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TRIBUNAL D~S DO ESTADO#rretar .:'~o Tribun:1 Pleno -

Processo Te N o 02549/07

Prestação de Contas Anuais da Câmara


Municipal de Campina Grande, sob a
responsabilidade do Vereador Romero
Rodrigues Veiga. Julgamento regular com
ressalva. Assinação de prazo para a
cobrança de contribuições previdenciárias
não retidas. Recomendação.

ACÓRDÃO APL TC I cz..A k ~ I


Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02549/07, referente a
Prestação de Contas da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campina Grande, exercício
de 2006, sob a responsabilidade do senhor Romero Rodrigues Veiga.

ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade,


averbando-se impedido o Conselheiro Fernando Rodrigues Catão, em sessão plenária hoje
realizada, em: a) julgar regular com ressalva a Prestação de Contas da Mesa Diretora da
Câmara Municipal de Campina Grande, relativa ao exercício de 2006, sob a responsabilidade do
senhor Romero Rodrigues Veiga; b) assinar ao atual Gestor o prazo de 60 (sessenta) dias para
que adote as providências necessárias à cobrança dos valores não retidos dos Vereadores, em
tempo próprio, a título de Contribuição Previdenciária, comprovando a este Tribunal as medidas
tomadas, sob pena de multa e outras cominações legais; c) recomende ao atual gestor para que
seja observada a legislação pertinente no sentido de evitar a repetição das falhas apontadas.

Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, e. 1~-1de ,rvvG ~~(,(;de 2008.

ConselheirQ"'(rrw~'5

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Conselheiro Substituto s
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Isabel~a!cio
Procuradora Geral em exercício
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N o 02549/07

o presente processo trata da Prestação de Contas Anual da Mesa Diretora da Câmara


Municipal de Campina Grande, sob a responsabilidade do senhor Romero Rodrigues Veiga,
relativa ao exercício de 2006.
O exame preliminar, procedido pelo órgão de instrução, destaca os seguintes aspectos:
1. a Prestação de Contas foi encaminhada no prazo legal;
2. a Lei Orçamentária Anual estimou as transferências para o Legislativo em R$
6.441.641,00 e fixou suas despesas em igual valor;
3. não foram observadas distorções quanto à execução orçamentária;
4. as remunerações dos vereadores se comportaram dentro dos limites impostos pela
legislação pertinente;
5. os gastos com pessoal não ultrapassaram os limites legais;
6. os gastos do Poder Legislativo corresponderam a 5,73% da receita do Município relativa
ao exercício anterior;
7. ausência de comprovação da publicação dos RGF e de compatibilidade de informações
entre o RGF e a PCA;
8. não realização de processos licitatórios;
9. ausência dos contratos de aquisição/prestação de serviços relativamente às despesas não
licitadas;
10. não justificativas para o registro nas receitas extra-orçamentárias do valor de R$
39.064,41 no Balanço Financeiro, e na Demonstração das Variações Patrimoniais;
11. não amortização de dívida perante o IPSEM;
12. ausência de registro, nos demonstrativos contábeis, da dívida da Câmara junto ao INSS;
13. existência de assistentes de vereadores em quantidade excessiva, contrariando o disposto
na Resolução n° 016/95, que trata da estrutura dos gabinetes dos Vereadores;
14. cargos de assistentes parlamentares preenchidos por familiares de Vereadores;
15. recebimento incorreto dos balancetes mensais da Prefeitura por parte do Presidente da
Câmara, por falta dos documentos de despesas, com declarações de que estava recebendo
a documentação;
16. não pagamento efetivo do salário mínimo nacionalmente unificado;
17. pagamento irregular de pensões a esposas de Ex-vereadores;
18. empenhamento e pagamento de despesas com juros, multas e correções por atraso no
pagamento de obrigações;
19. excesso de R$ 2.000,00, no pagamento de serviços de consultoria contábil
20. as obrigações patronais repassadas ao IPSEM foram registradas como despesas
orçamentárias;
21. divergência entre o valor total das transferências duodecimais apresentado na PCA e
aquele registrado no SAGRES;
22. divergência entre os valores recolhidos ao INSS, referentes aos meses de abril a
setembro, novembro, dezembro e 13°, constantes nas GPS e aqueles apresentados no
SAGRES;
23. não retenção pelos Vereadores da contribuição previdenciária ao INSS.
Processo Te N o 02549/07

Notificado, o interessado apresentou defesa de fls. 1.001/1.664.


Ao analisar os argumentos apresentados, o órgão técnico considerou sanadas apenas as
irregularidades referentes à incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA, pagamento
de pensões e excesso de gastos com consultoria contábil. Considerou ainda, o órgão técnico,
parcialmente elididas as irregularidades relativas a ausência de licitação cujo valor passou a ser
de R$ 344.207,70 e ausência de contratos para a aquisição/prestação de serviços. Com relação
aos demais aspectos, foi mantido o entendimento inicial.
Instada a se pronunciar, a Procuradoria em parecer da lavra do Procurador Geral em
exercício André Carlo Torres Pontes opinou pela irregularidade das contas com aplicação de
multas, declaração de atendimento parcial aos ditames da LRF, e recomendação.
Por solicitação da Assessoria do gabinete do relator, o interessado apresentou os
contratos de publicidade firmados durante o exercício, onde ficou demonstrado que foram
contempladas diversas empresas, e, ainda, cópias das fichas funcionais dos servidores e portarias
que lhes concederam gratificações, demonstrando que os referidos servidores estão à disposição
da Câmara, recebendo seus salários através do órgão de origem, e que receberam pela Câmara
apenas gratificações abaixo do salário mínimo.

