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Um brinde
ao mercado
A
liás, pelo menos dois. Ou seriam mais? A festa de
entrega do Prêmio ABT é só um deles. Mas um dos
mais importantes, por permitir à atividade come-
morar as melhores práticas do mercado – em uma pesquisa
realizada através de um processo claro e transparente, onde
só os associados da ABT podem votar –, e o executivo que
mais contribuiu para o mercado. Não aposto que seja sur-
presa o Agnaldo Calbucci vencer, até pela transformação
42
tendência
que acabou contribuindo com a ABT, com apoio de outros
Bem longe da UTI
executivos que, aos poucos, se transformaram em líderes do atendimento
setoriais. Outro grande brinde veio da festa organizada para Em um mercado onde o cliente
comemorar os 20 anos da entidade, que merece destaque é sensível e exigente, laboratórios
nesta edição por reunir pelo menos três gerações de exe- farmacêuticos otimizam o
relacionamento por meio de
cutivos do mercado, entre seus fundadores – na década de diversos canais
80 –, os que cumpriram um grande papel na década de 90
– quando começaram as grandes transformações da ativi-
dade –, além dos novos executivos e empresários que estão
ingressando no setor. Muita água passou sob a ponte da en-
30
tidade, e muita ainda deve passar, como afirmamos no Blog
da Redação, que inauguramos para apoiar o portal da revista
ClienteSA e Callcenter.inf.br. Três outros assuntos que mere-
cem destaque especial nesta edição (ao lado do futuro que gestão de cliente
expomos em várias páginas e matérias que exigiram grande 20 anos de ABT
trabalho de reportagem) são a Entrevista Exclusiva com o A grande festa de aniversário
executivo Acacio Queiroz, presidente da Chubb Seguros, o reuniu os principais executivos
trabalho de reportagem de Tendência, onde revelamos os do setor, que comemoraram a
evolução do atendimento
caminhos da indústria farmacêutica para se relacionar com
seus clientes, e o Especial, focado no caso da Sagatiba, um
excepcional projeto de empreendedorismo, com foco em
um de nossos principais produtos, a cachaça. Mas tem muito
mais, como as contribuições estratégicas – e sempre exclusi-
vas – de nossos articulistas, que nos levam a muitas reflexões
e transferem ensinamentos que merecem ser avaliados com
63 futurecom
Os desafios
dos clientes dos
novos tempos
muita atenção. Como, aliás, nos revela ser o grande hobby
de Acacio Queiroz. Um brinde ao futuro!
Vilnor Grube
20
entrevista 14 mobilidade
O marketing móvel pode ser a ferramenta
ideal para uma boa campanha, desde que
com a exploração adequada
ACACIO QUEIROZ
Cliente first class exige atendimento de primeira
66
A evolução de uma empresa depende de visão
estratégica, treinamento constante e, principalmente, Super Simples
um relacionamento sólido com o cliente não é nada simples
26
Miguel Ignatios fala das armadilhas do
Super Simples e da sonegação de impostos
Prêmio ABT
10
Mais uma vez, a entrega do Prêmio ABT revelou
as melhores estratégias do mercado, e Agnaldo Calbucci Portal
como Executivo do Ano Agora com sete blogs onde você
acompanha as últimas novidades
e reflexões do setor, além da pesquisa
que revelará as melhores estratégias
Cobrança e
Ouvidoria
seções
acompanhe a Cartas 08
duas novas seções
da ClienteSA Cobrança 33
articulistas Contact Center 12
Gente 59
Marketing de relacionamento 55
16 On-line 58
32 Júlio Xavier 62 58
Augusto Mello 54 Marco Barcellos Marcos Fábio Mazza Ouvidoria 40
Fernando Guimarães
64 18 Players 60
56 Leonardo Vieiralves Azevedo Marcos Calliari
Enio Klein
garantir a solidez da companhia, a per- em nossos artigos em cada edição da Comercial / Marketing
petuação da equipe e manter os bons revista, sempre procurando associar Danilo Krochmalnik (Diretor)
danilo.kroch@clientesa.com.br
clientes, oferecendo à eles sempre as as experiências positivas ou negativas Alberto Kohn (Gerente Nacional)
melhores condições, afinal de contas às questões estratégicas e organiza- alberto@clientesa.com.br
Fábio Gandini (representante)
tudo é uma mão dupla, de ida e de cionais. Comentem e contem vocês fabio.gandini@clientesa.com.br
volta. Mas, afirmo que com este artigo, também seus casos. Quem sabe não Eliane Rocha (Assistente Comercial)
reforcei conceitos e aprendi coisas no- colaboramos para que as coisas me- Regional Paraná
vas. Reconquistar o cliente é mais caro lhorem. Um grande abraço a todos e Valdeci Carneiro (Gerente Regional)
do que mantê-lo na carteira. Além sejam bem-vindos! Tel.: (41) 3015-4740 / (41) 8818-8061
disso, cada substituição de cliente nos Enio Klein, no Blog “Na pele do cliente”, ClienteSA CONFERENCE
custa 10% a mais. A equação tem de do portal www.clientesa.com.br Joana Grube
joana@grube.com.br
ser bem feita, para não trazer nenhum
tipo de trauma neste sentido.” Gestor TVip
Acacio Queiroz, presidente Chubb Seguros Aprendizado garantido Jonas Grube
Jonas@grube.com.br
“Finalmente teremos algo em que o
Jornalista Responsável
consumidor poderá testar o aprendi- Vilnor Grube (MTB. 14.463)
Parabéns pela evolução zado conseguido com o site/revista.
Parabéns a Cliente SA” Fale com a Cliente S.A.
“Tenho acompanhado a evolução da Rua Ezequiel Freire, 35 cj. 64
Revista ClienteSA e me surpreendido Suzana Ribeiro da Silva, no Blog “Na pele do CEP 02034-000 – São Paulo/SP
bastante, tanto com a qualidade vi- cliente”, do portal www.clientesa.com.br Tel.: (11) 6972-2340/3634/3635
TVIP CALLCENTER.INF.BR
Eventos, entrevistas e muito mais na TVip
Já está disponível a cobertura do Congresso de Ouvidores, do Prêmio ABT e do Jantar
Especial da ABT, além de entrevistas com executivos da Sagatiba, NAI e Brunise
Promovido pela ABO (Associação Bra- Jantar Especial da ABT, em comemora-
sileira de Ouvidores) em parceria com ção aos 20 anos da associação.
a Conference ClienteSA, o 11º Congres- Além disso, a TVip está com novas
so Brasileiro de Ouvidores trouxe para entrevistas exclusivas. Entre elas, Mar-
o debate as estratégias adotadas pelo celo Martins, diretor geral da Meta,
mercado e o crescimento da atividade que fala sobre o crescimento da em-
em busca da profissionalização. Para presa e os investimentos e tecnologia
trazer o que de mais importante acon- e recursos humanos. O executivo co-
teceu no congresso, a TVip Callcenter. menta ainda sobre o processo de es-
inf.br esteve presente, acompanhando pecialização da Meta na área de co-
as palestras e entrevistou diversos ouvi- brança. Quem também está na TVip é
dores. A cobertura completa já está no Marcelo Rissato. O diretor-executivo
ar. Outros eventos que contaram com a da Veganet fala sobre o bom momen-
cobertura da TVip foram a festa de entre- to vivido pela empresa, que inaugurou
ga dos troféus do VII Prêmio ABT e o recentemente uma unidade.
PESQUISA Ranking
Ainda dá tempo de participar... Por números de PAs total (2007)
Pos. Empresa PAs Total
01a Contax 22.407
IV Pesquisa de Mercado de Relacionamento 02a Atento 21.000
com Clientes continua disponível no site 03a Teleperformance 9.200
04a Tivit 7.500
Quem ainda não respondeu a IV Pes- 05a Dedic 6.750
quisa de Mercado de Relacionamento 06a CSU 5.510
com Clientes não precisa se preocupar, 07a ACS 5.000
pois ainda dá tempo. Para participar é 08a Uranet 3.980
fácil. Basta se cadastrar no site www. 09a TMKT 3.688
clientesa.com.br/pesquisa. Depois é só 10a TMS - Call Center 3.400
responder o questionário e ter acesso 11a Softway 3.100
12a AeC Contact Center 3.100
à base de dados. Com isso é possível
13a Brasilcenter 2.886
comparar as informações consolidadas 14a Contractors 2.560
(que mostram tendências do mercado) 15a SPCom 2.253
com a sua própria operação. A pesqui- 16a Grupo Nelson Paschoalotto 1.806
sa tem como objetivo levar aos execu- 17a Sercom 1.800
tivos do setor dados que auxiliem na 18a EDS 1.800
criação de parâmetro para a atividade 19a TeleTech 1.787
empresarial. 20a Call Contact Center 1.745
Fonte: Callcenter.inf.br
Título: A Crônica
de Sumatra
Autor: Max I.
Basile
Editora: La Selva
A
AeC Contact Center, empre- Diniz Júnior, diretor-executivo da
sa do grupo AeC, inaugurou AeC Contact Center.
seu terceiro site em Belo O executivo explica que o setor
Horizonte (MG). A inauguração faz passa por uma forte fase de expan-
parte dos planos de crescimento da são e especialização. “É um merca-
empresa, que pretende estar entre as do que cresce e amadurece, onde
cinco maiores do setor. “O novo site é cada vez maior o crescimento
consolida nossa posição no mercado. da profissionalização”, diz. Para
Com tecnologia 100% IP, está dentro acompanhar esse ritmo, a principal
das normas NR 17. O próprio merca- estratégia utilizada pela empresa é e fazer com que o cliente reconhe-
do exige nossa preparação para que a qualidade no atendimento. “Não ça isso”, afirma Diniz.
possamos crescer. Temos a expecta- existe outro segredo a não ser a Além disso, ele ressalta que o dife-
tiva de estar entre as cinco maiores qualidade do serviço. O importante rencial da empresa é a opção de tra-
empresas do setor”, explica Delson é ter qualidade, comprometimento balhar em BH, onde os operadores
O
mundo está mais veloz, nosso tempo cas, vídeos e jogos pa-
mais escasso e nossa atenção cada vez ra celular, que podem
mais dispersa por mensagens de diversos então ser adquiridos
meios e mídias. Mas o ser humano se adapta e ra- de graça, ou a preços
pidamente aprende a ser seletivo e a usar dife- reduzidos, por recebe-
rentes canais de comunicação simultaneamente a rem patrocínio de mar- Alexandre Borin é diretor de Multimídia,
head do Programa de Desenvolvedores
seu favor. O e-mail não substitui todos os demais cas, são vistos como do Ericsson Mobility World e diretor de
meios de mensagens que temos à nossa disposi- algo positivo ou muito Relações com o Mercado da AMMB.
ção. As ligações e conferências telefônicas são positivo por entre 60% E-mail: alexandre.borin@ericsson.com.br
mais eficientes para assuntos urgentes ou que exi- e 90% dos clientes ex-
gem discussão e maior interação, enquanto que postos, a depender do conteúdo ofertado.
mensagens de texto permitem informação e con- Além disso, se a mensagem publicitária é
firmações rápidas. segmentada o suficiente para atender aos in-
Da mesma forma, a comunicação dos anun- teresses do cliente, individualmente ou em
ciantes com seus consumidores está se adap- comunidade, observamos taxas de conversão
tando e ficando mais inteligente. Mídias tradi- elevadas. Em um caso na Noruega, em que se
cionais enfrentam retornos cada vez menores, aplicaram anúncios personalizados (exibidos
devido à dispersão da audiência nos centenas de acordo com os interesses de cada usuário)
de canais e outras mídias disponíveis (o chama- na TV assistida via celular, as taxas de conver-
do “long-tail”). Assim, elas têm de se reinven- são (clicks nos anúncios personalizados) atin-
tar e inovar. giram médias de 13%. Anunciantes que inves-
O ecossistema da propaganda já descobriu que tem em mídia digital sabem que taxas acima
o segredo está não só no conhecimento do clien- de 1% já são consideradas altas.
te, mas na produção de mensagens personali- Mas quais os formatos possíveis e disponíveis?
zadas, que sejam mais relevantes ao estilo e às Com a criatividade das agências de propaganda
preferências daquele cliente. Vemos, então, cam- brasileiras, não há um verdadeiro limite para a ex-
panhas que permitem um retorno imediato, seja perimentação, e com o suporte das operadoras,
por meio de uma experiência interativa do cliente pode-se esperar cada vez mais anúncios que as-
com a marca, ou por intermédio da permissão de sumam formas diversas, como a de jogos patro-
compra imediata do produto. cinados para celular, portais de conteúdo móvel
Os cerca de 110 milhões de aparelhos celulares patrocinado, notícias patrocinadas, canais de TV
no Brasil facilitam este novo tipo de interação com e vídeos a la carte patrocinados e exibidos direta-
o consumidor, tornando-se uma ferramenta pode- mente na tela do seu celular.
rosa: massiva em número, mas totalmente indivi- E as mensagens de texto? Viraram coisa do pas-
dualizada para o cliente. A exploração adequada e sado? Muito pelo contrário! A mensagem de tex-
sem abusos desta ferramenta, aliada à grande criati- to é um dos canais mais relevantes do marketing
“
vidade da propaganda brasileira, permite o chama- móvel, por estar presente e poder ser enviada e
do marketing móvel, de ma- recebida por praticamente todos os 110 milhões
A mensagem de neira inteligente. de celulares existentes no Brasil.
Pesquisa realizada pela Muitos perguntariam aqui: “Mas eu vou receber
texto é um dos canais Millward Brown, na Ale- propaganda no meu celular?” Pois é, aí é que o
mais relevantes do manha, Itália e Reino Uni- marketing inteligente assume seu papel de evitar
marketing móvel, pois do, mostra que os consumi-
dores estão particularmente
este tipo de situação. Os SMS, ou mensagens cur-
tas de texto, quando contextualizados, se conver-
pode ser enviada e abertos a campanhas que tem em uma melhor experiência de marca para o
recebida por todos os agreguem valor, e não ape- cliente final. Um anúncio em revista pode se tor-
nas uma simples mensa- nar um canal de retorno (exibindo um número cur-
110 milhões de celulares gem publicitária. Inserções to para o qual perguntas ou pedidos de mais infor-
do Brasil de publicidade em músi- mação podem ser encaminhados); programas de
”
rativos que fidelizam a lhe dará atendimento ime-
diato ao chegar sua vez, ou
as más
audiência). Enfim, uma
infinidade de aplica- mesmo receber diretamen-
ções construídas so- te uma ligação de retorno do callcenter. Tudo is-
bre o que se denomina to é marketing, pois posiciona a marca ao lado do
cross-mídia, ou mídia cliente, e não contra ele.
