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-ublicadof no O. O. E.

;" I ,I .) . TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


E WiJjocesso 'Te nO 024~4107
Administração Direta Municipal. Município de Condado. Prestação
, ,
de Contas do Prefeito Sr. Edvan Pereira de Oliveiira Junior (de
J I ~- '. '\
01/01 a 20/09/2006) e Sra. Maria Madalena de Albuquerque
Secretaria.do Tribunal Pleno Fernandes (de 21/09 a 31/12/2006). Exercício 2006. Parecer
contrário à aprovação. Declaração de atendimento à ll?F (integral
e parcial). Representação à Delegacia da Receita Previdenciária.
Aplicação de Multas. Imputação de débitos. Assinação de prazo
para recolhimentos dos valores imputados. Recomendações.
I PARECERPPLTC
J
).<;'920081
RELATÓRIO
Cuidam os presentes autos da prestação de contas do Prefeito Municipal de Condado,
relativa ao exercício de 2006, sob a responsabilidade do Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior (de 01101
a 20/09/2006) e Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes (de 21109a 3111212006),
O município sob análise possui 5.827 habitantes e IDH 0,603, ocupando no cenário
nacional a posição 4.608 e no estadual a posição 86°.

2005 2006
Despesas por Função Per Capita Ano Per Capita Ano
Valor Valor
(habitantes) (habitantes)
ReceitaRTG R$ 5.503.484,52 R$ 928,23 R$ 6.043.021,74 R$ 1.037,07
DespesaDTG R$ 5.346.395,40 R$ 901,74 R$ 6.067.351,64 R$ 1.041,25
Função Saúde R$ 1.161.898,83 R$ 195,97 R$ 1.092.030,51 R$ 187,41
Função Educação R$ 2.050.288,65 R$ 345,81 R$ 2.432.706,82 R$ 417,49
Função Administração R$ 511.139,47 R$ 86,21 R$ 630.462,13 R$ 108,20
Despesa com Pessoal R$ 2.518.320,82 R$ 424,75 R$ 2.829.365,43 R$ 485,56
Despesa Pessoal x DTG 47,10% 46,63%
Adies Serv. Pub.de Saúde
Aplicado R$ 464.145,70 R$ 78,28 R$ 532.834,69 R$ 91,44
Limite Mínimo R$ 487.413,35 R$ 82,21 R$ 525.163,53 R$ 90,13
Aplicado X Limite -4,77% 1,46%
Educação - Indicadores
Aplicação por Escola 17 R$ 120.605,21 17 R$ 143.100,40
Aplicação por Professor 108 R$ 18.984,15 108 R$ 22.525,06
Aplicação por Aluno 2.711 R$ 756,29 2.162 R$ 1.125,21
Indices
Alunos X Escola 159 127
Alunos X Professores 25 20
.
r~
Medicamentos
Aplicado 155.266,54 I R$ 26,19 I R$ 201.934,00 I R$ 34,651
Merenda Escolar
A licado R$ 113.510,15 R$
Fonte: IBGE ~ INEP - SAGRES - IDEME - PCA 2005 - PCA 2006

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~UNALDECONTASDOESTADO
Processo Te nO 02484107

o resgate de elementos das prestações de contas passadas se destina à montagem de um


cenário mais abrangente, de modo a propiciar o exame da gestão municipal, além dos aspectos formais,
legais e quantitativos, sob a ótica da qualidade, eficiência e eficácia da despesa.

Vencidas estas preliminares, destaco os aspectos relevantes extraídos da matriz de


indicadores construída com dados dos exercícios de 2005 e 2006.

A Receita Total Geral (RTG) e a Despesa Total Geral (DTG) apresentaram crescimento
em relação ao exercício anterior, de 9,80% e 13,48%, índices reveladores de que o gasto por habitante
passou de R$ 901,74 em 2005 para R$ 1.041,25 em 2006.

As Despesas com a Função Saúde apresentaram decréscimo de 6,01%.

