa com alto grau de dependência tecnológica de outra empresa
localizada em outro país.

13) (AFRF-2003) A divulgação de transações com partes relacionadas deixa de ser


imprescindível em situações envolvendo
a) saldos eliminados em demonstrações consolidadas.
b) transferência de direitos de propriedade industrial.
c) fianças e hipotecas concedidas em favor de controladas.
d) avais e fianças concedidos em favor de coligadas.
e) limitações mercadológicas ou tecnológicas.

Nas questões de número 14 a 45, marque C (Certo) ou E (Errado).

14) Consoante o disposto no art. 117 da Lei nº 6.404/76, o acionista controlador responde
pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder. Considera-se abuso de
poder, entre outros, orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao
interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em
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prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia,


ou da economia nacional

15) Somente constitui abuso de poder o ato praticado diretamente pelos administradores
quando visa o favorecimento pessoal ou condições não eqüitativas.

16) Uma das principais finalidades da evidenciação das operações entre partes relacionadas é
informar ao usuário externo a real situação da Entidade. Incluem-se entre estes usuários
os acionistas minoritários, os analistas de investimentos e os investidores no mercado de
capitais.

17) A título de exemplo, pode-se relacionar como sociedades relacionadas as sociedades


controladas, as holdings, o consórcio de sociedades, os grupos de sociedades, as joint
ventures, as filiais, as sucursais e as agências.

18) Holding são as sociedades que possuem como único objetivo participar no capital social de
outras sociedades, não podendo ter outros objetivos sob pena de se tornar numa joint
venture.

19) Partes relacionadas são aquelas entidades físicas ou jurídicas, com as quais uma
companhia tenha possibilidade de contratar em condições que não sejam as de
comutatividade e independência que caracterizem as transações com terceiros alheios à
companhia.

20) As empresas com administradores comuns ou que possam influenciar e/ou se beneficiar
de determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto ou
individualmente, bem como de uma empresa com seus acionistas, quotistas e
administradores e com membros da família, até o terceiro grau, constituem
relacionamentos econômicos que merecem destaque na evidenciação de partes
relacionadas.

21) Para o reconhecimento de partes relacionadas é indiferente que a transação tenha sido
efetuada em condições semelhantes às que seriam aplicadas entre partes não relacionadas
no concernente a preços, prazos, encargos, qualidade, etc.

22) Na identificação das transações entre partes relacionadas, deve-se atentar se as


transações por si ou por seus efeitos afetam ou possam a vir a afetar, de forma
significativa, a situação financeira e/ou os resultados e sua correspondente demonstração,
das empresas intervenientes na operação.

23) Entre as transações com partes relacionadas que devem ser divulgadas esta a prestação
de serviços administrativos e/ou qualquer forma de utilização da estrutura física ou de
pessoal de uma empresa pela outra ou outras, com ou sem contraprestação.

24) Não constituem transações com partes relacionadas a manutenção de benefícios para
funcionários de coligadas e controladas se estes benefícios forem estendidos aos
funcionários da própria Entidade investidora.

25) As transações com partes relacionadas podem ser divulgadas no corpo das demonstrações
financeiras ou em notas explicativas de modo que se possa identificar as partes
relacionadas e os efeitos relevantes ocorridos em tais transações.

26) Nas demonstrações financeiras consolidadas que incluam as partes relacionadas, como
regra geral não será necessária a divulgação dos saldos e transações com partes
relacionadas que foram eliminadas no processo de consolidação.

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27) As transações com a pessoa física dos administradores e/ou controladores, como as
operações que revelam dependência econômica e/ou financeira, não são eliminadas no
referido processo de consolidação. Neste caso, deve-se verificar a relevância dos
montantes destas transações para evidenciá-las ou não como transações entre partes
relacionadas.

28) É facultado ao administrador intervir em qualquer operação social, mesmo que tenha
interesse conflitante com o da companhia, desde que a deliberação seja referendada pelos
demais administradores e consignada em ata de reunião do conselho de administração ou
da diretoria, não se aplicando, neste caso, o princípio da eqüitatividade.

29) As notas explicativas dos investimentos relevantes devem conter informações precisas
sobre as sociedades coligadas e controladas e suas relações com a companhia, indicando,
entre outros aspectos, o montante das receitas e despesas em operações entre a
companhia e as sociedades coligadas e controladas.

30) A identificação e a divulgação das partes relacionadas e das transações com tais partes é
de responsabilidade de contabilista registrado no CFC. Para tanto, o contabilista deve
implantar um sistema contábil adequado para identificar as transações com partes
relacionadas mediante utilização de registros contábeis ou extra-contábeis apropriados.

31) Segundo o CFC, não se consideram partes relacionadas duas entidades simplesmente
porque têm um diretor em comum.

32) Conforme o CFC, deve-se entender por membros mais próximos da família o cônjuge e os
parentes em linha reta, ou colateral ou transversal, até o segundo grau, e os parentes por
afinidade até o terceiro grau.

33) As definições de partes relacionadas e transações com partes relacionadas são no sentido
de que partes são consideradas relacionadas se uma delas puder controlar a outra ou se
exercer influência significativa sobre as decisões financeiras e operacionais tomadas por
essa outra.

34) Independentemente de a transação com partes relacionadas ter sido realizada em


condições semelhantes às que seriam aplicadas entre partes não-relacionadas, as
transações devem ser divulgadas com o mesmo destaque.

35) Somente as transações anormais com partes relacionadas ocorridas até o encerramento
do exercício ou período devem ser divulgadas, sendo que as transações anormais com
partes relacionadas após o encerramento do exercício ou período devem ser divulgadas no
período seguinte.

36) As transações com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais a entidade


mantém uma relação de dependência econômica, financeira ou tecnológica, os saldos ou os
montantes das operações efetuadas durante o exercício deverão ser divulgados, seguidos
de uma explicação sucinta da natureza do relacionamento ou da dependência, embora não
sejam integrantes de partes relacionadas.

37) Filial é qualquer estabelecimento mercantil industrial ou civil, dependente ou ligado a


outro que, em relação a ele, tem ou detém o poder de comando.

38) Os atos de criação de sucursais, filiais ou agências, em face de não possuírem


personalidade jurídica, não necessitam ser arquivados no registro do comércio.

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39) Quanto aos aspectos fiscais, especificamente com relação ao Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas – CNPJ, as filiais devem ser identificadas com indicação própria após a
barra transversal e antes dos dígitos verificadores.

40) A apuração do ICMS e IPI deve ser efetuada, separadamente, por estabelecimento, isto é,
a apuração desses tributos é descentralizada.

41) Nas transações efetuadas entre matriz e filial não há incidência de ICMS e de IPI, visto
que o fato gerador de ambos é a saída de mercadorias e produtos e, neste caso, eles
permanecem na Entidade.

42) A legislação do Imposto de Renda determina que a base de cálculo seja apurada de forma
centralizada, pela matriz. Porém, não há vedação de a empresa manter contabilidade
descentralizada, contanto que haja a centralização, na matriz, para apurar o imposto de
renda.

43) O livro de Registro de Inventário, tanto na matriz quanto na filial, não necessita ser
registrado quando a empresa adota o sistema de inventário permanente.

44) O lucro interno, obtido nas transferências de mercadorias e quaisquer bens, deverá ser
eliminado no momento da apuração do resultado de cada período.

45) A filial é designada, de forma genérica, de agência ou sucursal. No entanto, quando estas
extensões estiverem localizadas no exterior e, por força da legislação estrangeira,
adotarem personalidade jurídica própria, surge a figura jurídica da subsidiária.

CAPÍTULO - 5
01 – B 02 – C 03 – A 04 – C 05 – B
06 – E 07 – D 08 – C 09 – B 10 – C
11 – E 12 – B 13 – A 14 – C 15 – E
16 – C 17 – E 18 – E 19 – C 20 – C
21 – E 22 – C 23 – C 24 – E 25 – C
26 – C 27 – C 28 – E 29 – C 30 – E
31 – C 32 – E 33 – C 34 – E 35 – E
36 – C 37 – C 38 – E 39 – C 40 – C
41 – E 42 – C 43 – E 44 – C 45 – C

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DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

Um país tem sua riqueza geral avaliada por uma variável econômica obtida por meio da soma
dos valores agregados por seus agentes econômicos, ou seja, pela soma das riquezas geradas por
estes. É o Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Mas como obter o valor agregado por uma empresa? A Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE) informa apenas a parcela da riqueza gerada pela sociedade que fica na empresa ou que será
distribuída aos sócios. É o lucro e sua distribuição. Assim, as informações geradas pela DRE
interessam basicamente aos sócios e acionistas da empresa.
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) apresenta o conjunto de riquezas geradas, ou seja,
de valores adicionados, por uma determinada empresa (entidade) às mercadorias e insumos
adquiridos durante um certo período, assim como também evidencia de que forma esta riqueza
gerada foi distribuída pelos fatores de produção (capital e trabalho). Essa riqueza gerada pela
empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de
sua produção e o dos bens produzidos por terceiros utilizados no processo produtivo da entidade.
Trata-se de uma demonstração de grande interesse para o governo.
A DVA pode integrar o Balanço Patrimonial. Dois aspectos são abrangidos pela DVA: o social e
o econômico. O primeiro, quando se avalia o desempenho social, por meio da distribuição da
riqueza gerada entre Governo, empregados, sócios e financiadores da empresa; o segundo, quando
se compara o valor das saídas com o valor das entradas, apurando-se a eficiência da empresa.
Por esse motivo, alguns países exigem que as empresas que desejam se instalar em seus
territórios apresentem a Demonstração do Valor Adicionado. Ela fornece uma visão abrangente
sobre a real capacidade de uma sociedade produzir riqueza, ou seja, de agregar valor ao seu
patrimônio, e ainda sobre a forma como esta sociedade distribui a riqueza gerada entre os fatores de
produção.
A variável que determina esta quantidade é o valor agregado ou valor adicionado. O total dos
valores adicionados por todos os agentes econômicos de um país é conhecido na economia como
Produto Interno Bruto (PIB). Vimos que a Demonstração do Resultado do Exercício não cumpre
este papel, pois que informa apenas a parcela da riqueza que permanecerá na empresa ou será
distribuída aos acionistas (lucro). Assim:
Valor Adicionado = Vendas Brutas (1) – Insumos adquiridos
de terceiros (2)

OBS: (1) já deduzidos os descontos incondicionais e devoluções.


(2) CMV, matéria-prima e demais insumos consumidos, serviços adquiridos
de terceiros.

A distribuição (destinação da riqueza gerada) deste valor (valor adicionado) se dá por meio dos
seguintes itens:
1) Mão-de-obra (exceto encargos)
2) Encargos sociais
3) Impostos e contribuições (em todas as esferas de governo)
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4) Juros, aluguéis e outras remunerações a terceiros


5) Lucro líquido (distribuído ou não)

A soma dos valores adicionados (agregados) apurada na DVA deve coincidir com o total
dos valores distribuídos.
A DVA contempla o valor bruto adicionado, o valor líquido adicionado e o valor adicionado à
disposição da entidade. Os resultados obtidos com investimentos avaliados pela equivalência
patrimonial (EQP) ou pelo custo não representam geração de valor adicionado. Sendo assim, devem
ser considerados como transferência de riqueza criada pela sociedade investida.
O mesmo vale para as receitas financeiras, que também não são consideradas riquezas geradas
pela empresa, mas sim como resultado de aplicação de capital em terceiros. Por esse motivo, devem
ser somadas ao valor adicionado constituindo o valor adicionado à disposição da entidade.
A DVA atualmente não é demonstração financeira obrigatória, nos termos da Lei das S.A. (Lei
6.404/76). Porém, sua divulgação voluntária é incentivada pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), por meio do Ofício-circular CVM/SNC/SEP no 01/05, o qual será utilizado como base por
nós nesse trabalho.
O modelo sugerido pela CVM permite que o valor adicionado fique relacionado com os
princípios contábeis utilizados nas demais demonstrações financeiras. Dessa forma, pode-se
conciliar a DVA com a DRE.
Nesse modelo, parte-se das receitas brutas, subtraindo-se o valor dos bens adquiridos de terceiros
que foi incorporado ao produto final alienado ou serviço prestado, para que se conheça o valor
efetivamente gerado pela companhia. A depreciação dos ativos, por sua vez, deve ser subtraída do
valor adicionado bruto para se calcular o valor adicionado líquido.
Vejamos a estrutura da DVA sugerida pelo documento:
Estrutura da DVA

Demonstração do Valor Adicionado

Ano X0 Ano X1

DESCRIÇÃO

1-RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão / (Constituição)

1.3) Não operacionais

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

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(inclui ICMS, IPI, PIS e Cofins)

2.1) Matérias-Primas consumidas

2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos

2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros


2.4) Perda/Recuperação de valores ativos

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – RETENÇÕES

4.1) Depreciação, amortização e exaustão

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA


ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

8.1) Pessoal e encargos

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Juros e aluguéis

8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos

8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício

Reproduziremos a seguir as instruções de preenchimento apresentadas no Ofício-circular


CVM/SNC/SEP no 01/05:

Instruções para preenchimento:


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As informações são extraídas da contabilidade e, portanto, deverão ter como base o princípio
contábil do regime de competência de exercícios.
1 – RECEITAS (soma dos itens 1.1 a 1.3)
1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços
Inclui os valores do ICMS e IPI (também PIS e Cofins) incidentes sobre essas receitas, ou seja,
corresponde à receita bruta ou faturamento bruto.
1.2 – Provisão para devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
Inclui os valores relativos à constituição/baixa de provisão para devedores duvidosos.
1.3 – Não operacionais
Inclui valores considerados fora das atividades principais da empresa, tais como: ganhos ou
perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos etc.

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (soma dos itens 2.1 a 2.4)


2.1 - Matérias-primas consumidas (incluídas no custo do produto vendido).
2.2 - Custos das mercadorias e serviços vendidos (não inclui gastos com pessoal próprio).
2.3 - Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (inclui valores relativos às aquisições e
pagamentos a terceiros).
Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia, etc.
consumidos deverão ser considerados os impostos (ICMS e IPI) incluídos no momento das
compras, recuperáveis ou não.
2.4 - Perda/Recuperação de valores ativos
Inclui valores relativos a valor de mercado de estoques e investimentos, etc. (se no período o
valor líquido for positivo deverá ser somado).
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (diferença entre itens 1 e 2).
4 – RETENÇÕES
4.1 – Depreciação, amortização e exaustão
Deverá incluir a despesa contabilizada no período.
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (item 3 menos
item 4).
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (soma dos itens 6.1 e
6.2)
6.1 Resultado de equivalência patrimonial (inclui os valores recebidos como dividendos
relativos a investimentos avaliados ao custo). O resultado de equivalência poderá representar receita
ou despesa; se despesa deverá ser informado entre parênteses.
6.2 - Receitas financeiras (incluir todas as receitas financeiras independentemente de sua
origem).
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (soma dos itens 5 e 6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (soma dos itens 8.1 a 8.5)

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8.1 – Pessoal e encargos


Nesse item deverão ser incluídos os encargos com férias, 13o salário, FGTS, alimentação,
transporte, etc., apropriados ao custo do produto ou resultado do período (não incluir encargos com
o INSS – veja tratamento a ser dado no item seguinte).
8.2 – Impostos, taxas e contribuições
Além das contribuições devidas ao INSS, imposto de renda, contribuição social, todos os demais
impostos, taxas e contribuições deverão ser incluídos neste item. Os valores relativos ao ICMS e IPI
deverão ser considerados como os valores devidos ou já recolhidos aos cofres públicos,
representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados
dentro do item 2 – Insumos adquiridos de terceiros.
8.3 – Juros e aluguéis
Devem ser consideradas as despesas financeiras e as de juros relativas a quaisquer tipos de
empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras e os
aluguéis (incluindo-se as despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros.
8.4 – Juros sobre o capital próprio e dividendos
Inclui os valores pagos ou creditados aos acionistas. Os juros sobre o capital próprio
contabilizados como reserva deverão constar do item "lucros retidos".
8.5 – Lucros retidos/prejuízo do exercício
Devem ser incluídos os lucros do período destinados às reservas de lucros e eventuais parcelas
ainda sem destinação específica.

Reparem que o valor do item 8 (distribuição do valor adicionado) deve ser igual ao somatório
dos valores gerados, ou seja, igual ao item 7 (valor adicionado total a distribuir).
Dentre os itens da distribuição do valor adicionado podemos destacar:
- Remuneração do trabalho (salário)
- Remuneração do Governo (encargos salariais, outros impostos e contribuições)
- Remuneração do capital de terceiros (juros, aluguéis)
- Remuneração do capital próprio (dividendos e lucros retidos)
- Outros

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EXEMPLO: Com base nas informações abaixo, elabore a Demonstração do Valor Adicionado
(DVA) da empresa XPTO Ltda:
Demonstração do Resultado do Exercício
Vendas Brutas 650.000
(-) Impostos sobre Vendas 120.000
(-) Devoluções e Descontos 25.000 (145.000)
(=) Vendas Líquidas 505.000
(-) CMV (250.000)
(=) Lucro Operacional Bruto 255.000
(-) Despesas Operacionais
. Vendas 35.000
. Administrativas 80.000
. Financeiras
Despesas Financeiras 15.000
Receitas Financeiras (22.000) (108.000)
(=) Lucro Operacional Líquido 147.000
(+) Resultado Não Operacional
Venda de Bens do Imobilizado 82.000
(-) Custo da Venda do Imobilizado (50.000) 32.000
(=) Resultado antes CSSL 179.000
(-) Provisão para CSSL (18.000)
(=) Resultado antes IR 161.000
(-) Provisão para IR (45.000)
(=) Resultado após IR 116.000
(-) Participações
. Debenturistas 5.000
. Empregados 7.000 (12.000)
(=) Lucro Líquido do Exercício 104.000

As despesas operacionais não financeiras estão assim divididas:

Salários e Ordenados 55.000


IPTU 5.000
Comissão a vendedores 30.000
Encargos Sociais 15.000
Água, Luz, Telefone 1.000
Propaganda 5.000
Depreciação 1.000
Contratação de firma de limpeza 2.000
Materiais de Escritório para Consumo 1.000
TOTAL 115.000

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Resolução:

Ano X1

DESCRIÇÃO

1-RECEITAS

Vendas de mercadorias, produtos e serviços (exceto devoluções) 625.000

Não operacional (82.000 – 50.000) 32.000

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS


(inclui ICMS, IPI, PIS e Cofins)

Materiais consumidos (1.000)

Custos das mercadorias e serviços vendidos (250.000)

Serviços de terceiros utilizados (2.000)


Propaganda (5.000)
Água, luz, telefone (1.000)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 398.000

4 – RETENÇÕES

Depreciação (1.000)

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA 397.000


ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

Receitas financeiras 22.000

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 419.000

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

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Salários 55.000

Comissões a Vendedores 30.000

Participação dos empregados 7.000

Encargos sociais 15.000

Governo (120.000 + 18.000 + 45.000 + 5.000) 188.000

Juros e outros valores de terceiros (15.000 + 5.000) 20.000

Lucro Líquido do Exercício 104.000

(=) Total 419.000

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), tal a importância que a Demonstração do


Valor Adicionado vem adquirindo, editou uma norma que segue os padrões por nós apresentados.
Como consideramos importante para o aluno conhecer esse tipo de norma, resolvemos reproduzi-la
neste espaço.

Resolução CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC nº


1.010 de 21.01.2005
D.O.U.: 25.01.2005

Aprova a NBC T 3.7 - Demonstração do Valor Adicionado

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e


regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações


Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos
técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

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CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos de instituições com as


quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares e oficiais está de
acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade,


instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade, atendendo ao que está disposto no Art.
1º da Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou a NBC T 3.7 -
Demonstração do Valor Adicionado.

CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para o adequado desempenho,


deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade em regime de franca, real
e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, o Instituto Nacional de Seguro Social, o
Ministério da Educação, a Secretaria Federal de Controle, a Secretaria da Receita
Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados,
resolve:

Art. 1º Aprovar a NBC T 3.7 Demonstração do Valor Adicionado.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

JOSÉ MARTONIO ALVES COELHO

Presidente do Conselho

ANEXO
Ata CFC nº 867/05

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE

NBC T 3.7 - DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

3.7.1. CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

3.7.1.1. Esta norma estabelece procedimentos para evidenciação de informações


econômicas e financeiras, relacionadas ao valor adicionado pela entidade e sua

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distribuição.

3.7.1.2. Demonstração do Valor Adicionado é a demonstração contábil destinada a


evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela
entidade em determinado período e sua distribuição.

3.7.1.3. As informações devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados


devem ter como base o princípio contábil da competência.

3.7.1.4. Caso a entidade elabore Demonstrações Contábeis Consolidadas, a


Demonstração do Valor Adicionado deve ser elaborada com base nas demonstrações
consolidadas, e não pelo somatório das Demonstrações do Valor Adicionado individuais.

3.7.2. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO


3.7.2.1. A Demonstração do Valor Adicionado deve ser apresentada de forma
comparativa mediante a divulgação simultânea de informações do período atual e do
anterior.

3.7.2.2. A demonstração referida no item anterior, quando divulgada, deve ser efetuada
como informação complementar às Demonstrações Contábeis, não se confundindo com
as notas explicativas.

3.7.2.3. A Demonstração do Valor Adicionado deve evidenciar os componentes abaixo:

a) a receita bruta e as outras receitas;

b) os insumos adquiridos de terceiros;

c) os valores retidos pela entidade;

d) os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades

e) valor total adicionado a distribuir; e

f) distribuição do valor adicionado.

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3.7.2.4. No grupo de receita bruta e outras receitas, devem ser apresentados:

a) as vendas de mercadorias, produtos e serviços, incluindo os valores dos tributos


incidentes sobre essas receitas, ou seja, o valor correspondente à receita bruta,
deduzidas as devoluções, os abatimentos incondicionais e os cancelamentos;

b) as outras receitas decorrentes das atividades afins não-constantes da letra "a"


deste item, acima, ou não constantes do item 3.7.2.8, a seguir;

c) os valores relativos à constituição (reversão) de provisão para créditos duvidosos;

d) os resultados não-decorrentes das atividades-fim, como: ganhos ou perdas na baixa


de imobilizado, investimentos, etc., exceto os decorrentes do item 3.7.2.8 a seguir.

3.7.2.5. No grupo de insumos adquiridos de terceiros, devem ser apresentados:


a) materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e serviços
vendidos;

c) demais custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, exceto gastos com
pessoal próprio e depreciações, amortizações e exaustões;

c) despesas operacionais incorridas com terceiros, tais como: materiais de consumo,


telefone, água, serviços de terceiros, energia;

d) valores relativos a perdas de ativos, como perdas na realização de estoques ou


investimentos, etc.

3.7.2.6. Nos valores constantes dos itens "a", "b" e "c" acima, devem ser considerados
todos os tributos incluídos na aquisição, recuperáveis ou não.

3.7.2.7. Os valores retidos pela entidade são representados pela depreciação,


amortização e exaustão registrados no período.

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3.7.2.8. Os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades


correspondem:

a) ao resultado positivo ou negativo de equivalência patrimonial;

b) aos valores registrados como dividendos relativos a investimentos avaliados ao


custo;

c) aos valores registrados como receitas financeiras relativos a quaisquer operações


com instituições financeiras, entidades do grupo ou terceiros, exceto para
entidades financeiras que devem classificá-las conforme descrito no item 3.7.2.4; e

d) aos valores registrados como receitas de aluguéis ou royalties, quando se tratar de


entidade que não tenha como objeto essa atividade.

3.7.2.9. No componente relativo à distribuição do valor adicionado, devem constar:


a) colaboradores - devem ser incluídos salários, férias, 13º salário, FGTS, seguro de
acidentes de trabalho, assistência médica, alimentação, transporte, etc., apropriados
ao custo do produto ou ao serviço vendido ou ao resultado do período, exceto os
encargos com o INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC e outros assemelhados.
Fazem parte desse conjunto, também, os valores representativos de comissões,
gratificações, participações, planos privados de aposentadoria e pensão, seguro de
vida e acidentes pessoais.

b) governo - devem ser incluídos impostos, taxas e contribuições, inclusive as


contribuições devidas ao INSS, SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC e outros
assemelhados, imposto de renda, contribuição social, ISS, CPMF, todos os demais
tributos, taxas e contribuições. Os valores relativos a ICMS, IPI, PIS, Cofins e outros
assemelhados devem ser considerados os valores devidos ou já recolhidos aos cofres
públicos, representando a diferença entre os impostos incidentes sobre as vendas e os
valores considerados dentro do item "Insumos adquiridos de terceiros". Como os
tributos são, normalmente, contabilizados no resultado como se devidos fossem, e os
incentivos fiscais, quando reconhecidos em conta de reserva no patrimônio líquido, os
tributos que não forem pagos em decorrência de incentivos fiscais devem ser
apresentados na Demonstração do Valor Adicionado como item redutor do grupo de

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tributos.
c) agentes financiadores - devem ser consideradas, neste componente, as despesas
financeiras relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos com
instituições financeiras, entidades do grupo ou outras e os aluguéis (incluindo os
custos e despesas com leasing) pagos ou creditados a terceiros, exceto para
entidades financeiras que devem classificá-las conforme descrito no item 3.7.2.5;

e) acionistas - incluem os valores pagos ou creditados aos acionistas, a título de juros


sobre o capital próprio ou dividendos. Os juros sobre o capital próprio apropriados
ou transferidos para contas de reservas no patrimônio líquido devem constar do
item "Lucros retidos"

f) participação dos minoritários nos "Lucros retidos" - deve ser incluído neste
componente, aplicável às Demonstrações Contábeis Consolidadas, o valor da
participação minoritária apurada no resultado do exercício, antes do resultado
consolidado.

g) retenção de lucro - deve ser indicado neste componente o lucro do período


destinado às reservas de lucros e eventuais parcelas ainda sem destinação
específica.

3.7.3. DISPOSIÇÕES FINAIS

3.7.3.1. Além das informações contidas nos itens 3.7.2.4 a 3.7.2.9, a entidade deve
acrescentar ou detalhar outras linhas na Demonstração do Valor Adicionado quando o
montante e a natureza de um item ou o somatório de itens similares forem de tal
magnitude que a apresentação em separado ajuda na apresentação mais adequada
da Demonstração do Valor Adicionado.

3.7.3.2. A Demonstração do Valor Adicionado deve ser consistente com a


demonstração do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela
entidade.

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3.7.3.3. A Demonstração do Valor Adicionado deve conter representação percentual


participativa.

3.7.3.4. As informações contábeis contidas na Demonstração do Valor Adicionado são


de responsabilidade técnica de contabilista registrado no Conselho Regional de
Contabilidade.

3.7.3.5. A Demonstração do Valor Adicionado deve ser objeto de revisão ou auditoria


se a entidade possuir auditores externos independentes que revisem ou auditem suas
Demonstrações Contábeis.
.....

Exercícios

Nas assertivas abaixo, assinale V para verdadeiro ou F para falso.

1) As informações geradas pela Demonstração do Valor Adicionado possuem um vínculo de


caráter mais social que os de ordem econômico-financeiro.
2) O total das riquezas geradas pela entidade será sempre superior ao valor adicionado
distribuído.
3) A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um demonstrativo que interessa mais aos
sócios/acionistas da empresa, enquanto que a Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE) é de interesse maior do Governo.
4) Juros, salários, encargos sociais e outros impostos estão entre os itens da Distribuição do
Valor Adicionado em uma DVA.
5) A elaboração da DVA deve seguir o regime de caixa.
6) No valor adicionado bruto está contemplado o ganho com investimentos avaliados pela
equivalência patrimonial.
7) Tanto o imposto de renda quanto os encargos sociais do período são alocados na DVA no
item “Distribuição do Valor Adicionado”.

Gabarito

1-V 6-F
2–F 7-V
3–F
4–V

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5-F

Considerando os saldos das contas abaixo, extraídos do balancete da empresa ABC Ltda.,
antes da elaboração do Balanço Patrimonial, encontre os seguintes valores:
a) Valor adicionado recebido em transferência
b) Valor adicionado líquido produzido pela entidade
c) Lucro líquido do exercício
d) Lucro antes do imposto de renda
e) Valor adicionado bruto
f) Valor adicionado total a distribuir
Contas Valores (R$)
Caixa 200.000
Adiantamentos a empregados 25.000
Provisão para IR 50.000
Vendas de Mercadorias 500.000
Bancos 30.000
Despesa com provisão para IR 50.000
Empréstimos a terceiros 10.000
Aluguéis passivos 33.000
Despesa com participação de empregados 12.000
Receitas de juros 24.000
Ganho de capital 15.000
Gastos com propaganda 8.000
Despesas com IPTU 17.000
Impostos sobre vendas 65.000
Despesas com depreciação 26.000
Custo das mercadorias vendidas 155.000
Despesa com INSS e FGTS 17.000
Fornecedores 44.000
Salários 63.000
Clientes 72.000
Despesa com PDD 9.000
Duplicatas a pagar 95.000
Receitas antecipadas 81.000
Duplicatas descontadas 30.000
Despesas de seguros a vencer 14.000
Capital social 200.000
Provisão para devedores duvidosos 35.000
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Seguros 22.000
Móveis e utensílios 100.000
Despesas com reorganização da empresa 57.000
Imóveis 494.000
Mercadorias 45.000
Depreciação acumulada 26.000

OBS: Do resultado do exercício, serão distribuídos R$ 30.000,00 aos acionistas como dividendos.

Resolução:

Vamos elaborar a DRE:


Vendas de Mercadorias 500.000
(-) Impostos sobre vendas (65.000)
(-) Custo das mercadorias vendidas (155.000)
(=) Lucro Operacional Bruto 280.000
(-) Aluguéis passivos (33.000)
(+) Receitas de juros 24.000
(-) Gastos com propaganda (8.000)
(-) Despesa com IPTU (17.000)
(-) Despesa com PDD (9.000)
(-) Despesas com depreciação (26.000)
(-) Despesa com INSS e FGTS (17.000)
(-) Salários (63.000)
(-) Seguros (22.000)
(=) Lucro Operacional Líquido 109.000
(+) Ganho de capital 15.000
(=) Resultado antes do IR 124.000
(-) Provisão para IR (50.000)
(-) Participação de empregados (12.000)
(=) Lucro Líquido do Exercício 62.000

A DVA ficará assim::

Resolução:

DESCRIÇÃO

1-RECEITAS

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Vendas de mercadorias, produtos e serviços (exceto devoluções) 500.000

Despesa com PDD (9.000)

Não operacionais 15.000

(=) Total das receitas 506.000

2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(-) Custos das mercadorias e serviços vendidos (155.000)

(-) Serviços de terceiros utilizados (seguros) (22.000)


(-) Gastos com propaganda (8.000)
(=) Total dos insumos adquiridos de terceiros (185.000)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 321.000

4 – RETENÇÕES

Depreciação (26.000) (26.000)

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO 295.000


PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM


TRANSFERÊNCIA

Receitas financeiras 24.000 24.000

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 319.000

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Salários 63.000

Aluguéis passivos 33.000

Participação dos empregados 12.000

Encargos sociais 17.000

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Governo (65.000 + 17.000 + 50.000) 132.000

Dividendos creditados aos acionistas 30.000

Lucro Líquido do Exercício não distribuído 32.000

(=) Valor adicionado distribuído 319.000

É isso, pessoal.
Até a próxima.

