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Revisão de anatomia, histologia e fisiologia Os movimentos para cima, para baixo, para um lado e para o outro

de um olho só, denominam-se movimentos de dução.


oculares: Os movimentos em ambos os olhos chamam-se versão.

Componentes do seio camerular: Síndrome de Claude-Bernard: Tumor de ápice pulmonar que lesa
• Conjuntiva bulbar e Córnea (não é vascularizada, o que os gânglios simpáticos cervicais. Ver de perto é uma forma de
permite a passagem de luz) avaliar as conexões do olho com o córtex.
• Câmara anterior
• Canal de Schlemm (o humor aquoso chega a esse canal e é Mácula: Região avascular, central e que possui 10 camadas, cujas
drenado pelos vasos ciliares) mais importantes são:
• Íris, Pupila, Corpo Ciliar, Músculo Ciliar e Processos ciliares • Camada de células fotoreceptores
(Úvea em conjunto) • Camada de células bipolares
• Lente ou Cristalino • Camada de células ganglionares
• Vítreo (Câmara posterior)
• Retina, Coróide e Esclera (Esporão escleral, Bisel escleral e Cones e bastonetes:
Goteira escleral) • Determinam a forma, cor e localização espacial e dimensional.
• Nervo Óptico • São estruturas das células fotoreceptoras, que se origina do
• Membrana de Descemet neuroectoderma
• Nosso olho é invertido, portanto a luz vai até o fundo, excita,
Segmento ocular anterior: Córnea, esclera, íris, câmara anterior e volta e depois vai outra vez.
face anterior do cristalino: • Para que possamos ter visão, nada pode estar na frente do
• A córnea é composta por 5 camadas: epitélio, balma e estroma. cone. A luz deve chegar até o cone e excitá-lo.
• A lesão só do epitélio, como úlcera do epitélio, regenera (se • A mácula praticamente não tem vasos, só cones.
deve ocluir o olho).
• A lesão que atinge balma cicatriza, deixando marca branca Características da lágrima: A lágrima é o melhor colírio que existe.
(nubécula). • Lubrifica e promove bacteriostase
• A lesão a partir do estroma forma mancha branca (leucoma). • O aparelho lacrimal normalmente é secretor, mas se torna
excretor quando há muita secreção.
Trato uveal: • A ceratoconjuntivite seca (ausência de lacrimação - olho seco)
• Íris: Abertura e fechamento da pupila ocorre na artrite reumatóide, nas medicações sistêmicas e na
• Corpo Ciliar: Produção do humor aquoso e acomodação síndrome de Steven-Johnson.
(quando contrai, ele relaxa a zônula e isso deixa o cristalino • Quando for examinar o aparelho lacrimal, pedir para paciente
ficar gordo e acomodado) olhar para cima e para baixo, puxar as pálpebras, e apertar o
• Trato Uveal: Íris, Corpo Ciliar e Coróide olho com as pálpebras fechadas, para se verificar o
lacrimejamento.
• Coróide: Se compõe de 3 camadas (cório capilar, médios vasos
• Quando a criança tem lacrimejamento, deve-se pensar em
e grandes vasos). A coróide esfria o olho e a luz provoca calor
obstrução congênita do canal nasolacrimal ou glaucoma
na mesma, traumatizando-a. Ela também nutre a retina, a
congênito se o lacrimejamento for acompanhado de fotofobia.
mácula é nutrida só pela camada do cório capilar.
Atenção: Jamais prescrever anestésico tópico e jamais prescrever
Segmento ocular posterior: Face posterior do cristalino, vítreo e
esteróides tópicos quando não se tem certeza da doença. Um efeito
resto da esclera.
colateral do cortisol tópico seria a facilitação para a penetração do
herpes-vírus.
Túnicas vasculares do olho:
Os vasos conjuntivais tortuosos são apenas vasos superficiais.
1) Coróide: Rica em vasos e em melanócitos. Os vasos e nervos
que chegam ao olho entram por esta estrutura.
Conjuntivites:
2) Corpo Ciliar: Composto de músculo ciliar (importante para a
secreção do humor e promove acomodação, para ler e
Quadro clínico geral:
escrever, por exemplo) e de estroma (rica em capilares que
secretam o humor aquoso) • Inflamação (intensa hiperemia, edema e secreção na
3) Íris: Músculo dilatador e constrictor da pupila (esfíncter da conjuntiva)
pupila) • Sensação de corpo estranho ocular
• Embaçamento visual que melhora com o piscar
Músculos intrínsecos do olho:
• Dilatador: Controlado pelo simpático, realiza midríase Quadro clínico segundo a causa:
• Esfincter da pupila: Controlado pelo parassimpático, realiza
miose (dar foco, convergência e acomodar o olho) Bacteriana:
• Ciliar • É aguda se dura até 4 semanas e crônica se dura mais tempo
• Causada por S. aureus, Diplococcus pneumoniae, H.
Músculos extrínsecos do olho: Influenzae e N. gonorrhoeae.
• Musculatura palpebral (m. orbicular [VII NC] e m. elevador da • Conjuntivite com muco e pus por 9 a 12 dias
pálpebra [III NC]) • Pus, edema palpebral e linfoadenopatia pré-auricular na
• Movimentos oculares (reto superior, reto medial, reto inferior infecção por Neisseria.
e pequeno oblíquo [III NC], grande oblíquo [IV NC] e reto • Pode complicar com infiltrados corneanos periféricos,
lateral [VI NC]). flictênulas e blefarite eczematosa na infecção por Stafilococos.
• Pode complicar com ulceração e perfuração corneanas na
Fóvea é o ponto central da visão. Sempre que se quer ver alguma infecção por Neisseria.
coisa, deve-se dirigir a fóvea na sua direção.
