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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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PROCESSO TC 02656/06 -.:-:-~__:::__=,.,..._,____:_:~.,.__,_-=__=:_::___:::..,....__,__:_:'m
Administração Direta Municipal - Prefeitura Municipal de
PRINCESA ISABEL - Prestação de Contas do Prefeito, Senhor
JOSÉ SIDNEY OUVEIRA, relativa ao exerclcio financeiro de 2005
- Irregularidades não esclarecidas após o contraditório -
Verificação de prejulzos cuja restauração se impõe - PARECER
CONTRARIO, neste considerado o ATENDIMENTO PARCIAL das
exigências da LRF - Imputação de débito - Aplicação de multa -
Verificação de falhas de natureza contábil - Recomendações
visando à correção.
PARECER PPL TC /:_ 12.008 /
\:1
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I PROCESSO
L....-~~ TC 02656/06
__ .:..-.:... ----'§l
3. APLICAR multa pessoal ao Senhor JOSÉ SIDNEYDE OLIVEIRA, no valor de R$
2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez centavos), em virtude de
grave infração a preceitos e disposições constitucionais e legais,
especialmente quanto à realização de pagamentos irregulares e indevidos, falta
de procedimentos licitatórios que estaria obrigado a realizá-los, desobediência
a princípios contábeis legalmente prevístos e empenhamento a posteriori,
configurando a hipótese pré vista no artigo 56, inciso 1/, da LOTCE (Lei
Complementar 18/93) e Portaria 50/2001;
4. ASSINAR-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento voluntário do
valor da multa antes referenciado, sob pena de cobrança executiva, desde já
recomendada, inclusive com a interveniência da Procuradoria Geral do Estado,
ou do Ministério Público comum, na inação daquela, nos termos dos
parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da Constituição do Estado, devendo a cobrança
executiva ser promovida nos 30 (trinta) dias seguintes ao término do prazo
para recolhimento voluntário, se este não ocorrer;
5. DETERMINAR a formalização de autos apartados destes, com vistas à análise
em separado das acumulações ilegais de cargo, inclusive a de médico com o
de Vice-Prefeito, pagamento de gratificações sem previsão legal e contratual
para isto, bem assim, igualmente em autos específicos, a falta de concurso
público para profissionais de saúde, neste último caso a serem instruído pela
DIAFI/DIAPG;
6. ORDENAR ao atual Mandatário Municipal, a reposição à conta específica do
FUNDEF, no Banco do Brasil, no prazo de 30 (trinta) dias, com recursos do
próprio municiplo, o valor de R$ 40.650,86, franqueando-lhe, desde já, a
possibilidade de solicitar parcelamento, se atendidas às normas regedoras da
espécie;
7. DETERMINAR cópia de peças dos presentes autos à Procuradoria Geral de
Justiça para o exercício de suas competências, na existência de cometimento
de delitos;
8. RECOMENDARno sentido de que não mais se repitam as falhas verificadas
nos presentes autos.
Conselheiro Marc
FUiPresente:~.. ~--2~
~ Ana Terêsa Nóbrega ")
Procuradora Geral do Ministério Público Especial Junto ao Tribunal
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
lA Auditoria relatou, às fls. 3110, que não foram empenhadas nem pagas despesas com pessoal dos meses de outubro,
novembro e dezembro/05, no valor de R$ 61.846,53 e encargos sociais de R$ 356.824,71. Além disso, ocorreu omissão de
receita do PASEP (R$ 107.634,46) e do FNDE (R$ 19.550,00) e contabilização indevida de receita extra-orçame a do
IRPF e o ISS da Câmara e do Fundo Municipal de Saúde, no valor total de R$ 52.195,40. Ressalte-se que hou issão
de despesas no Passivo Financeiro e Permanente nos valores respectivos de R$ 182.050,11 e $ 316.963,97'
2 A Unidade Técnica de Instrução sugeriu a realização de inspeção in loco pela DICOP visan analisar o stos com a
construção do Museu Histórico de Princesa Isabel, uma vez que quase a totalidade dos recu~.oos nveni o foram gastos
(R$180.444,79 de um total de R$199.848,38), sem que a obra tivesse sido concluída, fls. 31~
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
28. Pagamento excessivo ao contador, Senhor Paulo Gildo de Oliveira Lima Júnior, no
valor de R$ 15.630,83, onde a Auditoria sugere que esta importância seja devolvida
aos cofres públicos municipais (fls. 3120/3121 e 4324);
29. Realização de despesas orçamentárias sem autorização legislativa, que contraria o
