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DPZ DPZ
BNDES-exim.
BNDES-exim.
Tirar
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o seu
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projeto
projeto
dodo
papel.
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Esse
Esseé oé nosso
o nosso
projeto.
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Esse
Esseé oé nosso
o nosso
papel.
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O BNDES-exim,
O BNDES-exim,
além
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de ser
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o mais
o mais
importante
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instrumento
instrumento
de financiamento
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às exportações
às exportações
de produtos
de produtos
brasileiros,
brasileiros,
é também
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o caminho
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mais
mais
curto
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entre
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as empresas
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de serviços
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e o emercado
o mercado
global.
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Se você
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trabalha
trabalha
comcom
projetos,
projetos,
obras,
obras,
desenvolvimento
desenvolvimento
de software
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e outras
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atividades
atividades
na área
na área
de serviços,
de serviços,
consulte
consulte
as soluções
as soluções
BNDES-exim
BNDES-exim
e leve
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seus
seus
conhecimentos
conhecimentos
parapara
o mundo.
o mundo.
Se oSeserviço
o serviço
da sua
da sua
empresa
empresa
é competitivo,
é competitivo,
comcom
o BNDES
o BNDES
apoiando
apoiando
ele ele
V i c e de
A FCCE é a mais antiga Associação - P rClasse
e s i d ededicada
ntes V iac e - P r e s i d e n t e DAS
FEDERAÇÃO Euro pa
CÂMARAS DE COMÉRCIO
Arlindo Catoia Varela Jacinto Sebastião Rego de Almeida (Portugal)
exclusivamente às atividades de Comércio Exterior. EXTERIOR – FCCE assinou Convênio com o CONSE-
Gilberto Ferreira Ramos
Fundada no ano de 1950, pelo empresário João V iLHO c e - PDEr e sCÂMARAS
i d e n t e NDEo r tCOMÉRCIO
e DAS AMÉRICAS,
Joaquim Ferreira Mângia Cláudio do Carmo Chaves
Daudt de Oliveira (a ele se deve, 5 anos antes, a organismo que representa as Câmaras de Comércio
José Augusto de Castro
fundação da Confederação Nacional do Comércio – V iBilaterais
Ricardo Vieira Ferreira Martins
c e - P r e sdosi d eseguintes
n t e S u dpaíses:
e s t e ARGENTINA, BOLÍVIA,
Antonio Carlos Mourão Bonetti
CNC ), a FCCE opera ininterruptamente, há mais de CANADÁ , CHILE , CUBA , EQUADOR , MÉXICO ,
50 anos, incentivando e apoiando o trabalho das V iPARAGUAI ce-Presidente Sul
, SURINAME , URUGUAI , TRINIDAD E
Arno Gleisner
Câmaras de Comércio Bilaterais, Consulados Estran- TOBAGO e VENEZUELA.
geiros, Conselhos Empresariais e Comissões Mistas a Além de várias dezenas de Câmaras de Comércio
Diretores
nível federal. Bilaterais filiadas à FCCE em todo o Brasil, fazem parte
A FCCE, por força do seu Diana Estatuto,
Viannatem âmbito Luiz
De Souza daOswaldo
Diretoria Aranhaatual, os Presidentes das Câmaras de
Marie Christiane Meyers Marcio
nacional, possuindo Vice-Presidentes Regionais em Comércio: Brasil-Grécia, Eduardo Sette Fortes de Almeida
Brasil-Paraguai, Brasil-Rússia,
Alexander Zhebit Oswaldo Trigueiros Júnior
diversos Estados da Federação, operando também no Brasil-Eslováquia, Brasil-República Tcheca, Brasil-
Alexandre Adriani Cardoso Raffaele Di Luca
plano internacional, através “Convênios de Cooperação” México, Brasil-Belarus, Brasil-Portugal, Brasil-Líbano,
Andre Baudru Ricardo Stern
firmados com diversos organismos da mais alta Brasil-Índia, Brasil-China, Brasil-Tailândia, Brasil-ltália e
Augusto Tasso Fragoso Pires Roberto Nobrega
credibilidade e tradição, a exemplo da International Brasil e Indonésia, além do Presidente do Comitê
Cassio José Monteiro França Roberto Cury
Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Cesar Moreira
Inter- Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional, o
Roberto Habib
nacional – CCI), fundada em 1919, comAndrew
Charles sede em Presidente
Paris Roberto
T'Ang da Associação Brasileira da Empresas
Kattán Arita
e que possui mais de 80 ComitêsDaniel Nacionais,
André Sauernos 5 SergioComerciais
SalomãoExportadoras – ABECE, o Presidente da
continentes, além de operarEduardo
a mais Pereira
importante Associação
“Corte Sizínio
De Oliveira Pontes Brasileira
Nogueira da Indústria Ferroviária – ABIFER,
Internacional de José
Arbitragem”
Franciscodo mundo,
Fonseca fundada no
Marcondes o Presidente
ano Sohaku
Neto Raimundo daCesar
Associação
Bastos Brasileira dos Terminais de
de 1923. Luis Cesario Amaro da Silveira Contêineres,
Stefan Janczukowicz o Presidente do Sindicato das Indústrias
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO Mecânicas e Material Elétrico, entre outros. Some-se,
EXTERIOR tem sua sede na Avenida General Justo no ainda, a presença de diversos Cônsules e diplomatas
307, Rio de Janeiro, (Edifício da Confederação
C o n s e l hNacional
o F i s c a l estrangeiros,
( T i t u l a r e s ) dentre os quais o Cônsul-Geral da
1 st V i c e - P r e s i d e n t e
1 Vice-P
st
PAULO FERNANDO r e s i d e n t eFERRAZ
MARCONDES
PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ
Namasté! A famosa saudação indiana traduz, de forma bastante direta, a grande satisfação
em termos, pela primeira vez ,a Índia dentro da série de Seminários Bilaterais de Comércio
Exterior e Investimentos organizada pela FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO
EXTERIOR (FCCE). Os eventos contam com o apoio e participação do governo federal,
através dos Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento da Indústria e Co-
mércio Exterior, das principais associações de classe, tais como a Confederação Nacional de
Comércio (CNC), a Câmara de Comércio Internacional – ICC, a Associação de Comércio
Exterior do Brasil (AEB) e o Conselho das Câmaras de Comércio das Américas.