• Se trata com colírios antibióticos de largo espectro 4 vezes por • Conjuntivite atópica (semelhante à conjuntivite vernal, mas
dia, aminoglicosídeos (infecção por Pseudomonas e Proteus) e está associada a dermatite atópica, surge na fase adulta e
penincilina G procaína ou ampicilina ou amoxacilina costuma formar cicatrizes conjuntivais e simbléfaron)
sistêmicas (infecção por Neisseria). • Blerafoconjuntivite atópica de contato (alergia tardia a
medicamentos usados nos olhos ou pálpebras, cursa com
Viral: hiperemia ocular, discreta hipertrofia papilar e a pele em torno
• Início abrupto e dura até 15 dias da pálpebra hiperêmica, edemaciada e descamativa)
• Causada por adenovírus tipos 3 (febre faringoconjutival, • Reação blefaroconjuntival anafilactóide (cursa com edema
transmitida por contato em piscinas infectadas) e 8 ocular, urticária palpebral, hiperemia e quemose das
(ceratoconjuntivte epidêmica, transmitida por má higiene dos conjuntivas de início abrupto e duração efêmera por exposição
instrumentos oftalmológicos), picornavírus, paramixovírus e a penincilina, bacitracina, sulfacetamida e anestésicos tópicos)
Molluscum contasgiosum. • Conjuntivite irritativa medicamentosa (cursa com sensação de
• Hipertrofia folicular, mais acentuada na pálpebra interior; corpo estranho, lacrimejamento, hiperemia conjuntival,
linfadenopatia pré-auricular; lacrimejamento e sensação de moderada hipertrafia papilar, secreção mucopurulenta e
corpo estranho ceratopatia grosseira e difusa associado ao uso prolongado de
• Pode-se apresentar por febre faringoconjutival (febre, faringite medicações oculares)
e conjuntivite) e ceratoconjuntivte epidêmica (febre, faringite, • Se trata com retirada da agente desencadeador, compressas
conjuntite e ceratite puntiforme difusa com elevações focais de geladas, vasoconstrictores e colírios de corticóides ou
epitélio, que turvam a visão) cromoglicado sódico a 4% 4 vezes ao dia.
• Pode complicar com pseudomembrana de fibrina nas
pálpebras Nas hemorragias subconjuntivais (processo abaixo da conjuntiva),
• Hemorragia subconjuntival, ceratite puntiforme e pensar em discrasia sangüinea ou ruptura de vaso (pouca
linfoadenopatia pré-auricular na infecção por picornavírus gravidade). No corpo estranho, há um pincel de vasos sobre a
• Linfoadenopatia pré-auricular após manuseio de aves na conjuntiva, envolvendo o corpo estranho.
infecção por paramixovírus
Quaisquer conjuntivites que não melhoram em 4 a 5 dias, deve-se
• Pequenos nódulos umbilicados e peroláceos nos cílios na
encaminhar para o especialista.
infecção por Molluscum contasgiosum
• Se trata com compressas de água gelada, lágrimas artificiais, Ceratites: Cursam com dor, fotofobia, diplopia e hiperemia dos
esteróides tópicos se hover acometimento visual e crioterapia e vasos ciliares:
excisão das lesões na infecção por Molluscum contasgiosum.
Infecção ocular herpética primária:
Clamidiana: • Conjuntivites folicular aguda ou pseudomembranosa,
• Tracoma: Conjuntivite folicular crônica, mais acentuada na unilateral geralmente, linfonodomegalia pré-auricular, erupção
pálpebra superior; folículos límbicos e panus de 2 mm na vesiculosa palpebral (75%)
porção superior da córnea agudamente e cicatrização • Pode-se confundir com infecções por adenovírus e responde a
progressiva; levando a ulceração, opcificação e depressões ou
antivirais
fossetas de Herbert da córnea cronicamente, que leva a
cegueira
Ceratite dentrítica e amebóide (secundária e ocorre em 5% dos
• Conjuntivite de inclusão: Conjuntivite folicular crônica, mais pacientes):
acentuada na pálpebra inferior; muco, pus e linfoadenopatia • Úlceras ramificadas com bordas edemaciadas e protusas,
pré-auricular
cicatrizes permanentes três semanas após
• O período de incubação é de 4 a 12 dias e pode complicar com
• Se trata por desbridamento da lesão, idoxuridina a 0,1%,
infiltrados na córnea e panus de 2 mm na córnea e
lágrimas artificiais e eliminar medicações tópicas tóxicas
pseudomembranas na criança.
• Causada por Clamidia trachomatis, é transmitida por contato Ceratite disciforme (secundária):
direto ou indireto do olho com secreções genitais infectadas e • Edema focal do estroma em forma de disco, sensação de corpo
se trata com sulfas, tetraciclinas e eritromicina sistêmicas
estranho, lacrimejamento, diminuição da acuidade visual e dor
(250mg, quatro vezes por dia por 3 semanas).
na testa e decréscimo de sensibilidade
• Se trata com colírios de esteróides e lágrima artificial
Alérgica:
• Prurido ocular é a manisfestação comum a estas doenças. • Ceratite intresticial necrotizante é uma forma mais grave de
ceratite disciforme.
• Conjuntivite alérgica sazonal ou perene (alergia ao pólem
liberado na primavera ou no ano todo; cursa com alergia no
Herpes zoster oftálmico:
nariz e garganta, discretas hiperemia e edema conjuntival e
• Vesículas no lada da ponta do nariz, (cefaléia, mal-estar,
pequena hipertrofia papilar)
hiperestesia cutânea e hiperemia dos dermátomos que
• Conjuntivite vernal (cursa com conjuntivite bilateral, intensa
envolvem os olhos prodomicamente), úlceras na córnea,
fotofobia, sensação de corpo estranho no olho e vegetações
decréscimo de sensibilidade
poligonais salientes e achatadas de papilas hipertrofiadas com
• Pode complicar com ceratites disciforme e intersticial,
ceretite úlceras no tarso superior na forma tarsal e hipertrofia
papilar perilímbica geletiforme na forma límbica. Ambas são esclerite, paralisia dos músculos extra-oculares, uveíte anterior
mais comuns no gênero masculino, infância e climas quentes e e posterior, neurite óptica e síndrome de Horner.
secos) • Se trata com aciclovir, agentes ciclopédicos e colírios de
• Conjuntivite papilar gigante (conjutivite crônica e não-sazonal esteróides (no risco de cegueira)
e irritação ocular com hipertrofia papilar gigante no tarso
superior, produção aumentada de muco e associada a uso de Ceratite bacteriana:
material estranho que toque nas pálpebras) • Hipópio com infiltrados corneanos coalescentes e úlceras
• Freqüentemente precedido por trauma
• Se trata com antibióticos tópicos concertrados e se muda localizado na pálpebra superior. Sempre há hemorragia
depois se resultados da cultura da secreção corneana requerer conjuntival.
