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Estudo prospectivo setorial ― construção civil

Ideário
Hotel Unique ― São Paulo (SP)
2 de abril de 2008
180 participantes
Circulação restrita aos funcionários do CGEE e aos consultores desse estudo.

Edição, redação, diagramação e fotos: Nathália Kneipp (MTb 2287)

Soutenabilité
Sustentabilidade
Sustainability
ικανότητα υποστήριξης

CENÁRIOS

Neste ideário:
O tema de destaque da Conferência Internacional CIB* sobre
Anfitriões 2 macrotendências na construção civil foi a questão da sustentabilidade.
Participantes dos Estados Unidos, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Japão,
Marcelo Chama 3 Grécia, África do Sul, Suécia, Suíça e Brasil foram unânimes ao indicar essa
Antônio Barbosa 3 questão como fator decisivo para que os empreendimentos da construção civil
Peter Barrett 4
sejam bem-sucedidos nos próximos anos.
Wim Bakens 7 A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança
Christian Kornevall 8 local até o planeta inteiro.
Niclas Svenningsen 10 Para um empreendimento humano ser sustentável, há quatro requisitos básicos,
Frits Scheublin 11 ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e
culturalmente aceito.
Sivaraj Sunder 14 Referências sobre
conceitos e temas
Kyriakos Papaioannou 16 Clube de Roma (1972) relacionados à
palavra
Lone Sorensen 18 Relatório de Brundtland (1987)
“sustentabilidade”
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Yoshiro Yashiro 19
a Mudança do Clima (1992)
Rodney Milford 22 Agenda 21 (1992)
Matti Kokkala 24 Convenção sobre Diversidade Biológica (1992)
Protocolo de Kyoto (1997)
Glossário 26
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS ― IBGE)
Instituições 28 Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS)
*Conselho Internacional da Construção ― CIB (International Council for Research and Innovation in Building and Construction)
Sobre a Conferência ― a palavra dos anfitriões
“A Construção Civil no Brasil passa por um momento de grande expansão, tanto no mercado de o-
bras privadas como no de obras públicas. Os efeitos desse crescimento já são evidentes: aumento da preo-
cupação com os impactos ambientais e sociais da construção; abertura de capital de empresas construto-
ras; internacionalização da indústria de materiais de construção e até de atividades de projeto e certifica-
ção; novas demandas de consumidores e investidores; crescente complexidade dos sistemas prediais; cres-
cimento do mercado de retrofit (ver glossário); mudanças no perfil dos investidores e nas formas de financi-
amento que alteram, simultaneamente, o cronograma das obras e o perfil do consumidor.
Essas transformações vão exigir mudanças profundas no setor como um todo, na organização de cada em-
presa, nos modelos de negócio e também nas tecnologias de produção e gestão. Que implicações essas
tendências trazem? Que alterações institucionais são desejáveis? Qual o papel que o conhecimento e a ino-
vação em tecnologias e modelos de negócio terão nesse cenário? Como atender as novas demandas de
consumidores, permitir ganhos de escala e aumentar a produtividade? Como serão afetadas as relações
entre as empresas do setor e a sociedade em geral?
Para as empresas e profissionais que se adequarem rapidamente à nova realidade, as transformações se-
rão oportunidade de crescimento. As empresas e os profissionais que não se adequarem a essas mudanças
perderão sua competitividade e serão impiedosamente alijadas do mercado.
Esse fenômeno, marcante no Brasil, também está ocorrendo em outros países emergentes ou desenvol-
vidos. O CIB International Conference on MEGATRENDS IN BUILDING AND CONSTRUCTION 2008 – A Glo-
bal View – é uma oportunidade de aprendizagem e reflexão em relação às experiências estrangeiras.”

Coordenação Técnica
Vahan Agopyan
Vanderley M. John
Maria Angélica Covelo Silva

Foto de São Paulo, apresentada durante a


conferência por Frits Scheublin, ao dizer que a
Holanda não se parece em nada com essa
cidade.

• Valor anual de US$ 100 a


US$150 bilhões
• Só as construtoras, em 2007,
movimentaram US$ 50 bilhões
CONSTRUBUSINESS NO BRASIL — Cadeia produtiva da construção

Fonte: Apresentação de Luciano Coutinho no VI Construbusiness - Avanços na agenda de política para a cadeia produtiva da construção civil. Realizado em 3 de outubro de 2005.

2
Patrocinadores demonstram apoio à sustentabilidade na construção civil
“Vivemos um momento
excepcional”, observou
Marcelo Chama, diretor
comercial da Votorantim
Cimentos, ao assegurar à
liderança da construção
civil que a Votorantim,
Engemix e Votoraço es-
tão preparadas para
suprir as demandas cres-
centes pelos materiais
que produzem. “Não ha- Marcelo Chama, diretor comercial
verá desabastecimento”, da Votorantim Cimentos.
garantiu.
Para Chama, a preocupa-
“A Votorantim Cimentos ção ambiental relaciona-se
é a maior empresa bra- à própria missão da em-
sileira do setor de mate- presa ― saber planejar a
riais de construção, está construção de um futuro
há 70 anos nesse negó- que esteja em sintonia com
cio e quer se perpetuar”, as aspirações da socieda-
afirmou. de.

“Não é só uma bandeira, mas uma


crença”, diz Barbosa. Em agosto
de 2007, o Real lançou o Progra-
ma de Sustentabilidade na Cons- reconhecimento pelas boas práti-
trução Civil, a fim de ajudar a re- cas do projeto de construção.
duzir os impactos causados pela
Ressaltou que a intenção do Banco
construção no meio ambiente.
Real não é a de estabelecer um
O diretor do Real descreveu que o programa ou tornar-se uma institui-
programa tem três pilares: o Pro- ção que atribui certificações. “O
grama Real Obra Sustentável, nosso objetivo é o de compartilhar
Antônio Barbosa, diretor de crédito Construção Sustentável Pessoa Físi- os critérios de sustentabilidade com
imobiliário do Banco Real. ca e Engajamento do Setor. as incorporadoras para, assim ge-
“As pessoas podem se pergun- “O primeiro já está em curso. O rar o engajamento dos executores
tar o que um banco está fazen- banco paga a um consultor para da obra a fim de reduzir os impac-
do em um evento como este”. fazer a análise da obra sob a óti- tos ambientais do projeto”.
Ao supor tal indagação, o di- ca da sustentabilidade de uma
retor de crédito imobiliário do construção. A cada seis meses, o
Banco Real, Antônio Barbosa consultor volta à obra para anali-
apresentou a resposta à ques- sar se os critérios valorizados são
tão ao descrever as iniciativas seguidos durante todo o processo
do Real em relação à sustenta- de execução da mesma”, explicou.
bilidade, trabalhos que já so- Das 16 obras que tiveram esse ti-
mam dez anos de desafios e po de consultoria, até então, ape-
conquistas. nas três obtiveram uma placa de
3
Conteúdos do “Guia de Boas Práticas na
Construção Civil”
PLANEJAMENTO

CONCEPÇÃO

• eficiência energética;
• conforto ambiental do edifício;
• conservação da água;
• seleção de materiais;
• saúde e conforto do usuário;
A Agência Granja Viana, em Cotia
(SP), é a primeira, no Brasil, a ado-
tar os preceitos da construção sus- CONSTRUÇÃO
tentável. Inaugurado no início de
2007, o prédio tornou-se pioneiro • recomendações quanto à demolição;
na obtenção do certificado de cons- • logística e segurança nos canteiros de obras;
trução sustentável do Leadership in • gestão de resíduos sólidos e efluentes;
• comunicação com a comunidade do entorno do empreendimento;
Energy and Environmental Design
• relacionamento com funcionários;
(LEED) na América do Sul.
• relacionamento com fornecedores e parceiros.

A economia global do conhecimento e a rede internacional


da construção civil ― temas para pesquisa e inovação
senta 20% do PIB, aproximada-
mente €$230 bilhões, em 2004.

“São os produtos do ambiente


construído que oferecem a in-
fra-estrutura na qual o restante
da economia opera. Influenciam
todos os aspectos relacionados
à qualidade de vida, permitin- Peter Barrett, pró-reitor de pesquisa da Uni-
do que a economia e a socieda- versidade de Salford (Reino Unido) e presi-
“As construções que nos rodeiam de funcionem”, disse o professor dente do CIB.
têm uma história a ser contada de Salford.
e, muitas vezes, são motivo de Interfaces entre o meio
orgulho”, disse o presidente do natural e o humano
CIB, Peter Barrett, ao analisar as Barrett integra um grupo de
tendências dos ambientes natu- pesquisa na Inglaterra que
ral, humano e o construído (built estuda temas relacionados ao
environment) em sua apresenta- meio ambiente, tec-
ção . nologia da informa-
ção e gestão de
A este último, Barrett associa a processos de cons-
saúde econômica e social de u- trução. Tem interes-
ma nação. No Reino Unido, em se especial nas rela-
particular, ao se considerar pro- ções existentes entre os senti-
priedades, construções e gestão dos, o cérebro e os espaços.
de edificações, a indústria do
meio ambiente construído repre-
4
Mostrou, em sua apresentação, to-
da uma variedade de ambientes
que requerem intervenção humana
a fim de se tornarem seguros e ha-
bitáveis. Por outro lado, essas mes-
mas intervenções humanas também
se mostram nocivas ao meio e a
seus habitantes em muitas situações.

Ao lado, encontra-se o gráfico que


demonstra a tendência de cresci-
mento ou redução populacional de
alguns países, o que afetará signi-
ficativamente o planejamento para
atender as características de mer-
cado e dos perfis dos consumidores
dessas regiões.

