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1. RELATÓRIO
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9. a aplicação dos recursos provenientes do FUNDEF na remuneração dos Profission;.ijfSdO.
magistério, atingiu 64,37% dos recursos disponíveis no exercício;
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
DEFESA - O recorrente alega que foi constatado pelo órgão técnico que a despesa com pessoal do exercício em
análise teria ultrapassado o limite disposto nos art. 19 e 20 da LRF, não tendo o município informado que
medidas iria adotar a fim de resolver a questão. O recorrente prossegue alegando que para atingir o montante
retromencionado, a Auditoria incluiu no cômputo das despesas com pessoal todos os valores referentes aos
encargos patronais. Ocorre que, em processo diverso, o quantum recolhido a título de recolhimento
previdenciário não deve fazer parte das despesas com pessoal. Por fim, o defendente alega que os percentuais
apontados ultrapassam em pequena monta o permitido em lei, evidenciando a ausência de prejuízo aos cofres
da Edilidade e que, como se trata do segundo ano de legislatura, caso tivesse ocorrido desrespeito aos limites
dispostos nos art. 19 e 20, caberia apenas recomendação, uma vez que, o Gestor já adotou as medidas cabíveis
ao atendimento integral dos comandos retromencionados.
AUDITORIA Preliminarmente cabe ressaltar que esta Auditoria já se pronunciou sobre a consideração de
obrigações patronais como despesa com pessoal no relatório inicial às fi. 2565. Portanto, não há mais
considerações a fazer sobre o entendimento do corpo técnico quanto a este aspecto.
BALANÇOS ORÇAMENTÁRIO. FINANCEIRO, PATRIMONIAL, DEMONSTRATIVO DA DíVIDA
INCORRETAMENTE ELABORADOS E DESPESAS NO MONTANTE DE R$ 975.821,22, RELATIVAS AO
EXERCíCIO DE 2006, EMPENHADAS E PAGAS NO EXERCíCIO DE 2007 (Relativas a obrigações
patronais, outros Serviços de Terceiros-Pessoa Física, Contratação por tempo determinado,
vencimentos e vantagens fixas, material de consumo)
DEFESA -O recorrente alega que no tocante às incorreções apontadas nos balanços orçamentário, financeiro,
patrimonial e no demonstrativo da dívida pública, quanto às despesas relativas ao exercício de 2006,
empenhadas em 2007, não procedem. Segundo o recorrente, o art. 35, 11 da Lei 4.320/64 dispõe que pertencem
ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas. O defendente alega que a simples leitura do
dispositivo citado evidencia que o valor informado pela auditoria não foi legalmente empenhado em 2006, logo
não pertenceriam a este exercício. O recorrente prossegue alegando que para a despesa ser previamente
empenhada é necessário um aporte de recursos financeiro, e que, do montante apontado pela auditoria,
R$ 109.647,00 referem-se ao pagamento de pessoal temporário financiados com recursos do FNS. Continua o
recorrente alegando que tais recursos só foram liberados em janeiro de 2007.
AUDITORIA - É incontestável a adoção do regime de competência aplicado às despesas públicas. O regime de
competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam ou no exercício
em que foram empenhadas. Ora, se assim não fosse estariamos invertendo as etapas da despesa pública,
efetuando o empenho após sua liquidação. O princípio da competência é princípio fundamental da contabilidade,
conforme a Resolução nO750, de 29 de dezembro de 1993, do Conselho Federal de Contabilidade.
NÃO CONTABILIZAÇÃO DE DíVIDA CONSOLIDADA COM A SAElPA NO MONTANTE DE
R$ 2.328.805.21.
DEFESA - O recorrente alega que a falha apontada decorreu de falta de precisão por parte da contabilidade
municipal do montante real devido a Empresa de Energia e que durante o exercício de 2006 houve larga
discussão acerca do valor total da dívida imputada ao município de Solânea.
