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• A relação regular da China com o Ocidente começa no século XVI, que já era um
império a mais de 2000 anos. O Estado Imperial se manteve integro até 1912,
quando foi proclamada a república.
• O sistema econômico-social chinês era assemelhado a um feudalismo
centralizado, todas as terras eram do imperador. O poder do imperador era
difundido, por meio de uma intensa e capilar burocracia, a chamada burocracia
celeste, os Mandarins. Os mandarins eram funcionários do Estado, mediante
concurso público. A matéria da prova era a filosofia confuciana, a filosofia do
Estado da China. O confucionismo regula as relações dos indivíduos em todos os
planos e está baseado em cinco grandes relações. A relação entre governante e
governado, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e irmão mais novo,
amigo e amiga. São todas relações hierarquizadas e verticais com base na família.
Essa filosofia permitiu a longevidade do Estado Chinês.
• É esse Estado que os europeus encontram ao chegarem na China para comerciar.
Era um padrão de comercio mercantilista que se manteve até o século XIX,
mudando apenas com quem se fazia o comercio. A situação se modifica no século
XIX, com a Revolução industrial, que faz com que os ingleses comecem a se
desinteressar pelo comércio das especiarias. Isso ocorre por duas razoes: Primeiro
porque o comercio das especiarias é de caráter monopolista e não livre-cambista.
Segundo, esse comércio drenava ouro da Inglaterra para a China. Os ingleses
querem vender suas mercadorias para os Chineses. A pressão inglesa começa a se
fazer sentir cedo, já no final do século XVIII, mas sem sucesso, uma vez que o
Imperador nem recebia as missões do governo inglês. Os Chineses também não se
interessavam pelos produtos ingleses. Tudo isso se choca com as idéias liberais
nascentes na Inglaterra, quem não comercia com os demais prejudica a si mesmo
e aos outros, assim a forca, a canhoneira teria seu uso legitimado para que se
alcança-se a liberdade plena desse país anti-liberal.
• Mas a idéia de se utilizar a forca teve seu próprio desenvolvimento. Sem saber o
que fazer, os ingleses testaram diversos produtos sem maior aceitação, até que
encontraram o ópio. O Ópio era produzido no Afeganistão e era contrabandeado
para a China, que tem seu mercado inundado. O produto entra na ilegalidade e em
1839 o imperador confisca todo ópio que estava no porto de cantão e o joga no
mar. As reações inglesas decidiram que essa atitude merecia um desagravo e
entram em guerra contra a China em 1839 e vai até 1842, foi a chamada Guerra
do Ópio. A Guerra termina com a assinatura com o Tratado de Nanquin.
• O tratado de Nanquin é o tratado pelo qual os ingleses conseguem abrir o mercado
Chinês. Os chineses abrem cinco portos aos ingleses, que passam a ter direito a
um representante imperial na capital chinesa, um cônsul. O CORONE é
desmembrado, o governo Chinês fica impossibilitado de cobrar mais do que 5%
de imposto sobre as exportações. Os ingleses obtinham o direito de extra-
territorialidade, e a clausula de nação mais favorecida. Os ingleses receberam
também Hong Kong por tempo indeterminado. A última cláusula dizia que tudo
isso poderia ser negociados mais uma vez.
• Com Nanquin, os diversos países ocidentais fizeram o mesmo, assinando tratados
semelhantes. Quando os chineses viram que não poderiam vencer a Inglaterra,
para não se tornarem uma colônia inglesa, concederam tratados a outras nações.
• Com os primeiros 12 anos, os ingleses começaram a pressionar a china pela
revisão do tratado, entretanto, os chineses não queriam essa revisão. Em um
incidente, em que se queimou a bandeira da Inglaterra, os ingleses invadiram a
China e queimaram o palácio de verão de Pequim, em 1860, chamada a segunda
guerra do ópio. Em 1860, foi assinado o tratado de Pequim, no qual mais 11
portos foram abertos aos ingleses e foram dadas mais facilidades como a
navegação do rio Yang Tsé. Os ingleses interiorizam seus interesses na China
• A situação nais uma vez muda na década de 80, porque mais uma vez a situação
muda na Europa. O imperialismo com seu capitalismo oligopolista se projeta no
mundo. O capital se espalha pelo mundo em busca de maiores retorno. Os
interesses imperialistas sobrepujam os interesses meramente comerciais. Assim,
iniciam-se a concessão de empréstimos ao governo chinês, investimentos em
infra-estrutura em prospecção de minas, etc.
