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MACROFOTOGRAFIA

Tacio Philip Sansonovski


cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia
Introdução

A macrofotografia é um ramo da fotografia voltada aos pequenos objetos,


mostrando aos nossos olhos detalhes muita vezes invisíveis a olho nu, sendo
provavelmente este um dos motivos do seu encanto.

Ao iniciar esta breve discussão sobre macrofotografia torna-se necessário


salientar alguns termos técnicos utilizados neste ramo da fotografia. Diferente
do que costuma ser dito, apenas se aproximar e fotografar um objeto de perto
não é macrofotografia. Vamos começar explicando o que é ampliação, um
termo muito utilizado.

A ampliação é uma relação numérica entre o tamanho original do assunto a ser


fotografado, seja ele um inseto, um selo, uma folha etc. e o tamanho que o
mesmo aparecerá no filme, e não no papel.

Imagine que você irá fotografar um objeto que tenha apenas 5 cm, como um
grande grilo. Imagine agora que você fez um enquadramento bem fechado nele,
o colocando por inteiro dentro do fotograma, ou seja, o seu grilo terá uma
medida de 3,6 cm no filme, a medida de cada fotograma nas câmeras 35 mm.
Para calcular a ampliação é só dividir o tamanho do assunto no filme pelo
tamanho original do assunto, ou seja: 3,6/5,0 ~ 0,7. Pode-se falar então que a
ampliação foi 1:0,7 (1 para 0,7).

Pense agora em uma aproximação maior, colocando apenas parte do grilo na


foto, enquadrando 3,6 cm do inseto. No filme ele terá esse mesmo tamanho, ou
seja, 3,6 cm. Calculando a ampliação chegamos a 1:1 (um para um), que
também é chamado de life size, ou tamanho real, já que o assunto aparecerá
no filme do mesmo tamanho que ele realmente é.

Você pode ainda querer uma ampliação maior ainda, pegando apenas 1,8 cm
do inseto, fazendo com que este espaço ocupe todo o fotograma. A ampliação
será 2:1, ou seja, o objeto terá o dobro do tamanho original quando olhado no
filme.

Pensando nos termos relacionados a essa ampliação, começando de uma


menor para uma maior ampliação nós temos a fotografia close-up, responsável
pelas ampliações entre 1:10 e 1:1. Aumentando a ampliação chegamos a
verdadeira macrofotografia, que começa no life size 1:1 e vai até 10:1. Maiores
ampliações, ou seja, 10:1 ou maiores já caem no ramo da microfotografia,
sendo normalmente utilizado uma câmera fotográfica acoplada a um
microscópio.

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Filmes

Em macrofotografia, como se busca a reprodução dos detalhes, os melhores


filmes a serem utilizados são aqueles com baixa sensibilidade e granulação
muito fina, permitindo assim uma reprodução dos detalhes sem perda de
informação na fotografia. São preferidos ainda filmes reversíveis, os cromos
(slides), que possuem uma granulação mais fina ainda em comparação aos
negativos.

No mercado nacional encontramos diversos filmes para este uso, sendo que
pessoalmente aprecio muito o Fuji Provia 100F, que é extremamente fino e
possui uma boa sensibilidade, proporcionando uma ótima reprodução de
detalhes. Só não esqueça que os filmes reversíveis necessitam de uma
revelação diferente dos filmes negativos, então será necessário leva-lo a um
laboratório que faça esse tipo de revelação.

Câmera fotográfica, lentes e acessórios

O tipo de câmera fotográfica mais utilizado em macrofotografia é a câmera 35


mm reflex. Este tipo de câmera permite que você veja através do visor
exatamente o que aparecerá na fotografia, facilitando seu trabalho.

Existem objetivas específicas para macrofotografia, as lentes macro, que


permitem grandes ampliações e possuem uma excelente qualidade ótica. O
maior inconveniente dessas lentes é preço, sempre elevado.

Para sanar este problema já que não são todos que podem adquirir uma lente
macro existem alguns acessórios que permitem um maior ampliação com o uso
de lentes normais. O acessório mais popular de todos é o filtro Close-up, que
como o próprio nome diz, permite que você chegue mais perto do assunto a ser
fotografado, proporcionando assim uma maior ampliação.