art. 167, inciso li, da Constituição Federal (fls. 3121 e 4325);
30. Pagamentos de despesas indevidas aos médicos, no valor de R$ 82.425,00, onde a
Auditoria sugere que esta importância seja devolvida aos cofres públicos municipais
(fls. 3122/3123 e 4325/4326);
31. Pagamento de gratificações indevidas aos profissionais de saúde, no valor de
R$ 217.608,48, onde a Auditoria sugere que seja devolvido o referido valor aos
cofres públicos municipais (fls. 3123/3124 e 4326);
32. Pagamento de juros sobre atraso das contribuições previdenciárias, no valor de
R$ 59.615,96, causando prejuízo ao Erário, onde a Auditoria sugere que seja
devolvida a importância aos cofres públicos do município (fls. 3124 e 4327);
33. Utilização indevida de recursos da CIDE, no valor de R$ 29.865,50 (fls. 3124 e
4327);
34. Despesas realizadas sem comprovação dos serviços, no valor de R$ 25.630,00,
onde a Auditoria sugere que seja devolvido o referido valor aos cofres públicos
municipais (fls. 3124 e 4328);
35. Realização de despesa com transporte de universitários sem qualquer contrato e
critério de seleção, no valor de R$ 20.950,00 (fls. 3124 e 4328);
36. Despesa indeVida com a confecção de letreiro em aço inox para o prédio ao
Ministério Público de Princesa Isabel, no valor de R$ 6.694,00, onde a Auditoria
sugere que seja devolvido o referido valor aos cofres públicos municipais (fls. 3125 e
4328).
O Ministério Público especial junto ao Tribunal de Contas, através da ilustre
Procuradora Geral, Dra. Ana Teresa Nóbrega pugnou, após considerações, no sentido
de:
1. Emissão de parecer contrário à aprovação das contas anuais de
responsabilidade do Sr. José Sidney Oliveira, Prefeito Municipal de Princesa
Isabel, relativas ao exercício de 2005;
2. Atendimento parcial ao disposto na LC nO101/2000, relativamente ao exercício de
2005, em face das irregularidades constatadas pela Auditoria em relação à gestão
fiscal;
3. Imputação de débito ao Sr. José Sidney Oliveira, referente ao supertaturamento
na contratação de transporte de estudantes, a despesas sem comprovação para
acompanhamento de pessoas doentes e ao pagamento em excesso ao contador;
4. Aplicação de multa prevista no art. 56, 11, da Lei Orgânica desta Corte ao gestor
acima referido, face à transgressão de normas legais e constitucionais, conforme
apontado;
5. Recomendação à Prefeitura Municipal de Princesa Isabel, no sentido de:
a. guardar estrita observância aos termos da Constituição Federal, sobrem
no que tange aos princípios norteadores da d inistração
ressaltando-se aqui o da legalidade, o do controle, ~a ublicid e
boa gestão pública;
,
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
VOTO
o
Relator diverge, total ou parcialmente em alguns aspectos, data vente, da Unidade
Técnica de Instrução, porquanto:
1. No que diz respeito às irregularidades constatadas em face do não atendimento de
exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, merecem ser desconsideradas as
referentes às comprovações da publicação dos REO e RGF, uma vez que constam,
nos autos, cópias das edições do Jornal Oficial do Município, justificando-as. As
demais, no entanto, após o contraditório, remanesceram";
2. A PCA se encontrava no Tribunal, desde 31/03/2006, aguardando Certidão da
Câmara Municipal acerca das leis editadas no exercício, que somente fora
apresentada em 10/04/2006 (fls. 02/12), por conseguinte não há mais o que se falar
em atraso na entrega da Prestação de Contas Anual (fls. 3107);
3. Quanto à responsabilização do ex-Prefeito, Senhor José Sidney Oliveira, pelo não
cumprimento do repasse das devidas contribuições previdenciárias ao Instituto,
verifica-se no SAGRES (fls. 4340/4341), que o total de recolhimentos feitos ao IPM
(R$ 209.913,42) foi superior ao valor das retenções (R$ 171.929,55), logo, não
procede a restrição de que houvera retenção em valores superiores ao recolhimento
de contribuições previdenciárias ao IPM em 2005;
4. Com as justificativas oferecidas às fls. 3140/3141, o valor a título de abertura e
utilização de créditos adicionais suplementares sem fonte de recursos foi reduzida de
R$ 1.455.144,83 para R$ 514.562,24 (fls. 3108 e 4311/4312). Embora não redunde
em prejuízo material ao erário, configura desobediência à norma legal, configurando