AUDITORIA - O argumento do recorrente não é plausível. O município em junho de 2006 celebrou termo de
parcelamento com a SAELPA, com o montante da dívida devidamente identificado (doc. fI. 1528). Portanto, a
contabilidade municipal dispunha de todos os elementos para a devida contabilização e não fez, permanecendo,
assim, a irregularidade.
DESPESAS SEM O DEVIDO PROCESSO L1CITATÓRIONO MONTANTE DE R$1.217.214,70.
DEFESA - O recorrente alega que no rol das despesas mencionadas pela auditoria sem procedimento licitatório,
encontram-se os gastos destinados à aquisição de combustíveis para o abastecimento da frota municipal, no
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montante de R$ 413.162,12, devidamente amparados pela Tomada de Preços de nO 003/2006. O recorrente
também alega que as despesas com show artístico do cantor Leonardo totalizaram R$ 102.500,00 e que tal
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contratação só poderia ser feita através da empresa TALISMÃ ADMINISTRADORA DE SHOWS MUSICAIS.
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Prossegue o recorrente informando que o Processo TC 06677/06, que tratou da análise do convênio firmado
entre a PBTUR e a Prefeitura Municipal de Solânea, entendeu regular a prestação de contas do aludido
convênio, recomendando, apenas que falhas formais fossem evitadas futuramente.
Por fim o recorrente alega que, considerando os argumentos apresentados, o montante de despesas não
licitadas cai para R$ 701.552,58, representando apenas 4,28% da despesa orçamentária total e que grande
parte destas despesas não procedidas de licitação está amparada por contratos.
AUDITORIA - Quanto ao montante de R$ 413.162,12, gastos com aquisição de combustíveis, a Auditoria
verificou a existência da Tomada de Preços nO003/2006, como amparo para a realização de tais despesas. Em
relação à contratação de show artístico, no montante de R$ 102.500,00, o recorrente não apresentou nenhum
procedimento licitatório referente a tal dispêndio, para o qual caberia a inexigibilidade, por tratar-se de artista
renomado. Portanto, o montante de despesas sem o devido procedimento licitatório reduz-se para R$
804.052,58. Na verdade, a despesa sem licitação (R$ 804.052,58) representa 21,34% da despesa Iicitável.
Portanto, diante dos fatos, permanece a irregularidade, alterando-se o montante de despesas não licitadas de
R$1.217.214,70 para R$ 804.052,58.
REALIZAÇÃO DE PROCESSOS L1CITATÓRIOS NA MODALIDADE CONVITE EM DETRIMENTO DA
REALIZAÇÃO DE TOMADA DE PREÇOS.
DEFESA - O recorrente alega que o procedimento adotado pela Prefeitura não deve ser tido como irregular,
uma vez que, o primeiro convite destinado à aquisição de gêneros alimentícios se deu em janeiro de 2006, tendo
atendido a necessidade pública durante o interregno de sete meses. Ao perceber que seria gasto mais do que
inicialmente previsto foi realizado novo procedimento licitatório com contrato firmado em agosto de 2008. Por fim,
o recorrente alega que não houve irregularidade no caso em tela, tratando-se na verdade, de equívoco por parte
do Secretário de Educação, na previsão do montante anual a ser utilizado com merenda escolar.
AUDITORIA - Como o próprio recorrente reconhece, houve erro de estimativa para realização da correta
modalidade de licitação. Porém, como bem frisou o recorrente, a quantidade prevista atendeu as necessidades
por sete meses, deixando claro que a previsão foi pouco mais de 50% da necessária até o final do exercício. A
Auditoria entende que jamais poderia haver a realização de convite para as despesas com gêneros alimentícios,
pois, como foi mencionado no relatório inicial, as aquisições do referido objeto somam mais de R$ 200 mil.
DIFERENÇA APURADA NA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA COM RECURSOS DO FUNDEF NO MONTANTE
DE R$ 68.021,46.