Os filtros close-up, que possuem sua potência indicada por dioptrias, sendo
os mais comuns os +1, +2, +3 e +4, são rosqueados diretamente na frente da
objetiva, sendo portanto encontrados em diferentes tamanhos e individualmente
ou em kits. Quanto maior o valor de dioptria mais próximo você poderá estar
focalizando. Você pode ainda utilizar mais que um filtro ao mesmo tempo,
sendo que sua potência final será a soma dos filtros utilizados. A vantagem
desse acessório é o custo, muito menor que uma lente macro e não há perda
de luminosidade. Como desvantagem esta sua qualidade ótica, principalmente
nas bordas da foto, sendo necessário ara minimizar este problema o uso de
pequenas aberturas de diafragmas. Existe ainda filtros close-up com mais de
um elemento ótico, permitindo assim uma melhor qualidade ótica, ma você irá
pagar por essa diferença.

Outros acessórios utilizados em macrofotografia, menos conhecido do público,


são os tubos de extensão ou foles. Os tubos de extensão são tubos de
tamanho fixo que são colocados entre a lente e o corpo da câmera, permitindo
assim uma maior ampliação do objeto a ser fotografado. Os foles são
semelhantes, com a diferença de poder move-lo para frente ou para trás,
mudando assim seu tamanho. Como vantagem está a qualidade ótica. Como
eles não possuem nenhuma lente, não haverá perda de qualidade por esse
motivo. Como desvantagem estão os preços, principalmente se sua máquina for
eletrônica e a perda de luminosidade, sendo muitas vezes estritamente
necessário o uso de velocidades baixas ou a iluminação com uma fonte
externa, como um flash.

Ainda mais desconhecidos do público são os anéis de inversão, que permitem


que uma lente seja fixada à câmera fotográfica do lado contrário, com seu
elemento frontal junto ao corpo da máquina e seu fundo para frente. Este
recurso é muito apreciado por permitir uma boa qualidade ótica das
reproduções. Outro recurso é ainda colocar uma lente invertida em frente a uma
lente colocada na própria máquina fotográfica. Apesar de raros, existem
adaptadores para tal função. Como vantagem esta a boa qualidade ótica, como
desvantagem, em muitos casos ocorre vinhetagem na fotografia, sendo então
necessário o uso conjunto de tubos de extensão.

Outros acessórios muito utilizados em macrofotografia, apesar de não serem os


responsáveis pela ampliação em si são os flashes. Um flash é uma fonte de luz
que irá iluminar um objeto em casos de pouca luz. A vantagem do flash é
permitir o uso de menores aberturas de diafragma, proporcionando uma maior
profundidade de campo, bem critica em macrofotografia. Outra vantagem é que
permitir o uso de velocidades mais altas, o que é necessário no caso de objetos
em movimento ou se a câmera estiver sendo utilizada na mão.

Existem vários tipos de flashes, os mais recomendados são os que possuem


leitura TTL, ou seja, medem diretamente a iluminação fornecida pela própria
lente, não sendo necessária nenhuma preocupação com compensação na hora
a fotografia. Existem ainda flashes específicos para macrofotografia, como o
ring-flash. Este modelo de flash é circular e colocado na frente da objetiva, com
ele você terá uma iluminação vindo de todos os lados, eliminando sombras
muitas vezes indesejáveis. Como desvantagem esta o chapamento da imagem.
Como as sombras serão eliminadas, o volume da imagem também será
prejudicado. Na maioria dos casos, um flash simples com um cabo disparador é
suficiente. Posiciona-se o flash em uma posição superior e paralela a lente,
permitindo assim uma iluminação sem muitas sombras por baixo e sem perder
a textura e volume da imagem. Pode-se facilmente montar um bracket para
esse uso, fazendo com que o flash fique posicionado no local certo sem ter que
se preocupar em segura-lo, facilitando o movimento da câmera.

Muitas vezes também se torna necessário o uso de um tripé, fazendo com que
a câmera fique mais firme e a fotografia não saia tremida. Em conjunto ao tripé
é sempre bom utilizar um cabo disparador, evitando assim que a câmera trema
ao ser acionado o seu botão disparador. Outro acessório útil nesta circunstância
é um trilho, também dificilmente encontrado no Brasil. O trilho permite que a
câmera seja movimentada para frente e para trás em pequenos movimentos,
permitindo assim um controle melhor do foco.
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Fotografando em campo

Não adianta ficarmos apenas discutindo a parte técnica e teórica da


macrofotografia, é interessante sabermos na prática o que irá funcionar e nos
proporcionar belas imagens quando sairmos em campo, ou seja, na hora de
realmente fotografarmos.

A primeira consideração a ser levada em macrofotografia antes de começar a


fotografar é o custo. Não adianta pensarmos em começar com uma lente
macro, dois flashes, 15 rolos de cromos etc e tal se não tivermos a condição
para tal. Então a primeira coisa a fazer é pensar o que você tem e o que é
possível com o seu equipamento.