Espaço e felicidade
duos nos diversos ambientes que rendimento escolar dos alunos de
“Como criar espaços em que as
freqüentam no dia-a-dia. turmas de matemática e inglês.
pessoas se sintam felizes, produti-
vas e confortáveis no trabalho?”, Barrett cita uma pesquisa feita nos
Propõe uma reavaliação dos pro-
questionou. Cor, iluminação, quali- Estados Unidos, que explicitou
cedimentos relacionados à constru-
dade do ar, experiência tátil, sons uma relação positiva entre a ilumi-
ção. “Vislumbrar como a indústria
e vários elementos favorecem ou nação natural da sala de aula e o
poderia funcionar me-
prejudicam a vivência dos indiví- http://www.rgc.salford.ac.uk/peterbarrett/ lhor”. Ao analisar, por
exemplo, o valor de
mercado em relação ao
capital social, vários paí-
ses europeus chegaram à
conclusão que muita com-
petição pode ser um fa-
tor extremamente destru-
tivo. “Visar o menor pre-
ço sempre, cria uma série
de comportamentos inde-
sejáveis”, comentou.

Confiabilidade

Já houve um estudo so-


bre quanto se gasta a
mais em função da falta
de confiança entre par-
ceiros envolvidos em um
mesmo projeto de cons-
trução. Uma relação de
confiança é recompensa-
da com uma economia
de 8% a 20% por parte
Melhorar o ambiente escolar, fazer do espaço um colaborador na aprendizagem dos alunos, cons- das construtoras, pois as
truir escolas para o futuro, são temas presentes nas pesquisas de Peter Barrett.

5
exime de uma série de cláusulas endimentos, devido à ausência de testemunho de um blogueiro, na
contratuais que buscam responsabi- uma consciência comum, construída Internet, sobre a história de aqui-
lizar o parceiro pelo que vier a com informações acuradas, no mo- sição de sua residência. Beck No-
dar errado. “Na Europa, existe um mento em que estas se tornam im- vaes, designer de interfaces e
movimento a favor das parcerias prescindíveis. programador front-end, viu-se
público-privadas, da construção de atraído para a compra de seu
“Há que se buscar incessantemente
uma rede de relacionamentos em apartamento em função de um
as mesmas informações, perdidas
que haja uma relação de confiança folder publicitário.
durante o processo, refazer ou ten-
entre os integrantes”, informou.
tar entender o que já havia sido
Do recebimento desse pedaço de
feito anteriormente”, descreveu.
Fluxos de informação papel até o desfrutar dos atribu-
“Dois terços dessas perdas são sen-
tos sonhados para sua casa, con-
tidas pelos usuários e ocupantes
Outro fator que é um conhecido cluiu que a construção civil tem
dos prédios e somente um décimo é
dreno de recursos diz respeito ao características análogas ao pro-
atribuído aos designers”.
fluxo inadequado de informações cesso de desenvolvimento de um
para a tomada de decisão. Sugere que haja uma modelagem software. Beck escolheu a figura,
“Começa com o design e vai até o apropriada para que o fluxo de disposta a seguir, para sintetizar
uso da edificação”, apontou. informação se dê de forma mais suas conclusões sobre as idas e
eficaz, “mas isso também requer vindas no fluxo de comunicação,
Barrett citou um estudo americano que os clientes se tornem mais exi- o que apresenta algumas interse-
que quantificou em US$16 bilhões/ gentes”, argumentou. ções com a narrativa anterior de
ano o valor gasto com esse tipo de Essa observação do pesquisador Peter Barrett.
lacuna entre parceiros de empre- inglês tem plena ressonância no

http://www.becklog.org/2007/10/19/construcao-civil-e-desenvolvimento-de-software/

6
CIB defende a construção de edificações cujo desempenho
atenda às necessidades dos usuários
Para Wim Bakens, secretário-geral membro de toda a Europa. No
do CIB, os brasileiros têm muito a site do PeBBu (www.pebbu.nl) en-
lucrar ao buscarem a parceria do contra-se o relatório final do Pro-
Conselho a fim de encontrarem res- grama da União Européia e ou-
postas às muitas questões que en- tras publicações sobre temas cor-
volvem a consecução de um projeto relatos.
de construção. Acredita que “90%
da tecnologia de que o país neces- ATIVIDADES DO CIB
sita estejam disponíveis fora do
Brasil e apenas 10% encontram-se
em desenvolvimento internamente”. Wim Bakens, secretário-geral do CIB

• grupos dedicados a inte-


Bakens descreveu como se deu a • 50 grupos e comissões
resses específicos, como
formação do CIB, uma instituição de trabalho, em que
fóruns internacionais, com
criada com o apoio das Nações especialistas se encon-
a participação de clientes
Unidas para reconstruir a Europa tram para trocar infor-
estrangeiros, reitores de
destruída do pós-guerra. Exibiu um mações e cooperar em
universidades e gerentes
vídeo institucional que narra em projetos de pesquisa
seniores de pesquisa;
detalhe a missão do Conselho e que envolvam a constru-
mostra a expressiva rede de pro- ção civil;
• 20 grupos de estudantes.
fissionais afiliados que fazem com
que a instituição já esteja presente
em mais de 60 países. • definição de temas pri-
oritários para progra- TEMAS P R I O R I T Á R I OS
Em parceria com o quinto Progra- mas de cooperação que
ma Quadro da União Européia, o se relacionem a tecnolo-
• Construção e edificações
Conselho se dedicou entre 2001 e gias de construção e de
sustentáveis;
2006 à rede temática PeBBu edificações; design e
(performance based buildings), que todo o processo de
• clientes e usuários [tema
prevê edificações construídas medi- construção;
que substituiu o anterior
ante quesitos de desempenho e
"edifícios cujo desempe-
funcionalidade.
nho atenda às necessida-
des do usuário"
Para explicar esse conceito, Bakens
(performance based
resumiu que seriam aquelas cons-
buildings)];
truções cuja primeira pergunta a
responder seria: "o que o prédio
• reavaliar o processo de
pode fazer pelo usuário?", em vez
construção;
de ter como prioridade a pergunta
sobre "qual seria a melhor tecnolo-
• soluções integradas de
gia a ser empregada nesse pré-
design.
dio?". Isso predispõe a pessoa a
fazer questões mais próximas da
funcionalidade e praticidade da
obra e das escolhas a serem feitas.

A esse programa a Comissão Eu-


ropéia destinou €$2,5 milhões. A
gestão ficou sob a responsabilida-
de do Secretariado Geral da or-
ganização, incluindo 50 instituições-
7
WBCS quer edifícios com consumo nulo de energia
A visão de um futuro desejado, demanda dos edifícios que
apresentada por Christian Korne- corresponde a, aproximada-
vall, diretor do projeto de eficiên- mente, 37% do consumo de
cia energética em edifícios (EEE) energia mundial, consome 40%
do Conselho Empresarial Mundial dos recursos do planeta e é
para o Desenvolvimento Sustentá- responsável pela produção de
vel (WBCS), é a da propagação 40% do que é descartado.
de edifícios com um “consumo ze-
ro” de energia. Para que isso se "A vontade de mudança, mui-
torne realidade, "é preciso mudar tas vezes, requer uma crise".
tudo", afirmou. Kornevall relembrou o dia 2
Entre as cinco megatendências de janeiro de 2005, ocasião Christian Kornevall, diretor do projeto de efici-
que influenciam diretamente os em que houve uma interrupção ência energética em edifícios do Conselho Em-
níveis de consumo de energia no no abastecimento de gás na presarial Mundial para o Desenvolvimento Sus-
planeta [produção de energia, Europa. "É nessas ocasiões que tentável (WBCS)
indústria de combustão direta, as pessoas se detêm para a-
mobilidade (transporte), escolhas nalisar o que está contribuindo para que uma crise ocorra e existe u-
dos consumidores e edifícios] é a ma predisposição para se cogitar al-
ternativas", ponderou.

É preciso "não só mudar tudo, mas agir


o quanto antes", pois "nosso modo de
vida não está direcionado para pou-
par energia". Nesse sentido, o curso de
ação proposto é o de se trabalhar com
cenários para a China, India, Brasil,
União Européia, Estados Unidos e Ja-
pão; criar um modelo de simulação;
coletar dados sobre os diversos países
e, finalmente, testar pacotes de políti-
cas públicas em que haja: recomenda-
ções de porte e com poder de persua-
são, respostas às questões críticas do
setor e entrega de rotas (multi-
stakeholder roadmaps) que contemplem
os diversos atores desse setor.

8
CADEIA DE VALOR COMPLEXA http://www.wbcsd.org/web/eeb/EEBSummary-portuguese.pdf

Para enfrentar a complexidade da seram ter consciência a respeito da esse ideário. “Uma mudança de
cadeia, Kornevall explicitou a estraté- construção sustentável e 45% afir- atitude e compromisso que só
gia de buscar dividi-la em submerca- maram estar envolvidos em iniciati- podem vir da educação e do sa-
dos e analisar suas respectivas de- vas dessa natureza. O Japão é ber como melhor proceder". Por
mandas. Assim, os setores de alimen- também renomado por saber pou- isso destacou o tripé da mudança
tação, saúde, moradia, educação, par energia e os valores baixos como algo que envolve o aspecto
entre outros, são analisados separa- expressos nos resultados da pes- financeiro, comportamental e u-
damente. quisa se deveram, possivelmente, a ma abordagem holística. Ao me-
barreiras linguísticas. nos, a iniciativa já consegue a-
Na figura 1, na pág. 8, Kornevall exi- gregar parceiros importantes,
be o que seria a demanda por ener- A grande virada para uma socie- todos com uma visão de que o
gia nesses países para um cenário fa- dade que consiga reavaliar e re- gasto nulo de energia nos edifí-
vorável (aquele com níveis de consumo duzir seus gastos energéticos de- cios é uma oportunidade de ne-
energético similares aos do Japão) e pende, segundo Kornevall, de um gócio, um novo mercado a ser
para um desfavorável (consumo aná- comprometimento individual com devidamente conquistado.
logo ao dos americanos) em 2050.
"Se todos os países se predispuserem “Qual o seu nível de consciência no que diz respeito à construção sustentável?”
a consumir como os Estados Unidos, é
preciso crer em um cenário de ficção
científica para que essa demanda se-
ja atendida", ironizou.

