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TRIBUNAL DE éONiAS DO EST1S~cret do Tribunal Pleno
Processo Te N° 01977/06

Prestação de Contas do Fundo Municipal de


Saúde de Alagoa Grande sob a
responsabilidade da Senhora Flávia Lira da Paz
Ferreira. Julgamento irregular. Aplicação de
multa à gestora. Recomendações.

ACÓRDÃO APL TC

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 01977/06, referente à


Prestação de Contas do Fundo Municipal de Saúde de Alagoa Grande, exercício de 2005, de
responsabilidade da Senhora Flávia Lira da Paz Ferreira, ACORDAM os integrantes do Tribunal de
Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão plenária, hoje realizada, em: a) julgar
irregular a prestação de contas do Fundo Municipal de Saúde do Município de Alagoa Grande,
exercício de 2005; b) aplicar a multa de R$ 1.000,00 à gestora nos termos do que dispõe os incisos I e
VI do art. 56 da LOTCE; c) assinar ao mesmo o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o seu
recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira
Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não
recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da
PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; d) recomendar à gestora do Fundo
Municipal que evite as falhas contábeis detectadas.
Assim decidem levando em consideração o seguinte:
As despesas não empenhadas no exercício referente à folha de pagamento do mês de dezembro
de 2005 foram contabilizadas no exercício seguinte como despesas de exercícios anteriores, ferindo a
legislação, vez que não se trata daqueles gastos previstos no artigo 37 da Lei 4.320/64.
A insuficiência de recursos para honrar compromissos de curto prazo, desencadeia um
desequilíbrio que pode comprometer a saúde financeira do Fundo Municipal. Cabe, portanto,
recomendações no sentido de que haja um melhor planejamento dos custos das ações a serem realizadas
e um maior cuidado na previsão de receitas. Saliente-se que estas falhas foram verificadas pela
Auditoria, também nos exercícios de 2002 e de 2003 e 2004. As recomendações do Tribunal sobre essa
questão foram feitas em 2005, antes, portanto, do fechamento da presente Prestação de Contas. Não
podendo a gestora alegar desconhecimento da matéria. No exercício foram constituídos débitos, sem
lastro financeiro, no montante de R$ 15.609,13, porém adicionando-se os débitos constituídos em outros
exercícios, chega-se ao valor total de R$ 324.310,09.
A interessada não providenciou a correção do demonstrativo da dívida, permanecendo, por
conseguinte, a falha no balanço patrimonial. Cabem recomendações no sentido da não repetição da
falha.
Não foram realizadas retenções de contribuições previdenciárias dos servidores para posterior
repasse aos órgãos competentes. A interessada alega que pagou as folhas de pessoal pelo valor líquido e
empenhava as contribuições dos empregados como obrigações patronais, repassando os valores à
Prefeitura. Tal alegação não procede, pois, o valor das obrigações patronais, registrado na PCA, não é
suficiente sequer para cobrir os valores devidos no mencionado elemento.
As alegações de que os recolhimentos dos impostos por parte dos fornecedores eram realizados
diretamente na Prefeitura sendo contabilizadas como contribuições não foram comprovadas, devendo a
atual gestão adotar providências no sentido de cobrar tributos eventualmente não recolhidos.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC N° 01977/06

Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, em JCde 4G":~:,-Lte..:de2008.

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Ana Terê;'- Nóbrega - -- 1
Procuradora Geral
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC N° 01977/06

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos do Processo TC N° 01977/06, referente à Prestação de Contas do


Fundo Municipal de Saúde de Alagoa Grande, exercício de 2005, de responsabilidade da Senhora
Flávia Lira da Paz Ferreira.
Após análise preliminar, a Auditoria destacou as seguintes irregularidades:
1. falta de empenho de parte das despesas de pessoal de competência do exercício,
descumprindo o princípio da competência da despesa pública;
2. insuficiência financeira para cumprir as obrigações inscritas em restos a pagar;
3. falha na apuração da dívida acarretando incorreção do Balanço Patrimonial;
4. emissão indevida de REO e RGF pelo fundo Municipal de Saúde, quando as informações do
órgão deveriam ser consolidadas no REO da Prefeitura e no RGF do Poder Executivo;
5. inexistência de contabilização de retenções (INSS, IRRF, ISS e outras) nos pagamentos das
folhas de pessoal e serviços de terceiros, acarretando falha no balanço financeiro,
demonstrativo da dívida flutuante e demonstrativo de recursos não consignados no
orçamento.

Notificada, a interessada apresentou defesa de fls. 196/217.


Ao analisar a defesa, o órgão técnico considerou sanada a irregularidade referente à emissão
indevida de REO e RGF pelo Fundo Municipal de Saúde, permanecendo com o entendimento
inicial quanto às demais falhas.
Instada a se manifestar, a Procuradoria, em Parecer da lavra do Procurador André Carlo
Torres Pontes, opina pela regularidade com ressalvas da prestação de contas e recomendações.
É o Relatório.

átiro Fernandes
ator
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC N° 01977/06

VOTO

As despesas não empenhadas no exercício referente à folha de pagamento do mês de


dezembro de 2005 foram contabilizadas no exercício seguinte como despesas de exercícios
anteriores, ferindo a legislação, vez que não se trata daqueles gastos previstos no artigo 37 da Lei
4.320/64.
A insuficiência de recursos para honrar compromissos de curto prazo, desencadeia um
desequilíbrio que pode comprometer a saúde financeira do Fundo Municipal. Cabe, portanto,
recomendações no sentido de que haja um melhor planejamento dos custos das ações a serem
realizadas e um maior cuidado na previsão de receitas. Saliente-se que estas falhas foram
verificadas pela Auditoria, também nos exercícios de 2002 e de 2003 e 2004. As recomendações do
Tribunal sobre essa questão foram feitas em 2005, antes, portanto, do fechamento da presente
Prestação de Contas, não podendo a gestora alegar desconhecimento da matéria. No exercício foram
constituídos débitos, sem lastro financeiro, no montante de R$ 15.609,13, porém adicionando-se os
débitos constituídos em outros exercícios, chega-se ao valor total de R$ 324.310,09.
A interessada não providenciou a correção do demonstrativo da dívida, permanecendo, por
conseguinte, a falha no balanço patrimonial. Cabem recomendações no sentido da não repetição da
falha.
Não foram realizadas retenções de contribuições previdenciárias dos servidores para
posterior repasse aos órgãos competentes. A interessada alega que pagava as folhas de pessoal pelo
valor líquido e empenhava as contribuições dos empregados como obrigações patronais, repassando
os valores à Prefeitura. Tal alegação não procede, pois, o valor das obrigações patronais, registrado
na PCA, não é suficiente sequer para cobrir os valores devidos no mencionado elemento.
As alegações de que os recolhimentos dos impostos por parte dos fornecedores eram
realizados diretamente na Prefeitura sendo contabilizadas como contribuições não foram
comprovadas, devendo a atual gestão adotar providências no sentido de cobrar tributos
eventualmente não recolhidos.
Ante o exposto, voto no sentido de que o Tribunal: a) julgue irregular, a prestação de
contas do Fundo Municipal de Saúde do Município de Alagoa Grande, exercício de 2005 de
responsabilidade da Senhora Flávia Lira da Paz Ferreira; b) aplique a multa de R$ 1.000,00 à
gestora nos termos do que dispõe os incisos I e VI do art. 56 da LOTCE; c) assine à mesma o prazo
de 60 (sessenta) dias para efetuar o seu recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria
Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição
Estadual; d) recomende à gestora do Fundo Mu .. _ q evite as falhas contábeis detectadas.

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