DEFESA - O defendente elaborou demonstrativo às fI. 2586 com o intuito de esclarecer a falha inicialmente
apontada e alega que está anexando o Anexo IV-A, referente ao mês de dezembro de 2006.
AUDITORIA - A Auditoria elaborou demonstrativo detalhado sobre movimentações não identificadas às fI. 1212.
No entanto o recorrente não esclareceu, nem apresentou comprovações de tais saídas de recursos restringindo-
se a elaborar um demonstrativo geral. Quanto ao Anexo IV-A mencionado pelo recorrente, o mesmo não foi
anexado à defesa. Permanece a irregularidade.
APLICAÇÕES EM SERViÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE ABAIXO DO MíNIMO CONSTITUCIONALMENTE
ESTABELECIDO, REPRESENTANDO 13,79% DA RECEITA DE IMPOSTOS MAIS TRANSFERÊNCIAS.
DEFESA - O recorrente não apresentou defesa da irregularidade apontada.
AUDITORIA - Permanece a irregularidade.
INADIMPLEMENTO COM CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E DESCUMPRIMENTO DE PARCELAMENTO
DE DÉBITOS REALIZADO COM A SAELPA, SUJEITANDO O ERÁRIO MUNICIPAL À PERDA DE BÔNUS DE
ADIMPLEMENTO NO MONTANTE DE R$1.370.499,07.
DEFESA - O recorrente afirma que é necessário que seja considerado o periodo em que foi originada a dívida
junto a SAELPA (1997-2006), o que demonstra que grande parte do quantum devido pela Edilidade advém não
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só de sua legislatura, mas de periodo que antecedeu a sua Administração. Alega também que o conjunto de
dívidas herdadas pela municipalidade somando-se a elas os juros de mora e multas, não pode servir de base
para a responsabilização do atual Chefe do Poder Executivo que vem se empenhando no sentido de minimizar
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os efeitos oriundos de má gestões. Por fim, o recorrente alega que o municipio realizou termo aditivo no ano de
2007 e que atualmente vem cumprindo suas obrigações com a SAELPA.
AUDITORIA - Preliminarmente cabe ressaltar que o então Prefeito está à frente do Poder Executivo desde o
ano de 2001. O segundo ponto a ser considerado é que a Auditoria não está questionando a responsabilidade
pela dívida, esta gerada em boa parte também pela atual administração, mais o descumprimento de termo de
parcelamento firmado em 2006 (doc. fi. 1528) colocando em risco a perda de bônus de adimplemento no
montante de R$ 1.370.499,07. O termo aditivo (doc. fi. 1533/1534) citado pelo recorrente já foi objeto de análise
por esta Auditoria em seu relatório inicial. Tal termo foi realizado devido ao não cumprimento do contrato
inicialmente firmado, aumentando, conseqüentemente, a divida do ente. Quanto ao cumprimento das
obrigações, a Auditoria verificou que os pagamentos anexados pelo recorrente referem-se ao exercício de 2008,
não possuindo potencial de minimizar a irregularidade apontada, pois cumprir o termo acordado sempre foi
obrigação da administração municipal. Diante dos fatos, permanece a irregularidade.
NÃO RECOLHIMENTO DE OBRIGAÇÕES PATRONAIS NO MONTANTE DE R$ 1.339.115,74 E NÃO
RETENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOB OS SUBsíDIOS DO PREFEITO E VICE·
PREFEITO
DEFESA - O recorrente alega que o Municipio de Solânea não reconhece o montante apontado como devido,
uma vez que considera exorbitante o quantum identificado. Assegura o recorrente que os valores devidos pela
Edilidade estão sendo discutidos no Processo nO13446.000.323/2007-91, fls. 2932/2936, que tramita junto ao 2°
Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Por fim, o recorrente alega que não cabe a esta Corte
discutir o montante a ser pago a título de contribuições previdenciárias, tampouco emitir Parecer contrário à
aprovação das Contas.