Uma outra característica normalmente muito limitante é o peso do conjunto. Nos


casos de se fotografar em um parque na cidade, onde o equipamento será
levado de carro, esse fator não é muito importante. Entretanto, no caso de uma
viagem longa, de vários dias e com quilômetros de caminhada com mochila e
equipamentos nas costas, esse fator começa a ser preocupante. Pense sempre
o que você deseja fotografar e mais que tudo, estude antecipadamente o local.
Não adianta você se preparar para fotografar flores, organizar e separar o
melhor equipamento para o tal e chegar no local e... não haver flores! Conhecer
o lugar muitas vezes é tão importante quanto o fato de organizar e separar o
equipamento.

Com a preocupação de que equipamento levar resolvida, chega a hora de


realmente fotografar. Em macrofotografia existem alguns pontos que são mais
críticos, sendo eles:

- profundidade de campo
Quanto maior for a ampliação, menor será a profundidade de campo. Devido a
isso você terá de usar pequenas aberturas de diafragma, o que tornará
necessário o uso de velocidades baixas de disparo (lembre-se que os melhores
filmes são os pouco sensíveis!).

- foco
O foco em macrofotografia é muito crítico e, aliado à profundidade de campo
limitada, torna-se necessário um grande cuidado na hora de focalizar. Como
primeira dica, se sua máquina possui autofocus, desligue-o! Devido ao foco
muito limitado, qualquer movimentação fará o sistema de focagem automática
de sua máquina ficar maluco, indo para frente e para trás sem achar um ponto
ideal, portanto comece desligando-o! Outra sugestão é, ao invés de se
preocupar em ajustar o foco através do anel de foco, mantenha-o fixo e
movimente a câmera para frente e para trás. Apesar de estranho, este modo de
focalizar é muito mais simples e fácil. Olhando pelo visor e movimentando
levemente a câmera, quando o assunto estiver em foco é só disparar. Um
acessório que ajuda e muito nessa circunstância é o trilho, que permite
pequenos movimentos para frente e para trás mantendo a câmera fixa em um
tripé.

- iluminação
Devido ao problema da profundidade de campo limitada, sendo necessário o
uso de pequenas aberturas de diafragma, será necessário também o uso de
uma velocidade baixa de disparo, o que pode ser resolvido com o auxílio de um
bom tripé e um cabo disparador. No caso de se fotografar algo em movimento,
isso não será possível, sendo então necessário o uso de uma fonte externa de
luz, como um flash. Pode-se usar um ring-flash ou um flash simples. Com um
flash simples recomendo o uso de um cabo disparador e o posicionamento do
mesmo de modo que o assunto seja completamente iluminado, evitando a
formação de muitas sombras, o que ocorre se o mesmo for deixado em sua
posição padrão, sobre a câmera. Para facilitar o trabalho com o flash pode-se
comprar ou fazer em casa um bracket. Desse modo faz-se um prévio
posicionamento do flash, deixando para o momento da foto apenas a
preocupação com o enquadramento e foco.

- Círculo de medo
No caso de se fotografar plantas, rochas ou qualquer objeto estático isso não é
uma preocupação. Entretanto, no caso de fotografia de insetos, isso deve ser
sempre levado em conta. O círculo de medo é referente ao quão próximo um
inseto deixa que você se aproxime dele. Alguns insetos como formigas,
besouros, lagartas, grilos etc. não parecem se incomodar muito com a
aproximação de um fotógrafo. Já outros insetos, como as moscas, borboletas,
mariposas, libélulas etc. possuem um maior receio conosco, fotógrafos. Para se
fotografar esses insetos é necessário o uso de uma teleobjetiva, permitindo a
fotografia a uma maior distância e uma boa dose de sorte, relacionada com o
humor do inseto.

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Considerações finais

Estando pronto e preparado para uma saída macrofotográfica com câmeras,


lentes, filtros, tubos, filmes, flashes, tripés, cabos e tudo mais que você possa
precisar, "perca" alguns dos minutos antes de sair programando
detalhadamente o seu roteiro, inclusive verificando a previsão do tempo para o
local onde você deseja fotografar.

Uma surpresa boa em macrofotografia é achar uma bela flor sem nenhum
defeito em suas pétalas, um inseto diferente, colorido e calmo, texturas
diferentes e não dar de cara com uma forte chuva no caminho ou um tempo frio
de congelar os ossos. Além disso, os insetos não costumam gostar muito de
frio, quando desejar fotografa-los prefira os dias quentes e úmidos e, por esse
mesmo motivo, cuidado redobrado com o equipamento, que teme muito a
umidade.