Já as Despesas com Educação e Administração apresentaram acréscimo de 18,65%, e


23,34%, respectivamente.

Na Função Educação (FED) percebe-se um acréscimo no percentual de aplicação por


aluno. No exercício de 2005, o gasto foi de R$ 756,29 passando agora para R$ 1.125,21, o que representa
acréscimo de 48,78%.

A título de informação, registro que em consulta ao sítio do Ministério da Educação foi


dado observar referente às metas bianuais para 2005 e 2007, o índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (lDEB)\ estabelecido numa escala que vai de O a 10, para o Ensino Fundamental da rede
municipal apresenta os índices abaixo demonstrados:

Ensino Fundamental IDEB ooser ,~v


2005 2007
Anos Iniciais 1,8 2,2 ........................
Anos Finais 1,8 2,0

Registra-se, na Despesa de Pessoal (DEP) acrescimo de 12,35%, no entanto, se


comparada com a Despesa Total Geral (DTG) o índice é de 47,10% contra os 46,63% observado no
exercício anterior.

o gasto per capta em Ações e Serviços Públicos de Saúde (SPP) foi de R$ 91,44 contra
R$ 78,28 observados no exercício anterior, registrando, assim, um aumento per capta de 16,81 % .

Referente aos gastos com Medicamentos (MED) e Merenda Escolar (MES), registram-
se R$ 201.934,00 e R$ 133.742,35, respectivamente, estes revelam aumento das despesas de 30,06% e
17,82%, respectivamente, quando comparadas com o exercício de 2005.

Por fim, ressalto que os dados apresentados, ainda não permitem refletir com precisão o
enfoque da administração sob o aspecto da qualidade, eficiência e eficácia da gestão, diante das políticas
públicas implementadas, no entanto, é uma tentativa de se criar, para exercícios vindouros, indicadores
parametrizados de modo a possibilitar a este Tribunal a criação de critérios de qualidade e eficácia na
avaliação das prestações de contas anuais.

'w
1 Indicador que mede a qualidade da educação a partir de dados sobre rendimento escolar, combinados com o desempenho dos
alunos constantes do censo escolar e do sistema de avaliação da Educação Básica - SAEB, o qual é compo~valiação
nacional da educação 00,;", -ANEB e """""0 nacional do rendimento \"" (Proi\ B,"&I)

C:\AsscssorIPLENO\Prefcitura 2006\CDD-PCA-2006-2484-<l7.doc ~~ , ~
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Processo TC nO 02484107
Passo, agora, a destacar os principais aspectos apontados pela Unidade Técnica desta
Corte, com base nas informações colhidas, da documentação encartada nos autos contida no relatório
técnico de fls. 1851/1877 e 4193/4211, evidenciando os seguintes aspectos:

1 Quanto à Gestão Fiscal:


1.1. Da gestão do Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior - atendimento integral às disposições
daLRF;
1.2. Da gestão da Sra Maria Madalena de Albuquerque Fernandes (21/09 a 31112/2006):
a) Não atendimento aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que conceme a
Compatibilidade entre as informações contidas na PCA e no RGF referente ao 2°
semestre;
2 Quanto à Gestão Geral:
1. A prestação de contas foi apresentada dentro do prazo e instruída com todos os documentos
exigidos;
2. A Lei Orçamentária Anual (LOA) n" 273 de 28/1112005 estimou a receita e fixou a despesa em
R$ 6.433.597,otr, bem como autorizou a abertura créditos adicionais suplementares no valor
de R$ 3.216.798,50, equivalentes a 50% da despesa fixada na LOA;
3. Foram abertos créditos adicionais suplementares, no valor de R$ 2.685.740,95, cuja fonte de
recursos indicada, para o valor de R$ 2.508.305,33, foi proveniente de anulação de dotações.
4. A Receita Orçamentária Arrecadada' subtraindo-se a parcela para formação do FUNDEF atingiu
o montante de R$ 6.043.021,74, desta feita, correspondeu a 93,93% da previsão e a Despesa
Total Orçamentária Realizada, que tota1izou R$ 6.067.351,64 e foi 20,19% superior à despesa
realizada no exercício anterior (R$ 5.048.006,99).
5. As despesas condicionadas ou legalmente limitadas comportaram-se da seguinte forma:
5.1 Despesas com Pessoal representando 49,67% da Receita Corrente Líquida",
observando-se que neste item houve acréscimo de 3,15% em relação ao índice apurado no
exercício anterior:

APLICAÇÃO PESSOAL

l-Limite -Limite --Aplicado I


70,00%

60,00%
l/l 50,00%
'iii 46,65w- 41f,'15%
-49,67%
~ 40,00%
c
~ 30,00%
CII
a. 20,00%

10,00%

0,00%
2004 2005 2006
Exercício

2Na previsão da Receita foi deduzido o valor de R$ 498.015,00 para formação do FUNDEF (fls. 351 e 18~.
3Memória de cálculo da Receita Arrecadada, incluindo o FUNDEF: \ \
Receita Corrente R$ 6.204.312,98
Receita de Capital
Total
R$ 346.565,00
R$ 6.550.877,98 :dí\ ~ ~J
• Despesa com pessoal do Poder Executivo: 46,90% Poder Legislativo: ~7'!." LA ~ ~,
C:IAssessmlPLENOlPrefeitura 2006ICDD-PCA -2006- 2484.<J7.doc ~" \
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Processo Te nO 02484/07
5.2 Aplicação de 33,37% da receita de impostos e transferência na Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino (MDE), portanto, foram atendidas as disposições do art. 212
da Constituição Federal, valendo observar que o percentual de aplicação em MDE vem
crescendo, visto que de 2004 para 2005 o acréscimo foi de 17,72% e de 2005 para 2006 o
acréscimo foi de 7,12%.

APLICAÇÃO MANUT. DESENV. DO ENSINO

- Limite --- Aplicado I


40,00%
35,00%
1Il
31 ~fi·l. ;,,),;,("/.
ili 30,00%
.a 25,00%
26460/<
c 20,00%
e
Gl
••• 15,00%
:. 10,00%

5,00%
0,00% J J

2004 2005 2006


Exercícios

5.3 Os gastos com Ações e Serviços Públicos de Saúde atingiram o percentual de 15,22%
da receita de impostos e transferências, portanto atendeu ao estabelecido no art. 77, inciso
I1I, § 1 do ADCT. Percentual este muito próximo do verificado no exercício de 2005
0

(15,44%).

APLICAÇÃO AÇÕES E SERVo PÚB. DE SAÚDE

-Limite -li- Aplicado

,"--
16,50%

16,30%,

16,00% ...••...
1Il
ili
...
::::I
C
15,50%

15,44%
Gl -... 15,22%
•..Gl
U
15,00%
a.

14,50%

14,00%

2004 2005 2006


Exercícios

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I
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5.4 Destinação de 60,59% dos recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos


profissionais do Magistério, satisfazendo, desse modo, a exigência do art. 7° da Lei
9.424/96, todavia, no exercício de 2006 ocorreu um decréscimo de 1,77 ponto percentual,
quando comparado com o exercício de 2005 (62,36%).

APLICAÇÃO VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

I- Limite ~ Aplicado l
65,00% 64,63% ••••••••••..
64,00% --.....•.......
li) 63,00%
'c~u
-;
62,00%
61,00%
62~
---- --- --, 60,59%
~ 60,00%
lU
D. 59,00%
58,00%
57,00%

2004 2005 2006


Exercicios

5.5. O Município transferiu para o FUNDEF a importância de R$ 507.856,24, tendo


recebido deste fundo a importância de R$ 1.332.966,58, resultando em superávit para o
município no valor de R$ 825.110,34, nos exercícios anteriores (2004 e 2005) também foi
observado superávit.