A relevância da escolha da Índia, a maior democracia do mundo, para o encontro é
grande. Afinal, o país asiático vem, há mais de dez anos, deixando de ser visto pelo Oci-
dente apenas como distante e exótico para se tornar objeto de análises nas mais renomadas
publicações de economia mundo afora. Tudo isso porque a Índia vem ostentando um ritmo
de crescimento impressionante, numa média de 10% ao ano.
Num mundo onde a globalização se configura como um processo irreversível, buscar
o desenvolvimento, incremento e diversificação do comércio exterior brasileiro com a
Índia revelam-se tarefa das mais urgentes. E dentro desse quadro estratégico, é bastante
salutar a busca pelo conhecimento de como fazer negócios com os indianos.
O encontro promovido pela FCCE deu provas de que há grandes motivos para que
possamos acreditar no crescimento das relações comerciais entre os nossos países. Os nú-
meros estão aí para comprovar. A corrente bilateral de comércio, que totalizava US$ 1,22
bilhão, em 2002, praticamente triplicou em 2007, chegando ao patamar de US$ 3 bilhões.
O objetivo é fechar 2008 na casa dos US$ 4 bilhões, a despeito da grave crise financeira CONSELHO DE
internacional que já se instalou. E o mesmo vale para a corrente de investimentos diretos CÂMARAS DE COMÉRCIO
de empresas indianas no Brasil, sobretudo nos ramos da tecnologia da informação e far- DAS AMÉRICAS
macêutico, áreas nas quais a Índia detém posição de destaque no cenário internacional. Do
outro lado, empresas brasileiras também começam a aportar recursos na Índia, ainda que Expediente
elas tenham movimentos bem menos agressivos quando comparados aos dos congêneres
Produção
indianos. Não obstante os resultados do comércio estarem melhores hoje, os desafios ainda Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
marcam posição. Sendo um país de mais de 1 bilhão de habitantes e a 2ª maior população Av. General Justo, 307/6o andar
Tel.: 55 21 3804 9289
do mundo, A Índia não está sequer entre os 10 principais destinos de exportações bra- e-mail: fcce@cnc.com.br
sileiras. Tampouco, o país da Ásia figura na lista dos 10 maiores fornecedores do Brasil.
Editor
O outro desafio é aumentar a diversificação das mercadorias trocadas, buscando, dessa Brunno Braga
forma, comercializar produtos de maior valor agregado para os indianos. Assessora da Presidência
Quanto ao espectro político, as conversações assumem patamares elevados. A criação Maria Conceição Coelho de Souza
do Foro IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), as trocas de visitas dos chefes de governo dos Textos e Reportagens
Brunno Braga
dois países e as articulações no G-20 e no Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) traduzem a
Diagramação e Arte
disposição de os dois países de trabalhar juntos, o que pode refletir em mais dinamismo no
Rodrigo Lisboa
comércio bilateral. Tel.: 55 21 7812-7173
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR investe, por inter- Secretaria
médio da realização do 39º Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Sérgio Rodrigo Dias Julio
Brasil-Índia, na união de esforços entre o poder público e a iniciativa privada para que se Fotografia
Christina Bocayuva
intensifiquem ainda mais as linhas de comércio entre os dois países. Isso é importante,
Jornalista Responsável
pois os nossos países anseiam, em conjunto, saírem da condição de coadjuvante para ter
Brunno Braga (MTB 050598/00)
uma participação mais ativa no tabuleiro mundial. A FCCE acredita, portanto, que tão e-mail: carbrag29@yahoo.com.br
importante como promover encontros de alto nível como este, com vistas a debater os Tel.: 55 21 8880 2565
O Editor
6 E ntrevista
Sivaraman Swaminathan
9 di p lomacia
Maria Clara Duclos Carísio
14 A bertura
34 urbani z ação
Índia e Brasil unidos nos projetos sociais
Parceria no campo social
16 Painel I 36 E ntrevista
Entendendo a Índia A nossa missão é beneficiar as empresas lá fora
20 Painel I I 38 entrevista
Fortalecendo o setor de serviços
Explorando oportunidades
24 PA I N E L I I I 42 C ultura
A importância do aumento do fluxo comercial Bollywood
30 E N C E R R A M E N TO 50 relaç õ es bilaterais
Relações além do intercâmbio
Brasil-Índia”
visão de Ásia e Oceania
do Ministério das Relações Exte-
riores (MRE) aposta nas políticas
de integração Sul-Sul desempe-
nhada pelo Itamaraty. Segundo
ela, as conversações existentes
entre Brasil e Índia para resolver
antigas pendências se dão em alto
nível. Prova disso foi a criação
do Foro IBAS. O próximo pas-
so, segundo a ministra, é buscar
um entendimento em relação às
pendências existentes no campo
da agricultura. Maria Clara Du-
clos Carísio falou com a Revista
da FCCE sobre esses e outros as-
suntos. Leia os principais trechos
da entrevista:
a trajetória das relações comerciais entre nas áreas de combate à fome e à pobreza.
os nossos países tomasse rumo positivo. Temos similaridades, isso facilita as Mas o Brasil teve algumas diver-
relações? gências em relação à Doha.