Ao mencionar os excessos, em termos


de consumo de cimento, "a China cons-
trói um Japão a cada dois anos e uma
Europa em dez anos". "O setor da
construção civil não tem campeões-
líderes e poucas pessoas sabem que o
custo de edifícios “verdes” (green buil-
dings) é de apenas 5% a mais nos
países desenvolvidos". Kornevall citou
a pesquisa que foi realizada sobre o
conhecimento das pessoas sobre esse
assunto. A única exceção foi a Alema-
nha, onde 67% dos respondentes dis-
9
Mudanças do clima são desafios globais e oportunidades locais
Para Niclas Svenningsen, as con- Sustentabilidade na Construção Civil
clusões apresentadas por Christi- (Sustainable Building and Constructi-
an Kornevall coincidem com as do on Initiative ― SBCI) tem um foco
Programa Ambiental das Nações específico em mudanças do clima.
Unidas (Pnuma), o que é um indi- Considera que atualmente o Proto-
cador de que o setor privado e o colo de Kyoto não tem qualquer im-
público estão em sintonia no en- pacto no setor da construção e tra-
caminhamento dessas questões. balham para que isso mude.

Para o representante do Pnuma, Abordou a questão do aquecimento


as previsões que são feitas para global como algo que deve ser con- Niclas Svenningsen, representante do Pro-
o futuro da humanidade não são siderado prioritário para a humani- grama Ambiental das Nações Unidas
ficção científica. Acredita que o dade. "Desde 1970, houve um au- (Pnuma)
setor da construção civil não é mento de 70% nas emissões de ga-
receptivo nem sabe reagir em ses do efeito estufa (GEE)". A ques- tais como regulamentações, pa-
relação às mudanças do clima, o tão que importa é "em que medida drões, certificações, contratos em
que se traduz na necessidade de as mudanças do clima irão afetar as que o desempenho é o ponto cru-
persuadi-lo a interagir e analisar populações". Questionou quanto cus- cial, instrumentos ficais, campa-
as questões pertinentes ao desen- taria para minimizar os efeitos dos nhas de conscientização, treina-
volvimento sustentável. GEEs e divulgou as estimativas de mento, cursos etc. As três questões
que 1% do PIB global seria suficien- que eles fizeram nessa pesquisa
"É desejável que haja um sistema te. “Por outro lado, não fazer coisa de 2008 foram:
de benchmarking mundial, ou se- alguma resultaria em um custo 20
ja, definir uma linguagem comum, vezes superior”. 1. Qual foi a eficácia dessas fer-
saber dizer o que é um edifício ramentas para se atingir uma efi-
sustentável", avaliou. Com esse Os edifícios são renomadamente ciência na redução das emissões?
progresso semântico, supõe que responsáveis por desperdícios, ge-
as seguradoras, entre outros sta- ração de resíduos e consumo de re- 2. Quanto custou?
keholders, teriam maior facilida- cursos naturais. "Em média, conso-
de para lidar com esse tema. mem 40% dos materiais usados, 3. Quais são as condições para
30% do descarte de sólidos e 20% se alcançar sucesso?
A Iniciativa para a Promoção da do uso da água". A forma como se
oferece aquecimento, ventila- O que descobriram é que as fer-
ção, refrigeração e iluminação ramentas regulatórias são mais
representa uma fonte de preo- eficazes que as econômicas. E u-
cupação em termos de eficiên- ma combinação de ambas, acom-
cia energética. "Muitas tecno- panhada de campanhas educati-
logias estão disponíveis para vas para a sociedade, é melhor.
reduzir o consumo de energia, Descreveu que os edifícios cons-
mas o setor da construção não truídos de acordo com as práticas
está utilizando essas tecnologi- de sustentabilidade já estão dis-
as", observou o engenheiro poníveis, mas ainda restritos a
sueco. espaços de exibição (showcases),
sem se replicarem em escala no
Svenningsen relata que fize- mercado. Vê uma excelente opor-
ram uma pesquisa sobre quais tunidade ao se associar a bandei-
foram as experiências das in- ra da redução de emissão de ga-
tervenções feitas, via políticas ses de efeito estufa à necessida-
públicas, até então. “Houve 22 de de se passar a construir edifí-
ferramentas que foram utiliza- cios sustentáveis, em que se consi-
das para tentar reduzir a e- dere o ciclo de vida dessas edifi-
missão dos GEEs em edifícios”, cações como um todo.
10
Perspectivas para a construção civil na Holanda
Na Europa Ocidental, o diretor
de engenharia e professor da • BIM (building information model-
Universidade de Eindhoven, Frits ling)
Scheublin, observa que há um
movimento em direção a contra-
tos negociados entre as constru-
toras e suas respectivas cliente-
las. Porém, a União Européia não
encoraja esse tipo de flexibilida-
de contratual, preferindo manter
os pacotes fechados. Em sua a-
Frits Scheublin, diretor de engenharia
presentação, Scheublin mostrou da empresa BAM Consult & Engineering.
todo um conjunto de alternativas Facilidade de se prever, com a modelagem
que surgem em um país que tem em 3D, em que locais se deve instalar an-
1/3 do seu território sob o nível daimes e estruturas de sustentação para os
do mar. mesmos.

Apontou que a distribuição das • Modelagem em 3D


terras na Holanda se dá confor- • Planejamento em 4D
me descrito na tabela a seguir: • GPS
Hectares % %
• RFID
Tráfego 115.000 3 4
• Internet móvel
Edifícios 370.000 9 11
Recreação 93.700 2 3 2. Indisponibilidade de terras
Agricultura 2.300.000 55 68
viver alto, no ar
Natureza 484.000 12 14
Ãgua 777.000 19 X
ou viver sobre a água
Total 4.152.618 100 100
O mercado para prédios altos atingiu o
seu ápice em 2004 e, a partir de então,
Fonte: BAM Consultoria e Engenharia
começou a declinar.

A partir do ano 2000, houve u-


ma crescente ascendência no se-
tor de construção civil na Holan-
da.

Scheublin apontou cinco mega-


tendências para o setor em seu
país:

1. Tecnologias de informação
e comunicação (TICs)

11
Outra possibilidade para se morar sobre a água

3. Envelhecimento da população

Essa tendência é sinônimo de uma “redução na procura por casas e crescimento na demanda por apartamen-
tos” e áreas que agrupem serviços, lazer, privacidade e segurança, são os condomínios fechados em que uma
certa comunidade está reunida em um projeto imobiliário que oferece um pacote de serviços e vantagens, o
que Scheublin denomina gated communities, como essa que aparece na foto abaixo. Scheublin indagou se seria
esse o futuro das moradias na Holanda, pois os empreendimentos que têm essas características estão se multi-
plicando e as unidades são vendidas com facilidade.

12
4. A responsabilidade civil das cor-
porações terá uma relação direta
com a emissão de gases de efeito
estufa (carbon footprint), gerencia-
mento do descarte de resíduos, sa-
úde e segurança para o trabalha-
dor, relações de boa vizinhança.

5. Industrialização

Estabelecer parcerias, confiança entre os parceiros


(stakeholders); considerar valor em vez de preço
baixo; industrialização no local (on-site industrializa-
tion) e pré-fabricar e... transportar.

Scheublin disse que esse prédio foi construído em um


navio. Os valores da empreitada nunca foram reve-
lados. Jamais a proeza foi repetida. A imagem ser-
viu como marketing para a empresa de transporte.

13
Megatendências na construção civil americana
Por ser um pesquisador da ciência
da medição, Sivaraj Sunder apre-
sentou um universo parecido com o
que se vê nos filmes de ficção ci-
entífica. Imagens de equipamentos
sofisticados que servem para me-
dir desde a vida útil dos materiais
até a maneira como as estruturas
se comportarão em casos de peso
excessivo, terremotos, incêndios,
entre muitas simulações. Sunder
Sivaraj Shiam Sunder é diretor do Laboratório
iniciou sua apresentação com um de Pesquisa sobre Incêndios e Construções do
slide que demonstra que para se Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia
desenvolver padrões, tecnologias, (NIST) do Departamento de Comércio dos Esta-
conhecer a realidade e planejar o dos Unidos.
futuro, saber quantificar é essenci-
al.

