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SOUZA MACHADO, GONÇALVES E ARRUDA

ADVOCACIA

Direito Empresarial – Direito da Empresa

Prof. Pablo Gonçalves e Arruda

1. O Empresário

Com o advento no NCC, o conceito de comerciante no Brasil, baseado na


estrutura objetivista do Direito Francês, foi substituído por aquele
importado da estrutura do Direito Privado Italiano (1942).

O conceito de empresário está estampado no artigo 966 do Código


Civil1. Analisamos, abaixo, os quatro elementos caracterizadores do
conceito:

Profissionalismo: Exercer profissionalmente uma atividade significa


afastar do elenco dos empresários àqueles que esporadicamente
exploram algum negócio lucrativo. Assim, se o sujeito aproveita um
evento esportivo para vender cerveja, não será considerado empresário.
A atividade empresária deve ser responsável, ao menos parcialmente,
pelas economias do titular. Isso não significa, porém, que o empresário
não possa ter outra atividade. Além da habitualidade, são observados,
também, a especialização técnica e o exercício em nome próprio, o que
separa o empresário dos empregados.

Atividade Econômica: Para que se caracterize a atividade econômica


é imprescindível o objetivo final de LUCRO. Atingir o lucro é a
concretização do objetivo, por isso, se o empresário sofre prejuízo no
exercício, isso não o desclassificaria do conceito.

Organização: A expressão organizada é, sem dúvida, a que estabelece


mais nitidamente a subjetividade adrede mencionada. Está em jogo,
aqui, se o titular da atividade a exerce aglutinando e organizando os
meios de produção: mão-de-obra, capital, tecnologia e matéria-prima.
Caso o sujeito não esteja na titularidade da organização de um desses
quatro elementos, não poderá ser caracterizado como empresário.

Produção ou circulação de bens ou de serviços: Em contraposição


ao antigo conceito de comerciante, que era o que exercia um dos atos
de comércio, a atividade empresária não está adstrita a um rol numerus
clausus (Regulamento 737 de 1850). Assim, extrair, industrializar,
montar, vender, além da prestação de serviços, pode caracterizar
atividade empresária, dependendo da incidência dos outros elementos
acima. Exemplos: a indústria que produz calçados produz bens; a loja
que os vende, circula bens; um hotel produz serviços; e uma agência de
viagens os circula.

1
CC. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

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Não é demais ressaltar que podem ser empresárias pessoas naturais ou


jurídicas (sociedades empresárias).

Profissionalismo
Economicidade Elemento de Pessoa Física Pessoas
Empresa Jurídica
Sim Emp. Soc.
Individual Empresária
Não Autônomo Soc. Simples
Organizacionalidade
Capital
Mão de Obra
Insumos
Tecnologia

2. A Empresa

O conceito de empresa fica de fácil dedução após a identificação do


conceito de empresário. Aliás, os dois estão em apertada relação. Sem
medo da redundância, podemos dizer que o empresário é aquele que
exerce atividade empresária.
Empresa será, então, a atividade profissional, econômica e organizada,
que visa a produção ou circulação de bens ou serviços.

Esse conceito, logicamente, é de natureza jurídica, pois que extraído da


Legislação Civilista. A economia trata de estabelecer conceito para
empresa, mas seu melhor sinônimo é, sem qualquer dúvida,
empreendimento.

A empresa não pode ser confundida, assim, com a pessoa que a


titulariza, ainda que jurídica. É, pois, o próprio negócio.

Também não é o estabelecimento, que se constitui com uma


universalidade de bens; coletividade de fato, com conceito jurídico (CC
Art. 1.142).

ENUNCIADOS APROVADOS – I JORNADA DE DIREITO CIVIL

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53 – Art. 966: deve-se levar em consideração o princípio da


função social na interpretação das normas relativas à empresa,
a despeito da falta de referência expressa.

54 – Art. 966: é caracterizador do elemento empresa a


declaração da atividade-fim, assim como a prática de atos
empresariais.

75 – Art. 2.045: a disciplina de matéria mercantil no novo Código


Civil não afeta a autonomia do Direito Comercial.

3. Os Não-Empresários

Apesar do conceito de empresário já estabelecer, por exceção, aqueles


que não o são (quando não englobam os quatro elementos já
apresentados), o parágrafo único do art. 966 impõe que um grupo
atividades não serão empresarias.

Não são empresários aqueles que exercem “profissão intelectual, de


natureza científica, literária ou artística”. São, essencialmente, os
profissionais liberais, como médicos, advogados, escritores, pintores etc.

Não importa aqui se a atividade é exercida com apoio de colaboradores


(empregados). Entretanto, se o exercício da profissão compuser
“elemento de empresa” (na forma do art. 966, principalmente o
elemento “organização”), será empresária, estando sujeita a Lei de
Recuperação.

ENUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

193 – Art. 966: O exercício das atividades de natureza


exclusivamente intelectual está excluído do conceito de
empresa.

194 – Art. 966: Os profissionais liberais não são considerados


empresários, salvo se a organização dos fatores da produção for
mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.

195 – Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda


interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da
absorção da atividade intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, como um dos fatores da organização
empresarial.

4. A Atividade Rural

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O art. 970 estabelece tratamento especial ao empresário rural, bem


como ao pequeno empresário (entenda-se, aqui, a micro-empresa e a
empresa de pequeno porte, da forma da lei especial – LC 123/06).

O próprio Código Civil, no art. 9712, já estabelece ao empresário rural


um inegável benefício: a opção de se inscrever ou não nos órgãos
competentes.

É importante afastar erro crasso cometido por alguns doutrinadores. O


artigo em análise não estabelece uma exceção ao conceito de
empresário, dando ao rural a opção de sê-lo ou não.

Em verdade, caso a atividade rural esteja inserida nos elementos do art.


966, será ela empresária. Assim, o ruralista pode ou não ser empresário.
Prova maior é o próprio art. 971, ao falar em empresário que exerce
atividade rural.

Assim, a diferença estabelecida pelo código em favor do ruralista está


na opção de, sendo empresário (exercendo a atividade rural com
elemento de empresa), efetuar sua inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis.

Se optar pela inscrição, estará sujeito a todas as outras exigências que


recaem sobre os empresários, inclusive se subordinando à Lei
11.101/05, por exemplo.

Se a atividade for mista (rural e industrial, por exemplo), prevalecerá,


para fins de obrigatoriedade ou não de registro, aquela que se
comportar como principal profissão.

ENUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

201 – Arts. 971 e 984: O empresário rural e a sociedade


empresária rural, inscritos no registro público de empresas
mercantis, estão sujeitos à falência e
podem requerer concordata.

202 – Arts. 971 e 984: O registro do empresário ou sociedade


rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza
constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É
inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que
não exercer tal opção.

5. Estabelecimento

2
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a
registro.

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Art. 1142 CC – Estabelecimento é o complexo de bens materiais e


imateriais destinados ao desenvolvimento da atividade, tendo natureza
jurídica de universalidade de fato.

O bem que compõe o estabelecimento tem que ser necessário ao


exercício da atividade da empresa, ainda que componha o seu
patrimônio (ex: ações que uma empresa compra a titulo de
investimentos não compõem o estabelecimento; ou o quadro (obra de
arte) que fica na sala da diretoria).

Da mesma forma existem no estabelecimento bens imateriais que não


compõem o patrimônio contábil [ex: clientela, aviamento (sinergia das
coisas que gera riqueza, mas que estas coisas individualmente não têm
muito valor), ponto comercial, propriedade intelectual].

Natureza Jurídica de estabelecimento – art. 90 CC – uma universalidade


de bens singulares com destinação unitária. É um bem coletivo, de fato
(porque o agrupamento decorre da ação humana e não de força de Lei,
como a Massa Falida ou o Espólio).

O estabelecimento, enquanto um único bem coletivo pode ser objeto de


negocio jurídico autônomo, podendo ser vendido, alugado, arrendado,
sem que necessite cada bem singular que o componha ser
individualizado.

O estabelecimento empresarial pode ser explorado por pessoa natural,


na qualidade de Empresário Individual (CC 966) ou por pessoa jurídica,
constituída como Sociedade Empresária (CC 982). Neste segundo caso,
é vital que se tenha a consciência de que o titular do estabelecimento é
a Sociedade, pessoa jurídica de direito privado (CC 44, II) com direitos e
deveres autônomos na ordem civil. Não são os sócios, pessoas físicas ou
jurídicas, que titularizam o estabelecimento. Estes detêm apenas as
quotas sociais. Lembra-se que o patrimônio pessoal do sócio não se
confunde com o da Sociedade. A quota é bem do sócio; o
estabelecimento, patrimônio da sociedade.

Quando os sócios não mais se vêem interessados no desenvolvimento


do negócios, podem alienar suas quotas na sociedade. Nesse momento
há a substituição das figuras que compõem o quadro societário, mas
não há mudança na titularidade do estabelecimento, que continua
sendo da pessoa jurídica.

Por outro lado, caso queiram os sócios deixar o negócio sem transferir
suas quotas, podem eles deliberar, em reunião ou assembléia societária,
pela cessão do estabelecimento, chamada de trespasse. No trespasse, é
alienante quem titulariza o estabelecimento, ou seja, a Sociedade,
pessoa jurídica. Não há mudança do quadro societário. O que há é a
mudança do titular do estabelecimento e o esvaziamento patrimonial
total ou parcial da sociedade trespassante.

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No trespasse, o contrato de locação firmado com a trespassante não


será automaticamente cedido para a trespassária, senão com a
anuência do Locador . O mesmo acontece com o contrato de franquia,
que dependeria da anuência do franqueador. As autorizações não
seriam necessárias se houvesse mudança na titularidade das quotas,
mantendo-se a mesma pessoa jurídica como locatária ou franqueada.

ENUNCIADO APROVADO - III JORNADA DE DIREITO CIVIL

234 - Art. 1.148: Quando do trespasse do estabelecimento


empresarial, o contrato de locação do respectivo ponto não se
transmite automaticamente ao adquirente. Fica cancelado o
Enunciado n°. 64.

Ainda no campo das diferenças entre cessão de quotas e trespasse,


outra, de crucial importância, precisa ser destacada. Na venda de
quotas o adquirente assume os direitos e deveres que tinha o cedente
na sociedade. O cedente, por sua vez, ficará com ele responsável pelo
prazo de 2 anos (CC 1.003, p.u.). No trespasse, o trespassário assume
direitos e obrigações sobre o estabelecimento, mas o trespassante
ficará com ele responsável pelo prazo de 1 ano (CC 1.146), contado,
para as obrigações vencidas, da averbação na Junta Comercial; e para
as vincendas, de cada respectivo vencimento.

A proteção concorrencial da quarentena somente se opera no trespasse


(CC 1.147).

A venda tem que ser averbada na Junta Comercial para produzir efeitos
erga omnes. Uma venda sem averbação produz efeitos relativos, apenas
inter-partes.

Em caso de arrendamento (aluguel) não há a transferência das


obrigações, já que a propriedade continua para o arrendante.

6. Nome Empresarial

Empresário “Antônio Silva Pereira”;


individual Firma “A. S. Pereira”; ou “S.
(art. 1.156) Pereira, Livros Técnicos”
“Antônio Silva, Benedito
Perreira & Carlos
Souza”; “Pereira, Silva &
S. em Nome Souza”; “A. Silva, B.
Coletivo Firma Perreira & C. Souza,
(art. 1.157) Livros Técnicos”; ou
“Antônio Silva & Cia.”
etc

S. em Comandita Firma (sócios “Antônio Silva, Benedito

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Perreira & Carlos


Souza”; “Pereira, Silva &
Souza”; “A. Silva, B.
Simples
comanditados) Perreira & C. Souza,
(art. 1.157)
Livros Técnicos”; ou
“Antônio Silva & Cia.”
etc
S. em Conta de
Participação Proibida de adotar nome empresarial
(art. 1.162)
“Antônio Silva & Cia.
Comércio de Roupas
Ltda.”; “Silva & Pereira,
Comércio de Roupas
S. Limitada Firma ou
Limitada”; “Alvorada
(art. 1.158) Denominação
Comércio de Livros
Técnicos Sociedade de
Responsabilidade
Limitada” etc.
“Cia Alvorada - Livros
Técnicos”; “Alvorada S.
A. - Livros Técnicos”;
S. Anônima
“Alvorada Livros
(art. 1.160 e art. 3° Denominação
Técnicos Sociedade
da Lei 6.404/76)
Anônima”; ou “Industria
Demóstenes de
Alcântara S/A” etc.
“Antônio Silva
Companhia, Comandita
S. em Comandita por Ações”; “Alvorada
Firma ou
por Ações Livros Técnicos C.A.”; ou
Denominação
(art. 1.161) Comandita por Ações
Silva, Pereira & Cia.”
etc.
S. Cooperativa Cooperativa de
Denominação
(art. 1.159) Catadores
Antônio Silva & Cia.
S. Simples Pura Artes
Firma ou
(art. 997, II, e Beleza Pura Artes
Denominação
1.157) Plásticas

7. As Sociedades

O elenco de pessoas jurídicas está estabelecido no art. 40 do CC,


seguido do elenco das pessoas jurídicas de direito privado do art. 44,
que, no inciso II, aponta as sociedades.