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Aula 06

CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Lei das sociedades anônimas, por meio dos arts. 249 e 275, dispõe sobre a
necessidade da elaboração de demonstrações contábeis consolidadas por parte das
companhias abertas que deverá seguir as normas emanadas pelo art. 250 da
mesma lei.
Nesses dispositivos, a lei prevê que a companhia aberta que tiver mais de 30%
do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas e o grupo de sociedades deverão elaborar e divulgar, juntamente com
suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do art. 250.
Dispõem, ainda, aqueles dispositivos que a CVM poderá expedir normas sobre as
sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação bem como
incluir na consolidação sociedades que não sejam controladas, desde que sejam
dependentes financeira ou administrativamente da companhia. A CVM poderá
autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.
No caso de grupo de sociedades, a sociedade de comando estará sempre
obrigada a elaboração de demonstrações consolidadas, independentemente de ser
sociedade anônima ou outro tipo societário.
Desta forma, no contexto da vida empresarial contemporânea, no qual as
empresas estão formando grupos econômicos constituídos por diversos segmentos
industriais, comerciais, financeiros e de prestação de serviços, há a necessidade de as
empresas de comando ou controladoras evidenciarem de forma clara e transparente
todas as transações efetuadas e principalmente as realizadas com relação a outras
empresas do mesmo grupo econômico. Assim, com fundamento no princípio da
entidade, surge a necessidade da consolidação das demonstrações contábeis.
Antes de adentrarmos nos conceitos mais técnicos e para que possamos
entendê-los adequadamente, poder-se-ia dizer que consolidação das demonstrações
financeiras se constitui no trabalho de eliminar toda e qualquer transação realizada
entre os componentes do grupo empresarial para que o grupo possa apresentar um
demonstrativo único. É como se fosse uma família em que o filho realizasse uma
venda ao seu pai e obtivesse lucro nessa venda. Esse lucro deve ser eliminado do
patrimônio da família, pois a família, como unidade econômica (entidade autônoma),
não ganhou, ainda, absolutamente nada.
A consolidação de balanços, como é mais conhecida, é um demonstrativo que
ganha importância cada vez maior em face da crescente busca de capital por parte
das empresas junto ao mercado de ações.
As demonstrações financeiras não consolidadas das empresas pertencentes a um
grupo empresarial perdem muitas informações, não sendo, muitas vezes, adequadas
na análise da tomada de decisões por parte dos acionistas minoritários e público em
geral que são a razão principal da consolidação.

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Por meio da consolidação das demonstrações financeiras podemos conhecer a


efetiva posição financeira da empresa controladora juntamente com as suas
controladas e sociedades dependentes.
Muitos grupos empresariais são constituídos por suas atividades serem
complementares umas das outras. É exatamente neste contexto que devemos
analisar as demonstrações financeiras, pois representam um conjunto de atividades
empresariais. Esta análise somente será válida quando realizada com base nas
demonstrações consolidadas.
Neste contexto surgem as Entidades de Propósito Específico (EPE) que, nos
termos da Instrução CVM nº 408/04, devem ser incluídas na consolidação e avaliadas
pelo MEP, nos termos da Instrução CVM 247/96.
No concernente ao aspecto legal, já vimos que a Lei 6.404/76, por meio dos
arts. 249 e 275 determina a exigibilidade da consolidação nos termos do art. 250,
além de delegar competência normativa à CVM.
A CVM, por meio da Instrução 247/96, com alterações posteriores, editou os
procedimentos que devem ser adotados nas demonstrações financeiras consolidadas,
as quais analisaremos detalhadamente a seguir.
O Conselho Federal de Contabilidade, no âmbito de sua competência, por meio
da Norma Brasileira de Contabilidade – norma Técnica nº 8 (NBC T 8), editou
procedimentos a serem observados pelos contabilistas na consolidação das
demonstrações contábeis, reproduzindo, basicamente, o pronunciamento proferido
pela CVM, dando ênfase aos aspectos contábeis.
O objetivo da consolidação é, destarte, apresentar aos interessados,
principalmente acionistas minoritários e credores, os resultados e a posição financeira
da sociedade controladora juntamente com suas controladas, como unidade
econômica única. Isto é obtido mediante a eliminação da maioria das transações
realizadas entre os componentes do grupo econômico.
Ter-se-á, assim, por meio da consolidação, uma visão global do empreendimento
o que facilita uma análise mais abrangente do grupo empresarial, tendo em vista que
na análise individual das demonstrações algumas informações são perdidas ou não
detectadas.

2 - ASPECTOS LEGAIS DA CONSOLIDAÇÃO

A seguir apresentaremos toda legislação pertinente a consolidação das


demonstrações contábeis, para, depois, analisarmos os aspectos de consolidação com
exemplos práticos, quando cabível.

2.1 - LEI DAS Sociedades Anônimas (Lei das S.A.)


As disposições da Lei das S.A., embora poucas, são enfáticas e bastante
precisas no que versa sobre consolidação. Por meio da leitura dos artigos a seguir
transcritos, percebe-se que a consolidação das demonstrações financeiras é
obrigatória em alguns casos pontuais, geralmente quando há o envolvimento de
companhias de capital aberto e no caso de grupos empresariais:
Lei das S.A.

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Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento)
do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em
sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com
suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos
termos do art. 250.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir
normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser
abrangidas na consolidação, e:
a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas,
sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia;
b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais
sociedades controladas.
Normas sobre Consolidação
Art. 250. Das demonstrações financeiras consolidadas serão
excluídas:
I - as participações de uma sociedade em outra;
II - os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;
III - as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos
acumulados e do custo de estoques ou do ativo permanente que
corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre
as sociedades.
§ 1º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio
líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no
balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício.
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)
§ 2º A parcela do custo de aquisição do investimento em controlada,
que não for absorvida na consolidação, deverá ser mantida no ativo
permanente, com dedução da provisão adequada para perdas já
comprovadas, e será objeto de nota explicativa.
§ 3º O valor da participação que exceder do custo de aquisição
constituirá parcela destacada dos resultados de exercícios futuros até
que fique comprovada a existência de ganho efetivo.
§ 4º Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exercício
social termine mais de 60 (sessenta) dias antes da data do
encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância
das normas desta Lei, demonstrações financeiras extraordinárias em
data compreendida nesse prazo.
...
Art. 274. Os administradores do grupo e os investidos em cargos de
mais de uma sociedade poderão ter a sua remuneração rateada entre
as diversas sociedades, e a gratificação dos administradores, se
houver, poderá ser fixada, dentro dos limites do § 1º do artigo 152
com base nos resultados apurados nas demonstrações financeiras
consolidadas do grupo.
...
Art. 275. O grupo de sociedades publicará, além das demonstrações
financeiras referentes a cada uma das companhias que o compõem,

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demonstrações consolidadas, compreendendo todas as sociedades do


grupo, elaboradas com observância do disposto no art. 250.
§1º As demonstrações consolidadas do grupo serão publicadas
juntamente com as da sociedade de comando.
§2º A sociedade de comando deverá publicar demonstrações
financeiras nos termos desta lei, ainda que não tenha a forma de
companhia.
§3º As companhias filiadas indicarão, em nota às suas demonstrações
financeiras publicadas, o órgão que publicou a última demonstração
consolidada do grupo a que pertencer.
§4º As demonstrações consolidadas de grupo de sociedades que inclua
companhia aberta serão obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários, e
observarão as normas expedidas por essa comissão.
...
Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a
sua publicação, aplicando-se, todavia, a partir da data da publicação,
às companhias que se constituírem.
...
c) elaboração e publicação de demonstrações financeiras
consolidadas, que somente serão obrigatórias para os exercícios
iniciados a partir de 1º de janeiro de 1978.

Percebe-se que a lei deu amplos poderes à CVM para regulamentar e inclusive
inserir outras companhias ou casos no rol das empresas que devem consolidar suas
demonstrações contábeis.

2.2 – A Comissão de Valores Mobiliários - CVM


A CVM, autarquia constituída pela Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, com
a finalidade de regular e fiscalizar as operações de valores mobiliários no âmbito de
sua competência, estabelece normas sobre as demonstrações contábeis das
sociedades anônimas de capital aberto que, em certas circunstâncias, são aplicadas às
demais sociedades. Em termos de consolidação das demonstrações contábeis, há a
obrigação legal de cumprimento, por parte das investidoras de capital aberto que
possuírem participações societárias em controladas, das normas expedidas pela CVM.
Esta autarquia, por meio das Instruções 247/96 e 408/2004, normatizou os
procedimentos relativos à avaliação de investimentos permanentes pelo MEP e os de
consolidação de demonstrações contábeis. A Instrução 247/96 trata da consolidação a
partir do art. 21. Já a Instrução nº 408/04, trata da inclusão de Entidades de
Propósito Específico – EPE nas demonstrações contábeis consolidadas das companhias
abertas.

Instrução CVM 247/96

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DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS

DO DEVER DE ELABORAR E DIVULGAR DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS CONSOLIDADAS
Art. 21 - Ao fim de cada exercício social, demonstrações contábeis
consolidadas devem ser elaboradas por:
I - Companhia aberta que possuir investimento em sociedades
controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto referidas
no artigo 32 desta Instrução; e
II - Sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua
companhia aberta.
Art. 22 - Demonstrações contábeis consolidadas compreendem o
balanço patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do
resultado do exercício e a demonstração consolidada das origens e
aplicações de recursos, complementadas por notas explicativas e
outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados consolidados.

DAS CONTROLADAS EXCLUÍDAS NAS DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS CONSOLIDADAS
Art. 23 - Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis
consolidadas, sem prévia autorização da CVM, as sociedades
controladas que se encontrem nas seguintes condições:
I - Com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo
patrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou
II - Cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha
efetiva e clara evidência de realização devidamente formalizada.
§ 1º - Em casos especiais justificados, poderão ser ainda excluídas da
consolidação, mediante prévia autorização da Comissão de Valores
Mobiliários, as sociedades controladas cuja inclusão, a critério da CVM,
não represente alteração relevante na unidade econômica consolidada
ou que venha distorcer essa unidade econômica.
§ 2º - No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do
investimento na sociedade controlada excluída da consolidação deverá
ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial.
§ 3º - Não será considerada justificável a exclusão, nas demonstrações
contábeis consolidadas, de sociedade controlada cujas operações
sejam de natureza diversa das operações da investidora ou das demais
controladas.
DA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONSOLIDADAS

Art. 24 - Para a elaboração das demonstrações contábeis consolidadas,


a investidora deverá observar, além do disposto no artigo 10, os
seguintes procedimentos:
I - Excluir os saldos de quaisquer contas ativas e passivas, decorrentes
de transações entre as sociedades incluídas na consolidação;

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II - Eliminar o lucro não realizado que esteja incluído no resultado ou


no patrimônio líquido da controladora e correspondido por inclusão no
balanço patrimonial da controlada.
III - Eliminar do resultado os encargos de tributos correspondentes ao
lucro não realizado, apresentando-os no ativo circulante/realizável a
longo prazo - tributos diferidos, no balanço patrimonial consolidado.
Parágrafo Único - No processo de consolidação das demonstrações
contábeis, não poderá ser efetuada a compensação de quaisquer ativos
ou passivos pela dedução de outros passivos ou ativos, a não ser que
exista um direito de compensação e a compensação represente a
expectativa quanto à realização do ativo e à liquidação do passivo.
Art. 25 - A participação dos acionistas não controladores, no
patrimônio líquido das sociedades controladas, deverá ser destacada
em grupo isolado, no balanço patrimonial consolidado, imediatamente
antes do patrimônio líquido.
Art. 26 - O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente
da aquisição/subscrição de sociedade controlada, não excluído nos
termos do inciso I do artigo 24, deverá:
I - Quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 1º do artigo
14, ser divulgado como adição ou retificação da conta utilizada pela
sociedade controlada para registro do ativo especificado; e
II - Quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 2º do artigo
14:
a) - ser divulgado em item destacado no ativo permanente, quando
representar ágio; e
b) - ser divulgado em conta apropriada de resultados de exercícios
futuros, quando representar deságio.
Art. 27 - A parcela correspondente à provisão para perdas constituída
na investidora deve ser deduzida do saldo da conta da controlada que
tenha dado origem à constituição da provisão, ou apresentada como
passivo exigível, quando representar expectativa de conversão em
exigibilidade.
Art. 28 - Para a elaboração da demonstração consolidada do resultado
do exercício a investidora deverá:
I - Incluir os resultados de sociedade controlada, adquirida ou vendida
no transcorrer do exercício social, tomando por base a data do
respectivo registro ou baixa nos seus investimentos permanentes; e
II - Excluir todas as receitas e despesas decorrentes de negócios entre
a investidora e as sociedades controladas, bem como entre estas.
Art. 29 - A participação dos acionistas não controladores no lucro
líquido ou prejuízo do exercício das controladas deverá ser destacada e
apresentada, respectivamente, como dedução ou adição ao lucro
líquido ou prejuízo consolidado.
Art. 30 - A demonstração consolidada das origens e aplicações dos
recursos deverá ser elaborada de maneira consistente com o contido
nesta Instrução.

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DAS NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


CONSOLIDADAS
Art. 31 - As notas explicativas que acompanham as demonstrações
contábeis consolidadas devem conter informações precisas das
controladas, indicando:
I - Critérios adotados na consolidação e as razões pelas quais foi
realizada a exclusão de determinada controlada;
II - Eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício social
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação
financeira e os resultados futuros consolidados;
III - Efeitos, nos elementos do patrimônio e resultado consolidados, da
aquisição ou venda de sociedade controlada, no transcorrer do
exercício social, assim como da inserção de controlada no processo de
consolidação, para fins de comparabilidade das demonstrações
contábeis; e
IV - Eventos que ocasionaram diferença entre os montantes do
patrimônio líquido e lucro líquido ou prejuízo da investidora, em
confronto com os correspondentes montantes do patrimônio líquido e
do lucro líquido ou prejuízo consolidados.

DA CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE


SOCIEDADES CONTROLADAS EM CONJUNTO
Art. 32 - Os componentes do ativo e passivo, as receitas e as despesas
das sociedades controladas em conjunto deverão ser agregados às
demonstrações contábeis consolidadas de cada investidora, na
proporção da participação destas no seu capital social.
§ 1º - Considera-se controlada em conjunto aquela em que nenhum
acionista exerce, individualmente, os poderes previstos no artigo 3º
desta Instrução.
§ 2º - No caso de uma das sociedades investidoras passar a exercer
direta ou indiretamente o controle isolado sobre a sociedade controlada
em conjunto, a controladora final deverá passar a consolidar
integralmente os elementos do seu patrimônio.
Art. 33 - Em nota explicativa às demonstrações contábeis
consolidadas, referidas no artigo anterior, deverão ser divulgados ainda
o montante dos principais grupos do ativo, passivo e resultado das
sociedades controladas em conjunto, bem como o percentual de
participação em cada uma delas.
Art. 34 - Aplica-se o disposto nos artigos 23 a 31 à elaboração das
demonstrações contábeis consolidadas de sociedades controladas em
conjunto, no que não colidir com as normas previstas nos artigos 32 e
33.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35 - As demonstrações contábeis consolidadas e respectivas notas


explicativas serão objeto de exame e de parecer de auditores
independentes.

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Parágrafo Único - A auditoria referida no caput deste artigo deverá


incluir o exame das demonstrações contábeis de todas as controladas,
abertas ou fechadas, incluídas na consolidação, realizado por auditor
registrado nesta Comissão.
Art. 36 - As demonstrações contábeis consolidadas, assim como as
notas explicativas e quadros analíticos, referidos nesta Instrução,
integram, em cada exercício social, as demonstrações contábeis da
companhia aberta investidora ou da sociedade de comando de grupo
de sociedades que inclua companhia aberta.
Art. 37 - A companhia aberta filiada de grupo de sociedades deve
indicar, em nota explicativa às suas demonstrações contábeis, o órgão
e, se possível, a data de publicação das demonstrações contábeis
consolidadas da sociedade de comando de grupo de sociedades a que
estiver filiada.
Art. 38 - Os ajustes iniciais, decorrentes das alterações introduzidas
por esta Instrução, deverão ser registrados como receita ou despesa
de equivalência patrimonial, no resultado não operacional, com
divulgação do fato e os valores envolvidos em nota explicativa.
§ 1º - Aplica-se, ainda, o disposto no caput deste artigo aos
investimentos que, por se tornarem relevantes, passarem a ser
avaliados pelo método da equivalência patrimonial.
§ 2º - O disposto neste artigo não implicará reelaboração das
demonstrações contábeis individuais ou consolidadas relativas ao
exercício social anterior.
Art. 39 - As companhias abertas deverão manter em boa ordem, pelo
prazo de 3 (três) anos e por quaisquer meios adequados, a guarda dos
papéis de trabalho e memórias de cálculo relativos à elaboração de
suas demonstrações contábeis consolidadas.
Parágrafo Único - O descumprimento ao disposto aos artigos 1º, 21, 32
e 35 desta Instrução será considerado falta grave, para fins do artigo
11 da LEI Nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976, ensejando a
aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
Art. 40 - Todas as disposições relativas às sociedades coligadas,
contidas nesta Instrução, aplicam-se ainda às sociedades equiparadas
conforme definição contida no parágrafo único do artigo 2º.
Art. 41 - Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação,
aplicando-se às demonstrações contábeis relativas aos exercícios
sociais a se encerrarem a partir de 1º de dezembro de 1996, quando
ficarão revogadas as Instruções CVM nº 01, de 27 de abril de 1978, nº
15, de 03 de novembro de 1980, nº 30, de 17 de janeiro de 1984, o
artigo 2º da Instrução CVM nº 170, de 03 de janeiro de 1992, e as
demais disposições em contrário.
Parágrafo Único - Adaptam-se à presente Instrução as demais normas
da CVM que tratam dessa matéria.

Percebe-se que a CVM, dentro de sua competência normativa, alargou a


abrangência das empresas que devem apresentar, obrigatoriamente, a consolidação
para toda e qualquer controlada, não importando o percentual do PL da investidora
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representado pelo investimento, afastando, desta forma, a limitação dos 30%


estabelecidos pela lei.
Assim, com base na lei e na norma da CVM, estão obrigados à elaboração das
demonstrações contábeis consolidadas e outras imposições:
1 – A companhia aberta que possua investimentos em controladas;
2 – Outras sociedades cuja inclusão tenha sido determinado pela CVM, desde
que sejam dependentes financeira ou administrativamente da companhia, como é o
caso de Entidades de Propósito Específico - EPE;
3 – O grupo de sociedades, independentemente da forma jurídica, juntamente
com as demonstrações da sociedade de comando;
4 – As companhias pertencentes a um grupo de sociedades, que não sejam a
sociedade de comando, deverão indicar em nota explicativa às suas demonstrações
financeiras publicadas, o órgão que publicou a última demonstração consolidada do
grupo a que pertencer;
5 – A exclusão de uma ou mais sociedades controladas das demonstrações
consolidadas deve ser autorizada pela CVM;
6 – Quando incluído companhia aberta em demonstrações consolidadas de grupo
de sociedades, estas demonstrações consolidadas deverão ser auditadas por auditor
independentes registrados na CVM; e
7 – Quando as transações entre partes relacionadas estiverem incluídas em
demonstrações consolidadas, fica dispensada a sua inserção em notas explicativas.

Recentemente, por meio da Instrução nº 408, a CVM incluiu mais uma exigência
a ser observada, tanto na Consolidação quanto na avaliação de investimentos pelo
MEP.

INSTRUÇÃO CVM No 408, DE 18 DE AGOSTO DE 2004


Dispõe sobre a inclusão de Entidades de Propósito
Específico – EPE nas demonstrações contábeis
consolidadas das companhias abertas
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS –
CVM torna público que o Colegiado, em reunião realizada nesta data,
com fundamento nos arts. 8o, inciso I e 22o, § 1o incisos II e IV, da Lei
no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e nos arts. 177, § 3o, e 249 da
Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, RESOLVEU baixar a seguinte
Instrução:
Art. 1o Para fins do disposto na Instrução CVM no 247, de 27 de março
de 1996, as demonstrações contábeis consolidadas das companhias
abertas deverão incluir, além das sociedades controladas,
individualmente ou em conjunto, as entidades de propósito específico
– EPE, quando a essência de sua relação com a companhia aberta
indicar que as atividades dessas entidades são controladas, direta ou
indiretamente, individualmente ou em conjunto, pela companhia
aberta.

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Parágrafo único. Considera-se que existem indicadores de controle das


atividades de uma EPE quando tais atividades forem conduzidas em
nome da companhia aberta ou substancialmente em função das suas
necessidades operacionais específicas, desde que, alternativamente,
direta ou indiretamente:
I – a companhia aberta tenha o poder de decisão ou os direitos
suficientes à obtenção da maioria dos benefícios das atividades da EPE,
podendo, em conseqüência, estar exposta aos riscos decorrentes
dessas atividades; ou
II – a companhia aberta esteja exposta à maioria dos riscos
relacionados à propriedade da EPE ou de seus ativos.
Art. 2o As participações societárias em EPE incluídas na consolidação
deverão ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, nos
termos da Instrução CVM no 247, de 1996.
Parágrafo único. Os ajustes decorrentes das alterações produzidas pela
aplicação do método de equivalência patrimonial previstos neste artigo
não constituem ajustes de exercícios anteriores, devendo ser
registrados conforme o disposto na Instrução no 247, de 1996.
Art. 3o Em nota explicativa às suas demonstrações contábeis
consolidadas, a companhia aberta deverá divulgar, além das
informações requeridas nos arts. 20 e 31 da Instrução CVM no 247, de
1996, no que for aplicável, as seguintes informações:
I – a natureza, propósito e atividades da EPE;
II - a natureza do seu envolvimento com a EPE;
III - o tipo de exposição a perdas decorrentes desse envolvimento com
a EPE; e
IV – o tipo e o valor dos ativos consolidados que tenham sido dados
em garantia das obrigações da EPE.
Art. 4o A companhia aberta que tenha direitos suficientes à obtenção
de benefícios relevantes das atividades da EPE, ou que esteja exposta
a riscos também relevantes, relacionados às atividades da EPE ou de
seus ativos, sem, contudo, enquadrar-se no disposto no art. 1o, deverá
divulgar, em nota explicativa, as seguintes informações:
I – a natureza, o propósito e as atividades da EPE;

II – a natureza do seu envolvimento com a EPE;

III – o tipo de exposição a perdas decorrentes desse envolvimento


com a EPE;
IV – a identificação do beneficiário principal ou grupo de beneficiários
principais das atividades da EPE; e
V – as informações requeridas no art. 20 da Instrução CVM no 247, de
1996, no que couber.
Parágrafo único. Para os efeitos do caput deste artigo, não serão
consideradas como EPE entidades com autonomia operacional e
financeira, tais como clientes e fornecedores da companhia aberta,

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sem prejuízo do disposto na Deliberação CVM nº 26, de 5 de fevereiro


de 1986.
Art. 5o As companhias abertas com exercício social encerrado até 31 de
dezembro de 2004 devem divulgar, em nota explicativa às respectivas
demonstrações contábeis, no mínimo, as seguintes informações:
I – denominação, natureza, propósito e atividades desenvolvidas pela
EPE;
II – participação no patrimônio e nos resultados da EPE;

III – natureza de seu envolvimento com a EPE e tipo de exposição a


perdas, se houver, decorrentes desse envolvimento;
IV – montante e natureza dos créditos, obrigações, receitas e
despesas entre a companhia e a EPE, ativos transferidos pela
companhia e direitos de uso sobre ativos ou serviços da EPE;
V – total dos ativos, passivos e patrimônio de cada EPE;

VI – avais, fianças, hipotecas ou outras garantias concedidas em favor


da EPE; e
VII – a identificação do beneficiário principal ou grupo de beneficiários
principais das atividades da EPE, na hipótese a que se refere o art. 4o.
Art. 6o Ressalvado o disposto no artigo anterior, as companhias abertas
deverão observar as demais disposições desta Instrução nas
demonstrações contábeis consolidadas relativas aos exercícios sociais
encerrados a partir de 1o de janeiro de 2005, facultada a sua aplicação
imediata.
Parágrafo único. Para fins de comparabilidade, as demonstrações
contábeis consolidadas do exercício anterior deverão ser divulgadas
incluindo as EPE existentes à época em que essas demonstrações
foram originalmente elaboradas.
Art. 7o Esta Instrução entra em vigor na data da sua publicação no
Diário Oficial da União.

2.2.1 – Entidades de Propósito Específico – EPE


Uma entidade pode ser constituída para realizar um propósito específico e bem
definido como, por exemplo, efetuar um arrendamento mercantil, desenvolver
atividades de pesquisa e desenvolvimento, de exploração de energia elétrica ou
térmica, gás ou uma securitização de ativos financeiros. Tal Entidade de Propósito
Específico - "EPE" - pode ter a forma de uma companhia, fundação, sociedade ou,
ainda, uma outra que não seja uma forma societária usual. Freqüentemente são
criadas EPE com disposições legais, estatutária ou contratuais que impõem limites
rígidos ao processo de tomada de decisões de seus órgãos pelos seus gestores. Essas
disposições geralmente especificam que a política que guia as atividades contínuas da
EPE não pode ser modificada, a não ser, talvez, por seu instituidor ou patrocinador, ou
seja, elas operam em um mecanismo denominado de "piloto automático"
("autopilot").

O patrocinador ou a entidade em cujo benefício a EPE foi criada pode transferir


ativos à EPE, obter o direito de executar serviços ou de usar os ativos por ela
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possuídos , enquanto outras partes, consideradas "fornecedores de capital", podem


prover os recursos para financiamento da Entidade de Propósito Específico, cobrando
por esses recursos uma espécie de aluguel, tarifa ou mesmo uma participação nos
resultados. Uma companhia que mantém transações com uma Entidade de Propósito
Específico, normalmente o instituidor ou o patrocinador, pode substancialmente
controlar a EPE.

A constituição de uma EPE busca, em muitas das vezes, a utilização de


oportunidades de financiamento, mediante a segregação dos riscos específicos dos
ativos ou de atividades dos riscos globais da empresa beneficiada pela sua criação. A
participação nos benefícios por ela gerados pode, por exemplo, tomar a forma de um
instrumento de dívida, de um instrumento patrimonial, de um direito de participação,
de uma participação residual ou de um arrendamento. Alguns interesses nesses
benefícios simplesmente podem retribuir o proprietário com uma taxa de retorno fixa
ou declarada, enquanto outras dão ao proprietário direito ou acesso a outros
benefícios econômicos futuros das atividades da EPE. Na maioria dos casos, o
instituidor ou patrocinador retém uma participação significativa nos benefícios das
atividades da EPE, embora possa ter uma parcela pequena ou nenhuma participação
no patrimônio líquido da EPE.

3 – EMPRESAS CONTROLADAS EXCLUÍDAS DA CONSOLIDADAS


Conforme previsto no parágrafo único, inciso “b”, do art. 249 da lei societária, há
situações em que, mesmo presentes os requisitos para a elaboração da consolidação
das demonstrações contábeis, a CVM pode determinar que elas não devem ser
incluídas na consolidação.
Veja-se que a lei se restringiu a mencionar que poderia haver casos em que a
consolidação não seria necessária, remetendo à CVM disciplinar ou divulgar tais casos.
Atendendo os requisitos da Lei, a CVM, por meio do art. 23 da Instrução 247/96,
regulamentou as possibilidades de exclusão de empresas do processo de
consolidação.
Naquele dispositivo há dois tipos de exclusão, ou seja, os que não necessitam de
qualquer autorização prévia da CVM, pois estão claramente definidos pela norma e os
que necessitam de anuência prévia da CVM.
Enquadram-se no primeiro tipo as sociedades controladas que se encontrem
com efetivas e claras evidência de perda de continuidade e cujo patrimônio seja
avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou cuja venda por parte da investidora, em
futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização devidamente
formalizada.
Salienta-se que no caso de venda do investimento, este deve estar formalizado,
com documentação hábil. Desta forma, o simples fato de a investidora intencionar
alienar o investimento não é suficiente para considerá-lo excluído da consolidação.
No segundo grupo de empresas que podem ser excluídas da consolidação, para
as quais há a necessidade de autorização especial da CVM que, a seu critério, poderá
conceder ou não a autorização, estão as empresas que não representam alteração
relevante na unidade econômica consolidada ou em alguns casos se a inclusão de
determinada entidade venha a distorcer a demonstração consolidada.
O fato de uma sociedade controlada ficar excluído do processo de consolidação
não dispensa o consolidador de qualquer procedimento, pois, neste caso, o valor
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contábil do investimento na sociedade controlada excluída da consolidação deverá ser


avaliado pelo método da equivalência patrimonial
A exclusão de sociedade controlada, cujas operações sejam de natureza diversa
das operações da investidora ou das demais controladas não representa uma
justificativa aceitável. Assim, se num grupo de empresas ligadas ao setor industrial
houver uma ligada ao setor de transportes, a exclusão da empresa dedicada ao
transporte não representa justificativa aceitável se no mérito da exclusão estiver
presente o fato de ela destoar da uniformidade do grupo.

4 – NECESSIDADE DA CONSOLIDAÇÃO NAS EMPRESAS FECHADAS


Pelo que depreendemos da leitura do texto legal, as demonstrações financeiras
consolidadas são obrigatórias somente para as companhias abertas que controlem
outras empresas e quando essa participação represente 30% do seu PL e nos grupos
de sociedade.
Contudo, em decorrência de certos incentivos fiscais que outrora foram
concedidos às empresas constituídas sob a forma de Sociedade Anônima, no Brasil
existem muitas empresas de capital fechado. Muitas destas empresas nacionais
possuem empresas controladas não abrangidas pela obrigatoriedade da consolidação.
Entretanto, mesmo assim, as elaboram para fins gerenciais sem divulgação externa.
Cabe acrescentar, ainda, que a principal finalidade das demonstrações é o
fornecimento de informações úteis aos usuários. Desta forma, é plausível que os
aspectos legais sejam, muitas vezes, ultrapassados para atingir essa finalidade. Aliás,
isto vem a corroborar com o espírito do legislador que conferiu às empresas a
liberalidade para elaborar outros demonstrativos para dar maior transparência e
evidenciação aos fatos contábeis. É neste contexto, mesmo não obrigadas, que as
empresas de capital fechado poderão elaborar demonstrações contábeis consolidadas.