14
Eis o tamanho e o valor da indústria Esses são, usando o jargão dos
da construção civil nos Estados Uni- americanos, os seus key drivers
dos. Traduzida em cifras, oferece for change. A isso somam-se os
uma fotografia de sua abrangência diferentes interesses existentes
e poder. “Movimentou US$1,3 tri- na cadeia de valor (tabela na
lhão em 2006, empregou 7,7 mi- parte inferior esquerda da
lhões de pessoas e representa, a- pág.)
proximadamente, 4,9% do PIB ame-
ricano”, informou Sunder. A surpresa Após o 11 de setembro, o NIST
ficou por conta do declínio da pro- ganhou o que no Brasil asse-
dutividade do setor e fragmentação melha-se ao "poder de polí-
da indústria, dois elementos apre- cia", a prerrogativa e obriga-
sentados como barreiras para que ção de investigar em detalhe
haja mudanças na forma como a as causas de acidentes em edi-
construção civil se desenvolve nesse ficações, podendo para tanto,
país. intimar pessoas a depor, tomar
e registrar esses depoimentos,
O que está influenciando o setor colher e analisar provas e evi-
para que haja uma reestruturação dências. Esse papel híbrido de
no seu modo de funcionar é a exe- pesquisador, no sentido cientí-
cução de projetos em outros países fico, e investigador, no sentido
(offshoring), devido à globalização; policial, já conta com uma ex-
a demanda por construções que se- tensa lista de casos investiga-
jam mais baratas, feitas com maior dos ― quadro ao lado.
rapidez e melhor qualidade; mu- Os resultados esperados são:
dança do clima, que envolve quesis- a determinação da causa téc-
tos de sustentabilidade, eficiência nica do ocorrido; as lições a-
energética e segurança para o meio prendidas (sucessos e fracas-
ambiente; renovação da envelheci- sos); melhoria de padrões, re-
da rede de infra-estrutura física dos gulamentações, tecnologias e tão que tem terreno fértil no campo
EUA; redução das perdas ocasiona- práticas e o estabelecimento da pesquisa. Acredita que devam ser
das por desastres naturais e vigilân- de temas de pesquisa prioritá- buscados indicadores que permitam
cia quanto à segurança nacional. rios. determinar se uma obra é sustentável
Interesses dos parceiros (stakeholders) ou não. Discorda dos demais pales-
Ao falar sobre a necessidade trantes ao dizer que a tecnologia pa-
Fabricantes de Motivação para de se preparar para esses de-
produtos e mate- inovar ra esse universo de consumo nulo de
sastres que são vivenciados de energia ainda não existe. "Como me-
riais
tempos em tempos em várias dir a performance dos prédios? É
Proprietários e Produtividade
operadores (custos e ciclo de
partes do planeta, Sunder diz preciso mais ciência da medição pa-
vida útil) que o que se busca é adquirir ra quantificar esses temas", concluiu.
Empreiteiras e Produtividade resiliência nas comunidades, a
construtoras (custos e ciclo de capacidade de reagir e supe-
vida útil) e segu- rar, o mais rápido possível, as
rança situações de adversidade. A-
Inspetores dos Risco pessoal e proveitou o uso desse termo,
códigos, regras e público, responsa- de sentido repleto de nuanças,
padrões bilidade civil para dizer que resiliência e
Corporações de Gerenciamento sustentabilidade estão longe
prevenção de do risco de incên- de serem compreendidas pela
incêndio dio, segurança dificuldade em mensurá-las.
dos bombeiros
Seguradoras de Gerenciamento Defendeu a idéia de que a
propriedades do risco financei-
sustentabilidade é uma ques-
ro

15
O setor da construção civil na Grécia
O professor Kyriakos Papaioannou
proporcionou aos participantes u-
ma viagem às principais megacons-
truções que foram feitas na Grécia,
e àquelas que estão em construção,
com ênfase em projetos de edifica-
ções.

Papaioannou narrou como se deu a


prosperidade do período áureo da
construção civil, durante os anos de Kyriakos Papaioannou, consultor de engenha-
ria e professor da Universidade de Aristóte-
1997 a 2003, que fez com que o les, em Thessaloniki, Grécia.
montante movimentado pelo setor
chegasse a €$13,6 bilhões, o equi- Rodovia que liga
valente a 9% do PIB da Grécia. o aeroporto in-
ternacional de
Todos esses recursos vieram de fi- Atenas ao centro
nanciamentos da União Européia e da cidade.
das construções feitas para que o Extensão: 65,3km
país sediasse os Jogos Olímpicos.
Entre 2004 e 2005 a situação mu- Orçamento:
dou radicalmente, houve uma re- €$1,4 milhão
tração no mercado de aproxima-
damente 22%, o equivalente a
€$3 bilhões, uma redução de 50%
no lucro líquido das principais cons-
trutoras. O período de recessão
coincidiu com a transição do gover-
no em 2004.

Para o período de 2006 a 2009,


estima-se que haja uma taxa de
crescimento anual de 4% a 5%, o
que deve resultar em um aumento
de 15% a 20% no lucro líquido do
setor. Estão previstos muitos traba-
lhos de infra-estrutura, financiados
pelo governo grego e pela União
Européia. A seguir, alguns exem-
plos e seus respectivos custos, apre-
sentados por Papaioannou.

Metrô em Thesaloniki, com um cus-


to de €$1,1 bilhão e outros €$2,2
bilhões direcionados ao sistema
ferroviário dessa cidade.

16
Acima, o megaprojeto
de se construir a Cida-
de Azul em Omã, país
da Arábia. A empresa
turca Enka Insaat ve
Sanayi AS (Enka) e a
maior construtora gre-
ga Aktor Ate (Aktor)
foram as escolhidas
para construir a fase 1
do projeto, cujo custo
estima-se em US$15
bilhões.

Essa ponte liga o oeste


da Grécia com o Pelo-
poneso e reduziu o
tempo de travessia de
45 para 5 minutos.
Custo: €$830 milhões.

17
Uma nova abordagem para o setor da construção civil europeu a fim de
melhorar a sua competitividade e atender as necessidades da sociedade
O intrincado processo de ela-
boração de uma plataforma
tecnológica para o setor da
construção civil europeu (ECTP -
European Construction Techno-
logy Platform) foi o tema do
relato feito pela dinamarquesa
Lone Sorensen.

O que mais surpreende nessa


iniciativa é o fato de ter sido
capaz de mobilizar mil pessoas Lone Moller Sorensen, diretora executiva
de 525 organizações, sob lide- do Instituto Dinamarquês de Pesquisa de
rança da França, traçando, no Edificações, Universidade de Aalborg,
final dos trabalhos, um road- Dinamarca.
map (rota) estratégico para os Cada país desenvolveu a sua pla-
próximos seis anos e um plano taforma tecnológica nacional
para a implementação das a- (NTP). Portugal é considerado uma
ções. lacuna, por ainda não ter concluí-
do a sua, mas deve fazê-lo em
Esse trabalho encerra similari- breve. Os atores envolvidos são:
dades em relação ao que está indústrias, pesquisadores, universi-
sendo feito pela Agência Brasi- • tecnologias para ambientes inter-
nos (indoor environments) dades, clientes e usuários e autori-
leira de Desenvolvimento Indus- dades públicas.
saudáveis, seguros, acessíveis e
trial (ABDI) e o Centro de Ges- estimulantes para todos;
tão e Estudos Estratégicos Visão construída para 2030
(CGEE) no conjunto dos Planos • uso inovador de espaços subter-
Estratégicos Setoriais (PES), en- râneos; • setor orientado pela deman-
tre os quais começou, recente-
mente, o estudo prospectivo • novas tecnologias, conceitos e da e conhecimento;
sobre a construção civil. materiais “high-tech” para pré-
dios limpos e eficientes; • satisfação das necessidades
dos clientes e da sociedade;
O roadmap estratégico da • redução do impacto ambiental
ECTP define, para a imple- causado pela ação do homem no • oferecer ótima qualidade de
mentação do plano de ações, meio construído e nas cidades;
vida;
as seguintes prioridades:
• gerenciamento sustentável dos
transportes e rede de serviços • responsabilidade de longo
Os trabalhos foram divididos
públicos; prazo com o meio ambiente
em sete áreas focais:
• reavivar a herança cultural ímpar da humanidade;
• cidades e prédios; da Europa para torná-la ainda
mais atrativa; • boa reputação enquanto um
• construções subterrâneas;
• redes; setor atrativo;
• melhorar a segurança no setor da
• patrimônio cultural; construção civil; • alto envolvimento com pes-
• materiais; • processos novos e integrados pa- quisa e desenvolvimento;
• qualidade de vida; ra o setor da construção; • companhias conhecidas por
• processos e TICs.
• materiais de alto valor agregado sua competitividade local,
para a construção.
regional e mundial.
18
Terremotos, preocupação socioambiental e produtividade norteiam
o desenvolvimento tecnológico para a construção civil no Japão
Uma companhia interessada reas cultiváveis que somam
na construção de estruturas pouco mais do que o Estado
de prédios de alto desempe- da Paraíba, há que se lutar
nho e valores partilhados por contra terremotos e erupções
todos os seus parceiros a fim vulcânicas.
de se alcançar uma socieda-
de sustentável. Essa é a visão
Esses adversários inserem na
da quinta maior construtora agenda da construção civil
Bashô

japonesa, no dizer de seu japonesa todo um arsenal de


diretor, Yoshiro Yashiro. instrumentos que favorecem a Yoshiro Yashiro, diretor da divisão de
prevenção desses fenômenos estratégia tecnológica do Instituto de
Para esse conjunto de 3 mil ou minoram seus efeitos. Tecnologia da Shimizu.
ilhas, com 200 vulcões e á-
Reerguer-se após a
adversidade é um dos
grandes méritos do
Japão. O conjunto de
novos prédios e edifi-
cações exibidos por
Yashiro contrastam
com as cenas de um
passado repleto de
destruições.

Terremoto em Kobe, 1995

19
“Inovar o processo de constru- Recursos e organização da pesquisa e desenvolvimento nas cinco principais
ção para aumentar os lucros e empreiteiras japonesas
saber atender à diversidade
das demandas do cliente”, com-
plementa Yashiro ao descrever
os principais temas da constru-
ção em seu país.