• Uma camada social chinesa vai sendo ocidentalizada e vai se envolvendo com os
negócios com o ocidente.
• Na década de 80, os chineses começam uma reação. Concluem que os bárbaros
invasores, apesar de serem culturalmente inferiores eram militarmente superiores.
Então o que precisavam era se igualar no plano militar e isso foi feito por meio de
empréstimos no exterior para o investimento em armamentos, o chamado
programa do auto-fortalecimento. O grande teste desse programa foi a guerra
contra o Japão em 1895, guerra Sino-Japonesa, que consistiu na primeira grande
vitória japonesa. E na segunda metade da década de 1890 que alguns chineses
começam a perceber que tinham que se livrar do confucionismo. O confucionismo
era uma filosofia que não dava as resposta para os desafios que se apresentavam,
é nesse momento então que a juventude chinesa começa a sair pelo mundo e
estudar na Europa, EUA, Japão. O fim do confucionismo se dá em 1900, com a
rebelião dos Boxers, contra os estrangeiros, que incluía a dinastia Manchu. Os
boxers cercam o bairro das embaixadas. Diante disso, os governos ocidentais
decidem por em prática o Brack up da China. Fariam na China o que fizeram na
África, dividindo o país em áreas de influência. Foi quando então os EUA surgem
contra essa política e defendem a política de portas abertas para a China (Open
Door Policy). Todos teriam o igual direito de explorar a China.
• Com isso o Estado imperial chinês fica muito debilitado e, Sun Ita Tsen, um
médico chinês formado na universidade inglesa de Hong Kong, entende que a
solução para a China era a República e inicia uma série de revoltas. Em 1911,
Yuan Chi Cai, General Chinês, percebeu que aquelas insurreições iriam acabar
tendo êxito e passou para o lado dos republicanos. República é proclamada por
Yuan Chi Cai.
• Entretanto, a república chinesa não teve nenhuma efetividade, era corrupta, a
China não tinha tradição republicana. Há uma autentica quebra na unidade
nacional, muitas partes da China ignoram a república, voltando quase a época dos
reino combatentes. Sua unidade é puramente nominal e quem passa a controlar a
China são as oligarquias regionais e locais, os chamados senhores da Guerra.
• A situação da China muda um pouco com a Primeira Guerra Mundial. Conseguiu
acumular certa quantidade de divisas e uma industrialização nacional por
substituição das importações. Forma-se, no sudeste, uma burguesia
autenticamente chinesa, com interesses autenticamente chineses. A Guerra afastou
os europeus da China, dando espaço para os chineses se organizarem um pouco
mais. O fim da guerra dá alguma expectativa para os Chineses com os 14 pontos
de Wilson, que pregava a autodeterminação dos povos. Outra questão que dava
mais esperança aos chineses era revolução russa, que mexeu com toda a Ásia. A
imagem da revolução russa era diferente da percepção ocidental. Para os asiáticos
a revolução russa foi uma revolução anti-colonialista, pela qual um país asiático
se tornava independente. Algo que reforça essa imagem é o fato de a Rússia ter
tornado sem efeito os tratados desiguais assinados com a Europa Ocidental.
• Termina a Guerra e a conferencia de paris é iniciada. O que se passa. Os japoneses
exigem que as áreas de influencia da Alemanha na China passassem para eles, o
que revolta a China. Em 4 de maio de 1919, os estudantes em Pequim saem as
ruas e vão ganhando apoio dos trabalhadores. A universidade de Pequim tornava-
se um local muito importante culturalmente na China, foi o epicentro do
nacionalismo no país. Esse movimento torna-se muito importante para a História
chinesa que fica conhecido como Movimento 4 de maio de 1919. Para os
Chineses, esse movimento inaugura a China Moderna é quando o sentimento
nacionalista se mostra forte. É desse movimento que irão sair as lideranças do
partido comunista chinês e do Kuomitang.
