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EXAME 1

Em 22 de Fevereiro de 2006, a Assembleia da República aprovou uma lei sobre


igualdade de género, da qual consta uma norma que prevê a introdução de um
sistema geral de quotas para as mulheres que abrange todos os domínios,
nomeadamente, o emprego público e privado, a vida política e a educação.

Em 23 de Março de 2006, o decreto foi submetido a promulgação do


Presidente da República que o enviou para o Tribunal Constitucional por
desconfiar da sua inconstitucionalidade.

Em 26 de Abril de 2006, o Tribunal pronunciou-se pela não


inconstitucionalidade do diploma.

Apesar disso, o Presidente continua a ter dúvidas se o sistema de quotas para


mulheres é o meio mais adequado para atingir o objectivo da igualdade de
género, pelo que recusa a promulgação do diploma, remetendo-o de novo à
Assembleia da República, a qual o confirma por 125 votos a favor, 80 contra e
9 abstenções.

Tendo concorrido a um lugar de técnico de técnico superior de 2ª classe no


Ministério dos Negócios Estrangeiros, e tendo sido classificada em 2º lugar,
Marta acaba por ser provida no lugar, em detrimento de Joaquim, que foi
classificado em 1º lugar, por força da lei acima mencionada.

Joaquim recorre para o tribunal competente, com fundamento na violação de


várias normas constitucionais, designadamente, o princípio da igualdade
consagrado no art. 13º da Constituição da República Portuguesa e na violação
de uma convenção internacional de que Portugal faz parte, a qual afasta,
expressamente, o sistema de quotas para mulheres na área do emprego.

Marta, por seu turno, contrapõe à inconstitucionalidade da lei a anterior


pronúncia do Tribunal Constitucional em sentido contrário e alega que, no
ordenamento jurídico português, deve prevalecer a lei interna, sendo de
afastar a convenção internacional quando dispõe em sentido contrário.

Quid juris?

II

Responda sucinta, mas fundamentadamente, num máximo de 15 linhas, por


cada questão, às seguintes questões:

a) Distinga reserva de declaração interpretativa e explicite os respectivos


efeitos jurídicos.
b) Distinga direitos de personalidade de direitos fundamentais.
c) Diga o que entende por duplo veto no Conselho de Segurança das Nações
Unidas.
EXAME 2

Em 12 de Abril de 2002, o Governo apresenta à Assembleia da República uma


proposta de lei sobre delimitação de espaços marinhos. Prevê-se a redução da
zona económica exclusiva para 100 milhas marítimas e o aumento do mar
territorial para 24 milhas. A proposta é votada no plenário, em 11 de Maio de
2002, por 70 votos a favor, 40 abstenções e 20 votos contra.

O diploma é submetido ao Presidente da República para promulgação, em 2 de


Junho de 2002, o qual resolve requerer a fiscalização preventiva da sua
constitucionalidade, com fundamento na falta de audição das Regiões
Autónomas e na violação da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do
Mar de que Portugal é parte, a qual impõe como limite máximo da largura do
mar territorial 12 milhas.

O Tribunal Constitucional pronuncia-se no sentido da inconstitucionalidade


orgânica do diploma, devido à falta de audição das Regiões Autónomas, mas
considera improcedente o segundo fundamento, pois, segundo ele, no
ordenamento jurídico português, os tratados internacionais não se encontram
numa posição hierárquica superior à lei ordinária.

Devolvido o diploma à Assembleia da República, esta decide confirmá-lo por


80 votos a favor, 30 votos contra e 50 abstenções.

Em 20 de Outubro de 2002, o Presidente da República, embora com dúvidas,


promulga o decreto como lei.

Inconformadas com o facto de não terem sido ouvidas, as Assembleias


Legislativas Regionais dos Açores e da Madeira aprovam em 25 de Novembro e
3 de Dezembro de 2002, respectivamente, um decreto legislativo regional
cada uma, no qual repõem a extensão de 200 milhas marítimas da zona
económica exclusiva que circunda os respectivos arquipélagos.

Os decretos legislativos regionais entram em vigor em 1 de Janeiro de 2003.

Em 5 de Março de 2003, a polícia marítima portuguesa detecta um barco


espanhol a pescar a 15 milhas da costa da Madeira, tendo procedido à
apreensão do navio, bem como à detenção de toda a tripulação.

No dia seguinte, o Estado espanhol protesta, veementemente, pois, com base


nas normas internacionais aplicáveis, o navio espanhol encontrava-se fora do
mar territorial português, pelo que Portugal não poderia aí exercer
competência penal.

