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Processo Te nO 02034/06

Prefeitura Municipal Cabedelo. Prestação


de Contas do exercício de 2005. Emissão
de parecer contrário à aprovação das
contas.

PARECER PPL - TC ) Cf /2008

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02034/06 referente à


Prestação de Contas do Senhor José Francisco Régis, Prefeito do Município de Cabedelo, relativa
ao exercício de 2005, DECIDEM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, por
unanimidade, em sessão plenária realizada hoje, emitir parecer contrário à aprovação das contas
do Prefeito do Município de Cabedelo, Senhor José Francisco Régis, referentes ao exercício de
2005.
Assim fazem, tendo em vista a ocorrência de irregularidades não sanadas pelo interessado
no decorrer da instrução do processo.
O órgão de instrução considerou como não licitadas despesas no valor de R$ 2.710.997,30.
A despesa atinente à contratação de serviços de limpeza urbana, no valor de R$ 2.443.033,65 foi
considerada pela Auditoria como não licitada, tendo em vista irregularidades detectadas na dispensa
de licitação n° 00112005 (fls. 2224/2225). O referido processo licitatório foi considerado irregular
por este Tribunal com aplicação de multa, através do Acórdão AC2 TC 745/07, de 29 de maio de
2007, por entender esta Corte que não caberia, no caso, a situação de emergência que justificasse a
dispensa. Atinente a despesa relativa à compra de material elétrico, no valor de R$ 136.902,38 (fls.
2223) e aquisição de dois veículos KOMBI no valor de R$ 60.000,00 foram enviados os processos
de dispensa de n° 007/2005 e 009/2005 ( fls. 3.128/3.186 e 3.096/3.124). Todavia, tais dispensas
não foram acatadas pelo órgão técnico em virtude de não haver sido comprovadas as alegações do
fracasso das Tomadas de Preços supostamente realizadas. Quanto às despesas com fotocópias no
montante de R$ 79.777,40, o interessado enviou juntamente com a defesa a Carta Convite n"
049/2005, que a juízo do Relator comprova a realização do certame.
Ao apreciar os Processos de Prestação de Contas do exercício de 2003, em sede de recurso e
a PCA12004 o Tribunal computou para cálculo do percentual de aplicação em MDE, os valores
despendidos com o pagamento de vigilantes das escolas públicas municipais.
Computados tais gastos as despesas com MDE somam R$ 10.176.289,83, fazendo com que
o percentual de aplicação alcançasse 26,30%.
Ressalte-se que para efetuar o cálculo dos gastos com vigilância dos prédios da Secretaria de
Educação, a Assessoria Técnica junto ao gabinete adotou a proporcionalidade entre o gasto com
pessoal civil daquela Secretaria e o total com todo o pessoal da Prefeitura.
Com relação ao não envio de documentos de receitas e despesas à Câmara Municipal, deve
ser recomendado ao gestor que se prontifique junto à Edilidade a enviar qualquer documento que
seja solicitado para efetiva fiscalização dos gastos públicos por parte dóS vereadores.
Cabem recomendações ao gestor no sentido de adotar pr . ências para tomar eficaz o fi
controle dos bens municipais, dando maior transparência eficiên a gestão. 0"
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02034/06

Te - PLENÁRIO JOÃO AG~n


Publique-se, registre-se e cumpra-se.
05 de março de 2008

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Conselheirq A. o' 1510 Alves Viana

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Conselheiro Marcos U rerra conselheirjlósé Marques Mariz

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Conselheiro FernandoJi'~~( Conselheiro Fábio Túlio o gueiras Nogueira

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arcos Antônio da Costa
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02034/06

RELATÓRIO

Os presentes autos tratam da Prestação de Contas Anual do Senhor José Francisco Régis,
Prefeito do Município de Cabedelo, relativa ao exercício de 2005.

