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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO I .-
I PROCESSO TC ".°02873/03 !pâg. 1/~ I
ADMINISTRAÇAo DIRETA MUNICIPAL - PREFEITURA
DE JURU • DENÚNCIA acerca de favorecimento pessoal de
recursos advindos de convênios celebrados com o Governo
Federal, desvio de verbas públicas, indiclos de improbidade
administrativa, Inexistência de rea/lzaçilo de procedimentos
licitatórlos, emlssilo de dac/araçilo falsa, descumprimento de
daclsilo Judicial e aprovaçilo de presfaçilo de contas do
municlplos com Irregularidades - CONHECIMENTO -
PROCED~NCIA PARCIAL - REPRESENTAÇAo AO TRIBUNAL
DE CONTAS DA UNIAO E A PROCURADORIA GERAL DE
JUSTiÇA - REMESSA 00 ARESTO CONSUSSTANCIADOR DA
DEC/SAo AO DENUNCIANTE.

ACÓRDÃO APL - TC)) I


S 12008
RELATÓRIO
o Senhor GERALDO LUIZ LEITE, Vice-Prefeito de JURU, formulou denúncia
perante o Ministério Público Estadual, na Comarca de Água Branca, representado pelo
Promotor de Justiça, Bacharel Romualdo Tadeu Araújo Dias, que por sua vez repassou a
esta Corte de Contas, solicitando apuração e providências no tocante a desmandos que
estariam ocorrendo na gestão do então Prefeito ANTONIO ALVES DA SILVA,
constituídos, segundo se entende, do seguinte:
1) Favorecimento pessoal do Prefeito e de suas filhas a Vereadora e ex-Presidente
da Câmara municipal, a Senhor Maria Maíza Alves da Fonseca e da Secretária
Municipal do Bem Estar Social, Senhora Maria de Fátima Alves, de recursos
advindos de convênios celebrados com o Governo Federal;
2) Desvio de verbas públicas, indícios de improbidade administrativa;
3) Inexistência de realização de procedimentos licitatórios;
4) Emissão de declaração falsa;
5) Descumprimento de decisão judicial;
6) Aprovação de prestação de contas do município, do exerclcio de 2.000, pelo
Tribunal de Contas, com irregularidades.
Iniciada a instrução com a formalização do procedimento respectivo, o Presidente
em exercício de então, Conselheiro José Marques Mariz, determinou a intimação do
denunciado e de suas filhas, cujas defesas. a cargo dos ilustres Advogados, José Lacerda
Brasileiro e Avani Medeiros da Silva. foram colacionadas a tempo.
A Unidade Técnica de Instrução realizou diligência in loco, emitiu o Relatório de fls.
708/822, concluindo no seguinte sentido:
1) PROCEDÊNCIA DA DENÚNCIA no tocante (verbis):
• Desvio de recursos federais, repassados ao Município de Juru - PB,
através de convênios celebrados com a União, a crédito das contas
particulares da Sra. Maria de Fátima Alves (Secretária do Bem-Estar
Social) e do Cartório de Notas e Registro de Princesa Isabel, cuja
titularidade é da Sra. Maria Maiza Alves da Fonseca, ambas filhas do
Prefeito Municipal de Juru;
• Inexistência de qualquer repasse financeiro para o instituto próprio da
previdência social. No entanto, foi declarado pelo Chefe do Executivo
Municipal à Caixa Econômica Federal de que não existe a Previdência
Local, com o fim de obter-se repasse financeiro, por meio de convênio;
• Utilização indevida de bens adquiridos através de recursos do PRONAF,
como um trator e seus Implementos, tendo sido desviado para executar
serviços na coleta de lixo d ade, em vez de executar o trato na terra
dos agricultores, bem mo o registro da inoperância dos
equipam tos durante ongo tempo, em virtude da falta de pneus e
peças, re Itando sligamento do Municipio de Juru do PRONAF
em200 .
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC n.o 02873/03 IPág. 21{ I
• Ação de Execução Forçada, patrocinada pelo Sr. João Bosco de Souza,
contra a Prefeitura Municipal de Juru em 1998, tendo sido o Precatório
nO 1999.003056-2 incluso no orçamento de 2001, para pagamento até o
final desse exercício, não tendo ocorrido o pagamento, motivo do
pedido de intervenção do Estado, datada de 15.03.2002.
2) PROCEDÊNCIA EM PARTE quanto (verbis):
• Aquisição de pneus para a ambulância tipo "aro 14", quando para tal
veículo só são utilizados pneus tipo "aro 13", tendo os motoristas
declarados que o automóvellpanema (ambulância) não recebeu, desde
setembro/2001 nenhuma peça de reposíção ou pneu. Acrescenta que os
pneumáticos foram desviados para o veículo Astra - placa MMT 2194 -
Princesa Isabel, de propriedade do Sr. Prefeito Municipal;
• Descumprimento total do Mandado de Reintegração nO 00112001, de
22.02.2001, em favor de Rosa Batista Ramos, reintegrando-a a
Prefeitura Municipal, no cargo de Gari, com data retroativa a maiO/1999,
sem que a Prefeitura quitasse todos os salários retidos, nos meses em
que a servidora esteve exonerada, descumprindo, destarte, a
Reclamação Trabalhista nO627198;
• Ação de Execução Forçada, patrocinada pelo Sr. João Bosco de Souza,
contra a Prefeitura Municipal de Juru em 1998, tendo sido o Precatório
nO 1999.003056-2 incluso no orçamento de 2001, para pagamento até o
final desse exercício, não tendo ocorrido o pagamento, motivo do
pedido de intervenção do Estado, datada de 15.03.2002;
• Superfaturamento e inexistência das obras licitadas, na construção do
Açude ..da Comunidade Lages (comunidade esta inexistente no
Município), com recursos oriundos do Convênio nO 00312002, firmado
entre a Prefeitura Municipal de Juru e a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e de Recursos Hidricos (SEMARH) e amplíação do Açude do
Distrito Dalmópolís, com recursos oriundos do mesmo convênio -
Valor: R$ 141.624,25.
3) DE PROCEDÊNCIA INDETERMINÁVEL referente mente (verbis):
• Pagamento de viagens ao Sr. Edivaldo Ricarte Rocha, quando este
afirma que nunca realizou viagens para Campina Grande ou João
Pessoa, em companhia do Sr. Prefeito Municipal e ainda relatando que
não recebeu qualquer quantia em 2001, em virtude do seu veículo ter
sido sinistrado no ano anterior (2000).
4) DENÚNCIA NÃO PAssíVEL DE EMISSÃO DE PARECER TÉCNICO
relativamente (verbis):
• Aprovação da Prestação de Contas do exercício de 2000, pelo TCE-PB
com destaque aos seguintes pontos inconsistentes:
• Aplicação de apenas 41,92% dos recursos do FUNDEF em
manutenção e valorização do magistério, descumprindo a Lei
Federal nO9424196;
• Ausência dos processos de licitação exigíveis em 100% das
despesas, totalizando R$ 587.362,11 (vide sub-item 2.2);
• Despesas sem a devida comprovação fiscal, no montante de R$
102.624,00 (vide sub-item 2.3);
• Convênio FDE nO 113/98, no valor de R$ 99.636,66 firmado entre a
Prefeitura Municipal e a SUPLAN e a Prefeitura para a construção de
uma quadra de esportes, sita às Ruas João Luiz e M ·or Inocêncio
estando a obra inacabada e não havendo a comprova ão fiscal o
processo licitatório das despesas empenhadas e pag s.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC n.o 02873/03 lPãg. 3/~ ]