• A república Chinesa fica a deriva até 1924. Esse ano é interessante para todo o
mundo. É quando é aplicado o Plano Dowes na Alemanha, que pos fim a Hiper
inflação alemã e reestabelece a confiança do sistema capitalista que volta a
crescer. Diante da retomado do sistema capitalista, na União Soviética passou-se a
falar de socialismo em só país, o mais importante era preservar os alicerce do
Estado soviético, passa a buscar alternativas para sair do isolamento em que se
encontravam. Dessa forma a internacional comunista, de 1919, aproxima-se de
Sum iat Tsen, desiludido com o ocidente. Tsen viu na União Soviética a única
parceria possível para a reestruturação da China. Abre-se um diálogo entre Tsen e
a internacional, que dá origem a uma frente unida anti-imperialista, que se dá nos
seguintes termos:
o Cria-se uma agenda política. Os soviéticos se comprometem em
reorganizar o Kuomitang, a criar uma academia militar para formar um
novo exército e apoiar Sum Iat Tsen a reunificar a China. Como fariam
isso. Tornam o Kuomitang, centralizado, igual ao partido Bolchevic.
o Em 1925, Sum Iat Tsem morre e o seu lugar é ocupado por seu cunhado,
Shan Kai Sheck, que se torna líder do Kuomitang.
o Em 1926, com militares treinados e Shan Kay Sheck no comando, é
lançada a chamada Missão ao Norte, que deveria submeter os senhores da
guerra, oligarquia locais, e promover a reforma agrária, reunificando a
China.
o Entretanto, ao fazer a campanha ao Norte, Shan Kai Sheck, ao invés de
fazer a guerra, negociou-se com as oligarquias rurais suas submissões ao
poder central e em troca não fez a reforma agrária.
o O partido comunista chinês, criado em 1922, descontente programa uma
sublevação na cidade de Shangai e escolheram como senha um lenço
vermelho no pescoço. Houve conhecimento prévio do levante e Shan Kai
Sheck massacra os revolucionários. Esse episódio ficou conhecido como
Massacre de Shangai.
o O partido comunista procura reagir fazendo uma sublevação em Cantão,
que também é massacrado. Assim, Shan Kai Sheck consegue erradicar as
grandes células comunistas nas cidades da China.
o Alguns partidários comunistas, entretanto, conseguem fugir e vão para o
campo, onde iniciam um trabalho de organização política dos camponeses.
E o que projeta Mao TSE Tung é que a revolução comunista da China
deveria ser feita de maneira diferente, por meio da organização dos
homens no campo e não dos trabalhadores urbanos. Isso o afasta dos
Soviets.
o Mao entre 1928 e 1934, começa a formar as bases vermelhas e a primeira
é a base vermelha de Huhan. Em 1934, Sham Kai Skeck, tenta, com apoio
alemão atacar a base de Huhan e arrasa a base vermelha. Os comunistas
sem saída realizam uma retirada estratégica para o Norte, na direção de
Ieanan, iniciando a Longa Marcha.
o Em 1937, os Japoneses invadem a China, e os chineses comunistas
estabelecidos no norte procuram uma aliança com Shan Kai Sheck para
lutar contra o invasor japonês. Shan Kai Sheck inicialmente recusa, mas
acaba aceitando a aliança. Entre 1937 a 1945, a luta interna cessa para se
combater os japoneses.
o Em 1945, com os japoneses derrotados, Shan Kai Sheck já era um
importante chefe de Estado e tudo já estava acertado com as potencias
européias e os EUA para que ele fosse sue aliando na Ásia. Entretanto, os
comunistas haviam se fortalecido na luta contra o Japão. Diante da forca
do partido comunista, os aliando sugeriram a Shan Kai Sheck formar um
governo de coalizão, assim como foi feito na Itália e na Franca. A
diferença é que os partidos comunistas italiano e francês depuseram as
armas, mas o chinês não as depôs. Em 1946, Shan Kai Sheck inicia a
guerra Civil, já no contexto da guerra Fria, e os EUA apóiam-no.
o Em 1949, os comunistas ganham a guerra civil chinesa. Shan Kai Sheck
foge para Taiwan.
o Os EUA não reconhecem a república popular da China, o que ocorre até
1971, quando a república popular da China é introduzida no Conselho de
Segurança da ONU.