Ronaldo Fernandes é presidente cruzada, pode viabili- Construir este mundo de conveniência e in-
da MoviClips Brasil e presidente-
fundador da AMMB. zar uma campanha. teresses comuns, sem abuso, é um desafio para
E-mail: ronaldof@moviclip.com No mundo corporati- o mercado. Por isto, cabe ao próprio mercado
vo, as mensagens curtas se organizar para reconhecer e multiplicar as
são hoje exploradas tanto internamente (comuni- boas práticas e desencorajar as más. Estes são
cação com equipe) quanto para tratar solicitações alguns dos objetivos da AMMB (Associação de
e melhorar a comunicação com os clientes. Pro- Marketing Móvel do Brasil – www.ammb.com.
cessos são automatizados, mantendo o cliente pró- br), aberta à associação de empresas que que-
ativamente informado, em demonstração de trans- rem ajudar no desenvolvimento desta nova mí-
parência que melhora o relacionamento com a dia móvel, transformando todo seu potencial
marca, com custos mais baixos. Indo além, que tal em resultados que incluam benefícios e conve-
seria se trocássemos aquela espera (musical e in- niência para o cliente.
M
ais do que pessoas bem treinadas e prepa- Quanto às pessoas –
radas para a árdua labuta de vender pro- sem dúvida vitais nes-
dutos ou serviços por telefone, nós preci- ta base estrutural para
samos decididamente colocar em pauta e rediscutir os resultados pretendi-
o papel do processo operacional como uma das dos pelas organizações Júlio Xavier, economista com MBA em
Marketing pela USP, é articulista da Revista
principais engrenagens das operações de telemarke- – estão cada vez mais Cliente SA e coordenador do MBA Excelên-
ting. Muitas empresas ainda respaldam que somente sendo preparadas e for- cia no Relacionamento com Clientes junto
a política de recursos humanos praticada é o grande madas para diferencia- ao Ibmec/SP. E-mail: para juliox@isp.edu.br
“Ovo de Colombo”, mas pode não ser bem assim... rem-se através de: Pro-
Durante muitos anos fiz esta defesa, mas me ar- gramas de capacitação continuada; Universidades
risco a dizer que o grande movimento atual para in company; Escolas de lideranças; MBA nas mais
o sucesso das operações de telemarketing, quer renomadas instituições do País etc. Dessa forma,
seja para vender, pesquisar, ativar ou reter, está as equipes que são formadas e selecionadas para
na estrutura do processo da abordagem. o projeto estão muito mais aderentes às necessida-
Sabemos que só a tecnologia isoladamente não des das empresas contratantes e alinhadas com o
diferencia mais os players, ou seja, você deve em- perfil estratégico solicitado. Naturalmente, pesso-
pregar a melhor e a mais adequada tecnologia no as são importantes, precisam estar bem treinadas
programa de telemarketing que irá introduzir, ou e situadas em um ambiente adequado para reali-
estará definitivamente fadado a não “performar”. zarem um trabalho de excelência e com qualida-
Além disso, vem ocorrendo um grande movimen- de de vida. Porém, de nada adianta toda essa capa-
to na evolução nas relações junto aos fornecedo- citação em pessoas, se os processos operacionais
res do mercado que se tornaram novos parceiros, não estiverem devidamente delineados, atualiza-
comprometidos com o sucesso e a visão de longo dos e constantemente acompanhados.
prazo, muito mais focados na opção do resulta- Posso afirmar que fazer o básico (muito bem fei-
do final, ao invés de apenas entuchar ferramentas to!) pode nos garantir a continuidade das opera-
tecnológicas milagrosas para aumento de produ- ções, porém, insuflar os projetos com pendurica-
tividade e garantia da qualidade. lhos aparentemente óbvios e desnecessários no
Outro ponto que deve ser reavaliado é que a momento inicial, podem, por vezes, direcionar
“over oferta” para o uso de tecnologias em opera- para resultados indesejados.
ções e programas de telemarketing também pode Os processos operacionais são a bola da vez. Ne-
enviesar o passo seguinte das ações ou das campa- les, está permeada toda a probabilidade racional de
nhas. Tenho percebido que, muitas vezes, um pro- resultados consistentes, do sucesso das operações
jeto inicial e simples torna-se inviável, meramente e das campanhas de telemarketing ativo. Contudo,
pelo exagero da utilização de ferramentas e softwa- esteja consciente que o TPP estrutural - Tecnolo-
“
res de última geração. Dessa maneira, esquecemos gia, Processos e Pessoas – complementa-se defini-
de fazer o básico e desvia- tivamente e segue unido, mas, um cuidado especial
Muitas vezes, mos nossa atenção da seqü- e a visão constante da importância da metodologia
um projeto inicial ência de cada etapa dentro operacional a ser implementada em sua campanha,
e simples torna-se do ciclo de vida da cam-
panha. Defendo, portanto,
poderão ser o grande “divisor de águas”.
A recomendação é para que se faça um bom
inviável, meramente que é muito importante en- planejamento, avaliando cuidadosamente cada
pelo exagero da tendermos quais são as ver- detalhe das etapas e o foco a ser dado no seu pro-
dadeiras necessidades das jeto de telemarketing.
utilização de operações de nossos clien- Relaciono abaixo um conjunto de premissas
ferramentas e tes, para iniciarmos um re- que considero essenciais e que podem nos aju-
softwares de última lacionamento em bases
sólidas, simples e de resul-
dar antes de efetivarmos as campanhas, as quais
recomendo refletir sempre enquanto contratantes
geração tados confiáveis. e como fornecedores de serviços.
Segmentação Atitudinal:
mais uma evolução para o CRM
O recente “boom” de investimentos em segmentação de consumidores tem uma
explicação: ele trabalha um passo à frente as atividades de marketing de relacionamento
A
noção de segmentação de mercado não é Uma montadora de
exatamente nova. Mesmo se considerarmos automóveis pode seg-
apenas a primeira vez que foi tratada como mentar seus clientes fi- Marcos Calliari é diretor geral da
Ipsos Insight no Brasil, economista,
conceito mercadológico formal, por Wendell Smi- nais baseado em seu MBA em Insead, França e doutorando
th, já se vão mais de 50 anos. Assim, o que explica relacionamento com a na FGV em SP. É professor do Ibmec,
o agudo crescimento recente dos investimentos em categoria, no contex- e viveu nos EUA e China trabalhando
para multinacionais. E-mail: marcos.
compreensão e segmentação dos clientes no Brasil? to de sua vida. Colo- calliari@ipsos.com.br.
Na verdade, muitos fatores. A sofisticação e de- cado de maneira sim-
senvolvimento dos mercados, a intensificação da plificada, por exemplo, um segmento daria muita
concorrência, maior acesso à capacidade produ- atenção a questões ambientais (que, para veícu-
tiva, entre outras, são algumas das explicações, los, se traduziria em questões como consumo de
mas estas sempre estiveram presentes em qualquer combustível, emissão de gases tóxicos, opções de
mercado ou categoria. O que diferencia o atual álcool hidratado, low profile no design etc), en-
“boom” de investimentos em segmentação de mer- quanto outro segmento pode valorizar o status
cado é a possibilidade de utilizá-la para marketing e impacto sobre as outras pessoas (o que geraria
de relacionamento, usando o banco de dados. maior interesse em carros grandes, vistosos, com
Por sua natureza, as atividades de CRM das em- design diferenciado, cross-overs).
presas utilizam como matéria-prima principal as Uma empresa de telefonia, por exemplo, poderia,
bases de dados transacionais e cadastrais de seus através de segmentação atitudinal, identificar um gru-
clientes. Isso quer dizer que as segmentações, es- po de clientes que vê o uso do celular como um mal
tratégias e ações de marketing se baseiam nos da- necessário, que busca apenas features mais básicos
dos de cadastro (sexo, domicílio, status da família no aparelho ou plano de serviços, enquanto outro
etc, ou seja, dados demográficos) ou de compor- segmento poderia considerar o conhecimento e atu-
tamento de compra (produtos/serviços adquiridos, alização constante dos serviços mais avançados co-
tempo como cliente, última transação etc – ou se- mo essencial (tipo GPS, localizador etc), por razões
ja, dados comportamentais). Ainda que inegavel- profissionais ou pelas facilidades que os benefícios
mente importantes, as variáveis demográficas e proporcionam no dia-a-dia. Com o cruzamento des-
comportamentais carregam uma limitação consi- sas informações e as informações da base de dados,
derável para determinações mais estratégicas, co- consegue-se uma combinação fortíssima para a es-
mo são as segmentações dos clientes e planos por tratégia de qualquer empresa, já que pode proporcio-
segmento. Ignoram variáveis mais perenes e me- nar informação para posicionamento de marcas, de-
nos circunstanciais, e potencialmente muito reve- senvolvimento de produtos, canais de comunicação,
ladoras: os valores, crenças e estilo de vida de seus abordagem de vendas, script de telemarketing, enfim,
“
clientes, as chamadas variáveis atitudinais. praticamente todos os aspectos do marketing mix.
O conceito de segmenta- A dificuldade da segmentação atitudinal, entretan-
A dificuldade ção atitudinal, dessa forma, to, é que as variáveis a serem testadas, raríssimas ve-
da segmentação se refere às segmentações
dos clientes e consumidores
zes – para não dizer nunca, em hipótese nenhuma -
estão disponíveis ou atualizadas nas bases de dados.
atitudinal é que as das empresas que levam em A única fonte real de informação atitudinal, portan-
variáveis a serem conta, além dos dados físi- to, passa a ser apenas a pesquisa de mercado.
cos e de hábitos de compra e Não é segredo que o pote de ouro no fim do arco-
testadas, raríssimas consumo dos produtos e ser- íris prometido pelo advento dos conceitos de CRM
vezes estão disponíveis viços, informações psicográ- ainda não está cheio. Mas o cruzamento de discipli-
ou atualizadas nas ficas, juntamente com as de
relacionamento com a cate-
nas e conhecimentos, como a Segmentação Atitudi-
nal de Consumidores, ajuda a dar consistência e pra-
bases de dados goria a ser estudada. ticidade para o alicerce que os sistemas trouxeram.
U
m executivo movido a desafios.
Assim pode ser definido este pa-
Executivo movido a desafios,
ranaense de Curitiba que há 25 Acacio Queiroz trocou várias
anos saiu do Paraná, investindo
na carreira. Na rota profissional, cadeiras até chegar à Chubb
Acacio Queiroz passou por São Paulo, Rio de Ja-
neiro, Estados Unidos e Porto Rico, com a Cigna,
que cresceu organicamente
INA e depois com a Ace. Com a multinacional em suas mãos 155% no
que trouxe para o Brasil, chegou à presidência
do conselho e à presidência da América Latina, período de dois anos – 2005
incluindo Caribe e América Central. Acabou le-
vando, de quebra, um outro recorde: chegou a e 2006. Este ano, ele calculou
acumular a impressionante marca de 3 milhões
de milhas, sendo um dos maiores usuários da
uma pausa estratégica para
história da American Airlines, com carteirinha e prepará-la para novos saltos
tudo. Em 2004, mais preso à Ace pelo programa
de benefício de ações do que propriamente pelos
desafios – fazia parte de um grupo seleto que co-
mandava a empresa no mundo na divisão inter-
nacional - começou a questionar se a qualidade
de vida compensava todo o poder e o esforço.
Queiroz passava cerca de 80% de seu tempo via-
jando e dentro de aviões. Com esse perfil, quan-
do, em novembro de 2004, a Gazeta Mercantil
publicou que ele havia se afastado do comando
da Ace, em menos de quatro dias ele recebeu
seis propostas, entre elas, a da Chubb. Movido a
desafios, ele indentificou que a maior seguradora
fisrt class do mundo representava mais um deles,
que teria de lidar com uma gestão conservadora,
ao mesmo tempo em que deveria aumentar a
operação no Brasil, onde o faturamento girava
em torno de US$ 80 milhões. Definindo novos
da qualidade
Mas em novembro de 2004, a em-
presa mudou de idéia, disseram que
o conselho não havia aprovado o
acordo, mesmo sendo o criador da
Ace no Brasil. Acharam que eu iria
concorrer com eles, acabando com a
Como foi sua migração Ace, o que é um absurdo. Porque eu
da Ace para a Chubb? iria querer acabar com uma empresa
Queiroz Depois da implantação da que eu mesmo criei? Em síntese, não
Ace na América Latina, sugeri que me deram nenhuma ação, eu saí só
comprássemos um banco para ex- com as minhas férias. A Gazeta Mer-
pandir a companhia. Na época, eu ti- cantil e outros jornais divulgaram
nha um valor considerável em ações que eu havia deixado o cargo e, para
da empresa, as quais me seguravam minha surpresa, em menos de 4 dias
no grupo. Também tinha poder, ha- eu recebi 6 propostas de emprego,
via cinco pessoas que comandavam entre elas, a da Chubb.
a empresa na divisão internacional,
e eu era uma delas. O poder mexe Por que a decisão
com a cabeça das pessoas. Mas se eu pela Chubb?
pedisse demissão, perderia o direito Queiroz Decidi viajar com minha
às ações. Na época, a Chubb me fez esposa por dez dias e, quando voltei,
um convite, mas falei que eu dificil- comecei a pensar nas propostas. A
mente aceitaria, pois tinha muitos que trazia mais desafios era a Chubb,
”
que valia era meu conhecimento de
mercado, liderança, a equipe e, den- aos acionistas
tro desse cenário, os benefícios que
seriam ajustados, de acordo com o
crescimento e a lucratividade da em-
presa. Não era propriamente a minha
empresa, mas era um contrato, entre
aspas, de risco. Quando começamos
o projeto, tivemos a felicidade de en-
contrar uma equipe maravilhosa. A
Chubb é uma das marcas com maior de uma de R$ 80 milhões. Certamen- dulo de ABS do seu carro quebrou,
prestígio nos Estados Unidos na área te, exigirá dele muito mais. Hoje, a e que ele custa R$ 40 mil. Se quem
de seguros e agora também no Bra- Chubb é uma das empresas, propor- fizer o atendimento não souber que
sil. Quando se fala em first class, de cionalmente falando, mais lucrativa o carro trata-se de uma Ferrari, vai
grife de seguros, se fala em Chubb. da indústria de seguros do Brasil. Eu achar que o cliente está de brinca-
Em 2004, tínhamos só R$ 150 mil poderia atingir um faturamento de deira. Como um simples módulo de
de lucro. Então começamos a desen- R$ 1 bilhão, mas não faço isso por- ABS pode custar em torno de R$ 40
volvê-la. Entrei em janeiro de 2005 e que afetaríamos a saúde da carteira mil, se um Gol 0 km custa R$ 28 mil?
o faturamento da empresa em 2007 e, consequentemente, o lucro. Este Aqui só trabalhamos com carros de
chegará a US$ 300 milhões. Ou seja, ano, estudamos crescer 10%. luxo. Isso é exclusividade.
quase R$ 700 milhões de reais. Po-
deríamos faturar R$ 1 bilhão, mas E qual é o grande E como você fez para
certamente o retorno aos acionistas concorrente da Chubb? aumentar os negócios
antes dos impostos não seria de 34%. Queiroz Não temos! Nós não con- em um ramo tão peculiar?