Do exame preliminar, procedido pelo órgão de instrução, destacaram-se os seguintes


aspectos:

1. a Prestação de Contas foi enviada no prazo legal;


2. o orçamento municipal para o exercício foi aprovado pela Lei n° 1.220/2004 de 22 de
dezembro de 2004, estimando a receita e fixando a despesa em R$ 46.111.980,00.
3. a receita orçamentária arrecadada foi 4,5% superior à prevista no orçamento;
4. a despesa orçamentária foi 3,74% inferior à fixada e 52,07% acima da realizada no exercício
anterior;
5. os gastos com obras públicas representaram 3,24% da despesa total;
6. as remunerações dos agentes políticos se situaram dentro dos limites impostos pela
legislação;
7. as aplicações de recursos oriundos do FUNDEF na remuneração do magistério
corresponderam a 98,24% do total de recursos do Fundo. Ou seja, dos R$ 4.232.939,29
arrecadados, R$ 4.158.646,82 foram destinados ao pagamento dos profissionais do
magistério;
8. aplicação de 23,20% das receitas de impostos em ações e serviços públicos de saúde;
9. incorreta elaboração e não comprovação de publicidade dos demonstrativos fiscais;
10. ausência de informações sobre a dívida fundada interna;
11. despesas sem licitação no montante de R$ 2.874.958,88, correspondendo a 28,25% do
exigido e 6,25% da despesa total;
12. aplicações em MDE equivalente a 23,38% das receitas de impostos inclusive os
transferidos;
13. ineficiência dos controles de bens municipais;
14. não encaminhamento de documentos de receitas e despesas à Câmara Municipal;
15. pagamentos a prestadores de serviços sem a devida retenção do ISS.

O interessado foi notificado na forma regimental e apresentou defesa e documentos de fls.


2.769/5.914.

Ao analisar os documentos apresentados, o órgão técnico considerou sanadas as falhas


relativas à publicação dos demonstrativos fiscais e retenção do ISS. Entendeu o órgão técnico como
parcialmente sanadas, as irregularidades relativas às aplicações em MDE, passando para 24,79%
dos impostos e despesas não licitadas, no valor de R$ 2.710.997,30, equivalente a 6,10% das
despesas totais.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02034/06
Despesas não licitadas após a análise da defesa:
OBJETO FORNECEDOR VALOR-R$
Aquisição de 02 (duas) KOMBI, destinadas a DISNOVE LTDA 60.000,00
Secretaria de Educação, Esporte e Cultura
Fornecimento de material elétrico, destinado a ELETROW AY - Comércio e 136.902,38
manutenção e iluminação pública Repres. de Serviços LTDA.
Serviços prestados de limpeza urbana, conforme LIMP FORT Engenharia 2.443.033,65
dispensa n° 00112005. OBS.: Tal dispensa foi Ambiental LTDA.
considerada irregular pelo DILIC, conforme
relatório às fls. 2233/2236.
Serviços prestados de fotocópias, destinadas a XEROGRAF - Fabrício Roberto 71.061,40
diversas Secretarias, conforme carta convite n" Miranda Vieira -ME
049/2005. OBS.: Valor licitado: R$ 8.716,00
Valor total em R$ =~ 2.710.997,30

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial, em Parecer da lavra da Procuradora


Sheyla Barreto Braga de Queiroz, após discorrer sobre a matéria, opinou pelo(a):
1. emissão de parecer declarando o atendimento parcial dos requisitos de gestão fiscal;
2. emissão de parecer contrário à aprovação das contas;
3. Aplicação de multa ao gestor;
4. remessa de cópias dos autos ao Ministério Publico Comum a fim de apurar os
indícios de crime licitatório;
5. representação ao CRC acerca das condutas do profissional contabilista e
6. recomendações ao Chefe do Poder Executivo.

Após a manifestação da Procuradoria, em complemento de instrução devido à análise de


denúncia acostada aos autos, a Auditoria informou que os cálculos efetuado das aplicações em saúde
não contemplavam os gastos com limpeza urbana.