5 – CONCEITOS BÁSICOS

5.1 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS


A consolidação das demonstrações contábeis visa reunir em uma única peça
contábil todas as demonstrações das diversas empresas que fazem parte de um grupo
econômico, mediante a eliminação das transações realizadas entre essas empresas
para evidenciar o resultado obtido com entes alheios ao grupo.
O Conselho Federal de Contabilidade conceitua demonstrações consolidadas da
seguinte forma:
Demonstrações Contábeis Consolidadas são aquelas resultantes da agregação
das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas Brasileiras de
Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem o controle direto ou
indireto sobre a(s) outra(s).
Desta forma, podemos conceituar demonstrações contábeis consolidadas como
sendo o fruto da adição de todas as demonstrações contábeis das empresas sob
comando único realizadas com pessoas que não pertençam ao grupo econômico.
Consoante a nossa legislação, devem ser consolidadas as seguintes
demonstrações contábeis: o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do
exercício e a demonstração das origens e aplicações de recursos. Da mesma forma
como ocorre com as demonstrações individuais ou não consolidadas de cada uma das
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empresas do grupo econômico, as demonstrações consolidadas devem ser


complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos julgados
necessários à completa evidenciação da situação patrimonial e dos resultados
consolidados.
Exemplo:
Supondo que a empresa Café S/A participa do capital social das empresa Preto
S/A e Doce S/A. A empresa Café S/A exerce o controle das outras duas, com as quais
transaciona comercialmente.
Estamos diante de três empresas que possuem personalidade jurídica própria e
estão, individualmente, obrigadas a elaborar suas demonstrações contábeis.
Apesar de serem empresas distintas, elas formam o grupo Café Preto e Doce.
Este grupo não possui personalidade jurídica, porém deve elaborar demonstrações
contábeis consolidadas para mensurar o seu patrimônio ou a posição econômica e
financeira. Para tal, é necessário somar os valores constantes nas demonstrações
contábeis de todas as participantes e eliminar os resultados e saldos decorrentes de
transações realizadas entre essas empresas.
Desta forma, as demonstrações consolidadas representam o somatório das
demonstrações das empresas pertencentes ao grupo societário de cuja soma é
subtraído o resultado de operações realizadas entre empresas deste mesmo grupo.
Desta forma, somando linha a linha das demonstrações contábeis das empresas
do grupo Café Preto e Doce e subtraindo o resultado de operações entre as empresa
Café, Preto e Doce, teremos o resultado consolidado do grupo Café Preto e Doce.
Conforme enfatizamos, o grupo Café Preto e Doce não possui personalidade
jurídica e não faz registros contábeis. Ela existe apenas para fins de consolidação. Os
únicos registros utilizados na consolidação são os papéis de trabalho de consolidação,
os quais devem ser guardados pelo prazo de três anos para fins de auditoria.

5.2 – EFEITOS FISCAIS E SOCIAIS NA CONSOLIDAÇÃO


Como a demonstração consolidada não pertence a uma pessoa jurídica ela não
gera nenhum efeito fiscal ou societário, pois:
1 - Os efeitos do imposto de renda e demais tributos são calculados
individualmente em cada empresa pertencentes do grupo societário. Assim,
mesmo que determinada empresa pertencente ao grupo tenha prejuízo
contábil ou fiscal, não poderá compensá-lo com o lucro de outra e vice-
versa.
2 - Em termos societários, os dividendos são calculados sobre o lucro de cada
empresa e não sobre o lucro consolidado do grupo. Compete a cada uma
das empresas individualmente satisfazer ou suprir os acionistas dos
dividendos a que fazem jus.
O tratamento dos impostos na consolidação será objeto de estudo no item 8
deste capítulo.

5.3 – INTERESSE DOS INVESTIDORES NA CONSOLIDAÇÃO


Os investidores e os credores podem utilizar a consolidação das demonstrações
contábeis para efetuar uma análise detalhada de suas garantias e possibilidade de

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rendimentos, pois podem, por meio da consolidação, visualizar a geração de


resultados, tanto por empresa quanto pelo grupo.

5.4 – A CONSOLIDAÇÃO E A GESTÃO EMPRESARIAL


O aspecto mais importante e de maior utilidade da consolidação das
demonstrações contábeis é, sem dúvida, o benefício administrativo e gerencial, ou
seja, a gestão empresarial, visto que evidencia a aplicação dos recursos financeiros e
econômicos gerados pelo grupo.
A consolidação possibilita a análise do desempenho de cada uma das empresas
participantes do grupo empresarial, bem como do grupo consolidado.
Embora a consolidação não traga efeitos tributários diretos, é de grande valia
para um adequado planejamento tributário, podendo ser ponto de partida para uma
reorganização societária, tendo em vista o pagamento de tributos sobre lucros não
realizados.
Por meio da consolidação e com criteriosa análise a administração da empresa
pode visualizar a necessidade de recursos financeiros, quer sejam de terceiros ou dos
próprios acionistas.

6 – PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
O CFC disciplinou os procedimentos de consolidação preconizando a adoção das
seguinte regras:
A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/ou de grupos de
contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transações e de participações entre
entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil e de segregar as
participações de não-controladores, quando for o caso.
A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidade
controlada a partir da data em que assume seu controle, individual ou em conjunto.
Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidação devem ser
realizados em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de lançamento na
escrituração das entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil.
Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos das contas devem
ser agregados às demonstrações contábeis consolidadas de cada controladora, na
proporção da participação destas no capital social da controlada.
No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ou
indiretamente o controle da entidade sob controle conjunto, a controladora final deve
passar a consolidar integralmente os elementos do patrimônio da controlada.
As entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil devem
segregar, em contas específicas, as transações realizadas entre si.
As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins de
consolidação, devem ser levantadas na mesma data ou até no máximo 60 (sessenta)
dias antes da data das demonstrações contábeis da controladora.
Quando demonstrações contábeis com datas diferentes são consolidadas, devem
ser efetuados ajustes que reflitam os efeitos de eventos relevantes nas entidades, que
ocorrerem entre aquelas datas e a data-base das demonstrações contábeis da
unidade de natureza econômico-contábil.

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Quando o percentual de participação da controladora no capital da controlada


variar durante o exercício, os resultados devem ser incluídos proporcionalmente às
percentagens de participação, período por período.
Das demonstrações contábeis consolidadas são eliminados:
a) os valores dos investimentos da controladora em cada controlada e o
correspondente valor no patrimônio líquido da controlada;
b) os saldos de quaisquer contas decorrentes de transações entre as entidades
incluídas na consolidação;
c) as parcelas dos resultados do exercício, do patrimônio líquido e do custo de
ativos de qualquer natureza que corresponderem a resultados ainda não realizados de
negócios entre as entidades, exceto quando representarem perdas permanentes.
Os resultados ainda não realizados, provenientes de negócios entre as entidades
que formam a unidade de natureza econômico-contábil, somente se consideram
realizados quando resultarem de negócios efetivos com terceiros.
No processo de consolidação das demonstrações contábeis, não se podem
compensar quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros passivos ou ativos, a
não ser que exista um direito de compensação, e este represente a expectativa
quanto à realização do ativo e à liquidação do passivo.
Os impostos e contribuições relacionados às transações entre as entidades que
formam a unidade de natureza econômico-contábil devem ser reconhecidos na mesma
proporção dos resultados ainda não realizados, e classificados no ativo ou passivo a
curto ou a longo prazo como tributos diferidos.
Os resultados de entidade controlada devem ser incluídos nas demonstrações
contábeis consolidadas:
a) a partir da data da aquisição da participação;
b) até a data da sua baixa.
As demonstrações contábeis de todas as entidades controladas, no País ou no
exterior, incluindo a filial, agência, sucursal, dependências ou escritório de
representação, devem ser consolidadas sempre que os respectivos ativos e passivos
não estejam incluídos na contabilidade da controladora por força de normatização
específica.
Devem ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas as entidades
controladas que se encontrem nas seguintes condições:
a) com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio
seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou
b) cuja venda por parte da controladora, em futuro próximo, tenha efetiva e
clara evidência de realização devidamente formalizada.
No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na entidade
controlada excluída da consolidação deve ser avaliado pelo método da equivalência
patrimonial.
Sempre que houver efeito relevante em razão de exclusão de entidade
controlada, as demonstrações contábeis consolidadas devem ser ajustadas para fins
de comparação.
A falta de semelhança das operações de entidade controlada com as da entidade
controladora não gera sua exclusão das demonstrações contábeis consolidadas.
O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente da aquisição ou
subscrição de capital de entidade controlada quando decorrente da diferença entre o
valor de mercado de parte ou de todos os bens do ativo da controlada e o respectivo
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valor contábil, deve ser apresentado como adição ou retificação da conta utilizada pela
entidade controlada para registro do ativo especificado.
O ágio ou deságio decorrente de expectativa de resultado futuro, representado
pela diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de mercado
dos ativos da controlada, deve ser apresentado:
a) em conta destacada no ativo permanente, em caso de ágio; e
b) em conta específica de resultados de exercícios futuros, em caso de deságio.
O valor correspondente à provisão para perdas constituída na entidade
controladora deve ser deduzido do saldo da conta da entidade controlada que tenha
dado origem à constituição da provisão, ou apresentado como passivo exigível,
quando representar expectativa de conversão em exigibilidade.

Considerando que o objetivo principal da consolidação é apresentar a posição


financeira e os resultados das operações das diversas empresas do grupo, de forma
agregada em peça contábil única, como se estivéssemos apresentando a
demonstração de uma entidade autônoma ou empresa única, ou como se fosse uma
família, os saldos das contas devem ser adicionadas, uma a uma, ou linha por linha.
Desta forma, de posse das demonstrações financeiras de todas as empresas que
compõem um grupo econômico, teremos em mãos a matéria prima para o produto
final que é a consolidação. A técnica adotada será, a princípio, somar os saldos das
contas de mesma natureza de todas essas demonstrações.
Exemplo:
Considerando a existência de quatro empresas que possuam os seguintes
valores de estoques de mercadorias para revenda em suas demonstrações, a
consolidação será assim processada:
Pantera S.A. 6.400,00
Felina S.A. 1.700,00
Bichano S.A. 2.100,00
Gatuno S.A. 4.100,00
Total Consolidado 14.300,00
Desta forma, o estoque consolidado do grupo econômico formado pelas quatro
empresas acima é de R$ 14.300,00.
Este é o procedimento básico de consolidação que deverá ser adotado para
todas as contas do balanço, como Disponibilidades, Realizável no curso do exercício
social subseqüente, despesas do exercício seguinte, ARLP, AP, duplicatas a pagar etc.

6.1 – UNIFORMIDADE DE CRITÉRIOS CONTÁBEIS


Como o procedimento de consolidação consiste na soma dos saldos das contas
de mesma natureza, é necessário que os critérios de registro e de avaliação adotados
por todas as empresas do grupo sejam uniformes.
No caso de consolidação pela controladora, compete a ela elaborar um Manual
de Diretrizes Contábeis do Grupo, que deve ser adotado pela controladora e por todas
as controladas na escrituração, avaliação de elementos patrimoniais e na elaboração
das demonstrações contábeis.

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O referido Manual de Diretrizes Contábeis do Grupo deve conter, no mínimo:


‰ Elenco de Contas Padronizado;
‰ Definição das Práticas Contábeis Uniformes;
‰ Uniformidade de reavaliação;
‰ Manual de consolidação;
‰ Modelos de Demonstrações Financeiras;
Ressalte-se que os planos de contas de todas as empresas componentes do
grupo econômico devem prever um controle segregado das contas e operações que
serão objeto de eliminação na consolidação.

6.2 – ELIMINAÇÕES DE CONSOLIDAÇÃO


A soma dos saldos das contas de mesma natureza é o procedimento básico da
consolidação. Entretanto, a consolidação não consiste somente nesta soma dos saldos
de cada conta das diversas empresas.
Aquele procedimento, básico, é muito importante e geralmente simples sem
maiores complexidades. Para uma conciliação consistente, é preciso que sejam
eliminados os saldos existentes ou transações realizadas entre as empresas do grupo.
Esta tarefa é, talvez, a mais difícil, tendo em vista que a segregação das operações
nem sempre está adequadamente registrada.
A eliminação das transações entre as empresas participantes do grupo há de
ser efetuada no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.
Do balanço patrimonial deve ser excluído o lucro não realizado que esteja
incluído no resultado ou no patrimônio líquido da controladora e correspondido por
inclusão no balanço patrimonial da controlada.
Do Resultado do exercício devem ser excluídos ou eliminados os encargos de
tributos correspondentes ao lucro não realizado, apresentando-os no ativo
circulante/realizável a longo prazo - tributos diferidos, no balanço patrimonial
consolidado.
Dada a relevância, a seguir apresentamos alguns exemplos de eliminações que
se fazem necessárias:

6.2.1 – ELIMINAÇÕES DO BALANÇO PATRIMONIAL

6.2.1.1 – ELIMINAÇÕES DE DUPLICATAS A RECEBER


Quando uma empresa faz vendas a prazo à outra, ela registrará este fato em
conta de Duplicatas a Receber. A compradora registrará o fato em Duplicatas a Pagar.
Se estas empresas fizerem parte do mesmo grupo econômico, cujas demonstrações
devam ser consolidadas, então esses valores hão de ser eliminados do Balanço
consolidado.
O procedimento de exclusão consiste em debitar a conta representativa da
obrigação (Duplicatas a Pagar ou Fornecedores) e creditar a conta representativa do
direito (Clientes ou Duplicatas a Receber).

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Imaginemos que a empresa Morab S/A tenha efetuado vendas a prazo a sua
controlada Barom S/A no valor de R$ 23.400,00. A eliminação será efetuada mediante
o seguinte lançamento:
Débito Crédito
Fornecedores (empresa Barom S/A) 3.000,00
a Duplicatas a Receber (empresa Morab S/A) 3.000,00

Outras contas que representem transações entre as empresas merecem igual


tratamento na eliminação.

6.2.1.2 - INVESTIMENTOS
Os investimentos na participação do capital de outras sociedades participantes
do grupo econômico não representam, para o grupo, recursos externos, logo devem
ser eliminados contra contas do patrimônio líquido da sociedade investida.
Sabemos que os investimentos relevantes são contabilizados pelo MEP, com
isso haverá na sociedade investidora um valor proporcional ao valor do patrimônio
líquido das sociedades investidas, por força da aplicação do MEP.
Como as demonstrações financeiras da investidora que serão usadas na
consolidação terão os seus investimentos contabilizados pelo método da equivalência
patrimonial, a sua eliminação será feita contra as contas do patrimônio líquido da
sociedade investida.
A apuração dos valores a eliminar deve ser feita mediante um cálculo de
proporcionalidade tomando por base o percentual de participação no capital social da
sociedade investida, aplicado sobre cada uma das contas do patrimônio líquido, pois
os valores a serem eliminados serão em cada uma das contas do PL.
Desta forma, considerando um investimento de R$ 14.600,00, teremos o
seguinte lançamento de eliminação dos investimentos:
Débito Crédito
Diversos
a Investimentos da Controladora
Capital Social das Controladas 8.800,00
Reservas de Capital das Controladas 2.600,00
Reservas de Lucros das Controladas 1.400,00
Lucros Acumulados das Controladas 2.100,00 14.600,00

Nota-se que o investimento na participação societária representa a saída de


recursos da empresa investidora e o ingresso de recursos na empresa investida.
A investidora registra este investimento no ativo permanente e estará incluído
em seu PL. A sociedade investida registro o valor na conta Capital Social em
contrapartida de um ativo qualquer. Se forem somados os patrimônios das duas
empresas o valor do investimento deve ser eliminado para que não haja a
contabilização em dobro.
Para uma maior elucidação, imagine-se o seguinte exemplo:
A empresa Alfa, cujo patrimônio é formado exclusivamente pelas contas Capital
Social e Caixa, no valor de R$ 10.000,00, investe a metade de suas disponibilidades
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na formação do Capital Social da empresa Beta que será sua subsidiária integral, ou
seja, o PL de Beta será de R$ 5.000,00. Se somarmos os dois patrimônios, sem
considerar nenhuma outra atividade, teremos como resultado um PL de R$ 15.000,00.
Agora, se eliminarmos o valor do investimento (R$ 5.000,00), o grupo
apresentará no Balanço consolidado o valor de R$ 10.000,00 no PL, que é
efetivamente o que o grupo possui, visto que não foi agregado nenhum outro valor.

6.2.2 – ELIMINAÇÃO NA DRE


6.2.2.1 – VENDAS INTERCOMPANHIAS
As transações entre as companhias do mesmo grupo econômico, como não são
com agentes externos, não trazem reflexos patrimoniais na consolidação, por isso
devem ser eliminados para que não haja uma falsa interpretação de terceiros de boa
fé.
Imagine-se a seguinte situação: A empresa B é controlada (subsidiária integral)
de A. As duas empresas fazem vendas mutuas uma a outra, sem nada vender a
terceiras empresas ou pessoas. Ora, na consolidação esses valores devem ser
eliminados, pois se não fossem poder-se-ia chegar a lucros com valores astronômicos,
quando de fato não houve lucro algum para o grupo!
O simples fato de eliminar as vendas inter-companhias da DRE não é suficiente
para ajustar os valores à realidade. É necessário que se eliminem, também, os custos
das mercadorias vendidas.
Débito Crédito
Vendas (Empresa A) 1.650,00
a Custo dos Produtos Vendidos (Empresa B) 1.650,00
Percebe-se que a contrapartida para eliminação das vendas é o custo dos
produtos vendidos. Parece paradoxal, visto que nas vendas pode haver resultado.
Desta forma, em outro item trataremos da eliminação do resultado.

6.2.2.2 - COMISSÕES SOBRE VENDAS, JUROS E OUTROS


Tal qual ocorre com as vendas, os valores decorrentes de comissões sobre
vendas, juros e outros quaisquer valores realizados entre as companhias, devem ser
eliminados na consolidação das demonstrações contábeis, mediante o seguinte
lançamento:
Débito Crédito
Receitas – comissões e juros (Empresa A) 1.400,00
a Despesas – comissões e juros (Empresa B) 1.400,00

6.3 –TRANSAÇÕES ENTRE EMPRESAS DO GRUPO


Com o objetivo de efetuar a eliminação das operações realizadas entre as
empresas do grupo no momento da consolidação, é necessário que essas transações e
os saldos inter-companhias sejam controlados em registros extra contábeis, para
permitir a apuração dos valores de vendas, juros, comissões e outras receitas
ocorridas durante o exercício que devem ser eliminados.
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6.4 – REGISTROS DA CONSOLIDAÇÃO


A consolidação das demonstrações contábeis, conforme já frisamos, não gera
nenhum registro contábil nas empresas componentes do grupo que terá seus
demonstrativos consolidados. Entretanto, o processo de consolidação há de ser
documentado em papéis de trabalho, que são documentos extra-contábeis e devem
ser guardados pelo período de três anos para fins de auditoria, visto que as
demonstrações consolidadas também são passiveis de auditoria nas companhias
abertas.
Desta forma, o processo de consolidação será registrado em documentos extra-
contábeis como papéis de trabalho elaborados manualmente, ou pela utilização de
fichas de razão.

6.5 – RESULTADOS INTERCOMPANHIAS


Conforme disposição do art. 250 da Lei das S/A, das demonstrações financeiras
consolidadas serão excluídas, entre outras, as parcelas dos resultados do exercício,
dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo permanente
que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as
sociedades.
Em item anterior (6.2.2.1) fizemos a exclusão de vendas inter-companhias
para o qual foi utilizado como contra partida a conta custo das vendas. Entretanto, as
vendas poderiam ter sido realizadas com lucros ou prejuízos que também devem ser
eliminados no processo de consolidação.
Os casos mais corriqueiros de resultados inter empresas de um mesmo grupo
econômico são os juros cobrados, as comissões de vendas, os dividendos declarados e
os lucros ou prejuízos de operações de vendas entre as sociedades que estejam
incluídos em ativos da compradora.
Os juros, comissões e outras receitas inter-companhias, originariamente, são
registradas como receita em uma das empresas e como despesa na outra. Entretanto,
esses valores não representam resultado efetivo com terceiros. Desta forma, esses
valores devem ser eliminados por meio de lançamentos de estorno, como segue:
a) Eliminação de juros inter-companhias
Receita de Juros
a Despesas de Juros R$ 1.000,00

b) Eliminação de comissões de vendas


Receita de Comissões de Vendas
a Despesas de Comissões de Vendas R$ 500,00

Com relação aos dividendos, é necessário verificar se a sociedade investidora


avalia o investimento pelo MEP ou pelo Método do Custo. Caso o investimento seja
avaliado pelo MEP os dividendos recebidos diminuem o valor do investimento e não
haverá exclusão a fazer, pois o valor do dividendo, neste caso, não irá para o
resultado.
Já os dividendos recebidos pelas investidoras, que avaliam seus investimentos
pelo método do custo de aquisição, comporão o resultado da investidora. Neste caso,

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o valor dos dividendos recebidos devem ser eliminados na consolidação para não
figurarem duplamente como resultado do grupo econômico. Entretanto, este não é um
fato corriqueiro, pois a maioria dos investimentos que participam do processo de
conciliação devem ser avaliados pelo MEP.
A eliminação de lucros ou prejuízos em transações inter companhias pela venda
de ativos é bastante comum e deve ser estudada adequadamente. Neste particular
pode haver lucros nos estoques adquiridos de sociedade do grupo ou de bens do ativo
permanente.
Nas transações ao preço de custo não há lucro e o fato será eliminado pela
eliminação da venda e do custo. Entretanto, este é um caso raro, mesmo nas
transações inter-companhias, pois geralmente as transações são realizadas a valores
de mercado, donde pode resultar que a empresa adquirente já tenha vendido o bem,
realizando o lucro ou, então, as mercadorias estão no estoque ou no ativo da empresa
adquirente.
Quando a adquirente tenha vendido o estoque ou os bens, não há mais lucro a
ser eliminado, sendo necessário, apenas, eliminar as operações de venda e custo
original entre as companhias.
Porém, se os bens permanecerem em estoque, mesmo que parcialmente, na
data da consolidação haverá lucros não realizados que devem ser eliminados.
Outro aspecto que merece nossa atenção diz respeito ao ágio ou deságio. Neste
particular, cabe ressaltar que somente as empresas avaliadas pelo MEP registram, de
forma segregada, o ágio ou deságio.
Os valores do ágio e do deságio figurarão no balanço consolidado como ativo,
tal qual constam do balanço da sociedade investidora, quando decorrentes de
diferença de valor econômico de ativo da sociedade investida e em consta específica
do ativo permanente ou em REF quando o fundamento econômico tenha sido a
perspectiva de resultados futuros.

7 – TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES MINORITÁRIAS


A Consolidação das Demonstrações contábeis é condicionada, na maioria dos
casos, ao fato de existir o controle de uma empresa sobre outra. Conforme estudamos
em capítulos anteriores, o controle pode ser total, quando teremos a chamada
subsidiária integral, ou com a detenção da maioria das ações do capital votante pela
controladora caso em que não haverá o controle total.
No caso de subsidiária integral temos como acionista único outra empresa
nacional, logo não há participação de acionistas minoritários ou não controladores.
O problema da participação dos acionistas minoritários consiste na consolidação
das demonstrações contábeis das controladas que possuem o seu capital pulverizado,
ou seja, além do controlador há outros acionistas que não são controladores. Desta
forma, o controle do acionista majoritário é apenas relativo.
A denominação de acionistas minoritários surge quando a controladora é a
acionista majoritária, isto é, ela possui mais de 50% do total das ações. Já a
designação de acionistas não controladores surge em face de a controladora não ser a
acionista majoritária, situação em que possui apenas a maioria das ações com direito
a voto o que lhe dá a condição de controladora. Em ambas as situações, a
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participação dos acionistas não controladores deve ser evidenciada destacadamente


no balanço patrimonial consolidado.
No Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial Consolidado deve aparecer apenas
o valor pertencente ao grupo ou acionistas da empresa controladora. Desta forma,
consoante disposição legal, a participação dos acionistas minoritários e/ou
majoritários não controladores deve ser lançada no Passivo, imediatamente antes do
Patrimônio Líquido e após os Resultados de Exercícios Futuros, quando for o caso.
Assim, um Balanço Patrimonial Consolidado, com presença de acionistas
minoritários, apresentar-se-á da seguinte forma no lado do passivo, caso tenhamos,
por hipótese, uma participação de acionistas minoritários no valor de R$ 210.000,00:
Ativo Passivo
Passivo Circulante 123.000,00
Passivo Exigível a Longo Prazo 78.000,00
Resultado de Exercícios Futuros 47.000,00
Participação minoritária em controlada consolidada 210.000,00
Patrimônio Líquido 786.000,00

Assim, a participação de não-controladores é a parcela do capital, reservas e


resultados pertencentes a acionistas ou sócios minoritários. No Balanço Patrimonial,
essa participação deve ser destacada em grupo isolado no balanço patrimonial
consolidado, imediatamente antes do grupo patrimônio líquido.
A participação de não-controladores no lucro ou prejuízo líquido, do exercício,
das controladas deve ser destacada e apresentada, respectivamente, como dedução
ou adição ao lucro ou prejuízo líquido consolidado, na Demonstração Consolidada do
Resultado do Exercício.
Na hipótese de consolidação proporcional, não há parcelas a destacar no
Balanço Patrimonial Consolidado e na Demonstração do Resultado Consolidado, visto
que, neste caso, esses valores não aparecem na Consolidação, já que somente os
valores pertencentes ao grupo controlador são levados aos demonstrativos
consolidados.
Para calcular o valor da participação dos acionistas minoritários aplica-se sobre
o Patrimônio Líquido o percentual de participação desses acionistas no capital social
da sociedade investida (controlada).
Exemplo:
Suponha que a controlada Piau S/A possua o seu capital social dividido em
500.000 ações com valor nominal de R$ 1,00 por ação e que seu Patrimônio Líquido
seja constituído conforme a seguir demonstrado:
Patrimônio Líquido R$
Capital Social 980.000,00
Reservas de Capital 196.000,00
Reservas de Lucros 147.000,00
Lucros Acumulados 98.000,00
Total 1.421.000,00

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Considerando, por hipótese, que 49% das 500.000 ações não pertencem à
Controladora (que está fazendo a consolidação), logo devemos aplicar essa mesma
percentagem sobre as demais contas do patrimônio líquido, pois esse valor pertence
ou é de direito dos acionistas minoritários ou não controladores. Teremos, então, a
seguinte situação:

Patrimônio Líquido da Controlada Piau S/A


Participação Controladora
Contas Valor total minoritários Antares S/A
(49%) (51%)
Capital Social 980.000,00 480.200,00 499.800,00
Reservas de Capital 196.000,00 96.040,00 99.960,00
Reservas de Lucros 147.000,00 72.030,00 74.970,00
Lucros Acumulados 98.000,00 48.020,00 49.980,00
Total 1.421.000,00 696.290,00 724.710,00

Percebe-se que do Patrimônio Líquido da Controlada Piau S/A, R$ 696.290,00.


pertencem aos acionistas minoritários, cujo valor deve ser apresentado
destacadamente no Balanço Patrimonial Consolidado.
Para destacar esse valor, será necessário o seguinte lançamento contábil, que
será realizado nos papéis de trabalho, sem nenhum registro contábil em qualquer
livro:
Diversos
a Participação Minoritária em Controladas Consolidadas
Capital Social R$ 480.200,00
Reserva de Capital R$ 96.040,00
Reserva de Lucros R$ 72.030,00
Lucros Acumulados R$ 48.020,00 R$ 696.290,00

Não é demais repetir que o valor de R$ 696.290,00 deverá constar no Balanço


Patrimonial Consolidado fora do Patrimônio Líquido, logo acima deste e abaixo de
Resultados de Exercícios Futuros.

Na Demonstração do Resultado de Exercício Consolidado, devemos destacar a


parcela do lucro das controladas consolidadas que se refere à participação minoritária.
Tomemos, a guisa de exemplo, o percentual de participação dos acionistas não
controladores de 49% e consideremos que a empresa controlada tenha obtido um
Lucro Líquido do Exercício no valor de R$ 300.000,00. Assim sendo, o valor a ser
destacado na consolidação referente a participação minoritária será de R$ 147.000,00
(49% de R$ 300.000,00).
A seguir apresentaremos um exemplo da forma de apresentação, no qual
admitimos que a controladora Asteca S/A tenha obtido um lucro de R$ 500.000,00 e o
lucro da Controlada Piau S/A tenha sido de R$ 300.000,00, totalizando um lucro de R$
800.000,00 entre controladora e controlada.

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No demonstrativo consolidado devemos destacar a participação dos acionistas


minoritários, que pode ser da seguinte forma:

DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


da controladora Asteca S/A e da Controlada Piau S/A
Receita Bruta
Lucro Bruto
Despesas Operacionais
...
Lucro Líquido Total 800.000,00
(-) Participações Minoritárias da Investida nos
(147.000,00)
resultados consolidados
Lucro Líquido Consolidado 653.000,00

Devemos atentar ao fato de que a eliminação dos valores pertencentes aos


acionistas minoritários e aos acionistas não controladores deve ser realizada mesmo
quando existem lucros não realizados no patrimônio líquido das controladas, o que
afetará o resultado da controladora, mas não poderá afetar a participação minoritária
(ou não controladores), pois o lucro estará não realizado na relação de controlada e
controladora, mas estará realizado para os demais acionistas.
Assim, esses minoritários têm direito de participar no resultado das controladas
de que são sócios, ainda que haja lucro decorrente de operações com a controladora,
pois esse lucro será eliminado para apurar o valor pertencente ao grupo econômico,
mas não para apurar a participação dos minoritários ou não controladores. Aliás, este
é um dos principais objetivos da consolidação e apuração da participação dos
acionistas minoritários.

8 – TRATAMENTO DE IMPOSTOS NO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO

8.1 – IMPOSTO DE RENDA NA TRANSAÇÃO ENTRE SOCIEDADES DO


GRUPO ECONÔMICO
A maioria das transações com lucros estão sujeitas ao Imposto de Renda. Como
na consolidação eliminamos os lucros não realizados decorrentes de transações entre
empresas do grupo econômico devemos eliminar, também, as despesas com o
imposto de renda sobre aquele resultado se o resultado for passível de realização e
adição em consolidação futura, quando o imposto excluído será também adicionado.
Entretanto, se o lucro for eliminado na consolidação de forma definitiva, isto é, se ele
nunca mais for adicionado por carecer de realização, então a tributação pelo Imposto
de Renda será considerada definitiva e não será excluída na consolidação.

Exemplo:
Na venda de estoques, com lucro, da controlada à sua controladora, com
incidência de Imposto de Renda, e se esses estoques não forem vendidos pelo
adquirente (parcial ou totalmente), a parcela do lucro não realizado deve ser

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eliminada na consolidação, bem como a proporção do imposto de renda incidente


sobre esse lucro.
Os lançamentos de eliminação do Imposto (ajustes) são os seguintes:

a) No Balanço Patrimonial Consolidado


A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, do Patrimônio Líquido, deve ser
creditada para eliminar o efeito do Imposto de Renda no Resultado que foi
incorporado a esta conta. Como contrapartida, devemos debitar uma conta do Ativo
Circulante ou ARLP em conta de Antecipação de Imposto de Renda ou Imposto de
Renda a Compensar, visto que quando da realização do lucro esse imposto será
devido pela controladora.
Imposto de Renda a Compensar
a Lucros ou Prejuízos Acumulados

b) Na Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício


Neste demonstrativo o ajuste deverá ser no valor da parcela referente à
provisão para imposto de renda, relativa a despesa como se fosse uma partida
simples.