Como se dá o relacionamento po- Duclos Carísio - Serve, é claro, como Duclos Carísio - Sim, dentro do setor
lítico? um catalisador de uma coordenação de agrícola, Brasil e Índia sempre tiveram
Duclos Carísio - Em 2003, o presiden- posições em foros multilaterais porque posições diferentes. Brasil é um gran-
te Lula decidiu que a Ásia seria uma das as necessidades são as mesmas, os pro- de exportador agrícola e a Índia luta até
prioridades da política externa brasileira blemas são os mesmos. O próprio presi- hoje para garantir o que eles chamam de
e singularizou, de certa maneira, a Índia dente Lula disse, em uma de suas visitas segurança alimentar. Então é óbvio que,
e a China nesse processo. Eram países im- à Índia, que o Brasil pretende aumentar a para um país como o Brasil, é importante
portantes, mas que tínhamos poucas rela- relação com o país na área social e na área a abertura de mercado para os seus pro-
ções. É verdade que com a China, a evo- de saúde, justamente porque eles têm ex- dutos agrícolas, mas isso nunca foi um
lução da relação se tornou mais aparente periências muito interessantes na área de entrave para que Brasil e Índia tivessem
do que a Índia em razão dos números do redução de pobreza, de desenvolvimento estreitas relações de cooperação em tor-
comércio. Mas, é também verdadeiro que rural e fabricação de remédios nós tam- no do G-20. O que se busca agora é o
o comércio entre o Brasil e a Índia escon- bém temos projetos sociais importantes. grau de manobra que cada país terá na
de a riqueza da relação política. Então, seria muito bom exercitamos a OMC, e isso não se trata de contencioso
troca de experiências entre Brasil e Índia entre Brasil e Índia, no que diz respeito
Em que sentido? a atender aos interesses de países, como
Duclos Carísio - Em vários. Principal-
“O próprio presidente Lula disse, em a Índia, que busca manter a proteção do
mente quando o governo brasileiro resol-
uma de suas visitas à Índia, que o seu mercado no setor agrícola, e países
veu investir no mecanismo do IBAS, que
Brasil pretende aumentar a relação como o Brasil, que busca abrir mercados
é justamente a reunião de três países de
com a Índia na área social e na para os seus produtos de agrobusiness.
continentes diferentes, mas com grandes área de saúde” Acredito, contudo, que chegaremos a um
Duclos Carísio meio termo.
“O IBAS não só tem dado certo em
diversos projetos trilaterais como
também verificamos reflexos em
terceiros países, como no caso do
continente africano”
Duclos Carísio
BRAZILIAN
EXPORTERS
www.brazilianexporters.gov.br
www.vitrinedoexportador.gov.br
Versões em:
Inglês
Francês
Espanhol
Japonês
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL INDIA
Av. General Justo nº 307 – Centro, Rio de Janeiro – RJ – Sede da Confederação Nacional do Comércio – CNC
Componentes da mesa:
Elio de Almeida Cardoso – Assessoria Especial de Polí-
tica Externa da Presidência da República
Jane Alcanfor de Pinho – Coordenadora-Geral da Se-
cretária de Comércio e Serviços do MDIC
Augusto Tasso Fragoso Pires – Presidente da Câmara
de Comércio Brasil - INDIA
João Augusto de Souza Lima – Presidente da FCCE
Embaixador Paulo Pires do Rio – Diretor-Conselheiro
do Conselho Superior da FCCE
S. Swaminathan – Consul-Geral da INDIA em São Pau-
lo
COQUETEL:
Homenagem ao Embaixador Sr. S. Swaminathan
Abertura
Composição da mesa da esquerda para a direita: Ministra Maria Clara Duclos Carísio (MRE). Elio de Almeida Cardoso, cônsul-geral da
India (SP) S. Swaminathan, ministro Marcio Fortes, presidente da FCCE, João Augusto de Souza Lima
O
presidente da Federa- Augusto Tasso Fragoso Pires; o Jane Alcanfor de Pinho. Para fazer
ção das Câmaras de Co- cônsul-geral da Índia em São Pau- o pronunciamento especial da ses-
mércio Exterior, João lo, S. Swaminathan; o presidente são, Souza Lima convidou o mi-
Augusto de Souza Lima, abriu os da CCI e presidente do Conselho nistro das Cidades, Marcio Fortes,
trabalhos do Seminário Bilateral Superior da FCCE, Theóphilo de que também presidiu a Sessão de
de Comércio Exterior e Investi- Azeredo Santos; o vice-presidente Abertura do Seminário.
mentos Brasil-Índia, o 39º encon- do Conselho Superior da FCCE,
tro organizado pela instituição. Gustavo Affonso Capanema; o 1º Assentamentos humanos
Para compor a mesa, o presiden- Vice-Presidente da FCCE, Pau-
te da FCCE convidou: o assessor lo Fernando Marcondes Ferraz; o O ministro das Cidades, Marcio For-
tes, disse, no início do seu pronuncia-
Especial de Política Externa da presidente da Câmara de Logística
mento, que a idéia de convidar a Índia
Presidencia da República, Elio de da AEB, Jovelino Gomes Pires; e a para o seminário bilateral de comércio
Almeida Cardoso; o presidente coordenadora-Geral da Secretária exterior e investimentos o deixou entu-
da Câmara Bilateral Brasil- Índia, de Comércio e Serviços do MDIC, siasmado. Segundo Fortes, não obstante
NACIONALIDADE: indiana
Marcio Fortes revelou que os países DATA NACIONAL: 26 de janeiro (Proclamação da República); 15 de agosto (Independência); 2 de outubro
do Ibsa têm experiências a serem troca- (aniversário de Gandhi).
das no âmbito de construção de moradias COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: indo-arianos 72%, drávidas 25%, mongóis e outros 3% (censo de 1996).
para famílias de baixa renda. No entanto,
IDIOMAS: hindi (oficial), línguas regionais (principais: telugu, bengali, marati, tâmil, urdu, gujarati).
ele sustentou que as conversas entre os
países não devem estar restritas apenas RELIGIÃO: hinduísmo 80,3%, islamismo 11% (sunitas 8,2%, xiitas 2,8%), cristianismo 3,8% (católicos 1,7%,
protestantes 1,9%, ortodoxos 0,2%), sikhismo 2%, budismo 0,7%, jainismo 0,5%, outras 1,7% (em 1991).
em criar projetos para construir mais ca-
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 329 hab./km2
sas, mas também trabalhar na necessidade
de agregar tecnologia, com o objetivo de CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 1,6% ao ano (1995 a 2000)
construir casas mais duráveis e de menor TAXA DE ANALFABETISMO: 44,2% (censo de 2000).