• Na queimadura de globo ocular, deve-se lavar imediata e
Ceratite amebiana: abundantemente.
• Associada ao preparo de soluções salinas caseiras para lentes • Sempre pedir RX de crânio para investigar fraturas da órbita.
de contato Na fratura do canal óptico, este não cai no quadrante ínfero-
• Úlcera indolente e resistente à tratamento temporal da órbita (posição de Hartmann; divisão imaginária
• Dor intensa e desproporcional à inflamação da órbita em 4 quadrantes).
• Se faz cultura do raspado e se trata com colírios de neomicina • Pode complicar com proliferação fibrocelular, descolamento
propamidina e clotrimazol da retina, membranas pupilares, endoftalmite e toxicidade do
corpo estranho nos traumas penetrantes e luxação do crstalino,
Ceratite fúngica: hemorragia vítrea, avulsão da base vítrea, roturas ou buracos
• Precedida por trauma com material vegetal retinianos e descolamento da retina nos traumas contusos.
• Fusaruim, Aspergilus e Penincilum são os mais comuns • Se evita descolamento da retina por vitrectomia pars plana
entre 14 e 21 após acidente.
• Se trata com anfotericina B e transplante de córnea
Obstrução do Ducto Nasolacrimal (a relação do olho com a
Ceratite intersticial:
garganta):
• Dor, lacrimejamento, fotofobia, blafarospasmo, edema do
• Pode ser alteração congênita ou pós-trauma (o mais comum)
estroma e vascularização profunda e opacificações profundas
• Antibiótico em caso de infecção do ducto
do estroma, vasos fantasmas e afilamento corneano
cronicamente • Se deve massagear o saco lacrimal diariamente.
• Causado comumente por sífilis e tuberculose e se trata com • Irrigação ou sonda se a condição for crônica
colírios de esteróides e cicloplégicos • Correção cirúrgica
• Outras causas são herpes simplex, varicella-zoster, sarampo,
linfogranuloma venéreo, tripanossomíase, hanseníase e Anamnese ocular:
doenças do colágeno
Na identificação, é importante saber se o paciente é trabalhador
Abrasão da córnea tem, como objetivo, promover a reepitalização. rural (micoses corneanas), possui contato com animais domésticos
Também se deve comprimir para imobilizar a pálpebra. Não (toxoplasmose e toxocaríase).
piscando, o paciente obtém alívio. Quando o paciente entra no consultório, deve-se comparar cada
olho comj o outro e a visão de cada olho com o outro. Sempre
Tersol ou hordéolo é uma inflamação de pequenas glândulas avaliar reflexo foto-motor. Pode-se ver se existe alguma alteração
existentes nos cílios e que surge agudamente. Já o calásio é uma grosseira (desvios oculares, malformações, opacificações dos
inflamação semelhante, porém, não tão dolorosa como o tersol e de meios oculares, hiperemias oculares intensas, alterações palpabrais)
início insidioso. Se trata com compressas mornas agudamente para e se o paciente consegue ver o suficiente para se locomover
promover drenagem e indicar oftalmologista se o processo se tornar sozinho.
crônico. Na dor ocular, deve-se saber se é aguda ou crônica; intermitente,
periódica ou constante; localizada ou com irradiação, solitária ou
Blefarite: acompanhada, precedida ou antecedida de outros sintomas; quando
• Inflamação crônica das margens palpebrais ocorre e o que desencadeia.
Na diminuição de de acuidade visual, deve-se saber se é uni ou
• Causada por dematite seborrêica (escamas duras, quebradiças
bilateral; aguda ou progressiva; passageira ou definitiva; solitária
e fibrosas que rodeiam os cílios) ou por estafilococos (infecção
ou acompanhada, localizada no centro ou na periferia do campo
dos folículos dos cílios e das glândulas associadas de Zeiss e
visual; homônima ou em quadrante e para longe ou para perto.
Moll)
No desvio ocular, deve-se saber quando e como surgiram os sinais
• Sensação de queimação e irritação, mais de dia e sintomas e qual a evolução destes (tratamento e prognóstico
• Se trata com compressas mornas e limpeza diária com xâmpu variam amplamente de acordo com estes).
não-irritante e pomada antibiótica de 2 a 3 vezes por semana Outros sintomas comuns que o paciente apresenta são cefaléias,
em casos crônicos. sensação de queimação ou prurido palpebrais, nistagmo, torcicolo e
anomalias palpebrais, no sistema lacrimal, na órbita, cílios,
Celulite orbitária: supercílios, pupilas, córnea e na conjuntiva.
• Dor orbitária, febre, náuseas, vômitos, edema palpebral Dor localizada e aguda e que se intensifica por movimentar olho
inflamatório, hiperemia conjuntival com quemose, e/ou pálpebra indica corpo estranho ou escoriação corneana.
oftalmoplegia, palpação de flutuação e paplite A cefaléia por problemas oculares é discreta, ocorre no final da
• Causada por fraturas cominutivas da órbita, corpos estranhos jornada de trabalho e melhora com algumas horas de repouso ou
orbitários e sinusite sono.