8.2 – ICMS e IPI


Sabemos que os impostos recuperáveis não fazem parte do custo de aquisição
dos estoques da adquirente e tampouco farão parte da receita líquida de vendas da
sociedade vendedora. Mesmo assim, em face da necessidade de eliminação do
resultado não realizado, alguns ajustes se fazem necessários, conforme veremos no
exemplo a seguir.
Exemplo:
A controlada Piau S/A faz a venda de seu estoque pelo valor de R$ 50.000,00
(com incidência de ICMS de 18% e de IPI de 12%) a sua controladora Asteca S/A. O
custo do estoque foi de 28.000,00, já deduzidos os tributos recuperáveis. Assim, ela
apresentará a seguinte estrutura de resultado:

Faturamento bruto ............................................ 56.000,00


(-) IPI .............................................................. (6.000,00)
Receita bruta .................................................... 50.000,00
(-) ICMS .......................................................... (9.000,00)
Receita líquida .................................................. 41.000,00
(-) CPV ............................................................ (28.000,00)
Lucro bruto ...................................................... 13.000,00

Como a empresa Piau S/A faz sua escrituração de forma regular, ela debitou e
creditou os valores do IPI e do ICMS nas contas próprias. A controladora Asteca S/A
pode não ter vendido todo esse estoque adquirido de sua controlada, o que acarreta
os seguintes efeitos, considerando que não houve a venda da metade do estoque:

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a) No Balanço Patrimonial Consolidado


Somente o lucro não realizado no valor de R$ 6.500,00 deve ser eliminado.
Com relação ao IPI e ao ICMS nada deve ser feito, visto que os saldos a recolher ou a
compensar desses tributos também são obrigações ou direitos válidos no
demonstrativo consolidado.
b) Na Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício
Todos os valores relativos ao lucro não realizado devem ser eliminados, aí
incluídos o Custo dos Produtos Vendidos, a Receita Líquida, o ICMS, a Receita Bruta, o
IPI e do Faturamento Bruto proporcionalmente a parcela não realizada.
Os ajustes a serem efetuados para eliminar esses valores na Demonstração
Consolidada do Resultado serão os seguintes:

Débito Crédito
Faturamento Bruto 28.000,00
a IPI 3.000,00
a ICMS 4.500,00
a CPV 14.000,00
a Estoques (lucros não realizados) 6.500,00

É interessante observar que se for efetuado o ajuste do Faturamento Bruto, do


IPI, do ICMS e do CPV, os valores relativos a Receita Bruta, Receita Líquida e Lucro
Bruto estarão também ajustados.

9 - NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


CONSOLIDADAS
As demonstrações contábeis consolidadas devem ser complementadas por notas
explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:
1. as denominações das entidades controladas incluídas na consolidação, bem
como o percentual de participação da controladora em cada entidade
controlada, englobando a participação direta e a indireta por intermédio de
outras entidades controladas;
2. as características principais das entidades controladas incluídas na
consolidação;
3. os procedimentos adotados na consolidação;
4. o valor dos principais grupos do ativo, do passivo e do resultado das entidades
sob controle conjunto;
5. a razão pela qual os componentes patrimoniais de uma ou mais controladas não
foram avaliados pelos mesmos critérios utilizados pela controladora;
6. a exposição dos motivos que determinaram a inclusão ou exclusão de uma
entidade controlada durante o exercício, bem como os efeitos, nos elementos
do Patrimônio Líquido e Resultado Consolidados, decorrentes dessa inclusão ou
exclusão;

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7. a natureza e os montantes dos ajustes efetuados em decorrência da defasagem


de datas de que trata o item 8.2.6, quando couber;
8. a base e o fundamento para a amortização do ágio ou deságio não absorvido na
consolidação;
9. a conciliação entre os montantes do Patrimônio Líquido e Lucro Líquido da
controladora com montantes do patrimônio líquido ou prejuízo consolidados, e
os respectivos esclarecimentos, se necessários;
10. os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício ou período que
tenham ou possam vir a ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis
consolidadas;
11. o efeito da variação do percentual de participação da controladora na
controlada dentro de um mesmo exercício.

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EXERCÍCIOS

01) (AFTN-96-Esaf): Não devem integrar os Demonstrativos Consolidados os patrimônios de


empresas controladoras nas quais:
a) O controle seja apenas temporário
b) O controle ocorra de forma integral
c) Ocorra total dependência tecnológica
d) Ocorra dependência financeira integral
e) O controle seja permanente e total

02) (AFTN-96-Esaf): Para que os procedimentos de Consolidação das Demonstrações


Contábeis dos conglomerados reflitam tecnicamente a relação do grupo para com terceiros,
é importante seja mantida a uniformidade
a) De políticas de captação de recursos, de formação dos estoques e mantidos os mesmos
credores
b) De fornecedores, de estocagem de produtos e utilizem os mesmos órgãos financiadores
c) De políticas de compra e venda de produtos, de estocagem de produtos e mantidos os
mesmos credores
d) Diretiva em todas as empresas do conglomerado com os mesmos diretores nas empresas
e) De critérios e procedimentos contábeis entre as empresas consolidadas

A empresa LM era subsidiária integral da Cia ABC, que também possuía 60% do capital da
Cia XY. Em 31.12.19x1 os balanços patrimoniais da Cia ABC e de suas controladas eram os
seguintes :
A empresa LM era subsidiária integral da Cia. ABC, que também possuía 60 % do
capital da Cia. XY. Em 31/12/19X1 os balanços patrimoniais da Cia. ABC e de suas
controladas eram os seguintes:
Controladora Controlada Controlada
ABC LM XY
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades 1.000 15.000 22.000
Valores a receber 25.000 5.000 34.000
Estoques 45.000 - 20.000
ATIVO PERMANENTE
INVESTIMENTOS
Participações Societárias Cia. LM 20.000 - -
Participações societárias Cia. XY 60.000 - -
IMOBILIZADO LÍQUIDO 100.000 10.000 54.000
TOTAL DO ATIVO 251.000 30.000 130.000

PASSIVO CIRCULANTE
Valores a pagar 16.000 - 5.000
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos Bancários 35.000 10.000 25.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 200.000 20.000 100.000
TOTAL PASSIVO + PL 250.000 30.000 130.000

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Outras informações:
* o saldo das conta Valores a Pagar da Cia. XY correspondia a operações de repasses
financeiros realizadas com a controladora.
* em 31.12.19x1 a Cia. LM tinha a receber $.2.000 de sua controladora .
Com base nas informações anteriores, identifique as respostas das questões 03 a 08 .

03) (AFTN-96-Esaf) O valor apurado na consolidação dos demonstrativos para a


participações minoritárias é:
a) $ 20.000
b) $ 200.000
c) $ 100.000
d) $ 120.000
e) $ 40.000

04) (AFTN-96-Esaf) Em 31.12.19x1 o grupo tinha a receber de terceiros:


a) $ 57.000
b) $ 64.000
c) $ 34.000
d) $. 5.000
e) $ 25.000

05) (AFTN-96-Esaf) O valor consolidado do capital social do grupo era:


a) $ 320.000
b) $ 200.000
c) $ 300.000
d) $ 220.000
e) $ 100.000

06) (AFTN-96-Esaf) Em 31.12.19x1 as obrigações totais do grupo eram:


a) $ 14.000
b) $ 70.000
c) $ 84.000
d) $ 16.000
e) $ 51.000

07) (AFTN-96-Esaf) O valor do Ativo Permanente Consolidado em 31.12.19x1 era:


a) $ 244.000
b) $ 224.000
c) $ 234.000
d) $ 164.000
e) $ 184.000

08) (AFTN-96-Esaf) O valor do Patrimônio Líquido Consolidado é:


a) $ 200.000
b) $ 240.000
c) $ 300.000
d) $ 220.000
e) $ 120.000

09) (AFTN-96-Esaf) Em 10/10/19x2, a Cia. Amazonas vende à vista para a sua subsidiária
integral, Cia Solimões , um imobilizado pelo valor de $ 15.000.000, obtendo um lucro na
operação de $ 3.500.000. Em 31/12/19x2, por ocasião da Consolidação das
Demonstrações Contábeis, o procedimento de eliminação do lucro não realizado
intercompanhias seria :
a) Terrenos
a Lucros Não-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000
b) Resultado Operacional

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a Terrenos $ 3.500.000
c) Lucro na Alienação de Imobilizados
a Terrenos $ 3.500.000
d) Terrenos
a Lucros na Alienação de Imobilizados $ 3.500.000
e) Terrenos
a Ajustes de Lucros Não-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000

10) (AFTN-98-Esaf) As participações de acionistas minoritários ou não controladores, quando


da consolidação, deverão ser
a) deduzidas do valor do investimento no Ativo Permanente
b) acrescidas ao valor do investimento no Ativo Permanente
c) consolidadas sem qualquer referência especial
d) segregadas em conta específica no Ativo Permanente
e) segregadas em conta específica fora do Patrimônio Líquido consolidado

11) (AFTN-98-Esaf) Na consolidação dos Balanços de Controladora e Controlada todos os


itens abaixo deverão ser excluídos, exceto
a) participações societárias de empresas não controladas e não pertencentes ao grupo
b) lucro na venda de Ativos Imobilizados entre controladora e controlada
c) investimento permanente da controladora na controlada
d) lucro não realizado nas transações de mercadorias entre controladora e controlada
e) contas a receber que representam contas a pagar na controlada

12) (AFTN-98-Esaf) O imposto de renda oriundo de lucro ainda não realizado, referente a
operações efetuadas entre as empresas em consolidação, deverá ser
a) lançado contra estoques, quando proveniente de transações de mercadorias
b) considerado e pago quando for o caso
c) eliminado para posterior tributação
d) lançado contra impostos a compensar no Passivo Circulante
e) lançado contra impostos a compensar no Exigível a Longo Prazo

13) (AFTN-98-Esaf) Na Consolidação de Demonstrações Financeiras, o ágio oriundo de


investimento de controladora em controlada avaliado pelo método da equivalência
patrimonial deverá ser
a) eliminado proporcionalmente à participação da controladora na controlada
b) eliminado na consolidação não aparecendo na demonstração consolidada
c) mantido na consolidação e aparecendo na demonstração consolidada
d) transferido para conta de receita no resultado da controladora
e) transferido ao Lucros e Perdas do Balanço consolidado

14) (AFRF-2001-Esaf) No processo de elaboração da consolidação das demonstrações não


são excluídos os(as):
a) lucros não realizados decorrentes de operações de venda de ativos entre as empresas do
grupo
b) vendas de qualquer natureza realizadas entre a empresa controlada e sua controladora
c) dividendos recebidos por conta de participações societárias avaliadas por equivalência
patrimonial
d) receitas auferidas por conta de juros cobrados em contrato de mútuo realizado entre
empresas do grupo
e) vendas de serviços realizadas entre a empresa controladora e suas controladas

15) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/96, poderão ser excluídas da
obrigatoriedade de Consolidação de Demonstrações Financeiras:
a) todas as companhias abertas que tiverem mais de 30% do seu patrimônio líquido
representado por investimentos em controladas

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b) sociedades controladas que apresentarem efetivas e claras evidências de perda de


continuidade
c) sociedades controladas que apresentarem efetivas e claras evidências de manutenção da
continuidade
d) todas as companhias abertas que tiverem menos de 30% do seu patrimônio líquido
representado por investimentos em controladas
e) sociedades controladas que não se configurem como parte relacionada e não operem com
a controladora

Tomando como base unicamente as informações a seguir, responda às questões de 16 a


23.
I – Balanço Patrimonial:
Controladora - A Controlada - B
Ativo
Disponível 95.000 125.000
Contas a Receber terceiros 120.000
Contas a Receber intercompanhias 140.000
Estoques 70.000 20.000
Investimentos na controlada B 125.000
Imobilizado 350.000 35.000
Total do Ativo 760.000 320.000
Passivo + Patrimônio Líquido
Passivo
Fornecedores terceiros 50.000 120.000
Fornecedores intercompanhias 140.000
Outras contas a pagar 40.000 55.000
Patrimônio Líquido
Capital 500.000 125.000
Lucros Acumulados 30.000 20.000
Total Passivo e Patrimônio Líquido 760.000 320.000

II – Demonstrações do Resultado de Exercício:


Demonstração de Resultados Controladora - A Controlada - B
Vendas 80.000 140.000
Custo das Vendas (70.000) (100.000)
Lucro Bruto 10.000 40.000
Resultado da equivalência 20.000
Lucro Líquido 30.000 40.000
III – Outras informações adicionais:
• A controladora A constituiu a controlada B da qual tem 100% do capital.
• A controlada B vendeu para a controladora A, por R$ 140.000,00, mercadorias que lhe
custaram R$ 100.000,00.
• A Controladora A vendeu metade dos estoques comprados da controlada B pelo preço
de R$ 80.000,00.
• No período foram distribuídos dividendos, pela controlada B, na ordem de R$ 20.000,00.

16) (AFRF-2001-Esaf) O valor do Lucro Bruto Consolidado é de:


a) 30.000
b) 20.000
c) 10.000
d) 40.000
e) 50.000

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17) (AFRF-2001-Esaf) O valor do Custo das Vendas Consolidado é de:


a) 30.000
b) 170.000
c) 70.000
d) 100.000
e) 50.000

18) (AFRF-2001-Esaf) O valor das Receitas de Vendas Consolidadas é de:


a) 220.000
b) 80.000
c) 120.000
d) 140.000
e) 50.000

19) (AFRF-2001-Esaf) No processo de consolidação das demonstrações contábeis, o valor do


lucro não-realizado é:
a) 50.000
b) 20.000
c) 30.000
d) 40.000
e) 10.000

20) (AFRF-2001-Esaf) Após a consolidação dos Balanços, o valor total do Ativo é:


a) 795.000
b) 815.000
c) 1.080.000
d) 720.000
e) 700.000

21) (AFRF-2001-Esaf) Após a consolidação dos Balanços, o valor dos Lucros Acumulados é:
a) 80.000
b) 40.000
c) 50.000
d) 30.000
e) 140.000

22) (AFRF-2001-Esaf) Após a consolidação dos Balanços, o valor total das Exigibilidades é:
a) 95.000
b) 265.000
c) 255.000
d) 170.000
e) 295.000

23) (AFRF-2001-Esaf) - Após a consolidação dos Balanços, o valor total das Contas a
Receber é
a) 120.000
b) 140.000
c) 260.000
d) 80.000
e) 20.000

24) (AFRF-2002-Esaf) No processo de consolidação, a participação societária dos acionistas


não pertencentes ao grupo deve ser evidenciada como:
a) Patrimônio Líquido
b) Ativo

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c) Passivo
d) Receitas
e) Reservas

25) (AFRF-2002-Esaf) As demonstrações contábeis consolidadas, exigidas nos termos da


Instrução CVM 247/96, são:
a) Demonstração Consolidada dos Fluxos dos Caixas, Demonstração Consolidada das Mutações
Patrimoniais, Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e Balanço Patrimonial
Consolidado.
b) Balanço Patrimonial Consolidado, Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício e
Demonstração Consolidada das Origens e Aplicações de Recursos.
c) Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial Consolidado,
Demonstração Consolidada dos Fluxos dos Caixas e os Fluxos dos Caixas de cada uma da
empresas componentes do grupo.
d) Demonstração Consolidada das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração
Consolidada das Mutações Patrimoniais e Demonstração Consolidada do Resultado do
Exercício.
e) Demonstração Consolidada da conta Lucros/Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial
Consolidado e Demonstração Consolidada do Resultado do Exercício.

26) (AFRF-2002-Esaf) O saldo em aberto de operações de repasse de recursos efetuadas da


controladora para as controladas e coligadas por ocasião da elaboração da consolidação dos
balanços será:
a) avaliado
b) realizado
c) incorporado
d) anulado
e) registrado

27) (AFRF-2002-2-Esaf)Para a elaboração das Demonstrações Contábeis Consolidadas, a


investidora deve:
a) em nenhuma hipótese utilizar períodos contábeis não idênticos, mesmo que este fato
represente melhoria na qualidade da informação produzida.
b) utilizar demonstrações contábeis e do patrimônio líquido das investidas apuradas na mesma
data das demonstrações contábeis da investidora.
c) compensar quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros ativos ou passivos mesmo
na inexistência de direito de compensação.
d) utilizar demonstrações contábeis de coligadas e controladas elaboradas até 90 dias antes da
data das demonstrações contábeis da investidora.
e) eliminar saldos de quaisquer contas de ativas e passivas resultantes de transações das
sociedades incluídas na consolidação.

28) (AFRF-2002-2-Esaf)Dos procedimentos listados a seguir, indique aquele que não


corresponde ao processo contábil de elaboração das demonstrações consolidadas.
a) Eliminação das despesas e receitas de variação cambial efetuadas com instituições
financeiras indicadas pela controladora.
b) Exclusão de saldos de ativos e passivos em aberto de operações realizadas entre
controladas e a controladora.
c) Valores de despesas e receitas de prestação de serviços realizados entre empresas do
grupo.
d) Valores não realizados existentes nos ativos decorrentes de operações de compra e venda
de ativos intercompanhias.
e) Operações de vendas efetuadas entre as empresas do grupo que efetuará a consolidação.

29) (AFRF-2003) A empresa Chuí S.A. possui investimentos na empresa Oiapoque S.A.,
tendo, de acordo com as determinações da Lei das Sociedades por Ações, a
obrigatoriedade de efetuar a consolidação. No ano de 2002 a empresa Chuí adquiriu da

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empresa Oiapoque R$100.000,00 de fios elétricos para reformar suas instalações.


Pressupondo que este lucro será eliminado e nunca mais realizado, podese:
a) eliminar agora o Imposto de Renda e a contribuição social sobre ele incidente.
b) excluir definitivamente o Imposto de Renda e a contribuição social pois não são devidos.
c) excluir o Imposto de Renda e manter a contribuição social como despesa do período.
d) manter o Imposto de Renda e eliminar a contribuição social das demonstrações.
e) manter o Imposto de Renda e a contribuição social pois ambos são despesas do período.

30) (AFRF-2003) A empresa Fortaleza S.A. consolida em suas demonstrações financeiras a


empresa controlada Rio Branco S.A. No ano de 2002 a empresa Fortaleza comprou da
empresa Rio Branco S.A. mercadorias para revenda no valor de R$ 10.000.000,00, que
ainda permanecem em seus estoques. Considerando uma alíquota de 25% de Imposto de
Renda e 9% da Contribuição Social, totalizando 34%, indique o lançamento a ser efetuado
no Balanço Patrimonial Consolidado, relativo ao Imposto de Renda e à Contribuição Social.
a) Nenhum, pois o Imposto de Renda e a Contribuição Social são despesas do Período.
b) Débito de Lucros Acumulados e Crédito do Passivo Circulante no valor de R$ 3.400.000,00.
c) Débito no Ativo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00.
d) Débito no Passivo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00.
e) Débito de Ativo Realizável a Longo Prazo e Crédito de Passivo Circulante no valor de R$
2.500.000,00, pois somente o Imposto de Renda deve ser eliminado.

Com base no que dispõe a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) e os atos
normativos da CVM, a propósito da consolidação de demonstrações financeiras e outros
aspectos relativos às demonstrações contábeis, marque (C) para CERTO e (E) para
ERRADO nas questões nºs 31 a 100.

31) (INSS-CESPE-2003) A consolidação de demonstrações financeiras só é obrigatória para


os casos de grupos empresariais que se constituírem formalmente em grupos de
sociedades na forma das sociedades anônimas (S.A.), independentemente de serem ou
não companhias abertas, e ainda que a sociedade de comando não seja uma S.A.

32) (INSS-CESPE-2003) Deve-se excluir das demonstrações consolidadas, sempre com a


anuência prévia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os investimentos cuja inclusão
possam provocar distorção na representação patrimonial e financeira do grupo. Nesse
caso, o investimento excluído deve ser avaliado pelo método de equivalência patrimonial
(MEP) e ser objeto de nota explicativa que explique as razões que determinaram a
exclusão.

33) (Petrobras-CESPE-2004) As companhias abertas são obrigadas a publicar o relatório da


administração que deve conter, entre outras, informações relativas a aquisição de
debêntures de emissão própria e a política de reinvestimentos de lucros e distribuição de
dividendos constantes no acordo de acionistas.

34) (Petrobras-CESPE-2004) As demonstrações consolidadas devem incluir todas as


empresas controladas, sendo proibida, em qualquer situação, a exclusão de qualquer uma
dessas empresas sem anuência prévia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

35) (Petrobras-CESPE-2004) As companhias fechadas e os conjuntos de sociedades que não


estejam enquadradas na definição legal de grupos de sociedades estão dispensados da
elaboração e da divulgação das demonstrações contábeis consolidadas, que são
obrigatórias para as companhias abertas e para os referidos grupos de sociedades.

36) (Petrobras-CESPE-2004) Para as companhias abertas e para as instituições financeiras,


a lei tornou obrigatória a publicação, juntamente com as demonstrações financeiras
exigidas, dos pareceres de Conselho Fiscal e de auditores independentes registrados na
CVM.

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37) (Petrobras-CESPE-2004) O grau de evidenciação das demonstrações contábeis deve


propiciar o suficiente entendimento do que cumpre demonstrar, inclusive com o uso de
notas explicativas que, entretanto, não poderão substituir o que é intrínseco às
demonstrações.

38) (Petrobras-CESPE-2004) Para efeito de consolidação das demonstrações contábeis, uma


entidade é controladora de outra, ou seja, exerce o comando direto sobre a outra
entidade, quando detém a maioria do capital votante da mesma ou exerce o comando
indireto, quando dispõe de outras condições que lhe assegurem, ainda que
temporariamente, a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores.

39) (Petrobras-CESPE-2004) Quando a participação percentual da controladora no capital


da controlada variar durante o exercício, os resultados devem ser incluídos
proporcionalmente às percentagens de participação, período por período.

40) (Petrobras-CESPE-2004) A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e


(ou) de grupo de contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transações e de
participações entre entidades que formam o conjunto e de segregar o interesse de
minoritários, quando for o caso. Esses ajustes e eliminações são realizados mediante
lançamentos efetuados na escrituração da entidade controladora.

41) (Petrobras-CESPE-2004) As companhias abertas são obrigadas a elaborar e publicar,


juntamente com as demais demonstrações societárias obrigatórias, a demonstração das
mutações do patrimônio líquido (DMPL), que deverá conter, em uma de suas colunas, a
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA), ficando, assim, dispensadas da
elaboração e da publicação da DLPA em separado.

42) (Petrobras-CESPE-2004) Os juros sobre o capital próprio devem ser contabilizados


como destinação dos lucros, diretamente na conta lucros acumulados, sem transitar pelo
resultado do exercício. Assim, as empresas que tiverem contabilizado tais juros como
despesa financeira, para fins de dedutibilidade fiscal, ficam obrigadas a efetuar a reversão
do seu valor, na última linha da demonstração do resultado, antes do saldo da conta de
lucro ou prejuízo do exercício.

43) (Petrobras-CESPE-2004) A princípio todo o resultado do exercício deve ser distribuído


aos acionistas, a não ser que existam fortes razões para não fazê-lo. Nesse caso, as
razões para a retenção do lucro devem ser suficientes para justificar a não-distribuição,
além de serem devidamente evidenciadas em nota explicativa.

44) (Petrobras-CESPE-2004) As participações nos lucros atribuídas a terceiros, não relativas


ao investimento dos acionistas, devem ser registradas como despesas da empresa, antes
de se apurar o lucro líquido do exercício. A base de cálculo legal para apuração, porém, é
o lucro líquido, antes do imposto de renda e da contribuição social, e antes das
participações, deduzido do eventual saldo de prejuízos acumulados.

45) (Petrobras-CESPE-2004) No balanço, os saldos de depósitos bancários em outros países


devem ser convertidos em moeda nacional, sendo suficiente e admitido para esse
procedimento tão-somente a adoção da taxa cambial de compra corrente da data do
balanço.

46) (Petrobras-CESPE-2004) A variação cambial correspondente ao ajuste do saldo em


moeda nacional à taxa de câmbio utilizada na data da conversão deve ser contabilizada
em resultado do exercício, em conta segregada, no grupo despesas e receitas financeiras,
sendo admitido, para esse registro, o aumento do custo de aquisição até o limite de valor
do mercado.

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47) (CESPE/Unb-INMETRO-2001) Acerca de consolidação de demonstrações contábeis,


assinale a opção correta.
a) Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas, sem prévia autorização
da CVM, as sociedades controladas com efetivas e claras evidências de perda de
continuidade e cujo patrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação.
b) No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na sociedade
controlada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método de custo.
c) Nas demonstrações contábeis consolidadas, será também considerada justificável a exclusão
de sociedade controlada cujas operações sejam de natureza diversa das operações da
investidora ou das demais controladas.
d) Para a elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, a investidora deverá excluir
os saldos de quaisquer contas ativas e passivas, decorrentes de transações entre as
sociedades excluídas na consolidação.
e) No processo de consolidação das demonstrações contábeis, poderá ser efetuada a
compensação de quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros passivos ou ativos,
mesmo que não exista direito de compensação.

48) (CESPE/Unb-INMETRO-2001) Com referência ao PIS/PASEP, COFINS, IRRF, imposto de


renda das pessoas jurídicas e contribuição social sobre o lucro líquido, julgue os itens
abaixo.
I - O PIS/PASEP e COFINS incidem sobre a receita de vendas das empresas, depois de
deduzidos os valores de IPI e ICMS.
II - O IRRF sobre aplicações financeiras pago pelas empresas só pode ser utilizado para
dedução do imposto devido em cada mês no exercício seguinte ao de sua retenção.
III - A provisão para devedores duvidosos contabilizada em determinado período pode ser
deduzida imediatamente para fins de cálculo do lucro real, mesmo antes do
reconhecimento da perda efetiva do recebível.
IV - A provisão para contingências só será dedutível na apuração do lucro real e constituirá
base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido no pagamento ou na liquidação
do passivo.
V - O ganho de equivalência patrimonial não-operacional, por variação do percentual de
participação, é uma receita não-tributável para fins de imposto de renda e contribuição
social sobre o lucro líquido.
Estão certos apenas os itens
a) I e II. C) II e III. E) IV e V.
b) I e IV. D) III e V.

GABARITOS
CAPÍTULO - 6
01 – A 02 – E 03 – E 04 – A 05 – B
06 – C 07 – D 08 – A 09 – C 10 – E
11 – A 12 – C 13 – C 14 – C 15 – B
16 – A 17 – E 18 – B 19 – B 20 – A
21 – D 22 – B 23 – A 24 – C 25 – B
26 – D 27 – E 28 – A 29 - E 30 - C
31 – E 32 – C 33 – C 34 – E 35 – C
36 – E 37 – C 38 – E 39 – C 40 – E
41 – C 42 – C 43 – C 44 – C 45 – E
46 – C 47 – A 48 – E

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Aula 07

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO

1. Introdução e obrigatoriedade

No estudo da Contabilidade Geral básica aprendemos que são quatro as


demonstrações financeiras exigidas pela Lei 6.404/76 (Lei das S.A.). São elas:

1) O Balanço Patrimonial (BP)


2) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
3) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
4) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR)

Apesar de não estar prevista como demonstração obrigatória, a


DMPL é citada pela Lei das S.A. em seu artigo 186, parágrafo 2o, que
estabelece que a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio
líquido (DMPL), se elaborada e publicada pela companhia.

Assim, percebe-se que, apesar de não ser demonstração obrigatória pela Lei
das S.A., a DMPL, se publicada pela empresa, dispensa a elaboração e publicação da
demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
Esse mandamento legal faz bastante sentido, pois a DLPA é um
demonstrativo que apresenta todas as operações que provocaram
efeitos na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (LPA), tais como:

a) resultado do exercício;
b) transferência do lucro para reservas;
c) distribuição de dividendos;
d) reversão de reservas;
e) aumento do capital.

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A DMPL, por sua vez, contempla todas as operações que


movimentaram todas as contas do patrimônio líquido e, como se sabe
nesse nível do curso, a conta LPA é uma das contas do patrimônio
líquido.

A conta LPA será, então, uma das colunas da DMPL. Portanto, se a


DMPL contiver todas as informações normalmente apresentadas pela
DLPA, é perfeitamente razoável que a elaboração da primeira (DMPL)
dispense a da segunda (DLPA).

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por sua vez, estabeleceu


a obrigatoriedade da publicação da Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL) para as companhias abertas, por meio da
Instrução CVM no 59/86.

A DMPL indica as transferências de valores entre as contas, indicando a origem


dos recursos, os acréscimos e as reduções no grupo Patrimônio Líquido durante o
exercício. A DMPL será importante, ainda, para tornar evidente a composição,
formação e destinação de todas as reservas, além de facilitar a apuração dos
dividendos obrigatórios.
Também assume grande importância a DMPL com relação à DOAR,
por apresentar algumas mutações que representam origens ou
aplicações de recursos. Para as empresas que possuem investimentos
permanentes avaliados pelo método da equivalência patrimonial, torna-
se fundamental que as investidas elaborem-na, visando possibilitar
adequado tratamento contábil às mutações patrimoniais ocorridas no
exercício.

2. Estrutura da DMPL

As mutações do patrimônio líquido ocorrem por meio da movimentação de diversas


contas, que geram acréscimos ou reduções no PL, tais como:

a) Acréscimos:

1. lucro líquido do exercício

2. integralização de capital

3. recebimento de doações e subvenções para investimentos

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4. alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição

5. ajustes de exercícios anteriores

6. reavaliação de ativos

7. prêmio recebido na emissão de debêntures

8. outros

b) Reduções:

1. prejuízo líquido do exercício

2. pagamento de juros sobre o capital próprio

3. dividendos pagos ou creditados

4. ajustes de exercícios anteriores

5. outros

Por outro lado, algumas operações não afetam o total do patrimônio líquido, tais
como:

a) valores provenientes do lucro líquido do exercício para a conta LPA e


posteriormente transferidos para reservas de lucros

b) aumento do capital com utilização de lucros e reservas

c) compensação de prejuízos com utilização de reservas

d) reversões de reservas para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados

e) outros

Na DMPL cada uma das contas do patrimônio líquido será uma coluna da tabela. À
direita, haverá uma coluna chamada de Total, contendo a soma dos saldos ou das
movimentações de todas as contas individualmente.

Assim, por exemplo, um valor de R$ 5.000,00 transferido da conta Lucros ou


Prejuízos Acumulados para a conta Reserva Legal deve ser lançado como
acréscimo na coluna da conta Reserva Legal, e, simultaneamente, como redução
na coluna da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.

A DMPL pode ser apresentada de duas formas: a detalhada ou a resumida, sendo


que, em ambos os modelos, a demonstração deve conter, no mínimo, as
informações exigidas para a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
(DLPA).

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No modelo detalhado, as contas de reservas são apresentadas individualmente, tal


como no exemplo a seguir:

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Empresa WYZ S.A.


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Modelo Detalhado
Exercício Social encerrado em 31.12.X3

Reservas de Capital Reservas de Lucros


Ágio na Prêmio na Reservas Reservas Reservas Reserva Reserva Capital Lucros Total
Emissão de Colocação de Estatutá- Orçamen para Legal de Realizado Acumu-
Ações debêntures rias -tárias Contin- Lucros a lados
gências Realizar
SALDOS EM 31.12.X2 2.700 3.500 2.000 1.000 5.200 4.400 3.100 48.000 4.500 74.400
AJUSTES DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
Mudança de critérios contábeis (2.300) (2.300)
Retificação de erros de exercícios
anteriores
AUMENTO DE CAPITAL
Com lucros e reservas (1.000) 5.800 (4.800) ----
Por subscrição realizada 3.000 3.000
REVERSÕES DE RESERVAS
De Contingência (5.200) 5.200
De Lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 60.000 60.000
PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO
LUCRO
Transferências para reservas
Reserva Legal 3.000 (3.000)
Reserva Estatutária 3.500 (3.500)
Reserva Orçamentária 2.300 (2.300)
Reserva de Contingências 7.800 (7.800)
Reserva de Lucros a Realizar
Juros sobre o capital próprio a pagar ----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- -----
Dividendos a distribuir ----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- ----- (46.000) (46.000)
SALDOS EM 31.12.X3 5.700 3.500 5.500 2.300 7.800 7.400 3.100 53.800 ----- 89.100

No modelo resumido, os valores das reservas de lucros e de capital são apresentados consolidados.