É o Relatório.

Em 19 de novembro de 2008

CONS. SUBST. OSCAR ~~T1AGO MELO


RE~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N o 02549/07

Parte das despesas tidas como não licitadas no montante de R$ 180.045,67 se refere a
faturas de ligações telefônicas ocorridas durante o exercício, cujos contratos foram realizados
em exercício anterior, não cabendo a cobrança de licitação no exercício sob análise. Também
podem ser dispensadas de certames licitatórios as aquisições de material de consumo por se
tratarem de várias despesas de difícil previsão ocorridas durante todo o exercício, cujos valores
unitários não ultrapassaram o limite de dispensa. No caso da manutenção em software, os
pagamentos vêm desde exercícios anteriores, não tendo havido qualquer contestação do órgão
técnico quando da análise das contas daqueles exercícios, inclusive não se detectando qualquer
despesa não licitada. Saliente-se que o valor pago mensalmente, à empresa prestadora dos
serviços, não se alterou entre os exercícios de 2005 e 2006.
Restaram como não licitados gastos com publicidade no montante de R$ 121.300,00.
Despesas com as mesmas empresas também foram verificadas no exercício anterior, não
sendo questionadas pela Auditoria.
Com a apresentação de diversos contratos realizados no exercício, ficou demonstrado
que não houve intenção de burla ao procedimento e nem direcionamento aos contratados. Vale
ainda salientar que a maioria dos contratos foi realizada diretamente com as empresas de
divulgação, sem a interferência das agências de publicidade.
Deve o gestor adotar as medidas necessárias com vistas a regularização das receitas
extra-orçamentárias registradas no Balanço Financeiro com reflexo na Demonstração das
Variações Patrimoniais, identificando eventuais credores e/ou classificando as receitas em
rubricas próprias. Todavia, tal falha vem de exercícios anteriores e não demonstram prejuízos ao
erário.
a interessado alega que não efetuou o parcelamento e conseqüente amortização da
dívida junto ao IPSEM por falta de regulamentação da Lei que autorizou o parcelamento. Tendo
em vista que a Câmara não possui personalidade jurídica própria, a dívida junto à Previdência
Municipal deve ser quitada pela Prefeitura, que deve fazer os necessários descontos nas parcelas
de repasse dos recursos à Câmara Municipal. A questão do registro da dívida junto ao INSS foi
devidamente regularizada na PCA do exercício de 2007.
A matéria relativa aos atos de pessoal, pode ser tratada em processo específico, vez que
não conta dos autos que o problema se deu a partir do exercício sob análise ou que os atos foram
da responsabilidade do interessado.
Devido à quantidade de documentos de receitas e despesas gerados pela Prefeitura
Municipal de Campina Grande, toma-se impraticável o envio de toda documentação à Câmara
Municipal acompanhando os balancetes mensais. Deve, porém, haver um comum acordo para
que os comprovantes de despesas ou receitas solicitados por algum vereador sejam
disponibilizados por parte do Poder Executivo, obedecendo, desta forma, às normas legais.
Não cabe ao gestor a devolução de recursos por pagamentos de juros e multas de contas
da Câmara Municipal, mas deve haver um melhor planejamento e controle financeiro dos
gastos, visando evitar tais situações.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te N o 02549/07

As dívidas decorrentes da não retenção e conseqüente não repasse das contribuições


previdenciárias incidentes sobre as remunerações dos vereadores foram parceladas junto à
Receita Previdenciária Federal. Todavia, cabe assinação de prazo ao atual gestor para a adoção
de medidas com vistas a recuperar junto aos vereadores à época os valores não retidos em tempo
próprio, a título de contribuição dos empregados.
As demais falhas se referem a inconsistências contábeis e incompatibilidade de
informações entre a PCA e o SAGRES que devem ser corrigidas e evitadas as suas repetições.

Assim, VOTO no sentido de que o Tribunal: a) julgue regular com ressalva a Prestação
de Contas da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campina Grande, relativa ao exercício de
2006, sob a responsabilidade do senhor Romero Rodrigues Veiga; b) assine ao atual Gestor o
prazo de 60 (sessenta) dias para que adote as providências necessárias à cobrança dos valores
não retidos dos Vereadores, em tempo próprio, a título de Contribuição Previdenciária,
comprovando a este Tribunal as medidas tomadas, sob pena de multa e outras cominações
legais; c) recomende ao atual gestor para que seja observada a legislação pertinente no sentido
de evitar a repetição das falhas apontadas.

É o voto.

Em 19 de novembro de 2008

CONS. SUBST. OSCAR


RE~
m :ANflAGO MELO

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