O Estado português contesta afirmando que, segundo a legislação interna, o


mar territorial português vai até às 24 milhas.
Quid juris?
II

Responda, sucintamente, no máximo de 15 linhas, a uma, e apenas uma, das


seguintes questões:

a) Distinga inconstitucionalidade superveniente de inconstitucionalidade


originária.

b) Distinga reconhecimento declarativo de reconhecimento constitutivo.

EXAME 3

Em 21/4/2002, os Ministros dos Negócios Estrangeiros, reunidos no seio do


Conselho da Europa, assinam um acordo relativo à repressão do terrorismo
internacional, cuja entrada em vigor está dependente da vinculação
internacional de 15 Estados partes.
O acordo encontra-se aberto a todos os Estados europeus, mesmo que não
sejam membros do Conselho da Europa.
Desse acordo consta uma cláusula que permite a extradição de cidadãos
nacionais ou estrangeiros para qualquer dos Estados partes na convenção, com
fundamento na prática do crime de terrorismo internacional, à qual o Governo
português apôs uma reserva no decreto de aprovação, em 12/3/2003.
Na mesma data foi depositado o 15º instrumento de vinculação internacional
ao acordo junto do Conselho da Europa .
Recentemente, por ocasião do Euro, foram presos vários cidadãos,
portugueses e estrangeiros, tendo o Estado A, parte na convenção, solicitado
a extradição de um cidadão português, com fundamento na sua possível
implicação num atentado bombista ocorrido nesse país.
O Governo português recusa a extradição invocando a reserva ao acordo, bem
como sérias dúvidas quanto ao carácter justo e equitativo do processo a que
seria submetido esse cidadão nacional.
Em 18/6/2004, o Provedor de Justiça envia ao Tribunal Constitucional um
pedido de apreciação da constitucionalidade de algumas normas do acordo,
entre as quais se incluem a norma de extradição de cidadãos portugueses.
Quid juris?

II

Responda, sucintamente, no máximo de 15 linhas, às seguintes questões:

a) Distinga inconstitucionalidade pretérita de inconstitucionalidade originária.

b) Distinga o reconhecimento do Estado do reconhecimento de Governo.

c) Distinga o modelo de fiscalização da constitucionalidade político do modelo


de fiscalização jurisdicional.
EXAME 4

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Estado português, em visita oficial às


Nações Unidas, assinou com os seus congéneres dos Estados membros da
Organização Mundial de Saúde, um acordo internacional sobre transporte
transfronteiriço de resíduos perigosos.

A convenção entrou em vigor a nível internacional em 12 de Maio de 2000.

Em 15 de Maio de 2000, a convenção foi aprovada, em Portugal, pelo Conselho


de Ministros, sob a forma de decreto-lei, tendo sido submetido a ratificação
do Presidente da República, que resolveu apor uma reserva à cláusula relativa
à responsabilidade solidária do transportador e do Estado que autoriza o
transporte desses resíduos, em caso de ocorrência de danos para o ambiente
derivados desse transporte.

O acordo foi publicado no Diário da República em 31 de Maio de 2000.

Em 25 de Novembro de 2000, a Assembleia da República aprovou por 79 votos


a favor, 70 abstenções e 9 votos contra um decreto destinado a ser publicado
como lei sobre resíduos, no qual se impõe o pagamento de uma taxa a todos
os transportadores de resíduos dentro do território nacional e se considera os
transportadores os únicos e exclusivos responsáveis pelos danos ambientais
eventualmente causados por tais transportes.

Em 30 de Novembro o decreto foi submetido ao Presidente da República para


promulgação, que o enviou ao Tribunal Constitucional, o qual se pronunciou
pela não inconstitucionalidade em 12 de Dezembro.

O Presidente resolve então vetar o diploma e remetê-lo à Assembleia da


República, que o confirma pelo mesmo número de votos com que o tinha
aprovado.

O diploma é publicado no Diário da República em 15 de Fevereiro de 2001.

X, empresa transportadora internacional de resíduos perigosos, requer ao


Estado português a autorização prevista no acordo internacional para um
transporte que pretende efectuar em 12 de Junho de 2001.

O Ministério do Ambiente defere o pedido em 1 de Junho de 2001.

O transporte efectuou-se, tendo o camião tido um desastre e derramado uma


parte do produto tóxico que transportava, o que causa danos graves às
populações e ao ambiente num raio de 30 quilómetros.

Um conjunto de cidadãos propôs no tribunal competente uma acção de


indemnização contra o transportador e contra Estado português, ao abrigo da
cláusula de responsabilidade solidária constante da convenção.