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Empresa WYZ S.A.


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Modelo Resumido
Exercício Social encerrado em 31.12.X3

Reservas de Reservas Capital Lucros Total


Capital de Realizado Acumu-
Lucros lados
SALDOS EM 31.12.X2 6.200 15.700 48.000 4.500 74.400
AJUSTES DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES
Mudança de critérios contábeis (2.300) (2.300)
Retificação de erros de exercícios
anteriores
AUMENTO DE CAPITAL
Com lucros e reservas (1.000) 5.800 (4.800) ----
Por subscrição realizada 3.000 3.000
REVERSÕES DE RESERVAS
De Contingência (5.200) 5.200
De Lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 60.000 60.000
PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO
LUCRO
Transferências para reservas
Reserva Legal 3.000 (3.000)
Reserva Estatutária 3.500 (3.500)
Reserva Orçamentária 2.300 (2.300)
Reserva de Contingências 7.800 (7.800)
Reserva de Lucros a Realizar
Juros sobre o capital próprio a pagar ----- ----- ----- ----- -----
Dividendos a distribuir ----- ----- ----- (46.000) (46.000)
SALDOS EM 31.12.X3 9.200 26.100 53.800 ----- 89.100

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Se adotado o modelo resumido, as contas do patrimônio líquido devem ser


apresentadas individualizadas no Balanço Patrimonial, pelos os valores das
reservas de lucros e de capital são apresentados consolidados.

31.12.X2 31.12.X3
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Capital Social
Subscrito 54.000 59.800
(a Realizar) (6.000) (6.000)
Realizado 48.000 53.800

Reservas de Capital
Ágio na emissão de ações 2.700 5.700
Prêmio na colocação de debêntures 3.500 3.500
6.200 9.200
Reservas de Lucros
Reserva Legal 4.400 7.400
Reserva Estatutária 2.000 5.500
Reserva Orçamentária 1.000 2.300
Reserva de Contingências 5.200 7.800
Reserva de Lucros a Realizar 3.100 3.100
15.700 26.100

Lucros Acumulados 4.500 0

TOTAL 74.400 89.100

3. Exigência da CVM

Conforme visto anteriormente, a CVM estabeleceu a obrigatoriedade de publicação


da demonstração das mutações do patrimônio líquido para as companhias
abertas, por meio da Instrução CVM no 59/86. Tal Instrução prevê que a DMPL
contemple, no mínimo, os seguintes itens, conforme citado pelo Manual de
Contabilidade das Sociedades por Ações (Ed. Atlas):

1. descrição das mutações;


2. capital realizado atualizado (subscrito e a realizar);
3. reservas de capital;
4. reservas de reavaliação;
5. reservas de lucros;
6. lucros ou prejuízos acumulados;
7. ações em tesouraria;
8. total do patrimônio líquido.

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As reservas de reavaliação deverão ser apresentadas em duas colunas, que contemplem as contrapartidas de reavaliação de
ativos próprios e as de ativos de coligadas e controladas (IN/CVM 183/95).

Deverá, ainda, ser divulgado o dividendo por ação, por espécie e classe, devendo ser destacadas as vantagens conferidas a
cada uma e as ações em tesouraria. Estas últimas, por sua vez, podem ser englobadas entre as reservas que lhes
originaram recursos ou serem apresentadas separadamente.

Por fim, apresentaremos o modelo de DMPL sugerido pela Instrução CVM no 59/86.

Capital Realizado Reservas de Capital Reservas de Reservas Lucros


Atualizado Reavaliação de Acumula
Capital Capital a Ágio na Ações em Subven- De ativos De ativos de Lucros dos
Subscrito Realizar subs- Tesou- ção p/ próprios coligadas (Detalhes Total
crição raria Inves- ou no
timento controladas quadro
abaixo)
SALDOS EM .../.../...
Ajustes de exercícios anteriores
Mudança de critérios contábeis
Imposto de Renda
Aumento de Capital AGE .../..../...
Aquisição de ações próprias com reserva de
ágio na subscrição
Subvenção, Incentivos fiscais, IR
Reversão e transferência de reserva
Lucro Líquido do Exercício
Destinação do Lucro Líquido:
Reservas
Dividendosr
SALDOS EM .../.../...

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Reservas de Lucros
Legal Estatutári Lucros a Contingênci Retenção
a Realizar a para
Expansão
SALDOS EM .../.../... 2.000 1.000 5.200 4.400 3.100
Reversão para Lucros Acumulados
Destinação de parte do Lucro Líquido
Retificação de erros de exercícios anteriores
AUMENTO DE CAPITAL
Com lucros e reservas (1.000)
Por subscrição realizada
REVERSÕES DE RESERVAS
De Contingência (5.200)
De Lucros a Realizar
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO
Transferências para reservas
Reserva Legal 3.000
Reserva Estatutária 3.500
Reserva Orçamentária 2.300
Reserva de Contingências 7.800
Reserva de Lucros a Realizar
Juros sobre o capital próprio a pagar ----- ----- ----- ----- -----
Dividendos a distribuir ----- ----- ----- ----- -----
SALDOS EM 31.12.X3 5.500 2.300 7.800 7.400 3.100

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1


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EXERCÍCIOS DIVERSOS DA FCC

1) (TCE – MG) A movimentação ocorrida nas contas de reservas de lucros em um


determinado período é evidenciada
a) no Balanço Patrimonial.
b) na Demonstração do Valor Adicionado.
c) na Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados.
d) na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
e) na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

2) No processo de consolidação a participação dos acionistas minoritários deve ser


a) creditada em lucros prejuízos acumulados.
b) ajustada no resultado.
c) destacada como item do passivo, logo acima do PL.
d) diminuída da conta participações societárias.
e) debitada em investimentos permanentes.

3. Segundo a Lei das S/A, os investimentos são considerados relevantes quando


(A) a investidora possui pelo menos 10% do capital da investida.
(B) representam, isoladamente, pelo menos 10% do patrimônio líquido da investidora
ou pelo menos 15% deste no seu conjunto.
(C) a investidora tem influência na administração da investida.
(D) são efetuados em companhias sobre as quais a investidora exerça controle, direto
ou indireto.
(E) representam pelo menos 10% do Ativo Permanente da investidora

4. Os dividendos pagos por sociedade investida a uma sociedade investidora, quando


a referida participação societária é avaliada pelo método da equivalência
patrimonial, devem ser registradas nessa última como
(A) resultado da equivalência patrimonial.
(B) ativo diferido.
(C) resultado não operacional não tributável.
(D) resultado operacional tributável.
(E) reduçao da própria conta da participação societária.

5. A Cia. Gama adquiriu, pagando à vista, 60% das ações da Cia. Omega por R$ 450
000,00, cujo patrimônio líquido era R$ 700 000,00 no momento da negociaçao. A
conta bilização correta do fato na investidora, se o investimento for avaliado pelo
patrimônio líquido, é:

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2


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(A) Diversos
a Caixa 450.000,00
Investimentos Permanentes 420 000,00
Ágio na aquisição de investimentos 30 000,00
(B) Caixa 450.000,00
a Diversos
a Investimentos Permanentes 400.000,00
a Deságio na aquisição de investi mentos 50.000,00
(C) Investimentos Permanentes
a Caixa 450.000,00
(D) Diversos 450.000,00
a Investimentos Permanentes
Caixa 420 000,00
Ágio na aquisição de investimentos 30 000,00
(E) Investimentos Permanentes
a Deságio na aquisição de investimentos 450.000,00

6) A contrapartida do aumento de valor atribuido a elementos do Ativo Imobilizado,


por decisão da assembléia que aprovar o respectivo laudo, segundo a iegislaçao
comercial e fiscal, deve ser contabilizada como
(A) receita operacional.
(B) reserva de capital.
(C) receita não operacional.
(D) receita financeira.
(E) reserva de reavaliação

7. A Companhia Cruzeiro do Sul adquiriu 60% das ações com direito a voto da Cia.
Estrela da Manha, as quais representam 20% do capital total da investida. A inves-
tidora não pagou ágio nessa aquisição, considerada relevante. Posteriormente, a
controlada efetua uma reavaliação em seu Ativo Imobilizado no valor de R$ 100
000,00 O lançamento desse fato contábil na investidora, de acordo com as normas
legais e fiscais, é:
(A) Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas
a Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial 60.000,00
(B) Investimentos Avaliados pela Equivavalência Patrimonial
a Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas 20.000,00
(C) Imobilizado
a Reserva de Reavaliação 60.000,00

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3


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(D) Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial


a Investimentos Avaliados pela Equivalência Patrimonial 20.000,00
(E) Reserva de Reavaliação de Coligadas e Controladas
a Investimentos Avaliados pela Equivalência Patrimonial 60.000,00

8. O valor contábil de um imóvel de uso da Cia. Comercial do Norte estava assim


registrado em sua escrituração:
Custo de aquisição R$ 400 000,00
Depreciação Acumulada (R$ 160 000,00)
Valor contábil R$ 240 000,00
Durante o ano-calendário, foi encomendado um laudo de avaliação a uma
empresa especializada, no qual esta concluiu que o valor de mercado do referido
imóvel correspondia a R$ 360 000,00, com uma vida útil restante estimada em 40
anos. O laudo foi aprovado pela assembléia geral da companhia e constituída a
respectiva reserva de reavaliação. No final do exercício, a companhia lançou uma
despesa de depreciação correspondente a 2% do valor reavaliado do imóvel. Em
conseqüência, ela deverá considerar realizada parcialmente a reserva de
reavaliação no valor, em R$, de
(A) 2400,00
(B) 3 600,00
(C) 4 800,00
(D) 7 200,00
(E) 8000,00

Instruçoes: Para responder às questões de números 9 e 10, considere as informações


abaixo, relativas ao balanço patrimonial encerrado no final do exercício social.

Ativo Controladora A Controlada B


Disponível 120 000,00 70 000,00
Clientes 240 000,00 140 000,00
Estoques 300 000,00 160 000,00
CIRCULANTE 660 000,00 370 000,00
Durante o exercício, a controlada, Cia. B, vendeu a prazo para a controladora, Cia.
A, mercadorias no valor de R$ 100 000,00, com lucro de 20% sobre o valor da
transação. No final do exercício social, a controladora, Cia. A, não havia vendido 60%
das mercadorias adquiridas da Cia. B e também nao havia pago a esta o valor da
aquisição.

9. Para fins de consolidação do Balanço Patrimonial, deve ser excluído dos estoques
da Cia. A, a título de lucros não realizados, o valor de (em R$)

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4


Contabilidade Avançada – ICMS/SP Aula 07 – DMPL
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(A) 2000,00
(B) 15000,00
(C) 20 000,00
(D) 60000,00
(E) 100000,00

10) No Balanço Patrimonial Consolidado, o Ativo Circulante será (em R$)


(A) 1 030 000,00
(B) 1 018 000,00
(C) 918000,00
(D) 870 000,00
(E) 830000,00

11. A fusão é uma operação em que


(A) uma companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais
companhias, já existentes ou criadas para tal fim.
(B) duas ou mais companhias se unem para formar uma nova que lhes sucederá em
todos os direitos e obrigações.
(C) a companhia muda seu objeto social com a finalidade de obtenção de créditos
incentivados.
(D) uma companhia absorve o patrimônio de outra, sucedendo-lhe em todos seus
direitos e obrigações.
(E) uma companhia se une a uma ou mais companhias com a finalidade de participar
da concorrência em uma obra pública.

12. A Cia. Alpha incorporou a Cia. Beta, da qual detinha 30% das ações. Os balanços
patrimoniais dab dudb eumpanhias estão reproduzidos abaixo.
Ativo Alpha Beta
Disponível 170 000,00 50000,00
Clientes 220 000,00 80 000,00
Estoques 240000,00 70000,00
Investimentos Beta 45 000,00 -
Imobilizado 325 000,00 100 000,00
1 000 000,00 300 000,00
Passivo + PL Alpha Beta
Fornecedores 260 000,00 90 000,00
Contas a Pagar 140 000,00 60 000,00
Capital 400 000,00 100 000,00
Reservas 200 000,00 50 000,00
1 000 000,00 300 000,00

INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5


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Supondo-se que a incorporação seja feita pelos valores contábeis, o patrimônio


líquido da Cia. Alpha, após a operação, corresponderá (em R$) a
(A) 500 000,00
(B) 600 000,00
(C) 605 000,00
(D) 705 000,00
(E) 750 000,00

13. Dados da contabilidade da Cia. Deita:


- Aquisição de Imobilizado à vista R$ 300.000,00
- Venda de investimento permanente com lucro de R$ 20 000,00 na operação R$
180.000,00
Despesas de depreciação R$ 50.000,00
- Aumento de capital social em dinheiro R$ 90.000,00
- Lucro liquido do exercício R$ 500.000,00
- Resgate de depósitos judiciais classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo R$
130.000,00
- Pagamento de dividendos não provisionados R$ 400.000,00
Em relação às origens e aplicações de recursos e utilizando apenas estas
informações, é correto afirmar que
(A) o capital circulante líquido da companhia aumentou R$ 200 000,00.
(B) as aplicações superaram os recursos em R$ 170 000,00.
(C) a variação do capital circulante líquido foi positiva em R$ 230 000,00.
(D) o ativo circulante da companhia aumentou R$ 930 000,00.
(E) o passivo circulante da companhia aumentou R$ 400 000,00.

14. Informações extraídas do Demonstrativo do Fluxo de Caixa da Cia. Beta em 31-


12-2004:
- Entradas liquidas de caixa das atividades operacionais R$ 100 000,00
Saídas liquidas de caixa das atividades de investimento R$ 80000,00
- Variação do Disponível (positiva) R$ 35 000,00
É correto concluir que o fluxo de caixa derivado das atividades de financiamento
foi
(A) positivo no valor de R$ 55 000,00.
(B) negativo no valor de R$ 50 000,00.
(C) negativo no valor de R$ 35 000,00.
(O) positivo no valor de R$ 15 000,00.
(E) nulo.

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15. O Banco BFG tem registrado no seu Ativo a participação permanente em 90% das
ações da empresa Controlada S/A. No final de 2005, a Controlada S/A anunciou a
distribuição de dividendos aos seus acionistas no inicio do ano seguinte, devendo
esse anúncio gerar o seguinte lançamento no Banco:
(A) Débito: Dividendos e Bonificações em Dinheiro a Receber.
Crédito: Rendas de Ajuste em Investimento em Coligadas e Controladas.
(B) Débito: Investimentos — Participação em Coligadas e Controladas.
Crédito: Dividendos e Bonificações em Dinheiro a Receber.
(C) Débito: Dividendos e Bonificações em Dinheiro a Receber.
Crédito: Investimento Participação em Coligadas e Controladas.
(D) Débito: Investimentos Participação em Coligadas e Controladas.
Crédito: Rendas de Ajuste em Investimento em Coligadas e Controladas.
(E) Débito e Crédito: não devem ser registrados pelo Banco, tendo em vista que este
efetua a atualização do investimento pelo Método de Equivalência Patrimonial.

Balancete de verificação de 31/12/2004

Contas Devedor Credora


a
Bancos 12.000
Veículos 120.000
Terrenos 135.000
Aplicações Financeiras 122.000
Curto Prazo
Capital Social 80.000
Receitas de Vendas 135.000
Dividendos a Pagar 23.000
Fornecedores 185.000
Depreciaçao 24.000
Acumulada
Empréstimos de 159.000
Longo Prazo
Capital Social a 20.000
Integralizar
Custo dos Produtos 82.000
Vendidos CPV
Estoque de Matéria 18.000
Prima

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Estoque de Produtos 85.000


Acabados
Despesas de 12.000
Depreciação
Total 606.000 606.000

16. Valor do capital circulante líquido no final do período:


(A) 29.000
(B) 52.000
(O)130.000
(D)(130.000)
(E)(29.000)

17. Considere os seguintes fatos contábeis:


- Aquisição de imóvel com financiamento de longo prazo
- Aumento de capital com incorporação de reservas de lucros
- Proposta de destinação de lucro a pagamento de dividendos
- Pagamento de dívidas para com fornecedores
- Quitação de empréstimo a longo prazo
- Ajuste positivo no valor de investimentos pelo método da equivalência
patrimonial
- Constituição de reserva de reavaliação de ativos
- Recebimento de depósitos judiciais
Dos 8 (oito) fatos contábeis listados acima, o número daqueles que serão
evidenciados na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido levantada ao
final do exercício é
(A) três.
(B) quatro.
(C) cinco.
(D) seis.
(E) sete.

18. As seguintes informações foram extraídas das demonstrações contábeis da Cia.


Metropolitana, em um determinado exercício social, em R$:
- Lucro líquido do exercício 25.000,00
- Venda de veículo usado 10.000,00
Custo do veículo vendido 5.000,00
- Receita da equivalência patrimonial 40.000,00

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- Aumento de capital em dinheiro 50.000,00


- Aquisição de imóvel 100.000,00
- Obtenção de empréstimo de longo prazo 60.000,00
Considerando-se apenas essas informaçôes, o capital circulante líquido da companhia,
no final do exercício,
(A) aumentou 5.000,00.
(B) ficou com seu valor inalterado em relação ao início do exercício.
(C) aumentou 45.000,00.
(D) diminuiu 5.000,00.
(E) diminuiu 45.000,00.

19. (CVM/FCC-2003) De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, são


consideradas partes relacionadas da companhia
(A) o cônjuge ou companheiro(a) de acionistas com direito a voto.
(B) entidades que tenham com a companhia um diretor em comum, que não possa
ser capaz de afetar as diretrizes de ambas as sociedades nas transações entre si.
(C)) pessoas-chave de sua administração, isto é, pessoas que têm autoridade e
responsabilidade de planejar, dirigir e controlar as atividades da sociedade.
(D) financiadores, companhias de utilidade pública, sindicatos e órgãos e agências
governamentais, no curso de suas transações normais com a entidade.
(E) pessoas físicas ou jurídicas que ela tenha possibilidade de contratar em condições
de comutatividade e independência.

20. (CVM/FCC-2003) Assinale a alternativa que contenha a variação do Disponível da


Cia. Rigel no exercício de 20X1, em R$, com base nos dados a seguir, extraídos de
sua escrituração:
Lucro líquido do exercício 520.000,00
Despesas de depreciação 90.000,00
Resultado positivo da equivalência patrimonial 50.000,00
Aumento do saldo da conta Clientes 130.000,00
Redução do saldo da conta Fornecedores 20.000,00
Pagamento de dividendos não provisionados 180.000,00
Venda de imobilizado sem lucro 60.000,00
(A) 230.000,00
(B)) 290.000,00
(C) 310.000,00
(D) 440.000,00
(E) 520.000,00

21. (CVM/FCC-2003) Representa entidade ou pessoa considerada parte relacionada


de uma companhia aberta:
(A) a Comissão de Valores Mobiliários.
(B) o cliente cujas compras da companhia representam menos de 3% de suas vendas
totais.
(C) o fornecedor em relação ao qual a companhia não tenha relações de dependência
econômica, financeira ou tecnológica.
(D)) uma sociedade da qual a companhia detenha direitos de preferência na
subscrição de valores mobiliários.
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(E) entidade com a qual a companhia tenha condições de transacionar com


comutatividade e independência.

22. (CVM/FCC-2003) É correto afirmar que


(A) a cisão total é a operação pela qual a companhia transfere a totalidade de seu
patrimônio para, em conjunto com uma ou mais pessoas jurídicas, formar uma
sociedade nova que as sucederá em seus direitos e obrigações.
(B) a incorporação parcial é a operação pela qual a companhia, por meio da divisão do
capital, transfere uma parcela de seu patrimônio para outra, já existente ou
criada especialmente para tal fim.
(C) a fusão é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
a qual lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
(D) as avaliações patrimoniais, nas operações de incorporação, fusão e cisão, devem
ser preferencialmente efetuadas pelo valor contábil, já que esta é a tendência
mundial.
(E)) a pessoa jurídica que absorver o patrimônio de outra em virtude de incorporação,
fusão ou cisão, da qual detenha participação societária adquirida com ágio em
função de expectativa de rentabilidade futura da investida, deverá registrá-lo em
conta de ativo diferido, para posterior amortização.

Instruções: As informações a seguir e somente elas, extraídas da contabilidade da Cia.


Cruzeiro do Sul, relativas ao exercício de 20X0, devem ser utilizadas para responder às
questões de números 23 a 26. As variações dos saldos das contas Clientes e Fornecedores
foram calculadas diminuindo-se seu saldo, no final do exercício de 20X0, dos saldos finais do
ano-calendário anterior.
Elementos R$
Vendas......................................................................... 800.000,00
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)..................... 400.000,00
Aquisição de imobilizado à vista................................... 100.000,00
Pagamento de dividendos não provisionados ............. 30.000,00
Empréstimo efetuado a coligada.................................. 50.000,00
Despesas de Depreciação........................................... 180.000,00
Resultado positivo da Equivalência Patrimonial........... 10.000,00
Integralização de capital, em espécie.......................... 45.000,00
Venda de imobilizado à vista, sem ganho ou perda de capital 70.000,00
Receitas financeiras líquidas........................................ 15.000,00
Despesas operacionais................................................ 250.000,00
Variação positiva do saldo da conta Clientes............... 110.000,00
Variação positiva do saldo da conta Fornecedores...... 60.000,00

23. (CVM/FCC-2003) A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) da companhia,


em 20X0, evidenciava
(A) prejuízo de R$ 30 000,00.
(B) lucro de R$ 125 000,00.
(C) prejuízo de R$ 15 000,00.
(D) lucro de R$ 10 000,00.
(E)) prejuízo de R$ 5 000,00.
03/10/03 - 10:43
24. (CVM/FCC-2003) Na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR),
relativa ao exercício de 20X0, o total das origens montou, em R$, a
(A) 290 000,00
(B)) 280 000,00
(C) 220 000,00

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(D) 210 000,00


(E) 180 000,00

25. (CVM/FCC-2003) A variação do Capital Circulante Líquido da companhia, apurada na


DOAR, foi
(A) positiva em R$ 130 000,00.
(B) positiva em R$ 180 000,00.
(C) negativa em R$ 100 000,00.
(D) negativa em R$ 180 000,00.
(E)) positiva em R$ 100 000,00.

26. (CVM/FCC-2003) A variação do Patrimônio Líquido da companhia em 20X0, apurado


na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), correspondeu, em
R$, a
(A) R$ 10 000,00 negativos.
(B) R$ 5 000,00 negativos.
(C) R$ 5 000,00 positivos.
(D)) R$ 10 000,00 positivos.
(E) R$ 15 000,00 positivos.

27. (CVM/FCC-2003) A Cia. A possui investimentos em duas companhias coligadas B e


C, cujos valores contábeis representam, respectivamente, 10% e 6% do valor de
seu patrimônio líquido. A investidora detém 20% do capital social de B e 13% do
capital social de C, na qual, entretanto, tem influência na administração. O
auditor independente constatou que ambos os investimentos foram avaliados pelo
custo de aquisição. Em função desse fato, o auditor
(A) nada deve fazer, uma vez que o procedimento adotado pela Cia. A é correto.
(B) emitir parecer adverso, sem fazer qualquer comunicação à entidade.
(C) deve recomendar que apenas a avaliação do investimento na Cia. A seja feita pelo
método da equivalência patrimonial.
(D) deve recomendar que apenas a avaliação do investimento na Cia. B seja feita pelo
método da equivalência patrimonial.
(E)) deve recomendar que a companhia refaça a avaliação de ambos os investimentos
pelo método da equivalência patrimonial.

28. (CVM/FCC-2003) Na elaboração das Demonstrações Consolidadas, o valor


correspondente a resultados não realizados deve ser
(A) lançado a crédito da conta Lucros/Prejuízos Acumulados.
(B) estornado somente se decorrentes de operações realizadas pelas empresas
controladas.
(C)) contabilizado como débito no Patrimônio Líquido e crédito de conta de Ativo.
(D) evidenciado em notas explicativas, se identificado nos Ativos da controladora.
(E) registrado em conta corretiva do Patrimônio Líquido e controlado
extracontabilmente.

GABARITO

1–D 2–C 3–E 4–C 5–A 6–C 7–D


8–B 9–E 10 – A 11 – B 12 – A 13 – C 14 – E
15 – C 16 – A 17 – A 18 – B 19 – C 20 – B 21 – D
22 – E 23 – E 24 – B 25 – E 26 – D 27 – E 28 - C

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Aula 08
Hoje estamos concluindo o nosso curso e apresentamos as mais recentes alterações na
legislação introduzidas pela CVM. Ressaltamos que as demais normas, quer da CVm ou do
CFC, já foram apresentadas no transcorrer das aulas, na maioria das vezes de forma explícita
e em outras situações de forma implícita.
Desta forma, apresentamos as Deliberações 488 e 489, cujos assuntos podem ser
cobrados na prova do ICMS-SP, visto que elas alteraram alguns entendimentos que vinham
sendo adotados até então.
Por fim, agradecemos a presença de todos e esperamos ter contribuido na preparação de
vocês a esse concurso.

DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005.

Aprova o Pronunciamento do IBRACON NPC nº 27 sobre Demonstrações


Contábeis – Apresentação e Divulgações.

O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o Colegiado,


em reunião realizada em 28 de setembro de 2005, com fundamento no § 3o do art. 177 da Lei
No 6.404, de 15 de dezembro de 1976, combinado com os incisos II e IV do § 1o do art. 22 da
Lei No 6.385, de 07 de dezembro de 1976, e considerando a importância e a necessidade de
que as práticas contábeis brasileiras sejam convergentes com as práticas contábeis
internacionais, seja em função do aumento da transparência e da segurança nas nossas
informações contábeis, seja por possibilitar, a um custo mais baixo, o acesso das empresas
nacionais às fontes de financiamento externas;

deliberou:

I. aprovar e tornar obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento anexo à


presente Deliberação sobre Demonstrações Contábeis – Apresentação e Divulgações
emitido pelo IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, elaborado em
conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários; e

II. que esta Deliberação entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da
União.
Original assinado por
MARCELO FERNANDEZ TRINDADE
PRESIDENTE

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÕES - (NPC 27)

CONTEÚDO Itens

Objetivo 1

Alcance 2-6

Finalidade das Demonstrações Contábeis 7

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Componentes das Demonstrações Contábeis 8 - 10

Definições 11 - 12

Considerações Gerais

Apresentação Adequada e Atendimento aos PFC, NBC, NPC e IT 13 - 22

Entidade em Situação de Continuidade Operacional 23 – 24

Regime de Competência 25 – 26

Uniformidade de Apresentação 27 – 28

Materialidade e Agregação 29 – 31

Compensação 32 – 35

Informações Comparativas 36 – 41

Estrutura e Conteúdo

Introdução 42 – 43

Identificação das Demonstrações Contábeis 44 – 48

Freqüência na Apresentação 49

Balanço Patrimonial

Segregação entre Circulante e Não Circulante 50 – 53

Ativo Circulante e Não Circulante 54 – 56

Passivo Circulante e Não Circulante 57 – 63

Informações a Serem Apresentadas no Próprio Balanço Patrimonial 64 – 69

Informações a Serem Divulgadas nas Demonstrações Contábeis ou em Nota 70 – 81


Explicativa

Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

Estrutura 82 – 86

Apresentação das Práticas Contábeis 87 – 92

Principais Premissas 93

Outras Divulgações 94 – 95

96
Entrada em Vigor

Demonstrações Contábeis - Apresentação e Divulgações


Objetivo

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1. O objetivo desta Norma e Procedimento de Contabilidade - NPC é determinar a base de


apresentação de demonstrações contábeis de uso geral, a fim de assegurar comparação
tanto com as próprias demonstrações contábeis de períodos anteriores quanto com as
demonstrações contábeis de outras entidades. Para atingir esse objetivo, esta NPC
dispõe sobre considerações gerais para a apresentação de demonstrações contábeis,
diretrizes para sua estrutura e requisitos mínimos de seu conteúdo. O reconhecimento,
a mensuração e a divulgação de transações e eventos específicos são tratados em
outras NPCs.
Alcance
2. Esta NPC deve ser utilizada na elaboração de todas as demonstrações contábeis de uso
geral e apresentadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Se as
demonstrações contábeis forem preparadas para uma finalidade específica, esse fato
deverá ser claramente divulgado em nota explicativa.

3. Demonstrações contábeis de uso geral são aquelas destinadas a atender às


necessidades dos usuários que não estejam em condições de exigir relatórios adaptados
para atender às suas necessidades específicas de informação. Demonstrações contábeis
de uso geral incluem aquelas que são apresentadas separadamente ou dentro de um
outro documento público, como um relatório anual ou um prospecto. Aplica-se
igualmente às demonstrações contábeis individuais de uma entidade componente de
um grupo ou consolidadas. Esta NPC não se aplica a informações contábeis
intermediárias ou condensadas.

4. Esta NPC aplica-se a todos os tipos de entidades, inclusive a bancos e seguradoras.


Exigências adicionais para instituições financeiras, seguradoras e outras atividades
regulamentadas são, ou podem ser, estabelecidas por órgãos reguladores ou por outros
pronunciamentos específicos.

5. Esta NPC utiliza terminologia que é adequada para uma entidade com fins lucrativos.
Outras entidades, como as sem fins lucrativos ou as do setor público, poderão aplicar
esta NPC, porém pode tornar-se necessário alterar a terminologia usada para
determinadas rubricas nas demonstrações contábeis e para as próprias demonstrações
contábeis. Tais entidades podem também apresentar componentes adicionais às
demonstrações contábeis.

6. Da mesma forma, entidades que não apresentam os componentes do "patrimônio


líquido", como definido nesta Norma (como fundos mútuos e sociedades cooperativas),
deverão proceder às alterações necessárias para uma adequada apresentação das
demonstrações contábeis.
Finalidade das Demonstrações Contábeis
7. As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição
patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma
entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso
geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o
fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários
na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do
gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados. Para atingir
esse objetivo, as demonstrações contábeis fornecem informações sobre os seguintes
aspectos de uma entidade:

a. ativos;

b. passivos;

c. patrimônio líquido;

d. receitas, despesas, ganhos e perdas; e


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e. fluxo financeiro (fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos).


Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às
demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os
fluxos financeiros futuros da entidade.

Componentes das Demonstrações Contábeis


8. Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui os seguintes componentes:

a. balanço patrimonial;

b. demonstração do resultado;

c. demonstração das mutações do patrimônio líquido;

d. demonstração dos fluxos de caixa (ou, alternativamente, das origens e


aplicações de recursos, enquanto requerida pela legislação societária - Lei
nº. 6.404/76);

e. demonstração do valor adicionado, se divulgada pela entidade; e

f. notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis.

9. Muitas entidades apresentam, juntamente com as demonstrações contábeis básicas,


um relatório da Administração descrevendo e explicando as características principais do
desempenho financeiro da entidade e os principais riscos e incertezas que enfrenta.
Esse relatório deve contemplar, além do solicitado pela lei, entre outras as seguintes
informações:

a. descrição dos negócios, produtos e serviços; comentários sobre a conjuntura


econômica geral relacionada à entidade, incluindo concorrência nos mercados,
atos governamentais e outros fatores exógenos materiais sobre o desempenho
da companhia; informações sobre recursos humanos; investimentos realizados;
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços; reorganizações
societárias e programas de racionalização; direitos dos acionistas e políticas de
dividendos, societárias e perspectivas e planos para o período em curso e os
futuros;

b. fatores principais e influências que determinam o desempenho, incluindo


mudanças no ambiente no qual a entidade opera, a resposta da entidade às
mudanças e seu efeito, a sua política de investimento para manter e melhorar o
desempenho;

c. fontes de obtenção de recursos da entidade; e

d. os recursos da entidade não reconhecidos no balanço por não atenderem à


definição de ativos.