Outra sugestão que muitas vezes é esquecida e responsável por uma saída
fotográfica se tornar uma saída frustrada é a vestimenta. Sempre que for
fotografar em meio à natureza procure não estar destoante com suas cores,
evitando estar com uma calça vermelha, uma camiseta amarela e boné verde
limão. Cores claras como o branco também não são recomendadas porque
além de chamarem muito a atenção em meio à natureza, sujam muito (chegará
um dia em que você terá de ajoelhar na lama para conseguir aquela foto,
lembre-se de mim nesse momento!). Prefira sempre roupas em tons verde e
beges e sempre compridas. Um colete fotográfico é outra dica útil, deixando
tudo com um acesso mais facilitado para você.

Lembre-se também que enquanto você estiver à procura de insetos para


fotografar eles estarão à sua procura para se alimentar. Um bom repelente irá
muitas vezes literalmente salvar sua pele.

Para fotos de flores ou outros assuntos estáticos não é necessária tanta


preocupação, mas sempre programe o que você deseja fazer e estude a época
da floração para não se decepcionar encontrando apenas flores murchas.

Como última e final consideração, respeite sempre a natureza nunca


removendo flores, matando animais ou devastando a vegetação. Leve para
casa apenas as lembranças e se você tiver sorte, muitos rolos de filme...

Para saber mais...

Shaw, John, John Shaw´s closeups in nature, 1987


Davies, Paul H., The complet guide to close-up & macro photography, 1998
Fotografe Melhor edições 13, 36, 38, 58 e 67

Tacio Philip - todos direitos reservados, proibida cópia sem prévia autorização
do autor
www.macrofotografia.com
TÉCNICA DA LENTE INVERTIDA
Flávia Maciel
cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia
Não é novidade alguma que na fotografia, seja amadora ou profissional, é
necessário usar a criatividade. Nos dias de hoje, quando tudo está muito caro, é
preciso usar a imaginação ao extremo!

O maior problema para maioria dos fotógrafos é o preço das objetivas. Mas tem
como dar um jeitinho pra algumas situações. Uma delas, é o macro.

Exite uma técnica para a


substituição da lente de macro até conhecida, mas pouco falada: a inversão da
lente, no sentido mais literal da expressão. Não é uma técnica muito ortodoxa,
mas de belíssimo resultado. Com ela vc retira a lente da câmera, acopla a parte
da frente no lugar de onde foi retirada, segurando sempre, já que não tem como
rosquear. Daí é só se aproximar o máximo do objetivo e ir afastando bem
lentamente observando o foco. Previamente, o telêmetro deve estar marcando
a distância mínima e não deve ser mexido no momento da focalização do
objeto. É isso mesmo: nessa técnica, deve-se focalizar afastando-se ou
aproximando-se do objeto.

Como todas as lentes tem seus


prós e contras, aí vão algumas dicas:
- para se ter uma boa profundidade de campo é necessário que as fotos sejam
feitas ao ar livre ou com boa iluminação indireta (interiores com com grande
iluminação natural) de preferência com abertura menor que f 4.
- tem que haver uma firmeza muito grande nas mãos se for fazer sem tripé. Isso
porque uma das mãos sustenta somente a câmera e a outra somente a lente.
Como qualquer macro, é necessário que as mãos fiquem bem firmes pois os
resultados são desastrosos. Se não houver certeza, use um tripé ou aumente a
velocidade do obturador.
- velocidades acima de 1/125 tendem a evitar que o objeto esteja tremido, seja
pelo movimento dele ou um leve tremor do fotógrafo.
- os resultados saem lindos com um filme de ISO 400, mas as cores tendem a
ficar mais contrastantes de for ISO 200 ou menor.
- não se esqueça que pra melhor resultado, é necessário que o telêmetro esteja
posicionado na menor distância focal.

As dicas estão aí, agora é só usar


a criatividade para fazer a sua foto perfeita.

Um abraço
Flávia Maciel

TUBO DE EXTENSÃO E TELECONVERSOR


Tacio Philip Sansonovski
cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia
Muito se fala sobre o uso de tubos de extensão (serão mencionados nesse
artigo apenas como ET - Extension Tube, onde ET20 significa um ou mais tubos
com total de 20mm de extensão) e/ou teleconversores (TC - teleconverters,
onde TC2x indica o uso de um teleconverter 2x) em macrofotografia. Entretanto,
pouco se acha falando sobre as suas vantagens e desvantagens, e muito
menos sobre o seu uso em conjunto.