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As sociedades possuem Capítulo (Único) no Código Civil, no Título Dois


(Da Sociedade), do LIVRO II (Do Direito de Empresa), a partir do art. 981.
Nele está o conceito de sociedade.

Art. 981 CC – “Celebram contrato de sociedade as pessoas que


reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados.”

São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações; (resultante da união de pessoas para fins não


econômicos, mesmo que se apure resultado financeiro positivo)
– Art. 53 CC

II - as sociedades; (também resulta da união de pessoas, mas tem


fim econômico, ou seja, com objetivo natural de obter lucro, que
será dividido entre os sócios) – Art. 981

III - as fundações. (criadas por vontade de seu instituidor, por


instrumento público ou testamento, para fins religiosos, morais,
culturais e assistenciais) – Art. 62 CC

IV – Partidos Políticos

V - Organizações Religiosas

Condições para a constituição e existência de uma sociedade:

- Acordo de vontade entre duas ou mais pessoas (Princípio da


Autonomia da Vontade);

Exceções:
Art 206, I, “d” da Lei 6404/76 (unipessoalidade temporária);

Art. 251 da Lei 6404/76 (subsidiária integral, que tem como único
acionista uma sociedade brasileira);

Art. 1033, IV CC (a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no


prazo de cento e oitenta dias.

- Contribuição dos sócios (bens ou serviços) para a formação do


capital social.

Exceções Expressas com relação a serviços: LTDA e sociedades por


ações.

A despeito disso, é diferente a posição adotada pela III Jornada de


Direito Civil do Conselho de Justiça Federal: 206 – Arts. 981, 983, 997,

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1.006, 1.007 e 1.094: A contribuição do sócio exclusivamente em


prestação de serviços é permitida nas sociedades cooperativas
(art. 1.094, I) e nas sociedades simples propriamente ditas (art.
983,2ª parte)”.

- partilha dos lucros e perdas entre os sócios (art. 1.008 CC - É nula


a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e das perdas. – trata de norma das sociedades simples, aplicável
subsidiariamente às demais).

- affectio societatis (intenção dos sócios de se unir e de permanecer


reunidos).

Classificação das sociedades:

Quanto à Personificação:
- personificadas
- não-personificadas (Sociedades em Comum e em Conta de
Participação)

Quanto à Responsabilidade:
- Limitada (SA, LTDA, Cooperativa)
- Ilimitada (Sociedades Simples, em Comum, Nome Coletivo,
Cooperativa)
- Mista (em Comandita Simples e por Ações e Conta de Participação)

Observações importantes:
- A responsabilidade aqui referida é com relação aos sócios. Com relação
à sociedade será sempre ilimitada.
- A responsabilidade depende da forma de constituição societária

Quanto aos Sócios:


- de Capital (S/A, Comandita por Ações)
- de Pessoas (demais)
- Mista (Ltda)

8. Sociedades Empresárias e Não-Empresárias

Devemos dar apertada atenção ao artigo 982, que estabelece simplória,


mas importante, distinção entre as sociedades.

Serão, segundo o artigo, empresárias as sociedades que exercerem


atividade típica do empresário sujeito a registro. Em verdade, a redação
do artigo poderia remeter-se diretamente ao art. 966, sem a
necessidade de invocar pelo art. 967. Mas não o fez.

Para identificar se a sociedade é ou não empresária, basta saber se


atividade exercida o está sendo com a conjunção dos elementos do art.
966 do CC. Assim, se a pessoa jurídica estiver organizando os meios de

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produção como atividade fim (profissionalmente), para produzir ou


circular bens ou serviços com objetivo de lucro, será sociedade
empresária. É o que ensina o artigo 982 do Código Civil.

Segundo o dispositivo (982), as sociedades serão empresárias ou


simples, estas últimas, por exclusão. Se a sociedade não for empresária,
por não agregar os elementos do art. 966, do CC, será simples.

Exemplos: uma sociedade de médicos é não empresária, assim como o


é a de advogados, por estarem excepcionados do conceito de
empresário pelo parágrafo único do art. 966.

Mas também não será empresária a sociedade formada por duas


pessoas que exploram, por exemplo, uma padaria e fazem todo o
trabalho, desde a confecção dos pães até o atendimento ao público,
mesmo que sejam auxiliados por colaborador. Apesar de ser sua
profissão exercida com fim econômico, falta a organização da mão de
obra.

Conclusão: as sociedades serão sempre empresárias ou simples, não


importando o tipo societário a ser escolhido.

9. Sociedades Personificadas:

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1) Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044 CC):

Pode ter natureza tanto Empresária quanto Simples.


A responsabilidade é ilimitada (atinge o patrimônio pessoal dos sócios).
É subsidiária em relação à Sociedade (1o exaure o patrimônio da
sociedade) e solidária entre os sócios (quando atingir o patrimônio dos
sócios, todos responderão de forma solidária).
Só podem ser constituídas por Pessoas Naturais, Físicas. Não pode haver
sócio Pessoa Jurídica.

EX: João e Maria têm entre si uma Sociedade LTDA e desejam participar
de uma sociedade em nome coletivo, mas não ingressando em nome
próprio, querem usar a Pessoa Jurídica de que fazem parte para compor
a sociedade em nome coletivo. Pode? Não, pois este tipo societário não
admite sócio Pessoa Jurídica.

Opera sob Firma (utiliza o nome dos sócios para compor o nome da
sociedade).

2) Sociedade em Comandita Simples (art. 1.045 a 1.051 CC):

Pode ter natureza tanto Empresária quanto Simples.

O capital é dividida em cotas:

Comanditado Comanditários
(à frente do negócio, (Investidores)
Executor)

Não são sócios ocultos


Pois há um contrato.