• Exografia e TC podem ajudar na diagnose Uso de corticóides pode causar hipertensão ocular e agrava herpes
• Se trata com ampicilina, aminoglicosídeos e esteróides simplex e micoses, anovulatórios pode causar fenômenos
sistêmicos tromboembólicos, anoréxicos diminuem a acomodação, alguns
antiarrítmicos pigmentam a córnea, sais de prata pigmentam a
Trauma ocular: conjuntiva e a córnea, anticoagulantes causam fenômenos
• Mais comum em pacientes jovens do gênero masculino hemorrágicos, miambutol causa neuropatia óptica, beladona causa
hipertensão ocular e diminui acomodação e ergotamina causa
• O acometimento do segmento posterior determina pior
hipertensão ocular.
prognóstico Deve-se perguntar o tempo de gestação e tipo de parto, pois
• No exame físico neste caso, deve-se avaliar o estado atual da traumatismo no parto pode causar estrabismo convergente ou
visão, comparar as pupilas dos dois olhos e dobrar a pálpebra nistagmo, se paciente apresentou na infância diabetes, hipertensão,
sobre a dedo do examinador para procurar corpo estranho neoplasias oculares, acidentes na infância e no presente, reações
medicamentosas e condições emocionais.
Deve-se perguntar se há antecedentes familiares de diabetes, o Exotropia
hipertensão, glaucoma, catarata, estrabismo, outras desrodens o Hipertropia
oftalmológicas e anomalias ligada ao sexo (cegueira para cores, o Nistagmo
neurites ópticas, doenças de Leber e doenças em filhos homens o Paralisia dos músculos retos
cujas mães não apresentam). o Síndrome de Duane e de Brown
o Divergência vertical dissociada
Condições que causam olho vermelho (cursa com dor forte e
intensa, fotofobia e halo na visão): Pela palpação, pode avaliar a pressão intra-ocular, detectar
• Abrasão da córnea enfizema palpabral por rotura traumática do etmóide e exoftalmia
• Esclerite pulsátil e a ausculta pode detectar uma fístula corotídeo-cavernosa
• Hordéolo na exoftalmia pulsátil.
• Conjuntivites
Biomicroscopia: através de lâmpada de fenda com iluminação
No exame do olho vermelho, sempre se examina a face, órbita, direta e indireta, se estuda:
estruturas extra-oculares e os movimentos oculares. • Córnea (edema, filamentos, vesículas ou bolhas, erosões ou
ulcerações, vascularização ou pannus, infiltração, feridas
Inspeção com luz natural, laterna, lupa ou lentes condensadoras: penetrantes, corpos estranhos e distrofia epitelial)
• Pálpebras: • Cicatriz opaca na lesão da membrana de Bowman,
o Lagoftalmia (pálpebras que não se fecham) normalmente invisível
o Entrópio (pálpebra virada para dentro) • Estroma (infiltração, opacidades e vascularização)
o Ectrópio (pálpebra virada para fora) • Membrana de Descemet (dobras, roturas e pigmentos)
o Triquíase (cílios virados para dentro) • Endotélio (córnea guttata e precipitados ceráticos)
o Tersol ou hordéolo (fase aguda de inflamação das glândulas do • Câmara anterior (hifema, hipópio, humor aquoso celular,
cílios) “flare” e humor aquoso pigmentário)
o Calázio (fase crônica de inflamação das glândulas do cílios) • Íris (edema, despigmentação, nódulos, neovascularização,
o Ptose (queda da pálpebra) sinéquias anterior e posterior, seclusão e oclusão pupilar, áreas
o Fenda palpebral atróficas e coloboma)
o Tumorações • Cristalino (coloboma, lenticone, catarata, ectopia lentis)
• Conjuntivas: • Pupila (persistência da membrana pupílar, sinéquias, seclusão
o Conjuntivites e oclusão pupilar)
o Xerose • Vítreo (persistência da artéria haplóide e/ou do vítreo primário
o Pterígeo (membrana de conjuntiva e tecido fibrovacular hiperplásico, nódulos de Mittendorf, retinopatia da
[pápula amarela] que avança sobre a córnea) prematuridade e descolamento do vítreo)
o Pinguécula (membrana de conjuntiva e tecido fibrovacular • Disco óptico (coloboma, fosseta, fibras de mielina, membrana
[pápula amarela] que não avança sobre a córnea) epipapilar, pseudoneurite, papiledema, papilite e tumores)
o Se trata os pterígeos e pinguéculas com vasoconstrictores • Retina (edema cistóide, cistos e buracos, retinocoroidopatia
tópicos, lagrimas artificiais e excisão quando começa a serosa central, degenerações e distrofias na pars plana e
atrapalhar a visão. degenerações cistóide, em paliçada e em pegada de lesma,
o Tumores retinoquise e perfuração na ora serrata)
• Esclera:
o Episclerite É fundamental que haja exame no berçário para investigar catarata
o Esclerite congênita.
o Estafiloma
o Cor azulada (osteogênese imperfecta) Ametropias:
• Córnea:
o Úlceras O foco da visão ou acuidade visual é feito por três mecanismos de
o Leucoma (mancha branca na córnea) acomodação, que são: convergência, convexidade do cristalino
maior e miose da pupila. A convergência é medida pela dioptria
o Megalo e micro córnea
(determinada pelo formato e capacidade de se contrair da córnea e
o Ceratocone do cristalino, e é inversamenrte proporcional à distância). Para cada
o Teste de Hirschberg 1 mm, tem-se 3 graus de dioptria.
• Câmara anterior:
o Profundidade da câmara Acuidade visual: AV=1/  o u ângulo visual é menor distância
o Hifema (sangue na câmera anterior) entre dois pontos no qual ainda são percebidos como dois pontos, a
o Hipópion (pus – líquido amarelo- na câmera anterior) uma dada distância do observador. Sempre deve comparar os dois
• Pupila e íris: olhos, um com o outro.
o Heterocromia
o Coloboma da íris A acomodação é, para facilitar a compreensão, determinada apenas
o Aniridia convergência, um fenômeno ativo.
o Corectopia As crianças terminam de desenvolver sua visão dos 5 aos 7 anos.
Depois disso, o desenvolvimento da visão não se completa mais. A
o Leucocoria
criança com 2 anos, apresenta só 30% da visão.
o Anisocoria
o Sinécquias posteiores e anteriores Miopia:
• Cristalino: • O foco se forma antes da retina, precisa-se aproximar o objeto
o Catarata (opacidade do cristalino) do olho para haver imagem nítida.