Devemos fechar esse ano com um corremos, nós nos diferenciamos. Queiroz Ter um público diferencia-
lucro bruto de R$ 60 milhões. Nossos produtos são dirigidos à clas- do não era suficiente para o cresci-
se AAA. Existem apenas mais três mento da empresa, então desenvolvi
A empresa teve de se empresas que trabalham nesse nicho, outras áreas já existentes dos ramos
reestruturar bastante... contudo, elas são recentes, enquanto elementares. Por exemplo, somos
Queiroz Sim. Nós elaboramos um nós estamos no mercado há 10 anos. hoje a maior seguradora de shoppings
projeto de recursos humanos, de li- Quando iniciamos a operação no do Brasil; desenvolvemos produtos
derança de pessoal e fizemos uma País, alguém que tivesse uma Ferrari para o setor de transportes e também
análise detalhada através de um não tinha quem aceitasse o seguro, a produtos inéditos na área financeira;
exercício estratégico, utilizando-se não ser a Chubb. Então criamos uma criamos seguros de entretenimento
o método SWOT. Reuni os funcio- grife exclusiva. Nosso know-how per- e este ramo cresceu bastante. Hoje,
nários e disse que não iria demitir mite que continuemos fixados em um praticamente todos os grandes shows
ninguém, mas deveriam eles adapta- crescimento orgânico, porque nosso e 90% dos filmes brasileiros são se-
rem-se ao novo desafio, pois a em- pessoal é altamente especializado. gurados por nós; focamos no seguro
presa havia mudado. Paralelamente, Quem vende Mont Blanc não pode de responsabilidade civil das empre-
demos treinamento e todo apoio que vender Bic. Não podemos misturar as sas na área de exportação e criamos
eles precisavam, pois somos uma coisas. No nosso ramo, é normal que outros na linha de produtos massi-
empresa horizontal. De um espaço um cliente ligue, dizendo que o mó- ficados, que são aqueles vendidos
pequenino com poucos funcio- por meio de supermercados,
“
nários, evoluímos para uma em- redes varejistas etc. Atualmen-
presa instalada em 5,6 mil m², te, a Chubb tem três milhões de
com 300 colaboradores, entre Antes, a Chubb vendia segurados no massificado, e no
funcionários e terceiros. Uma ano que vem talvez chegue a
coisa é o Diretor de uma unida-
aquilo que ela achava que cinco milhões. Por fim, também
de, por exemplo, ser responsá- devia vender, mas hoje nós tivemos que mudar a cesta de
vel por uma carteira de R$ 12 seguros para tornar a empresa
vendemos o que o cliente lucrativa. Mas fiz uma coisa im-
milhões por ano, outra é cuidar
quer comprar
22 cliente sa www.clientesa.com.br outubro 2007
portante: formei equipe e depar-
tamentos exclusivos para cada
nicho de mercado. Massificados
“ A cada três meses,
nós realizamos pesquisas
para medir o índice de
satisfação do cliente.
Não aceitamos menos
e produtos exclusivos. Minha
grande preocupação como líder
é deixar todos os fundamentos
”
e ramos elementares estão se- bem sacramentados. Aliás, tive
parados do luxo. Indiretamente,
que 90% a felicidade de treinar sete pre-
vendemos de tudo, mas são ti- sidentes de multinacionais, mais
mes totalmente diferentes. de 15 vice-presidentes e mais de
ele e vamos junto com o corretor. 40 diretores, e tenho muito orgulho
Como é o relacionamento Outro ponto do nosso crescimento de ter dado a minha contribuição
com um cliente tão exigente é que damos atendimento perso- para formar esse estoque de pessoas
e especial? nalizado. Qualquer cliente pode talentosas. O nosso radar está ligado
Queiroz A primeira coisa é saber o falar facilmente com qualquer um diretamente ao cliente. Nossos pres-
que o cliente quer de verdade. Te- de nossos diretores, inclusive com tadores de serviços sofrem uma boa
nho dois tipos de clientes: o corretor o presidente. supervisão da nossa parte em prestar
de seguros e o cliente dele, que, in- um bom serviço.
diretamente, é meu cliente também. Com a sua
Antes, a Chubb vendia aquilo que experiência, fica fácil E como você tem acesso
ela achava que devia vender, mas analisar o cliente? ao feedback do cliente?
invertemos essa filosofia: hoje, nós Queiroz Acho que nunca dormi em Queiroz De várias formas. Mas nor-
vendemos o que o cliente quer com- cima da fama, e isso é imprescindí- malmente é por meio de pesquisas.
prar. A área de luxo, por exemplo, já vel para o sucesso. Se hoje eu atendo A cada três meses, nós realizamos
estava sacramentada e começamos bem, amanhã tenho de atender me- pesquisas para medir o índice de sa-
uma fase nova. Em janeiro de 2005, lhor. Quando vejo desrespeito em tisfação do cliente. Não aceitamos
logo quando entrei na empresa, a outras empresas, trago a experiência menos que 90%. Inclusive, hoje, esse
primeira coisa que fiz foi conhecer para dentro da Chubb e todos sabem índice é de 93%. Quando acontece
os funcionários e os produtos, para o que nós “não” podemos fazer nun- algo de errado, nós percebemos ime-
depois montar uma estratégia. Com ca. Eu não concorro, eu me diferen- diatamente. Esses dias, um cliente
o tempo, acabamos deixando nossos cio. Porque, se eu for concorrer, vou do Rio Grande do Sul, dono de uma
produtos com a cara do Brasil, o que copiar o que os outros fazem, como Mercedes, foi socorrido pelo nosso
chamamos de “tropicalização” da grande parte do mercado procede. prestador de serviço, pois seu carro
companhia. Tudo voltado para a sa- O sucesso da minha equipe está no não funcionava. Ao chegar ao local,
tisfação do cliente. diferencial, e sempre os incentivo a nosso prestador teve de rebocar o car-
Tínhamos mil cotações de seguros se diferenciarem, procurando nichos ro até uma autorizada, pois não podia
e, dessas, finalizávamos apenas 30,
“
por exemplo. Para melhorar esse nú-
mero, elaboramos fichas onde cons-
tavam os produtos e sua competitivi- No nosso ramo,
dade no mercado. Fizemos palestras
no Brasil inteiro e orientamos nossa é normal que um
equipe em focar em nossos nichos cliente ligue, dizendo
preferenciais, apostando que os resul-
tados viriam. Foi um show, nunca tí-
que o módulo do ABS
nhamos feito isso antes, apesar de ser do seu carro quebrou,
tão simples. O número de propostas e que ele custa
”
diminuiu, mas o índice de fechamen-
to de negócios cresceu significativa- R$ 40 mil
mente. O cliente ficou feliz porque
contribuímos para o aumento da pro-
dutividade dele, dizendo exatamente
em que área éramos competitivos.
Também iniciamos o desenvolvi-
mento de novos produtos. É tudo tão
simples! Pensamos apenas no que o
consumidor queria. Somando toda
a experiência da equipe, nós fomos
ao encontro dele. Nos unimos a
C
om direito
a torcida
org aniza-
da, bexigas, apitos
e muita come
moração, a festa
de entrega dos
troféus do VII Prê-
Premiação mostrou o crescimento
mio ABT – Me- do mercado, ao apresentar as
lhores Práticas melhores práticas e evidenciando
em Telesserviços, seus talentos
teve como maior
vencedor o setor
Mais de 1800 pessoas
de relacionamen- acompanharam a entrega dos
to com clientes. troféus de ouro, prata e bronze
Realizado no dia às 33 empresas vencedoras
20 de setembro,
no Memorial da América Latina, em qualidade e da excelência na pres- em 13 categorias e a premiação
São Paulo, a premiação mostrou o tação de serviços”, justificou, na para executivo do ano. Segundo a
crescimento do mercado, ao apre- abertura do evento, Jarbas Noguei- Garrido Marketing, organizadora
sentar as melhores práticas e evi- ra, presidente da entidade. do evento, mais de 1800 visitantes
denciando seus talentos. “Esta séti- Foram 33 empresas premiadas prestigiaram a festa. Miriam Gar-
ma edição tem um sabor especial, com troféus de bronze, prata e ouro, rido destaca que, este ano, foram
porque coincide com o aniversário
de 20 anos da associação. O setor
cresceu e se profissionalizou nas
últimas duas décadas, e a ABT par-
Ranking do Prêmio ABT Empresas de callcenter
ticipou e incentivou esse processo. Empresas Número de Troféus Ouro Prata Bronze
O sucesso do prêmio é reflexo desse AeC 3 - 2 1
crescimento, da profissionalização e ACS 3 1 1 1
maturidade do mercado no País. É Atende Bem 1 - 1 -
“
o resultado da permanente busca da Atento 5 1 1 3
Call 2 1 - 1
Contax 4 2 1 1
Ficamos muito Contractors 1 - 1 -
felizes com o resultado da Dedic 3 2 1 -
EBN 1 - 1 -
premiação. Mostra que Montana 3 2 1 -
estamos no caminho certo, Provider 1 1 - -
melhorando constantemente, Softway 4 2 1 1
SPCom 2 1 1 -
com tecnologia e mão-de-obra Teleperformance 2 - 1 1
qualificada Tellus 1 - - 1
Carlos Antônio de Sousa Almeida, presidente da Montana Tivit 1 1 - -
“
ao setor.
Melhores práticas
A qualidade dos cases - Comandado pelo jornalista Nel-
son Gomes, apresentador do canal
vencedores é sinal dos de notícias BandNews, o grande
novos tempos, com o setor momento da festa foi mesmo a
de contact center consolidado entrega dos troféus, que começou
”
logo após apresentação do grupo
e amadurecido Meninos do Morumbi. Um a um,
Alexandra Periscinoto, presidente da SPCom foram chamados os representantes
das empresas vencedoras. Contax,
inscritos 208 cases, dos quais 41% Dedic, Montana e Softway foram
de empresas que entraram na dis- as que mais receberam ouro, com
puta pela primeira vez. A surpresa dois troféus cada uma. As outras
veio com a categoria Responsabi- organizações premiadas com ouro
lidade Social, que recebeu maior foram ACS, AES Eletropaulo, Am-
número de inscrições. pla, Aon Affinity, Atento, Banco
“
Claro 1 1 - -
CPFL 4 - 2 2
Credicard 1 1 - -
Eli Lilly 1 - 1 -
O sucesso do prêmio
Fundação Amaral é reflexo do crescimento,
1 - - 1
Carvalho da profissionalização
Mapfre 2 - 2 -
Telemig 1 - - 1 e maturidade do mercado
Texaco 2 1 - 1 no país
Unicard 2 - 2 - Jarbas Nogueira, presidente da ABT
”
Allegretti, diretor da ABT. Para Alexandra Periscinoto, da
Quem comemorou bastante a SPCom, a qualidade dos cases ven- oferecidos
premiação foi Carlos Antônio de cedores é sinal dos novos tempos, Paulo Neto Leite, presidente da Dedic
Sousa Almeida, presidente da Mon- com um setor de contact center
tana. A empresa levou ouro nas consolidado e amadurecido. “Ge-
categorias Serviço de Atendimento ramos divisas para nosso País com ca de um grau de excelência cada
ao Público e Empresa Revelação, muito orgulho”, disse a presidente vez maior nos serviços oferecidos.
além de prata em Campanha Mo- da SPCom, que foi ouro na cate- Mais importante ainda é ressaltar
tivacional. “Ficamos muito felizes goria Operação Terceirizada - Ati- que isso não seria possível sem o
com o resultado da premiação. va/Receptiva e prata na categoria envolvimento e o trabalho de nos-
Isso mostra que estamos no cami- Responsabilidade Social. sos colaboradores”, afirmou Leite,
nho certo, melhorando constante- Outro executivo que comemo- durante o evento.
“
rou a premiação foi Paulo Neto Quem também saiu feliz da pre-
Leite, presidente da Dedic. A em- miação foi Guilherme Porto, presi-
Centenas de empresas presa conquistou o troféu de ouro dente da Plusoft. “Essa premiação
nas categorias Responsabilidade traduz o reconhecimento do merca-
disputaram o prêmio e Social e Campanha Motivacional, do pelo trabalho e expertise da em-
estar entre os vencedores além de prata na categoria Solu- presa. Centenas de outras disputaram
é motivo de muita ções Tecnológicas Terceirizadas. o prêmio, e estar entre os vencedores
“Esses prêmios são o reconheci- é motivo de muita satisfação”, come-
satisfação mento do mercado ao trabalho mora. A Plusoft levou ouro na cate-
Guilherme Porto, presidente da Plusoft desenvolvido pela Dedic em bus- goria Soluções Tecnológicas.
F
azem 20 anos que a então Asso- Os grandes momentos da atividade, Callcenter.inf.br e, dois anos depois, a
ciação Brasileira de Telemarke- que marcaram a consolidação da enti- primeira revista impressa do mercado, a
ting foi fundada, exatamente no dade, começaram no final da década ClienteSA. O início do milênio foi mar-
dia 22 de setembro de 1987. Emociona- de 90, com a desestatização da área cado por outra projeção importante: a
do, Mário Sérgio Camargo, o primeiro de telefonia. A partir deste movimento, criação, num esforço conjunto da ABT
presidente e idealizador da entidade, na surgiram as duas empresas que, hoje, com a Garrido Marketing, do Prêmio
noite de comemoração da data relem- são as maiores do setor: a Atento (Tele- ABT que, este ano, reuniu perto de 1,8
brou o esforço do mercado em se reunir fônica) e a Contax (Telemar), com per- mil pessoas, em evento realizado no
para dar projeção à atividade. Era, na to de 25 mil posições de atendimento Memorial da América Latina. “O Prê-
época, apenas uma aposta das poucas cada uma, e empregando juntas perto mio é um marco importante para a ati-
empresas existentes no mercado de de 100 mil funcionários. Até então, a vidade, pois dá maior projeção ao setor
consolidação da prestação de serviços. maior empresa setorial era a QuatroA, e reconhece as melhores práticas den-
Poucos apostariam, há 20 anos atrás, com três mil posições de atendimento, tro do mercado e ao País de forma mais
que as empresas de callcenter chega- comprada em 2000 pela Atento. abrangente”, comenta Miriam Garrido.
riam, em 2006, a 141 mil posições de No início de 1999, nascia a primeira Uma das maiores ameaças aos teles-
atendimento e movimentariam R$ 4,7 mídia exclusivamente do mercado, o serviços é o constante aparecimento de
bilhão, de acordo com o ranking do
portal Callcenter.inf.br. O que diriam
esses executivos precursores se dissés- RADIOGRAFIA Marcos históricos, em 20 anos
semos que o setor empregaria 294 mil
pessoas, um número ainda menor do no dia 22 de setembro é fundada a Associação Brasileira de Telemarketing.