O Estado português alega que:


a) ao apor uma reserva a essa cláusula, ela não se aplica em Portugal;
b) existe uma lei portuguesa que considera os transportadores os únicos e
exclusivos responsáveis pelos danos ambientais provenientes dos transportes,
a qual se sobrepõe ao acordo internacional;
c) a falta de pagamento da taxa por parte da empresa tornou o transporte
ilícito.

Os cidadãos partes na acção contrapõem que:

a) a reserva é ilícita e não foi feita pelo órgão competente a nível nacional;
b) a lei portuguesa não pode contrariar a convenção, pelo que é
inconstitucional;
c) nada na convenção impõe o pagamento de qualquer taxa, pelo que a
exigência da mesma é ilícita.

O tribunal da causa decide em sentido favorável aos cidadãos partes no


processo, com fundamento na inconstitucionalidade da lei, por contrariar a
convenção.

O Estado português recorre para o Tribunal Constitucional.

Quid juris?

EXAME 5

Resolva a seguinte hipótese:

Com o objectivo de combater a onda de criminalidade que assolava o país há


já algum tempo, o Governo aprovou um decreto-lei, em que aumentava a
medida da pena de prisão prevista para o crime de homicídio qualificado para
um máximo de 50 anos.

Submetido ao Presidente da República, este recusa a promulgação do


mencionado decreto-lei, com fundamento na sua inconstitucionalidade,
tendo-o remetido ao Tribunal Constitucional, o qual lhe deu razão.

Perante esta decisão do Tribunal Constitucional, o Governo resolve


transformar o decreto-lei numa proposta de lei que apresenta à Assembleia da
República, a qual foi aprovada por larga maioria.

Além disso, nesse mesmo dia, a Assembleia da República aprova também uma
convenção internacional adoptada no âmbito do Conselho da Europa, que
regula a troca de prisioneiros por delitos comuns entre os Estados membros
dessa organização internacional.

O Presidente da República, ao ratificar a Convenção, apõe-lhe uma reserva,


segundo a qual Portugal não receberá nem enviará prisioneiros de
nacionalidade africana.

Ao abrigo desta Convenção, a Lituânia pretende trocar cidadãos portugueses e


angolanos presos nesse país por cidadãos lituanos a cumprir pena em Portugal.

O Governo português recusa essa troca com base na reserva. A Lituânia


considera a reserva inválida.

Moisés, cidadão estrangeiro, tendo sido condenado por um tribunal português


a 46 anos de prisão, com fundamento no Código Penal, em conjugação com a
lei recentemente aprovada pela Assembleia da República, recorre para o
Tribunal Constitucional, por considerar que a sentença viola a Constituição
portuguesa, dado que, tendo em conta a sua idade, equivale a decretar-lhe
prisão perpétua.

Quid juris?

EXAME 6

O Conselho de Ministros, reunido hoje, aprovou, ao abrigo da alínea c) do n.º


1 do art.º 200.º da Constituição, uma proposta de resolução que apresentou à
Assembleia da república no sentido de esta assumir poderes de revisão
extraordinária imediatamente.

Esta proposta foi agendada e discutida; votaram-na favoravelmente 190


dos 220 Deputados presentes.

Passados 10 dias, um grupo de 50 Deputados pertencentes ao partido Pelo


Centro é que vamos apresentou um projecto de revisão constitucional que
visava alterar a alínea e) do artigo 288.º suprimindo a expressão «direitos
dos trabalhadores».

Passados mais 25 dias, um Deputado do partido Esquerda Poética


apresentou um outro projecto cujo único objectivo era acrescentar um
novo n.º 4 ao art.º 59.º com a seguinte redacção:

«As garantias constantes dos números anteriores aplicam-se também aos


funcionários públicos na medida das disponibilidades orçamentais anuais.»

A alteração constante do primeiro projecto foi aprovada por 154 Deputados


com os votos contra de 60; a alteração constante do segundo projecto foi
aprovada em Comissão de Assuntos Constitucionais.
O Presidente da República recebeu a lei de revisão para promulgação
donde constavam estas duas alterações à Constituição e está convencido
de que deve remeter o diploma para apreciação ao Tribunal Constitucional.

Qualifique a revisão em causa quanto ao tempo e pronuncie-se sobre as


iniciativas relatadas.

1. Analise a conformidade do conteúdo das alterações com as normas


constitucionais pertinentes.
2. Aconselhe, justificando, o Presidente da República quanto à atitude
mais correcta a tomar.
3. Parece-lhe que, caso o Presidente promulgue esta lei de revisão
constitucional, pode um funcionário público recorrer para o Tribunal
Constitucional de uma decisão da Administração que, aplicando o
novo n.º 4 do artigo 59.º da Constituição e invocando insuficiências
de orçamento, lhe negue o pagamento de uma indemnização por
doença profissional.