o Em 1949, a China estava economicamente falida devido o longo período
de guerras. Os EUA não conseguiram se aproximar do governo chinês,
que ficou isolado, tendo como única saída a URSS. Em 1950, foi assinado
um acordo entre China e URSS, essa aproximação não era algo natural, os
soviéticos acreditavam ser os líderes do movimento comunista e queriam
que a China estivesse sob sua influência, mas os chineses não viam dessa
forma. O modelo soviético de socialismo não se ajustava as condições
chinesas, um projeto de industrialização em detrimento de uma revolução
agrícola não era possível para a China, uma vez que a base do movimento
chinês era camponesa.
o As coisas começaram a ficar difíceis em 1956, no XX congresso do
partido comunista, quando Krushov critica os crimes estalinistas, o que a
China não aceitava. Para piorar, o governo chinês não concordava com a
tese da coexistência pacífica com o ocidente. Há uma disputa entre os dois
sobre a ortodoxia teórica do comunismo, que se torna mais intensa depois
de 1956. O discurso de Krushov quebra a unidade comunista, é aí que os
partidos comunistas começam a se fragmentar.
o Em 1957, os Chineses lançam um movimento chamado de cem flores.
Que cem flores desabrochem e que mil idéias floreçam, que se dê
liberdade para que se pudessem pensar outras formas de comunismo.
o O partido comunista Chinês também não era totalmente unificado. Havia o
grupo dos idealistas, liderados por Mao Tse Tung, que prezava a formação
ideológica de um novo homem, despregado dos valores comunistas e
havia os produtivistas, liderados Deng Shao Ping, que acreditavam que
uma revolução comunista só poderia ser exitosa se, no plano econômico,
pudesse ser também capaz de proporcionar crescimento. Essas duas
correntes se antagonizam até 1976, ano da morte de Mao
o Em 1958, foi lançado o grande salto adiante, marcando o afastamento
entre URSS e China. Proposta por Mao, era um plano que pretendia a
reformulação da sociedade e da família chinesa e criava as comunas
familiares. Esse plano, já em 1961, foi considerado um fracasso, que
reduziu o PIB chinês.
o A partir de 1961, os produtivistas passaram a ser predominantes. Em 1966,
os idealistas voltam a ser predominantes e iniciam a chamada Revolução
cultural, que se estende até 1974, quando perde impulso.
o A Revolução Cultural foi ainda mais radical que o grande salto a diante.
Tinha a intenção de suprimir as diferenças entre trabalho intelectual e
manual.
o No início dos anos 70, as necessidades econômicas se tornam prementes e
a China começa a negociar com os EUA, sua entrada no CS da ONU.
o Em 1978, a linha idealista é colocada totalmente fora do jogo e a linha
produtivista é alçada ao comando do partido comunista chinês com Deng
Shao Ping, que inicia a chamada Quatro Modernizações. Modernização do
exército, da agricultura, da economia industrial e da tecnologia. A China
começa então um processo de abertura, o chamado socialismo de mercado.
• Após 1945, o mundo passa para um sistema internacional bipolar. O poder está
distribuído de forma que são as duas superpotências decidem os rumos do mundo.
Esse sistema é bipolar, porque as duas superpotências alimentam programas
opostos. Os EUA defendem preceitos liberais, livre-comércio, a URSS defende
um programa socialista, com uma economia planificada. Ambos se percebem
como ameaças um ao outro. Esse antagonismo chamamos de guerra fria, que não
se transforma em guerra, devido a grande capacidade destrutiva das duas partes.
Assegurada a capacidade de destruição mútua (MAD), o equilíbrio do terror
impede que os dois cheguem as vias de fato. Assim a guerra fria é travada no
campo da propaganda.
• A bipolaridade, entretanto, não se manteve a mesma ao longo de todo esse
período. Há um período de bipolaridade rígida que vai de 1947 a 1953.