AUDITORIA - Antes de argumentar sobre as alegações do defendente, cabe ressaltar que a Auditoria, quando
em fase de instrução inicial, não realizou nenhum cálculo referente às contribuições patronais e sim baseou-se
nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social- GFIP (doc. fi. 2588) para encontrar o
montante devido. Quanto ao mencionado pelo recorrente, a Auditoria não está questionando a certeza e Iiquidez
do montante devido e sim o não recolhimento quando este era conhecido pela administração municipal e esta
tinha o dever de fazê-lo. O não recolhimento de tais obrigações acaba por gerar passivos desnecessários para o
município como juros e multas, dificultando administrações futuras e prejudicando ações de governo voltadas à
sociedade, pois além de arcar com as obrigações correntes o ente será onerado com o pagamento de
obrigações passadas. A prova concreta de tal fato é a cobrança de débito (doc. fi. 2932), realizada pela Receita
Federal do Brasil, imputando débitos da ordem de R$ 1.675.519,92. Aliás, importante frisar que a prevenção de
riscos e a correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas é um dos pilares da Lei de
Responsabilidade Fiscal1,sendo, desta forma, dever desta Auditoria identificar o desrespeito a tais condutas.
DESPESAS NÃO COMPROVADAS COM CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS NO MONTANTE DE
R$ 210.125,62.
DEFESA - O recorrente apresenta demonstrativo às fI. 2589 com o intuito de sanar a irregularidade apontada.
Segundo o defendente alega, a Auditoria não atentou para as compensações do salário família, cujo pagamento
é feito pela Prefeitura.
AUDITORIA - No exercício em análise foi pago a título de obrigações patronais ao INSS, o valor de
R$ 139.005,89 e contabilizado como pago na despesa extra-orçamentária o valor de R$ 461.494,74, totalizando
1 Art. 10 Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capitulo 11 do
Titulo VI da Constituição.
§ 1 A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
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equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que
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tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dividas consolidada e mobiliária, operações de crédito,
ínclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
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R$ 600.500,63 e deste valor foi comprovado o pagamento de R$ 550.338,97 sendo R$ 368.424,14 de INSS
empresa, valor retido do FPM e R$ 181.914,83, referente ao salário família, totalizando a despesa comprovada
paga ao INSS o valor de R$ 550.338,97 ficando uma despesa sem comprovação no valor de R$ 50.161,66
(R$ 600.500,63 - R$ 550.338,97), demonstrado no quadro abaixo e documentos folhas 3020/3024. Portanto,
permanece a irregularidade, alterando-se o montante de R$ 210.125,62 para R$ 50.161,66.
DESPESAS COM PASSAGENS AÉREAS SEM COMPROVAÇÃO NO MONTANTE DE R$ 24.844,90
DEFESA - O recorrente alega que anexa, em atendimento ao órgão de instrução, os tickets das passagens
aéreas adquiridas, além de identificar seus beneficiários, restando amplamente comprovada as despesas em
questão.
AUDITORIA - Ao analisar a documentação anexada pelo recorrente, a Auditoria verificou que tais documentos
não possuem caráter comprobatório. Além de divergências facilmente perceptíveis entre os possíveis bilhetes,
há erros grosseiros de português (doc. fl. 2965), além de algumas informações inadmissíveis, como o GRUPO
CANTOR LEONARDO constante como nome de passageiro (doc. f\. 2960). Diante da incoerência e fragilidade
da documentação comprobatória, permanece a irregularidade.
DESPESAS INDEVIDAS COM ALUGUEL DE IMÓVEL DESTINADO À MORADIA DO PROMOTOR DE
JUSTiÇA NO MONTANTE DE R$ 2.850,00 DEVENDO O VALOR SER DEVOLVIDO AOS COFRES
PÚBLICOS.
