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http://www.opovo.com.br/opovo/economia/871251.html
Para que as soluções sejam sustentáveis, não basta atacar os efeitos. É forçoso
refletir sobre as causas que têm contribuído para abalar a confiança, não apenas
no sistema financeiro mundial, mas nas instituições políticas, econômicas e
sociais que moldam a vida na Terra. É provável que essa reflexão nos faça
constatar que o cerne da questão está nos valores e princípios subjacentes nas
nossas atitudes e nas atividades das organizações e instituições das quais
participamos. Dee Hock, fundador e CEO emérito da VISA, em seu livro “O
Nascimento da Era Caórdica”, no qual aborda conceitos relacionados à visão
complexa de mundo, afirma: “estamos num ponto do tempo em que uma era de
quatrocentos anos está morrendo e outra está lutando para nascer - uma
mudança de cultura, ciência, sociedade e instituições muito maior do que
Mas, ao mesmo tempo em que me alinho com o pensamento de Dee Hock, quero
abordar aspectos da confiança mais diretamente relacionados ao nosso cotidiano
e ao mundo corporativo e econômico.
Sabemos que somos movidos por interesses e que sobreviver é difícil, como bem
demonstra a pergunta da personagem Alma Boa em A Peça, de Bertolt Brecht:
“como eu posso ser bom se tenho que pagar o aluguel”?
Pode parecer maniqueísmo, mas será que nossa tolerância contumaz com
aqueles que, justificados por interesses legitimados socialmente e pela
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necessidade de sobreviver, “vendem, mas não entregam”, não estaria nos
conduzindo a um sistema hipócrita que erode a confiança ao ponto de
comprometer o próprio funcionamento do sistema?
Assim caminha e aprende a humanidade. A todos nós, cabe refletir sobre a nossa
parcela de responsabilidade na solução dessa crise, o que impõe reavaliar nossos
valores e nossas atitudes, como consumidores, cidadãos, profissionais e líderes.