que prevêem os levantamentos da ABT, 1987
Mário Sérgio Camargo é o primeiro presidente
que espera 750 mil pessoas emprega-
das na atividade até o fim do ano. 1987 lançamento Código de Ética
Na festa de comemoração, a ABT 1989 Mário Sérgio Camargo é re-eleito
fez uma projeção muito maior que a
apresentada pelas três gerações de exe- 1991 Volney Faustini é eleitor presidente da ABT
cutivos que contribuíram para a con-
solidação da entidade e, conseqüen-
1991 Fernando Prado cria o boletim informativo Tema
temente, da atividade. Nas entrevistas 1993 Volney Faustini é re-eleito presidente da ABT
realizadas pelo portal Callcenter.inf.br
e pela revista ClienteSA, disponíveis no 1994 lançado Curso de Especialização em Telemarketing
www.tvip.callcenter.inf.br, os princi- em parceria com a FAAP
pais personagens da história traçaram 1995 Pedro Renato Eckersdorff é eleito presidente da ABT
o cenário de construção do mercado,
como fez Mário Sérgio. “Lembro que, Vilnor Grube cria a revista da ABT, chamada Tema e depois rebatizada
1995
como executivo da então Telebrás, ABT Teleserviços
começamos a estimular o uso do te-
1996 I Pesquisa de Telemarketing
lefone como ferramenta de negócios,
até chegarmos à fundação da entida- 1996 lançamento da revisão do Código Ética
de, já como empresários”. Alexandre
Jau, presidente da TMKT, fundada há 1997 Pedro Renato Eckersdorff é re-eleito presidente da ABT
16 anos, reafirma que “tivemos muitos 1999 Alexandre Accioly é eleito presidente da ABT
momentos importantes e, hoje, atra-
vessamos a terceira fase da atividade, 1999 Vilnor Grube cria o Callcenter.inf.br
em direção à consolidação”, avalia o
2000 ABT e Garrido Marketing criam o Prêmio ABT
executivo, que já foi várias vezes vice-
presidente da entidade. Fonte: Callcenter.inf.br, ABT e Anna Maria Prado
T
odo ano, desde que caí neste mundo da co- ca vi anúncio na tele-
brança, o mês de dezembro é o melhor do visão, ou mídia em ge-
ano, não importa qual o plano econômico, a ral, para cobrança de Augusto Mello é formado em Engenharia
de Telecomunicações, especializou-se em
variação do PIB, a inflação, a cotação do dólar, o ní- dívidas. Em contrapar- gestão de clientes e cobrança. É Collection
vel de desemprego ou a CPI e escândalo da vez. tida, quase não se con- Manager no HSBC Bank Brasil
A explicação simples para esta sazonalidade é segue ver televisão ou
o aumento significativo de recursos disponíveis ler revistas e jornais, sem ver um exército de Pa-
concentrados no mesmo período, por conta do pais Noéis vendendo de tudo.
13° salário. Mesmo com o aumento da partici- Isto faz com que todo ano dezembro seja o me-
pação da economia informal, ou por novas re- lhor mês de vendas do comércio em geral. Mas
lações contratuais de trabalho como coopera- também sobra espaço para ser o melhor mês do
dos, microempresários, prestadores de serviços ano da cobrança.
e afins, o volume de reais injetado no mercado, Fica somente a dúvida: será que a cobrança fez
neste período do ano, tem crescido consistente- tudo que deveria e conseguiu fechar o maior nú-
mente. mero de negócios possíveis, ganhando esta dispu-
quadro 1
Vejam no quadro 1 ta contra o consumo?
a previsão que é di- Tem-se a percepção de que o consumo ganha
vulgada pelo Dieese esta batalha.
anualmente, por volta Vejam no quadro 2 os gráficos que demons-
de novembro, sobre o tram claramente o crescimento de vendas, e só
quanto será injetado para exemplificar, um gráfico com a melhora na
no mercado. Fiz uma inadimplência de atraso curto.
projeção simples pa- O gráfico acima demonstra a variação percentu-
ra dezembro de 2007, al no volume de vendas do comércio varejista em
Fonte: Informes Anuais do Dieese concluindo então, cada mês, observando-se um aumento de 37,1%
quadro 2
que teremos por vol- em dezembro/06 em relação a novembro/06.
ta de R$61 bilhões a No quadro 3, observamos um gráfico que de-
mais no mercado. monstra a queda da inadimplência em dezem-
Diante da certeza bro/06, no atraso curto (15 a 30 dias) nas opera-
de que o mercado te- ções de crédito pessoal pré-fixadas.
rá essa injeção de re- Vamos, portanto, listar umas dicas para a co-
cursos, o batalhão de brança conseguir ganhar algumas quedas-de-bra-
vendas, marketing, ço para o consumo e também cumprir um im-
investimento, turis- portante papel de tornar adimplentes mais alguns
Fonte: IBGE/Inepad mo e tantos outros milhares de clientes, para que possam se fazer de
quadro 3 vão disputar o mes- Papai Noel, deixando sua família feliz, começan-
mo bolso do cliente do mais alguns “parcelados”, mas, como o paga-
da cobrança. mento fica só pro ano que vem...
A dúvida, que na • Avaliar portfólio em atraso para definir estratégia
cabeça do cliente está • Melhorar as condições para sucesso em cada
entre pagar as dívidas negociação
ou fazer mais alguns • Executar o que foi definido na estratégia
“parcelados”, será • Comunicação adequada da estratégia em todos
motivada por todos os canais de cobrança
os grupos acima, mas • Torcer para Papai Noel comparecer, como faz
a questão é que nun- todo mês de dezembro.
Fonte: BC/Inepad
Autofax Cadastros de
Equifax
disponibiliza proteção ao crédito
fecha parceria
consulta de crédito são aprovados na
com Abit
A Autofax, que é especializada Câmara
em soluções e tecnologias anti-
inadimplência, criou o Serviço de
Integração de Sistemas, cujo objetivo
A Equifax, empresa fornece-
dora de soluções para ges-
tão de negócios, e a Associação A Comissão de Constituição e
Justiça aprovou, em caráter
é agilizar as consultas de análise de Brasileira da Indústria Têxtil conclusivo, o substitutivo da Co-
crédito para facilitar a negociação no Abit/Sinditêxtil-SP firmaram um missão de Defesa do Consumidor
momento da venda. acordo para possibilitar maior ao Projeto de Lei 836/03, do de-
Com a nova ferramenta, o comer- agilidade na concessão de cré- putado Bernardo Ariston (PMDB-
ciante realiza consultas de cheques, dito a fornecedores. RJ), que regulamenta a inclusão de
consulta informações cadastrais Com a parceria, a Equifax consumidores em cadastros de pro-
sobre os clientes e ocorrências no passa a oferecer aos associados teção ao crédito. O texto permite o
banco de dados da Serasa, tudo isso da Abit uma análise de crédito registro de informações sobre qual-
através da própria rede, sem precisar estratégica, baseada no com- quer dívida não paga, desde que
logar-se ou trocar de sistema. partilhamento de informações seja emitido título ou documento
Também é possível integrar soluções por um grupo de empresas do fiscal correspondente e que o deve-
para o setor de cadastro, financeiro, mesmo mercado. “Oferece- dor seja informado. A inclusão efe-
vendas e plataformas de softwares mos ao setor uma visão ampla tiva no cadastro só poderá aconte-
como CRM (gestão de relação com de quem é o fornecedor, aler- cer 15 dias depois de o consumidor
o cliente) ou o ERP (planejamento de tando sobre a possível ação receber o comunicado.
recursos empresariais). Além disso, o de empresas ou fornecedores O projeto prevê também a divulga-
responsável por gerenciar o sistema golpistas”, explica Alexandre ção de cadastros positivos (de bons
consegue identificar as máquinas da Kanbach, gerente de alianças e pagadores). A proposta foi aprovada
empresa e os dados por elas acessados, parcerias da Equifax. na Câmara e segue para análise do
garantindo a segurança da operação. Senado.
Um cenário em evolução
Cidadão, consumidor ou cliente. As razões da atividade dentro de empresas
ou órgãos públicos, em discussões teóricas e práticas, com visão de futuro
O
caminho pode ser definido departamento de marketing de mui-
como o da busca pela pro- tas empresas. Claro que o resultado
fissionalização da atividade vai ser muito mais para cumprir pla-
de ouvidoria no País. Esse foi o tom nos mercadológicos que efetivamen-
do 11º Congresso Brasileiro de Ou- te atender o cliente, como prega o
vidoria, promovido pela Associação conceito da atividade”, justifica.
Brasileira de Ouvidoria (ABO Nacio- “A ouvidoria vive uma mudança
nal) e organizado pela Grube Edito- constante e precisa refletir na práti-
rial (portal Callcenter.inf.br e revista ca o exercício de preceitos básicos
ClienteSA), que reuniu mais de 400 como ética, respeito e equilíbrio,
profissionais, em Santos (SP), no fi- como procuramos refletir neste
nal de setembro. Todas as palestras evento, em todas as suas discussões
e participações dos congressistas re- e apresentações magnas”, explica
tornavam ao tema nos debates. Após João Elias de Oliveira, presidente da
a cerimônia de abertura, que teve a
participação de autoridades locais e
estaduais, Edson Vismona, um dos
fundadores e ex-presidente da enti- Congresso reuniu mais de 400 profissionais
dade, chamou atenção ao falar so- e representantes do setor de todo o Brasil
bre “Ética, conduta e credibilidade
do ouvidor”. Ex-Secretário da Justiça
e Cidadania do Estado de São Pau-
“
lo, Vismona comentou a trajetória e
crescimento da atividade no País e
reforçou a necessidade da isonomia
para atender tanto o cidadão quanto Ouvidoria
o consumidor. Sobre a disseminação precisa exercitar
da atividade, ele foi enfático ao pre- na prática
gar a necessidade de definição estra-
tégica da implementação do canal de preceitos básicos
relacionamento com o cliente, com como ética,
filosofia e implementação dentro dos
respeito e
”
preceitos de atuação. “Do contrário,
o canal se torna mera burocracia en- equilíbrio
tre os órgãos públicos ou privados. Já João Elias de Oliveira,
cheguei a ver ouvidor responder ao presidente da ABO Nacional
Personalidades
Presidente:
João Elias de Oliveira - Paraná
Vice-presidente:
Maria de Fátima Veras Vilanova - Ceará
Diretora administrativa-financeira:
Vera Melo - São Paulo
Diretor da Secretaria geral:
Gilberto de Lucena Navais Filho - Rio de
Janeiro
Diretor de Eventos:
Carmem Lúcia Castro C. de Albuquerque -
Rio de Janeiro
Diretor de Publicações:
Eleonor Mekari - Santa Catarina
do emprego e no funcionamento do
Estado e da burocracia. O caminho
para a reestruturação do Estado, de
acordo com ele, passa por alguns
ABO Nacional, durante a abertura. blicos, o tom do evento foi seguido pré-requisitos, como ampliar a cul-
Outro ex-presidente da ABO e atu- por Belmiro Valverde Jobim Castor, tura cívica da população através da
al chefe de gabinete da prefeitura de PHD em Administração Pública pela participação política, responsabilida-
Santos, Édson José Pinzan, reforça a University of Southern California, de e solidariedade sociais e moder-
importância da instituição ouvidoria que falou sobre o tema “O Brasil não nização das elites; também convém
ao exemplificar o modelo implemen- é para amadores - estado, governo e repensar filosoficamente o Estado
tado na cidade. O ouvidor da cidade, burocracia na terra do jeitinho”, com brasileiro, transformando-o em mais
Ricardo Schmidt, anfitrião do Con- João Elias presidindo a mesa. Castor modesto e não-arrogante, súdito da
gresso, lembrou a trajetória da ativi- traçou o histórico do “jeitinho” e nação e não seu tutor, atuante e não
dade impulsionada pelo ex-prefeito pregou a independência da ativida- abúlico, capaz de investir para mu-
de Santos e do governo do Estado de de como alternativa para evolução. dar a realidade social e confiante
São Paulo, Mário Covas. “O modelo “Antes de aprender a administrar o mas não ingênuo.
sempre foi o de autonomia, pensan- Brasil e no Brasil, é preciso aprender O canadense Bernard Richard,
do em atender o cidadão, como te- a entender o Brasil”, justifica. Cas- Ombudsman da Província de New
mos seguido”, explica. tor procura diferenciar o Brasil das Brunswick e ex-Presidente do Forum
Organizado em conteúdos teórico aparências e o Brasil das realidades of Canadian Ombudsman, procurou
e fóruns segmentados por atividades ocultas ou disfarçadas na economia, traçar semelhança entre o trabalho
entre empresas privadas e órgãos pú- na política, na questão do trabalho e profissional desenvolvido entre os
Fátima Vilanova, presidente do conselho Leila Castanheira, ouvidoria Luciana Galvão de Oliveira, Maria Inês Fornazaro, ouvidora
deliberativo da ABO Nacional da cidade do Rio de Janeiro ouvidora da Brasilprev da cidade de São Paulo
Personalidades
“
No último debate do Congresso, por livre iniciativa ou
presidido por Rui Barros Maldonado, aceitação das partes),
presidente da ABO/RJ, Sueli Renberg, não adversariedade Globalização, uniformização de
ex-Ouvidora do Grupo Pão de Açú- (não competição en- procedimentos e comportamento universal
car que montou a consultoria Audire, tre as partes, mas a
busca da solução do do cliente são os caminhos para
”
falou sobre “Construindo Recursos
Conversacionais para a Prática da Ou- problema), interven- a modernização da instituição
vidoria”, abordando quebra de para- ção neutra de tercei- Bernard Richard
digmas. Entre os que podem permear ro (o mediador é ca-
ser dada publicidade). Ela descreve
a ouvidoria, Sueli listou: “quando o talisador das soluções), neutralidade
como funções do mediador apontar,
cliente liga para a Ouvidoria está ab- (o mediador não interfere no mérito
descrever e investigar os pontos de
solutamente nervoso, vem para trazer das questões), imparcialidade (au-
atrito, coordenar a discussão entre
problemas, e eu preciso tomar cuida- sência de favoritismo ou preconceito
as partes, cooperando e ajudando a
do porque ele pode estar com má fé e, com relação a palavras, ações ou apa-
discutir a respeito, ressaltar as con-
apesar de estar ali para ouvi-lo, eu não rências), autoridade das partes (poder
vergências e divergências, sugerindo
posso ‘dar razão’ para ele”. O sucesso de decisão), flexibilidade do processo
opções para o superamento destas,
da ouvidoria como atividade dentro da (depende das partes e dos procedi-
motivar a criatividade, na procura de
organização depende da estruturação mentos escolhidos por elas), informa-
soluções e auxiliar as partes a desco-
e criação de regras, conceitos e capa- lidade (ausência de estrutura e inexis-
brirem seus reais interesses, permitin-
citação. Mas, depende sobretudo, do tência de qualquer norma substantiva
do que o acordo firmado seja justo,
contato individual. “A comunicação ou de procedimento), privacidade (a
eqüitativo e duradouro.
entre o ouvidor e o cliente depende vontade das partes se manifesta de
do ouvidor atuar como receptor da re- maneira autônoma, baseada em seus
clamação do cliente, e como emissor interesses), consensualidade (o acordo Veja mais
dos limites dentro dos quais ele traba- surge da vontade, não há uma decisão
No portal ClienteSA.com.br, assista
lha. Se o ouvidor tiver as habilidades imposta) e confidencialidade (princí- a cobertura completa do evento
pessoais necessárias, podemos garantir pio norteador – as informações estão e entrevistas exclusivas na
conversas que deixem o cliente satis- reservadas às partes e ao mediador. www.tvip.callcenter.inf.br.