APLICAÇÃO FUNDEF

1- Transferido - Recebido I
1.500.000
___ 1.332.967

1.200.000
1.111.827 L.---""
1.081.892
900.000

600.000
- 507.856
390.546 ••. 471.781
300.000

J J --,
2004 2005 2006
Exercicios
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6. Sobre os balanços e dívida municipal foi observado:


6.1 O balanço orçamentário apresentou déficit equivalente a 0,4% da receita
orçamentária arrecadada;
6.2 O balanço financeiro apresenta saldo para o exercício seguinte de R$ 418.849,72,
distribuídos em Bancos (99,73%) e Caixa (0,27%);
6.3 O balanço patrimonial apresenta superávit financeiro no valor de R$ 147.548,19;
6.4 A dívida municipal importou em R$ 508.550,58, correspondentes a 8,42% da receita
orçamentária total arrecadada, registrada nas proporções de 53,35% para Dívida Flutuante
e 46,65% para Dívida Fundada. Quando confrontada com a dívida do exercício anterior,
constata-se um acréscimo de 283,90%.
7. A remuneração dos agentes políticos apresentou-se dentro da legalidade.
8. Os dispêndios com obras públicas totalizam R$ 411.045,47 os quais representaram 6,77% da
Despesa Orçamentária Total (DOT). Desse total foram pagos no exercício, com recursos de
convênios estaduais R$ 84.870,00 e com recursos próprios R$ 242.847,00 (fls. 113111135 e
4220).
9. Conforme consulta ao site da CGU, foram liberados recursos de Convênios Federais no montante
de R$ 293.750,00 (fls. 422114220).
10. Os Repasses ao Poder Legislativo representaram 8% das receitas de impostos e transferências do
exercício anterior, atendendo a legislação.
11. A título de denúncia consta anexado aos autos o Documento n° 20829/06 (fls. 802 voI. 3) que
trata de oficio encaminhado pelo Vereador Genildo Remigio dos Santos, dando ciência de atraso
no pagamento de pessoal e transporte escolar na administração da Sra. Maria Madalena de
Albuquerque Fernandes. Entretanto, a Auditoria não considerou aquele documento como
denúncia, visto que o mesmo não preencheu os requisitos do art. 2° da RN TC n° 2/2006 para ser
tomado como denúncia por não vir acompanhado de prova da irregularidade. Por outro lado, os
fatos relatados no documento serviram de subsídio para a Auditoria, constando no item 12.2 do
relatório que, mesmo havendo atraso no pagamento de salários e prestadores de serviço de
transporte escolar, foi realizada uma festa para comemorar a emancipação política do Município.

3 - Da gestão geral, o órgão de instrução constatou algumas irregularidades, e, após análise da


defesa, permaneceram as seguintes:

Da gestão do Sr. EDVAN PEREIRA DE OLIVEIRA JUNIOR 6(01/01 a 20/09/2006):


1. Déficit Orçamentário equivalente a 0,4% da receita orçamentária arrecadada;
2. Reconhecimento de despesas sem observância do regime de competência;
3. Não funcionamento do Conselho Municipal de Saúde;
4. Não empenho e não recolhimento de obrigações patronais ao INSS, devendo os fatos
apurados pela Auditoria serem encaminhados à Secretária da Receita Federal para que
seja calculado o valor efetivamente devido com obrigações patronais;
5. Envio da GFIP com informações incorretas;
6. Não comprovação de realização de audiência pública durante o processo de elaboração
da Lei de Diretrizes Orçamentárias;
7. Abertura de créditos adicionais sem fonte de recursos no valor de R$ 168.322,62;
8. Despesas não licitadas no valor de R$ 1.255.879,76;
9. Recebimento em excesso de subsídio no valor de R$ 1.333,33;

5 O total recebido de convênios estaduais perfez R$ 119.870,00, sendo R$ 35.000,00 para transporte escolar.
6 Conforme informações constantes às fls. 785 dos autos, o Prefeito eleito no pleito de 2004 (Edvan Pereira de
Oliveira Junior) foi cassado, tendo a Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes , 2a colocada, assumido o
cargo de Prefeita desde 20 de Setembro de 2006, até a realização de novas eleições para Prefeito e Vice-Prefeito, r
força do Acórdão do Tribunal Regional Eletioral nO4134/2006 (fls.758/759).

