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Processo Te N° 02213/06

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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Instituto de Previdência Municipal de


Pilões - IPAM Prestação de Contas do
exercicto de 2005. Prestação de Contas
considerada irregular.Aplicação de multa
Assinação de prazo. Recomendações.

I ACÓRDÃO APL - TC UfL(.l- /08

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02213/06,


referente à Prestação de Contas do Instituto de Previdência de Pilões, exercício de 2005,
ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão
plenária, hoje realizada, em: a) julgar irregulares, as contas do Instituto de Previdência Municipal
de Pilões, exercício de 2005, sob a responsabilidade do Senhor José do Rego Bezerra, Presidente; b)
aplicar a multa de R$ 2.805,10 ao gestor nos termos do que dispõe o inciso I e VI do art. 56 da
LOTCE; c) assinar ao mesmo o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o seu recolhimento ao
Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo
ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário
devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do
§ 4° do art. 71 da Constituição Estadual; d) assinar prazo de 60(sessenta) dias para que o atual
gestor do IPMC remeta a este Tribunal, documentos que comprovem a viabilidade da entidade ou
sugiram ao Poder Executivo Municipal a sua extinção; e) recomendar, ao gestor, a estrita
observância das disposições legais e normativas.
Assim decidem tendo em vista que, conforme demonstrado nos autos, a direção do Instituto
desobedeceu a diversas exigências contidas na legislação previdenciária federal.
A adequação da legislação municipal à Lei federal da Previdência já foi providenciada,
saneando as falhas neste aspecto quanto a exercícios futuros. Cabem recomendações para que a
Prefeitura adote as medidas sugeridas no plano atuarial, aplicando, além das alíquotas normais, um
percentual de amortização do passivo constituído durante os exercícios anteriores.
Parte das despesas administrativas do Instituto não foi financiada com recursos da
Previdência, tendo a Prefeitura repassado os recursos, especificamente, para este fim. Mesmo assim
restaram R$ 10.663,49 de despesas administrativas, pagas com recursos previdenciários,
representando 2,97%do valor da remuneração dos servidores efetivos do Município no exercício
anterior somadas às pensões pagas pelo Instituto no ano de 2004.
O Empenhamento das folhas de servidores do Instituto e aposentados e pensionistas se
deram sempre no mês dos pagamentos e não no período a que se referiam os gastos, ferindo o
princípio da competência e dificultando a análise dos gastos.
Os extratos de irregularidades anexados aos autos pela Auditoria se referem ao dia da
obtenção dos documentos, não mostrando a situação do Instituto no exercício de 2005. Vários
critérios que estavam irregulares na instrução inicial se encontravam regularizados quando da
apreciação de defesa e vice-versa. Assim, não há como dizer que quais os requisitos se
apresentavam não atendidos no exercício sob análise. Todavia cabe informar que o Instituto não
obteve o Certificado de Regularidade Previdenciária em 2005.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 02213/06

Para calcular o valor devido como repasse previdenciário pela Prefeitura ao Instituto, a
Auditoria considerou a folha de pagamento dos servidores efetivos no valor de R$ 845.729,85,
porém, como se pode colher das fls. 77/88 o valor da folha do pessoal efetivo a ser considerado é de
R$ 315.295,91. Ao se aplicar o valor das alíquotas consideradas pela Auditoria a este total, passa a
inexistir a ausência de repasse e conseqüentemente a falta de controle da dívida da Prefeitura para
com o IPAM relativa ao exercício de 2005. Por outro lado, não há nenhuma menção de ausência de
repasses previdenciários, no processo de Prestação de Contas da Prefeitura relativo ao exercício de
2005.
Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripi , em ir' h
deJA/l1~1 C' de 2008.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 02213/06

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos do Processo TC N° 02213/06, referente à Prestação de Contas do


Instituto de Previdência Municipal de Pilões, exercício de 2005, de responsabilidade do Senhor José
do Rego Bezerra.
A Auditoria deste Tribunal, ao analisar a matéria, destacou as seguintes irregularidades de
responsabilidade do gestor do Instituto:

1. omissão às imposições da Legislação Federal no tocante à aposentadoria compulsória;


2. realização de despesas administrativas acima do limite;
3. empenhamento de despesas fora do período de competência;
4. ausência de controle da dívida;
5. Instituto em situação irregular com relação a vários critérios avaliados pelo MPAS.

o órgãotécnico também destacou algumas irregularidades de responsabilidade do Prefeito


Municipal, Senhor Iremar Flor de Souza a seguir numeradas:

1. ausência de adequação da legislação municipal às normas constitucionais, no tocante à


aposentadoria compulsória e às alíquotas de contribuição;
2. ausência de repasses regulares das contribuições previdenciárias;
3. falta de registro no SAGRES das informações referentes às contribuições patronais
repassadas pela Prefeitura.