custo. “Construir casas que são ecologi-
RENDA PER CAPITA: US$ 3.019 (estimativa 2005).
camente mais viáveis, com baixo con-
sumo de energia entre outras coisas são
aspectos primordiais. Mas essas questões
passam também pela disponibilidade de
recursos. Contudo, temos aprofundando
essas discussões em âmbito de vários fó-
runs mundiais”
Com o objetivo de demonstrar o gran-
de interesse do Brasil nessa área, o minis-
tro anunciou que o Brasil está pleiteando
para ser sede, em 2010, do Fórum Ur-
bano Mundial. “O presidente Lula (Luiz
Inácio Lula da Silva) já mandou publicar
a autorização da apresentação da candi-
datura do Brasil”, afirmou o ministro,
acrescentando que o Rio de Janeiro tem
Cônsul-geral da India (SP), S. Swaminathan, e o ministro das Cidade Marcio Fortes: par-
fortes chances de ser a cidade escolhida ceria entre Brasil e Índia em projetos sociais
Entendendo a Índia
Debatedores do Painel I discutem porpostas de parcerias estratégicas entre
Brasil e Índia
Fabio Martins Faria (MDIC),Cônsul S. Swaminathan, Armando Meziat (MDIC), Jovelino Gomes Pires (AEB), Leonardo Pereira (BNDES)
Leonardo anda Gomes (Câmara India- Brasil)
O
Painel I teve como tema: MDIC. de 2008. “Pudemos perceber uma
O relacionamento bilateral Leonardo Pereira, do BNDES, série de oportunidades no campo
Brasil-Índia: Perspectivas e abriu a série de exposições da ses- do comércio, do trade finance e,
Parcerias e foi presidido e mode- são. O gerente do BNDES iniciou inclusive, oportunidades de inves-
rado pelo presidente da Câmara a sua participação informando timentos e cooperação industrial”,
de Logística da AEB, Jovelino Go- aos presentes que o banco apóia, comentou o gerente do BNDES.
mes Pires. A sessão contou com as há 18 anos, o comércio exterior, Em seguida, Pereira afirmou
exposições de Leonardo Pereira, tanto no pré-embarque como no que o apoio à inserção interna-
gerente da Area de Exportação pós-embarque. Além disso, Perei- cional é uma das prioridades do
do Banco Nacional do Desenvol- ra mencionou que o banco passou BNDES atualmente. Além disso,
vimento Econômico e Social (BN- a ser também um grande aliado o gerente do banco informou que
DES); Leonardo Ananda Gomes, no apoio à internacionalização das projetos de inovação tecnológica
vice-presidente da Câmara Índia- empresas brasileiras. Já em rela- têm tratamento preferencial den-
Brasil; e Fabio Martins Faria, dire- ção à Índia, o executivo revelou tro da nova proposta operacional
tor de Planejamento e Desenvol- que agentes do BNDES estiveram do banco. “O BNDES trabalha
vimento do Comércio Exterior do naquele país em 2007 e no início dentro de todo um pacote para
Reestruturação
Explorando oportunidades
Cônsul geral da Índia comenta sobre as relações entre os dois países nos
últimos anos
Cônsul S. Swaminathan e Armando Meziat (MDIC): o diplomata fez pronunciamento especial no Painel II
O
Painel II teve como tema: cargo de Tiago Souza, gerente do ções multilaterais da OMC, seja
As relações Brasil – INDIA Departamento de Estratégias do no Fórum Ibas, ou nos entendi-
nos setores de: petróleo, e Frigorífico Bertin. mentos para dar forma ao novo
fontes alternativas de energia; o agro- Meziat iniciou a sua apresenta- bloco denominado Bric”, consi-
negócio e melhoria infra-estrutura. ção aludindo para o fato de Brasil derou. Não obstante as dificulda-
Armando Meziat, secretário de e Índia, com os avanços observa- des enfrentadas pelos mercados
Desenvolvimento da Produção do dos nos últimos anos, estarem se financeiros internacionais, Me-
MDIC presidiu o painel e para as- juntando aos países de maior in- ziat disse acreditar que o capital
sumir a moderação da sessão foi fluência da economia mundial. internacional produtivo continu-
convidado o cônsul-geral da Índia “Temos procurado atuar de forma ará alocando seus investimentos
em São Paulo, Sivaraman Swamina- coordenada nos diversos fóruns em economias dinâmicas, está-
than. A exposição da sessão ficou a internacionais, seja nas negocia- veis e com fortes perspectivas
Armando Meziat afirmou que a Índia é um dos mercados prioritários para o governo brasileiro
de de induzir o desenvolvimento de pro- Ele acrescentou que Brasil e India dor com a Índia para o desenvolvimen-
jetos de cooperação bilateral, abrangendo podem estabelecer parcerias para o de- to de sementes para melhor produção
desde a produção da cana-de-açúcar até o senvolvimento de tecnologias para a de alimentos e matéria-prima para a
processo industrial com a possibilidade de produção de etanol de segunda geração. produção de biodiesel. “Em síntese,
exportação de equipamentos para as refi- “Entendemos ser esse o movimento mun- temos a vocação e o instrumento para
narias, e de máquinas para o plantio, co- dial e que deve ser seguido pelo Brasil atingirmos níveis mais elevados de de-
lheita e transbordo de cana-de-açúcar. “Aí onde essa tecnologia vem sendo desen- senvolvimento econômico”, concluiu.
se incluem a transferência de tecnologia, volvida por entidades e empresas como Diplomacia
com todas as etapas do processo de fabri- a Petrobras, Votorantim e a Dedini”. A
cação de etanol a partir da cana-de-açúcar, cooperação para o desenvolvimento do Sivaraman Swaminathan, o pales-
conhecimento na logística e armazena- agronegócio também foi lembrada pelo trante seguinte, disse que Brasil e Índia
mento, e a distribuição do combustível e palestrante, que citou a Embrapa, com sua estão avançando bastante em termos
na mistura de álcool e gasolina, bem como comprovada competência na criação de de comércio bilateral. “Em 2000, o flu-
em motores veiculares, notadamente em variedades adequadas aos diversos tipos xo de comércio entre os nossos países
veículos flex fuel, aviões agrícolas e moto- de solo e clima, como potencial colabora- estava em US$ 200 milhões. Em 2007,
cicletas”. conseguimos alcançar a cifra de US$ 3
bilhões. E, em 2008, acredito que ire-
mos chegar na casa dos US$ 3,5 bilhões.