O grupo Shimizu está entre a-


queles que sabem lucrar, con-
forme demonstra o gráfico a-
baixo:

Nos últimos três anos, a Shimizu


teve um lucro líquido de US$15
bilhões. Ao detalhar o que está
por trás desse sucesso, Yashiro
apresentou um gráfico que
compara as cinco maiores cons-
trutoras japonesas, em termos
de orçamento destinado à P&D,
número de engenheiros por ins-
tituto, infra-estrutura física da
instituição, principais temas de
pesquisa, número de patentes e
diferenciais competitivos dessas
empresas. estabelecido em relação às emis- que permite a redução de gas-
sões de 1990. tos com iluminação, aquecimento
Ecologicamente corretos e refrigeração do ambiente;
Cinco iniciativas relacionam-se a • construção limpa ― a Shimizu
A missão ecológica da Shimizu essa missão: usa materiais de maior durabili-
é a de seguir o Protocolo de dade e procura gerenciar o
Kyoto e reduzir as emissões de • Prédios capazes de econo- descarte dos resíduos sólidos;
CO2 em 6% até 2010, valor mizar energia e recursos, • desenvolveu um sistema de rede
com tecnologia de ponta
20
de distribuição de ener- SHIMIZU “ECO-MICRO-GRID”
gia para as áreas rurais
(micro grid ), que é uma
rede de geração de e-
nergia de pequena esca-
la que consiste de car-
gas, geradores, capaci-
dade de armazenamento
de energia e um sistema
de controle que permite,
no caso de operação
dentro dos padrões de
normalidade, a redução
de emissões de CO2 e
economia de energia.
Para casos de emergên-
cia (blackout) é um trunfo
de segurança por permi-
tir que a operação seja
isolada.
• faz o retrofit de prédios TICs tomada de decisão (esquematizado
antigos, tornando-os efici- Da mesma forma que o professor abaixo). A isso somam-se novas tec-
entes em termos de econo- Scheublin apresentou o uso cres- nologias para residências em áreas
mia de energia; cente das tecnologias de informa- urbanas. Desenvolvem estruturas
• usa fontes de energia ção e comunicação como tendên- elásticas, resistentes à intensidade
“limpa”, como vento, sol e cia para o setor, Yashiro trouxe sísmica “7”, com o uso de aço de
biomassa; um modelo de inovação em que alto desempenho. No futuro, as ci-
• monitora as emissões de propõe um sistema de construção dades japonesas serão multifuncio-
CO2 internacionalmente. com base na informação para a nais e extremamente high-tech.

21
África do Sul procura retomar o caminho do crescimento sus-
tentável no ambiente da construção civil

Um cenário contrastante em rela- e “esse transcorrer de tempo fez


ção aos países desenvolvidos faz com que o país perdesse a oportu-
com que a África do Sul conviva nidade para reparar problemas,
com as mazelas do passado e especialmente os de infra-
tente tornar sustentável a retoma- estrutura”. “A retomada das ativi-
da das atividades da construção dades só veio em 2005, havendo
civil no país, sob a liderança do eleições no país em 1994”, lem-
governo, conforme narrou Rod- brou. Rodney Milford, gerente do Programa de
ney Milford, gerente do Progra- Desempenho na Construção do Conselho de
Escassez de profissionais
ma de Desempenho na Constru- Desenvolvimento da Indústria da Construção
ção do Conselho de Desenvolvi- Além de prejudicar as obras neces- Civil (CIDB)
mento da Indústria da Construção sárias ao desenvolvimento do páis, formação de recursos humanos quali-
Civil (CIDB). essa década perdida prejudicou a ficados, envolvendo toda a cadeia,
e, especialmente, de engenhei-
O CIDB foi criado pelo Parla- ros, escassez que se constata
mento em 2000 para: mundialmente, com raras exce-
ções.
• promover o crescimento
sustentável do setor; Milford citou o economista Chris-
• estabelecer e promover as to Luüs, ao dizer que “todos os
melhores práticas e incenti- períodos de crescimento econô-
var o desempenho; mico na África do Sul, desde
• garantir a aplicação das 1945, foram interrompidos por
políticas e regras na cons- três fatores: dificuldades para
trução, incorporação e ges- saldar as dívidas, inflação e es-
tão de qualidade na entre- cassez de mão-de-obra qualifi-
ga dos produtos; cada”.
• monitorar e regular o de-
sempenho da indústria e de
seus atores, incluindo o re-
gistro de projetos e empre-
endimentos.

Conforme se vê no gráfico abai-


xo, Milford narrou que a partir
dos anos 80, houve uma queda
drástica nas atividades do setor,
INVESTIMENTOS DO SETOR PÚBLICO

22
Incentivos cercas,
peque-
Com o intuito de colaborar para
nos re-
a revitalização da cadeia de
paros
valor da construção civil, o go-
em es-
verno criou o Programa Nacional
tradas e
de Desenvolvimento das Constru-
constru-
toras (NCDP).
ções de
dois a
O NCDP tem o seu alicerce nas
seis cô-
compras governamentais
modos.
(procurement) e visa fortalecer
São ge-
10 mil prestadoras de serviço
ralmente
até o ano 2010. Que elas consi-
negócios
gam desenvolver suas capacida-
gerenci-
des, oferecer serviços de quali-
a d o s
dade, fazer com que a popula-
por fa-
ção negra também seja bem-
mílias
sucedida entre os empreendedo-
com um alcance local. As categorias • projetos de construção de pré-
res, donos de negócios, e otimi-
quatro e cinco incluem as empresas dios que são feitos sem espe-
zar o desempenho dessas em-
privadas, têm uma abrangência regi- cificações técnicas;
presas, é o que se quer alcançar.
onal, constroem clínicas, sedes admi- • os operários e contramestres
nistrativas, escolas e fazem também não têm qualquer forma de
Para tanto, desenvolveram um
trabalhos de reformas e restaura- serem acreditados, especial-
sistema de categorização dessas
ções. Seis e sete são categorias de mente em termos de capaci-
firmas que vai de dois a nove.
firmas mais robustas regionalmente, dade e desempenho para se
Nas duas primeiras categorias,
são públicas ou privadas. Na catego- executar a obra de acordo
encontram-se os que oferecem
ria oito há somente empresas públi- com os padrões em vigor;
serviços de reforma de imóveis,
cas de alcance regional e nacional. • muitas das especificações exis-
tais como pintura, conserto de
Na categoria nove ingressam as com- tentes são percebidas como
panhias públicas multinacionais, barreiras para que os emprei-
com atuação na Áfica do Sul e em teiros de firmas menores não
outros países. possam concorrer em igualda-
de de condições em mercados
Padrões que já estão tomados por cer-
de quali- tos grupos;
dade • ausência de habilidade entre
os inspetores de obras para
INVESTIMENTO DO SETOR PRIVADO Entre as avaliar se a obra segue os
INVESTIMENTOS DO SETOR PRIVADO muitas requisitos pré-estabelecidos.
barreiras
Em conseqüência, Milford credita
que preju-
Enquanto a possibilidade de sucesso no futu-
dicam o
os investi- ro do setor da construção civil, na
setor da
mentos do África do Sul, a uma complexa
construção
setor pú- rede de valores, práticas e inte-
na África
blico são destinados à construção do Sul encontra-se a constatação de resses. De um lado um portfólio
dos estádios, para a Copa do robusto de políticas públicas e a-
que há dificuldade em se enunciar
Mundo de 2010, ampliação da poio governamental e, por outro
normas e padrões de qualidade e
rede de transporte e de energia, fazer com que sejam seguidos. lado, a necessidade de um ambi-
casas populares, etc., os investi- ente de confiança para o investi-
mentos do setor privado são dire- Tal constatação é válida nas seguin- dor, com a busca de valores que
cionados à construção de prédios tes situações: satisfaçam a todos os stakeholders.
comerciais e shopping centers.
23
Finlândia mantém prosperidade no setor da construção, apesar
da escassez de mão-de-obra qualificada
O melhor dos mundos. Essa é a últimos anos. A Finlândia tornou-se
imagem que o vice-presidente do o gigante das tecnologias de infor-
VTT e professor de prevenção de mação e comunicação. Com uma
incêncios e engenharia estrutural, população de 5 milhões de habi-
Matti Kokkala, deixou aos partici- tantes, possui 6,5 milhões de con-
pantes sobre o seu país. tratos de telefonia móvel. “Até as
crianças no
primário já Matti Kokkala é vice-presidente do Centro
têm o seu Finlandês de Pesquisa Técnica (VTT)
celular”,
PIB, ou seja, €$26,8 bilhões.
brincou.
Para o cluster da construção, nesta
Esse sucesso
é atribuído década, os resultados têm sido
positivos:
ao capital
• o retorno de investimento em
i n te l e ctu al
propriedades tem permane-
do país. A
cido na cifra de 7%;
formação
• as construtoras de casas ti-
de recursos
veram também os seu lucros
humanos foi
majorados entre 4% e 7%;
muito dire-
• Os produtos relacionados à
cionada a
esse boom construção civil geraram lu-
cros de aproximadamente
Uma das vencedoras do processo das telecomunicações.
10% nos últimos dois anos;
da globalização, a Finlândia não
Cluster • As exportações correspon-
tem um setor habitacional destina-
dem a duas vezes o valor
do aos pobres e tampouco aquele Kokkala descreveu que em seu pa-
destinado aos ricos. “Somos todos ís o setor está organizado em um das importações. Os princi-
classe média”, afir- pais países participantes
mou Kokkala. nesse comércio são os nórdi-
cos (Noruega, Suécia, Dina-
A única queixa em marca e Islândia) , Alema-
relação às ativida- nha, Reino Unido, Rússia e os
des da construção Estados Bálticos (Lituânia,
na Finlândia se de- Estônia e Letônia).
veu à escassez de
mão-de-obra quali- O ambiente construído res-
ficada, em relação ponde por 2/3 da riqueza
a todos os ofícios, do país.
desde operários,
contramestres e,
especialmente, os
engenheiros civis.