feito”, ensina. Não podem ser utilizadas em juízo ou
Entrevistas exclusivas com:
Manoel Eduardo Alves Camargo e
Gomes, primeiro ouvidor público do Brasil
Rui Barros Maldonado, Presidente da
ABO/RJ
Eleonor Mekari, Presidente da ABO/SC
José Valdo, representante da ABO/CE
Maria Inês Fornazaro, Presidente da
ABO/SP
Fátima Vilanova que, com Carlos
Alberto Tanezini, lançou o livro Ouvidorias
Vera Melo, diretora administrativo- Vera Rennó, Hélio José Ferreira, Universitárias – Relato de Experiências
financeira da ABO Nacional ouvidora da Net ouvidoria do Banco Central
D
esde 1º de outubro, externa, que encaminhará
está em funciona- Carlos Della Rocca relatórios de acompanha-
mento a Ouvidoria mento ao Banco Central.
do Banco Santander, em Um outro diferencial do
cumprimento à Resolução novo órgão é que cada
3.477 do Banco Central. cliente será acompanha-
De acordo com a norma do – do início ao fim do
do Bacen, o novo órgão processo – pelo mesmo
será responsável pelo tra- profissional. “Nosso com-
tamento das manifestações promisso será o de acom-
que não forem soluciona- panhar de perto os clien-
das pela central de aten- tes que não se sentirem
dimento. Mas o banco vê satisfeitos com as respos-
essa norma como mais uma tas da Central de Solu-
oportunidade de relaciona- ções”, explica Linardi.
mento com o cliente. Para No entanto, para serem
Marcelo Linardi, ouvidor atendidos rapidamente,
do Santander, a criação os usuários devem ter,
da Ouvidoria irá melho- em mãos, o número do
rar ainda mais os serviços protocolo de atendimento
prestados. “Nossa preocu- da Central de Solução. “É
pação com o atendimento importante que o cliente
e a satisfação de nossos faça sua manifestação de
clientes é constante. A forma correta, ou seja,
Ouvidoria complementa o primeiro ele deve entrar
trabalho que o Banco vem em contato com a Central
fazendo para solucionar as de Soluções. Se a respos-
insatisfações desses clien- ta não for satisfatória, aí
“
tes”, explica. sim, ele deve pro-
Ainda segundo o curar a Ouvidoria,
ouvidor, a expectati- com o mesmo nú-
va é de que a Ouvi-
A Ouvidoria complementa o trabalho mero de protoco-
que o Banco vem fazendo para solucionar
”
doria contribua para lo de atendimento,
elevar o bom desem- as insatisfações dos clientes para que possamos
penho da instituição. Marcelo Linardi, ouvidor do Santander
dar continuidade ao
“Queremos que os caso”, disse Linar-
clientes nos procu- di, lembrando que
rem para fazer suas solicitações e Com 25 profissionais e capaci- a própria norma do Banco Central
apontar quais os caminhos que de- dade para atender até cinco mil recomenda isso.
vemos seguir no desenvolvimento clientes por mês, o objetivo do O Santander já tem experiên-
de nossa qualidade e na criação de novo órgão - que é a instância cia em criação e funcionamento
produtos, serviços e processos que máxima de atendimento do banco de ouvidorias. Em 2005, o Banco
atendam às suas demandas. Só as- - é responder todas as manifesta- inaugurou uma ouvidoria voltada
sim, saberemos exatamente quais os ções de forma imparcial. Para ga- exclusivamente para atender as
pontos que devemos trabalhar para rantir essa imparcialidade, a ouvi- manifestações dos clientes de pre-
melhorar. Todas as manifestações doria será avaliada mensalmente vidência, capitalização e seguros,
se transformam em oportunidades e por uma auditoria interna, com- em cumprimento à determinação
desafios para cativar e reter os clien- posta por funcionários da área de da Superintendência de Seguros
tes”, completa. qualidade do banco, e uma outra Privados – Susep.
S
seu perfil, até rotas de trilhas para os esportistas. O portal implificação dos processos e mais controle dos
está alinhado com o conceito da nova assinatura da em- resultados. Esse binômio é o desafio do HSBC
presa, “Caloi. Movimentando a Vida”. A venda de bici- (www.hsbc.com.br) para a versão on-line da
cletas é a novidade do site, criado pela FabraQuinteiro e campanha “Segurança na Internet”. Para tanto, a ins-
produzido pela Player. tituição conta com os serviços da Predicta, consulto-
Ferramentas de compa- ria no mercado de AdServing e WebAnalytics.
ração entre os produ- A campanha tem por objetivo demonstrar ao público
tos, dicas de rotas para que é possível usufruir benefícios on-line, sem preocu-
pedalar e novidades do pações, apenas com cuidados preventivos para seguran-
mundo das bikes são ça da transação. O plano de mídia contempla inserções
atrativos que estão no na mídia eletrônica, impressa e também nos veículos da
novo endereço eletrô- Web. Na Internet, a campanha segue o mesmo conceito
nico da empresa. e conta com o trabalho da RMG Connect, que desen-
“Além de dicas, nos- volveu peças publicitárias on-line e um hotsite. Nele, o
sa estrutura disponibi- internauta pode conferir filmes com dicas sobre possíveis
liza inovação com o fraudes eletrônicas.
sistema de venda de bicicletas pelo site e toda a história “Os motivos que levaram o HSBC a buscar apoio
da empresa que completará 110 anos em 2008”, explica operacional por meio dos serviços da Predicta foram
a diretora de marketing da empresa, Juliana Grossi. necessidade de centralizar o campo de mídia e obter
Para divulgar o site, a FabraQuinteiro criou ações de agilidade no processo”, explica Claudia Woods, dire-
mídia on-line. O site Map Link trará o logo da Caloi e tora de estratégia e inteligência da Predicta.
possibilitará que o internauta faça o percurso pesquisado Após desenhar toda a estratégia e mídia, foi pre-
de bike. Já no site Guia da Semana foi desenvolvido um ciso distribuir as peças aos veículos e garantir que
background, uma página personalizada da empresa que os resultados fossem mensurados. “Nosso objetivo é
será veiculada todas às sextas-feiras.
O cliente, do início
ao fim do processo
Muitos investimentos em pesquisa e desenvolvimento são aplicados
no setor farmacêutico, mas para estar sempre à frente da acirrada
concorrência, os laboratórios investem forte em todos os canais de
contato com os clientes, cada vez mais críticos e exigentes
O
setor farmacêutico no Bra- laboratórios, são 270, responsáveis
sil tem média pequena de por 98% do market share - 18% com
crescimento. Para ampliar o capital multinacional e 82% nacio-
volume de negócios, os grandes es- nal. Levantamento da entidade seto-
forços concentram-se no tripé lan- rial, a Febrafarma, revela que o cres-
çamentos contínuos, fusões e aqui- cimento em 2006 foi pequeno - 3%
sições. O mercado é disputado por em volume. Foram vendidos 1,6 bi-
550 empresas fabricantes, entre na- lhão de unidades (caixas) de medi-
cionais e multinacionais. Restritas à camentos ano passado, os mesmos
alcançados em 2005. No primeiro
semestre deste ano, foram 941.562
unidades. A previsão da entidade é
que o mercado repita o ritmo este
ano.
Os investimentos, neste cenário,
além de direcionados à evolução
tecnológica, começam a desembar-
car na área de gestão de relaciona- quisa e desenvolvimento, justificados
mento com clientes, principalmente pela competição global e o equilíbrio
através da modernização das cen- da balança comercial, que exigem
trais de atendimento. Para este ano, inovação, segundo a Febrafarma. En-
por exemplo, a indústria farmacêuti- tre as empresas setoriais, a Novartis
ca programa investir R$ 1,5 bilhão, é uma das que tem histórico de pio-
dos quais R$ 388,4 milhões em pes- neirismo em inovação e preocupa-
“
Medley – O novo consumidor tende a ser qualidade, que não se restrinja ao script
cada vez menos fiel às marcas e passa a le- prévio e limitado.
var mais em conta a atitude da empresa.
Nosso programa de Novartis – A tendência é preparar os
Pfizer – Por meio do atendimento das profissionais de atendimento para aten-
adesão para pacientes empresas farmacêuticas, o cliente busca der às expectativas de um consumidor
cada vez mais informações sobre doen- que não é mais tão leigo como há anos.
usuários de medicamentos ças e tratamentos.
de uso contínuo, por Sanofi – Para se adequar a esse perfil
Organon – Muito mais do que conhece- em constante evolução, a Sanofi-Aven-
exemplo, é referência no dores de seus direitos, o cliente quer re- tis está preparada para analisar os da-
lações mais humanas em seus contatos. dos e atenta às novas tendências do
mercado e está em constante
”
mercado, com o objetivo de atender
aprimoramento Merck Sharp & Dohme – Os clientes co- às suas expectativas e aos novos de-
meçam a valorizar um atendimento de safios.
Ricardo Maykot, diretor de marketing estratégico, Novartis
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
“
mento de qualidade e respeito ao cliente.
Medley – Desde abril de 2007, passou a con-
tar com a implantação de um controle das li- Novartis – Considera o callcenter es-
Sabemos que gações do callcenter, programa responsável tratégico pois, por meio dele, é possível
investir nesta relação por toda a monitoração e geração de relató- identificar, na prática, o que foi plane-
rios referentes ao atendimento ao cliente. jado anteriormente pelas áreas-chave
com o consumidor será (marketing, medicina etc).
Pfizer – No caso da área farmacêutica,
fundamental para o o callcenter contribui para a adesão dos Sanofi – O callcenter tem função estra-
pacientes ao tratamento. tégica, por fazer parte do time que bus-
sucesso de qualquer
”
ca gerar novos negócios. Para isso, o in-
companhia Farmasa – Através do callcenter, tam-
bém é possível identificar parâmetros
vestimento na constante capacitação da
equipe é fundamental.
Jéssica Defendi, gerente de relações com clientes, Aché
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
“
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
Será necessário que Na Pfizer, o trabalho é pela unifi- to com o cliente final para o sucesso
cação das iniciativas de atendimen- dos negócios.
os SACs desenvolvam to e relacionamento, de forma a criar Assim como a Pfizer, a Organon
a capacidade de utilizar visão única e integrada do cliente. A do Brasil pretende realizar a integra-
gerente de Informações Médicas do ção das informações: “Nosso sistema
as percepções dos clientes laboratório, Viviane Arid, reconhece de atendimento permite, por meio de
a respeito da marca e dos que a plataforma única permitirá que um excelente gerenciamento do ban-
produtos como parte o relacionamento se torne cada vez co de dados, armazenar todo o his-
mais personalizado, e que atenda de tórico de contatos com nossos clien-
essencial das estratégicas
”
maneira mais completa as necessida- tes. Com a integração dos dados da
da empresa des de cada usuário. Viviane acres- central de atendimento com o banco
Tatiana Higa, supervisora do Centro centa que as empresas do setor far- de dados Organon, vamos envolver
de Atendimento ao Cliente, Apsen macêutico devem reconhecer cada as demais áreas da empresa, como
vez mais o valor do relacionamen- força de vendas, marketing, entre ou-
tras. Dessa forma, as relações comer-
ciais ficam mais sólidas, produtivas
O que as empresas fazem Inovação. As mudanças no setor e garantem um relacionamento de
longo prazo”, confirma o diretor de
Aché – Está desenvolvendo um projeto otimizem o acesso e segmentação das in-
para esclarecer o consumidor em rela- formações, permitindo mapear de manei- marketing, Paulo Gouvêa. Esta etapa
ção ao uso racional de medicamentos. ra individual o perfil de cada cliente. deverá acontecer entre os meses de
outubro e novembro próximos.
Apsen – Um dos projetos de otimização Organon – A criação da área de database Na Sanofi-Aventis, o callcenter é
no relacionamento com os clientes é a marketing é um exemplo de avanço tec- responsável pelo atendimento e di-
implementação de CRM. nológico em prol da melhoria nos proces-
sos de relacionamento com o cliente. recionamento de informações e, se-
Boehringer Ingelheim – Projeto CRM gundo Deise Shimizu, gerente de
já foi implementado na área de prescri- Merck Sharp & Dohme – Nos últimos
“
ção e agora será executado na área CHC quatro anos, vem investindo em tecno-
(Consumer Health Care) com o nome de logia para estreitar o relacionamento
CVM (Client Value Management). com os clientes para atendê-los de for-
ma mais rápida e eficaz. As empresas do
Medley – O forte crescimento da Medley setor farmacêutico
nos últimos sete anos tem sido sempre Bristol – Na área de relacionamento
associado com a evolução tecnológica. com o cliente, busca ferramentas que devem reconhecer
possibilitem um processo para a aquisi-
Pfizer – Vem trabalhando na unificação de ção das informações. cada vez mais o valor
todas as iniciativas de atendimento e rela-
cionamento com consumidores, de forma Sanofi – Estimula a comunicação de mão
do relacionamento
a buscar visão única e integrada do cliente. dupla, utiliza pesquisas de mercado para com o cliente final
conhecimento do perfil e necessidades
Farmasa – A empresa deve estar sempre do cliente e faz avaliações constantes da para o sucesso dos
”
alinhada às novas tendências de mercado, performance dos diferentes canais de
a fim de utilizar recursos apropriados que comunicação da empresa.
negócios
Viviane Arid, gerente de Informações Médicas, Pfizer
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
“
cado, programas internos, comunica- mo o SAP facilitou desenvolver ações
ção e treinamento”, esclarece Deise. em uma perspectiva multidimensio-
Gouvêa fala ainda sobre três fatores Aprimorar o nal, focando necessidades, preferên-
que podem diferenciar hoje uma em- cias e formas desejadas de interação.
presa no mercado. São eles: produto, relacionamento por A empresa também faz uso de meto-
custo e relacionamento. “O segredo, meio dos diversos pontos dologias como o Net Promoter Score
porém, é que este relacionamento se- (NPS) que mede o grau de engajamen-
ja construído a quatro mãos – clien-
de contato dentro da to do consumidor frente aos produtos
te-empresa. Ouvir e agir é o binômio rede de comunicação é e ao atendimento realizado. “A indús-
que pode marcar positivamente es- essencial. E os sistemas tria farmacêutica encontra desafios ao
sa construção”, conclui. “Nós da Me- ampliar sua forma de relacionamento
dley, também acreditamos que o re- de gestão são peças com seus clientes. Novas abordagens
lacionamento com o cliente deve ser fundamentais nesse sobre a forma de segmentação, indo
”
cada vez mais sólido”, comenta Re- para além da especialidade e classe
nato Mott, gerente de marketing cor-
relacionamento terapêutica, e o uso de ferramentas
Fernando Martins, diretor de marketing
porativo. Para Mott, o vínculo com os e vendas de CHC, Boehringer Ingelheim
de integração, são alguns desses de-
compradores deve sempre prevale- safios”, acredita Cerantola.