10. Muitas entidades apresentam, além das demonstrações contábeis, informações


adicionais, como balanço social, relatórios sobre custos e outros fatores relacionados a
questões ambientais, particularmente em setores de indústria em que esses fatores são
materiais no processo de tomada de decisão econômica pelos usuários das
demonstrações contábeis. Esses relatórios e demonstrações adicionais não estão
abrangidos pelas normas que regulam a emissão de um conjunto completo de
demonstrações contábeis. Assim, quando divulgadas, serão efetuadas como informação
complementar às demonstrações contábeis, não se confundindo com os quadros desta
ou com as notas explicativas.
Definições

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11. Os termos abaixo são usados nesta NPC com os seguintes significados:

Impraticável - a aplicação de uma norma é considerada impraticável quando a entidade


esgotou todos os recursos considerados razoáveis para aplicá-la, sem sucesso.

Material - Omissões ou erros são materiais se puderem, individualmente ou


coletivamente, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas
demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho e da natureza da
omissão ou erro observado nas circunstâncias. O tamanho ou a natureza do item, ou
uma combinação de ambos, podem ser o fator determinante.

Notas explicativas - contêm informações adicionais àquelas apresentadas no balanço


patrimonial e nas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e
dos fluxos de caixa (ou das origens e aplicações de recursos). As notas devem fornecer,
além das políticas e práticas contábeis, descrições de fatos ou eventos e detalhes de
rubricas apresentadas nas demonstrações acima ou informações sobre valores que não
são passíveis de inclusão naquelas demonstrações.

12. A análise quanto ao efeito de omissões ou erros nas decisões econômicas de usuários
das demonstrações contábeis exige conhecimento das características de cada usuário.
Consoante a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, emitida pelo IBRACON -
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, presume-se que o usuário tenha um
razoável conhecimento da linha de negócios e atividades da entidade, conhecimento
contábil e seja diligente na leitura e análise da informação.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Apresentação Adequada e Atendimento às Práticas Contábeis Adotadas no Brasil
13. As demonstrações contábeis devem apresentar adequadamente a posição patrimonial e
financeira, o resultado das operações e o fluxo de caixa (ou origens e aplicações de
recursos) de uma entidade, isto é, deve representar adequadamente os efeitos de
transações e outros eventos, observando as definições e os critérios para registro de
ativos, passivos, receitas e despesas de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil, terminologia que se configura em uma generalização das diretrizes contábeis
emanadas da legislação societária brasileira, adotada por todo o tipo de entidade no
Brasil, considerando os aspectos contábeis que são específicos para os diferentes
segmentos do mercado, conforme disciplinado pelos órgãos reguladores (Banco Central
do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados, etc.)
que representem um progresso àqueles princípios da legislação societária. Isto é,
consideram-se abrangidas no contexto das práticas contábeis adotadas no Brasil, as
práticas amparadas na legislação societária e aquelas reconhecidas pelos órgãos
reguladores como avanço na convergência com as normas contábeis no âmbito
internacional. A aplicação apropriada dessas normas, incluindo a divulgação de
informações requeridas, resulta, em praticamente todas as circunstâncias, em
demonstrações contábeis que atingem uma apresentação adequada.

14. As entidades cujas demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil devem divulgar tal fato de forma clara nas notas
explicativas. Caso não as atendam integralmente, as notas explicativas devem divulgar
o fato com clareza.

15. Em geral, uma apresentação adequada exige:

a. seleção e aplicação de práticas contábeis adotadas no Brasil, nos termos da NPC


– Práticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas e Correção de Erros;

b. divulgação de informações materiais confiáveis, comparáveis e compreensíveis;


e

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c. divulgações adicionais suficientes para permitir que os usuários entendam o


impacto de transações ou eventos específicos sobre a posição patrimonial e
financeira, o resultado das operações e os fluxos de caixa (ou origens e
aplicações de recursos) da entidade, considerando sua essência econômica.

16. A divulgação das práticas contábeis usadas e as informações incluídas em notas


explicativas não devem ser utilizadas para retificar, como de fato não retificam, a
aplicação de práticas contábeis inadequadas.

17. Com o objetivo de preservar a essência sobre a forma, em casos extremamente raros,
em que a Administração concluir que a adoção de uma determinada disposição prevista
em uma NPC resultar em informações distorcidas, a ponto de conflitarem com os
objetivos das demonstrações contábeis estabelecidos na Estrutura Conceitual Básica da
Contabilidade (ver item 22 a seguir), a entidade poderá deixar de aplicar essa
disposição, procedendo conforme previsto no item 18, se assim for requerido, ou se a
entidade não estiver impedida por uma determinação legal específica.

18. Se a entidade deixar de aplicar uma disposição prevista em uma NPC, conforme
mencionado no item 17, deverá divulgar o seguinte:

a. que a Administração concluiu que as demonstrações contábeis apresentam


adequadamente sua posição patrimonial e financeira, o resultado de suas
operações e os fluxos de caixa (ou as origens e aplicações de recursos);

b. que as demonstrações contábeis estão de acordo com as NPCs, exceto quanto à


mudança descrita, que objetivou apresentar melhor essas demonstrações;

c. qual a disposição e o número da NPC que deixou de ser adotada, a natureza do


desvio, incluindo o tratamento que a NPC exige, a razão pela qual esse
tratamento causaria distorções nas circunstâncias de tal forma que os objetivos
das demonstrações contábeis não seriam atingidos, bem como o tratamento
adotado; e

d. qual seria o efeito nas demonstrações contábeis em cada período apresentado


caso a NPC tivesse sido adotada.

19. Se a entidade deixou de adotar qualquer disposição prevista em NPCs em anos


anteriores, e isso tenha causado efeito material nas demonstrações contábeis do
período corrente, deverá divulgar o fato como previsto nos itens c. e d. do item 18.

20. O item 19 é aplicável, por exemplo, quando uma entidade deixa de cumprir uma
exigência contida em norma relativa à valorização de ativos ou passivos e aquele desvio
afeta os mesmos ativos ou passivos reconhecidos no período corrente.

21. Nos casos, também considerados extremamente raros, em que a Administração concluir
que a adoção de alguma disposição prevista nas NPCs possa resultar em informações
distorcidas a ponto de conflitarem com os objetivos das demonstrações contábeis, mas
que, por exigência do órgão regulador, ela não puder aplicar o procedimento contábil
considerado mais adequado às circunstâncias, a entidade deverá, dentro do possível,
minimizar os efeitos dessa obrigatoriedade imposta pelo órgão regulador, divulgando o
seguinte:

a. qual a NPC em questão, a natureza do desvio e a razão pela qual a


Administração considera que o tratamento contábil exigido causou distorções
nas circunstâncias de tal forma que os objetivos das demonstrações contábeis
não foram atingidos; e

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b. quais ajustes às demonstrações contábeis em cada período apresentado a


Administração considera necessários para uma adequada apresentação das
mencionadas demonstrações contábeis.

22. Para os fins dos itens 17 a 21, haverá conflito com os objetivos das demonstrações
contábeis quando a informação não representar de forma adequada a essência da
transação ou do evento, e isso poderia afetar decisões tomadas por usuários das
demonstrações contábeis. Também, considera-se que um item ou transação conflita
com os objetivos de uma demonstração contábil quando o mesmo não representar
fielmente a correspondente transação, ou o evento ou a condição que pretende
representar, ou ainda que poderia ser esperado que representasse. Ao avaliar se a
aplicação de uma NPC resulta em informação de tal forma distorcida que estaria em
desacordo com os objetivos das demonstrações contábeis, devem ser considerados os
seguintes aspectos:

a. por que os objetivos das demonstrações contábeis não foram atingidos naquela
circunstância;

b. quais as circunstâncias que fazem a entidade diferente de outras entidades que


adotaram aquela norma. Presume-se que, se outras entidades em situações
similares adotam a NPC em questão, a sua adoção pela entidade que está
reportando não resulta em informações tão distorcidas a ponto de conflitarem
com os objetivos das demonstrações contábeis.
Entidade em Situação de Continuidade Operacional
23. Ao elaborar as demonstrações contábeis, a Administração deve fazer uma avaliação
sobre a continuidade operacional da entidade. As demonstrações contábeis devem ser
preparadas com base no pressuposto da continuidade de suas operações, a menos que
a Administração pretenda liquidar a entidade ou cessar as operações, ou não tenha
outra alternativa para continuar adotando o pressuposto da continuidade operacional.
Quando a Administração está ciente, ao fazer sua avaliação, de incertezas significativas
relacionadas a eventos ou condições que podem lançar dúvida substancial sobre a
capacidade de a entidade manter-se em situação de continuidade operacional, essas
incertezas devem ser divulgadas em notas explicativas às demonstrações contábeis.
Quando as demonstrações contábeis não forem preparadas no pressuposto de entidade
em continuidade operacional, esse fato deve ser divulgado juntamente com a base em
que as demonstrações contábeis foram elaboradas e a razão pela qual ela não é
considerada uma entidade em continuidade operacional.

24. Ao avaliar se a premissa de entidade em continuidade operacional é adequada, a


Administração deve levar em consideração todas as informações disponíveis para um
futuro previsível, que deve ser de, pelo menos, mas não limitado a, 12 meses a contar
da data do balanço. O grau de consideração depende dos fatos em cada caso. Quando
uma entidade tem um histórico de operações lucrativas e pronto acesso a recursos
financeiros, pode-se chegar à conclusão de que a premissa da entidade em
continuidade operacional é apropriada, sem uma análise detalhada. Em outros casos, a
Administração pode necessitar considerar uma ampla variedade de fatores que cercam
a lucratividade atual e a esperada, programações de pagamento de dívidas e fontes
potenciais de refinanciamentos antes de poder concluir que a premissa da entidade em
continuidade operacional é apropriada.
Regime de Competência
25. As entidades devem elaborar suas demonstrações contábeis em conformidade com o
regime de competência.

26. No regime de competência, os elementos das demonstrações contábeis são


reconhecidos quando satisfizerem as definições e os critérios de reconhecimento para
essas transações previstos na Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade.

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Uniformidade de Apresentação
27. As bases de apresentação e classificação de itens nas demonstrações contábeis devem
ser mantidas de um período para outro, a menos que:

a. devido a uma mudança importante na natureza das operações da entidade, uma


revisão dessas bases de apresentação resulte em uma apresentação mais
apropriada das transações ou outros eventos; ou

b. uma mudança na apresentação seja exigida por outra norma ou interpretação.

28. Uma aquisição ou baixa importante ou uma revisão da apresentação das


demonstrações contábeis pode indicar que estas devem ser apresentadas de maneira
diferente. Uma entidade somente deve mudar a apresentação de suas demonstrações
contábeis se a estrutura revisada tiver probabilidade de continuar, se o benefício da
alteração da apresentação for claro, e se a mudança na apresentação prover
informação que seja mais segura. Quando essas mudanças são feitas na apresentação,
ela deve reclassificar suas informações comparativas de acordo com os itens 38 e 39.
Materialidade e Agregação
29. Cada item ou grupos similares de itens materiais deve ser apresentado separadamente
nas demonstrações contábeis. Valores não materiais podem ser agregados a valores de
natureza semelhante e não precisam ser apresentados separadamente.

30. As demonstrações contábeis decorrem do processamento de grandes quantidades de


transações e outros eventos que são estruturados para serem agregados em grupos de
acordo com sua natureza ou função. O estágio final no processo de agregação e
classificação é a apresentação de dados condensados e classificados em rubricas para
comporem tanto as próprias demonstrações contábeis quanto as notas explicativas. Se
uma rubrica não for material por si só, esta é agregada a outros itens, tanto nas
próprias demonstrações contábeis quanto nas notas explicativas. Um item que não seja
suficientemente material para requerer apresentação separada nas próprias
demonstrações contábeis pode, não obstante, ser suficientemente material para
divulgação nas notas explicativas.

31. A aplicação do conceito de materialidade significa que uma exigência específica de


divulgação contida em uma Norma não necessita ser adotada se a informação for
imaterial.
Compensação
32. Ativos e passivos e receitas e despesas não devem ser compensados, exceto se a
compensação for exigida ou permitida explicitamente por outra NPC.

33. É importante que tanto ativos e passivos como receitas e despesas, quando
significativos, sejam apresentados separadamente. A compensação, tanto na
demonstração do resultado quanto no balanço patrimonial, exceto quando o ajuste
refletir a essência da transação ou do evento, pode prejudicar os usuários quanto ao
entendimento das transações e à avaliação dos fluxos financeiros futuros da entidade. A
apresentação no balanço patrimonial de ativo líquido de provisões para desvalorização,
como, por exemplo, provisão para obsolescência de estoques e provisão para créditos
de liquidação duvidosa, não é considerada compensação, devendo haver, quando
material, a segregação em nota explicativa.

34. O termo "receita" é definido em outra NPC, que requer que ela seja mensurada pelo
valor recebido ou a receber, líquido de quaisquer descontos e abatimentos de volume
concedidos por uma entidade. Uma entidade realiza, no curso de suas atividades
regulares, outras transações que não geram receita propriamente dita, mas que são
necessárias às suas operações. Os resultados dessas transações são demonstrados pelo

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valor líquido da receita menos as despesas relativas a essas mesmas transações, de


modo que reflita a essência da transação ou do evento. Por exemplo:

a. resultados na venda de ativo não circulante, incluindo investimentos e ativos


operacionais, são apurados deduzindo-se da receita da venda o valor contábil do
ativo e as despesas relacionadas à venda;

b. despesa que é reembolsada de acordo com termos contratuais com terceiros


(um contrato de sublocação, por exemplo) é demonstrada pelo valor líquido da
correspondente recuperação;

35. Adicionalmente, as receitas e as despesas, bem como os ganhos e as perdas


provenientes de um grupo de transações similares, serão apresentadas pelo seu valor
líquido, mas com a evidenciação dos valores de seus dois componentes (na própria
demonstração ou em nota explicativa), como por exemplo, os ganhos e perdas
provenientes de instrumentos financeiros com a mesma natureza, tais como, títulos
mantidos para negociação. Outro exemplo são os itens de balanço em moeda
estrangeira, que geram ganhos e perdas decorrentes das variações nas taxas de
câmbio. Os ganhos e perdas cambiais, também conhecidos como variações cambiais,
devem ser registrados considerando a natureza dos itens que lhe deram origem.
Ganhos e perdas cambiais referentes a itens classificados no ativo devem ser
registrados em conta distinta dos ganhos e perdas cambiais gerados por itens
classificados no passivo. Entretanto, na demonstração de resultado tais ganhos e
perdas podem ser apresentados pelo líquido desde que seja feita a sua abertura em
nota explicativa.
Informações Comparativas
36. A menos que uma outra norma permita ou exija de outra forma, informações
comparativas devem ser divulgadas em relação ao período anterior, para todos os
valores incluídos nas demonstrações contábeis. As informações comparativas também
devem ser incluídas nas notas explicativas, quando forem materiais para um melhor
entendimento das demonstrações contábeis do período atual.

37. Em alguns casos, as informações narrativas incluídas nas demonstrações contábeis de


período(s) anterior(es) continuam a ser materiais no período atual. Por exemplo,
detalhes de uma disputa legal, cujo resultado era incerto na data do último balanço e
ainda está pendente, são divulgados no período atual; nesse caso, os usuários
beneficiam-se da informação de que essa incerteza já existia na data do último balanço
e das informações sobre as possíveis ações tomadas durante o período para resolver
essa incerteza.

38. Quando a apresentação ou a classificação de itens nas demonstrações contábeis é


alterada, os valores comparativos devem ser reclassificados, a menos que a
reclassificação seja impraticável. Quando os valores comparativos forem reclassificados,
a entidade deverá divulgar:

a. a natureza da reclassificação;

b. o montante dos itens ou grupo de itens reclassificados; e

c. a razão para essa reclassificação.

39. Se a reclassificação de itens comparativos for impraticável, a entidade deverá divulgar:

a. a razão para não reclassificar; e

b. a natureza dos ajustes que teriam sido feitos se os valores fossem


reclassificados.

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40. O aperfeiçoamento das informações apresentadas para fins comparativos auxilia os


usuários na tomada de decisões, principalmente ao permitir a avaliação de tendências e
projeções. Em algumas situações, pode ser impraticável reclassificar informações de
período(s) anterior(es) apresentadas para fins comparativos. Por exemplo, dados
necessários à reclassificação de informações para um determinado período anterior não
estão disponíveis, e o processo para obtenção de tais dados é impraticável.

41. A NPC Práticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas Contábeis e Correção de Erros
esclarece como devem ser efetuados os ajustes às informações comparativas quando
houver mudança de prática contábil ou correção de erro.
ESTRUTURA E CONTEÚDO
Introdução
42. Esta NPC requer certas divulgações nas próprias demonstrações contábeis e, em notas
explicativas, e estabelece padrões de apresentação que uma entidade pode adotar.

43. Esta NPC usa o termo "divulgação" em um sentido amplo, compreendendo itens
apresentados na própria demonstração contábil, bem como nas notas explicativas às
demonstrações contábeis. Certas divulgações são, também, exigidas por outras
normas. A menos que esta ou outra NPC especifique o contrário, essas divulgações são
feitas tanto nas próprias demonstrações contábeis quanto nas notas explicativas.
Identificação das Demonstrações Contábeis
44. As demonstrações contábeis devem ser claramente identificadas e distinguidas de
outras informações no mesmo documento publicado.

45. Esta NPC aplica-se somente às demonstrações contábeis e não a outras informações
apresentadas em um relatório anual da Administração ou em outro documento.
Portanto, é importante que os usuários possam distinguir as informações que são
preparadas, usando-se as práticas contábeis, de outras informações que lhes possam
ser úteis, mas que não são objeto dos correspondentes normativos.

46. Cada componente do conjunto de demonstrações contábeis deve ser claramente


identificado. Além disso, as seguintes informações devem ser destacadas e repetidas,
quando for necessário, para um entendimento adequado das informações
apresentadas:

a. nome da entidade à qual pertencem as demonstrações contábeis e qualquer


alteração no nome ocorrida desde a data do último período;

b. se as demonstrações contábeis abrangem a entidade individualmente e/ou um


grupo de entidades;

c. data do balanço patrimonial e o período abrangido pelas demais demonstrações


contábeis;

d. moeda adotada na elaboração das demonstrações contábeis; e

e. unidade de moeda em que os valores são apresentados (milhares, milhões etc.).

47. As informações contidas no item 46 acima normalmente são apresentadas com o título
e a indicação das correspondentes colunas, em cada página das demonstrações
contábeis, de acordo com a formatação definida pela Administração. Por exemplo, a
divulgação das demonstrações contábeis de forma eletrônica poderá requerer formato
diferente da apresentação na mídia escrita, com a finalidade de assegurar adequado
entendimento.

48. As demonstrações contábeis são freqüentemente preparadas de forma que as torne


mais compreensíveis pela apresentação de informações em milhares ou milhões de

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unidades da moeda adotada. Isso é aceitável contanto que informações relevantes não
sejam omitidas.
Freqüência na Apresentação
49. As demonstrações contábeis devem ser apresentadas pelo menos uma vez ao ano.
Todavia, por exigência de órgãos reguladores, pode ser requerida a apresentação para
períodos menores. Quando, em circunstâncias excepcionais, a data do exercício social
de uma entidade mudar e as demonstrações contábeis forem apresentadas por um
período mais longo ou mais curto que um ano, deve-se divulgar, além do período
abrangido pelas demonstrações contábeis, as seguintes informações:

a. razão para um período diferente de um ano; e

b. o fato de que os valores comparativos entre os períodos apresentados para as


demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de
caixa (ou das origens e aplicações de recursos), bem com as notas explicativas
relacionadas a essas demonstrações não são comparáveis.
Balanço Patrimonial
Segregação entre Circulante e Não Circulante
50. As entidades devem efetuar, com base na natureza de suas operações, a apresentação
de ativos e passivos circulantes e não circulantes em separado no próprio balanço,
conforme itens 54 a 63 desta NPC.

51. Quando uma entidade fornece mercadorias ou serviços dentro de um ciclo operacional
claramente identificável, a classificação separada de ativos e passivos circulantes e não
circulantes no próprio balanço oferece informações úteis, distinguindo-se o ativo
líquido, que está continuamente circulando como capital de giro, daqueles usados nas
operações de longo prazo da entidade.

52. Para outras entidades, como instituições financeiras, a apresentação dos ativos e
passivos em ordem de liquidez proporciona informações mais importantes e confiáveis
do que a classificação circulante/não circulante, uma vez que essas entidades não têm
um ciclo operacional claramente identificado.

53. Informações sobre prazos de realização de ativos e liquidação de passivos são úteis
para a avaliação da liquidez de uma entidade. Divulgação e apresentação de
instrumentos financeiros incluem a divulgação dos períodos de vencimento de ativos e
passivos financeiros. Ativos financeiros incluem duplicatas e outras contas a receber, ao
passo que passivos financeiros incluem contas a pagar a fornecedores e outras.
Informações sobre o período esperado de recuperação ou liquidação de ativos ou
passivos não monetários são, também, muito úteis, independentemente da sua
classificação como ativo ou passivo circulante ou não circulante. Por exemplo, se uma
parcela dos estoques tem sua realização prevista para um prazo superior a um ano da
data do balanço, ou da duração do ciclo operacional da entidade, essa parcela deve ser
classificada como ativo não circulante.
Ativo Circulante e Não Circulante
54. Um ativo deve ser classificado como circulante quando:

a. se espera que seja realizado, ou é mantido para venda, negociação ou consumo


dentro dos 12 meses seguintes à data do balanço; ou

b. é um ativo em dinheiro ou equivalente, cuja utilização não está restrita.


Todos os outros ativos, que devem incluir os créditos com entidades ligadas e
administradores que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da
entidade, devem ser classificados como não circulantes.

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55. O grupo de "não circulante" deverá ser desdobrado em ativo realizável a longo prazo,
investimentos, ativo imobilizado, ativo intangível e ativo diferido.

56. O ciclo operacional de uma entidade é definido como o período entre a aquisição de
materiais utilizados na produção e sua realização na forma de dinheiro ou equivalente a
dinheiro. Ativos circulantes são ativos (como estoques e contas a receber de clientes)
que são vendidos, consumidos e realizados dentro do ciclo operacional da entidade,
desde que sejam realizados no prazo de 12 meses; quando não houver expectativa de
serem realizados dentro do período de 12 meses da data do balanço, devem ser
classificados como não circulantes. Títulos negociáveis em bolsas devem ser
classificados como circulante, se houver expectativa de serem realizados dentro do
período de 12 meses da data do balanço; caso contrário, deverão ser classificados
como ativo não circulante.

Na entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior do que o período de 12


meses, a classificação como circulante ou não circulante terá por base o prazo desse
ciclo.
Passivo Circulante e Não Circulante
57. Um passivo deve ser classificado como passivo circulante somente quando atender aos
seguintes parâmetros:

a. é esperada sua liquidação dentro dos 12 meses seguintes à data do balanço;

b. é mantido principalmente com a finalidade de ser transacionado; ou

c. a entidade não tem nenhum direito de postergar sua liquidação por período que
exceda os 12 meses da data do balanço.
As demais obrigações devem ser classificadas como passivo não circulante.
58. As parcelas de empréstimos de longo prazo, vencíveis dentro do período de 12 meses
da data do balanço, devem ser classificadas como passivo circulante.

59. A entidade deve classificar dívidas de longo prazo como passivo circulante, quando, por
disposições contratuais ou renegociação, estiver obrigada a liquidá-la dentro de 12
meses da data do balanço, mesmo se:

a. o prazo original era para um período de mais de 12 meses;

b. após a data do balanço, a entidade obteve acordo informal para refinanciar ou


reparcelar os pagamentos a longo prazo, isto é, se não existir acordo formal
completado antes de as demonstrações contábeis serem aprovadas; e

c. o vencimento original for em data superior a 12 meses da data do balanço, mas,


por disposições contratuais, o credor tiver a opção de exigir a liquidação nos
próximos 12 meses.

60. De acordo com os termos do respectivo contrato, algumas obrigações que vencem
dentro do prazo de 12 meses da data do balanço poderão ser refinanciadas ou "roladas"
à opção da entidade e, portanto, devem ser consideradas financiamento de longo prazo
e classificadas como não circulantes, desde que não haja intenção de liquidá-las dentro
do período de 12 meses da data do balanço. Entretanto, em situações nas quais o
refinanciamento não é feito à escolha da entidade (como seria o caso se não houvesse
acordo para refinanciar), a possibilidade de refinanciamento não pode ser considerada e
a obrigação é classificada como passivo circulante.

61. Alguns contratos de empréstimo incorporam cláusulas que têm o efeito de tornar a
dívida, mesmo de longo prazo, pagável à vista, se certas condições, normalmente
relacionadas à posição financeira do devedor, forem descumpridas. Observado esse

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descumprimento na data-base das demonstrações contábeis, ou antes, o passivo deve


ser classificado como circulante, exceto se o credor tiver concordado formalmente,
antes da autorização para conclusão da elaboração das demonstrações contábeis, em
não exigir o pagamento imediato das parcelas a vencer como conseqüência do
descumprimento de cláusula contratual.

62. Dessa forma, o passivo é classificado como não circulante se, na data do balanço, o
credor tiver concordado em proporcionar um período adicional dentro do qual a
entidade possa tomar providências para eliminar a causa do descumprimento de
cláusula contratual de empréstimo a longo prazo, e durante o período concedido o
credor não puder exigir a liquidação imediata.

63. Em relação ao empréstimo classificado como passivo circulante, se os eventos descritos


a seguir ocorrerem dentro do período compreendido entre as datas do balanço e a da
autorização para conclusão da elaboração, esses eventos deverão ser divulgados em
nota explicativa:

a. houve refinanciamento em bases de longo prazo;

b. a entidade eliminou ou retificou a causa do descumprimento da cláusula


contratual;

c. a entidade obteve do credor um prazo superior a 12 meses para corrigir a causa


do descumprimento da cláusula contratual.
Informações a Serem Apresentadas no Próprio Balanço Patrimonial
64. No mínimo, o balanço patrimonial deve incluir rubricas que apresentem os montantes
das principais contas ou grupo de contas, se aplicável, em ordem decrescente de
liquidez ou exigibilidade, que normalmente inclui o seguinte:

No ativo (segregando o ativo circulante dos demais ativos):

a. disponibilidades e aplicações financeiras resgatáveis no prazo de 90 dias da data


do balanço;

b. títulos e valores mobiliários;

c. contas a receber de clientes;

d. estoques;

e. pagamentos antecipados;

f. créditos diversos;

g. impostos diferidos;

h. investimentos, segregando as participações em entidades controladas e


coligadas (e a elas equiparadas) e outros investimentos;

i. ativo imobilizado;

j. ativo intangível; e

k. ativo diferido.
No Passivo (segregando o passivo circulante dos demais passivos):
l. financiamentos;

m. contas a pagar a fornecedores;

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n. impostos sobre a renda a pagar;

o. provisões (com indicação de sua natureza).


Participação de acionistas não controladores
No Resultado de Exercícios Futuros
p. as receitas líquidas recebidas referentes às receitas líquidas, mas ainda não
realizadas contabilmente em função do atendimento ao regime de competência
dos exercícios, para as quais não haja qualquer tipo de obrigação de devolução,
seja pela entrega de ativos ou prestação de serviço;

q. o deságio não eliminado na consolidação, quando aplicável.


No patrimônio líquido:
r. capital;

s. reservas, com indicação de sua natureza; e

t. lucros ou prejuízos acumulados.


Na hipótese de os prejuízos acumulados excederem o total do capital e das reservas, a
diferença negativa deverá ser denominada "Passivo a Descoberto", e a Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido deverá ser denominada "Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (Passivo a Descoberto)".
65. Rubricas adicionais, títulos e subtotais devem ser apresentados no próprio balanço
patrimonial quando tal apresentação for requerida por lei ou órgão regulador ou tornar-
se relevante para um adequado entendimento da posição patrimonial e financeira da
entidade.

66. Impostos diferidos, tanto ativos como passivos, devem ser sempre classificados como
não circulantes, exceto aqueles cuja realização é provável que ocorra nos próximos 12
meses subseqüentes à data do balanço.

67. As rubricas relacionadas no item 64 são amplas por natureza e não necessitam ser
limitadas a itens que se enquadram no alcance de outras NPCs. Adicionalmente:

a. quando o montante e a natureza de um item ou o somatório de itens similares


são de tal forma tão materiais que a apresentação separada ajudaria na
apresentação adequada da posição patrimonial e financeira da entidade, essa
separação deverá ser providenciada. Normalmente, as contas semelhantes
poderão ser agrupadas e os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que
indicada sua natureza e que não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
respectivo grupo de contas; e

b. as descrições utilizadas e a seqüência dos itens podem ser alteradas de acordo


com a natureza do negócio da entidade e suas transações, para fornecer
informações que sejam materiais para um entendimento da posição patrimonial
e financeira. Por exemplo, os bancos alteram as descrições acima a fim de
aplicar as exigências específicas do Banco Central do Brasil.

68. O julgamento quanto à apresentação, em separado, de itens deve ser baseado na


avaliação do seguinte:

a. a natureza e o grau de liquidez dos ativos;

b. a utilização dos ativos pela entidade; e

c. os montantes, a natureza e os prazos de liquidação dos passivos.

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69. A utilização de diferentes bases de avaliação para diferentes classes de ativos indica
que sua natureza ou função difere e, portanto, que eles devem ser apresentados em
rubricas separadas. Por exemplo, diferentes tipos de bens do ativo imobilizado podem
ser apresentados com base no custo original ou reavaliados de acordo com a NPC –
Ativo Imobilizado.
Informações a Serem Divulgadas nas Demonstrações Contábeis ou em Nota
Explicativa
Geral
70. O detalhe proporcionado nas subclassificações, quer no próprio balanço quer nas notas
explicativas, depende das exigências das normas contábeis, da dimensão, natureza e
função dos valores envolvidos. Os fatores estabelecidos no item 68 são também usados
para decidir a base da subclassificação. As divulgações, que variarão para cada item,
devem ser feitas, normalmente, para os seguintes assuntos:

a. restrições sobre a propriedade dos ativos;

b. garantias dadas em relação a passivos;

c. critérios para provisionar pensões e planos de aposentadoria;

d. contingências ativas e passivas, se possível quantificadas;

e. compromissos assumidos referentes a gastos futuros capitalizáveis;

f. bases e critérios para a elaboração de demonstrações contábeis e/ou


consolidadas;

g. métodos para conversão de demonstrações contábeis de, ou para, moeda


estrangeira, inclusive o tratamento contábil dado a ganhos e perdas decorrentes
da conversão;

h. eventos subseqüentes à data do encerramento do período que tenham efeito


material na posição patrimonial e financeira da entidade ou no resultado de suas
operações; e

i. instrumentos financeiros.
Ativo Circulante
71. Os seguintes elementos devem ser divulgados separadamente:

a. disponibilidades - as disponibilidades incluem o dinheiro em caixa e em bancos.