Telecomunicações cluster. Em relação ao PIB, os


montantes do setor podem
Os finlandeses tinham a sua eco- variar de 7% a 22%, depen-
nomia, até os anos 90, dependen- dendo daquilo que seja incluí-
te dos produtos florestais e esse do nessa contagem. Em 2007,
cenário mudou radicalmente nos o setor movimentou 16% do
24
Pesquisa e desenvolvimento • redução de 20% nas emissões construção não-residencial está
de CO2 crescendo. Grandes varejistas
O VTT é uma organização sem fins • 20% de melhoria na eficiência investem na Finlândia, por exem-
lucrativos e trabalha tanto para o energética; plo, a Ikea, Bauhaus, Lidl, Bygg-
setor público quanto para o setor • 20% de utilização de energi- max. A demanda por escritórios
privado. São 2.800 profissionais em as renováveis (na Finlândia, e lojas de alta qualidade não
todas as áreas tecnológicas. Movi- está próximo a 40%); cessa de crescer. Há projetos de
menta, anualmente, aproximada- será responsável pela maior mudan- infra-estrutura, como o porto de
mente, €$30 milhões. A indústria é ça tecnológica de todos os tempos. Vuosaari, em Helsinque.
sua principal patrocinadora. A Finlândia quer ser líder e tem a
ambição de superar todas as metas TICs
É esse Centro que responde por estabelecidas. Para tanto, concebe
Toda a vocação e know-how dos
30% de toda a P&D do setor da uma política nacional que tem no
finlandeses em relação às tecno-
construção imobiliária e 10% da tráfego (transporte) e no ambiente
logias de informação e comunica-
P&D do setor, em geral. Kokkala construído o seu foco.
ção já começou a migrar para o
descreveu que o objetivo do cluster
Fatores decisivos setor da construção civil no início
é o de obter um investimento anual
da década. A ênfase na P&D em
de €$30 a €$50 milhões para o
Entre os aspectos que fazem com tecnologia da informação foi di-
“Shok”, acrônimo finlandês que faz
que a construção imobiliária perma- recionada nesse sentido. Apenas
referência aos centros estratégicos
neça estável, Kokkala destacou: 2% dos designers fazem seus
para ciência, tecnologia e inovação,
• as taxas de juros que perma- projetos manualmente; 62% usam
dedicados ao setor da construção
necem baixas; CAD (computer-aided design);
civil.
• empréstimos de 13% usam BIM, e um crescente
longo termo; número de construtoras está exi-
• migração inter- gindo que o building information
na; modeling seja usado em todos os
• confiança dos seus projetos.
consumidores;
• boas perspecti- Kokkala disse que para as próxi-
vas no mercado de mas décadas, caso não ocorram
trabalho; imprevistos, a prosperidade para
• mercado cres- a Finlândia está assegurada, es-
cente para a renova- pecialmente pelas demandas dos
ção dos imóveis; países vizinhos. Em 2001, a na-
• Os preços das ção planejava um futuro desejá-
moradias ainda so- vel e o país tem demonstrado
bem e constatam a saber trabalhar para concretizá-
necessidade de se construir 30 lo.
“Political hype”
mil novas habitações por ano.
Esse é o termo usado por Kokkala Apontou o alto endividamento, em
para descrever o grau de aceita- relação à
ção das propostas de consumo renda das
“zero” de energia ou energia posi- famílias, co-
tiva (zero energy, positive energy) mo um fator
na Finlândia, em relação à crescen- preocupante,
te ambição dos programas e políti- assim como
cas públicas, gerados pela plata- um aumento
forma tecnológica para o setor da no número de
construção civil europeu (ECTP). casas que
não são ven-
Considera que essa bandeira da didas.
“Europa 2030”, que prevê: O setor de

25
GLOSSÁRIO espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos
Termos usados no contexto da construção civil sustentável ecológicos existentes em uma determinada região. Pode ser
Fonte: Guia de Boas Práticas na Construção Civil medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômi-
URL: http://portal3.aceiteabn.com.br/sustentabilidade/pdf/ cos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossiste-
mas, biomas, e em diferentes escalas temporais e espaciais.
“Água cinza: águas provenientes de lavatórios, chuveiros e tanques Boiler: reservatório térmico de água.
de lavar. Tais águas podem ser utilizadas para a irrigação, após Caixa de descarga com sistema Dual: permite descarga com-
processo simples de filtragem. A água proveniente de pias de cozi- pleta ou meia descarga, sendo agora instalado na caixa aco-
nha e de máquinas de lavar louça nem sempre pode ser considera- plada. Apresenta os volumes de descarga de 3 litros ou 6,8
da água cinza. litros (volume nominal de 6 litros).
Água negra: águas provenientes do vaso sanitário. Possui níveis de Captação das águas de chuva para fins não potáveis: cap-
nitrogênio e coliformes fecais bem mais altos do que a água cinza. tação e reuso de água de chuva da água pluvial para irriga-
Algumas jurisdições nos Estados Unidos incluem a água da pia de ção de plantas, descarga de vasos sanitários, mictórios, lava-
cozinha e da máquina de lavar louça como água negra devido a gem de automóveis, pisos, etc.
sua dificuldade de reuso após filtração simples. CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.
Área de Proteção Ambiental (APA): unidade de conservação de Agência ambiental do Estado de São Paulo.
uso sustentável, estabelecida pela Lei Federal nº 6902/81, que Chuva ácida: termo genérico que se refere à mistura de de-
outorga ao Poder Executivo, nos casos de relevante interesse públi- posições secas e molhadas da atmosfera contendo quantida-
co, o direito de declarar determinadas áreas do território nacional des maiores que o normal de ácidos nítrico e sulfúrico. Resulta
como de interesse ambiental. tanto de fontes naturais, como vulcões ou vegetação em de-
Áreas permeáveis: áreas que possibilitam a absorção da água, em composição, quanto de fontes criadas pelo homem, principal-
especial da água da chuva. O alto índice de impermeabilização do mente das emissões de SO2 (dióxido sulfúrico) e NOX (óxidos
solo nas grandes concentrações urbanas é responsável por enchen- de nitrogênio), resultantes da combustão de combustíveis fós-
tes e riscos relacionados à saúde pública. Dessa forma, reduz os seis.
riscos de enchentes e melhora a qualidade da água que infiltrará Ciclo de vida do empreendimento: compreende todas as fa-
novamente nas bacias. ses do desenvolvimento e operação do empreendimento, des-
Arejador: componente instalado na extremidade de bicas de tor- de sua concepção até o final de sua vida útil.
neiras com a função de regular o fluxo de saída de água através Ciclo de vida dos materiais construtivos: todos os estágios
de peças perfuradas ou de telas finas. desde a extração da matéria-prima, manufatura, transporte,
Arquitetura solar passiva: arquitetura que se apropria das condi- construção, utilização, reuso, reciclagem, destinação final.
ções climáticas (incidência solar) e melhora o desempenho ambiental Componente Ambiental: uma das partes que constituem o
do edifício (iluminação e conforto térmico), sem a necessidade de meio ambiente ou um ecossistema.
equipamentos mecânicos. Componente orgânico volátil (COV): elementos químicos ba-
As-builts: são partes, detalhes, ou até mesmo pranchas inteiras que seados em estruturas de carbono e hidrogênio que são vapori-
ilustram as modificações feitas nos projetos originais durante sua zados à temperatura ambiente. COVs são um tipo de contami-
construção (é o desenho “como construído”). Quando estes não são nante do ar interno, encontrado em materiais de construção.
fornecidos, o empreendimento é entregue com os projetos originais Exemplos de materiais construtivos que contenham COVs inclu-
que não conferem com o real. Durante o uso do imóvel, pode haver em: solventes, tintas, adesivos.
problemas, como perfurações de tubulações de água ou gás, demo- Composto orgânico: matéria resultante da decomposição da
lição de elementos estruturais importantes, dificuldades na realiza- mistura de substâncias orgânicas, tais como folhas secas, ca-
ção da manutenção de sistemas prediais, retrabalhos, demolições pim, esterco, entre outros detritos. Depois de processada pelo
parciais desnecessárias. tempo, pode ser usada como adubo.
ASHRAE: American Society of Heating, Refrigerating and Air Con- Condições bioclimáticas: condições naturais de disponibilida-
ditioning Engineers, o equivalente dos Estados Unidos à ABRAVA de de radiação solar, umidade, regime de ventos, morfologia
(Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventila- do terreno, vegetação, edifícios construídos no entorno, obstru-
ção e Aquecimento) do Brasil. ções solares, entre outras.
Aspectos ambientais: elementos de atividades, produtos ou servi- Condições de ocupação: condições tais como as atividades e
ços que interagem com o meio ambiente. empreendimentos que se assentam ou se implantam sobre um
Atenuação sonora através do envelope: referente a padrões nor- determinado território, estabelecendo interferências e inter-
mativos, deve-se levar em conta os valores recomendados para venções sobre os elementos físicos e bióticos, definindo formas
propiciar conforto acústico aos usuários, considerando-se o uso e a de manejo adequadas ou inadequadas à conservação dos
atividade que serão realizados no ambiente, além das condições a recursos naturais.
que esse ambiente será exposto. O uso e a atividade determinam a Conforto luminoso: o uso inadequado da iluminação pode
tolerância ao ruído no ambiente interno. Os componentes construti- reduzir e dificultar o desenvolvimento das atividades humanas,
vos propiciam atenuações sonoras determinadas por um indicador assim como provocar perturbações, fadiga visual, ofuscamento,
de desempenho. dores de cabeça, complicações no sistema nervoso e efeitos na
Avaliação de Impacto Ambiental (RAP, EIA/RIMA, EAS, EIV): produtividade. Seus efeitos nocivos não se relacionam apenas
envolve um conjunto de métodos e técnicas de gestão ambiental com aspectos quantitativos (nível mínimo de LUX por ativida-
reconhecidos, com a finalidade de identificar, predizer e interpretar de), mas também com aspectos qualitativos. Para se obter o
os efeitos e impactos sobre o meio ambiente decorrentes de ações conforto luminoso, a iluminação geral do projeto deverá aten-
propostas, tais como: legislação de solo, políticas, planos, progra- der aos valores estabelecidos na NBR 5413.
mas, projetos, atividades, entre outras. Conforto térmico: estudo realizado a partir das variáveis cli-
Biodiversidade: termo que se refere à variedade de genótipos, máticas ou da atividade desenvolvida pelo usuário para de-