• Movimentos oculares:
o Esotropia
• O defeito é excentricidade diferente da córnea ou do cristalino Estrabismos:
(miopia índice) no eixo axial ântero-posterior ou globo ocular
maior. Erros no sistema de controle posicional dos olhos, que geram
• O míope converge pouco porque acomoda pouco. A miose faz desvios oculares ao ponto de fixação. Podem ser compensados por
com que o míope enxergue melhor. meio de um mecanismo suplementar de reajustamento direcional
• Possui um estrabismo funcional mas não é esteticamente dos eixos visuais (mecanismo visual binocular), resultando em
aparente. heteroforia (desvio latente) ou heterotropia (estrabismo ou desvio
patente). O erro pode estar no mecanismo sensorial (fusional,
• Há alterações no exame do fundo de olho progressivas na
dependente das vias aferentes e áreas de processamento e
miopia.
integração das informações visuais) ou no oculomotor (dependente
• Crianças com glaucoma congênito pós-cirurgia podem evoluir de centros de comando e de raízes neurais eferentes).
com miopia. O estrabismo latente aparece quando há cobertura de um dos olhos,
• Deve-se usar lentes divergentes ou negativas. quando há perda do ponto de fixação. Se há ptose e oftalmoplegia,
haverá desvio do olhar para fora. Outras causas de estrabismo são
Hipermetropia: lesão do 3º par craniano (pesquisar reflexo fotomotor), AVC (não
• O foco se forma depois da retina, precisa-se afastar o objeto do há reflexo, pupila móvel) e diabetes mellitus (pupila reage à luz).
olho para haver imagem nítida.
• O defeito é excentricidade diferente da córnea ou do cristalino Ambliopia é o não-desenvolvimento das conexões e das
no eixo axial ântero-posterior ou globo ocular menor, as competências neuronais por supressão precoce e contínua de um
pessoas nascem hipermétropes e seus olhos se miopizam mesmo olho. Cursa com má qualidade da discriminação de formas.
conforme a idade). Ocorre nos estrabismos monoculares, anisometropias (anisomiopia,
• Deve-se usar lentes convergentes ou positivas. ansoastigmatismo e anisohipermetropias), altas ametropias e
opacificações dos meios transparentes (catarata congênita,
Presbiopia: leucomas, hemamgiomas oculares ou palpebrais).
• Perda da capacidade de acomodar os objetos para perto por Endoforia e endotropia é desvio para o lado nasal, exoforia e
endurecimento do cristalino (sua elasticidade diminui) ou exotropia é desvio para o lado temporal, hiperforia e hipertropia
menor contração do músculo ciliar. Isto resulta na falta do para umolho mais elevado, hipoforia e hipotropia para um olho
processo de acomodação necessário à correção da mais abaixado. O estádio compensado (fórico) se alterma com o
hipermetropia fisiológica. estádio fixo (tropia) comumente.
• Deve-se usar lentes convergentes ou positivas. Deve caracterizar em qual olho ocorre o estrabismo, se alterna e se
é permante ou transitório. Também deve-se perguntar a idade que
se inicia o estrabismo. Também pode ser causadas por
Astigmatismo:
córiorretinites, neurites ópticas, acidentes vasculares e
• Os meridianos da córnea não são uniformes em sua curvatura
degenerações neurais, traumas cranioencefálicos. Testes de
em 90% dos pacientes, mas esta não uniformidade também acuidade visual, oftalmoscopia, retinoscopia e fixação (ausência de
pode ocorrer no cristalino. fixação indica lesão de vias aferentes – coriorretinites e neurites
• A imagem se forma antes da retina e esta é linear, em vez de ópticas- ou dos centros de comando ou vias oculomototras –
ser pontual. nistagmo; fixação com ângulo de desvio grande, fixação que não se
• De acordo com o eixo não-uniforme, causa sintomas como mantém quando se descobre o outro olho e fixação que se mantém
visão borrada e cefaléia. Maiores sintomas são relatados nos quando o outro olho é descobreto – estrabismo alternante).
defeitos dos eixos oblíquo e vertical. O reconhecimento do desvio se faz por cobrir um olho e ver se o
outro consegue fixar ou não e se este continua ou não a fixar ou se
Astenobia: agora consegue fixar ou não quando se descobre. Outros dados que
• Excesso de acomodação causa fadiga do músculo ciliar, devem ser obtidos são: qual olho fixa melhor, como os olhos fixam
havendo incompetência do cristalino, liberando-o e “abrindo- quando olham para longe e para perto, quando olham para cima,
o”. baixo, esquerda e direita (posições cardeais), nas posições
• Ler, estudar, ficar na frente do computador e etc. por longos dianósticas dos desvios, com ou sem correção óptica e em
períodos causa excesso de acomodação. diferentes épocas. Os desvios devem ser quantificados. Deve-se
• Cursa com cefaléia e cansaço à leitura. procurar alguma posição viciosa de cabeça, cuja posição indica o
inverso do desvio ocular. Ao se segurar o olho com uma pinça pode
Ectopia do Cristalino: testar a contra-resistência dos músculos oculares, para se
• Geralmente associado à hemocistinúria e síndromes de Marfan diferenciar paresias ou paralisias de restrições aos movimentos.
e de Weil-Marchesani
Tratamento dos estrabismos:
• Por o cristalino ser muito esférico, os raios luminosos logo
• Correção óptica com lentes e prismas
convergem e há excesso de convergência.
• Cursa com altíssimo grau de miopia, por raio luminoso parar • Oclusões e exercícios oculares
muito à frente da retina. • Iodeto de fosfolina na esotropia, atropina na exotropia e toxina
botulínica na ausência de contraturas, restrições mecânicas e
Outras causas de transtornos na refração são diabetes mellitus (o associações de desvios
índice de refração do cristalino se altera por se formar vacúolos no • Cirurgias
cristalino, que também podem levar à opacificação [catarata]),
edema de córnea e uso excessivo de lentes de contato, pois cada Uveítes: Inflamação do trato uveal:
estrutura (humor aquoso, lágrimas e córnea) possui seu próprio
índice de refração e modificam o ponto de convergência dos raios A contração da íris é dolorosa. Um indivíduo que leva uma bolada
na mácula. e afeta o trato uveal irá, então, apresentar olho vermelho, fotofobia,
reação de câmara anterior, precipitados ceráticos (trauma da íris).