Caracterizada por dois blocos que não têm comunicação diplomática um com
outro. Ambos os lados consideravam que a terceira guerra mundial poderia
ocorrer a qualquer momento. A Bipolaridade vai perdendo sua rigidez a partir de
1953, com a morte de Stalin e com o fim da guerra da Coréia, e em 1956 é o ano
do XX Congresso do Partido Comunista da URSS e da crise de Suez. No XX
Congresso é anunciada a coexistência pacífica por Nikita Krushov, que denuncia
os crimes de Stalin. Isso causou dissensões no partido comunista. A partir desse
discurso iniciou-se na Europa Oriental por uma maior margem de liberdade (na
Alemanha Oriental, na Polônia e na Hungria). Outro momento importante foi o
ano de 1962, com a crise dos mísseis em Cuba. Após a crise, foram estabelecidas
regras não escritas que passaram a regular as relações bilaterais. Comprometeram-
se a dialogar, os EUA prometeu não invadir Cuba e a URSS retirou os mísseis de
Cuba. Os chineses não aceitaram a retirada dos mísseis que a URSS fez, o que
azeda a relação entre URSS e China. A crise dos Mísseis marca o início da
Detante, que vai até 1979, com a invasão Russa no Afeganistão.
• Em 1963, foi assinado o tratado de Moscou, que proibia os testes nucleares no
fundo do mar e no espaço. Foi o primeiro acordo dos EUA com a URSS no
âmbito nuclear.
• Em 1968 entra em vigor o TNP, tratado de não-proliferação. Resultado da
cooperação entre EUA e URSS.
• A partir de 68, pode-se falar sobre uma segunda fase da detante. Até 68, a detante
foi espontânea, resultado da crise dos mísseis. Mas a partir de 68, com Nixon e
Henry Kinssinger, tinham um programa para detante, Chamado o pentagrama de
Kinssinger. Nessa época de Nixon, os EUA viviam uma crise de confiança, com o
Vietnã e a crise econômica. Nixon foi eleito prometendo retirar os EUA do Vietnã.
Kissinger formou uma convicção de que a única possibilidade de paz no mundo
era a restauração do equilíbrio de poder. Era necessário negociar com a URRS,
uma vez que os EUA não tinham mais o mesmo poder da década de 50. Kissinger
convidava o Japão e a Europa a participar do sistema de segurança coletiva mais
ativamente, aumentando suas despesas militares. Kissinger também procurou se
aproximar mais da China, para que se dividisse o mundo comunista,
enfraquecendo a URSS. Essa aproximação da China ficou conhecida como
diplomacia do Ping-Pong. A China volta ao conselho de segurança em 1971, mas
as relações diplomáticas com a China só foram restabelecidas formalmente, em
1979, com Jimmy Carter. O Brasil retoma relações diplomáticas plenas com a
China em 1974. Foi nesse contexto que nosso embaixador Araujo Castro
desenvolveu a tese do congelamento do poder mundial. Para Sombra Saraiva
então a detente só teria começado com Henry Kissinger.
• Em 1972, é assinado o SALT, limitando o desenvolvimento de armas estratégicas.
• Sombra Saraiva, entretanto, possui uma cronologia diferente vista da periferia.
Acredita que a guerra fria foi de responsabilidade americana e tinham razoes
fundamentalmente econômicas. O Estado norte-americano depois da segunda
guerra age no sentido de abrir caminho para os interesses econômicos. A URSS
não tinha intenção de invadir ninguém. Criando a guerra fria, os americanos
justificaram os gastos militares. Essa era uma visão revisionista que se
desenvolveu ao final dos 60 e que orientou Sombra Saraiva em sua obra e
periodização.
o Primeira Guerra Fria – 1947 a 1955. Chama esse período de anos quentes
da guerra fria (aquilo que anteriormente foi denominado bipolaridade
rígida). Como exemplos desse período, devemos incluir a guerra da Coréia
e a Crise de Berlim.
o Convivência pacífica – 1955 a 1968. Aqui retira-se a importância da crise
dos mísseis de 1962. A détente, para Sombra Saraiva, só começa em 1969.
O autor dá maior importância a agosto de 1955, devido a Conferência de
Bandung.
Bandung foi um acontecimento internacional importante, porque
está na raiz de dois movimentos de nosso tempo. O primeiro foi a
descolonização da África e o segundo foi a criação dos
movimentos dos países não alinhados em Belgrado em 1961. A
descolonização na África começa com a independência de Gana
em 1957. Foi uma conferencia de países afro-asiáticos que tinha
por motivação o seguinte.
• A independência política era importante, mas não era
suficiente para responder as grandes expectativas política
que seus povos nutriam. Era necessário promover o
desenvolvimento. Porém consideravam que esse
desenvolvimento era impedido por uma ordem
internacional injusta, era premente alterar a ordem
internacional. A bipolaridade e a guerra fria eram imensos
obstáculos no caminho desses países recém independentes.