Para esse texto foram feitos vários testes e com isso chegamos a várias
conclusões. Também são mostradas as justificativas físicas/matemáticas para
os efeitos alcançados (não que isso seja importante para a fotografia em si,
mas é bom saber).

Nesse teste foram usados:

Canon EOS 30 com flash Canon MT-24EX


Canon EF 100 f2.8 USM macro
ET Kenko for Canon EOS (20 e 36 mm)
TC Sigma 2x APO

Teoria do uso de tubos de extensão (ET)

Os ET é um acessório muito simples. Esse acessório, como o nome diz, não


passa de um tubo que é colocado entre o corpo da câmera e a lente,
aumentando a distância entre os mesmos, possibilitando assim uma maior
aproximação do assunto a ser fotografado e com isso uma maior ampliação na
fotografia.

O uso de ET em macrofotografia tem três grandes vantagens:

a possibilidade de grandes ampliações;


a possibilidade de uso de lentes simples e mais baratas;
não possui elementos óticos que possam prejudicar a qualidade da
imagem.

A ampliação alcançada com ET vai depender tanto da distância focal da lente a


ser utilizada quanto da extensão utilizada, sendo que para o uso da lente em
posição de foco 'infinito', segue a fórmula:
ampliação = extensão / distância_focal

Exemplo:
Com o uso de uma lente 50 mm e um ET de 25 mm chegamos a seguinte
ampliação:
ampliação = 25/50 = 1/2
Ou seja, você consegue uma ampliação de 1/2, ou em outras palavras, de 1:2.

Exemplo:
Com o uso de uma lente 50 mm e um ET de 50 mm chegamos a seguinte
ampliação:
ampliação = 50/50 = 1
Ou seja, você consegue uma ampliação de 1, ou em outras palavras, de 1:1 ou
lifesize.

Com isso podemos concluir:

quanto menor a distância focal da lente mais facilmente se consegue uma


grande ampliação
quanto maior a extensão maior a ampliação

Como desvantagem está a perda de luz, proporcional ao ET usado e a distância


de trabalho, onde dependendo do ET utilizado, fica nula, encostando o assunto
no primeiro elemento da lente.

Teoria do uso de teleconversor (TC)

O TC, assim como os ET, são colocados entre o corpo da câmera e a lente a
ser utilizada. Vendidos normalmente nas 'potências' de 1.4x e 2x (sendo
encontrados às vezes 3x também), eles ampliam a distância focal da lente
utilizada pelo seu fator.

O uso de TC em macrofotografia tem três grandes vantagens:

aumento da ampliação com o uso de uma lente macro;


maior distância de trabalho do assunto com uma mesma ampliação.
Para se calcular a ampliação que será conseguida com uma lente macro e uso
de TC é só multiplicar a ampliação da lente pelo fator de multiplicação do TC:

Exemplo:
Com o uso de uma lente 100 mm f2.8 macro que alcança 1:1 e com o uso de
um TC2x chegamos a:
distância focal = 100 mm x 2 = 200 mm
ampliação 1:1 = 1x2 = 2:1
abertura 2.8 x 2 = 5.6
Sua lente passa a se comportar como uma 200 mm f5.6 alcançando uma
ampliação de 2:1.

Uso combinado de ET e TC

O uso combinado de ET e TC vai depender de diversos fatores:

extensão utilizada;
teleconversor utilizado;
ORDEM UTILIZADA.

Como mostraremos nas fotos a seguir, a ampliação alcançada não dependerá


apenas da extensão dos ET e do TC utilizado, mas também de como são
usados, já que nesse caso, 'a ordem dos tratores altera o viaduto'.

Para entender o porque da ordem afetar a ampliação é só lembrar as teorias


explicadas acima e seguir o raciocínio para os exemplos abaixo:

Exemplo Uso de uma lente 100 mm + TC2x + ET56 (note que a ordem utilizada
é: lente 100 - TC - ET - corpo da câmera)
Para entender como será o resultado, vamos começar pensando na lente 100
mm + TC2x, obtendo assim o equivalente a uma lente 200 mm.
Agora vamos pensar com o ET56. Como visto acima, a ampliação com ET é:
ampliação = extensão / distância_focal = 56 / 200 = 0,28 vezes, ou pouco
menos de 1:3

Exemplo Uso de uma lente 100 mm + ET56 + TC2x (note que a ordem do ET e
TC entre a lente e a câmera foi invertida em relação ao exemplo anterior)
Vamos novamente pensar em partes, começando na lente 100 mm + ET56,
obtendo assim a seguinte ampliação:
ampliação = extensão / distância_focal = 56 / 100 = 0,56 vezes, ou pouco
menos de 1:2
Agora vamos pensar com o TC2x, obtendo agora:
ampliação = 0,56 x 2 = 1,12, ou seja, uma ampliação de 1,1:1

Com esses dois exemplos percebemos claramente a diferença que a ordem do


uso de TC e ET faz ao resultado final. Em um caso conseguimos uma
ampliação menor que 1:3, obtida muitas vezse com uma lente simples que
possua função 'macro', e uma ampliação maior que 1:1, obtida apenas com
lentes macro específicas!