EXAME 7

Foi publicado no passado dia 30 de Dezembro o DecretoLei X que havia


sido aprovado pelos Ministros do Ambiente, das Cidades e da Economia,
mediante o qual se desenvolvem as bases do sistema de protecção da
natureza. Nos termos desse DecretoLei, passa a ser obrigatório demolir, no
prazo de um ano, todas as construções que se localizem em cima de dunas
ou formações similares cabendo essa obrigação aos proprietários e,
subsidiariamente, às câmaras municipais competentes.

Dronzília recebeu em Janeiro deste ano uma carta da Câmara Municipal de


Camarinhas da Praia que determina que, caso a sua casa de praia
abrangida pelas condições previstas no Decretolei X não seja demolida até
30 de Dezembro de 2007, a Câmara procederá à sua demolição coerciva.

Dronzília, entendendo que o diploma afecta o seu direito de propriedade,


impugnou a decisão da Câmara no tribunal administrativo invocando a
inconstitucionalidade da norma do DecretoLei X.

O tribunal administrativo não lhe deu razão e manteve a decisão


camarária. A sentença do tribunal administrativo data do dia 5 de
Fevereiro.

1) Diga se o Ministério Público pode, ou deve, recorrer desta decisão.

2) E Dronzília, pode recorrer? Em caso afirmativo, diga até quando


pode fazê-lo, identifique o tribunal onde o recurso deve ser
entregue, enuncie as normas ao abrigo das quais recorre e os
pressupostos processuais que deve preencher bem como os
fundamentos da inconstitucionalidade que pode alegar.

II

A Assembleia da República aprovou, por maioria simples, uma resolução


mediante a qual recomendava aos grupos de cidadãos constituídos no
âmbito da campanha para o referendo de 11 de Fevereiro que não usassem
imagens chocantes nos seus tempos de antena.

Sentindo-se lesados na sua liberdade de expressão, 10 desses grupos de


cidadãos requereram ao Tribunal Constitucional a declaração de
inconstitucionalidade daquele resolução.

Identifique e analise todas as questões jurídicoconstitucionais que lhe


parecerem relevantes.

PREPARAÇÃO PARA ORAIS

Ver linnk:

http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/textos020303.html

Alguns Acórdãos do TC de consulta indispensável

Conceito de norma:

1. 26/85
2. 80/86
3. 1058/96

Fiscalização Abstracta:

1. preventiva(25/84; 151/92)
2. sucessiva (80/86; 1/92; 962/96; 423/01; 368/02; 532/04; 563/04)

Fiscalização por omissão

1. 474/2002
Fiscalização Concreta:

1. 376/91
2. 206/92
3. 501/94
4. 96/95
5. 155/2000
6. 449/2002
7. 559/2001

Direitos Fundamentais:

1. 266/87
2. 105/90
3. 509/2002
4. 461/2004
5. 330/88
6. 25/84
7. 285/92
8. 254/99
9. 255/2002
10.212/2003

PESQUISAR EM: www.tribunalconstitucional.pt

Responda, sucintamente, no máximo de 15 linhas, às seguintes questões:

a) Distinga a cláusula rebus sic stantibus da impossibilidade superveniente de


execução de um tratado.

b) Distinga a inconstitucionalidade antecedente da inconstitucionalidade


originária.

Parte III da CRP ¾ Organização do Poder Político

Responda com base na leitura e comentário dos artigos: 110.º; 111.º; 112.º;
115.º; 116.º; 119.º; 133.º a 146.º; 148.º; 156.º; 161.º a 180.º; 182.º a 186.º;
192.º a 195.º; 197.º a 204.º.