A cirurgia refrativa pode curar alguns casos de miopia, Pode se localizada ou difusa (panuveíte – envolvimento de todo o
hipermetropia e astigmatismo, mas possui suas indicações (no trato uveal). A uveíte em atividade cursa com exsudato, vazamento,
astigmatismo, a cirurgia é na periferia da córnea). edema, hemorragia e edema e a uveíte inativa cursa com cicatriz
plana e pigmentada.
• Febre, rash cutâneo, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia,
Quadro clínico geral das uveítes: pericardite, pleurite e artrite simétrica de várias pequenas
• Dor, fotofobia, lacrimejamento, congestão e ptose articulações ou de poucas grandes articulações.
• Vasos hiperemiados e são mais retilíneos • Uveíte bilateral, crônica e com precipitados ceráticos finos e
• Precipitado cerático na córnea com poucas células e sinéquias posteriores e sem dor e
• Inflamação da conjuntiva e do humor aquoso hipermia ciliar (uveíte fria).
• Retinite (inflamação por estar na adjacência da úvea) • Elevação do fator anti-nuclear, HLA-DR5, -DRW6 e –DRW8
• Falta de reação da pupila à luz indicam artrite reumatóide juvenil.
• Miose, dor, vermelhidão e lacrimejamento indicam uveíte • Pode complicar com glaucoma e catarata secundários e
hipertensiva ceratopatia em faixa.
• Se trata com midriáticos e se evita corticóides.
Exames complementares para se descobrir a causa da uveíte: • Psoríase, retocolite ulcerativa e doença de Crohn podem
• Exame de campo visual (biomicroscopia [reação de câmara cursam com uveítes.
anterior])
• Fundo de olho (mapeamento da retina) Ciclite heterocrômica de Fuchs:
• Ultrassom (melhor exame para substituir o fundo de olho, se • Uveíte bilateral, crônica e com precipitados brancos, médios,
se pode fazer o fundo de olho, é desnecessário)(procura avaliar redondos ou estrelares em todo o endotélio corneano e sem dor
a existência de deslocamento da retina). Se usa em idosos com e hiperemia. Atrofia do mesoderma iriano, apagendo os
catarata e vitreíte importante. relevos irianos, heretocromia e atrofia do epitélio pigmentado
da íris em “roído de traça”.
• PEV (Potencial evocado visual): Estuda mais o trato visual
• Pode complicar com catarata subcapsular e glaucoma de seio
• Eletrorretinograma (ERG)
aberto.
• Medição da pressão ocular
• Se trata com controle do glaucoma e cirurgia da catarata, se
• Prova de função reumática houverem, e se evitar usar midriáticos e corticóides
• Dosagem de ECA, cálcio e proteína C reativa
• Acuidade visual (c/ correção e s/ correção) Sarcoidose:
• Acomete mais mulheres negras de 20 a 50 anos.
Causas de uveítes anteriores (inflamação da íris e corpociliar • Xeroftalmia, nódulos vascularizados no estroma da íris,
[iridociclites] com aspecto fundoscópico normal): iridociclite granulomatosa (precipitados ceráticos “mutton-
fat”), sinéquias posteriores e goniossinéquias. Pode haver
A principal causa da uveíte anterior é idiopática. Artrite psoriática, vitreíte que se assemelha a uveíte intermediária, com
trauma, sífilis, herpes, BK são outras causas. opacidades tipo “snow balls” e “snow banking” e
coriorretinites ou vasculites, com embainhamentos vasculeres
Espondilite anquilosante: e nódulos perivasculasres (“candle wax drippings”).
• Acomete mais homens brancos de 15 a 35 anos. • Raio X torácico ou RM (adenopatia hilar bilateral),
• Dor lombar baixa, matinal e que melhora com a hipercalciúria, biópsia de conjuntiva ou glândula lacrimal,
movimentação. aumento de ECA e hipercaptação pulmonar, órbitas e
• Iridociclite unilateral (alternando nos olhos), dor e hiperemia glândulas salivares de gálio indicam sarcoidose.
ciliar (uveíte quente) e precipitados ceráticos finos e com • Pode complicar com glaucoma.
muitas células, fibrina, sinéquias posteriores e hipópio às • Se trata com corticóides.
vezes; ocorre até anos antes do resto do quadro.
• Raio X da articulação sacro-ilíaca (irregularidade da interlinha Tratamento geral da uveíte Anterior:
articular, aumento da densidade óssea e anquilose) e aumento • Nas formas leves: Corticóide tópico (1 gota 4/4h)
do HLA-B27 indicam espondilite anquilosante. • Nas formas graves, prednisona.
• Pode complicar com retificação da lordose lombar e limitação • Anti-hipertensivo ocular (timolol)
dos movimentos da coluna vertebral a longo prazo. • Midriático: Atropina 1% de 8/8 h.
• Se trata o quadro ocular com colírios de midriáticos,
cicloplégicos, corticóides ou depósitos subtenonianos de Complicações da uveíte anterior na ausência de tratamento:
corticóides. • Sinéquia posterior (íris se cola no cristalino)
• Glaucoma pela sinéquia posterior
Síndrome de Reiter:
• Catarata
• Uretrite não-gonocócica, cistite, prostatite, balanite circinada,
diarréia e artrite assimétrica recidivante dos MMII três
Uveítes intermadiárias (inflamação entre a membrana hialóide
semanas após os sintomas anteriores, podendo evoluir para
anterior da base do vítreo, afetando a “pars plana ciliares”, parte
tendinites e deformidades.
posterior do corpo ciliar, coróide e a retina periférica):
• Conjuntivite papilar ou folicular, com infiltrados corneanos, e
• Inflamação discreta sem dor ou hiperemia e com opacidades
iridociclite bilateral, recidivante e discreta, que se assemelha à
vítreas arredondadas e pequenas (“snow balls”), na periferia
da espondilte anquilosante.
do olho, e com placas na ora serrata e pars plana (“snow
• Aumento de HLA-27 e presença de clamídia no raspado banking”), embainhamento, dilatação, tortuosidade e
uretral indical síndrome de Reiter. exsudatos retinianos e edema de papila.