Por isso a convocação de uma conferencia internacional. A
idéia nasce de indianos, chinês e indonésios. A idéia inicial
foi o acordo feito por indianos e Chineses em 1954, por
razão das fronteiras do Tibet. Nessa ocasião foram
elaborados os 5 princípios da boa conduta, que mais tarde
ficaram conhecidos como os cinco princípios da
convivência pacífica. Bandung seria orientada por esses
princípios. Eram eles:
o Respeito mútuo da integridade territorial e da
soberania.
o Não-agreção mútua.
o Não intervenção nos problemas internos.
o Igualdade de direitos e vantagens mútuas.
o Coexistência pacífica.
• Pensou-se convidar a América Latina, mas achava-se a
região um satélite dos EUA. Da África Negra compareceu
somente Gana. O restante foram todos asiáticos e africanos
mediterrâneos.
Bandung em seu resultado final foi uma reprodução ampliada dos
5 princípios que orientaram o acordo entre China e Índia sobre as
fronteiras do Tibet. Serviu como um chamado as Nações Unidas
para dar prosseguimento a descolonização, para dar fim ao racismo
e para promover o desenvolvimento. Bandung não produz
resultados práticos no curto prazo, mas teve muita força simbólica
e política. Reforça a posição neutralista, sem alinhamento a
bipolaridade então em voga, pregava a idéia de cada país poder
buscar seu caminho.
Bandung abre um novo espaço, que juntamente com as teorias da
CEPAL, irão resultar na criação da UNCTAD. A UNCATD é muito
importante, porque muda a própria orientação da ONU, que
reconhece a problemática do desenvolvimento como legitima.
Portanto, o eixo das relações internacionais que até agira foram
pautados na defesa e na segurança, no eixo Leste – Oeste, passa a
ser divido com o eixo Norte – Sul, relativo aos desígnios de
desenvolvimento.
Para Sombra Saraiva, a conferência de Bandung é, portanto, mais
importante do que a crise dos mísseis.
DESCOLONIZAÇÃO - ÁFRICA
OBS: Du Bois was the most prominent intellectual leader and political activist on behalf
of African Americans in the first half of the twentieth century. A contemporary of Booker
T. Washington, he carried on a dialogue with the educator about segregation, political
disfranchisement, and ways to improve African American life. He was labeled "The
Father of Pan-Africanism."
Along with Washington, Du Bois helped organize the "Negro exhibition" at the 1900
Exposition Universelle in Paris. It included Frances Benjamin Johnston's photos of
Hampton Institute's black students.[14] The Negro exhibition focused on African
Americans' positive contributions to American society.[14]
In 1905, Du Bois, along with Minnesota attorney Fredrick L. McGhee[15] and others,
helped found the Niagara Movement with William Monroe Trotter. The Movement
championed freedom of speech and criticism, the recognition of the highest and best
human training as the monopoly of no caste or race, full male suffrage, a belief in the
dignity of labor, and a united effort to realize such ideals under sound leadership.
The alliance between Du Bois and Trotter was, however, short-lived, as they had a
dispute over whether or not white people should be included in the organization and in
the struggle for civil rights. Believing that they should, in 1909 Du Bois with a group of
like-minded supporters founded the National Association for the Advancement of
Colored People (NAACP).
In 1910, Du Bois left Atlanta University to work full-time as Publications Director at the
NAACP. He also wrote columns published weekly in many newspapers, including the
Hearst-owned San Francisco Chronicle as well as the African American Chicago
Defender, the Pittsburgh Courier and the New York Amsterdam News. For 25 years, Du
Bois worked as Editor-in-Chief of the NAACP publication, The Crisis, then subtitled A
Record of the Darker Races. He commented freely and widely on current events and set
the agenda for the fledgling NAACP. The journal's circulation soared from 1,000 in 1910
to more than 100,000 by 1920.[
Du Bois was invited to Ghana in 1961 by President Kwame Nkrumah to direct the
Encyclopedia Africana, a government production, and a long-held dream of his. When, in
1963, he was refused a new U.S. passport, he and his wife, Shirley Graham Du Bois,
became citizens of Ghana. Contrary to some opinions (including David Levering Lewis's
Pulitzer Prize winning biography of Du Bois), he never renounced his US citizenship,
even when denied a passport to travel to Ghana. Du Bois' health had declined in 1962,
and on August 27, 1963, he died in Accra, Ghana at the age of ninety-five, one day before
Martin Luther King, Jr.'s "I Have a Dream" speech.[2] At the March on Washington, Roy
Wilkins informed the hundreds of thousands of marchers and called for a moment of
silence.[
• O Pan-africanismo é formado por negros de classe média. Não era um
instrumento de confrontação, mas de diálogo entre os africanos.