DEFESA - O recorrente alega que já foi formulada consulta a esta Corte sobre o assunto em destaque. Afirma o
recorrente que o TCE-PB pronunciou-se sobre o caso através do Parecer Normativo PN-TC 55/2000, no qual foi
decidida a possibilidade de tais despesas, desde que preenchidos os requisitos prescritos no art. 62 da LRF e da
Lei 8.666/93. O recorrente por fim alega que anexou o convênio firmado entre a Prefeitura e a Procuradoria
Geral de Justiça tendo como finalidade o custeio das despesas em questão.
AUDITORIA - A Auditoria analisou a documentação anexada pelo recorrente e não identificou o referido
convênio. A existência de tal convênio é necessária para acobertar as despesas questionadas, tendo em vista o
disposto na LRF.
CONCESSÃO DE SUBVENÇÃO À INSTITUiÇÃO RELIGIOSA NO MONTANTE DE R$ 2.000,00,
CONTRARIANDO A VEDAÇÃO CONTIDA NO ART. 19 DA CONSTITUiÇÃO FEDERAL DE 1988.
DEFESA - O recorrente discorda das conclusões técnicas apontadas no caso em análise, tendo em vista que a
entidade religiosa realizou evento de cunho sócio-cultural no ginásio ADAUTO SILVA, situado dentro dos limites
daquele município, evento este, que beneficiou toda população.
AUDITORIA - A Auditoria entende que apesar do caráter sócio-cultural do evento, não há como desvinculá-lo da
entidade religiosa, pois esta é a solicitante do recurso e organizadora do evento. Além deste fato, há que se
registrar a ausência de Lei municipal disciplinando a matéria.
EXCESSO DE GASTOS COM COMBUSTÍVEIS NO MONTANTE DE R$109.761,93.
DEFESA - O recorrente alega que a irregularidade é meramente formal, uma vez que reside unicamente no fato
de alguns dos gastos efetuados no interregno analisado pela Auditoria não terem sido informados no SAGRES,
ou seja, algumas das despesas realizadas com combustíveis, frise-se - devidamente comprovada através de
notas fiscais constantes nos autos - deixaram de constar no controle de combustíveis.
AUDITORIA - Diferentemente do que alegou o recorrente, a falha apontada não é meramente formal, pois a
Auditoria coletou os controles de combustíveis durante diligência in foco. Lembra esta Auditoria que o cálculo
realizado não foi estimativo e sim através do confronto entre as quantidades adquiridas através das notas fiscais \
e os respectivos controles de combustíveis, como já relatado no relatório inicial (doc. fI. 2569). Portanto, não há o~
que se falar em caráter formal, nem mesmo admitir correções após relato da irregularidade, pois é dever do
jurisdicionado prestar informações fidedignas a este Tribunal.
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o processo
foi encaminhado ao MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TRIBUNAL, que, através do
Parecer nO 1032/2008, da lavra do Procurador Geral em exercício, André Carla Silva Santos, entendeu,
em resumo:
R$ 2.328.805,21 - A contabilidade deve refletir, pela sua própria natureza, os fatos reais
ocorridos no âmbito da entidade, cabendo recomendações para o aperfeiçoamento de tal
conduta;
3. DESPESAS SEM O DEVIDO PROCESSO L1CITATÓRIO NO MONTANTE DE
R$ 804.052,58 E REALIZAÇÃO DE PROCESSOS L1CITATÓRIOS NA MODALIDADE
CONVITE EM DETRIMENTO DA REALIZAÇÃO DE TOMADA DE PREÇOS - A licitação é
procedimento vinculado, formalmente ligado à Lei 8.666/93, não comportando
discricionariedades em sua realização ou dispensa. Pode-se, entretanto, falar em
discricionariedade quanto à adoção do procedimento a ser seguido, mas observando-se uma
ordem do procedimento mais complexo ao mais simples, isso é, fica facultado ao administrador