O dinheiro que não estiver imediatamente disponível, por exemplo, saldos
bloqueados em bancos no exterior, em virtude de restrições cambiais, deve ser
divulgado;

b. títulos que não representem investimentos a longo prazo - o valor de mercado


deve ser indicado, se for diferente do montante constante nas demonstrações
contábeis;

c. contas a receber:

- contas a receber de clientes;

- provisão para créditos de liquidação duvidosa;

- contas a receber de administradores, gerentes e diretores;

- contas a receber de entidades ligadas e sua natureza e condições de


contratação, e

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- outras contas a receber e despesas pagas antecipadamente.

d. estoques:

- mercadorias;

- matérias-primas;

- produtos em elaboração;

- produtos acabados, e

- provisão para perdas.


Ativos Não Circulantes
72. Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, incluindo, se
aplicável, o método e o período de amortização e qualquer baixa extraordinária durante
o período contábil:

a. contas a receber a longo prazo:

- contas e títulos a receber de clientes;

- contas a receber de administradores, gerentes e diretores;

- contas a receber de entidades ligadas, sua natureza e condições de


contratação; e

- impostos diferidos.

b. investimentos:

- investimentos em controladas;

- investimentos em coligadas (e a elas equiparadas);

- outros investimentos, indicando o valor de mercado dos investimentos, se


diferente do saldo contábil.

c. ágio ou deságio, prazo para amortização e amortização acumulada;

d. ativo imobilizado:

- terrenos e edifícios;

- instalação e equipamentos;

- outras categorias de ativos, adequadamente identificados;

- taxas de depreciação/exaustão e depreciação/exaustão acumuladas.

e. intangível

- marcas e patentes e semelhantes, adquiridos;

- fundo de comércio adquirido.

f. gastos diferidos, como, por exemplo, despesas pré-operacionais e de


reorganização, e critérios e prazos de amortização.
Devem ser, também, divulgados o montante de benfeitorias em propriedades de
terceiros e os critérios para sua amortização, bem como o montante dos bens

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adquiridos por meio de arrendamento mercantil e do passivo correspondente, que


constariam do balanço patrimonial caso esses contratos tivessem sido registrados como
compra financiada. No caso de bens sob arrendamento mercantil, já ativados, também
é necessária sua divulgação.
Passivo Circulante
73. Os seguintes elementos devem ser indicados separadamente e, quando aplicável,
segregados entre moeda local e estrangeira:

a. empréstimos bancários e saldos em contas bancárias credoras;

b. parte de obrigações a longo prazo exigíveis no prazo de um ano;

c. contas a pagar:

- fornecedores;

- administradores, gerentes e diretores;

- partes relacionadas;

- tributos sobre a renda;

- outros tributos;

- dividendos;

- outras contas e provisões para despesas.


Outros Passivos e Provisões
74. Os itens significativos incluídos em outros passivos e provisões devem ser indicados
separadamente, com as divulgações requeridas pelas respectivas NPCs. Exemplos
desse tipo de elementos são os tributos diferidos, as receitas diferidas e as provisões
para pensões e aposentadoria.
Passivo Não Circulante
75. Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente, excluindo a parte
exigível dentro de um ano:

a. empréstimos garantidos;

b. empréstimos não garantidos;

c. empréstimos de partes relacionadas.


Devem ser apresentadas taxas de juros, prazos de vencimentos e cláusulas contratuais.
Resultado de Exercícios Futuros
76. Os seguintes elementos devem ser apresentados separadamente:

a. as receitas de exercícios futuros, a correspondente natureza e a forma de


apropriação ao resultado;

b. o deságio não eliminado na consolidação, a sua natureza, o prazo para


amortização e a amortização acumulada, quando aplicável.
Patrimônio Líquido
77. Devem ser feitas separadamente as seguintes divulgações:

a. capital social, para cada classe de ações (ou quotas) do capital:

- número ou valor de ações autorizadas, emitidas e em circulação;

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- capital ainda não integralizado;

- valor nominal de cada ação;

- os direitos, as preferências e as restrições referentes à distribuição de

dividendos e formas de reembolso de capital;

- dividendos preferenciais cumulativos pendentes de pagamento;

- ações próprias adquiridas (ações em tesouraria);

- ações reservadas para a venda sob opções e contratos de venda, incluindo


prazos e quantias;

- movimentação da conta do capital social durante o período.

b. outras contas do patrimônio líquido, indicando quaisquer restrições de


distribuição:

- integralizações acima do valor nominal ou do preço de emissão das ações sem


valor nominal (capital excedente ou ágio);

- reservas de reavaliação;

- reservas de lucros ou de capital; e

- lucros ou prejuízos acumulados (inclusive a natureza de eventuais ajustes


relativos a períodos anteriores).
Demonstração do Resultado
78. Devem ser divulgadas, no mínimo, as seguintes informações:

a. vendas, serviços prestados ou outras receitas operacionais;

b. deduções da receita bruta;

c. receita líquida;

d. custo das vendas ou dos serviços prestados e lucro bruto;

e. despesas operacionais reduzidas por recuperações;

f. despesas financeiras, segregadas das receitas financeiras;

g. participação em controladas e coligadas (e a elas equiparadas) pelo método de


equivalência patrimonial;

h. resultados não operacionais;

i. impostos sobre os lucros;

j. lucro líquido ou prejuízo do período;

k. participação de acionistas não controladores; e

l. lucro líquido ou prejuízo por ação/quota do capital.


O valor das despesas financeiras deve ser indicado separadamente do valor da redução
pelas receitas financeiras. As despesas financeiras devem ser normalmente as
originadas dos passivos da entidade, ou seja, de contas tais como empréstimos e
financiamentos e arrendamentos mercantis financeiros, enquanto as receitas
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financeiras devem, normalmente, corresponder aos ativos da entidade, ou seja, os das


aplicações financeiras.
Uma entidade não deverá apresentar itens ou grupo de itens de receitas ou despesas
em agrupamento específico de itens extraordinários (de natureza inusitada ou alto grau
de anormalidade). Esses itens deverão ser apresentados no grupo de resultado
operacional ou não operacional, de acordo com suas características ou origem e, se
materiais, para o correto entendimento da demonstração do resultado, poderão ser
apresentados em uma linha específica com o necessário detalhamento em nota
explicativa.
Linhas adicionais, grupos e subtotais devem ser apresentados na demonstração do
resultado sempre que for material para o entendimento do resultado das operações da
entidade.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (Passivo a Descoberto)
79. A entidade deve apresentar, como parte de suas demonstrações contábeis, uma
demonstração contendo:

a. transações de capital com acionistas/quotistas (incluindo ações em tesouraria) e


distribuições de lucros;

b. o saldo de lucros ou prejuízos acumulados no início do período e na data do


balanço e o movimento para cada período;

c. cada item de receita e despesa, ganho ou perda que, conforme exigido pelas
práticas contábeis adotadas no Brasil, seja reconhecido diretamente no
patrimônio líquido, assim como o total desses itens;

d. o efeito cumulativo de mudança de prática contábil e a correção de erros


constantes de pronunciamentos específicos; e

e. detalhes do movimento, durante o período, em outras contas do patrimônio


líquido, como reservas de lucros, de capital ou de reavaliação.

80. Mudanças no patrimônio líquido de uma entidade entre duas datas de balanço refletem
o aumento ou a diminuição em seu ativo líquido ou acervo durante o período, de acordo
com as práticas contábeis adotadas no Brasil para mensuração e divulgação das
demonstrações contábeis. Com exceção das mudanças resultantes de transações com
acionistas, como contribuições de capital e dividendos e da reavaliação de bens
permanentes tangíveis, a mudança global no patrimônio líquido representa,
geralmente, resultados totais gerados pelas atividades das entidades durante o período.
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (ou dos Fluxos de Caixa)
81. As práticas contábeis atualmente adotadas no Brasil exigem a apresentação da
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, como parte do conjunto de
demonstrações contábeis de uma entidade. Em algumas circunstâncias, essa
demonstração é complementada pela Demonstração dos Fluxos de Caixa e divulgações
relacionadas. Estas últimas são úteis para fornecer aos usuários das demonstrações
contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos financeiros
ou caixa e os equivalentes de caixa, bem como as necessidades de a entidade utilizar
esses recursos.
Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis
Estrutura
82. As notas explicativas às demonstrações contábeis de uma entidade devem:

a. apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações


contábeis e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para
transações e eventos significativos;

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b. divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que


não estejam apresentadas em nenhum outro lugar das demonstrações
contábeis;

c. fornecer informações adicionais que não são indicadas nas próprias


demonstrações contábeis consideradas necessárias para uma apresentação
adequada.

83. As notas explicativas às demonstrações contábeis devem ser apresentadas de maneira


sistemática. Cada rubrica constante do próprio balanço patrimonial e das
demonstrações do resultado, das mutações no patrimônio líquido e das origens e
aplicações de recursos (ou fluxos de caixa) deve ter referência cruzada com qualquer
informação relacionada nas notas explicativas.

84. As notas explicativas às demonstrações contábeis incluem narrações ou análises mais


detalhadas de montantes apresentados no próprio balanço, na demonstração do
resultado, na demonstração das mutações do patrimônio líquido e na demonstração das
origens e aplicações de recursos (ou fluxos de caixa), bem como informações adicionais
como passivo contingente e detalhes de obrigações a longo prazo. Elas incluem as
informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil e outras divulgações
necessárias para atingir uma apresentação adequada.

85. As notas explicativas são normalmente apresentadas na seguinte ordem, que ajuda os
usuários no entendimento das demonstrações contábeis e na comparação com as de
outras entidades:

a. contexto operacional;

b. declaração quanto à base de preparação das demonstrações contábeis;

c. menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas contábeis


aplicadas;

d. informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações contábeis,


divulgadas na mesma ordem.

e. outras divulgações, incluindo:

i. contingências e outras divulgações de caráter financeiro; e

ii. divulgações não financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, as


correspondentes políticas e os objetivos da administração, que não se
confundam com as informações a divulgar no relatório da administração,
incluindo, mas não se limitando a, políticas de proteção cambial ou de
mercado, "hedge" etc.

86. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável modificar a seqüência de


itens específicos dentro das notas explicativas. Por exemplo, informações sobre taxas
de juros e ajustes a valor de mercado podem ser combinadas com informações sobre
vencimento de instrumentos financeiros, apesar de os primeiros serem divulgações de
demonstração do resultado e os últimos referirem-se ao balanço. Não obstante, uma
estrutura sistemática para as notas explicativas deve ser mantida sempre que
praticável.
Apresentação das Práticas Contábeis
87. A seção de práticas contábeis nas notas às demonstrações contábeis deve mencionar o
seguinte:

a. as bases de avaliação utilizadas na preparação das demonstrações contábeis; e

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b. cada prática contábil específica que é necessária para um entendimento


adequado das demonstrações contábeis.

88. Além das práticas contábeis específicas utilizadas nas demonstrações contábeis, é
importante para os usuários ter conhecimento das bases de avaliação usadas (custo
histórico, custo corrigido, valor de realização, valor justo ou de mercado ou valor de
recuperação), porque elas formam a base sobre a qual as demonstrações contábeis
estão preparadas. Quando mais de uma base de avaliação é usada nas demonstrações
contábeis, como, por exemplo, quando determinados ativos imobilizados são
reavaliados, é necessário fornecer uma indicação das categorias de ativo ou passivo às
quais cada base de mensuração se aplica.

89. Ao decidir se uma prática contábil deve ser divulgada, a administração deve considerar
se a divulgação ajudaria os usuários a entender a maneira pela qual as transações e os
eventos são demonstrados nos relatórios contábeis apresentados. As práticas contábeis
de uma entidade incluem, porém não estão restritas, ao seguinte:

a. critério de reconhecimento da receita;

b. normas de consolidação, incluindo subsidiárias integrais, controladas,


controladas em conjunto e Entidades de Propósito Específico – EPEs;

c. base de avaliação dos investimentos em coligadas (e a elas equiparadas) e


controladas;

d. a ocorrência e o efeito de cisões, fusões, incorporações e outras alterações na


sua estrutura;

e. operações com "joint ventures";

f. reconhecimento e depreciação/amortização/exaustão de ativos tangíveis e


intangíveis;

g. capitalização de encargos financeiros e outras despesas;

h. contratos de construção;

i. instrumentos e investimentos financeiros;

j. arrendamentos mercantis;

k. estoques;

l. impostos, incluindo impostos diferidos;

m. provisões;

n. custos de benefícios aos empregados;

o. conversão de moeda estrangeira e operações de proteção ("hedge");

p. definição de negócios e segmentos geográficos e a base para apropriação de


custos entre segmentos;

q. definição de caixa e equivalentes de caixa;

r. reconhecimento dos efeitos da inflação, e;

s. subvenções do governo.

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90. Cada entidade deve considerar a natureza de suas operações e as práticas contábeis
que o usuário esperaria que fossem divulgadas para esse tipo de entidade. Por
exemplo, todas as entidades com fins lucrativos deveriam divulgar a prática contábil
para reconhecimento de tributos sobre a renda, incluindo tributos diferidos e ativos
fiscais. Quando uma entidade tem operações significativas no exterior ou transações
em moedas estrangeiras, deve haver divulgação de práticas contábeis relacionadas ao
reconhecimento de ganhos e perdas de conversão cambial e às operações de cobertura
desses ganhos e perdas. Quando houver aquisição, fusão ou incorporação de entidades,
as notas explicativas devem divulgar esse evento, repercussões contábeis e as práticas
contábeis adotadas na apuração de ágio.

91. Uma prática contábil pode ser importante mesmo que os valores mostrados para o
período atual e o anterior não sejam significativos.

92. A entidade deve divulgar, no resumo das práticas contábeis ou em outra nota
explicativa, os critérios e julgamentos adotados na seleção de práticas contábeis mais
específicas e importantes.
Principais Premissas
93. A entidade deve divulgar nas notas explicativas informações sobre as principais
premissas adotadas em relação a eventos futuros e outras informações que envolvam
incertezas, e, por conseqüência, riscos de ajustes materiais nos saldos de ativos e
passivos no período seguinte. Exemplos de premissas importantes são taxas de juros
futuros, vida útil de ativos, mudanças futuras em preços que possam afetar a
recuperação de ativos etc. As notas devem indicar os seguintes detalhes em relação aos
ativos e passivos:

a. tipo de premissa ou qualquer outra forma de mensuração adotada envolvendo a


incerteza; e

b. seu valor na data do balanço.


Outras Divulgações
94. A entidade deve divulgar nas notas explicativas:

a. o valor de dividendos propostos ou declarados antes da autorização para


conclusão da elaboração das demonstrações contábeis; e

b. o valor de dividendos cumulativos não pagos nem provisionados.

95. A entidade deve divulgar o seguinte, se não for incluído em algum outro lugar nas
informações publicadas com as demonstrações contábeis:

a. a forma legal da entidade, seu domicílio, localização da sede social (ou principal
lugar da entidade, se for diferente da sede);

b. uma descrição da natureza das operações da entidade e suas principais


atividades;

c. nome da empresa controladora e, em última instância, o nome do grupo


econômico a que pertence.
Entrada em vigor
96. Esta NPC revisada entra em vigor para as demonstrações contábeis anuais encerradas a
partir de 31 de dezembro de 2005, inclusive, devendo os saldos iniciais ser ajustados
para uma adequada comparação.

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DELIBERAÇÃO CVM Nº 489, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005.

Aprova o Pronunciamento do IBRACON NPC Nº 22 sobre Provisões,


Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas.

O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o Colegiado,


em reunião realizada em 28 de setembro de 2005, com fundamento no § 3º do art. 177 da Lei
Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, combinado com os incisos II e IV do § 1º do art. 22 da
Lei Nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976, e considerando a importância e a necessidade de
que as práticas contábeis brasileiras sejam convergentes com as práticas contábeis
internacionais, seja em função do aumento da transparência e da segurança das nossas
informações contábeis, seja por possibilitar o acesso, a um custo mais baixo, das empresas
nacionais às fontes de financiamentos externas;

deliberou:

I. aprovar e tornar obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento anexo à


presente Deliberação sobre Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências
Ativas emitido pelo Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes - IBRACON,
elaborado em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários; e

II. que esta Deliberação entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da
União.
Original assinado por
MARCELO FERNANDEZ TRINDADE
PRESIDENTE

Norma e Procedimento de Contabilidade (NPC 22)


Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas.

CONTEÚDO Itens

OBJETIVO 1-2

ALCANCE 3-5

DEFINIÇÕES 6-8

Provisões e outros passivos 7

Relação entre provisões e contingências passivas 8

RECONHECIMENTO 9 - 27

Parâmetros para avaliação 9

Provisões 10

Obrigação presente 11

Evento passado 12 - 17

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Saída provável de recursos 18 - 19

Estimativa confiável da obrigação 20 - 21

Contingências passivas 22 - 24

Contingências ativas 25 - 27

MENSURAÇÃO 28 - 40

Melhor estimativa 28 - 33

Riscos e incertezas 34 - 36

Valor presente 37 - 38

Eventos futuros 39

Baixas esperadas de ativos 40

REEMBOLSOS 41 - 43

MUDANÇAS NAS PROVISÕES 44 - 45

USO DAS PROVISÕES 46

APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO 47 - 67

Prejuízos operacionais futuros 47 - 48

Contratos onerosos 49 - 52

Compensação 53

Reestruturação 54 - 67

DIVULGAÇÃO 68 - 76

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 77 - 78

ENTRADA EM VIGOR 79

ANEXOS
I. Sumário do tratamento a ser dado envolvendo contingências ativas e contingências
passivas

II. Exemplos de tratamento a ser dado envolvendo contingências ativas e contingências


passivas

III. Provisões, Passivos, Contingências Passivas e Contingências Ativas

OBJETIVO
1. O objetivo desta Norma e Procedimento de Contabilidade - NPC é definir critérios de
reconhecimento e bases de mensuração aplicáveis a provisões, contingências passivas
e contingências ativas, bem como definir regras para que sejam divulgadas informações

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suficientes nas notas explicativas às demonstrações contábeis, para permitir que os


usuários entendam sua natureza, oportunidade e seu valor.

2. Os termos que aparecem em itálico deverão ser lidos considerando as definições e os


conceitos dados nos itens 6 a 8 desta NPC.
ALCANCE
3. Esta NPC deve ser aplicada por todas as entidades na contabilização de provisões,
contingências passivas e contingências ativas, exceto as:

a. resultantes dos instrumentos financeiros registrados a valor de mercado;

b. resultantes dos contratos a executar, exceto quando o contrato é oneroso;

c. provenientes de apólices de seguro em entidades seguradoras; e

d. abrangidas por outra norma emitida pelo Ibracon ou órgão regulador, tais como
aquelas relacionadas com contratos de construção, imposto de renda e
contribuição social e benefícios a empregados

4. Outras normas especificam se dispêndios devem ser tratados como ativos ou despesas.
Essas questões não são abordadas nesta NPC. Dessa forma, esta norma não determina
a contrapartida de uma provisão, como, por exemplo, um ativo ou uma despesa.

5. Esta NPC se aplica a provisões para reestruturação (inclusive a relativa à


descontinuidade de operações).
DEFINIÇÕES
6. Os termos a seguir são utilizados nesta NPC com os seguintes significados:

i. Contratos a executar são contratos em que duas ou mais partes comprometem-


se a cumprir obrigações futuras e cujos fatos geradores ainda não ocorreram.

ii. Uma provisão é um passivo de prazo ou valor incertos.

O termo provisão também tem sido usado no contexto de contas retificadoras,


como depreciações acumuladas, desvalorização de ativos e ajustes de valores a
receber. Esses ajustes aos valores contábeis de ativos não são abordados nesta
NPC.

iii. Provisões derivadas de apropriações por competência são passivos por


mercadorias ou serviços que foram recebidos ou fornecidos, mas que não foram
faturados ou acordados formalmente com o fornecedor, incluindo montantes
devidos a empregados (por exemplo, os montantes relativos à provisão para
férias), os devidos pela atualização de obrigações na data do balanço, entre
outros. Embora às vezes seja necessário estimar o valor ou o tempo das
provisões derivadas de apropriações por competência, o que poderia
assemelhar-se conceitualmente a uma provisão, a diferença básica está no fato
de que as provisões derivadas de apropriações por competência são obrigações
já existentes, registradas no período de competência, sendo muito menor o grau
de incerteza que as envolve.

iv. Uma reestruturação é um programa planejado e controlado pela administração


de uma entidade, que muda de maneira substancial (a) um negócio
empreendido pela entidade ou (b) a maneira como esse negócio é conduzido
(item 54).

v. Um passivo é uma obrigação presente de uma entidade, decorrente de eventos


já ocorridos, cuja liquidação resultará em uma entrega de recursos.

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vi. Uma obrigação legal é aquela que deriva de um contrato (por meio de termos
explícitos ou implícitos), de uma lei ou de outro instrumento fundamentado em
lei.

vii. Uma obrigação não formalizada é aquela que surge quando uma entidade,
mediante práticas do passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria
uma expectativa válida por parte de terceiros e, por conta disso, assume um
compromisso.

viii. Uma contingência passiva é:

a. uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada


somente pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros, que não
estejam totalmente sob o controle da entidade; ou

b. uma obrigação presente que surge de eventos passados, mas que não é
reconhecida porque:

i. é improvável que a entidade tenha de liquidá-la; ou

ii. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente


segurança.

ix. Uma contingência ativa é um possível ativo presente, decorrente de eventos


passados, cuja existência será confirmada somente pela ocorrência ou não de
um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da
entidade.

x. O fato gerador, no contexto desta norma, é um evento passado que cria uma
obrigação presente, legal ou não formalizada, para uma entidade.

xi. Um contrato oneroso é um contrato no qual, apesar de ainda não concluído, ou


até mesmo iniciado, já apresenta prejuízo decorrente da existência de custos
inevitáveis que excedem os benefícios econômicos esperados do contrato.
Provisões e outros passivos
7. As provisões podem ser distinguidas de outros passivos, tais como contas a pagar a
fornecedores e provisões derivadas de apropriações por competência, porque há
incertezas sobre o tempo ou o valor dos desembolsos futuros exigidos na liquidação.
Contas a pagar a fornecedores são passivos a pagar por mercadorias ou serviços
fornecidos, faturadas pelo ou formalmente acordadas com o fornecedor.

As provisões derivadas de apropriações por competência são normalmente classificadas


como contas a pagar a fornecedores ou outras contas a pagar, conforme a natureza do
item a que estiver relacionada. As demais provisões devem ser apresentadas
separadamente.
Relação entre provisões e contingências passivas
8. De maneira geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas em relação
ao tempo ou ao valor. Entretanto, nesta NPC, o termo "contingente" é usado para
ativos e passivos que não são reconhecidos, pois não atendem aos critérios necessários
ao seu reconhecimento. Se os critérios forem atendidos, tem-se um passivo ou um
ativo.
RECONHECIMENTO
Parâmetros para avaliação
9. Para fins de classificação dos ativos e passivos em contingentes ou não, esta NPC usa
os termos praticamente certo, provável, possível e remota com os seguintes conceitos:

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a. Praticamente certo - este termo é mais fortemente utilizado no julgamento de


contingências ativas. Ele é aplicado para refletir uma situação na qual um evento
futuro é certo, apesar de não ocorrido. Essa certeza advém de situações cujo
controle está com a administração de uma entidade, e depende apenas dela, ou
de situações em que há garantias reais ou decisões judiciais favoráveis, sobre as
quais não cabem mais recursos.

b. Provável - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é maior do que a de


não ocorrer.

c. Possível - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é menor que


provável, mas maior que remota.

d. Remota - a chance de um ou mais eventos futuros ocorrer é pequena.


Os conceitos descritos nesse item não necessariamente se aplicam a outras normas.
Provisões
10. Uma provisão deve ser reconhecida quando:

a. uma entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como
conseqüência de um evento passado;

b. é provável que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação; e

c. o montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança.


Se qualquer uma dessas condições não for atendida, a provisão não deve ser
reconhecida. É importante notar, por outro lado, a diferença existente entre provisões e
outros passivos e contingências passivas, conforme os itens 7, 8 e os exemplos no
Anexo II a esta NPC, notadamente aqueles incluídos no item 4.
Obrigação presente
11. Em raros casos, não fica claro se há uma obrigação legal ou não formalizada presente.
Nesses casos, presume-se que um evento passado dá origem a uma obrigação presente
quando, levando-se em consideração todas as evidências disponíveis, for provável que
uma obrigação presente exista na data do balanço.

As evidências consideradas incluem quaisquer evidências adicionais, fornecidas por


eventos subseqüentes à data do balanço. Com base nessas evidências:

a. quando for provável que uma obrigação presente exista na data do balanço, a
entidade reconhece uma provisão (se os critérios de reconhecimento descritos
no item 10 forem atendidos); e

b. quando não for provável que uma obrigação presente exista na data do balanço,
a entidade divulga uma contingência passiva, a menos que seja remota a
possibilidade de saída de recursos (item 70).
Evento passado
12. Um evento passado que origina uma obrigação presente é chamado de fato gerador.
Para que um fato gerador seja considerado ocorrido, é necessário que a administração
da entidade conclua não haver alternativa realística que não liquidar a obrigação criada
por ele. Essa ocorrência se verifica somente:

a. quando a liquidação da obrigação pode ser exigida por um contrato, lei ou


decisão judicial; ou

b. no caso de uma obrigação não formalizada.

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13. As demonstrações contábeis apresentam a posição patrimonial e financeira de uma


entidade no fim do período (data do balanço) e não de sua possível posição no futuro.
Portanto, nenhuma provisão é reconhecida para custos que precisam ser incorridos
para operar no futuro. Os únicos passivos reconhecidos no balanço de uma entidade
são aqueles que existem na data do balanço.

14. Somente são reconhecidas como provisões aquelas obrigações que surgem de eventos
passados e existem independentemente de atos futuros de uma entidade (como a
conduta futura do seu negócio). Exemplos dessas obrigações são multas ou custos com
limpeza e reparos em virtude de danos ambientais, que resultariam em saída de
recursos para sua liquidação, independentemente de atos futuros da entidade. Da
mesma forma, uma entidade reconhece uma provisão para os custos de
descontinuidade de uma instalação industrial na medida em que ela é obrigada a
retificar eventual dano já causado.

15. Uma obrigação sempre envolve outra parte interessada a quem se deve a obrigação.
No entanto, não é necessário saber a identidade da parte interessada a quem se deve
essa obrigação. Em virtude de uma obrigação sempre envolver um compromisso com
outra parte, uma decisão do conselho de administração ou da diretoria não originará
uma obrigação não formalizada na data do balanço, a menos que a decisão tenha sido
comunicada antes dessa data, para terceiros afetados por ela, de maneira
suficientemente específica para criar nestes uma expectativa válida de que a entidade
cumprirá com suas responsabilidades.

16. Um evento que não gera imediatamente uma obrigação pode gerá-la em uma data
posterior, em razão de mudanças na lei ou porque um ato (por exemplo, uma
declaração pública na qual a entidade compromete-se a fazer algo) da entidade dá
origem a uma obrigação não formalizada.

17. Quando os detalhes de uma nova legislação proposta ainda tiverem de ser finalizados,
uma obrigação surgirá somente quando for praticamente certo que a legislação será
promulgada conforme a minuta divulgada. Normalmente, será impossível estar
praticamente certo da promulgação de uma legislação até que ela seja promulgada.
Saída provável de recursos
18. Para que um passivo seja reconhecido, não deve haver somente uma obrigação
presente, mas também deve ser provável que haja um desembolso de recursos para
liquidar aquela obrigação. Quando não for provável, ou seja, for apenas possível que
uma obrigação presente exista, a entidade divulga uma contingência passiva, a menos
que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos (item 70).

19. Quando há várias obrigações semelhantes (por exemplo, processos trabalhistas,


garantias sobre produtos vendidos etc.), a avaliação da probabilidade de que uma saída
de recursos ocorra deverá considerar o tipo de obrigação como um todo. Esse critério é
adotado já que, embora possa ser pequena a probabilidade de uma saída de recursos
para qualquer item isoladamente, pode ser provável que alguma saída de recursos
ocorra para o tipo de obrigação, ou seja, para alguns itens, seja necessário o
desembolso. Se esse for o caso, uma provisão é reconhecida (se os outros critérios
para reconhecimento forem atendidos).
Estimativa confiável da obrigação
20. O uso de estimativas é parte essencial da preparação das demonstrações contábeis e
não prejudica sua confiabilidade. Isso é especialmente verdadeiro no caso das
provisões, que, por sua natureza, são mais incertas do que a maior parte dos outros
itens do balanço. De maneira geral, uma entidade é capaz de determinar os possíveis
desfechos que envolvem uma obrigação e, dessa forma, fazer uma estimativa que seja
suficientemente confiável para ser usada no reconhecimento de uma provisão.

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21. Em casos extremamente raros, em que nenhuma estimativa suficientemente confiável


possa ser feita, existe um passivo que não pode ser reconhecido. Esse passivo é
divulgado como contingência passiva (item 70).
Contingências passivas
22. Uma entidade não deve reconhecer uma contingência passiva. Esta é divulgada, ou
não, conforme o item 70.

23. Quando uma entidade for conjunta e solidariamente responsável por uma obrigação, a
parte da obrigação que se espera que as outras partes liquidem é tratada como uma
contingência passiva. A entidade reconhece uma provisão para a parte da obrigação
para a qual é provável uma saída de recursos, exceto em circunstâncias extremamente
raras, em que nenhuma estimativa suficientemente confiável possa ser feita.

24. As contingências passivas devem ser reavaliadas periodicamente para determinar se a


avaliação anterior continua válida. Se for provável que uma saída de recursos será
exigida para um item anteriormente tratado como uma contingência passiva, uma
provisão será reconhecida nas demonstrações contábeis do período no qual ocorre a
mudança na estimativa de probabilidade.
Contingências ativas
25. Uma entidade não deve reconhecer uma contingência ativa. Contingências ativas não
são reconhecidas nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de
resultado que nunca venha a ser realizado. Entretanto, quando a realização do ganho é
praticamente certa, o ativo correspondente não é uma contingência ativa e é requerido
seu reconhecimento.

26. Uma contingência ativa é divulgada, conforme o item 73, quando for provável uma
entrada de recursos.

27. Assim como as contingências passivas, as contingências ativas devem ser reavaliadas
periodicamente para determinar se a avaliação inicial continua válida. Se for
praticamente certa que uma entrada de recursos ocorrerá por conta de um ativo,
entrada esta anteriormente não classificada como praticamente certa, o ativo e o
correspondente ganho são reconhecidos nas demonstrações contábeis do período em
que ocorrer a mudança de estimativa. Caso se torne provável uma entrada de recursos,
a entidade divulga em nota a contingência ativa (item 73).
MENSURAÇÃO
Melhor estimativa
28. O montante reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso
exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço.

29. A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o


montante que uma entidade pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou
para transferi-la para terceiros naquela data.

30. As estimativas de desfecho e os efeitos financeiros são determinados pelo julgamento


da administração da entidade, complementados pela experiência de transações
semelhantes e, em alguns casos, por relatórios de especialistas independentes. As
evidências consideradas devem incluir qualquer evidência adicional fornecida por
eventos subseqüentes à data do balanço.