• Em 1963, há a criação da OUA (Organização da Unidade Africana),
representando o clímax do pan-africanismo. Em 1999, a OUA foi substituída pela
UA (União Africana), compreendendo 53 países. A UA possui um parlamente,
sendo que cada Estado nomeia 5 deputados.
• A OUA desempenhou um papel importante nos anos 60. Por meio do princípio da
intangibilidade das fronteiras. As fronteiras africanas não foram estabelecidas
como resultados das vontades africanas, de modo que os povos se distribuem
nessas fronteiras de maneira um tanto arbitrária. O grande temor era que houvesse
o abandono das fronteiras estabelecidas pelos Europeus e se buscasse delimitar
novamente os Estados africanos. Isso legaria a áfrica a uma guerra sem fim.
Portanto, houve o compromisso de que manteriam as fronteiras estabelecidas pelo
colonizador. Esse princípio é respeitado até hoje.
• Essa situação muda muito com a Segunda Guerra mundial, porque, houve uma
ampla mobilização africana. Muitos africanos pegaram em armas para defender a
Europa ou se viram pressionados para abastecer as economias metropolitanas. As
sociedades africanas entram na guerra. O próprio Hitler ajudou a redefinir os
conceitos raciais, o racismo desenfreado ajuda a enxergar que havia alguns
brancos mais brancos do que outros e que as metrópoles como Franca e Bélgica
não eram invencíveis. O mito do homem branco cai por terra. Quando a guerra
termina há uma mudança na correlação de forcas do mundo, passa existir um
sistema bipolar com centros de poder fora da Europa.
• A segunda guerra também gerar conseqüências indiretas na África. A questão
ideológica exerce também influencia com o socialismo. A Segunda guerra acaba
com o liberalismo conservador ortodoxo, com o início do Estado de bem-estar
social. Tudo isso se reflete na África com a criação de sindicatos e partido
políticos. Há um processo de renovação cultural na África que se traduz em
organizações políticas diversas.
• Em contra mão de tudo isso, durante a e após a guerra, as metrópoles tinham
como política a manutenção dos impérios coloniais. Essas colônias seriam a
grande forma de recuperar as economias centrais. Durante a guerra os
administradores coloniais foram assediados por Vichy e por De Gaule para se
aliarem a um ou a outro lado. Em 1941, houve a reunião de Trajaville, De Goule
pede ajuda aos administradores coloniais para combater os alemães.
• Fatores extra-africanos que favorecem a descolonização.
• Após as independências.
o Os movimentos de libertação nacionais eram grupamentos heterogêneos.
Assim, quando o inimigo comum desaparece os africanos enfrentaram
problemas. Como dar voz a esses diversos grupos de tendências políticas
diferentes. Os africanos procuraram contornar isso, transformando os
movimentos de libertação nacional em partido único, para se tentar manter
a unidade da época das lutas coloniais. Para justificar esse esforço, os
africanos desenvolveram uma teoria chamada socialismo africano, que
continha o seguinte discurso. Quando os europeus chegaram a África, os
africanos viviam em socialismo comunitário e que os europeus tentaram
destruir isso para introduzir o capitalismo. Mas os africanos rejeitaram o
capitalismo, uma vez que esse foi um instrumento da espoliação da África
e, portanto, voltaria a seu passado socialista comunitário. Por que inventar
um socialismo africano cheio de meandros e não se filiar diretamente ao
socialismo marxista.
Em primeiro, lugar a idéia de uma revolução realizada por
trabalhadores fabris era impossível para a realidade africana que
tinha sua economia baseada na agricultura e no extrativismo
mineral.
Quando Krushov fez a desestalinizacao não havia mais espaço para
a criação de um modelo soviético.