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FUNDAMENTOS DA EAD

Conceitos e Fundamentos:
- O decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o art. 80 da LDB (Lei
nº 9.394), expressou o conceito de EAD:

* Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem com


a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em
diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados
pelos diversos meios de comunicação. Parágrafo Único – Os cursos ministrados sob a
forma de educação a distância serão organizados em regime especial, com flexibilidade
de requisitos para admissão, horários e duração, sem prejuízo, quando for o caso, dos
objetivos e das diretrizes curriculares fixadas nacionalmente (Dec 2494/ 1998). O
decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamentou o artigo 80 da Lei de
Diretrizes e Base da educação nacional, assim expressou o conceito de educação a
distância:

* Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade


educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos (Dec 5622, 2005)

Papéis dos atores nos processos de EAD:


- as TICs, cada vez mais rápidas e integradas, alteraram o conceito de presença e
distância e com isso, também foram alteradas as formas de ensinar e aprender;

- sai a figura do professor como centro da informação para incorporar novos papéis
como os de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador;

- sai o aluno individual para incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, de que


aprendemos também juntos, de que participamos de e contribuímos para uma
inteligência cada vez mais coletiva;

- prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que forem


concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de horas,
de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou certificação
com organizações acadêmicas e corporativas nacionais e internacionais.

O Modelo industrial da EAD, segundo Moran (RICARDO, Educação Corporativa e


Educação a Distância. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2005):
- muitos cursos são pura instrução programada; são textos com atividades e avaliação
com testes de múltipla escolha;

- o problema dos cursos corporativos ainda é a crença de que um bom conteúdo ou um


profissional de renome resolvem. Em parte, sim. Um bom conteúdo ajuda, mas estudar
sozinho requer muito mais do que isso. Há cursos que são vídeos sonolentos, palestras
ilustradas com PowerPoint. Há outros que são produzidos nos Estados Unidos ou em
outros países. São traduzidos, mas não adaptados. Para muitos profissionais, se os
cursos são longos, se tornam insuportáveis e desistem com freqüência;

- muitas empresas pensam no e-learning como uma forma de cortar custos de


treinamento. Mas o e-learning de qualidade é caro, como qualquer processo de ensino
sério. Os bons profissionais são escassos, principalmente nas questões pedagógicas, em
como ajudar os alunos a aprender. Muitos educadores não têm a prática e a flexibilidade
para trabalhar com novas metodologias, com muitos alunos simultaneamente, com
tecnologias integradas. Os investimentos, principalmente os iniciais, são imensos;

- Um dos espaços onde a educação mais cresce é nas empresas: a educação corporativa.
Estima-se que, nos Estados Unidos, em 2010, o número de universidades corporativas
ultrapasse o das universidades tradicionais. A multiplicação das Universidades
Corporativas possibilitará a tão sonhada integração escola-empresa, já que são inúmeros
os "exemplos de parcerias estratégicas e inovadoras entre as universidades corporativas
e as instituições de ensino superior";

- segundo divulgação do Congresso e-Learning Brasil/ 2003 250 grandes corporações


que atuam no Brasil já utilizam a tecnologia para o treinamento dos funcionários,
especialmente nas áreas de Vendas, Marketing e Tecnologia da Informação;

- do universo de empresas brasileiras pesquisadas (118, em 2004), 70% estão de alguma


forma envolvidas com o dimensionamento ou a aplicação prática de soluções de e-
Learning;

- As corporações saíram na frente no e-learning, pressionadas pela competição, pelo


corte de custos no treinamento e pela necessidade de atualização constante;

Gerações de EAD
1ª Geração – Textual, isto é, Ensino por correspondência. Modalidade que marca o
início da EAD em todo o mundo e principalmente no Brasil, na primeira metade do
Século XX. Exemplos:

- a Rádio-Escola Municipal no Rio de Janeiro, criada em 1934 por Roquete Pinto, cujo
contato administrativo e pedagógico com os alunos, com a utilização de folhetos e
esquemas das aulas, era realizado por correspondência;
- o Instituto Universal Brasileiro (IUB), criado em 1939 em São Paulo, que oferecia
cursos por correspondência em corte e costura, mecânica, contabilidade e fotografia,
dentre outros.

2ª Geração – Analógica, com o uso da Teleducação / Telecursos. Modalidade que surge


no Brasil no final dos anos 70, com transmissão de aulas ou veiculação de programas
educacionais pré-gravados por emissoras educativas. Modalidade que preserva o uso de
material impresso. Incorpora o uso da televisão e de vídeo-aulas, audiocassetes e
sistemas de telefonia. Exemplos:

- o Projeto Minerva, na década de 70, que oferecia cursos por correspondência para o
nível básico, utilizando o rádio e apostilas;

- até a década de 70, a EAD na Brasil funcionava basicamente usando-se uma


conjugação do ensino por correspondência e o rádio.

3ª Geração – Digital, Ambientes Interativos. Modalidade que inova pelo uso de redes
de comunicação interativas, como a Internet e os sistemas de videoconferência.
Modalidade que incorpora as mídias anteriores e cria oportunidades para um
aprendizado cooperativo “online”.

Características:

- o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC;

- o sistema em rede propiciado pelos computadores – viabilizado pelas TICs;

- a formação de comunidades virtuais de aprendizagens e das cidades virtuais;

- um novo cenário, um cenário digital, um cenário que conecta indivíduos de um


extremo a outro;

- propagação do conhecimento, antes centralizada em poucos locais, assumiu um caráter


mais flexível;

- alteração dos conceitos teóricos acerca da aprendizagem, do ensino, da educação e da


avaliação de aprendizagem, tais como a postura do professor, que será um gerenciador,
um facilitador da aprendizagem. Em relação ao aluno, ele terá que ter habilidades
específicas, como a disciplina e a autonomia;

- a 3ª Geração"valoriza a iniciativa pessoal, o autodidatismo, o papel do professor como


orientador, a necessidade de uma organização criteriosa do material didático e uma
visão global do conhecimento” (NISKIER, 1999);

- na EAD cada nova tecnologia não descarta as anteriores, pois os diversos recursos se
complementam. Exemplo:
* a convivência da utilização do rádio na Amazônia com as últimas e modernas
invenções de interatividade que a tecnologia digital propicia: e-mail, fórum, chat e
videoconferência, dentre outras;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALAVA, Seraphin. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas


educacionais? Porto Alegre: Artmed, 2002.

ALVES, João Roberto Moreira. Educação a distância e as novas tecnologias de


informação e aprendizagem. In DIAS, Rosilânia Aparecida. A educação a distância em
movimento: interação e interatividade em cursos online.UCP Petrópolis: 2006.
Disponível em: http://www.engenheiro2001.org.br/programas/980201a1.htm>. Acesso
em: 11 maio 2006.

BRASIL, Lei Nº 9.394 – Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 20 de


Dezembro de 1996.
BRASIL. Lei Nº 9.786, de 08 de fevereiro de 1999. Dispõe sobre o Ensino no Exército
Brasileiro e dá outras providências. In: Diário Oficial da União, Brasília, 09 de fevereiro
de 1999.
LÉVY, P. Cibercultura. 2. ed, São Paulo: editora 34, 2001.
NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e
estratégias a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São
Paulo: Loyola, 1999.

RICARDO, Eleonora Jorge (org.). Educação Corporativa e Educação a Distância. Rio


de Janeiro: Editora Qualitymark, 2005

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