31. Incertezas sobre o montante a ser reconhecido como provisão são tratadas de diversas
formas, de acordo com as circunstâncias. Quando a provisão que está sendo
mensurada envolve uma ampla quantidade de itens, deve-se estimar a provisão
ponderando-se todos os possíveis desfechos em relação à possibilidade de sua
ocorrência. Isto é necessário a possibilidade de perda para o conjunto, pois pode-se
deparar com uma avaliação individual para os itens (apenas possível, por exemplo)
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diferente da avaliação do grupo como um todo ( que poderia ser provável para alguns
dos itens.)

Essa situação pode ser verificada, por exemplo, em uma entidade que produza
determinada linha de eletrodomésticos em que, para cada eletrodoméstico analisado
individualmente, a possibilidade de que ocorra um defeito é possível; entretanto, a
possibilidade de que um defeito venha a ocorrer, para algum dos eletrodomésticos
produzidos, dessa vez analisando a linha como um todo, é provável. Nesse caso, a
provisão não será de 100% dos valores envolvidos: deverá ponderar a perda média
esperada para os itens, ou ainda o percentual de perda esperado do universo. Por
exemplo, experiências passadas de uma entidade e suas expectativas futuras indicam
que, no ano seguinte à venda de um produto, 80% dos bens não apresentam defeito,
15% apresentam defeitos menores e 5% têm defeitos maiores. Uma entidade avalia a
probabilidade de uma saída para as obrigações de garantias como um todo. Supondo
que a entidade estima que se a totalidade dos produtos vendidos tivesse que sofrer
pequenos reparos, isto custaria um total de R$ 2 milhões e no caso de grandes reparos
custaria R$ 6 milhões, a provisão para garantia seria determinada como segue: (80% x
0) + (15% x R$ 2 milhões) + (5% x R$ 6 milhões), totalizando R$ 600 mil.

32. Quando se está mensurando uma única obrigação, o desfecho mais provável pode ser a
melhor estimativa. Entretanto, mesmo nesse caso, as demais possibilidades de
desfecho devem ser analisadas, se indicarem valores diferentes da melhor estimativa, e
o passivo deverá ser ajustado, para refletir um valor maior ou menor. Por exemplo, se
uma entidade tiver de reparar um defeito grave em uma fábrica que ela tenha
construído para um cliente, o resultado individual mais provável poderá ser para que o
reparo seja bem-sucedido na primeira tentativa a determinado custo, mas uma
provisão para um montante maior será feita se houver uma chance significativa de que
outras tentativas sejam necessárias. Em caso de expectativas aproximadamente iguais,
deve prevalecer a de valor maior.

33. A provisão é mensurada antes dos efeitos tributários. As conseqüências fiscais da


provisão e suas alterações são tratadas na NPC 25 - Contabilização do imposto de
renda e da contribuição social.
Riscos e incertezas
34. Os riscos e as incertezas que inevitavelmente existem em torno de muitos eventos e
circunstâncias devem ser levados em consideração para se alcançar a melhor
estimativa de uma provisão.

35. O risco descreve a variabilidade de estimativas de desfechos. Uma nova avaliação de


risco pode aumentar o valor pelo qual um passivo é mensurado. É preciso ter cuidado
para evitar aumentar desnecessariamente a avaliação de risco, com a conseqüente
mensuração a maior de uma provisão. Uma incerteza não justifica a criação de
provisões excessivas ou uma sobreavaliação deliberada de passivos. Por exemplo, se os
custos projetados de um desfecho particularmente adverso forem estimados numa
hipótese mais conservadora, esse desfecho não pode ser deliberadamente tratado como
sendo o mais provável. A melhor estimativa, considerando realisticamente o caso, é
que deve ser observada.

36. A divulgação das incertezas que cercam o valor do desembolso é feita de acordo com o
item 69 (b).
Valor Presente
37. Observado o descrito no item 78, quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é
relevante, o montante de uma provisão deve ser o valor presente dos desembolsos que
se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação, exceto quando outra norma do
Ibracon ou de órgão regulador determinar que uma provisão específica seja mantida
pelo seu valor nominal.

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38. A taxa de desconto deve ser uma taxa aplicada antes de impostos que reflita as atuais
avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos
para o passivo.
Eventos futuros
39. Eventos futuros que podem afetar o montante exigido para liquidar uma obrigação
devem ser refletidos no valor da provisão, quando houver evidência objetiva suficiente
de que eles ocorrerão. Por exemplo, o efeito conhecido de uma possível nova legislação
deve ser levado em consideração na mensuração de uma obrigação existente quando
há evidência objetiva suficiente de que é praticamente certo que a legislação seja
promulgada. Entretanto, normalmente, não existirá evidência suficiente até que a nova
legislação seja promulgada.
Baixas Esperadas de Ativos
40. Os ganhos esperados na baixa de ativos não devem ser levados em consideração na
mensuração de uma provisão, mesmo se a baixa esperada estiver intimamente ligada
ao evento que dá origem à provisão.
REEMBOLSOS
41. Quando se espera que algum ou todos os dispêndios exigidos para liqüidar uma
provisão sejam reembolsados por outra parte, o reembolso deve ser reconhecido
somente quando for praticamente certo que ele será recebido se a entidade liquidar a
obrigação. O reembolso deve ser tratado como um ativo separado. O montante
reconhecido para o reembolso não deve ultrapassar o montante da provisão.

42. Na demonstração do resultado, a despesa relativa a uma provisão pode ser


apresentada líquida do valor a ser reembolsado.

43. Algumas vezes, uma entidade pode exigir de terceiros o pagamento ou ressarcimento
de todos ou de uma porção dos desembolsos exigidos para liquidar uma provisão (por
exemplo, por meio de contratos de seguro, cláusulas de indenização ou garantias dos
fornecedores). Nos casos em que a entidade permaneça sendo a responsável por todo o
valor em questão e tiver que liquidar o valor total se o terceiro por alguma razão não
pagar, uma provisão é reconhecida pelo valor total do passivo, e um ativo é
reconhecido pelo valor do reembolso esperado, desde que seu recebimento seja
praticamente certo, no caso de a entidade liquidar o passivo.

Nos termos do item 23, uma obrigação pela qual uma entidade esteja conjunta e
solidariamente responsável é considerada uma contingência passiva. Deixará de ser
assim considerada no momento em que se passe a esperar que a entidade venha a
participar da liquidação da obrigação.
MUDANÇAS NAS PROVISÕES
44. As provisões devem ser reavaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente. Se já não for mais provável que uma saída de recursos
será requerida para liquidar a obrigação, a provisão deve ser revertida em
contrapartida da linha do balanço e/ou do resultado contra a qual ela foi originalmente
constituída e/ou realizada.

45. Observado o descrito no item 78, quando for utilizado o desconto a valor presente, o
valor contábil de uma provisão aumenta a cada período para refletir a passagem de
tempo. Esse aumento é reconhecido como uma despesa financeira.
USO DAS PROVISÕES
46. Uma provisão deve ser usada somente para os desembolsos para os quais a provisão
foi originalmente reconhecida. Portanto, somente despesas relacionadas à provisão
original são liquidadas contra ela.
APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO

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Prejuízos operacionais futuros


47. Provisões para prejuízos operacionais futuros não devem ser reconhecidas, a não ser
quando vinculadas a contratos onerosos. Os prejuízos operacionais futuros
normalmente não atendem à definição de um passivo, contida no item 6, nem dos
critérios gerais de reconhecimento estabelecidos para provisões no item 10.

48. Uma expectativa de prejuízos operacionais futuros normalmente é uma indicação de


que determinados ativos da operação podem não ser recuperáveis, nem parcial nem
totalmente.
Contratos Onerosos
49. Se uma entidade tiver um contrato oneroso, a obrigação presente, ou mesmo os
prejuízos futuros inevitáveis, de acordo com o contrato, devem ser reconhecidos e
mensurados como uma provisão.

50. Muitos contratos podem ser cancelados sem pagar compensação para a outra parte;
portanto, não há obrigação. Outros contratos estabelecem direitos e obrigações para
cada uma das partes contratantes. Quando os eventos tornarem esse contrato oneroso,
esta NPC deverá ser aplicada, e existirá um passivo que deve ser reconhecido. Esta NPC
não se aplica aos contratos de execução que não são onerosos.

51. Em um contrato oneroso, o menor custo entre as situações de seu cumprimento ou


descumprimento é maior que os benefícios econômicos dele esperados.Ao determinar
se um contrato é oneroso, a entidade compara os benefícios econômicos dele esperados
com o custo de cumpri-lo ou de deixar de cumpri-lo, dos dois o menor. Se os custos
superam os benefícios, então o contrato é oneroso. A provisão é constituída para o
menor custo entre cumprir o contrato ou deixar de cumpri-lo, independente da intenção
da entidade. Nos casos em que houver apenas uma alternativa ou uma outra
alternativa não é realista, a entidade provisiona o valor dessa única alternativa.

52. Antes de ser estabelecida uma provisão separada para um contrato oneroso, uma
entidade deve reconhecer qualquer prejuízo decorrente da desvalorização ocorrida nos
ativos destinados àquele contrato.
Compensação
53. Não raramente, a administração de uma entidade questiona a legitimidade de
determinados passivos, e, por conta desse questionamento, por ordem judicial ou por
estratégia da própria administração, os valores em questão são depositados em juízo,
sem que haja a caracterização da liquidação do passivo. Nessas situações, não havendo
a possibilidade de resgate do depósito, a menos que ocorra desfecho favorável da
questão para a entidade, o depósito deverá ser apresentado deduzindo o valor do
passivo, sendo os valores atualizados e divulgados de acordo com o item 76.
Reestruturação
54. Exemplos de eventos que podem se enquadrar na definição de reestruturação são:

a. venda ou extinção de uma linha de negócios;

b. fechamento de fábricas ou locais de negócios de um país ou região ou


realocação das atividades de negócios de um país ou região para outro(a);

c. mudanças na estrutura da administração, por exemplo, eliminação de um nível


gerencial; e

d. reorganizações fundamentais que têm um efeito relevante na natureza e no foco


das operações da entidade.
Não se enquadram na definição de reestruturação, portanto, reorganizações
financeiras, societárias e outras similares.

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55. Uma provisão para custos da reestruturação é reconhecida somente quando são
cumpridos os critérios gerais de reconhecimento de provisões estabelecidos no item 10.
Os itens 56 a 67 demonstram como os critérios gerais de reconhecimento aplicam-se às
reestruturações.

56. Uma obrigação não formalizada para reestruturação surge somente quando uma
entidade:

a. tiver um plano formal detalhado para a reestruturação, identificando pelo


menos:

i. o negócio ou parte do negócio em questão;

ii. os principais locais afetados;

iii. o local, as funções e o número aproximado de funcionários que serão


incentivados financeiramente a se demitir;

iv. os desembolsos que serão efetuados; e

v. quando o plano será implantado;

b. tiver criado uma expectativa válida naqueles que serão afetados pela
reestruturação, seja começando a implantação daquele plano seja pelo anúncio
de suas principais características para aqueles afetados pela reestruturação.

57. A evidência de que uma entidade começou a implantar um plano de reestruturação


seria fornecida, por exemplo, pela desmontagem da fábrica, pela venda dos ativos ou
pela divulgação das principais características do plano. A divulgação de um plano
detalhado para reestruturação constituirá uma obrigação não formalizada somente se
for feita de tal maneira e em detalhes suficientes (ou seja, apresentando as principais
características do plano) que origine expectativas válidas de outras partes interessadas,
como clientes, fornecedores e funcionários (ou seus representantes), de que a entidade
a realizará.

58. Para que um plano seja suficiente para dar origem a uma obrigação não formalizada,
quando comunicado àqueles por ele afetados, é necessário que sua implantação
comece o mais rápido possível e seja concluída dentro de um prazo que torne
improváveis quaisquer mudanças no plano. Entretanto, caso se espere que haja um
grande atraso antes de a reestruturação começar ou que esta demore tempo demais,
deixa de ser provável que o plano crie uma expectativa válida de que a entidade está,
atualmente, comprometida com a reestruturação, porque o período de execução dá
oportunidade para a entidade mudar seus planos.

59. Uma decisão de reestruturação da administração ou da diretoria, tomada antes da data


do balanço, não dá origem a uma obrigação não formalizada naquela data, a menos
que a entidade tenha, antes disso:

a. começado a implantar o plano de reestruturação; ou

b. anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles


afetados por ele, de maneira suficientemente específica, criando neles uma
expectativa válida de que fará a reestruturação.
Em alguns casos, uma entidade começa a implantar um plano de reestruturação, ou
anuncia suas principais características àqueles afetados, somente depois da data do
balanço. Caso essa reestruturação seja relevante no conjunto das demonstrações
contábeis, a entidade deverá fazer a devida divulgação do evento subseqüente.

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60. Embora uma obrigação não formalizada não seja criada apenas por uma decisão da
administração, ela pode resultar de eventos anteriores combinados com essa decisão.
Por exemplo, negociações com representantes de empregados, para pagamentos de
demissões, ou com compradores, para a venda de uma operação, podem ter sido
concluídas, sujeitas apenas à aprovação da diretoria. Uma vez obtida a aprovação e
comunicada às outras partes interessadas, a entidade tem uma obrigação não
formalizada de reestruturar, se as condições do item 56 forem cumpridas.

61. Em alguns casos, a alta administração de uma entidade pode incluir representantes de
interesses diferentes dos de uma administração tradicional (por exemplo, empregados),
ou a notificação para esses representantes pode ser necessária antes de ser tomada a
decisão pela alta administração. Quando uma decisão dessa diretoria envolve a
comunicação a esses representantes, isso pode resultar em uma obrigação não
formalizada de reestruturar.

62. Nenhuma obrigação surge da venda de uma unidade operacional até que a entidade
comprometa-se com essa operação, ou seja, quando há um contrato firme de venda.

63. Mesmo quando uma entidade tiver tomado decisão de vender uma unidade operacional
e anunciada publicamente essa decisão, ela pode não se comprometer a vendê-la até
que um comprador tenha sido identificado e houver um contrato firme de venda. Até
haver um contrato firme de venda, a entidade poderá mudar de idéia e, de fato, terá de
tomar outras medidas se não puder ser encontrado um comprador que concorde com o
negócio em termos aceitáveis. Quando a venda de uma operação for vista como parte
de uma reestruturação, os ativos da unidade serão analisados considerando o seu valor
de recuperação nas circunstâncias. Em alguns casos, quando uma venda for somente
uma parte da reestruturação, uma obrigação não formalizada poderá surgir para as
outras partes dessa reestruturação, se as condições previstas no item 56 forem
atendidas, mesmo antes de existir um contrato firme de venda.

64. Uma provisão para reestruturação deve incluir somente as despesas diretas decorrentes
da reestruturação, que são:

a. necessariamente ocasionadas pela reestruturação; e

b. não associadas às atividades em andamento da entidade.

65. Uma provisão para reestruturação não inclui custos como:

a. novo treinamento ou remanejamento da equipe permanente;

b. propaganda e marketing; ou

c. investimento em novos sistemas e redes de distribuição.


Esses desembolsos se relacionam à futura condução do negócio e não são passivos
relativos à reestruturação na data do balanço. Esses desembolsos são reconhecidos na
mesma base, como se surgissem independentemente de uma reestruturação.
66. Perdas operacionais futuras, identificáveis até a data de uma reestruturação, não são
incluídas em uma provisão, a menos que se relacionem a um contrato oneroso,
conforme definido no item 6.

67. Conforme descrito no item 40, os ganhos esperados na baixa de ativos não são levados
em consideração na mensuração de uma provisão para reestruturação, mesmo se a
venda de ativos for vista como parte da reestruturação.
DIVULGAÇÃO
68. Para cada tipo de Para cada tipo de provisão relevante, uma entidade deve divulgar:

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a. o valor contábil no início e no fim do período;

b. provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões


existentes;

c. montantes utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante


o período;

d. montantes não utilizados, estornados durante o período; e

e. despesas financeiras apropriadas no período para as provisões ajustadas ao


valor presente e qualquer mudança na taxa de desconto.
Não são necessárias informações comparativas.
69. Além do descrito no item 68, uma entidade deve divulgar, para cada tipo de provisão
relevante:

a. uma breve descrição da natureza da obrigação e o cronograma esperado de


quaisquer desembolsos;

b. uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma desses


desembolsos. Quando for necessário fornecer informações adequadas, uma
entidade deve divulgar as principais premissas adotadas em relação a eventos
futuros, conforme abordado no item 39; e

c. o montante de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer


ativo que tenha sido reconhecido por conta desse reembolso.

70. A menos que seja remota a possibilidade de ocorrer qualquer desembolso, a entidade
deve divulgar, para cada tipo de contingência passiva relevante na data do balanço,
uma breve descrição da natureza da contingência passiva e, quando praticável:

a. uma estimativa do efeito financeiro, mensurada de acordo com os itens 28 a 40;

b. uma indicação das incertezas relacionadas ao montante ou ao tempo de


qualquer desembolso; e

c. a possibilidade de qualquer reembolso.

71. Na determinação de quais provisões ou contingências passivas podem ser agregados


para formar um tipo único, é necessário considerar se a natureza dos itens é similar o
suficiente para divulgação única que cumpra as exigências dos itens 69(a) e (b) e 70(a)
e (b). Assim, pode ser apropriado tratar como uma provisão única os montantes
relacionados a garantias de produtos diferentes, mas não seria adequado tratar como
uma provisão única os valores relacionados a garantias de produtos vendidos e os
montantes relativos a processos judiciais.

72. Quando uma provisão e uma contingência passiva surgirem do mesmo conjunto de
circunstâncias, uma entidade faz as divulgações requeridas pelos itens 68 a 70 de
maneira que evidencie a ligação entre a provisão e a contingência passiva.

73. Quando for provável uma entrada de recursos, uma entidade deve divulgar uma breve
descrição da natureza da contingência ativa na data do balanço e, se praticável, uma
estimativa de seus efeitos financeiros mensurados, usando os princípios descritos para
as provisões contidos nos itens 28 a 40. Essas divulgações devem evitar dar indicações
indevidas quanto à probabilidade do ganho.

74. Quando algumas das informações necessárias, de acordo com os itens 70 e 73, não
forem divulgadas por não ser praticável a sua apresentação, a entidade deve divulgar
esse fato.
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75. Em casos extremamente raros, pode-se esperar que a divulgação de alguma ou de


todas as informações necessárias em conformidade com os itens 68 a 73 prejudique
seriamente a posição da entidade em uma disputa com outras partes sobre o assunto
da provisão, contingência passiva ou contingência ativa. Nesses casos, a entidade não
precisa divulgar as informações, mas deve divulgar a natureza geral da disputa e o fato
de que as informações não foram divulgadas, com a devida justificativa, bem como
deve avaliar a necessidade de comunicar o assunto ao órgão regulador, nos termos das
normas existentes acerca de informações confidenciais.

76. Nos casos em que, para fins de divulgação, ocorrer a compensação de passivos com
valores depositados em juízo, permitida nos termos desta NPC, deverão ser destacadas,
em nota explicativa, as quantias que estão sendo compensadas e a explicação das
eventuais diferenças existentes.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
77. Os efeitos da adoção desta NPC que não se relacionarem a mudanças de estimativas
devem ser apresentados como ajustes de exercícios anteriores.

78. O ajuste a valor presente previsto nos itens 37, 38 e 45 deverá ser efetuado apenas se
requerido por uma norma específica que se refira à provisão, ou quando da edição de
norma que dê legitimidade à aplicação desse conceito nas práticas contábeis adotadas
no Brasil.
ENTRADA EM VIGOR
79. Esta NPC entra em vigor para as demonstrações contábeis que abrangem os períodos
que começam em 1º de janeiro de 2006, ou após essa data, incentivando-se a sua
aplicação imediata, e revoga disposições anteriores, inclusive o Pronunciamento do
IBRACON XXII - Contingências.

ANEXO I
SUMÁRIO DO TRATAMENTO A SER DADO ENVOLVENDO CONTINGÊNCIAS ATIVAS E
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS
O objetivo deste anexo é auxiliar no entendimento da NPC sobre Provisões, contingências
ativas e contingências passivas e deve ser lido no contexto completo da NPC, não devendo ser
considerado isoladamente.

Tipo de Probabilidade Tratamento Referência com os


contingência itens da NPC

Contingência ativa Praticamente certa Reconhecer o 25


ativo

Provável Divulgar 26

Possível ou remota Não divulgar 72

Contingência Provável
passiva
- mensurável com suficiente Provisionar 10
segurança

- não mensurável com Divulgar 21


suficiente segurança

Possível Divulgar 11(b)

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Remota Não divulgar 22, 70 e 75

ANEXO II
EXEMPLOS DE TRATAMENTO A SER DADO ENVOLVENDO CONTINGÊNCIAS ATIVAS E
CONTINGÊNCIAS PASSIVAS
O objetivo deste anexo é auxiliar no entendimento da NPC sobre Provisões, contingências
ativas e contingências passivas e deve ser lido no contexto completo da NPC, não devendo ser
considerado isoladamente.
1. Garantias

Uma montadora dá garantia de dois anos para uma determinada linha de veículos a
partir da data da venda pela concessionária. Baseada em experiências passadas, a
montadora sabe que é provável que alguns dos veículos vendidos apresentem
problemas nesses dois anos, que são cobertos pela garantia. Nesse caso, o fato gerador
da obrigação é a venda do veículo pela concessionária, dando a garantia de dois anos, e
é provável que, para alguns veículos, ocorra desembolso por parte da montadora.
Nesse caso, deve ser constituída provisão para cobrir esses eventuais custos, baseada
na melhor estimativa possível.

Esse é o típico exemplo de uma situação na qual a possibilidade de que uma obrigação
analisada isoladamente (um veículo) venha a ocorrer é menor que provável.
Entretanto, a possibilidade de que parte de uma obrigação analisada de forma
associada (em nosso exemplo, a linha de veículos) venha a ocorrer é provável. Dessa
forma, uma provisão deve ser constituída.

Na mesma linha da garantia, está a política de reembolso de compras de clientes


insatisfeitos, adotada comumente por entidades de determinados segmentos da
economia. Essa política é divulgada ao público e, muitas vezes, é parte integrante da
estratégia publicitária dessas entidades, e, em alguns casos, algumas dessas entidades
chegam a registrar o compromisso público do reembolso em cartório. Em ambos os
casos, a entidade criou uma expectativa válida no consumidor. Assim, como na situação
das garantias, uma provisão deve ser constituída para cobrir os custos de reembolso,
na melhor estimativa possível.

2. Danos ambientais

Em determinadas circunstâncias, quando danos ambientais são causados, a entidade


pode, por diversas razões, não estar obrigada a remediá-los. Assim, inicialmente, não
se fala em obrigação; entretanto, o surgimento de uma nova lei ou um
comprometimento público da entidade fará surgir uma obrigação legal ou não
formalizada, respectivamente, e, nesse caso, observada a devida avaliação sobre a
possibilidade dessa obrigação se concretizar, a constituição de uma provisão poderá ser
necessária.

A lei referida no item anterior pode não ter sido aprovada ainda, mas se a sua
aprovação é praticamente certa, uma provisão deverá ser constituída.

Vejamos as situações a seguir e a correspondente análise:

a. Uma entidade que lança resíduos na água de um rio próximo da fábrica, em


razão das pressões cada vez mais crescentes da população e de organismos
internacionais, decide investir na construção de uma Estação de Tratamento,
com o objetivo de tratar os resíduos que serão lançados no rio. Nessa situação,
não cabe constituir provisão para os dispêndios com a construção de uma
Estação de Tratamento, pois trata-se, na verdade, de uma mudança no processo
produtivo. Entretanto, caso a obrigação pela reparação do dano já causado
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diretamente ao rio, e indiretamente ao meio ambiente, seja provável, uma


provisão deverá ser constituída, provisão esta que exclui os custos com a
Estação de Tratamento, que influenciará no processo futuro, e não na ajuda do
tratamento dos danos já causados.

b. Uma entidade é vencedora em um processo de licitação para exploração de


petróleo em alto-mar. O contrato prevê que, no caso de descontinuidade da
operação, por exaustão do poço ou por qualquer outro motivo, a entidade
deverá arcar com os custos de remoção da plataforma de petróleo e reparação
do leito do mar. Nessa situação, a entidade deverá constituir provisão para
remoção da plataforma com contrapartida no custo da própria plataforma, já
que o fato gerador é a sua instalação. Em relação ao custo de restauração do
leito, uma provisão deve ser feita e ajustada mensalmente, à medida que o poço
for sendo explorado.

3. Reestruturação

Em reunião da diretoria de uma entidade, realizada em dezembro de 2001, esta decidiu


que efetuará uma reestruturação que incluirá redução de níveis hierárquicos, demissões
e fechamento de unidades deficitárias. A reunião aprovou as principais linhas do plano
de reestruturação, mas a administração ainda não divulgou esse plano às partes
envolvidas (funcionários, clientes, fornecedores etc.). Assim, em 31 de dezembro de
2001, a provisão ainda não deve ser constituída, pelo menos até que o plano seja
divulgado em detalhes suficientes para as partes envolvidas. Caso a comunicação
tivesse sido feita antes de 31 de dezembro de 2001, o balanço deveria contemplar
provisão para fazer face à melhor estimativa dos custos a incorrer por conta da
reestruturação.

Outro exemplo é o de uma fábrica cuja receita é derivada, em sua quase totalidade, da
venda de um componente automotivo, que, em 2001, é fornecido exclusivamente para
duas montadoras de automóveis. Essas montadoras fazem comunicado público ou
enviam cartas à fábrica avisando que, a partir de 1º de janeiro de 2002, não mais
utilizarão esse componente em seus automóveis, com antecedência suficiente para não
ser considerado quebra de contrato. Nesse caso, a administração não terá muitas
opções, e a reestruturação é praticamente inevitável, ou seja, é provável, já que o
pressuposto da continuidade estará afetado. A melhor estimativa de gastos com a
reestruturação deverá ser feita e provisionada. Caso a entidade venha a implantar uma
nova fábrica para produzir um novo componente, podendo até ser o componente que
irá substituir o que ela fornecia, os dispêndios relativos à reestruturação da planta/linha
de produção anterior deverão ser lançados ao resultado, não podendo, portanto, ser
alocados ao custo da nova fábrica de produção. Antes de ser efetuada a provisão para a
reestruturação, a administração deverá efetuar o ajuste no valor dos ativos ao seu
valor de recuperação. Caso haja situações em que se preveja ganho sobre baixas
esperadas de ativos, esses ganhos não são levados em consideração na mensuração de
uma provisão para reestruturação.

4. Tributos

a. A administração de uma entidade entende que uma determinada lei federal, que
alterou a alíquota de um tributo ou introduziu um novo tributo, é
inconstitucional. Por conta desse entendimento, ela, por intermédio de seus
advogados, entrou com uma ação alegando a inconstitucionalidade da lei. Nesse
caso, existe uma obrigação legal a pagar à União. Assim, a obrigação legal deve
estar registrada, inclusive juros e outros encargos, se aplicável, pois estes
últimos têm a característica de uma provisão derivada de apropriações por
competência. Trata-se de uma obrigação legal e não de uma provisão ou de uma
contingência passiva, considerando os conceitos da NPC.

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Em uma etapa posterior, o advogado comunica que a ação foi julgada


procedente em determinada instância. Mesmo que haja uma tendência de
ganho, e ainda que o advogado julgue como provável o ganho de causa em
definitivo, pelo fato de que ainda cabe recurso por parte do credor (a União), a
situação não é ainda considerada praticamente certa, e, portanto, o ganho não
deve ser registrado. É de se ressaltar que a situação avaliada é de uma
contingência ativa, e não de uma contingência passiva a ser revertida, pois o
passivo, como dito no item anterior, é uma obrigação legal e não uma provisão
ou uma contingência passiva.

b. Nas circunstâncias de processos ainda não julgados definitivamente, em que a


entidade discute a recuperação de tributos, supostamente pagos a maior, mas
nos estritos termos da lei em discussão, e obtém liminar permitindo compensar
aqueles valores com outros tributos, a entidade não deverá registrar o ganho
contingente, amparada nessa liminar.

Isso porque a liminar é um instrumento provisório, e, portanto, a realização do


ganho não é definitiva. Nesses casos, a Entidade irá proceder à compensação do
ponto de vista financeiro; todavia, o tributo compensado deverá ainda figurar
como obrigação legal até o desfecho final da causa. Como sua liquidação
também é provisória, se o desfecho for desfavorável à entidade, esta deverá
recolher o tributo anteriormente compensado com os acréscimos legais,
conforme aplicável.

c. Ao obter decisão final favorável sobre um ganho contingente, a entidade deverá


observar o momento adequado para o seu reconhecimento contábil. Não
havendo mais possibilidades de recursos da parte contrária, o risco da não-
realização do ganho contingente é considerado "remoto", e, portanto, a entidade
deve reconhecer contabilmente o ganho quando a decisão judicial final produzir
seus efeitos, o que ocorre, normalmente, após a publicação no Diário Oficial.

Isso significa dizer que, a partir desse momento, o ganho deixará de ser
contingente e se tornará um direito da entidade. Antes do registro do ganho
contingente, porém, e periodicamente após seu registro, a administração da
entidade deve avaliar a capacidade de recuperação do ativo, uma vez que a
parte contrária pode tornar-se incapaz de honrar esse compromisso, ou pode ser
que sua utilização futura seja incerta.

d. Existem situações em que uma entidade ainda não obteve a decisão final
favorável à recuperação de um tributo ou à extinção da obrigação tributária
registrada, mas há jurisprudência favorável para outras entidades em casos
idênticos, bem como avaliação dos advogados de que as chances de um
desfecho favorável são prováveis. Mesmo nas situações em que há
jurisprudência favorável, isso não é suficiente para dar base ao reconhecimento
do ganho contingente, uma vez que não está assegurada uma decisão final
favorável à entidade, pois muitos outros fatores podem influenciar essa decisão,
por exemplo, o ramo de atividade, a formalização do processo etc. A entidade,
por outro lado, deve fazer divulgação em nota explicativa acerca do assunto.

5. Contrato oneroso

Uma entidade opera de maneira lucrativa em uma fábrica arrendada conforme um


arrendamento operacional. Durante dezembro de 20XX, a entidade transfere suas
operações para uma nova fábrica. O arrendamento da antiga fábrica ainda terá que ser
pago por mais quatro anos, com custo total de R$ 8 milhões. A entidade recebeu a
oferta de sub-arrendar a fábrica por R$ 5 milhões pelo período de quatro anos. A
entidade tem também a opção de cancelar o contrato de arrendamento pagando multa

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de R$ 2 milhões. continua nos próximos quatro anos, não pode ser cancelado, e a
fábrica não pode ser alugada novamente para outro usuário.

Nessa situação, o evento passado é a assinatura do contrato de arrendamento, que dá


origem a uma obrigação legal e atual. O arrendamento torna-se oneroso, com provável
saída futura de recursos, e, assim, neste momento, uma provisão é reconhecida pelo
menor valor entre cumprir ou deixar de cumprir o contrato. Mesmo que, por uma
questão de imagem, a entidade esteja estudando a opção de cumprir o contrato e
arrendar a fábrica a fim de possibilitar a manutenção do emprego das pessoas que não
irão para a nova fábrica, a provisão a ser constituída será de R$ 2 milhões. A provisão,
entretanto, deverá ser ajustada para o valor de R$ 3 milhões (custo de arrendamento
de R$ 8 milhões menos receita de subarrendamento de R$ 5 milhões), no momento em
que ficar praticamente afastada a possibilidade de cancelar o contrato original, o que
poderá ocorrer no momento de assinatura do subarrendamento.

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