É o Relatório
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02034106

VOTO

Na realidade, não houve incorreção nos REO's. Ocorreu divergência no valor contido no
referido relatório e o obtido pelo órgão técnico, após a dedução do valor das receitas de
contribuições dos servidores para custeio do IPSEMC, para o cálculo da Receita Corrente Líquida.
No tocante ao RGF, trata-se da não informação no relatório da dívida fundada, em virtude do
reconhecimento no final do exercício, sendo contabilizada apenas no exercício seguinte, tanto nos
demonstrativos fiscais como na PCA.
O órgão de instrução considerou como não licitadas despesas no valor de R$ 2.710.997,30.
A despesa atinente à contratação de serviços de limpeza urbana, no valor de R$ 2.443.033,65 foi
considerada pela Auditoria como não licitada, tendo em vista irregularidades detectadas na dispensa
de licitação n" 001/2005 (fls 2224/2225). O referido processo licitatório foi considerado irregular
por este Tribunal com aplicação de multa, através do Acórdão AC2 TC 745/07 de 29 de maio de
2007, por entender esta Corte que não caberia, no caso, a situação de emergência que justificasse a
dispensa. Atinente a despesa relativa à compra de material elétrico, no valor de R$ 136.902,38 (fls.
2223) e aquisição de dois veículos KOMBI, no valor de R$ 60.000,00 foram enviados os processos
de dispensa de n° 007/2005 e 009/2005 ( fls. 3.128/3.186 e 3.096/3.124). Todavia, tais dispensas
não foram acatadas pelo órgão técnico em virtude de não haver sido comprovadas as alegações do
fracasso das Tomadas de Preços supostamente realizadas. Quanto às despesas com fotocópias, no
montante de R$ 79.777,40, o interessado enviou juntamente com a defesa a Carta Convite n"
049/2005, que ajuízo do Relator comprova a realização do certame.
Ao apreciar os Processos de Prestação de Contas do exercício de 2003, em sede de recurso e
a PCA/2004 o Tribunal computou para cálculo do percentual de aplicação em MDE, os valores
despendidos com o pagamento de vigilantes das escolas públicas municipais.
Computados tais gastos, as despesas com MDE somariam R$ 10.176.289,83, fazendo com
que o percentual de aplicação alcançasse 26,30%.
Ressalte-se que para efetuar o cálculo dos gastos com vigilância dos prédios da Secretaria de
Educação, a Assessoria Técnica junto ao gabinete adotou a proporcionalidade entre o gasto com
pessoal civil daquela Secretaria e o total com todo o pessoal da Prefeitura.
Com relação ao não envio de documentos de receitas e despesas à Câmara Municipal, deve
ser recomendado ao gestor que se prontifique junto à Edilidade a enviar qualquer documento que
seja solicitado para efetiva fiscalização dos gastos públicos por parte dos vereadores.
Cabem recomendações ao gestor no sentido de adotar providências para tomar eficaz o
controle dos bens municipais, dando maior transparência e eficiência à gestão.
Em face do exposto, VOTO no sentido de que este Tribunal: a) emita parecer contrário à
aprovação das contas do Prefeito de Cabedelo, Senhor José Francisco Régis, relativas ao exercício
de 2005, tendo em vista a ausência de licitação para aquisição de veículos, material elétrico e
serviços de limpeza urbana; b) aplique ao gestor a multa de R$ 2.805,10, nos termos do que
dispõem os incisos I e II do art. 56 da LOTCE; c) assine ao mesmo o prazo de 60 (sessenta) dias
para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual da multa acima aplicada, à conta do Fundo de
Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02034/06
Geral do Estado, em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição
Estadual; d) declare o atendimento às exigências da LRF, por parte do Poder Executivo do
Município de Cabedelo, com exceção no que tange a incompatibilidade de informações entre o
RGF e a PCA; e) recomende ao gestor a observância das normas legais, adotando medidas com
vistas a não cometer as falhas verificadas no presente processo, principalmente no que tange ao
controle dos bens patrimoniais e a estrita observância aos preceitos constitucionais, legais e
normativos, em especial, a legislação referente à Previdência Social, o parecer PN-TC-52/2004 e as
Leis 4.320164 e 101 100, com vistas à não repetição das falhas cometidas

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