Devidamente notificados, os interessados apresentaram defesa de fls. 143/521.


Ao examinar a defesa o órgão de instrução considerou sanada apenas a irregularidade
relativa à falta de registros no SAGRES, permanecendo com o entendimento inicial no que tange as
demais falhas.
Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial, em parecer da lavra do Procurador
André Carlo Torres Pontes, opina pela irregularidade das contas com aplicação de multa ao gestor
do Instituto, assinação de prazo ao Poder Executivo de Pilões e à gestão do IPAM, para que, sob
pena de multa, comprovem o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais do regular
funcionamento do Instituto ou procedam à sua extinção
Após o parecer da Procuradoria, a Assessoria Técnica junto ao gabinete, em consulta ao
"site" da Previdência Social, verificou que o Instituto ainda se encontra em situação irregular em
diversos aspectos de avaliação perante o Ministério.

É o Relatório.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 02213/06

VOTO
A adequação da legislação municipal à Lei federal da Previdência já foi providenciada,
saneando as falhas neste aspecto quanto a exercícios futuros. Cabem recomendações para que a
Prefeitura adote as medidas sugeridas no plano atuarial, aplicando, além das alíquotas normais, um
percentual de amortização do passivo constituído durante os exercícios anteriores.
Parte das despesas administrativas do Instituto não foi financiada com recursos da
Previdência, tendo a Prefeitura repassado os recursos, especificamente, para este fim. Mesmo assim
restaram R$ 10.663,49 de despesas administrativas, pagas com recursos previdenciários,
representando 2,97% do valor da remuneração dos servidores efetivos do Município no exercício
anterior somadas às pensões pagas pelo Instituto no ano de 2004.
O empenhamento das folhas de servidores do Instituto e aposentados e pensionistas se
deram sempre no mês dos pagamentos e não no período a que se referiam os gastos, ferindo o
princípio da competência e dificultando a análise dos gastos.
Os extratos de irregularidades anexados aos autos pela Auditoria se referem ao dia da
obtenção dos documentos, não mostrando a situação do Instituto no exercício de 2005. Vários
critérios que estavam irregulares na instrução inicial se encontravam regularizados quando da
apreciação de defesa e vice-versa. Assim, não há como dizer que requisitos se apresentavam não
atendidos no exercício sob análise. Todavia cabe informar que o Instituto não obteve o Certificado
de Regularidade Previdenciária em 2005.
Para calcular o valor devido como repasse previdenciário pela Prefeitura ao Instituto, a
Auditoria considerou a folha de pagamento dos servidores efetivos no valor de R$ 845.729,85,
porém, como se pode colher das fls. 77/88 o valor da folha do pessoal efetivo a ser considerado é de
R$ 315.295,91. Ao se aplicara valor das alíquotas consideradas pela Auditoria a este total, passa a
inexistir a ausência de repasse e conseqüentemente a falta de controle da dívida da Prefeitura para
com o IPAM relativa ao exercício de 2005. Por outro lado, não há nenhuma menção de ausência de
repasses previdenciários, no processo de Prestação de Contas da Prefeitura relativo ao exercício de
2005.
Assim, VOTO no sentido que o Tribunal: a) julgue irregulares, as contas do Instituto de
Previdência Municipal de Pilões, exercício de 2005, sob a responsabilidade do Senhor José do Rego
Bezerra, Presidente; b) aplique a muIta de R$ 1.500,00 ao gestor nos termos do que dispõe os
incisos I e VI do art. 56 da LOTCE; c) assine-lhe o prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o seu
recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira
Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não
recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de
omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; d) fixe o prazo de 60
(sessenta) dias para que o atual gestor do IPAM remeta a este Tribunal, documentos que
comprovem a viabilidade da entidade ou sugiram ao Poder Executivo Municipal a sua extinção; e)
recomende, ao gestor, a estrita observância das djsposições legais e normativas.

FERNANDES

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