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Sócio à frente do negocio e outros que são meros investidores. A


administração compete ao Comanditado.
O contrato social é publicamente registrado.
Aqui, já que existem 2 modalidades de Sócios, haverá, também 2
modalidades de Responsabilidade:

1) Sócio Comanditado – Responsabilidade Ilimitada (responde com


seus bens pessoais em relação às obrigações sociais). Se
houver mais de um sócio comanditado a responsabilidade entre
eles é solidária.
2) Sócios Comanditários – Responsabilidade Limitada (e entre os
sócios não há que se falar em responsabilidade).

Opera sob Firma, em nome do Comanditado.


Comanditados só podem ser Pessoas Naturais, Físicas. Já os
Comanditários podem ser Pessoas Físicas ou Jurídicas (art. 1.045 CC).
O contrato aqui é único. Estabelece quem são os sócios Comanditados e
os Comanditários.
A lei determina que se um sócio comanditário começar a exercer
atribuições de competência do sócio Comanditado (atos de
administração) ou seu nome figurar na firma, não importa por qual
motivo e o que dispuser o contrato social, ele passará a ser sócio
Comanditado.

3) Comandita por Ações (art. 1.090 CC):

Ocorre a mesma situação da Comandita Simples (mesma variação de


sócios e mesma responsabilidade), só que o capital social é dividido em
ações e não em cotas.
Só pode ter natureza Empresária, pois tem o Capital dividido em ações
(o voto se dá por ações – quanto mais ações mais votos).
Opera sob Firma ou Denominação (se operar sob firma, deve figurar o
nome do comanditado).
Rege-se pelas normas concernentes às S/A (Lei 6.404/76).
Somente pode ser nomeado Diretor acionista quem seja sócio
comanditado (não pode alguém alheio à relação jurídica ser Diretor).
Também 2 modalidades de Responsabilidade:

1) Sócio Comanditado (Diretor – aquele que administra) –


Responsabilidade Ilimitada. Se houver mais de um direitor a
responsabilidade entre eles é solidária.

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2) Sócios Comanditários – Responsabilidade Limitada (e entre os


sócios não há que se falar em responsabilidade).

4) Cooperativa (art. 1.093 CC):

Diferente das demais Sociedade, aqui cada Cooperativado corresponde


a um voto (voto por cabeça).
A natureza é Simples (§único do art. 982 CC c/c 1.093 CC).
Opera somente sob Denominação. (ex: Unimed – cooperativa de
médicos).
O Estatuto pode prever Responsabilidade tanto Ilimitada quanto
Limitada para os cooperativados. (quando for ilimitada é solidária entre
os cooperativados e quando for limitada o cooperativado responde até o
valor de suas quotas e quanto ao prejuízo decorrente das operações
sociais, respeitada a proporcionalidade de sua participação nas
mesmas) – art. 1.095 CC.

ENUNCIADOS APROVADOS – I JORNADA DE DIREITO CIVIL

69 – Art. 1.093: as sociedades cooperativas são sociedades


simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais.

206 – Arts. 981, 983, 997, 1.006, 1.007 e 1.094: A contribuição


do sócio exclusivamente em prestação de serviços é permitida
nas sociedades cooperativas (art. 1.094, I) e nas sociedades
simples propriamente ditas (art. 983,2ª parte).

207 – Art. 982: A natureza de sociedade simples da cooperativa,


por força legal, não a impede de ser sócia de qualquer tipo
societário, tampouco de praticar ato de empresa.

5) Sociedade Simples (art. 997 CC):

A regra da Simples é aplicável aos demais tipos societários contratuais


(naquilo que uma sociedade for silente, aplicam-se as regras da
sociedade simples).
A Responsabilidade dos sócios é Ilimitada e Proporcional entre eles (art.
1.023 CC).

OBS: Os sócios podem colocar uma cláusula de Responsabilidade


Solidária.

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Opera sob Firma ou Denominação.


A cessão de quotas depende da anuência dos demais sócios (é uma
sociedade de pessoas).

ENUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

207 – Art. 982: A natureza de sociedade simples da cooperativa,


por força legal, não a impede de ser sócia de qualquer tipo
societário, tampouco de praticar ato de empresa.

196 – Arts. 966 e 982: A sociedade de natureza simples não tem


seu objeto restrito às atividades intelectuais.

6) Sociedade LTDA:

Responsabilidade dos sócios é Limitada (eventual saldo que exceda o


patrimônio da Sociedade não atinge, em regra, o patrimônio dos sócios).

Art. 1.052 CC – A Responsabilidade é Limitada, mas todos os sócios


respondem solidariamente pela integralização do Capital Social.

EX: Uma Sociedade com sócio A e sócio B. O sócio A subscreveu 4.000,


mas só integralizou 1.000. O sócio B subscreveu e integralizou 6.000.
Ocorre que, havendo um eventual saldo, o mesmo não atinge o
patrimônio pessoal dos sócios, entretanto, os 3.000 que faltaram para A
integralizar podem ser exigidos tanto de A quanto de B, pois a
responsabilidade pela integralização do Capital Social é solidária.
Opera tanto sob Firma quanto Denominação.
A administração pode ser feita por qualquer pessoa FÍSICA, seja ela
sócia ou não. Entretanto, esta pessoa deverá estar designada em
separado ou no próprio Contrato Social.
Art. 1.010 CC - Os sócios votam pela quantidade de participação
(quotas).
Havendo empate, deverá ser desempatado computando-se por cabeça
(1o critério); o juiz decidirá qual decisão irá prevalecer se persistir o
empate (2o critério).

SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS

CONCEITO

Até o advento do Código Civil, classificava-se o comerciante como de


direito (ou regular) ou de fato (ou irregular). Era de direito, ou regular,
quando sua personalidade jurídica adviesse do registro dos atos

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constitutivos na Junta Comercial. Era considerado irregular, ou de fato,


quando comercializasse sem esse registro. Parte da doutrina não
distinguia o comerciante irregular do de fato. Para quem aceitava a
distinção, o comerciante irregular possuía sequer os atos constitutivos e
subseqüentes alterações, mas não os arquivava na Junta Comercial. O
comerciante de fato sequer possuía atos constitutivos nem outros
documentos. A diferença entre uma figura e outra não estava no fato de
arquivarem ou não os atos constitutivos, mas de tê-los ou não. Provava-
se a existência do comerciante de fato por todos os meios admitidos em
direito.

O Código Civil não mais distingue o empresário irregular do de fato.


Classifica as sociedades em personificadas e não-personificadas. As
sociedades não-personificadas subdividem-se em sociedades em
comum e sociedades em conta de participação.