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10. Desvio de recursos do FUNDEF para pagamento de despesas não comprovadas no valor
de R$ 62.746,27;
11. Gastos indevidos com serviços advocatícios no valor de R$ 13.000,00;
12. Despesas não comprovadas com aquisição de gasolina, no valor de R$ 7.487,05, e óleo
diesel, no valor de R$ 27.188,07.

Da gestão da Sra. MARIA MADALENA DE ALBUQUERQUE FERNANDES (21/09 a


31/12/2006):

1. Déficit Orçamentário equivalente a 0,4% da receita orçamentária arrecadada;


2. Reconhecimento de despesas sem observância do regime de competência;
3. Não funcionamento do Conselho Municipal de Saúde;
4. Não empenho e não recolhimento de obrigações patronais ao INSS, devendo os fatos
apurados pela Auditoria serem encaminhados à Secretária da Receita Federal para que
seja calculado o valor efetivamente devido com obrigações patronais;
5. Envio da GFIP com informações incorretas;
6. Emissão de decreto de abertura de crédito adicional com data anterior a data da posse da
gestora;
7. Abertura de créditos adicionais sem fonte de recursos no valor de R$ 9.103,00;
8. Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial elaborados incorretamente;
9. Dívida Municipal incorretamente evidenciada;
10. Despesas não licitadas no valor de R$ 124.720,95;
11. Gastos indevidos com serviços advocatícios no valor de R$ 13.200,00;
12. Despesas não comprovadas com aquisição de gasolina, no valor de R$ 11.624,23, e óleo
diesel, no valor de R$ 8.812,05;
13. Gastos com a realização de festa para comemoração de emancipação política do
Município quando havia atraso no pagamento de salários de funcionários e prestadores de
serviços de transporte escolar.

Cumpre, por fim, informar que:

Esta Corte assim se pronunciou em relação à gestão de 2004 e 2005;

j Exerci Parecer .............................................. )


r2oÓ~f
;
pãfecei'FAVORAVEL(Parecer PPL TC
L----..-..- -.- - 120/2006)
12005 Parecei'cÕNTRARIO (Parecer PPL TC Edvan Pereiia'de"ÕÜ~eira Júniõi';
I.. L:?ºº!~ººzt_.__ __.. .1.... __ .......................J

Instado a se pronunciar o Órgão Ministerial ofertou parecer, opinando que este Egrégio
Tribunal:

1 Emita parecer favorável à aprovação das contas da Prefeitura Municipal de Condado


relativas ao exercício de 2006;
2 Declare o atendimento integral aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3 Determine a devolução à conta específica do FUNDEF da quantia de R$ 62.746,27, com
recursos próprios do Município;
4 Recomende diligências no sentido de que a Prefeitura Municipal de Condado evite a
prática de ações administrativas que venham macular as contas da gestão.
"

É o Relatório, tendo sido efetuadas as notificações de estilO,. ,ri.:. ,\ .'

~\~~
~
C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\CDD-PCA-2006-2484~7.doc !J \.1 }
Processo Te nO 02484/07
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VO TO DO RELATOR

Quanto à gestão fiscal, voto no sentido de declarar atendimento integral para a


primeira gestão e para a segunda gestão declarar atendimento parcial às exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal, tendo em vista a constatação de não compatibilidade entre as informações
contidas na PCA e no RGF referente ao 2° semestre.

Cumpre ressaltar que, relativamente às despesas de pessoal (49,67%) constatou-se que elas
se comportaram dentro do limite estabelecido na CF/88.

Concernente à gestão geral, foram constatadas aplicações do mínimo legal na manutenção


do desenvolvimento da educação (33,37%), nas ações e serviços públicos de saúde (15,22%), bem como
do percentual mínimo legal dos recursos do FUNDEF na valorização do magistério (60,59%).