o Ministério Público especial junto ao Tribunal, através do ilustre Procurador


Marcflio Toscano Franca Filho, em breve pronunciamento destacou que o responsável no
curso do procedimento falecera, havendo a necessidade de que as conclusões da
Unidade Técnica de Instrução fossem comunicadas aos eventuais herdeiros/meeira, com
vistas a que viessem aos autos defender o possível espólio.
A pretensão foíatendida, mas os intimados deixaram o prazo concedido transcorrer
in a/bis. .
Retornando os autos à oitiva ministerial, o antes nominado Procurador, posicionou-
se nos termos das conclusões da Auditoria.
Ao preparar estes autos para levá-los a julgamento, o Relator verificou a
necessidade de quantificação de prejuízo ao erário, ainda não indicado pela Auditoria, o
que se fez no relatório de fls. 833/834.
Foram providenciadas as comunicações de estilo.
É o Relatório.
PROPOSTA DE DECiSÃO
o Relator concorda com a Unidade Técnica de Instrução e com o Parquet,
carecendo ser esclarecido que a imputação de débito referente ao superfaturamento na
construção do Açude da Comunidade Lages, no valor de R$ 38.573,59, bem como da
aplicação de multa decorrente de ato ilegítimo e antieconOmico, já se dera nos autos do
Processo TC nO 05277/03 (Inspeção de Obras referente ao exercício de 2002),
encontrando-se em fase de acompanhamento de cumprimento de decisão (Acórdão AC1
TC 1174/04), as restituições restantes cabem ser decididas pelo Tribunal de Contas da
União.
Isto posto, propõe aos integrantes do Tribunal Pleno que:
1. CONHEÇAM da DENÚNCIA e julguem-na PARCIALMENTE PROCEDENTE;
2. REPRESENTEM ao Egrégio Tribunal de Contas da União acerca das
conclusões da Auditoria quanto ao desvio de recursos federais, no montante de
R$ 72.720,00 (setenta e dois mil e setecentos e vinte reais), para contas
particulares das Senhoras Maria de Fátima Alves e Maria Maíza Alves da
Fonseca, para providências a seu cargo;
3. DETERMINEM a remessa de cópia dos presentes autos à Procuradoria Geral de
Justiça para que, à vista dos indlcios da prática de atos de improbidade
administrativa e outros ilícitos, possa adotar as providências inerentes à sua
competência;
4. ORDENEMo encaminhamento de cópia deste Aresto ao denunciante.
É a proposta.
DECtSÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC 02873/03; e
CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO procedente a denúncia;
CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;
ACORDAM os .INTEGRANTES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA
PARAíBA (TCE-Pb),"à unanimidade dos votantes, de acordo com a Proposta de
Decisão do Auditor Relator, na sessão desta data, em:
1. CONHECER da DENÚNCIA e julgá-Ia PARCIALMENTE PROCEDENTE;
2. REPRESENTAR ao Egrégio Tribunal de Contas da União acerc das
conclusões da Auditoria quanto ao desvio de recursos federais, no ntante
de R$ 72.720,00 (setenta e dois mil e setecent s e vinte reais), contas
bancárias particulares das Senhoras Maria de atima Alves ari aíza
Alves da Fonseca, para providências a seu ca o,
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO TC n.o 02873/03 \Pág. 4/~ ]

3. DETERMINAR a remessa de cópia dos presentes autos à Procuradoria Geral


de Justiça para que, à vista dos indícios da prática de atos de ímprobidade
admínistrativa e outros ilícitos, possa adotar as providências inerentes à sua
competência;
4. ORDENAR o encaminham to de cópia deste Aresto ao denunciante.
Publ' u 5 ntime-se e registre-se,
Sala das Sessõe do Pb - ário Ministro João Agripino
Joã Pe .12 e rço de 2.008.

Fui presenter' ~~-"A,;~~~g~;;-..À..b=::::::'\;:::::=_

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