“
tem projetos em estudo para serem concorda: “O paciente já chega ao
implementados a partir de 2008. consultório muito mais propenso a
discutir com o médico a melhor al-
Com a integração NOVO CLIENTE ternativa de tratamento”. Maykot, da
dos dados da central (...), O grande desafio é conhecer o no- Novartis, confirma: “Os pacientes fi-
vo cliente. A difusão dos meios de cam sabendo das novidades terapêu-
as relações comerciais comunicação, como a Internet, prin- ticas quase ao mesmo tempo que
ficam mais sólidas, cipalmente, gera compradores cada os médicos e passaram a questionar
produtivas e garantem um vez mais informados, conscientes e mais as condutas para cada caso.”
exigentes, como reconhece Mott, da Mas o que prevalece, para Gou-
relacionamento de
”
Medley. “O cliente sabe seus direi- vêa, da Organon, é o contato huma-
longo prazo tos”. Martins, da Boeheringer Inge- no. “O que temos percebido é que
Paulo Gouvêa, diretor de marketing, Organon lheim, concorda e complementa: muito mais do que conhecedor de
“Quando o assunto é saúde, a neces- seus direitos, o cliente busca por re-
APSEN
Telefone, e-mail, fax e carta. Para a Apsen, incluir o Call A empresa ainda não Não divulgou. Não possui.
Center no planejamento possui Ouvidoria para os
estratégico da empresa e clientes externos.
adotar uma nova visão faz
com que ele deixe de ser
tratado como centro de
custo para se posicionar
como área de lucros.
BOEHRINGER Visita pessoal ainda é o A empresa tem um O SAC acaba atuando Está reformulando seu Tem o programa “Saúde
INGELHEIM mais importante. Para a BI, callcenter terceirizado como ponto de contato site e disponibilizando Fácil”, para pacientes que
nada substitui o para coleta de pedidos a para reclamações, críticas, informações cada utilizam medicamentos
relacionamento humano, pequenas farmácias e que sugestões etc. vez mais elaboradas como Micardis, Sifrol,
o contato pessoal. tem sido de muita valia e sucintas sobre seus Spiriva.
Adicionalmente os demais para atingir a capilaridade produtos. O desafio é ter
pontos de contato para do mercado. um conteúdo atualizado,
aumentar a conveniência relevante e atrativo aos
e rapidez de acesso são o diversos públicos.
e-mail, telefone, fax etc.
“
falar. E esse contato não fica restrito pode ser melhorado.
ao SAC. É passado a todo corpo dire- Enquanto a Bristol realiza monitora-
tivo, para identificarmos oportunida- mentos diários do mercado e nos con- Relações saudáveis
des de melhorias”. A estratégia, na Pfi- tatos de atendimento, gerando análises constituem a base de uma
zer, chega à equipe de propagandistas, detalhadas para promover ações que
sociedade cada vez mais
”
e as equipes de relacionamento com atendam de forma eficaz as necessi-
pacientes e clientes estão sempre aten- dades dos consumidores, é através do equilibrada e próspera
tas aos contatos recebidos pelos dife- CRM que a Farmasa consegue mape- Renato Mott, gerente de marketing corporativo, Medley
rentes canais (telefone ou web). Todos ar o perfil de cada cliente. Ele permi-
PFIZER O telefone ainda é o canal Os sistemas utilizados A Pfizer não possui Possui conteúdo Destaca os programas
mais importante (em torno nos serviços de Ouvidoria nos padrões especializado para os “Mais Pfizer” (cartão de
de 89% dos contatos relacionamento com tradicionais. Os diferentes públicos desconto em
chegam por este canal), clientes são freqüentemente profissionais da equipe de em seus websites. Para medicamentos dado pelo
seguido de e-mail, customizados para atendimento ao consumidor profissionais de saúde, médico ao paciente para
cartas e fax. permitir maior integração cumprem a função de atualização científica o tratamento prescrito), o
de informações entre áreas ouvir e representar o sobre doenças e produtos “Vida Exuberante” (apoio
parceiras e propiciar maior cliente dentro da e atividades de educação ao paciente com
padronização no empresa, buscando médica continuada. Para diabetes) e “Eu Quero
atendimento. Além disso, atender às suas o paciente, os sites têm Parar” (apoio
são utilizados recursos para necessidades da melhor informações sobre saúde comportamental ao
gerenciar a entrada e maneira possível. e programas de apoio paciente que quer parar
distribuição de chamadas ao tratamento para de fumar).
e gravação, visando a pacientes que já
máxima eficiência e receberam prescrição
segurança na troca de médica.
informações entre
empresa e clientes.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
te interagir com outros departamentos, tes, médicos e pacientes. A MSD tam- Qualidade testada
compartilhando as informações obti- bém realiza enquetes e pesquisas peri- pelo cliente
das. Além disso, os gestores participam ódicas. “Damos destaque aos atributos Um dos maiores desafios da in-
constantemente de workshops, con- dos produtos e expectativas dos médi- dústria farmacêutica é evitar proble-
gressos e reuniões com entidades que cos quanto à eficácia, tolerabilidade, mas com qualidade dos produtos. É
permitem atualização do mercado. Já a ao uso e à posologia. Em relação aos mais um segmen-
aposta da Sanofi-Aventis está na capa- pacientes, avaliamos a melhor manei- to onde o re-
citação dos colaboradores. “Treinamos ra de prestar o melhor serviço e ofe- lacionamento
nossas equipes para aprender a lidar recer o melhor produto”, diz Ceranto- com os clien-
com diferentes situações, saber enfren- la. A Organon não foge a esta regra. tes entra em
tar relações de conflitos, adotar medidas A área de inteligência de negócios é a cena. “Em um
corretivas, quando necessário, e melho- responsável pelo volume de informa- mercado cada
rar o desempenho”, destaca Deise. ções através de pesquisas. Além disso, vez mais exigente, onde a qua-
Para a Boeheringer Ingelheim, a es- a companhia estimula seus colabora- lidade é um diferencial com-
tratégia de conhecimento do cliente dores a estarem cada vez mais perto petitivo, a gestão da qualida-
também alcança o nível das pesquisas dos clientes, ouvindo, com a máxima de, além de ser uma exigência
de mercado com consumidores, clien- atenção, desejos e ambições. sanitária, é uma garantia de me-
ORGANON Oferece aos seus Para a empresa, não há Não possui uma ouvidoria, O site www.nuvaclube.com.br Programa para médicos
consumidores, fonte melhor de geração porém uma cultura que oferece às usuárias do insertores de implantes:
médicos e representantes de novos negócios do valoriza as relações método contraceptivo um através de canais de
(Força de Vendas) linhas que o ato de ouvir o empresa-cliente e, portanto, serviço que avisa a data marketing direto, on-line
0800 (uma dedicada para cliente. E é nessa linha está sempre pronta a ouvir de colocação e retirada do e off-line, gerencia 1500
cada público) e acesso via que dedica seus esforços e atuar seja sobre problema, anel mensal por meio de importantes médicos não
email, carta e fax. As em colher, também nesse sobre sugestão. O outro telefone, e-mail ou SMS. O visitados para estes
estatísticas mostram que ponto de contato, fator é a divulgação site www.gerare.com.br produtos. Além disso, há
75% dos clientes procuram informações que possam sistemática de relatórios oferece áreas como fóruns o projeto Key Opinion
a empresa via telefone, 20% ser úteis na criação de customizados por área, de discussão, construídos Leader, que objetiva
por email (este número tem novos negócios. agilizando a implantação exclusivamente pelos aproximar a Organon de
apresentado tendência de de plano de melhoria. clientes médicos e importantes líderes de
crescimento) e apenas 5% consumidores. opinião no segmento de
por carta/fax. ginecologia e obstetrícia.
MERCK
Contato receptivo: telefone O contact center está Não possui Ouvidoria, O site é focado na Para incentivar o paciente
SHARP &
e e-mail (do total de evoluindo ao superar uma mas o 0800 atua como interatividade com o a permanecer sob o
DOHME
interações, 15% são posição passiva de um canal comum de público, fornecendo tratamento prescrito pelo
e-mails). Nos últimos três interação para um comunicação com os conteúdo útil, além de médico, a empresa criou
anos, a empresa percebeu reposicionamento clientes, onde é possível colher informações dos um programa chamado
que a carta e o fax mais ativo ao levar atender as mais diversas clientes sobre a qualidade MSD Compensa, que
perderam espaço. informações relevantes manifestações. dos produtos e serviços. garante uma caixa do
Contato ativo: carta e sobre o mercado. Novos O conteúdo é apresentado medicamento gratuita
e-mail. Há ações pontuais negócios iniciam com um de forma diferenciada para após o 5º mês de
em que o telefone atendimento de qualidade cada público: médicos, tratamento.
é utilizado. e respeito ao cliente. dentistas, farmacêuticos,
Por isso, a necessidade de pacientes e imprensa.
criar uma base de dados
com informações confiáveis
e ter uma equipe alinhada
às estratégias da empresa.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
NOVARTIS Contato pessoal, telefone Avaliando oportunidades Conta com uma Ouvidoria, Realiza diversas ações, Há o “Vale Mais Saúde
e e-mail são as principais no mercado por meio do embora o Serviço de como webmeeting, Card”, um cartão de adesão
formas de contato da callcenter, é possível gerar Informação ao Cliente (SIC) campanhas de e-mail para pacientes usuários
empresa. ações específicas com tenha capacitação para marketing, e-detailing. de medicamentos de
públicos diferenciados. lidar com todas as Há também um portal uso contínuo.
Um dos exemplos é o demandas dos seus de relacionamento com
acompanhamento e as clientes. os médicos – www.
orientações específicas medicoamedico.com.br
para pacientes com – onde é possível obter
osteoporose. informações sobre estudos
clínicos, medicamentos,
doenças etc. Ainda este
ano a empresa lançará
um novo site.
SANOFI-
A empresa respeita a Para a Sanofi, é importante A empresa não possui Além do site corporativo, Não divulgou.
AVENTIS
liberdade de escolha que a empresa alie Ouvidoria, mas acredita a Sanofi-Aventis
do cliente: há aqueles estratégia à tecnologia, que seja um caminho disponibiliza hot sites para
que preferem receber estimulando a obtenção em direção à recepção o consumidor, focados
um contato, outros que de dados de forma que a e atendimento das na educação de diversas
preferem ligar, há os inteligência de marketing necessidades de patologias, como diabetes,
internautas e os que possa promover uma seus clientes. artrite, constipação
optam por cartas, segmentação na oferta de intestinal, osteoporose,
revistas ou folhetos. produtos e serviços que alergia, saúde da mulher e
gerem maior participação muito mais. Desta maneira,
na vida do cliente. Quanto a empresa contribui com
mais inteligente for a a população, oferecendo
captação dessas informações, conteúdo rico e
maior é a exigência de constantemente atualizado
análise de dados para sobre diferentes temas.
oferecer ao consumidor
algo pertinente.
Fonte: dados fornecidos pelas empresas
“
mento que sobreviva”, aposta.
No caso da comercialização de
produtos que venham a ser nocivos O atendimento obedece
ao consumidor, seja qual for o mo-
tivo, a conduta absolutamente ne-
a estratégia de excelência
cessária é ser pró-ativo, transparente em atendimento e, por
e claro quando disponibilizar infor- meio da tecnologia de
mações ao público. Recentemente,
o caso de um dos produtos da Boe- ponta, mapeia o perfil
heringer Ingelheim ilustrou bem es- de cada cliente.
se fato. O anti-tussígeno Silomat
foi retirado do mercado por conter
Temos também projetos
substâncias possíveis de causar ar- em estudo para serem
ritmia cardíaca. “Com esta medida, implementados a partir
”
a Boehringer Ingelheim cumpriu o
seu compromisso permanente com de 2008
a saúde e o bem-estar de seus clien- Samantha Mazzero, gerente de inteligência
& efetividade de negócios, Farmasa
tes”, exemplifica o profissional.
A Medley possui procedimentos
formalizados para retirar e restituir
medicamentos, supostamente altera- S.I.M (Serviço de Informações Med-
dos, do alcance dos consumidores. ley) realizam a primeira análise visu-
Quando um produto como este che- al detalhada e, em seguida, enviam
ga à empresa, os farmacêuticos do o medicamento para outros depar-
“
tamentos ligados à área industrial
para análise criteriosa. “A Medley
cumpre rigorosamente a legislação
Novas abordagens vigente e contribui para uma socie-
sobre a forma de dade mais saudável. Além disso, pro-
cura trabalhar sempre para conscien-
segmentação, indo tizar as pessoas sobre a importância
para além da de orientação médica, a correta as-
especialidade e classe sistência farmacêutica e a qualidade
de vida oferecida pelos medicamen-
terapêutica, e o uso tos”, explica Mott.
de ferramentas de Em resumo, como comenta Jéssica,
da Aché, “em todas as questões, não
integração, são apenas nas crises, as empresas de-
alguns dos desafios vem colocar o respeito e a transpa-
”
do setor rência ao cliente e demais públicos
como meta, mantendo sempre a inte-
William Cerantola, gerente de relacionamento com
clientes, Merck Sharp & Dohme
gridade e a ética nas ações da empre-
sa e suas relações de consumo”.
Visões e visionários
Desenhar o negócio de acordo com os objetivos do cliente pode ser a solução para
uma empresa mais vibrante, com parceiros sintonizados na mesma frequência
P
ara quem não sabe ainda, a Cliente S.A. mental que todos na
lançou recentemente diversos blogs alta- organização entendam
mente especializados, que abordam te- que estão voltados pa-
mas como marketing de relacionamento, cobran- ra atender os objeti-
ça, qualidade e até “Na pele do cliente”. E eu sou vos finais do cliente e Fernando Guimarães é diretor de
criação da Escala/Synapsys, consultor de
um dos blogueiros, imaginem. Fazer o quê, po- por quê. “Se a meta é marketing e comunicação, especialista em
rém. O fato é que a responsabilidade é grande, e prevenir a diabetes nas marketing de relacionamento e bloqueiro
eu pensei em começar a tarefa a qual me propus pessoas, aumentar a do Portal www.clientesa.com.br/
Email: fguimaraes@synapsys.com.br
com compromisso diário e de alto nível. Fui bus- proficiência de jovens
car um material recente mas, como sempre, insti- em ciências, ou simplesmente garantir que nun-
gante, com a consultora Patrícia Seybold. ca faltem toner em suas impressoras, todos de-
Em maio deste ano, Patrícia reuniu um grupo vem entender como o sucesso é mensurado e co-
de executivos, que ela chama de “Patty’s Visio- mo seus trabalhos contribuem para os objetivos
naries”, dos mais diferentes mercados e com a dos clientes”. Ao desenhar um negócio em volta
crença em comum de que os negócios devem ser desses objetivos, segundo ela, consegue-se fazer
construídos em torno do cliente. Assim, gerou o com que a estrutura organizacional se torne um
que chamou de “trends from customer-centric vi- ecossistema vibrante, com parceiros e fornecedo-
sionaries”, algo assim como “tendências de visio- res sintonizados na mesma freqüência. Para Patrí-
nários centrados no cliente”. cia, essa abordagem de “business design” já está
O encontro durou dois dias e, segundo Patrícia, ge- redefinindo setores inteiros da economia.
rou muitos insights preciosos. A partir deles, a mode- No tema das “Comunidades de Consumidores”,
radora desenhou um conjunto de tendências que es- o grupo de executivos discutiu principalmente co-
tariam dirigindo a evolução do negócio do marketing mo criar e cultivar vibrantes comunidades on-line.
de relacionamento. Eis os temas levantados: As experiências demonstram que é fundamental
para o sucesso dessas comunidades que os respon-
1. Ecossistemas construídos a partir dos objeti-
sáveis sejam membros-chave das equipes estratégi-
vos finais dos clientes
cas das empresas. Eles passam a ter um papel du-
2. Comunidades de clientes
plo: representam a empresa face aos participantes
3. O primado da busca
da comunidade e representam esses participantes,
4. O desaparecimento da homepage
ou seja, os clientes, face à empresa.