Considerando que no decorrer do exercício o Município teve duas gestões, primeiro vou
tratar das irregularidades comuns às duas gestões e posteriormente tratarei das irregularidades constatadas
isoladamente para cada um dos gestores.

Nas duas gestões foi verificada a ausencia de empenhamento das contribuições


previdenciárias, bem como o envio da GFIP ao INSS com informações incorretas fatos que devem ser
comunicados à Delegacia da Receita Previdenciária em face das suas atribuições legais.

No tocante às despesas não licitadas, verifica-se que o montante somado nas duas gestões é
expressivo (R$ 1.380.600,71) correspondendo a 22,75% da despesa licitável", e, mesmo que a defesa
alegue que constam registros no SAGRES dessas licitações, no meu entender, é indispensável a existência
do processo formalizado e arquivado na Prefeitura. Todavia, conforme a Auditoria tais processos
licitatórios não foram disponibilizados quando da inspeção, o que levou o órgão de instrução a concluir
que os processos informados no sistema não existiram de fato.

o estudo do gasto com combustível realizado pela Auditoria resultou na constatação de


despesas não comprovadas (fls. 1450/1850- vol 6), cujos valores, no total de R$ 55.111,408, devem ser
devolvidos aos cofres municipais.

Quanto às demais irregularidades comuns às duas gestões têm-se:

I - Abertura de Créditos Adicionais sem fonte de recursos no valor global de R$


177.425,62 - comungo com o entendimento ministerial de que se trata de irregularidade que traduz

7 Despesas não licitadas R$ 1.255.879,76 são de responsabilidade do Sr. EDVAN PEREIRA DE OLIVEIRA
JUNIOR e R$ 124.720,95 competem a Sra. MARIA MADALENA DE ALBUQUERQUE FERNANDES (Vide
Relatório da Auditoria às fls. 1856/1857).
8

L ._._._~_~t;.~~~_~~_~~~~~~!!Y-~!~._.
-.J
; 1a Gestão ; 2a Gestão ;

E~~ 34.675,12~º~~~~~~~1
Total~~~!!.!1~º1

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\CDD-PCA-2006-2484-07.doe
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I
-~
~UNALDECONTASDOESTADO

desorganização da administração, cabendo recomendação à atual gestão para que observe o que preceitua
a Lei n" 4.320/64;

2 - Quanto aos gastos tidos como indevidos, pela Auditoria, com diversos prestadores de
serviços advocatícios nos valores de R$ 13.000,00 e R$ 13.200,00, para cada gestão", mesmo existindo
uma contratação com Assessor Jurídico José Lacerda Brasileiro - considero que o valor das despesas é
relativamente alto e fora dos padrões que costumeiramente se verifica para outros municípios do mesmo
porte. No entanto, ante a atipicidade da situação administrativa, decorrente da mudança de gestor no
período me leva a relevar esta irregularidade, porquanto, entendo que estas situações geralmente trazem
momentos de conflitos de interesses e contendas políticas-administrativas que poderão justificar tais
gastos, sem prejuízo de fazer recomendações ao atual gestor de melhor atenção para o nível alçando.

3 - Déficit Orçamentário (no total equivalente a 0,8% receita orçamentária arrecadada),


reconhecimento de despesas sem observância do regime de competência e não funcionamento do
Conselho Municipal de Saúde - entendo que podem ser relevadas estas falhas, pelos mesmos motivos
expostos no item anterior.

Agora passo a tratar das irregularidades apontadas isoladamente para cada uma das gestões:

Da gestão do Sr. EDVAN PEREIRA DE OLIVEIRA JUNIOR (01/01 a 20/09/2006):

1 Não comprovação de realização de audiência pública durante o processo de elaboração da


Lei de Diretrizes Orçamentárias - falha passível de relevação;
2 Recebimento em excesso de subsídio no valor de R$ 1.333,33 - entendo que o gestor
deve ser compelido a devolver os valores recebidos em excesso;
3 Desvio de recursos do FUNDEF para pagamento de despesas não comprovadas no valor
de R$ 62.746,27 - no meu entender tal irregularidade é passível de imputação de débito,
uma vez que a Auditoria concluiu que as informações apresentadas pelo ex-gestor na sua
defesa não foram suficientes para comprovar suas alegações de que ocorreram
transferências do FUNDEF para conta do FPM, porquanto, tais transferências não
aparecem nos extratos bancários.