ENUNCIADO APROVADO – I JORNADA DE DIREITO CIVIL

58 – Art. 986 e seguintes: a sociedade em comum compreende


as figuras doutrinárias da sociedade de fato e da irregular.

As sociedades não-personificadas têm capacidade processual, isto é,


podem ajuizar ou sofrer ações, mas não podem requerer a falência de
eventual credor, em razão da especialidade da lei de falência.

Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

VII – as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem


couber a administração dos seus bens.

O art. 8º do DL. N° 7.661/45 admitia a falência do empresário irregular


ou de fato ao determinar que o seu pedido de autofalência junte o
contrato social, ou, não havendo, a indicação de todos os sócios, ou
estatutos, em vigor, mesmo impressos, da sociedade anônima. A atual
lei de falências manteve a mesma regra.

Nota Importante: Mesmo que inexistente o registro no órgão


competente, o empresário poderá iniciar suas atividades. A diferença é
que, sem o registro, será empresário de fato, e não de direito.

SOCIEDADE EM COMUM

Sociedades em comum são as que não têm os seus atos constitutivos


inscritos no órgão competente (Registro Civil de Pessoas Jurídicas, se
sociedade simples, ou Registro Público de Empresas Mercantis, se
sociedade empresária). O parágrafo único do art. 999 do Código Civil
obriga ao arquivamento de qualquer modificação do contrato social no

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órgão competente, sob pena de o ato sujeito a registro não ser oponível
a terceiro, exceto se houver prova de seu conhecimento.
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por
objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de
todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta
de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação
unânime.

Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será


averbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo
antecedente.
Partindo-se de uma interpretação literal do art. 986 do Código Civil, a
sociedade é em comum quando não inscrever os seus atos constitutivos
no órgão competente. Esse dispositivo não dispõe sobre o não-
arquivamento das alterações contratuais essenciais e indisponíveis.

Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a


sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste
Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem
compatíveis, as normas da sociedade simples.

Nota Importante: As sociedades em comum se equiparam às antigas


irregulares, ou seja, são consideradas sociedades em comum aquelas
que não têm os seus atos constitutivos inscritos no órgão competente
(irregularidade originária) ou deixam de promover as alterações
contratuais necessárias e obrigatórias (irregularidade superveniente).

As sociedades em comum disciplinam-se pelos arts. 986 a 990 do CC, e,


subsidiariamente, até onde houver compatibilidade, pelas normas das
sociedades simples. A sua existência somente pode ser provada pelos
sócios, por escrito. Terceiros podem fazê-lo por qualquer meio de prova
admitido em direito.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no
art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial de que são
titulares os sócios. Daí sua natureza condominial. O patrimônio da
sociedade responde pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá
eficácia contra o terceiro que o conheça ou o deva conhecer.

ENUNCIADO APROVADO – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

210 – Art. 988: O patrimônio especial a que se refere o art. 988


é aquele afetado ao exercício da atividade, garantidor de
terceiro, e de titularidade dos sócios em comum, em face da
ausência de personalidade jurídica.

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O art. 990 do CC é atécnico e confuso quanto à responsabilidade dos


sócios. Diz que: “todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no
art. 1024, aquele que tratou pela sociedade”. Fica a dúvida: a
responsabilidade dos sócios é solidária ou subsidiária? O artigo deve ser
interpretado deste modo: o sócio que contratou em nome da sociedade
responde com ela (patrimônio especial) ilimitada e solidariamente. Os
demais respondem subsidiariamente, isto é, podem invocar o benefício
de ordem previsto no art. 1024 e exigir que os seus bens somente sejam
atingidos se os bens da sociedade e do sócio que a obrigou não
bastarem para a satisfação das dívidas.
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser
executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os
bens sociais.

EUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

208 – Arts. 983, 986 e 991: As normas do Código Civil para as


sociedades em comum e em conta de participação são
aplicáveis independentemente de a atividade dos sócios, ou do
sócio ostensivo, ser ou não própria de empresário sujeito a
registro (distinção feita pelo art. 982 do Código Civil entre
sociedade simples e empresária).

209 – Arts. 985, 986 e 1.150: O art. 986 deve ser interpretado
em sintonia com os arts. 985 e 1.150, de modo a ser
considerada em comum a sociedade que não tenha seu ato
constitutivo inscrito no registro próprio ou em desacordo com
as normas legais previstas para esse registro (art. 1.150),
ressalvadas as hipóteses de registros efetuados de boa-fé.

A lei determina o arquivamento dos atos constitutivos da sociedade


empresária antes do início de sua atividade, sob pena de ser
considerada uma sociedade em comum. Frisa-se: INEXISTÊNCIA DO
REGISTRO NÃO RETIRA A CONDIÇÃO EMPRESÁRIA DA SOCIEDADE. A elas
se aplicam as seguintes regras:

Não podem requerer recuperação judicial e


extrajudicial – art. 48 da lei 11.101/05.
Incidem em falência fraudulenta – art. 168 da
lei 11.101/05.
Não podem requerer a falência dos seus
devedores – art. 97 §1º da lei. 11.101/05.
Podem requerer a própria falência
(autofalência) – art. 105, IV, da lei 11.101/05.
Não podem participar de licitações públicas –

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art. 28, III da lei 8.666/93.


Não podem se registrar no Cadastro nacional de
Pessoas Jurídicas CNPJ, nos cadastros estaduais
e municipais e no INSS.
Não tem personalidade jurídica, mas têm
legitimação processual e existência reconhecida
por lei – art. 12, VII do CPC.
Responsabilidade solidária e ilimitada do sócio
que contratou pela sociedade e subsidiária dos
demais – art. 990 do CC.
A falência da sociedade acarreta a falência dos
sócios com responsabilidade ilimitada – art. 81
da lei 11.101/05.

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

A sociedade em conta de participação, apesar das críticas que vem


recebendo da doutrina ao longo de sua existência legal, foi mantida pelo
Código Civil de 2002.

Sua preservação se deu no âmbito das sociedades, mas daquelas que o


código classifica como não personificadas.

A sociedade em conta de participação é uma sociedade atípica, sui


generis. Trata-se de verdadeiro contrato (escrito ou verbal) de
participação entre os sócios ostensivo e o participante (oculto)
Diferentemente das demais sociedades em que a lei determina
cláusulas essenciais, na sociedade em conta de participação prevalece a
vontade dos contratantes. A sociedade em conta de participação é
oculta para os terceiros, que contratam somente com o sócio ostensivo.