5. A clonagem de ferramentas em canais diversos
Comunidades on-line vão pouco a pouco se tor-
6. As oportunidades e os riscos de focar na pró-
nando fundamentais para enriquecer as experiên-
pria faixa etária
cias do cliente nas empresas que adotaram essa es-
7. Jogos online, mundos virtuais e outros com-
tratégia. Por um lado, eles se sentem à vontade para
portamentos inovadores dos jovens
questionar políticas e modelos de negócios da em-
8. A condução da mudança organizacional por
presa. Esse é o lado incômodo, que assusta as áreas
meio de métricas do cliente
legais e de relações públicas. Não raro, as opiniões
Começando a repassar as observações de Patrí- veiculadas podem ferir sensibilidades internas e ex-
“
cia, sobre o que ela chama tendências de visionários ternas. Mas uma comunidade madura e vibrante tor-
“cliente-cêntricos”, vou citar na-se um ativo valiosíssimo para a empresa, pelo
É fundamental que as observações sobre os dois uso inteligente do conteúdo original criado pelos
todos na organização primeiros “temas” levantados clientes, por exemplo, na correção da estratégia
por eles: ecossistemas volta- de pós-venda. No próximo artigo, vou continuar
entendam que estão dos para os objetivos finais com esse tema. Quem ficar ansioso, porém, pode
voltados para atender dos clientes e comunidades ir direto ao blog, onde os resumos estão publica-
de consumidores. dos. O endereço é http://blogclientesa.clientesa.
os objetivos finais Em relação ao primeiro com.br/marketingderelacionamento
do cliente tema, ela alerta ser funda- Até a próxima reflexão!
Draftfcb desenvolve
LongPlay cria campanha ação de relacionamento
com SMS e Bluetooth para o Fleury
Ação permite fazer downloads de vídeos e obter informações
sobre empreendimento Move! A Draftfcb criou uma ação de mar
keting de relacionamento para
divulgar a nova unidade de Medici-
na Diagnóstica do Fleury Medicina e
É
comum – e eu mesmo já escrevi sobre isto do Pessoa, que diz que
algumas vezes – dizermos que satisfazer “Navegar é preciso”, a
ao cliente requer investimentos. Muitas questão precisa ser tra-
vezes, a disciplina organizacional de eficiência, tada com mais profis-
associada à diminuição de custos, deixa a satisfa- sionalismo, analisando
ção, mesmo prometida, em segundo plano. o grau de severidade e
Processos bem executados, rápidos e eficientes urgência. Enfim, entre Enio Klein é diretor da K&G, professor
dos cursos de MBA/Marketing da
sempre agradam o cliente e custam mais barato. uma pergunta e outra, FEA/USP e blogueiro do portal
É claro que o investimento de implantá-lo exis- o atendente disse que www.clientesa.com.br
te, mas, com certeza, será pago pela operação ra- a culpa era do rotea-
pidamente. No entanto, se experimenta com fre- dor, depois, da minha instalação e, por fim, bem,
qüência maior que a desejada processos onde, a por fim veio o sinal de ocupado. A linha caiu. Li-
pretexto de reduzir investimento e custos, o clien- guei novamente. Já eram 23 horas, acho eu, e fui
te é mal atendido, são excessivamente burocráti- atendido por um outro agente, que fez mais ou-
cos e feitos para tirar a responsabilidade do forne- tras perguntas, e me disse que a equipe técnica
cedor. E, seguramente, custam mais caro. verificaria se meu problema era externo, para pré-
Nas empresas prestadoras de serviço, a falta de agendar uma visita técnica para o dia seguinte, no
atenção com estes aspectos poderá se tornar um caso de necessidade. Mas não me disse que, na-
equívoco enorme. Imaginando reduzir custos, a quele horário, e durante toda a noite, ninguém
empresa promete um serviço, entrega outro muito iria verificar coisa alguma, e de uma forma vela-
pior e ainda gasta mais. Veja o caso de uma conhe- da, ignorou minha indicação de que, baseado na
cida operadora de TV a Cabo, que mostra em uma minha experiência de uso, eles deveriam verificar
de suas propagandas um duro, mas simpático ge- prioritariamente a rede.
neral caucasiano, garantindo a excelência no ser- Pela manhã, chega o técnico, com uma boa
viço. Não posso dizer que o mesmo, no meu ca- vontade incrível, mas sem o medidor de sinal,
so, seja insatisfatório. Possui alta disponibilidade, dizendo que o problema, certamente, era na mi-
mesmo que, nem sempre, com a velocidade con- nha instalação. Depois de duas horas “futucan-
tratada. Em um ano como assinante, quedas oca- do” todos os pontos e trocando o modem, desis-
sionais sempre foram muito rápidas, e nunca foi tiu e pediu a um outro colega que lhe trouxesse
necessário acionar o serviço técnico. Era esta a mi- o tal medidor, já que o problema não era inter-
nha opinião até dia desses, quando a conexão caiu no. Conectado o modem no cabo de entrada
por volta das 22h. Às 22h30, eu achei que desta do apartamento, ele descobriu que o sinal estava
vez estava demorando muito e decidi ligar para a fraco demais e concluiu que a rede estava ruim.
central de atendimento. Foi quando percebi que, No meio de toda bagunça, descobri algumas
“
além da conexão, a casa também ia cair. coisas. Primeiro, que nem todos os técnicos pos-
Nessas horas, parece suem os tais medidores de sinal. Um absurdo, se
que o atendente de servi- considerarmos o tipo de trabalho que eles reali-
Nas empresas ço acha que todo mundo
zam e, mais ainda, se pensarmos sobre o tipo de
prestadoras de serviço, é o internauta adolescen- reclamação que eu fiz. Sei que o medidor é caro,
a falta de atenção pode te da propaganda. “O que mas fazer um técnico ficar quase três horas na
acontece senhor? Não es- casa de um cliente verificando algo improvável,
se tornar um equívoco tá navegando?”. Esquecem só porque não tinha como medir o sinal externo
enorme. Imaginando que o uso profissional não é um absurdo. Além disso, de tanto mexer nos
estar reduzindo custos, envolve somente a ques-
tão da navegação ou da
pontos, o telefone fixo da minha casa, que nada
tinha a ver com isso, ficou mudo. E lá fui eu abrir
a empresa promete falta dela. Não, até por- todos os pontos de novo, até descobrir onde es-
um serviço, entrega que tem um telefone IP no tava o problema. Enquanto isso, o técnico me li-
tal do “combo” que tam- gou dizendo que, ao sair de minha casa, encon-
outro muito pior e bém não funciona. Mesmo trou outro técnico que, em visita a outro cliente,
ainda gasta mais concordando com Fernan- do outro lado da rua, relatou exatamente o mes-
“ Faltam
mais de dezesseis horas processos, faltam
por conta de falha na rede,
o serviço voltou. E, acredi- mediadores e,
te, prezado leitor, foi atra- provavelmente,
vés de uma ligação feita pa-
ra o telefone IP, parte do tal o sistema de
do combo de serviços, por gestão não está
uma operadora de televen- lá muito bem
”
cos não parece lá muito bem implantado. das da mesma provedora
Talvez, um aumento dos salários dos técni- oferecendo serviços adicio- implantado
cos pudesse resolver parte do problema; talvez, nais, que eu “fui avisado”
a operadora poderia diminuir o custo da assi- que o serviço havia voltado. Infelizmente, dez
natura; talvez, um aumento de investimentos na minutos depois caiu novamente, sem previsão
qualidade diminuísse o tempo médio de inativi- de retorno. Será que é o roteador?
dade. Mas, por algum motivo, fez-se diferente, e Fica para reflexão uma pergunta meio antiga,
com certeza, com maiores custos de atendimen- que me vem à cabeça sempre. Quando a confian-
to. Além disto, um erro primário foi cometido: a ça e a satisfação de um cliente com seu fornece-
necessidade de colocar a responsabilidade do ou- dor são testadas e se transformam em lealdade?
tro lado é tanta, que em vez de ouvir o cliente e Quando tudo está bem, ou quando se tem um
considerar sua experiência, preferiram desconsi- problema resolvido de forma eficiente e rápida?
derar a hipótese de problema na rede. De novo, Eu fico com a segunda opção. E você? Aproveite
preferiram gastar mais deslocando técnicos para para conhecer e opinar no blog. O endereço é http://
verificar a causa menos provável: a instalação do blogclientesa.clientesa.com.br/napeledocliente/
cliente, cujo histórico de falhas é muito baixo. ?blogID=15 . Deixe lá o seu comentário.
D
esde 1999, trabalho com CRM e tenho ob- A miopia, neste mo-
servado um comportamento comum nas mento, leva ao fracas-
empresas: os diretores têm contato com es- so e, principalmente, Marcos Fábio Mazza é gerente de
CRM da Syngenta.
ta estratégia, resolvem que “sua” empresa tem de às famosas saídas es- E-mail: marcos.mazza@syngenta.com
implementá-la e que, com isso, seus resultados se- tratégicas: “Não esta-
rão maiores. Porém, a grande maioria (alguém já mos tendo o ROI es-
disse que 60% das empresas iniciantes em CRM perado, mas os resultados na customização do
tem insucesso), se esquecem de analisar se “sua” software estão excelentes”; “estamos fazendo
empresa precisa do CRM, ou de ações de mailing um investimento alto e com o tempo teremos o
e/ou interações entre marcas e consumidores. retorno em vendas”; “precisamos motivar nos-
Decisão tomada, agenda-se uma reunião com sa equipe de vendas a entender melhor e imple-
os diretores de marketing e TI e tem início o pro- mentar esta estratégia”.
cesso de implementação com a escolha do sof- Algumas empresas se esquecem de, por melhor
tware que deverá ser comprado. Aí começa a que sejam seus departamentos de marketing, TI
novela que em cada empresa pode ser curta (de- e finanças, é o departamento de Vendas que vai
sistência e arquivamento do software) ou inter- “colocar a coleira no leão”, ou seja, o responsá-
minável (“Direito de Nascer”) que se prolonga, vel pela implementação e pelo retorno sobre o
causando infindáveis disputas entre os departa- investimento. Também esquecem que, caso não
mentos envolvidos. Tudo isso porquê não foram exista uma necessidade crescente e perceptível,
respondidas simples perguntas: por quê, como, a implementação será vista como “mais um far-
onde, quem etc. do que a companhia inventou para burocratizar
1. Qual é a orientação estratégica de “nossa” em- ainda mais nosso trabalho”. Resultado: “alto in-
presa? (diretor não é dono). conveniente de mudança + resistência à imple-
Excelência operacional: (Ex. WaltMart); inova- mentação + sabotagem nas ações e registro de
ção constante na linha de produtos (telefones ce- interações = “CRM não me ajuda, cancele a ini-
lulares/P&D atuante) ou intimidade com clientes ciativa!”
(bancos personalizados/crescimento de vendas CRM não é uma moda que deve ser implemen-
verticais em clientes de alto valor potencial). Para tada em “todas” as empresas de ponta em estraté-
cada orientação estratégica existem razões e re- gias de marketing, bem como não é somente uma
sultados esperados que são diferentes. ferramenta de promoção e propaganda, mas sim
Responda às próximas perguntas se colocando na uma filosofia difícil, que suportará a orientação
pele das empresas exemplificadas na resposta 1. estratégica de uma maneira específica e focada.
2. Qual o impacto que pode causar uma iniciati- Exemplo: A busca do crescimento de receitas e/
“
va de conhecimento sobre nosso relacionamento ou redução de custos, através de uma maior “in-
com os clientes? timidade com os clientes”, quer sejam eles atuais
Algumas empresas 3. Esta necessidade de maior ou futuros potenciais. “Conhecer para Crescer”.
se esquecem que, por conhecimento é perceptível
em todos os departamentos?
Em resumo, antes de dar um passo nesta di-
reção, analise sua necessidade real. Todos os
melhor que sejam seus 4. Qual o retorno que es- grandes resultados obtidos pelas empresas se ba-
departamentos de peramos em curto, médio e seiam em estratégias que atenderam necessida-
longo prazo? Será auto-sus- des reais e que são instintivamente pedidas por
Marketing, TI e Finanças, tentável? todos. Ninguém mudará uma empresa porque
é o departamento de 5. O que o departamento quer, mas, sim, porque ela estará sinalizando
Vendas que vai colocar de vendas pensa a respei-
to? Existe o inconveniente
que precisará mudar.
Antes de ir para o CRM, tenha certeza que este
a coleira no leão de mudança? A que ponto? será o melhor caminho.
O
termo “arqueologia às avessas” é perfeito pa- verdade é que não exis-
ra definir o livro “O Novo Mundo Digital”, do te nenhum “boom” de
engenheiro, articulista e consultor de empre- empregos no horizonte.
sas, Ricardo Neves. Um precioso trabalho de pesqui- A conquista do au-
sa, com estilo refinado e uma série de citações perti- mento da longevidade
nentes às mais variadas obras e autores da literatura traz novos desafios para Marco Barcellos é diretor de Marketing da
Cisco Brasil. E-mail: marcobar@cisco.com
humana. Todo o esforço para contextualizar as opor- uma sociedade que vi-
tunidades, ameaças e mudanças que estamos viven- ve muito mais tempo. Segundo o autor, as crianças
do, é recompensado pelo belo resultado final da obra. na faixa de dez anos de idade formam a primeira
Para “desenterrar” o futuro, o autor começa com geração que vai chegar, de forma significativa, aos
as três maiores invenções coletivas da humanida- cem anos de idade. Podemos imaginar uma nova
de até então: a linguagem, a agricultura e as ci- referência de velhice e o surgimento da “quarta ida-
dades. Através dessas mudanças, a humanidade se de”, a partir dos 80 anos.
descolou do mundo natural e começou uma gran- Obviamente, vivendo mais, teremos que rein-
de ruptura social. Na seqüência, surgiu a escrita, ventar a educação. Antes, o que você aprendia na
que trouxe com ela a possibilidade de acumular juventude já preparava toda a sua vida profissional
conhecimento e transmiti-lo às futuras gerações. adulta. Essa idéia já não funciona mais. Precisa-
Chegamos, então, ao final do século XX, quando remos desenvolver um novo sistema de educação
entramos finalmente na infância da internet, a grande continuada para adultos, com novos conteúdos,
rede que vai mediar todas as relações humanas. Se- ferramentas e canais de distribuição. Afinal, alguns
gundo o autor, a internet é o centro das mega-trans- especialistas afirmam que 75% das profissões da
formações civilizatórias para a nova Era da Socieda- década de 2020 sequer foram inventadas.
de Digital Global. A única questão é: como o homem O livro passeia pelo novo lar da Renascença Di-
vai utilizar a mais extraordinária das suas invenções? gital, um casulo high-tech, onde as pessoas vão
A incerteza entre uma Sociedade do Conhecimento passar cada vez mais tempo. Na verdade, antiga-
ou a Barbárie Digital Global é que moverá as novas es- mente os médicos, advogados e professores traba-
colhas políticas da sociedade atual. Precisaremos ele- lhavam em casa. As novas tecnologias do final do
ger líderes capazes de entender as oportunidades e ris- século XIX, como máquinas fabris, transportes e te-
cos que se escondem nessa fase. Uma nova sociedade lefone, tiraram o trabalho de casa. Segundo Neves,
exigirá novos líderes e novos modelos de governo. o trabalho agora está voltando para casa com o uso
Revisitando o passado, o autor enfrenta o “mito dos da internet, da banda larga e do telefone celular.