Da gestão da Sra. MARIA MADALENA DE ALBUQUERQUE FERNANDES (21/09 a


31/12/2006):

1 Emissão de decreto de abertura de crédito adicional com data anterior à data da posse da
gestora - falha passível de relevação;
2 Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial elaborados incorretamente - falha
passível de relevação;
3 Dívida Municipal incorretamente evidenciada - falha passível de relevação;
4 Gastos com a realização de festa para comemoração de emancipação política do
Município quando havia atraso no pagamento de salários de funcionários e prestadores de
serviços de transporte escolar - falha passível de relevação, visto que ainda que seja uma
despesa ilegítima, entendo que ser perfeitamente compreensível que a administração use
da discricionariedade para realizar este tipo de evento, mesmo que esteja passando por
dificuldades financeira.

Isto posto, voto no sentido de que este Egrégio Tribunal:

1. Emita e encaminhe à Câmara Municipal de Condado parecer contrário à aprovação das


contas do Prefeito, Sr. Edvan Pereira de Oliverira Junior (de 01/01 a 20/09/2006) e da ex-

, As relações dos empenhos referentes aos serviços advocaticios instruem às fls. 1395/1449; ~ ,'ir'

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\CDD-PCA-2006-2484.{)7.doe

~J' \\~
~UNALDECONTASDOESTADO
Processo Te nO 02484/07
Prefeita Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes (de 21109 a 31112/2006), relativas
ao exercício de 2006;
2. Declare que o chefe do Poder Executivo do Município de Condado, referente ao período de
01/01 a 20/09/2006, Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior atendeu integralmente às exigências
da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. Declare que a chefe do Poder Executivo do Município de Condado, referente ao período de
21109 a 3111212006, Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes, atendeu parcialmente às
exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
4. Aplique multas pessoais ao Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior10 e a Sra. Maria Madalena
de Albuquerque Fernandes", no valor de R$ 2.805,10 (Dois mil, oitocentos e cinco reais e dez
centavos) cada multa, por infração a normas legais (Lei 8.666/93 e LC 101/2000), nos artigos 55
e 56, 11 da LOTC/PB, por força das irregularidades constatadas, decorrentes de infração a
preceitos e disposições legais, assinando-lhes o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da
publicação da presente decisão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do
Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da
Constituição do Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71
da Constituição Estadual;
5. Impute débito ao ex-Prefeito Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior, no valor total de
R$ 98.754,72 (noventa e oito mil, setecentos e cinqüenta e quatro reais e setenta e dois centavos)
sendo R$ 34.675,12 relativos ao excesso de gastos com combustíveis, R$ 62.746,27
referentes a despesas não comprovadas pagas com recursos do FUNDEF, e R$ 1.333,33 relativos
ao recebimento em excesso de subsídio;
6. Impute débito à ex-Prefeita Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes, no valor de
R$ 20.436,26 (vinte mil, quatrocentos e trinta e seis reais e vinte e seis centavos), referentes ao
excesso de gastos com combustíveis apurados na sua gestão;
7. Assine prazo de 60 (sessenta) dias aos ex-gestores citados nos itens 5 e 6 para recolher os
valores a eles imputados, aos cofres municipais, a contar da data da publicação da presente
decisão sendo que o valor de R$ 62.746,27 deve ser recolhido à conta do FUNDEB, fundo que
substituiu o FUNDEF, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE),
em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na
hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual;
8. Represente à Delegacia da Receita Previdenciária acerca do recolhimento a menor de
contribuição previdenciária, para as providências cabíveis;
9. Recomende à administração à adoção de medidas com vistas a não repetir as irregularidades
apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal, precisamente a cumprir rigorosamente
os preceitos da lei de licitações e contratos;

É como voto.