Não é, tecnicamente falando, uma sociedade, mas sim um contrato


associativo ou de participação. Por isso, a doutrina majoritária nega sua
natureza de sociedade no sentido técnico do termo, mas isso não
autoriza o seu banimento do nosso ordenamento jurídico.

O código francês de 1807, o espanhol de 1829 e o português de 1833,


influenciaram o nosso código comercial de 1850, trazendo este tipo de
sociedade como importante instrumento de captação de recursos para o
desenvolvimento da atividade econômica. Investidores podem dirigir
seus fundos à realização de certos negócios que serão executados
diretamente por um empresário ou sociedade empresária já constituída,
que assumirá o risco direto pelo empreendimento, dividindo-se o
proveito econômico ao final. Afigura-se o contrato de participação como
fonte relevante de estímulo à atividade produtiva, atraindo capitais e
promovendo o desenvolvimento econômico.

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RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS

A sociedade em conta de participação é formada por duas categorias de


sócios:

a) Sócio Ostensivo – exerce em nome próprio a atividade constitutiva


do objeto social, sob sua própria e exclusiva responsabilidade, ou seja,
assume obrigações em seu próprio nome, com responsabilidade
ilimitada. O sócio ostensivo pode ser pessoa natural ou jurídica,
empresário ou não empresário – art. 991, caput e parágrafo único, do
CC/2002.
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade
constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio
ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos resultados
correspondentes.

Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio


ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos
termos do contrato social.

b) Sócio Participante - anteriormente denominado de oculto pelo


Código Comercial. Em regra, não responde perante terceiros, obriga-se
tão-somente com o sócio ostensivo nos termos do contrato social, sem
prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais. Se tomar
parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, responde
solidariamente, pelas obrigações em que intervier. Atualmente,
considera-se sócio participante, mas contraditoriamente, proíbe-se sua
participação nas relações do sócio ostensivo com terceiros. O que
temos, na verdade, é a existência de um sócio participante que não
pode participar da sociedade. A expressão “participante, então, limita-se
ao aporte financeiro no negócio.

No contexto contratual, podem conviver vários sócios ostensivos e


vários sócios ocultos e não apenas um sócio representando cada
categoria. Havendo pluralidade de sócios ostensivos, deverá o contrato
definir a participação de cada um na exploração do objeto contratual,
bem como responsabilidades internas dos diversos sócios ocultos, acaso
existentes.

O REGISTRO DO CONTRATO EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

A constituição da sociedade em conta de participação independe de


qualquer formalidade, podendo-se provar sua existência por todos os
meios de direito (art. 992).
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação
independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os
meios de direito.

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Não está sujeita, assim, às formalidades que a lei impõe para a


formação de uma sociedade de fato ou irregular. É Sociedade REGULAR,
reconhecida, inclusive, pelas normas de Direito Tributário, em especial
às de Imposto de Renda. Ela só existe entre os sócios e não perante
terceiros. Em razão disto é que não tem a feição de sociedade, mas sim
de um contrato associativo ou de participação. Não há, outrossim, entre
os contratantes, a externalização de um animus de sociedade, como se
verifica na sociedade de fato. O que os motiva é a oportunidade de
exploração de um ou mais negócios determinados.

Em virtude do perfil especial, a doutrina se dividia quanto à


possibilidade de o instrumento do contrato de participação ser levado a
registro.

O Código Civil de 2002 veio a optar pela consagração da possibilidade


de o instrumento contratual ser levado a registro, o que, entretanto, não
irá conferir personalidade jurídica à sociedade, como expressamente
declarado. Reafirma, ainda, o princípio de que o contrato só produz
efeito entre os sócios (art. 933 CC).
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios,
e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não
confere personalidade jurídica à sociedade.

O PATRIMÔNIO ESPECIAL E A LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE

As contribuições do sócio oculto e do sócio ostensivo constituem, na


definição legal, um patrimônio especial, objeto da conta de participação
relativa aos negócios sociais. Contudo, a especialização patrimonial
somente produz efeitos em relação aos sócios, reenfatizando a regra
legal, a existência da sociedade exclusivamente entre eles (art. 994,
caput e § 1º).

Art. 994.- A contribuição do sócio participante constitui, com a do


sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação
relativa aos negócios sociais.

§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em


relação aos sócios.

A liquidação da sociedade em conta de participação, seja em relação ao


patrimônio especial, seja em relação aos lucros auferidos, reger-se-á
pelas normas relativas à prestação de contas, obedecendo ao rito da lei
processual civil. Existindo dois ou mais sócios ostensivos, as respectivas
contas serão prestadas e julgadas nos autos de um mesmo processo
(art. 966).

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Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.

FALÊNCIA DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Limitando-se a sociedade a produzir seus efeitos na órbita da relação


entre os sócios, não se corporificando em uma pessoa capaz de entrar
em relações com terceiros, ainda que seu instrumento venha a ser
inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis, não estará sujeita a
falência.

Uma vez inadimplida a obrigação contraída pelo sócio oculto, em seu


próprio nome, o credor poderá requerer, não a falência da sociedade em
conta de participação, mas sim, a falência do sócio ostensivo, quando
empresário. Vindo a ser decretada, acarretará a dissolução da sociedade
e a liquidação da respectiva conta. Se o crédito for do sócio participante
deverá se habilitar na falência do sócio participante, como quirográfico.
Se o crédito for do ostensivo, caberá a massa falida ajuizar a
competente ação para cobrança do crédito.

Já na falência do sócio participante (se empresário), o contrato de


sociedade em conta de participação, se sujeita às normas que regulam
os contratos bilaterais na falência. O art. 117 da Lei de Falências diz que
“(...) os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou
evitar o aumento do passivo da massa”. Pode administrador judicial da
massa falida do sócio participante optar pelo cumprimento do contrato,
ou pela sua resolução.

As sociedades em conta de participação são equiparadas às pessoas


jurídicas, para os efeitos do Imposto de Renda. Na apuração dos
resultados, assim como na tributação dos lucros apurados e dos
distribuídos, serão observadas as normas atinentes às pessoas jurídicas
em geral. O sócio ostensivo é responsável pela apuração e declaração
dos resultados e pelo pagamento dos tributos e contribuições devidos.
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do
sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação
relativa aos negócios sociais.

(...)