Isso é importante. Em 2006, quando
foi realizada a primeira cúpula do Foro
Ibas, ficou estabelecido que o comércio
bilateral entre os dois países objetivam
alcançar a meta de US$ 10 bilhões. Es-
tou confiante de que temos todos os
mecanismos para que possamos cum-
prir essa meta”. No entanto, apesar do
crescimento do fluxo comercial, Swa-
minathan afirmou que está desaponta-
do com os empresários brasileiros, em
razao da tímida procura pelo mercado
indiano. “Nos últimos três meses, o
nosso consulado em São Paulo recebeu
uma missão empresarial da Índia por
semana. Empresários do setor de TI,
farmacêutico, têxtil, alimentos entre
outros. Contudo, o mesmo não se viu
por parte do empresariado brasileiro.
E eu espero que com a ajuda do MDIC
possa haver mais missões empresariais
à Índia”, disse o diplomata. Para ele,
essa é a única forma de diminuir o atual
déficit brasileiro no comércio bilateral
com a Índia. Swaminathan explicou
que, tradicionalmente, o Brasil sempre
teve superávits nas relações de comér-
cio. Mas, nos últimos dois anos, esse
quadro se inverteu, muito disso em
virtude do real forte, o que fez com
que os produtos indianos ficassem mais
baratos para importar. “Nós, indianos,
estamos investindo muito no Brasil.
Há um investimento para a construção
Tiago Souza, da Bertini, disse que o faturamento estimado da empresa para 2008 é de R$
7 bilhões de uma fábrica para produtos de alta-
A importância do aumento do
fluxo comercial
Palestrantes debatem a importância do setor de serviços e a necessidade de
aumentar o comércio bilateral
Da esquerda para direita: embaixador Ernesto Rubarth; cônsul S. Swaminathan; presidente da FCCE, José Augusto de Souza Lima;
coordenadora-geral de Serviços do MDIC, Jane Pinho
O
Painel III apresentou o A coordenadora-geral da Secretaria pessoas físicas. “Dentro dessa divisão,
tema: O relacionamento de Comercio e Serviços do MDIC, Jane eu diria que a Índia apresenta vantagens
Alcanfor de Pinho, abriu o painel infor- comparativas muito fortes nas modali-
Brasil-Índia nos setores de mando à platéia presente que dentre os dades de comércio trans-fronteiriço e
serviços (comunicações) e industrial. países dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e Chi- no movimento temporário das pessoas
Para presidir a sessão foi convidada na), a Índia possui uma singularidade no físicas”, declarou Pinho. Em relação ao
comércio de serviços, pois é o único su- comércio e as oportunidades de inves-
a coordenadora-geral da Secretaria peravitário nesse setor. “Os resultados da timento na Índia, a palestrante disse
de Comercio e Serviços do MDIC, exportação indiana de serviços em 2007 que o comércio indiano está no centro
Jane Alcanfor de Pinho e para fazer são bastante relevantes - US$ 86 bilhões, das atenções da economia mundial, em
contra US$ 23 bilhões de exportação de razão das altas taxas de crescimento do
o pronunciamento especial do pai- serviços brasileiros”, disse. De acordo com país cujo dinamismo provém do setor
nel foi convidado o secretário de a representante do MDIC, o comércio de de serviços e que cresce acima dos de-
Assuntos Internacionais do Estado serviços precisa ser entendido em quatro mais setores da economia indiana desde
dimensões: 1) comércio trans-fronteiriço; a década passada. “Essa é uma caracte-
do Rio de Janeiro, embaixador Er-
2) o consumo no exterior; 3) a presença rística que distingue o país dos demais
nesto Rubarth. comercial; 4) movimento temporário das emergentes asiáticos, que tem como
Propostas de incremento comercial buscar estreitar esse relacionamento, isso sobretudo no momento em que o país
também se reflete no próprio comércio”, cresceu em níveis muito altos, houve
O embaixador Rubarth fez, de início, declarou Rubarth. uma abertura gradual do seu mercado e
menção a alguns traços comuns existen- O embaixador fez referências ao ali- houve um esforço sistemático de apro-
tes nas relações entre Brasil e Índia. Para nhamento existente entre Brasil e Índia ximação firme com o Brasil, seja através
ele, quando se pensa nesses dois países, nos grandes foros internacionais, como a de visitas oficiais, seja através de mis-
vem à mente uma idéia de que eles têm Organização Mundial do Comércio. Ele sões empresariais. Mas, o que se perce-
muitas afinidades. “Pelo fato de ambos se- citou, ainda, a instituição do Foro do Ibas be é que o comércio ainda está muito
rem atores de peso em suas respectivas como mais um mecanismo que aproxima reduzido”, afirmou. De acordo com ele,
regiões e de grande presença em âmbi- os dois países. No entanto, a despeito des- é possível melhor esse quadro, após es-
to global, com vastos recursos naturais e ses arranjos políticos, o comércio entre tudar a fundo a estrutura e composição
elevados níveis de industrialização, for- Brasil e Índia ainda está muito inferior ao do comércio entre os dois países e quais
mados por populações multi-étnicas e seu potencial, considerou Rubarth, apesar as medidas a serem tomadas para tentar
multi-culturais e que enfrentam graves de reconhecer que houve forte incremen- superar esses entraves. Ele apresentou
problemas de pobreza e de exclusão so- to nos últimos anos. “Mas, se analisarmos estatísticas do MDIC que relatam que
cial e são duas grandes democracias do os últimos 20 anos, percebe-se que houve o intercâmbio comercial entre os dois