A partir do art.º 110.º, localize o regime dos diferentes órgãos na CRP, com
destaque para as normas de competência;
Identifique consequências práticas dos princípios consagrados no art.º 111.º;
Identifique os actos legislativos na ordem jurídica portuguesa?
A Constituição delimita de igual modo os actos regulamentares?
Identifique os órgãos com iniciativa de referendo.
A quem compete a sua convocação?
Todas as matérias são susceptíveis de serem objecto de consulta popular?
Como se processa a intervenção do Tribunal Constitucional nos processos de
referendo?
Qual a consequência da falta de publicação de um decreto-lei?
Relativamente à iniciativa de lei, será que a subturma (1,2) podia apresentar
uma proposta de lei à AR relativa ao regime da autonomia universitária?
E se quisessem antes que se realizasse um referendo?
Dê exemplos de dois preceitos que consagrem a competência legislativa da
AR?
E se se tratar de uma matéria que não esteja prevista nestes dois artigos,
pode a AR legislar?
Com base em que preceito?
Mas o Governo também legisla. Uma vez que não tem o primado da função
legislativa, o seu exercício admite-se por referência à competência legislativa
da AR pelo que podem identificar-se vários graus de competência legislativa
em função de uma maior ou menor liberdade. Quais são?
Quando a AR discordar de um determinado Decreto-Lei produzido pelo
Governo pode suspender a sua vigência?
Pode alterar o seu conteúdo?
Em que condições?
O veto presidencial de actos legislativos é idêntico no que diz respeito às Leis
da AR e aos Decretos-Leis do Governo?
Qual a consequência da falta de promulgação de uma lei?
E da falta de referenda ministerial?
Qual é a maioria mais comum de aprovação dos actos pelos órgãos colegiais?
Têm de estar presentes todos os membros do órgão em causa?

PERGUNTAS PARA ORAIS


DIREITO CONSTITUCIONAL II

1 o que é a excepçao ao nao cumprimento? ha na cv?


2 quais os efeitos da declaracao de inc/ com FOG?
3 efeitos da inc/ por omissao?
4 O 282n4 aplica-se a fisc concreta?
5 um decreto lei disconforme uma convencao, é invalido?
6 é possivel que um acordo inc/ , passe a ser so irregular?
7 ha mais casos de irregularidade sem ser o 277?
8 é possivel o PR promulgar um decreto de revisao em estado de sitio?
9 uma decisao da Ass Geral é fonte de direito?
10 efeitos da nulidade absoluta na cv?
11 o que quer dizer questao prejudicial?
12 que normas estao excluidad da fisc/ prev/?
13 o que é a clausula facultativa da exclusao obrigatoria?
14 como se determina um estado na ordem inernacional?
15 o TC pode fiscalizar actos admn?
16 Pode haver reservas à conv/ europeia dos dtos do homem?
17 o dto comunitario está excluido da fisc/ prev/?
18 quais os recursos obrigatorios para o mp?
19 o mp a meio do recurso pode desistir?
20 qd é que o mp nao é obrigado a recorrer?
21 podemos renunciar aos recursos do tc? e se pudermos, tal é valido?
22 em que tipos de fisc/ se pode fiscalizar tambem a legalidade?
23 quais os requisitos para uma parte recorrer de uma decisao?
24 porque é que faz sentido que uma parte que "ganha" nao possa recorrer
para o tc?
25 o que é o conselho de segurança? qual a sua composicao?
26 quais sao os requisitos de qualificaçao para a revisao const/?
27 o que era a comissao constitucional? ainda tem relevancia?
28 em que situaçoes pode haver recurso directo num recurso de 2º tipo?
29 é possivel o regime dos dlg aplicar-se a um desc?
30 um objecao simples a uma reserva é o mesmo que uma aceitaçao?
31 quais os efeitos de uma decisao de inc/ na fisc/ prev/?
32 em lei organica, o pr pede fiscalizaçao e os deputados pedem tambem? o
que acontece?
33 o que é inc/ por omissao? o que sao medidas legislativas?
34 um estado pode invocar razoes de inc/ para nao cumprir um tratado?
35 onde se apresenta um recurso de 2ª tipo?
36 é possivel uma decisao do tc ser tomada por um so juiz?
37 o que acontece se um trib/ aplicar uma norma declarada inc/ com FOG?
38 quais os casos de nulidade abs/ em dip?
39 numa convencao entre portugal e espanha, pode o chipre ser o depositario?
40 consequencias da violaçao superveniente de um tratado por norma de ius
cogens?
41 tipos de inconstitucionalidade? exemplos?
42 pode haver irregularidade por inc/ material?
43 efeitos de decisao de interpretaçao conforme em fiscalizaçao abstrata e
concreta?
44 qual o regime da inexistencia?
45 caso julgado formal e material?
46 vinte estados celebram tratado, posteriormente 2 celebram um novo entre
si sobre a mesma materia e modificam de maneira q que fique desconforme o
primeiro. o que acontece?
47 o que é promulgacao vedada? que vicio ha se o pr nao esperar?
48 que orgaos podem pedir fisc/ sucessiva?
49 o pr pode pedir fisc abstrata e depois desistir?
50 os tratados tem limites materiais?
51 ha ius cojens regional?
52 é possivel o tc fiscalizar normas de ius cojens?
53 o costume internacional tem de ser publicado?
54 como é a intervencao do mp na fisc concreta?
55 materias abrangidas por acordo e tratado: qual a forma e orgao
comptente?
56 o que é forca de lei?
57 porque sao salvos os casos julgados no 282n3?
58 ha alguma forma de comunicaçao entre fisc/ abstrata e concreta?
59 o costume local ou regional pode inserir-se no 8n1 crp?
60 pq ha diferencas entre nulidades relativas e absolutas na cv?