• Se trata o quadro ocular com colírios de midriáticos, • Se trata com esteróides perioculares no edema macular e
cicloplégicos, corticóides ou depósitos subtenonianos de crioterapia nos acúmos de exsudatos e neovascularização
corticóides ou sulfassalasina prolongada. retinianas.
Artrite reumatóide juvenil: A principal causa é idiopática. Pode ser causado por sífilis (assim
• Acomete mais meninas de até 16 anos. como os outros tipos de uveíte).
Causas de uveítes posteriores (comprometimento do segmento
posterior do olho [coróide - borda posterior da base do vítreo], com Cisticercose:
ou sem inflamação da câmara anterior): • Vesícula translúcida, iridescente, móvel, com movimentos
amebóides e que projeta uma formação móvel e cilíndrica no
Ao fundo de olho, observa-se foco na coróide. A inflamação do vítreo ou mancha leitosa com movimentos amebóides na
vítreo ou vitreíte é vista por reação 4 + / 4 + (baixa acuidade visual região sub-retiniana.
- não se enxerga nada em fundo de olho). Reação 1 + / 4+ é • Reação de ELISA dos antiígenos ESP3, 4 e 7 do cisticerco,
relatada como moscas volantes. reações de hemaglutinação indireta e fixação do complemento
e raio X de crânio podem indicar cisticercose.
Toxoplasmose: • Se trata com esteróides perioculares, fotocoagulação ou
• Acomete o olho na forma congênita de aparecimento tardio. vitrectomia.
• Cursa com escotomas e há foco no fundo de olho.
• Lesão ativa: focal, necrosante, branca-amarela (clara), com SIDA:
margens mal-delimitadas pelo edema retiniano e reação vítrea. • Dilatações vasculares, microaneurismas, estreitamento da
• Lesão cicatrizada: pigmentada, bem-delimitada e com halo de coluna sangüínea arteriolar e sarcoma de Kaposi nas pálpebras
hiperplasia do epitélio pigmentado da retina e destruição da e conjuntiva.
mesma e da coróide e gliose e revascularização. • Exsudatos algodonosos (superficiais, brancos-cinzas, opacos e
• As lesões ativas estão ao lado de lesões cicatrizadas, há edema com margens mal-definidas), hemorragias retinianas com ou
macular e iridociclite granulomatosa. sem área central esbranquiçada, microaneurismas,
• Anticorpos séricos antitoxoplasma presentes e ausência de telangiectasias e áreas de não-perfusão capilar.
FTA-ABS e VDRL (sífilis) e PPD e raio X torácico • Cursa com diplopia, perda do campo visual e baixa acentuada
(tuberculose) podem indicar toxoplasmose. da visão
• Se trata com ácido folínico (5mg/24Hs), pirimetamina • Se trata as infecções oportunistas.
(25mg/12Hs), sulfadiazina (1000mg/6Hs) ou clindamicina
(300mg/6Hs) ou espiramicina (250mg/6Hs) e prednisona (60 a Necrose retiniana aguda (por Herpes):
80 mg/24Hs) nas lesões da mácula, papila ou feixe • Uveíte anterior súbita, olho vermelho e visão borrada com
papilomacular. células, “flare” e precipitados brancos ou “mutton-fat” na
• Sempre pode haver recidiva por queda imune, já que o câmara anterior, que evolui em alguns dias para baixa visual
protozoário está no olho. por opacificação vítrea, vasculite retiniana trombótica, com
embainhamento e obliteração de artérias retinianas (focos
Tuberculose: brancos-amarelos na retina periférica).
• A concomitância de lesões oculares e pulmonares é rara. • Angiografia fluoresceínica pode indicar necrose retiniana
• Flictênula, ceratite intersticial, esclerite, iridociclite aguda.
granulomatosa, uveíte intermediária, coroidite miliar, • Se trata com prednisona (20 a 30 mg/dia), aciclovir IV
periflebite retiniana, retinite exsudativa, uveíte difusa e (10mg/kg/8Hs/10 a 14 dias), depois aciclovir VO (800mg/5
papilite. vezes ao dia/3 meses) ou valaciclovir ou famciclovir; ou
• PPD, pesquisa de bacilo no escarro ou outro fluidos, raio x fotocoagulação a laser ou vitrectomia.
torácico podem indicar tuberculose.
• Se trata com esquema RIP (rifanpsina [600mg/dia], isoniazida Tratamento da Uveíte Posterior:
[400mg/dia] e pirazinamida por 2 meses [2g/dia]) por 6 meses. • Tratar a causa
• Imunosupressão sistêmica
Sífilis: • Não usar medicamento tópico
• Cancro duro copnjuntival e roséolas na íris (hiperemia e
dilatação das alças vasculares) na fase primária. A inflamação da íris cursa com fotofobia, olho vermelho
• Irite papulosa e a recorrência da roséola na fase secundária. (hiperemia), visão normal, células inflamadas no humor aquoso
• Retinocoroidites difusas e confluentes, arterites, papilites e (pode haver reação de câmara anterior) e hipópion.
iridociclites na fase terciária.
• FTA-ABS e VDRL sanguíneo positivos e VDRL liquórico Inflamação do corpo ciliar é “shutdown” do corpo ciliar (pressão
negativo (afastar neuro-sífilis) indicam sífilis. ocular baixa) e hipertensão ocular.