hipótese sancionada com multa, além de merecer recomendação no sentido de se
ter maior rigor no controle orçamentário das dotações;
5. De fato, ocorreu escrituração indevida de receita orçamentária como extra-
orçamentária, no valor de R$ 52.195,40, referente ao IRRF e ISS do Fundo Municipal
de Saúde e da Câmara Municipal, ignorando-se o princípio da universalização da
contabilização das receitas orçamentárias. Em que pese o fato não caracterizar
situação de relevante gravidade como desejado, cabe, no entanto, recomendação no
sentido de que o gestor atenda referido princípio, mas que a sua desobediência r: L
configura a hipótese, também, de aplicação de multa (fls. 3108); ~
/.--:
3 a) manutenção do equilíbrio entre receitas e despesas (7,93% da receita total arrec ada); b) repass .;{ o Poder
Legislativo em relação ao que dispõe o inciso 111,do § 2°, art. 29-A da Constituição Feder (93,50%); e"o( ç6mpatibilidade
de informações entre o RGF e a PCA (RCL e Despesas com Pessoal- ajustes). /
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autos apartados destes, a fim de se evitar mandar ser restituído recurso de origem
federal (fls. 3123/3124 e 4326);
14. A defesa, às fls. 3196, reconhece que não foi procedida licitação nem tampouco
contrato que acobertasse a realização de despesa com transporte de universitários,
no montante de R$ 20.950,00 (fls. 3124 e 4328), não significando, de outra parte,
que os serviços não tenham sido prestados, tanto que não existem restrições neste
sentido, tampouco proposta de glosa;
15. As despesas não licitadas foram reduzidas de R$ 991.587,31 para R$ 720.002,14,
passando a representar 5,98% da despesa orçamentária realizada no exercício,
referentes à contratação de serviços de limpeza pública, contratação de viagens,
aquisição de peças automotivas, locação de equipamento de som, entre outras (fls.
3112 e 4316/4318). Cabe destacar que o Tribunal admite a contratação de serviços
de assessoria contábil e advocatícia, mediante procedimento de inexigibilidade de
licitação, como ocorreu com a despesa indicada pela Auditoria, neste sentido, no
valor de R$ 50.930,83. Com tal inclusão, o percentual a este título passa de 5,98%
para 5,55% da despesa orçamentária realizada no exercício.
No mais, o Relator mantém harmonia com a Auditoria, entendendo lhe caber razão,
principalmente nas sugestões de glosa de despesas irregularmente realizadas, destacando
os seguintes aspectos em reforço a da argumentação colacionada nos autos:
1. Permaneceu sem justificativa convincente a divergência de registro da receita e
da despesa do PASEP no Balanço Financeiro da PCA em relação aos registros
do SAGRES (fls. 166/167, 911/912 e 3108), no valor de R$ 107.634,46 e
195.300,43, respectivamente;
2. Continuou sem explicação plausível, a irregularidade relativa a não contabilização
de despesas, nos valores de R$ 182.050,11 e R$ 174.774,60, referentes às
contribuições previdenciárias, parte empregador, ao INSS e IPM,
respectivamente;
3. De fato, os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial foram incorretamente
elaborados, uma vez que as causas motivadoras que geraram tais incorreções
não foram devidamente esclarecidas e/ou comprovadas pelo Gestor, como já
noticiado (fls.3110/3111 e 4315/4316);
4. Realmente, ocorreu discrepância de registro (tratada pela Auditoria como
omissão) da dívida do município, junto ao IPM, no valor de R$ 316.963,97 (fls.
3110), gerando, assim, escrituração incorreta da Dívida Fundada Interna;
5. Pelas mesmas razões expostas no subitem anterior, somando-se, ainda, o fato da
falta de registro das despesas com obrigações patronais junto ao INSS (fls.
3108/3109), no valor de R$ 182.050,11, ocorreu erro de escrituração da dívida
flutuante e fundada interna, no valor total de R$ 499.014,08, referente a débitos
que o município possui junto ao IPM e INSS;
6. O gestor não colacionou defesa quanto à realização de despesas sem empenho
prévio, o que contraria o art. 60 da Lei 4.320/64, configurando a hipótese de
aplicação de multa;
7. Embora o parcelamento da dívida (janeiro/2001 a abriI/2006), junto ao Insti de
Previdência Municipal esteja amparado legalmente, atravé da Lei Mu 'c' ai nO
1.050/2006, não se constatou no SAGRES (da s atuali s
setembra12 007) , nenhum pagamento referente ao mesmo ~
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