26
terminar as condições de conforto térmico e os graus de descon- uma pessoa, pela luminância que seja suficientemente maior que a
forto por frio ou calor. luminância à qual o olho da pessoa está adaptado naquele mo-
Desenvolvimento sustentável: atender às necessidades do mento; pode causar desconforto, irritação ou perda de desempe-
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futu- nho visual.
ras atenderem às suas próprias necessidades. Parâmetros: o valor de qualquer das variáveis de um componente
Do “berço ao berço” (cradle to cradle): termo utilizado na a- ambiental que lhe confira uma situação qualitativa ou quantitativa.
nálise do ciclo de vida para descrever um material ou produto Valor ou quantidade que caracteriza ou descreve uma população
que é reciclado em outro ao final de sua vida definida. estatística. Nos sistemas ecológicos, medida ou estimativa quantifi-
Do “berço ao túmulo”: termo utilizado para descrever o ciclo cável do valor de um atributo de um componente do sistema.
de vida dos materiais, desde sua geração até o final de sua Parcelamento do solo: forma de divisão de uma gleba em unida-
vida útil (por exemplo, na gestão de resíduos, observar desde des autônomas, podendo ser classificada em loteamento ou des-
sua geração até o tratamento e o destino final). membramento, regulamentada por legislação específica.
Efeito-chaminé: como o ar quente tende a se acumular nas Passivo ambiental: representa os danos causados ao meio ambi-
partes mais elevadas do interior da edificação, a colocação de ente por uma instituição, representando, assim, a obrigação e a
aberturas no topo (chaminé) cria um fluxo de ar ascendente, responsabilidade social para com os aspectos ambientais.
com o ar quente saindo pelo topo e o ar mais frio entrando por Pegada ecológica: é uma ferramenta de gerenciamento de recur-
aberturas baixas situadas na edificação. sos que mede quanta área de água e terra uma população huma-
Eficiência: uma medida da “produtividade” do processo de na necessita para produzir os recursos que consome e para absor-
implementação quanto à realização dos seus objetivos. ver seus dejetos, com a tecnologia preponderante no local.
Energia incorporada: toda a energia gasta para a produção e Plano de gerenciamento de resíduos: tem como objetivo discipli-
o transporte de um produto, além da energia inerente específi- nar geração, triagem, armazenamento, transporte, reaproveita-
ca do material. mento, comercialização e disposição final de resíduos.
Entorno: área que circunscreve um território, com a qual este Produção mais limpa: é a aplicação contínua de uma estratégia
interage. técnica, econômica e ambiental integrada aos processos, produtos
Fontes de energia não-renováveis: são aquelas que se esgo- e serviços, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-
tam, pois têm produção limitada. O petróleo e o carvão mine- primas, água e energia, pela não-geração, minimização ou recicla-
ral (de origem fóssil) são fontes não-renováveis, pois levam gem de resíduos e emissões, com benefícios ambientais, econômicos
milhões de anos para se formar. e de saúde.
Fontes de energia renováveis: são aquelas que não se esgo- Qualidade ambiental: o termo pode ser conceituado como juízo
tam, pois podem ser plantadas ou naturalmente reabastecidas de valor atribuído ao quadro atual ou às condições do meio ambi-
ou recompostas em velocidade superior ao consumo humano ente. A qualidade do ambiente refere-se ao resultado dos proces-
daquela fonte, tais como a energia solar, a eólica, o biogás, sos dinâmicos e interativos dos componentes do sistema ambiental
etc. Dentre essas tecnologias, se destacam o uso de painéis fo- e define-se como o estado do meio ambiente numa determinada
tovoltaicos, que convertem luz solar em eletricidade corrente área ou região, como é percebido objetivamente em função da
direta, e os sistemas de aquecimento de água por energia so- medição de qualidade de alguns de seus componentes, ou mesmo
lar. Esta ultima é atraente economicamente e não possui efeitos subjetivamente com relação a determinados atributos, como a be-
poluidores associados. leza da paisagem, o conforto, o bem-estar.
Halon: gás utilizado para o combate a incêndios em ambientes Qualidade do ar interno: de acordo com a US-EPA (Environmental
fechados. Seu uso está limitado, por atacar a camada de ozô- Protection Agency), a definição de boa qualidade interna do ar
nio da atmosfera, conforme indicado no Protocolo de Kyoto. inclui: 1. introdução e distribuição adequada de ar de ventilação;
Iluminação artificial: iluminação produzida, direta (quando o 2. controle de contaminantes aéreos; e 3. manutenção de níveis
fluxo de luz incide diretamente sobre a superfície a ser ilumina- aceitáveis de temperatura e umidade relativa do ar. De acordo
da) ou indiretamente (quando o fluxo é direcionado para outra com a norma da ASHRAE 62-1989, a qualidade interna do ar é
superfície refletora, em geral o teto, ou uma parede, ou uma definida como “ar no qual não existem contaminantes conhecidos
antepara especial), por fonte de luz artificial. em concentrações perigosas de acordo com determinações das
Iluminação natural: iluminação produzida, direta (quando o autoridades competentes e com o qual uma maioria substancial
fluxo de luz incide diretamente sobre a superfície a ser ilumina- (80% ou mais) das pessoas expostas não expressa insatisfação”.
da) ou indiretamente (quando o fluxo é direcionado para outra Reabilitação tecnológica (Retrofit): definição de alterações ou
superfície refletora, em geral o teto, uma parede ou uma ante- reformas realizadas para aumentar a eficiência dos sistemas ou
para especial), pelo sol. adaptar um edifício no caso de mudanças de uso.
Iluminação zenital: elemento construtivo que propicia a capta- Reciclagem: vem de “re” (repetir) + “ciclar” (o ciclo). A reciclagem
ção e passagem da luz natural através de coberturas. é um processo industrial que transforma o resíduo descartado em
LUX: é a iluminação produzida pelo fluxo luminoso de um lúmen produto semelhante ao inicial ou de outra categoria. Reciclar é
(unidade de fluxo luminoso), uniformemente distribuída sobre poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que
um metro quadrado de superfície. É a unidade de medida da seria jogado fora.
iluminância (intensidade da luz), no SI (Sistema Internacional de Recursos renováveis: um recurso que é reabastecido em uma ve-
Medidas). locidade igual ou maior que sua taxa de consumo.
Minuterias ou sensores de presença: dispositivos de controle Registro regulador de vazão: introduz uma perda de carga locali-
de iluminação, que permitem manter acesas as lâmpadas por zada ajustável, proporcionando vazão mais adequada à utiliza-
um período definido de tempo com o intuito de economizar ção dos equipamentos. Indicado para pontos de utilização com
energia elétrica. O uso de minuterias é indicado principalmente alimentação através de engate flexível (torneira de pia de cozinha
para controle de lâmpadas de ambientes de uso comum como de bancada, torneira de lavatório de coluna ou de bancada, baci-
corredores, ante-salas, garagens, etc. a sanitária com caixa de descarga acoplada), nos quais a vazão
Ofuscamento: efeito produzido, dentro do campo de visão de seja superior a 0,10 l/s.