mundo em desenvolvimento”. No entan- um fluxo muito modesto de mercadorias, países triplicou nos últimos cinco anos,
to, apesar dessas similaridades, o comér- com grande concentração de produtos”, evoluindo de US$ 1 bilhão em 2003,
cio bilateral não consegue se desenvolver avaliou. para U$ 3 bilhões em 2007, represen-
com grande desenvoltura e muita facili- O embaixador disse que desde 2004, tando crescimento médio de 32% ao
dade. “O que se vê é que sempre houve verifica-se a consolidação e o crescimento ano. “De janeiro a agosto de 2008, o co-
um certo distanciamento entre Brasil do superávit em favor da Índia no comér- mércio chegou a U$ 2,9 bilhões, o que
e Índia e se procura, nos últimos anos, cio bilateral. Em 2007, o déficit brasileiro significa dizer que houve um aumento
tentar uma maior aproximação e, assim, com a Índia atingiu US$ 1,2 bilhão, com de 116% em relação ao mesmo período
recuperar esse tempo perdido. Da mes- uma pauta extremamente concentrada. de 2007. No entanto, esse dinamismo
ma forma que há uma decisão firme do “Se pensarmos um pouco sobre o que precisa ser mais qualificado, pois ele se
ponto de vista político dos dois países de aconteceu na história recente da Índia, deve, em primeiro lugar, às compras
do queremos chegar à Índia, é preciso cadeias varejistas brasileiras”. Além do balhar para a divulgação do mercado da
fazer um transbordo em Cingapura, o setor alimentício, Rubarth citou o setor Índia para os empresários brasileiros,
que encarece o frete e o seguro”, re- de infra-estrutura indiano como atraente realização de estudos de viabilidade
velou Rubarth. Outros fatores que, para as empresas brasileiras. “Há um pro- para produtos específicos, organização
segundo o embaixador, dificultam o grama extenso de investimento indiano de seminários e uma negociação entre
comércio entre os dois países são o de cerca de US$ 500 bilhões em aeropor- os governos para melhorar essas con-
desconhecimento recíproco e as práti- tos, rodovias, geração de energia, mora- dições logísticas. “Precisamos colocar,
cas protecionistas adotadas pela Índia, dia etc. E como há grandes empresas de ainda, algumas conversações no âmbito
deixando os produtos brasileiros com engenharia e construção civil com pre- do Ibas no que diz respeito à redução
pouca competitividade no mercado sença e atuação global, poderia se pensar da carga tarifária, contribuindo, assim,
indiano. “Não obstante essas dificulda- em estimular uma aproximação”. O setor para um maior fluxo comercial. Como
des, vemos que os dois países dispõem de energia foi lembrado pelo embaixador mercados emergentes e com cada vez
de um bom potencial de oportunida- como outro item importante a ser explo- mais influencia no cenário mundial,
des, sobretudo no setor de alimentos, rado pelo Brasil. “Com o dinamismo da Brasil e Índia precisam de incentivos
já que com a expansão da classe mé- economia indiana, petróleo e derivados governamentais e iniciativas mais ino-
dia nos dois países, há uma estimativa têm sido itens de crescimento acelerado vadoras dos seus empresários para ex-
de que haja um aumento de consumo dentro da pauta de importações. E pode- plorar com mais vigor o potencial de
alimentar. O governo indiano tem es- se se pensar em parcerias entre o governo comércio que já existe, mas que pre-
tabelecido parcerias com grandes ca- indiano e a Petrobras na área de biocom- cisa ser explorado para progredir no
deias internacionais, como a Wal-Mart bustíveis”, frisou. sentido de dar impulso ao intercambio
e Carrefour, e, por isso, acredito que Além dos setores já citados, o embai- comercial entre os dois países”, disse,
possa haver boas oportunidades para xador ressaltou a importância de se tra- finalizando os trabalhos do Painel III.
Embaixador Ernesto Rubarth, ministra Maria Clara Duclos Carísio e Cônsul-Geral da Índia em São Paulo, S. Swaminathan, durante a
Sseeão Solene de Encerramento
A
Sessão Solene de Encerramento Augusto Tasso Fragoso Pires, presidente da vam da maneira desejável. “Consideran-
do Seminário Bilateral de Co- Câmara de Comércio Brasil – Índia; João do que, desde o inicio da independência
mércio Exterior e Investimentos Augusto de Souza Lima, presidente da da Índia em 1947, os nossos países têm
Brasil-Índia foi presidida pelo cônsul-Ge- FCCE; e o embaixador Paulo Pires do Rio, uma relação muito boa em foros multila-
ral da Índia em São Paulo, S. Swamina- diretor-conselheiro do Conselho Superior terais, demonstrando que temos proble-
than e o pronunciamento especial da ses- da FCCE mas e necessidades comuns. Então, por
são ficou a cargo da ministra Maria Clara A ministra Maria Clara Duclos Carí- que ela não se transforma numa coope-
Duclos Carísio, chefe da Divisão de Asia e sio disse que a divisão onde trabalha torna ração bilateral mais aprofundada do que
Oceania do Ministério das Relações Exte- clara a importância que a Índia vem tendo é hoje? Todas as oportunidades que te-
riores (MRE) Para compor a mesa, foram no conjunto das relações internacionais do mos de sanar o problema de desconheci-
convidados: Élio de Almeida Cardoso, Brasil nos últimos anos. “Muitas vezes, o mento e distanciamento, é, para nós do
assessor especial de Política Externa da que notamos é que o interesse pela Índia MRE, muito importante”, analisou.