CASO PRÁTICO 1
Revisão Constitucional – 2º caso

O Presidente da República (PR), depois de se ter aconselhado com os seus


assessores jurídicos, resolveu convocar a Assembleia da República (AR), a 1 de
Setembro de 2007, para que se desse início a uma revisão da Constituição.
A 30 de Setembro, um deputado do Bloco de Direita apresentou o primeiro
projecto de revisão.
Outros projectos se seguiram e, a 5 de Novembro, a Assembleia discutiu,
votou e aprovou, por unanimidade, as seguintes alterações à Constituição:

1º. São revogados os artigos 284º. e 289º. da Constituição da República


Portuguesa.
2º. É alterado o número 2 do artigo 49º., que passa a ter a seguinte redacção:
O sufrágio é pessoal e constitui um dever cujo incumprimento em dois actos
eleitorais sucessivos implicará a privação do direito consagrado no número 1
por um período de 10 anos.
Um decreto com este conteúdo foi enviado para o Presidente da República, a
10 de Novembro, para que aquele o promulgasse como Lei de Revisão
Constitucional.
Tendo sido, posteriormente, informado de que no dia 5 de Novembro apenas
se encontravam 100 deputados presentes no Plenário, o Presidente da
República enviou o decreto para apreciação preventiva ao Tribunal
Constitucional, que se recusou a recebê-lo.
Conformado, o Presidente da República promulgou o decreto como Lei de
Revisão Constitucional, a 10 de Dezembro.

1 – Aprecie, em termos materiais, as alterações à Constituição aprovadas.


2 – Analise, do ponto de vista jurídico-constitucional, as diversas intervenções
do Presidente da República neste processo de revisão.

CASO PRÁTICO 2

Caso A
Um grupo de 2500 cidadãos eleitores, afectos a uma juventude partidária,
apresentou à Assembleia da República uma proposta de lei mediante a qual o
governo ficaria autorizado a alterar as actuais bases do serviço nacional de
saúde. Aí se admitia também que passasse a constar da lei de bases um
aumento anual efectivo de 2% da despesa com a saúde, com início já no ano
de 2005. A lei de autorização teria a duração de 2 meses.
A proposta foi votada na generalidade e na votação na especialidade não
foram introduzidas quaisquer alterações. A votação final global teve o acordo
de 95 deputados, tendo 10 votado contra; os restantes 8 abstiveram-se.
O governo, recém-designado, entendendo que a matéria era muito importante
para a concretização do seu programa, decidiu aprovar em conselho de
ministros o decreto-lei de bases do serviço nacional de saúde, mesmo antes
de submeter à apreciação da assembleia o seu programa de governo.
O Presidente da República, 22 dias depois de ter recebido o decreto do
governo para promulgação, entendendo que aquele violava a Constituição a
vários títulos, decidiu vetá-lo e remetê-lo novamente ao Governo.
Comente todas as questões que lhe pareçam juridicamente relevantes.

Caso B
Imagine agora que o Presidente da República tinha promulgado o decreto do
Governo mas um grupo de Deputados entendia que o mesmo era
inconstitucional, designadamente, por a lei de autorização ser inexistente.
Nessa sequência, os quinze Deputados em causa decidiam submeter a
apreciação parlamentar aquele Decreto-Lei e requerer simultaneamente a
suspensão da sua vigência.