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Restritor de vazão: dispositivo que mantém a vazão constante. É INSTITUIÇÕES (em construção)
indicado para equipamentos hidráulicos sujeitos a pressões superio-
res a 100 kPa. Pode ser utilizado em chuveiros e torneiras, inclusive ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: órgão
externas. Disponível para vazões de 0,13 l/s e 0,23 l/s. responsável pela normalização técnica no Brasil. Fornece a
Reuso de água residual doméstica: reaproveitamento de água base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro
proveniente de lavatórios, chuveiros, cozinhas, lavagem de pavi- sobre todos os assuntos relacionados às boas práticas para a
mentos domésticos, tanques e máquinas de lavar. construção civil, entre outras áreas.
Shafts: mais conhecido como duto vertical, um espaço fechado pro- URL: www.abnt.org.br
jetado para acomodar tubulações de água e componentes em ge- ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial,
ral, construído de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser desenvolve o Plano Estratégico Setorial (PES) para o setor da
feito por cada andar. construção civil.
Simulação de desempenho energético: programas de simulação URL: www.abdi.com.br
computacional que prevêem o desempenho energético e ambiental Abrafati – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas.
de edificações nas fases de projeto, comissionamento, operação e URL: www.abrafati.com
gerenciamento e retrofit. Anamaco – Associação Nacional dos Comerciantes de Mate-
Síndrome do Edifício Doente (Sick Building Syndrome): é definida rial de Construção: informações sobre materiais usados na
como “as situações nas quais os usuários da edificação passam por construção civil. Portal da Construção Civil com informações
efeitos agudos de saúde e/ou desconforto que parecem estar liga- gerais sobre o setor. Dicas aos consumidores do cimento.
dos ao tempo em que passam dentro de uma edificação em parti- URL: www.anamaco.com.br
cular, mas onde nenhuma causa ou doença especifica pode ser
identificada. As reclamações podem estar restritas a uma sala ou Antac – Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente
zona específica, ou podem estar espalhadas através de toda a Construído. Estudos sobre avaliação pós-ocupação, conforto,
edificação”. Os usuários sentem alívio dos sintomas pouco após dei- energia, durabilidade, resíduos, etc.
xarem a edificação. URL: www.antac.org.br
Sistemas de racionalização do uso da água: de acordo com o CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção: atuali-
Manual de Reuso da Água (editado por ANA, SIinduscon, Fierj e dades, encontros e representações.
Comasp), o reuso, reciclagem, gestão da demanda, redução de URL: www.cbic.org.br
perdas e minimização da geração de efluentes se constituem, em CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, trabalho
associação às práticas conservacionistas, nas palavras-chave mais de prospecção (estudo de futuro), em parceria com a ABDI,
importantes em termos de gestão de recursos hídricos e de redução para o setor da construção civil.
da poluição”. URL: www.cgee.org.br
Telhados verdes: tecnologia que traz efeitos positivos no desempe- CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvi-
nho térmico da edificação. Devido a sua massa térmica, esse com- mento Sustentável: informações sobre encontros, seminários,
ponente construtivo atenua as altas temperaturas internas no verão empresas envolvidas com a questão da sustentabilidade e a
e as baixas no inverno. Além de efeitos com relação ao desempe- produção mais limpa no contexto brasileiro.
nho energético da edificação, permite também o recolhimento da URL: www.cebds.org.br
água da chuva previamente filtrada pela camada vegetal e o ar- Centro de Referência e Informação em Habitação:
mazenamento para posterior uso para finalidades não potáveis. URL: www.infohab.org.br
Transformam, ainda, superfícies impermeáveis em interativas com o Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambien-
entorno, construindo um microclima mais favorável, pelo efeito de tal: site do Estado de São Paulo, porém com informações
fotossíntese e evapotranspiração, estando na direção das novas idôneas sobre a questão ambiental como um todo.
diretivas municipais no tocante à retenção das águas pluviais urba- URL: www.cetesb.sp.gov.br
nas.
Torneira de acesso restrito: permite o escoamento somente com a CIB – Conselho Internacional de Pesquisa e Inovação em Edi-
instalação da parte superior da torneira. Esse componente restringe ficação e Construção (lnternational Council for Research
o uso da água por usuários não-autorizados. Pode ser empregado and Innovation in Building and Construction): parcerias e inter-
também em torneiras abastecidas com água pluvial ou de reuso, câmbios de pesquisas e inovações na construção.
evitando o uso indevido de água não potável. URL: www.cibworld.nl/website
Ventilação cruzada: estratégia de projeto que promove uma me- Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente: órgão que
lhor eficiência da ventilação natural. Consiste em alocar aberturas dita resoluções ambientais com força de lei. Rege a elabora-
em faces opostas ou adjacentes do edifício, para que o vento possa ção de leis e normas estaduais e municipais.
cruzar os ambientes, permitindo assim a renovação do ar e a retira- URL: www.mma.gov.br/conama
da de cargas térmicas em climas quentes. CBCS – Conselho Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável.
Zoneamento: é a destinação factual ou jurídica da terra a diversas Promove o desenvolvimento sustentável por meio da geração
modalidades de uso humano. e disseminação de conhecimento e da mobilização da cadeia
Zoneamento ambiental: trata-se da integração harmônica de um produtiva da construção civil, de seus clientes e consumidores.
conjunto de zonas ambientais com seu respectivo corpo normativo. URL: http://www.cbcs.org.br/
Possui objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universida-
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos de de São Paulo – USP. www.usp.br/fau
da Unidade possam ser alcançados. É instrumento normativo do Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Plano de Gestão Ambiental, tendo como pressuposto um cenário Universidade Estadual de Campinas – Unicamp:
formulado a partir de peculiaridades ambientais diante dos proces- URL: www.fec.unicamp.br
sos sociais, culturais, econômicos e políticos vigentes e prognostica- Federação Européia da Indústria da Construção (European
dos.”
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Construction Industry Federation)
URL: www.fiec.org IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas: centro de referência
FSC Brasil – Conselho Brasileiro de Manejo Florestal: iniciativa de pesquisas tecnológicas em geral. Tecnologias em ambiente
para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável das construído, como conforto, saneamento, instalações prediais e
florestas. O selo FSC atesta que a madeira utilizada num produto sustentabilidade na construção.
é oriunda de uma floresta manejada e de forma ecologicamente URL: www.ipt.br
adequada. Labaut – Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência E-
URL: www.fsc.org.br nergética.
GestCon – Grupo Gestão da Construção da Universidade Fede- URL: www.usp.br/fau/pesquisa_sn/laboratorios
ral de Santa Catarina (UFSC): estudos sobre eficiência em gestão Labeee – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
de materiais na construção civil. da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
URL: www.ecv.ufsc.br/secdepto/gestcon URL: www.labeee.ufsc.br
Habitare – Programa de Tecnologia de Habitação: desenvolvi- MMA – Ministério do Meio Ambiente: órgão da administração
mento de produtos e tecnologias para a construção civil. Projetos federal direta que tem como área de competência a política
sobre segurança do trabalho, comunidade e financiamento. nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos.
URL: www.habitare.org.br URL: www.mma.gov.br
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na- Ministério das Cidades: site do governo brasileiro com
turais Renováveis: órgão federal executor da Política Nacional do informações sobre licenciamento, saneamento, transporte, finan-
Meio Ambiente, com atuação em todas as unidades da federação. ciamento imobiliário e principalmente habitação.
Atua nas áreas de pesca, fauna e flora, poluição, degradação, URL: www.cidades.gov.br
unidades de conservação entre outras. Nutau – Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Faculdade de
URL: www.ibama.gov.br Arquitetura e
Ibict – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: Urbanismo da Universidade de São Paulo – USP. www.usp.br/
base de dados brasileira e principalmente informações sobre ciclo nutau
de vida dos produtos e materiais. Pnud – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento:
URL: www.ibict.br publicação de relatórios sobre temas sociais no contexto mundi-
Idhea – Instituto para o Desenvolvimento de Habitação Ecológica: al.
informações sobre produtos e materiais de baixo impacto ambien- URL: www.undp.org
tal. Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambien-
URL:www.idhea.com.br te: publicação de relatórios sobre temas ambientais no contexto
IFC – Internacional Finance Corporation: site com links de sites e internacional.
assuntos específicos sobre sustentabilidade, investimentos e financi- URL: www.unep.org
amentos, dita padrões internacionalmente utilizados para respon- Poli – Departamento de Engenharia de Construção Civil da
sabilidade socioambiental. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: alternativas
URL: www.ifc.org para redução de desperdício de materiais nos canteiros de
Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola. obras, Finep, Poli, 1998.
URL: www.imaflora.org URL: www.reciclagem.pcc.usp.br
Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Quali- Poli – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – De-
dade Industrial Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indús- partamento de Sustentabilidade na Construção Civil: departa-
tria e Comércio Exterior, informa sobre os padrões e mecanismos mento especializado da Poli.
destinados à melhoria daqualidade de produtos e serviços. URL: www.poli.usp.br
URL: www.inmetro.gov.br Portal da Construção: traz informações integradas sobre o se-
Instituto Akatu: centro de referência sobre consumo consciente. tor.
Dicas de boas práticas socioambientais e selos de qualidade de URL: www.portaldaconstrucao.com.br
produtos em geral, como FSC, PROCEL, INMETRO e Atuação Res- Programa de Informação para Gestão de Ciência,
ponsável. Tecnologia e Inovação do Instituto Brasileiro de Informação
URL:www.akatu.org.br em Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: – MCT: base de dados brasileira em temas socioambientais.
informações sobre práticas de responsabilidade empresarial, resul- URL: www.prossiga.br
tados e indicadores. Rede de tecnologia social como um conjunto Secovi – Sindicato da Habitação e Incorporação: site do sindi-
de técnicas de transformação social e de interação com a comuni- cato em São Paulo.
dade. URL: www.secovi-sp.com.br
URL: www.ethos.org.br Sinaenco – Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e
Instituto Socioambiental: associação que dá informações sobre Engenharia Consultiva.
justiça social e direitos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio URL: www.sinaenco.com.br
cultural, aos direitos humanos e dos povos. Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado
URL: www.socioambiental.org.br de São Paulo.
International Institute for Sustainable Development: inova- URL: www.sitivesp.org.br
ções, pesquisas e principalmente referências globais sobre práticas Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação
de produção mais limpa.
URL: www.iisd.org e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais
de São Paulo.

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URL: www.sindusconsp.com.br
SustainAbility Tomorrow´s Value: informações sobre riscos e
oportunidades voltados a responsabilidade empresarial e desen-
volvimento sustentável, no contexto mundial.
URL: www.sustainability.com
WBCSD – Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimen-
to Sustentável: informações sobre encontros, seminários, empresas
envolvidas com a questão da sustentabilidade e a produção mais
limpa no contextointernacional.
URL: www.wbcsd.ch
World Watch Institute: publicação de pesquisas e relatórios
na temática ambiental e justiça social.
URL: www.worldwatch.org

http://www.wbcsd.org/web/eeb/EEBSummary-portuguese.pdf

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