Nas fotos abaixo foi utilizada uma lente 100 mm em posição infinito de foco:

100 mm + TC2x + 100 mm + ET56 +


100 mm + ET56mm
ET56 TC2x Uso
combinado de ET e TC com lente macro

Semelhante ao discutido acima, veremos agora como ET e TC funcionam junto


à lentes macro.

O interessante em saber sobre as lentes macro é que as mesmas funcionam


como lentes simples com tubos de extensão inclusos em sua estrutura. Para
saber a ampliação de uma lente macro com o uso de ET deve-se entender:
Se a lente proporciona por si só 1:1, é o equivalente a ter uma extensão igual a
sua distância focal. Se proporciona 1:2, é o equivalente a ter uma extensão
igual a metade de sua distância focal e assim em diante.

Exemplo Uso de uma lente 100 mm macro que por si só chegue a 1:1 + ET56
ampliação = extensão / distância_focal = 56+100 / 100 = 1,56 vezes

Exemplo Uso de uma lente 100 mm macro que por si só chegue a 1:2 + ET56
ampliação = extensão / distância_focal = 56+50 / 100 = 1,06 vezes

Obs: apesar de na teoria o funcionamento ser como descrito acima, muitas


lentes macro que alcançam 1:1, quando nessa posição, não se comportam
mais como sua distância focal nominal, funcionando como uma lente de menor
distância focal.

Os TC funcionarão como discutido anteriormente, multiplicarão a ampliação


alcançada por seu fator de ampliação.

Exemplo Uso de uma lente 100 mm macro que por si só chegue a 1:1 + TC2x
ampliação 1 x 2 = 2 vezes = 2:1

O uso de TC e ET em conjunto seguirão o mesmo raciocínio discutido


anteriormente, com a diferença de termos de pensar também na extensão da
própria lente macro.

Nas 5 fotos abaixo foi utilizada uma lente 100 mm macro em posição 1:2 de
ampliação.
sem acessório extra 20 mm ET TC 2x

20ET + TC2x TC2x + 20ET Nas fotos abaixo foi utilizada uma
lente 100 mm macro em posição 1:1.

sem acessório extra 20 mm ET TC 2x

20ET + TC2x TC2x + 20ET Com esses exemplos pode-se


perceber como o uso de TC ou ET afeta a ampliação em macro e, mais do que
isso, como a ordem de uso dos dois acessórios conjugados faz diferença no
resultado final.

Dúvidas? Antes de perguntar leia novamente o artigo e faça testes você


mesmo! ;-)
cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia

ILUMINAÇÃO PARA MACROFOTOGRAFIA


Marco Aurélio
cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia
Introdução

No fascinante mundo de se fotografar os pequenos motivos, seja a fotografia


close- up ou macrofotografia, um dos problemas enfrentados é referente a
iluminação.
Para se conseguir bons resultados em fotografia de aproximação, alguns
requisitos devem ser cumpridos:
i) diafragma de objetiva fechado o máximo possível a fim de se obter uma boa
profundidade de campo;
ii) tempo de exposição curto para evitar a desfocagem do motivo, devido a
pequenos deslocamentos da câmera;
iii) filmes com grãos pequenos para captar o máximo de detalhes, apresentando
uma boa nitidez, o que significa o uso de filmes de baixa ou média sensibilidade
( no máximo ISO 100 ).

Conforme se aumenta a relação de reprodução, que é a relação entre o


tamanho da imagem e o tamanho real do objeto a ser fotografado, diminui-se a
profundidade de campo. Por isso, deve- se fechar o máximo possível o
diafragma da objetiva, a fim de aumentar a zona focada. No entanto, um
diafragma cerrado significa a diminuição da velocidade de obturação. Se
estivermos trabalhando com a câmera montada num tripé não há problema,
mas com o equipamento na mão, uma velocidade relativamente baixa pode
levar a fotos tremidas ou desfocadas. E ainda, levando- se em conta que, para
se conseguir nitidez nos detalhes da imagem o filme utilizado deve ter uma
granulação fina, o que significa o uso de filmes de baixa ou média sensibilidade
( ISO 50 ou 100 ), a exposição terá de ser mais longa.