Presidência da República; Jane Alcanfor é crescente no Brasil”, afirmou. Para a di- De acordo com Carísio, cada vez
de Pinho, coordenadora-geral da Secre- plomata, no entanto, o desconhecimento mais o Brasil precisa demonstrar que o
taria de Comércio e Serviços do MDIC; mútuo impede que as relações se desenvol- mais relevante no desenvolvimento de
Ministra Maria Clara Duclos Carísio: “Entrar no mercado indiano significa investir, saber o que os indianos querem consumir”
Fonte: MRE
DIVULGAÇÃO DE EVENTOS
ÚLTIMAS NOVIDADES
SOBRE COMÉRCIO EXTERIOR
SITES EM DESTAQUE NO
BRASIL E NO MUNDO
CALENDÁRIO DAS
PRINCIPAIS FEIRAS E
EVENTOS DO SETOR
ENQUETES DIRECIONADAS
PARA SABER A OPINIÃO
DOS EXPORTADORES
E do lado contrário?
Ananda - É muito mais agressivo. Já há
diversas empresas indianas aqui no Brasil.
Os empresários da Índia já entendem o
Brasil como um mercado altamente pro-
missor. É claro que os empresários india-
nos esbarram na barreira da falta de co-
nhecimento de como é fazer negócios no Leonardo Ananda: Temos que trabalhar muito para que possamos alcançar o verdadeiro
nosso País. Por isso, é importante o Brasil potencial dessa relação
promover mais suas oportunidades lá.
Mas é preciso que os nossos empresários Brasil, mas que tem grande resis-
Quais são as empresas indianas que tenham um pouco mais de ousadia e enten- tência por parte dos indianos.
o senhor pode destacar? dam que as suas mercadorias têm condições Ananda - É verdade, e essa divergência
Ananda - Temos a Ranbaxy e Cello- de se adequar ao mercado indiano. se deu na Rodada de Doha. Foi a primei-
pharm,, empresas farmacêuticas indianas ra vez que houve um descompasso de
líderes na produção de medicamentos ge- Que produto não explorado pelo propostas entre Brasil e Índia num foro
néricos. TCS (Tata Consult Service), Ap- Brasil no que diz respeito à exporta- multilateral. Acredito que faltou mais co-
tech, ZILS, Prologix e muitas outras estão ção para a Índia que o senhor pode- municação entre os países. Mas, depois,
presentes no Brasil através de parcerias e ria destacar? esse contencioso entre os dois países foi
outras iniciativas com empresas ligadas ao Ananda - O Brasil pode explorar, por revertido. O ministro Celso Amorim (das
setor de tecnologia da informação. A Tata exemplo, vender o biocombustível para a Relações Exteriores) fez um excelente
Motors, que é a divisão automobilística Índia. Esse país é o maior produtor de açú- trabalho, e Brasil e Índia voltaram a co-
do grupo, que também já se instalou no car do mundo, mas ele tem uma população operar nos foros multilaterais. Basta lem-
Brasil. tão grande que não é suficiente para atender brar que essa parceria sempre se deu com
à demanda local. E ai está a grande oportu- grande sucesso. Eles são líderes do G-20.
Em relação à concentração da nos- nidade brasileira para exportar açúcar e ál- Atuaram de forma conjunta para conse-
sa pauta, como podemos trabalhar cool combustível que poderia, muito bem, guir produzir medicamentos genéricos na
para reverter esse quadro? encontrar espaço nesse país. OMC (Organização Mundial de Comér-
Ananda - Esse é um dos nossos principais cio), sem esquecer da criação do IBAS e
focos, aliada à estratégia de incrementar Mas, recentemente, Brasil e Índia ti- do acordo de preferências tarifárias entre
as exportações. O empresário brasileiro veram desentendimentos em relação Índia e Mercosul.A base está praticamente
tem que estar ciente de que a Índia tem à abertura do mercado no setor agrí- montada. Cabe agora a iniciativa privada
mercado para importar os seus produtos. cola, proposta essa defendida pelo aproveitar as oportunidades existentes.
O
que é hinduísmo? Trata-se apenas da noção hindus vêem a vida como ciclo auto-repetitivo no
ocidental simplista de venerar inúmeros qual o desenrolar da história humana exerce papel
deuses, banhar-se no Ganges e estruturar secundário. Os hindus costumam referir-se à sua fé
uma divisão social em castas? Ou há algo mais en- como sanatana darma, que significa ordem eterna.
volvido? A resposta: há muito mais envolvido. O Na verdade o próprio termo hinduísmo é vago, pois
hinduísmo é uma maneira diferente de entender a é um termo iventado pelos europeus para sintetizar
vida, para a qual os valores ocidentais são totalmente uma hoste de religiões e seitas (sampradaias) que se
estranhos. Os ocidentais tendem a ver vida dentro desenvolveram e floresceram no decorrer dos mi-
de uma linha cronológica de eventos na história. Os lênios
46 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • I n d i a
Definir o hinduísmo não é tarefa fácil, pois é uma muitos detalhes sobre seus profundos significados.
religião que não tem credo definido, hierarquia sa- Foram escritos a partir de 300 a.C.. Os Upanicha-
cerdotal nem órgão governante. No entanto, não des (assentos perto dum mestre), também conheci-
deixa de ter suamis (mestres) e gurus (guias espiri- dos como Vedanta e escritos por volta de 600-300
tuais). O senso comum ocidental faz logo referência a.C., são tratados que delineiam a razão de todo o
ao hinduísmo como uma religião politeísta (apesar pensamento e ação segundo o hinduísmo. As doutri-
da existência de 330 milhões de divindades),o que, nas da samsara (transmigração da alma) e do carma
para estudiosos de religião, é uma visão errônea. (a crença de que ações de uma existência anterior
Na verdade, o hinduísmo se baseia na crença de um são a causa do atual estado da pessoa na vida) foram
Deus uno cuja composição se divide numa trindade esboçados nesses escritos. A libertação do ciclo de
principal composta por Brahma, Vishnu, e Shiva. renascimentos ou fim da jornada da alma é chama-
do de mocsa ou nirvana, que concretiza a união do
Escritos Sagrados do Hinduísmo indivíduo com a Entidade Suprema, Brâmane.