§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da


sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá
crédito quirografário.

§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às


normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do
falido.

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NOME SOCIAL

A sociedade em conta de participação não terá uma forma ou


denominação social. Por isso, a sociedade é chamada de oculta ou
anônima (não se confundindo o vocabulário com a indicação da
sociedade anônima disciplinada na Lei. 6.404/76).

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO NA ESFERA CIVIL

Ainda enquanto disciplinada pelo Código Comercial, a doutrina já vinha


admitindo a sociedade em conta de participação na esfera civil.

Isto se dava quando o sócio ostensivo não reunia a qualidade de


comerciante, hoje de empresário sujeito o registro.

Por essa razão é que o novo Código Civil não veio determinar que o
sócio ostensivo fosse obrigatoriamente um empresário individual ou
uma sociedade empresária, na definição que para eles reservou nos
artigos 966 e 982.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

ENUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

198 – Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial


não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o
exercício da empresa sem tal providência. O empresário
irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às
normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo
em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de
expressa disposição em contrário.

199 – Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade


empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da
sua caracterização.

Por óbvio que se não for o sócio ostensivo um empresário ou uma


sociedade empresária, não estará ele sujeito à falência; mas, relevando-
se insolvente, poderão seus credores requerer-lhe a declaração da
insolvência civil, que o CPC de 1973 veio a disciplinar sob a rubrica da
execução por quantia certa contra devedor insolvente (artigos 748 a
790).

ATOS DE CONCENTRAÇÃO

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DA TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO DAS


SOCIEDADES.

As operações de reorganização societária se traduzem na modificação


do tipo ou da própria estrutura da sociedade. Resumem-se elas na
transformação, incorporação, fusão e cisão.

Tais figuras vinham, até o advento do Código Civil de 2002, reguladas


em lei especial, Lei n° 6.404/76 (Lei das S/A), mas, apesar disso,
serviam como institutos genéricos, aplicáveis a todas as sociedades,
não reservados exclusivamente às sociedades por ações. Com o
tratamento que o novo código veio dispensar à matéria, temos a leitura
de que, em relação às sociedades anônimas e em comandita por ações,
a disciplina continuará a ser a Lei n°. 6.404/76, já se a operação se
estabelece no âmbito das sociedades contratuais, a regência dar-se-á
com apoio do código, salvo em relação à cisão, eis que por ele não
regulada, quando esse código se limitou a dispor , quanto a ela, tão
somente acerca dos direitos dos credores. Portanto, o regramento dos
demais pontos ficará submetido /ás normas da Lei das Sociedades
Anônimas.

ENUNCIADO APROVADO – I JORNADA DE DIREITO CIVIL

70 – Art. 1.116: as disposições sobre incorporação, fusão e cisão


previstas nº. Código Civil não se aplicam às sociedades
anônimas. As disposições da Lei n. 6.404/76 sobre essa matéria
aplicam-se, por analogia, às demais sociedades naquilo em que
o Código Civil for omisso.

ENUNCIADO APROVADO – IIJORNADA DE DIREITO CIVIL

230 – Art. 1.089: A fusão e a incorporação de sociedade anônima


continuam reguladas pelas normas previstas na Lei n. 6.404/76,
não revogadas pelo Código Civil (art. 1.089), quanto a esse tipo
societário.

232 – Arts. 1.116, 1.117 e 1.120: Nas fusões e incorporações


entre sociedades reguladas pelo Código Civil, é facultativa a
elaboração de protocolo firmado pelos sócios ou
administradores das sociedades; havendo sociedade anônima
ou comandita por ações envolvida na operação, a
obrigatoriedade do protocolo e da justificação somente a ela se
aplica.

TRANSFORMAÇÃO

Transformação é a modificação de um tipo societário em outro. Trata-se


de uma reorganização empresarial que não acarreta dissolução da
companhia. De acordo com o artigo 1.113 do CC o ato de transformação
de uma sociedade independe de sua dissolução ou liquidação.

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Art. 1.113. O ato de transformação independe de dissolução ou


liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da
constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se.

A transformação obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e


inscrição, próprios do tipo em que se vai converter. É cabível em
qualquer tipo de sociedade, inclusive nas sociedades simples. A
transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas
(art. 1.14 CC). Caso haja dissidência, o sócio discordante poderá retirar-
se da sociedade. O código civil não mais permite a renuncia ao direito
de retirada mediante cláusula contratual expressa como estava no art.
221, p.ú. da Lei. n° 6.404/76. O direito de retirada é irrenunciável. É nula
qualquer cláusula em contrário.

Art. 1.114 CC - A transformação depende do consentimento de


todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o
dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do
estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031.

Lei 6.404/76 - Art. 119. O acionista residente ou domiciliado no


exterior deverá manter, no País, representante com poderes para
receber citação em ações contra ele, propostas com fundamento nos
preceitos desta Lei.

Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer dos direitos


de acionista, confere ao mandatário ou representante legal qualidade
para receber citação judicial.

A transformação não prejudica o direito dos credores (art. 1.115 CC),


que continuam com as mesmas garantias que o tipo anterior de
sociedade lhes oferecia. Portanto, somente os créditos surgidos após a
transformação é que irão obedecer à disciplina do novo tipo societário.
Se os titulares de créditos anteriores à transformação o exigirem, a
falência produzirá efeitos em relação a todos os sócios. Em regra, a
falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em
relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estivessem sujeitos (art.
1.115, p.ú. CC)
Art. 1.115 - A transformação não modificará nem prejudicará, em
qualquer caso, os direitos dos credores.

Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somente


produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles
estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à
transformação, e somente a estes beneficiará.

INCORPORAÇÃO

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Incorporação é o instituto pelo qual uma ou várias sociedades são


absorvidas por outra, que as sucede em todos os direitos e obrigações
(art. 1.116 CC). A incorporação não extingue a sociedade incorporadora.
A incorporadora extingue-se sem liquidação. Não há criação de uma
nova sociedade.
Art. 1.116 - Na incorporação, uma ou várias sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os
respectivos tipos.
Os sócios da sociedade incorporada devem aprovar as bases da
operação e o projeto de reforma do ato constitutivo (art. 1.117 CC). A
sociedade que se pretende incorporar tomará conhecimento deste ato,
e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticarem o necessário
em relação à operação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da
diferença que se verificar entre o ativo e o passivo. A deliberação dos
sócios da sociedade incorporada deverá nomear peritos para a
avaliação do patrimônio líquido da sociedade incorporada. Aprovados os
atos da incorporação, a incorporadora deverá declarar extinta a
incorporada e promover a averbação no registro próprio.
Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada
deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato
constitutivo.