A iluminação do motivo a ser fotografado pode ser natural ou artificial. A melhor


forma de iluminação natural é a luz do Sol, mas esta depende das condições
climáticas e, em algumas ocasiões, o local onde o motivo se encontra. Por
exemplo, dentro de mata fechada ou dentro de um cômodo onde a luz solar não
atinge, não podemos contar com esse tipo de iluminação, nos restando apenas
a iluminação artificial.

O tipo de flash utilizado pode ser o convencional ou o circular, operado nos


modos Manual, Automático ou TTL. A princípio, o flash convencional
posicionado fora da câmera oferece os melhores resultados, já que permite
iluminar os objetos em vários ângulos diferentes. Já o flash circular emite uma
luz que ilumina o objeto por todos os ângulos, não formando sombras e, com
isso, não dando volume a esse objeto. Mas, por outro lado, seu uso é de grande
valia quando se foca o objeto à uma distancia muito próxima, dificultando o
posicionamento do flash convencional, sem fazer sobra da objetiva sobre o
motivo fotografado.

Dependendo do objeto a ser fotografado e como queremos mostrar esse objeto,


pode se escolher diferentes formas de iluminação. De acordo com o efeito
desejado, podemos iluminar nosso motivo de forma frontal ou lateral, utilizando
mais de um flash, com ou sem rebatedor e assim por diante.

Tipos de iluminação com uso de flash

1- Iluminação frontal: nesse tipo de iluminação, a fonte de luz está no mesmo


eixo da câmera, isto é, aponta diretamente para o local focalizado. È utilizado
quando não é necessário detalhar a forma e textura do motivo, ou quando não
se dispõe de outras fontes de luz complementares. Pode-se obter bons
resultados quando o motivo a ser fotografado é plano.

2- Iluminação lateral: a fonte de luz é colocada em posição lateral, num ângulo


de 45o, podendo estar no mesmo nível da câmera ou elevado em relação a
mesma. Esse é um tipo de iluminação ideal para objetos de formas
arredondadas, com superfície áspera ou com muita textura. Na maioria dos
casos, pode- se utilizar um outro flash, ou um rebatedor, a fim de atenuar as
sombras formadas pelo flash principal.

3- Iluminação rasante: o flash é colocado de forma que a luz emitida incida


paralelamente ao objeto a ser fotografado, que deve ser plano e com textura.
Como a luz incide rente ao motivo, as sombras formadas acentuam os detalhes,
sendo que, nos casos dessas sombras serem muito proeminentes, pode- se
usar um rebatedor suave. Para se avaliar os resultados desse tipo de
iluminação, antes de fotografar o objeto, devemos ilumina- lo com uma fonte de
luz contínua para saber em qual posição devemos colocar o flash.

4- Iluminação de bordo: certos exemplares de seres vivos, como insetos ou


plantas, possuem pelos tênues em sua superfície, que podem ressaltados
quando se coloca uma iluminação incidindo por trás do objeto, num ângulo de
aproximadamente 45o. Como a parte do motivo voltada para a câmera não
recebe a luz do flash colocado na parte posterior, pode- se utilizar um segundo
flash posicionado a 45o na parte frontal, de forma oposta ao primeiro flash.
Nesse caso a segunda unidade de iluminação deve estar regulada em metade
da carga.

5- Iluminação indireta: quando se deseja iluminar um determinado objeto com


luz suave, que não produza muita sombra, se pode utilizar o artifício de rebater
o flash numa superfície branca refletora. Esse rebatedor deve estar direcionado
para o motivo, podendo ser frontal ou lateral, dependendo do efeito desejado.
Ao contrário da iluminação direta, esse tipo de iluminação produz uma luz mais
homogênea, com efeitos menos contrastantes.

Modo prático de se obter a iluminação correta

Uma das maneiras de se conseguir bons resultados em iluminação para


macrofotografia é a experimentação. Para isso se deve utilizar filmes
reversíveis ( cromo / slide ), visto que a imagem é impressa diretamente na
película, sem sofrer influencia dos ajustes de exposição da ampliação da cópia.

Numa primeira etapa escolhemos o equipamento que iremos utilizar, entre


câmeras, objetivas, flash e filmes. O motivo a ser fotografado pode ser um
objeto que tenha cores vibrantes, para facilitar a avaliação da iluminação, após
a revelação do filme. A seguir, se escolhe o aumento desejado ou então mede-
se a distancia entre o objeto focado e o plano focal, sendo que, em algumas
objetivas macro, essa distancia pode ser obtida no anel de focalização. Visto
isso, calcular o fator de correção para a iluminação ( fórmula ) e ajustar a
abertura do diafragma da objetiva.