Anos Dourados”, de que antigamente tudo era melhor. Como consequência direta, criamos o conceito
E o trabalho infantil e as raras oportunidades de educa- de mídia pessoal e colaborativa, com Wikis, Blogs
ção para as mulheres? Vale lembrar que o casamento e afins. Literalmente, nós estamos escrevendo, de
por amor foi uma invenção do século XX e, mesmo as- forma colaborativa, um novo capítulo na aventura
sim, era indissolúvel até meados dos anos 60. Vale um da viagem à superestrada digital. Pois é, talvez vo-
momento de reflexão. cê ainda não tenha percebido, mas você já está no
O fim do emprego no século XXI poderá “Novo Mundo Digital”.
ser comparado, no futuro, com a abolição Sem nos inundar com visões apocalípticas, Ricar-
da escravatura. A nova forma de trabalho do Neves literalmente viaja entre os séculos e as pala-
na era digital fará com que você perca o vras para projetar uma imagem mais clara do futuro.
seu emprego, seu filho não achará o de- No primeiro livro desta trilogia sobre a Renascença
le e o seu neto vai achar graça dessa histó- Digital, ele retrata as oportunidades e mudanças que
ria. A automatização de tarefas vai supri- já estamos vivendo, sempre com foco no indivíduo.
mir milhares de profissões e empregos. A Resta agora torcer para que o homem escolha o ca-
minho rumo à Sociedade do Conhecimento. E aguar-
Livro: O Novo Mundo Digital – Você já está nele
Autor: Ricardo Neves dar, ansiosamente, os próximos livros da série, pois
Editora: Relume Dumará – 2007 esse primeiro já tem um conteúdo digno de best-sel-
Páginas: 222 ler nacional para um mundo globalizado.
O
mercado oferece cada vez Na China, a febre da internet leva os argumenta Cagno. “Precisamos tra-
mais serviços móveis aos jovens a ficarem cada vez mais tem- balhar estes canais e a nova geração
clientes. As novas frontei- po acordados, explorando a interati- de consumidores para ganhar pro-
ras, depois da mobilidade com a vidade. “O próximo desafio é trazer dutividade no trabalho”, justifica o
telefonia e web (por intermédio das este consumidor para o mundo real”, executivo.
comunidades virtuais), estão nos la- justifica. Mas a grande vantagem da Para Gisele Boni, da Avaya, a ques-
res e veículos, como defende Victor web, grande precursora da globaliza- tão passa por uma mudança cultural
Garcia, diretor geral da Telefônica ção, é justamente aproximar e facili- frente às novidades disponibilizadas
Pesquisa e Desenvolvimento, du- tar os consumidores, por exemplo, a em um mercado cada vez mais inte-
rante o painel “O cliente, o merca- buscarem produtos em toda a rede, rativo, como a telefonia móvel (que
do e as novas tendências de negó- sem os limites geográficos impostos agrega cada vez mais dispositivos)
cios convergindo na busca de novas pelos países. Com isso, a internet e as comunidades on-line. “O inter-
aplicações e serviços”, realizado cria consumidores de poucos pro- nauta fica o tempo todo em salas de
durante a Futurecom. O painel, que dutos, mas de muito valor agregado. conferência, deixando a comunica-
teve Vilnor Grube, diretor da Grube No caso específico do Brasil, Rober- ção muito mais intuitiva”, pondera.
Editorial – editora da revista Cliente- to Guenzburger, vice-presidente da E não é só a comunicação do cliente
SA e portal Callcenter.inf.br – como Claro, comenta que o potencial de que aumenta, mas, também, sua inte-
facilitador, e Ricardo Boechat como consumo de serviços de banda larga ratividade. “Os jovens não compram
mediador, revelou que a nova fron- é extremamente alto, uma vez que mais sem antes questionar produtos
teira ainda esbarra na cultura para apenas seis milhões de usuários têm e serviços em suas redes, como face
ganhar mercado. O desafio é grande acesso a ela. E faz uma ressalva. “A book, orkut e redes sociais. Ele preci-
para a indústria, tanto fornecedora banda larga da qual estamos falando sa consultar sua comunidade antes de
de infra-estrutura, como para inte- é de 256 kb, em média! Não estamos efetuar a compra”, destaca Rodrigo
gradores e operadoras de telecom. falando em 8 ou 10 GB!”. Uchoa, da Cisco. Esse comportamen-
Quando o assunto é internet, o bra- A linha fixa já parece coisa do pas- to gera um grande alarme às corpo-
sileiro é o maior usuário mundial, de sado, lembrou Humberto Cagno, dire- rações. “Qualquer pisada na bola e
acordo com Carlos Costa Pinto, dire- tor da Siemens Enterprise. Aliás, até o todo mundo fica sabendo na hora. É
tor de Comunicações da IBM Brasil. e-mail parece ultrapassado diante da uma cadeia viral que compromete a
nova geração de con- imagem da empresa e a continuidade
sumidores. Foi como do produto”, alerta Rodrigo.
percebeu Antonio Ri- Mas o Brasil vai entrar neste cená-
beiro Neto, superinten- rio globalizado como consumidor ou
dente da Venturus, ao como fornecedor de soluções? Para
ser abordado por sua Nelson Worstman, da Associação Bra-
filha, ao alegar que, sileira de Empresas de Software e Ser-
antes de sair, precisa- viços para Exportação, Brasscom, isso
va ler os e-mails. “Pai, vai depender da postura que adotar-
e-mail é coisa de tio- mos. Existe um problema estrutural a
zão!”, ouviu da filha. ser resolvido, como de educação, mas
Mas, dentro das or- ele admite que o lado criativo do bra-
ganizações, canais sileiro pode pesar como fator positivo.
como o MSN ainda Falta, porém, estímulo governamental
podem ser avaliados até para ajudar a mudar a imagem de
como uma ferramenta que “o Brasil não é visto como expor-
de trabalho bastante tador de serviços e software”. E Worst-
viável, mas também man fala em um mercado de US$ 100
um problema que pre- bilhões por ano. “Precisamos decidir o
Evento reuniu os principais players cisa ser gerenciado, futuro”, alerta.
Governança corporativa
e inteligência de mercado
Todo gestor de inteligência de mercado sonha em tornar a área um elemento
estratégico da organização. Em nossa vivência, de fato, acabamos por constatar
que esse é um acontecimento raro. Por quê?
U
ma das razões mais fortes, sem dúvida, balhar pelos ganhos
é o excesso de trabalho operacional que de produtividade em Leonardo Vieiralves Azevedo
é presidente da WG Systems,
cerca um departamento de IM. Tomemos IM. Esse conjunto de tecnologia para tomada de decisão.
como exemplo uma empresa hipotética, que de- melhorias passa pela E-mail: leo@wgsystems.com.br
senvolve negócios no contexto de um mercado automatização de di-
auditado. Mensalmente, além das informações versas funções de tra-
de vendas que se originam dos sistemas internos, tamento de dados, que são as mais trabalhosas
recebe-se um grande número de dados de fontes e com menor valor agregado. Podemos dizer
externas que englobam participação de merca- que a seqüência de atividades é muito seme-
do, presença no ponto de venda, cobertura, mí- lhante a de um projeto de BI: detalhamento de
dia e por aí vai. Todos esses dados têm de ser requisitos, mapeamento de fontes de dados,
limpos, armazenados, cruzados entre si e repor- modelagem do banco de dados, planejamento
tados antes que se inicie o trabalho de análise das extrações dos sistemas, carga e elaboração
propriamente dito. Como você já pode imaginar, das mais diversas visualizações analíticas como
caro leitor, sobram trabalhos manuais e faltam dashboards, cubos e relatórios.
dias no mês para a equipe que realiza todas es- Vale comentar que, nesse momento, obser-
sas tarefas. Moral da história: o trabalho de aná- vamos algumas empresas líderes que come-
lise, que poderia trazer as informações e refle- çam a integrar os mecanismos da governança
xões em nível estratégico, é deixado de lado por corporativa com as informações providas pe-
falta de produtividade. la inteligência de mercado. A iniciativa par-
Se você se sentiu incluído no cenário aqui te com reportes sendo feitos de forma isolada.
descrito, não se desanime. Saiba que há algu- Paulatinamente, é possível integrar as infor-
mas alternativas, mas elas dificilmente podem mações usando um portal, permitindo que ca-
se concretizar somente com a força política do da stakeholder personalize as informações de
gestor de IM. É exatamente nesse ponto que a maior interesse e relevância para sua ativida-
questão da governança corporativa pode ser um de. E este é o momento no qual se percebe a
fator decisivo. importância da área de IM para o presente e o
Muitos atores do governo empresarial, in- futuro da organização.
cluindo os acionistas, conselho de adminis- Não deixe que essa realidade seja apenas um
tração e executivos, têm o maior interesse em sonho distante. Tome a iniciativa de elaborar
contar com informações de mercado para apri- análises sintéticas que possam ser usadas na
morar e validar as suas estratégias e planos de melhoria da governança da sua organização.
ação. Mesmo no jogo de delegação e contro- Faça com que esse acontecimento seja regular
“
le que envolve cada elemento da governança, em sua área, aumentando seu valor percebido.
é necessário refletir sobre Mãos à obra!
É necessário as ações realizadas pela
equipe executiva em rela-
refletir sobre as ção às principais tendên-
ações realizadas pela cias do mercado.
Desta forma, conseguir
equipe executiva em a devida visibilidade nos
relação às principais níveis mais altos no gover-
tendências do no da organização é con-
dição necessária para se
mercado obter patrocínio para tra-
P
recedido por grande alarde e apresentado para uma carga tribu-
pelo governo como “a salvação da lavou- tária de 35% do PIB, a
ra”, o novo Simples – mais conhecido co- sonegação é de 30%. Miguel Ignatios é presidente da
Associação dos Dirigentes de Vendas e
mo Super Simples ou Simples Nacional – trouxe, Se, de repente, em Marketing do Brasil (ADVB)
na verdade, embutido nos meandros legais e jurí- um passe de mágica,
dicos do texto que o instituiu, substancial eleva- Montoro Filho imagi-
ção da carga tributária para a grande maioria do nasse, “se o País acabasse com a sonegação, a
universo das microempresas brasileiras. carga tributária poderia subir e, apesar disso, se-
Em alguns casos, como no setor de serviços e de ria possível diminuir as alíquotas de todos os im-
alguns segmentos industriais, o aumento chegou postos”. Com isso, concluiria, “teríamos o melhor
a passar dos 100%. Em outras palavras, o gover- dos mundos: o Fisco arrecadaria mais e todos pa-
no aproveitou-se da oportunidade de estender os gariam menos”.
benefícios do velho e bom Simples para arrochar De acordo com dados da Secretaria da Fazenda
mais um pouco o setor produtivo. do Estado de São Paulo, citados na reportagem,
O Simples foi criado em 1996. Os setores que o comércio varejista sonega, em média, 60% do
puderam se enquadrar nesse programa (profissio- que vende. “São R$ 3,5 bilhões por ano”, nas
nais liberais e de atividades regulamentadas por contas do secretário Mauro Ricardo Costa.
lei foram excluídos dele) não podem se queixar O secretário paulista e o ex-governador do Rio
de falta de apoio. Só que, agora, transferidos pa- Grande do Sul, Germano Rigotto, outro respeita-
ra o Simples Nacional, eles vão pagar, com juros do especialista em tributação, defendem o esta-
e correção monetária, os benefícios de que goza- belecimento de um teto para a carga tributária em
ram durante o período 1996-2006. relação ao PIB. Costa diz que, quando determi-
O governo é assim: dá esmolas em uma via e nado limite fosse atingido, automaticamente, alí-
arrecada doações forçadas em outra. Tem caneta quotas de impostos e contribuições passariam a
para criar leis, Congresso para aprová-las, aparato ser reduzidas, aliviando a carga tributária indivi-
jurídico para zelar por seu cumprimento e polícia dual. Por sua vez, Germano Rigotto estabelece o
para reprimir eventuais resistências. teto em 30% do PIB. Para compensar eventuais
Mas, e a sociedade? Como ela reage ao arro- perdas de arrecadação, ele propõe a criação de
cho fiscal continuado? Na década de 90, por dois IVAs (Imposto sobre o Valor Agregado): um
exemplo, grandes empresas que podiam contra- federal e outro estadual.
tar bons advogados tributaristas, ganharam nos O atual e elevado nível de carga tributária
tribunais o direito de se ressarcir de alguns tri- (37,8% do PIB) deve crescer ainda mais para o se-
butos pagos a mais ou indevidamente. Outras, tor produtivo, em 2007 e 2008, quando o Simples
de menor porte, tiveram de optar entre fechar Nacional estiver totalmente implantado, e com as
ou sonegar. empresas excluídas dele, que passarão para ou-
O tema foi abordado pelo jornal “O Estado tros regimes de apuração e recolhimento de im-
de S. Paulo”, em sua edição do dia 9 de setem- postos, taxas e contribuições.
“
bro passado, no caderno de economia e negó- Deixar de pagar imposto sobre 60% das ven-
cios. O título “Sonegação das, caso do comércio varejista, de São Pau-
O governo é já empata com a carga tri- lo, já não é sonegar. É desobediência civil. Is-
butária” diz tudo. so acontece no Estado mais rico do País. E a
assim: dá esmolas Projeção feita pelo pro- situação vai piorar com a aprovação da CPMF,
numa via e arrecada fessor de finanças públi- que atinge a todos, e de maneira cumulativa.
cas da USP, André Franco Um contra-senso!
doações forçadas Montoro Filho, citada na Governo e empresários precisam entender-se me-
noutra reportagem, mostra que, lhor, com franqueza e rapidez, sobre esse tema.