§ 1o A sociedade que houver de ser incorporada tomará


conhecimento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os
administradores a praticar o necessário à incorporação, inclusive a
subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o
ativo e o passivo.

§ 2o A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora


compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio
líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada.

Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora


declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação
no registro próprio.
A lei veda o uso do poder econômico e proíbe a concentração de
empresas quando houver ameaça ou violação da livre concorrência.

Lei. 8.884/94 - Art. 20. Constituem infração da ordem econômica,


independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma
manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes
efeitos, ainda que não sejam alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre


concorrência ou a livre iniciativa;
O credor anterior, que se diga prejudicado pela incorporação, tem prazo
de até 90 (noventa) dias para anular judicialmente a operação.

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Art. 1.122. Até noventa dias após publicados os atos relativos à


incorporação, fusão ou cisão, o credor anterior, por ela prejudicado,
poderá promover judicialmente a anulação deles.

FUSÃO

Fusão é o ato pelo qual duas ou mais sociedades se unem para formar
uma nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art.
1.1120 CC). As sociedades participantes desaparecem para originar uma
outra. A fusão tem, pois, um efeito extintivo-associativo (art. 1.119 CC)

Art. 1.119. A fusão determina a extinção das sociedades que se


unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e
obrigações.

Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os


respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se.

§ 1o Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade,


deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova
sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão
nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade.

§ 2o Apresentados os laudos, os administradores convocarão


reunião ou assembléia dos sócios para tomar conhecimento deles,
decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade.

§ 3o É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio


da sociedade de que façam parte.
A fusão será decidida na forma estabelecida para os respectivos tipos
pelas sociedades que pretendam se unir. A lei impõe a realização de
assembléia ou reunião de cada sociedade para a deliberação da fusão.
Aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade e a forma de
distribuição do capital social, devem ser nomeados peritos para a
avaliação do patrimônio da sociedade. A nova legislação não permite
aos sócios integrantes da sociedade em regime de fusão o direito de
voto na avaliação do seu (da sociedade) patrimônio. Constituída a nova
sociedade, aos administradores cabe inscrever os atos relativos à fusão
no registro próprio da sede.

O credor anterior, que se diga prejudicado pela fusão, tem prazo de até
90 (noventa) dias para anular judicialmente a operação (art. 1.122 CC).
Conta-se o prazo da ação da publicação dos atos relativos à
incorporação, fusão ou cisão.

A consignação em pagamento prejudica a anulação pleiteada e, se


tratar de dívida ilíquida, a sociedade poderá garantir-lhe a execução e
suspender o processo de anulação. Se, nesse, ínterim, advier falência da
sociedade, qualquer credor anterior poderá pedir a separação dos

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patrimônios para que os seus créditos sejam pagos pelos bens das
respectivas massas.

CISÃO

É a operação pela qual uma companhia transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades ou constituídas especialmente
para esse fim, extinguindo-se a sociedade cindida, se todo o patrimônio
for vertido à nova companhia, ou repartindo-se o capital sem a extinção
da mesma, se a versão for parcial (Lei 6.404/76 art. 229).

A cisão é um instrumento de reorganização societária. As sociedades


resultantes da recomposição são autônomas e tem personalidade
jurídica própria.

Lei 6.404/76

Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere


parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas
para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se
houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital,
se parcial a versão.

§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que


absorver parcela do patrimônio da companhia cindida sucede a esta
nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de
cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do
patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não
relacionados.

§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade


nova, a operação será deliberada pela assembléia-geral da companhia
à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os
números do artigo 224; a assembléia, se a aprovar, nomeará os
peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e
funcionará como assembléia de constituição da nova companhia.

§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade


já existente obedecerá às disposições sobre incorporação (artigo 227).

§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá


aos administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas
do seu patrimônio promover o arquivamento e publicação dos atos da
operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever
caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver
parcela do seu patrimônio.

§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da


companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição
às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em

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proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive


das ações sem direito a voto.

Na hipótese de cisão total, em que ocorrerá a extinção da cindida, as


sociedades que absorverem parcelas de seu patrimônio sucederão a
esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e
obrigações porventura não relacionados no respectivo ato. O
instrumento de cisão parcial pode estipular que a separação se dará
sem solidariedade e a responsabilidade se restringirá às obrigações
transferidas às sociedades que absorverem as parcelas da cindida.
Nesse caso, qualquer credor anterior poderá opor-se à estipulação, em
relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de
noventa dias contados da publicação da cisão.

A cisão será deliberada em Assembléia ou reunião dos sócios, segundo o


modelo peculiar ao tipo societário envolvido.

Efetivada a cisão com extinção da cindida, caberá aos administradores


das sociedades que tiverem absorvido as parcelas patrimoniais
promover o arquivamento dos atos respectivos; sendo parcial, o encargo
tocará aos administradores da sociedade que se dividiu e da que
recebeu parcela de seu patrimônio.

Lei 6.404/76

Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as


sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia
cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à
cisão.

Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as


sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia
cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem
transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida,
mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à
estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a
sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da
publicação dos atos da cisão.

A cisão é um fenômeno de evidente atualidade e de inegável


importância para o direito societário, entretanto, foi disciplinada com
desdém no CC, que limita-se a descrever os direitos dos credores e não
traça regras para a cisão. Vale dizer, que a aplicação analógica da LSA
não exclui o disposto no art. 1.122 CC. O art. 232 da LSA só admite a
anulação das operações de fusão e incorporação. Quanto à cisão
prevalece o disposto no art. 233 do citado diploma legal.

Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos


relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela

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prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação;


findo o prazo, decairá do direito o credor que não o tiver exercido.
ENUNCIADOS APROVADOS – III JORNADA DE DIREITO CIVIL

227 – Art. 1.076 c/c 1.071: O quorum mínimo para a deliberação


da cisão da sociedade limitada é de três quartos do capital
social.

231 – Arts. 1.116 a 1.122: A cisão de sociedades continua


disciplinada na Lei n. 6.404/76, aplicável a todos os tipos
societários, inclusive no que se refere aos direitos dos credores.
Interpretação dos arts. 1.116 a 1.122 do Código Civil.

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