DECISÃO DO TRIBUNAL

o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, usando da competência que lhe é conferida


pelo art. 13, § 2°, da Constituição do Estado e art. l°, N, da Lei Complementar n." 18/93, à unanimidade,
na sessão plenária realizada nesta data, acolhendo o voto do Exmo. Sr. Conselheiro Relator, decide:

1. Emitir e encaminhar à Câmara Municipal de Condado parecer contrário à aprovação


das contas do ex-Prefeito, Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior (de 01101 a

10 CPF N° 033.599.704-03
li CPF N° 719.726.174-00

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\CDD-PCA-2006U484-o7.doe
v
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te nO 02484/07
20/09/2006) e da ex-Prefeita Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes(de
21109 a 31112/2006), relativas ao exercício de 2006;
2. Declarar que o chefe do Poder Executivo do Município de Condado, referente ao
período de 01101 a 20/09/2006, Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior atendeu
integralmente às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. Declarar que a chefe do Poder Executivo do Município de Condado, referente ao
período de 21109 a 31112/2006, Sra. Maria Madalena de Albuquerque Fernandes,
atendeu parcialmente às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal
4. Aplicar multas pessoais ao Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior e a Sra. Maria
Madalena de Albuquerque Fernandes, no valor de R$ 2.805,10 (Dois mil, oitocentos e
cinco reais e dez centavos) cada multa, por infração a normas legais (Lei 8.666/93 e Lf'
10112000),nos artigos 55 e 56, 11da LOTCIPB, por força das irregularidades constatadas,
decorrentes de infração a preceitos e disposições legais, assinando-lhes o prazo de
sessenta (60) dias, a contar da data da publicação da presente decisão, para efetuar o
recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e
Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do Estado, a importância
relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE),
em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do Ministério
Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 40 do art. 71 da Constituição
Estadual;
5. Imputar débito ao ex-Prefeito Sr. Edvan Pereira de Oliveira Junior, no valor total de
R$ 98.754,72 (noventa e oito mil, setecentos e cinqüenta e quatro reais e setenta e dois
centavos) sendo R$ 34.675,12 relativos ao excesso de gastos com combustíveis, R$
62.746,27 referentes a despesas não comprovadas pagas com recursos do FUNDEF, e R$
1.333,33 relativos ao recebimento em excesso de subsídio;
6. Imputar débito à ex-Prefeita Sra. Maria Madalena de Albuquerque, no valor de R$
20.436,26 (vinte mil, quatrocentos e trinta e seis reais e vinte e seis centavos), referentes
ao excesso de gastos com combustíveis apurados na sua gestão;
7. Assinar prazo de 60 (sessenta) dias aos ex-gestores citados nos itens 5 e 6 para recolher
os valores a eles imputados, aos cofres municipais, a contar da data da publicação da
presente decisão sendo que o valor de R$ 62.746,27 deve ser recolhido à conta do
FUNDEB, fundo que substituiu o FUNDEF, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se
dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do §
40 do art. 71 da Constituição Estadual;
8. Representar à Delegacia da Receita Previdenciária acerca do recolhimento a menor de
contribuição previdenciária, para as providências cabíveis;
9. Recomendar à atual administração à adoção de medidas com vistas a não repetir as
irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal, precisamente a
cumprir rigorosamente os preceitos da lei de licitações e contratos;

PLENÁRIO MINISTRO JOÃo' A r:r:8 I~ de novembro de 2008.

conselheifo . 10 Alves Viana


idente
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ç:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006
Processo Te nO 02484107
-I
TRrnUNALDECONTASDOESTADO

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Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira

Conselheiro Substituto ~e Santiag~ Melo


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'Ana Terêsa Nóbrega
Procuradora-Geral O '

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\CDD-PCA-2006-2484-o7.doe

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