CASO PRÁTICO 3

Caso prático A.1

Belalinda é natural da República dos Abacates e casou já há dez anos com um


cidadão português, ribatejano de gema. Por efeito do casamento conseguiu
que lhe fosse reconhecida a nacionalidade portuguesa, que já detém há cerca
de cinco anos.
Actualmente, o marido de Belalinda está a trabalhar em part time e recebe
mensalmente o equivalente a metade do ordenado mínimo. Belalinda não
consegue arranjar emprego e está desempregada há mais de três anos. O
casal tem agora quatro filhos.
Tendo sabido da possibilidade de lhe ser atribuído um rendimento mínimo,
Belalinda dirigiu-se à segurança social e apresentou o seu pedido. Aí
mostraram-lhe a norma em que se baseariam para lhe recusar a pretensão e
que constava de um acto legislativo do Governo.
«Art.º 2º (âmbito subjectivo)
O presente subsídio aplica-se a cidadãos nascidos em Portugal que tenham
residência fixa no país há, pelo menos, quatro anos.»
Belalinda impugnou a recusa do subsídio junto do tribunal administrativo e
apresentou, ao mesmo tempo, o seu caso ao Provedor de Justiça.
O Provedor de Justiça solicitou ao Tribunal Constitucional a declaração de
inconstitucionalidade daquela norma com fundamento em violação do
princípio da igualdade.
Entretanto, o tribunal administrativo, reconhecendo a inconstitucionalidade
daquele art.º 2.º, decidiu interpretá-lo em conformidade com o princípio da
igualdade. Pelo que, aplicando-se a norma quer a cidadãos nascidos
portugueses nascidos em Portugal quer a cidadãos portugueses nascidos no
estrangeiro, não poderia a Administração recusar o subsídio com base naquela
norma; o tribunal administrativo anulou, assim, o acto administrativo de
recusa do subsídio
O Tribunal Constitucional limitou-se a declarar a inconstitucionalidade da
norma com fundamento na violação do art.º 13.º da Constituição,
determinando que ficariam salvaguardados os efeitos que a mesma tivesse
entretanto produzido.
Analise a situação descrita comentando, sem deixar de ter em conta a
jurisprudência constitucional, tudo o que lhe parecer relevante.

CASO PRÁTICO 3

O Tribunal Constitucional, através da 1ª secção, julgou inconstitucional a


norma Y do Decreto-Lei X se interpretada no sentido de não ser
contabilizável, para efeitos de antiguidade e progressão na carreira, o tempo
em que a funcionária se encontra a gozar a licença de maternidade.
Deste modo, Bertúcia viu o seu requerimento para lhe ser reconhecida a
mudança de escalão, no âmbito da carreira docente, deferido na sequência de
sentença judicial nesse sentido.
Carol, na mesma situação de Bertúcia, invocou aquela sentença junto do
tribunal administrativo onde impugnou a recusa de promoção mas o juiz
manifestou um entendimento diferente quanto à inconstitucionalidade da
norma e pretende dar razão à Administração.
Que pode Carol fazer?
Pode mais alguém intervir nesta situação?

Imagine agora que a situação Carol chegava ao Tribunal Constitucional mas a


2ª secção entendia que a norma em causa não era inconstitucional, não
havendo, por isso, lugar a reforma da sentença do tribunal administrativo.
Haveria algum meio de reacção?

CASO PRÁTICO 4

O juiz do Tribunal Judicial de Loures, chamado a aplicar uma norma do regime


do arrendamento (aprovado por Decreto-Lei) para resolver uma acção de
despejo, é confrontado com a invocação da desconformidade dessa norma
com a competente lei de autorização legislativa. Ciente dessa
desconformidade, ainda assim decide aplicar a norma com os seguintes
fundamentos:
– incompetência para fiscalizar a legalidade das leis;
– a desaplicação da norma conduziria a uma situação de ausência de direito, a
uma lacuna que deixaria o caso sem julgamento;
– a ocorrência de uma revisão constitucional, posterior àquele Decreto-Lei,
que revogou a alínea h) do art.º 165.º.
Comente.

CASO PRÁTICO 5

Revisão Constitucional – 3.º caso

A Assembleia da República (AR) assumiu poderes de revisão a 5 de Março de


2008 mediante a aprovação de uma moção por uma maioria de 190 Deputados
dos 200 que estavam presentes.
O primeiro projecto de revisão constitucional foi apresentado pelo partido da
Direita Unida a 7 de Maio de 2008.
Para além deste, só um Deputado do partido Esquerda com Todos apresentou
um outro projecto a 13 de Junho.
A discussão dos dois projectos iniciou-se a 20 de Setembro, tendo um
deputado do partido Não a Tudo declarado no Plenário que considerava que os
dois projectos tinham caducado.
De entre as alterações aprovadas constava uma alteração ao artigo 149.º no
sentido de a eleição dos Deputados se fazer por círculos uninominais e outra
que revogava a alínea h) do artigo 288.º Ambas foram votadas por 190
Deputados, dos quais 150 votaram a favor e 40 votaram contra, tendo as
alterações sido integradas na lei de revisão constitucional.
O Presidente da República vetou a lei por entender que a mesma era
materialmente inconstitucional, violando grosseiramente limites materiais de
revisão, e devolveu-a à Assembleia da República.
Esta confirmou-a pela mesma maioria que tinha aprovado as alterações ao
artigo 149.º e ao artigo 288.º, pelo que o Presidente se viu obrigado a
promulgar a lei de revisão constitucional.
Os Deputados do partido Centro é Virtude pretendem suscitar a fiscalização
desta lei.