Após esses procedimentos, colocar os flashes na posição desejada e dispara-


se a máquina fotográfica, fazendo bracketing de + 1 ponto e – 1 ponto além da
abertura calculada. Assim, por exemplo, se a abertura escolhida foi de f16, faz-
se os disparos com f 11 (+1 ponto ) , f16 e f22 ( - 1 ponto ). Depois de revelar o
filme, compare as imagens obtidas com o motivo fotografado, anotando o
aumento utilizado e a abertura de diafragma que apresentou melhor
reprodução.

Esse procedimento deve ser repetido com aumentos diferentes, sendo os


resultados obtidos colocados em uma tabela. Assim, da próxima vez que for
fotografar utilizaando um determinado aumento e o mesmo tipo de iluminação,
é só consultar a tabela para saber qual abertura utilizar.

O PASSO-A-PASSO DA MACROFOTOGRAFIA
Francisco Lopes Filho
Engenheiro Agrônomo e Fotógrafo
cursos, workshops e safáris fotográficos - natureza e macrofotografia
Muitos fotógrafos não gostam de fotografar o que normalmente os outros
enxergam no dia-a-dia. Vão mais além na busca de detalhes, procurando
compor com formas e cores, imagens que escapam da maneira convencional
de observação e interpretação. E a macrofotografia é uma prática ideal para
desvendar esse maravilhoso mundo que é a fotografia de aproximação.

A macrofotografia é, portanto, a técnica de fotografar à curta distância,


ampliando o assunto com o auxílio de equipamentos fabricados especialmente
para essa finalidade, como lentes close-up, tubos e foles de extensão e as
famosas objetivas “macro”, cujo poder de aproximação alcança em certos
casos, a taxa de 1:1, o que significa dizer que obteríamos no negativo ou cromo
uma imagem de tamanho igual ao do objeto fotografado.

A câmera
A câmera mais recomendável para se fazer macrofotos é a reflex, pois este tipo
de câmera permite trocar as lentes e usar a objetiva macro ou uma lente close-
up (de aproximação ., Esta última, por sinal, é muito utilizada por fotógrafos
iniciantes e por aqueles que têm poder aquisitivo mais baixo. Câmeras digitais
também podem ser usadas para se fazer macrofotos.

O filme
Um dos filmes mais adequados para fazer macrofotografia é o cromo (slide) de
baixa a média sensibilidade, como por exemplo, o de ISO 64 e ISO 100. Filmes
negativos também podem ser usados e são até mais baratos que o cromo. A
sensibilidade destes filmes também deve ser baixa, pois dá melhor contraste e
nitidez à imagem. Isso, no entanto, não invalida o uso de filmes de maior
sensibilidade como os de ISO 200 ou de ISO 400, mas normalmente
apresentam granulação na fotografia ao ser ampliada.
A focalização
Para focalizar, o método mais eficiente é por aproximação em relação ao
assunto. No início, dá um pouco de trabalho encontrar o foco. Uma mesa
“estativa”, um tripé ou monopé facilitam a focagem, pois mantêm a câmera
imóvel. Quando se utiliza uma mesa “estativa” é bom usar um cabo disparador
para evitar movimentar a câmera quando se aperta o disarador.

Com a câmera na mão, quando se deseja fotografar insetos vivos no campo, é


aconselhável usar um flash comum ou um ring-flash que fornece uma
iluminação uniforme à curta distância sem produzir sombras.

Profundidade de campo
Em macrofotografia a profundidade de campo é muito importante e depende da
objetiva e do grau de ampliação do assunto a ser fotografado. Quanto maior a
aproximação, menor é a profundidade de campo. Um dos “macetes” é utilizar
diafragmas bem fechados (f/16, f/22 ou f/32).

Fundo
É aconselhável preencher todo o quadro do visor com o assunto a ser
fotografado para evitar que sobre espaço na foto e apareçam outros detalhes.
Se o fundo for muito disperso e estiver atrapalhando, recomenda-se utilizar um
fundo neutro como, por exemplo, uma folha de cartolina colocada atrás do
objeto a ser fotografado.

Estas informações não esgotam o assunto. Outros detalhes podem ser obtidos
em livros, revistas e sites que tratam quase que somente de macrofotografia.

E-mail: f.lopesfilho@uol.com.brNO.SPAM
www.lopesfotografia.hpg.com.br

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