Embora o hinduísmo afirme existir milhões de Vixenu, uma benevolente deidade solar e cósmica,
divindades, na prática real há certos deuses favori- pe o centro da adoração para os seguidores di vaix-
tos que se têm tornado o ponto focal de várias seitas navismo. Ele aparece sob dez avatares, ou encarna-
dentro do hinduísmo. Três dos deuses mais desta- ções, incluindo Rama e Krishna.
cados estão incluídos no que os hindus chamam de
Trimúrti, uma trindade de deuses. A tríade con- Xiva
siste em Brama, o Criador, Vixenu, o Preservador,
e Xiva, o Destruidor, e cada qual tem pelo menos Xiva, também conhecido por Mahexa (Supremo
uma esposa ou consorte. Senhor) e Maadeva (Grande Deus), é o segundo
maior deidade do hinduísmo, e a adoração que lhe
Brama, o Criador é prestada chama-se xivaísmo. Ele é descrito como
o grande asceta, o mestre iogue sentado, mergu-
Brama, embora seja central na mitologia hindu, lhado na meditação nas encostas do Himalaia, com
não ocupa um lugar de destaque na adoração do o corpo besuntado de cinzas e a cabeça coberta de
hindu mediano. De fato, bem poucos templos são cabelo emaranhado. É conhecido, também, por seu
dedicados a ele, embora seja chamado de Brama, o erotismo e como o responsável pela fertilidade.
Criador. Contudo, a mitologia hindu atribui a tare-
fa de criar o universo material a um ser, fonte ou
essência suprema – Brâmane ou Brâmine, identifi-
cado pelas sílabas sagradas OM ou AUM. Todos os
três membros da tríade são considerados parte des-
se “Ser”, e todos os outros desuses são tidos como
diferentes manifestações..
Maatma Ghandi: no hinduismo a expressão maatma significa Xiva: é o destruidor, que destrói
homem de espírito elevado para construir algo novo
R e l a ç õ es B i l a t e r a i s
Intercâmbio Comercial
Brasil – India
E laboração : D e partamento de Planejamento e
D esenvolvimento do C omércio E xterior – D E P L A da
S ecretaria de C omércio E xterior – S E C E X do M inistério do
D esenvolvimento, I nd ú stria e C omércio E xterior - M D I C.
Comércio Exterior da Índia 216,7 bilhões, expansão de 23,6% com relação ao resultado das
compras externas de 2006. Na balança comercial indiana, tanto
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional exportações quanto importações têm-se expandido nos últimos
(FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia totalizou, em anos. Entretanto, o déficit no saldo comercial, que se reduzira
2007, US$ 1,099 trilhão, implicando crescimento real de 9,2% entre 1993 e 1994, acentuou-se recentemente, gerando saldo
em relação ao ano anterior. Com esse resultado, a Índia posicio- negativo de US$ 71,5 bilhões, em 2007.
nou-se como a 12ª economia mundial. Para 2008 e 2009, são A pauta de exportações da Índia foi composta, em 2007, pe-
previstos crescimentos de 7,9% e 8,0%, respectivamente. Cabe
destacar que a Índia apresenta, desde 2005, crescimento real su-
perior a 9,0% ao ano.
O PIB per capita, em 2007, foi de US$ 977,74 (132ª coloca-
ção global), diante de uma população de 1,124 bilhão de habi-
tantes. A Índia ocupa o posto de segundo país mais populoso do
mundo, abaixo apenas da China (1,321 bilhão). Sua população
equivale a 17,3% do montante global.
Em 2007, conforme dados da Organização Mundial do Co-
mércio (OMC), a Índia exportou US$ 145,2 bilhões em mer-
cadorias. Esse total representou crescimento de 20,2% com
relação ao montante das vendas externas assinaladas no ano an-
terior. No mesmo ano, as importações da Índia totalizaram US$
BNDES registra lucro A queda do resultado de in- cas cobradas nas operações de A Índia baixou inesperada-
de R$ 5,1 bilhões até termediação financeira antes crédito do Banco, que varia- mente a sua taxa de juro de
setembro da provisão para risco de cré- vam de 0% a 3%, caíram para referência pela primeira vez
dito, em função do esforço de 0% a 1,8%. desde 2004, uma vez que o
O Banco Nacional de De- redução dos spreads cobrados risco de um abrandamento
senvolvimento Econômico e pelo BNDES em seus finan- Brasil e Índia ainda es- económico causado pela crise
Social (BNDES) registrou lu- ciamentos, de R$ 3,89 bilhões peram concluir Doha financeira atenuou as pres-
cro líquido de R$ 5,1 bilhões em 2007 para R$ 3,2 bilhões neste ano sões inflacionistas.O Banco
nos primeiros nove meses em 2008. A diminuição das Central da Índia reduziu a sua
de 2008. O desempenho foi taxas cobradas na concessão O Brasil e a Índia ainda espe- taxa de juro de referência de
positivo, embora inferior em de crédito segue política de ram um resultado positivo das 9% para 8%. Quer o Fun-
29,7% ao obtido no mesmo governo de reduzir o custo negociações da Rodada Doha do Monetário Internacional
período de 2007 (R$ 7,2 bi- total dos financiamentos do da Organização Mundial do (FMI) quer a Goldman Sachs
lhões). Os principais fatores BNDES, estimulando, dessa Comércio (OMC) até o final reviram em baixo as suas es-
que influenciaram o lucro do forma, novos investimentos deste ano, segundo um co- timativas de crescimento eco-
Banco foram os seguintes: na economia. As taxas bási- municado conjunto divulga- nómico para a índia este mês,
do pelo ministro da Indústria perante a crise financeira que
e Comércio indiano, Kamal ameaça conduzir o mundo
Nath, e pelo ministro das a uma recessão.A queda dos
Relações Exteriores do Bra- preços das “commodities” po-
sil, Celso Amorim. Ambos se derá baixar a inflação na Índia
reuniram em Nova Délhi para mesmo que o enfraquecimen-
trocar impressões sobre o es- to da moeda eleve os custos
tágio atual das negociações. das importações.
Conselho Superior
MembrosVitalícios
Bernardo Cabral
Ernane Galvêas
Giulite Coutinho