a realização de concorrência quando poderia ser utilizada a tomada de preços ou o convite. No
presente caso o administrador utilizou o convite quando deveria ter utilizado a Tomada de
Preço. Nesse passo, o descumprimento da lei, quanto à não realização de licitação, enquadra-
se a irregularidade nas hipóteses de emissão de parecer contrário à aprovação das contas, nos
termos do Parecer Normativo PN TC 52/2004;
4. DIFERENÇA APURADA NA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA COM RECURSOS DO FUNDEF
NO MONTANTE DE R$ 68.021,46 E DESPESAS NÃO COMPROVADAS COM
CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DE R$ 50.161,66 - Se recursos públicos são
manuseados e não se faz prova da regularidade das despesas realizadas com os
correspondentes documentos exigidos legalmente, os respectivos gestores atraem para si a
conseqüente responsabilidade de ressarcir os gastos irregulares que executaram ou
concorreram, inclusive por temerária gerência, além de sujeição à multa decorrente de
prejuízos causados ao erário, nos termos do art. 55, da LCE nO18/93;
5. APLICAÇÕES EM SERViÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE ABAIXO DO MíNIMO
CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDO, REPRESENTANDO 13,79% DA RECEITA DE
IMPOSTOS MAIS TRANSFERÊNCIAS - A ausência de programação para o cumprimento dos
limites legais das receitas vinculadas e de providências saneadoras durante o exercício
financeiro representam, pois, profunda deficiência de planejamento, instituto levado a patamar
de princípio e pressuposto de uma gestão fiscal regular. Acrescente-se que, a inobservância
das normas de aplicação em saúde indica, ainda, descompasso entre a ação administrativa e o
bem-estar da população, princípio inarredável a ser observado no gerenciamento público;
6. INADIMPLEMENTO COM CONTAS DE ENERGIA ELÉTRICA E DESCUMPRIMENTO DE
PARCELAMENTO DE DÉBITOS REALIZADO COM A SAELPA, SUJEITANDO O ERÁRIO
MUNICIPAL À PERDA DE BÔNUS DE ADIMPLEMENTO NO MONTANTE DE
R$ 1.370.499,07 E INADIMPLEMENTO COM CONTAS DE ÁGUA/ESGOTO, CAUSANDO
PREjuízo AO ERÁRIO NO MONTANTE DE R$ 30.845,70 - A atuação da edilidade
demonstra a falta de organização para o cumprimento de suas obrigações perante as
contratadas, cabendo recomendação no sentido da breve quitação dos débitos;
7. NÃO RECOLHIMENTO DE OBRIGAÇÕES PATRONAIS NO MONTANTE DE R$1.339.115,74~
E NÃO RETENÇÃO DE CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOB OS SUBsíDIOS O ,
PREFEITO E VICE-PREFEITO - Não há mais, desde setembro de 2004, questionamentos
acerca da contribuição dos agentes políticos ao regime geral de previdência social. Quanto aos
demais descumprimentos de obrigações previdenciárias, no presente caso, verifica-se do
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O processo foi agendado para a sessão do dia 22 de outubro de 2008, momento em que o
Relator solicitou sua retirada de pauta para a Auditoria verificar erro de cálculo no item 11.2 do relatório
preliminar, no que concerne às despesas não comprovadas com contribuições previdenciárias.
Novamente notificado, o ex-Prefeito veio aos autos, com os documentos de fls. 3060/3120,
sustentando em seu favor que não havia despesas sem comprovação e para confirmar o alegado
produziu planilha fazendo as exclusões dos valores contabilizados incorretamente.
O processo foi mais uma vez ao Ministério Público Especial, que pugnou pela ratificação do
parecer de fls. 3035/3049, com a cautela da redução do valor de despesas não comprovadas com
contribuições previdenciárias. Y'
É o relatório, informando que foram feitas as notificações de estilo.