Pronuncie-se sobre todos os aspectos que considerar pertinentes.

CASO PRÁTICO 6

Foi publicado um Decreto-Lei através do qual o Governo define novos ilícitos


contra-ordenacionais, e ajusta o respectivo valor das coimas, relativos à
condução com excesso de álcool ou sob efeito de estupefacientes,
introduzindo, deste modo, alterações ao Código da Estrada.
Assim, no âmbito de uma política de “tolerância zero”, passa a ser proibido
conduzir com álcool no sangue, independentemente da quantidade. Quanto
ao valor das coimas, variará entre €150 e €15000 para a condução sob efeito
de álcool e entre €200 e €20 000 para a condução sob efeito de
estupefacientes (art.º 4.º do mencionado diploma).
O Decreto-lei entrou em vigor a 6 de Janeiro de 2006.
Xaneca e Zacarias foram apanhados numa operação STOP e conduziam,
respectivamente, com 0,2g/l e com 2,4g/l de álcool no sangue.
Presente ao juiz, Xaneca foi condenado a pagar uma coima de €200.
Zacarias – que foi assistido no seu julgamento por um advogado que havia
feito, com evidente distinção, a cadeira de Direito Constitucional – invocou a
ilegalidade da norma do Decreto-Lei que definia o montante da coima
aplicável naquele caso, por o mesmo ser superior ao montante máximo
previsto no regime geral das contra-ordenações (€2500), definido por lei da
Assembleia da República. Ainda assim, o juiz condenou-o ao pagamento de
uma coima no valor de €3500. Zacarias pretende recorrer da decisão.
O presidente da república suscitou, a 20 de Novembro de 2006, a fiscalização
da legalidade da norma do art.º 4.º do Decreto-Lei, sem apresentar qualquer
fundamento.
O Tribunal Constitucional declarou no final do mês de Dezembro a
inconstitucionalidade total daquela norma mas, ao abrigo do n.º 4 do art.º
282.º da Constituição, decidiu que os efeitos dessa incosntitucionalidade só
tivessem lugar a partir do dia 1 de Janeiro de 2007 a fim de garantir a
saudável execução orçamental, que sairia defraudada se tivessem de ser
repostas todas as coimas cobradas no ano de 2006 ao abrigo daquele artigo.
1 – Comente a decisão do Tribunal Constitucional tendo, nomeadamente, em
atenção os seguintes aspectos:
- qualificação da desconformidade imputada ao art.º 4.º do Decreto-Lei;
- âmbito do princípio do pedido; e
- limites às sentenças manipulatórias.
2 – Diga se Xaneca ainda poderia, de algum modo, beneficiar da decisão do
Tribunal Constitucional e o que aconselharia Zacarias a fazer.

CASO PRÁTICO 7

Domingos e Cipriano estão desavindos e propuseram um contra o outro uma


acção no Tribunal Judicial de Leiria.
Durante o julgamento, Cipriano invocou a inconstitucionalidade da norma cuja
aplicação resolveria o litígio, fundamentando-a na violação do princípio da
igualdade por a mesma conduzir a um tratamento diferenciado de realidades
idênticas. Essa norma constava de uma resolução do Conselho de Ministros.
Na sentença, o juiz veio a desaplicar aquela norma decidindo a acção a favor
de Cipriano. Todavia, não considerou que tivesse havido violação do princípio
da igualdade mas antes uma inconstitucionalidade formal que invalidaria a
norma.
Domingos renunciou expressamente ao recurso para o Tribunal Constitucional
e pretende ver a sua questão reapreciada numa segunda instância.
Cipriano está muito descontente pois esperava poder ver a questão apreciada
pelo Tribunal Constitucional. Acha até que tem interesse nisso na medida em
que tem outras acções a correr com objecto idêntico, contra outras pessoas, e
seria uma grande ajuda poder invocar um julgamento já levado a cabo pelo
Tribunal Constitucional.
Para além disso, estranha muito que o Ministério Público não tenha interposto
recurso daquela decisão já que estaria obrigado a fazê-lo pois se a
desaplicação de qualquer decreto regulamentar cria essa obrigação que dizer
quando se trata de uma resolução do Conselho de Ministros.
E com estes fundamentos, Cipriano interpôs recurso para o Tribunal
Constitucional.

Enquadre e comente as atitudes/omissões processuais dos três sujeitos


mencionados no caso (Cipriano, Domingos e Ministério Público).

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