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2. VOTO DO RELATOR
Em relação aos gastos com pessoal, a própria Auditoria, em seu relatório de fls. 2564, calculou
o percentual em 59,16% (sendo 56,07% do Poder Executivo e 3,09% do Poder legislativo) da RCl,
considerando o teor do Parecer PN TC 12/2007, que determina que não sejam computados nas
despesas com pessoal os valores pagos a título de obrigações patronais. Apesar de o limite geral ter
sido alcançado (59,16%), os gastos com pessoal do Poder Executivo extrapolaram o limite (54,0%) em
2,07%, sem que fossem adotadas medidas para o retorno ao limite legal, conforme dispõe art. 55 da
lRF, portanto a irregularidade, sob este aspecto, permanece.
Pertinente aos gastos com ações e serviços públicos de saúde, o percentual alcançado,
segundo a Auditoria, foi de 13,79%, abaixo, portanto, do mínimo constitucional de 15%. Nestes
cálculos, o órgão de instrução não aceitou incluir o valor de R$ 23.386,31, a título de contrapartida do
Convênio nO1388, firmado com a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, por se tratar de gastos com
esgotamento sanitário, fls. 3112/3220. Também não incluiu as despesas com precatórios de dois,
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servidores da Saúde, no total de R$ 91.102,35, fls. 3107/3111. O Relator entende que esses valores
devem ser computados, pois o Tribunal tem aceito tais despesas para o cômputo de saúde. Com a
inclusão desses gastos, o percentual atinge 15,04%, sanando a irregularidade.
Respeitante às despesas com passagens aéreas sem comprovação (fls. 2937/2980); concessão
de subvenção à instituição religiosa, e despesas indevidas com aluguéis de imóvel, destinado à
moradia do promotor de justiça, o Relator acompanha o entendimento do Órgão Ministerial, que
pugnou pela regularidade das mesmas, visto que, no caso das passagens aéreas, as despesas
estavam acompanhadas das notas fiscais, e, em relação a subvenção à instituição religiosa, a despesa
foi destinada a organização de palestras direcionadas às famílias e jovens adolescentes, abordando
temas sobre o fumo, drogas e violência (fls. 2995/2999), não ficando comprovado, nos autos, a
preferência por nenhuma corrente religiosa. Já a moradia do promotor de justiça, faz necessárit _.-
recomendação apenas para a celebração de convênio no sentido de amparar a despesa. ~
2 Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social- GFIP
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No que pertine aos gastos excessivos com festejos juninos com recursos próprios, é tradição do
município de Solânea prestigiar tais eventos, no entanto, não deve o município comprometer recursos
públicos ao ponto de sacrificar áreas importantes como a da saúde, ficando a recomendação no
sentido de o governo municipal buscar parcerias com a iniciativa privada e o governo estadual na
promoção desses festejos.
Tocante aos gastos pessoais com aluguel de imóvel e demais despesas decorrentes, no
montante de R$ 13.822,91, tratam-se de dispêndios relativos a unidade de apoio ao Chefe do Poder
Executivo, criada por Lei Municipal, tendo, inclusive, unidade orçamentária própria para tal despesa.
Assim como o Parquet, o Relator entende que a despesa é regular, porquanto está amparada em lei.
Feitas essas observações, e considerando o que do mais consta nos autos, o Relator vota pela:
•
fossem adotadas medidas para o retorno ao limite legal, conforme dispõe o art. 55 da
LRF;
Imputação ao ex-gestor do débito relativo as despesas não comprovadas com
contribuições previdenciárias, no montante de R$ 31.084,59;
Ix
• aplique multa pessoal ao ex-Prefeito, Sr. Sebastião Alberto Cândido da Cruz, no valor
de R$ 2.805,10, em decorrência das irregularidades apontadas pelo Órgão Auditor;
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Publique-se e intime-se. ~
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Conselheiro
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Conselheiro Flávio Sátiro Fern conSelhe7J~Sé Marques Mariz
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Isabella B~arin· alcão
Procuradora Geral do
Ministério Público junto ao TCE/PB
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