• Se trata com penincilina G benzatina 2,4 milhões de UI IM ou
Inflamação na coróide cursa com escotoma geralmente
penincilina G procaína 0,6 milhão de UI IM/dia por 8 a 10 dias
assintomático (quando não atinge a mácula), menor acuidade visual
ou eritromicina ou tetracilina VO (500mg/6Hs/20 dias) na
(quando atinge a mácula) e ausência de resposta ao reflexo papilar.
sífilis com menos de um ano de duração. E penincilina G
benzatina 6 a 9 milhões de UI IM dividida por 3 semanas ou
Quando se vê uma cicatriz no fundo de olho, mas não se sabe a
penincilina B procaína 0,6 milhão de UI IM/dia por 15 dias ou
causa; só se diz que é coriorretinite.
eritromicina ou tetraciclina VO (500mg/6Hs/20 dias) na sífilis
com mais de um ano. E prednisona (60 a 80 mg/dia) na lesão
Causas de uveítes difusas:
do nervo óptica ou mácula.
Síndrome de Behçet:
Toxocaríase (larva migrans):
• Iridociclite aguda, hipópio, periflebite retiniana com
• Endoftalmite crônica (deslocamento da retina e
embainhamento, exsudatos moles e hemorragias.
comprometimento vítreo), granuloma do pólo posterior
(elevado, branco, isolado e com halo escuro e edema em
Achados oculares do diabetes mellitus:
torno) e granulona periférico (massa branca com uma cauda)
unilaterais e talvez com reação severa do segmento anterior.
Córnea:
• Reação de ELISA para toxocaríase e ecografia ocular, raio X e
• Estrias croneanas (linhas de Beetham) por hipotonia ocular
TC de órbita para afastar retinoblastoma indicam toxocaríase.
severa
• Se trata com esteróides perioculares.
• Erosões e úlceras de córnea, dificultando uso de lentes de maligna sempre há edema papilar. Na hipertensão arterial acelerada
contato há manchas brancas algodonosas súbitas em pacientes com
• Hipostesia corneana retinopatia hipertensiva e edema papilar. Na hipertensão arterial
• Ruptura da barreira epitelial corneana comum, há na oftalmoscopia direta estreitamentos, manchas
brancas algodoadas, hemorragias, edema papilar, descolamento de
Câmara anterior e corpo ciliar: retina.
• Glaucoma de de ângulo aberto
Classificação de Ganz dos componentes arterioloscleróticos e
• Glaucoma neovascular (associada a retinopatia hipertensivos:
proliferativa)
H1: Angiospasmos:
Cristalino: • Calibre arteríolo/venular de 1/3 em vez de 2/3 (relevar
• Catarata flocular (lesões granulosas pequenas, numerosas alterações na miopia e na hipermetropia)
e dispersas) e é mais freqüente em diabéticos de 50 a 64 • Edema retiniano que começa localizado, mas pode englobar
anos
toda a retina
• Afacia = ausência de cristalino
• Pseudofacia = introdução de um cristalino. H2: Manchas brancas algodoadas:
• Erros de refração em uma idade mais jovem do que a do resto • Exsudatos moles ou corpos citóides (manchas brancas
(opacificação cortical [tratamento cirúrgico mais precoce], algodonosas) que desaparecem se controlada a hipertensão
aumento das curvaturas anterior e posterior [miopia • Hemorragias intra-retinianas (linear/chama de
transitória] e diminuição da acomodação em jovens vela/puntiforme/micro-hemorragias/arredondadas de centro
[presbiopia prematura]) branco/mancha de Roth) e extra-retinianas
(retrorretinianas/sub-retinianas pré-retinianas/sub-hialóidea
Câmara posterior: intravítreas)
• Liqüefação do vítreo
• Atrofia óptica e palidez do disco H3: Edema de papila:
• Edema de papila • Ingurgitamento com hiperemia de papila e desaparecimento
dos pulsos venosos
Retina: • Esbatimento dos pólos, da borda nasal e finalmente da borda
• Retinopatia não-proliferativa: Microaneurismas, alterações temporal (vazamento dos capilares do disco óptico)
venosas, pequenas hemorragias e exsudatos duros, edema • Protusão e comprometimento da escavação fisiológica pelo
macular e/ou retiniano e oclusões capilares. edema
• Retinopatia pré-proliferativa: Exsudatos algodonosos e • Protusão progride para o vítreo e para a retina e depois para
estreitamento venoso irregular atrofia de retina
• Retinopatia proliferativa: Hemorragia pré-retinianas,
neovascularização, crescimento e proliferação fibrovasculares A1: Discreta arteriosclerose:
e contração do vítreo e fibrose, que faz descolar a retina. • Acentuação do brilho arteriolar e alargamento, aumento e
• Variações do fluxo sangüíneo, quebra da barreira metalização do seu brilho luminoso
hematorretiniana, extravasamento de material dos vasos e • Irregularidades na luz do vaso (reflexo luminoso e coluna
oclusão de capilares e arteríolas sanguínea estreitada) [aumentado - esclerose focal – crônico]
• Aumento da permeabilidade vascular ou [diminuído – espasmo focal – agudo]
• Ocultamento até esbatimento dos cruzamentos vasculares
Órbita:
• Mucormicose: proptose, oftalmoplegia e diminuição da A2: Arteriosclerose severa:
acuidade visual • Fio de cobre ou de prata
• Trombose orbitária, necrose orbitária, septicemia e morte; • Embainhamento
especialmente em pacientes com acidose • Deflxão de vênula em “S” ou “Z” nos cruzamentos (sinal de
Salus)
Diabetes e patologias neuro-oftalmológicas: • Exsudatos duros
• Paresia/ Paralisia dos NC III, IV ou VI (diplopia súbita): Em
pacientes com mais de 45 anos, deve-se pedir glicemia, VHS e A3: Arteriosclerose severa com manisfestações de insuficiência
PtnC reativa (DM com arterite temporal). vascular focal:
• Papilopatia diabética: Incide em jovens, há turvação súbita e • Fio de prata
discreta da visãoe se encontra edema papilar discreto com • Sinais de Bonnet (acotovelamento distal da vênula que aparece
vasos papilares tortuosos e telengectásicos no exame do fundo
dilatada na porção distal do cruzamento) e de Gunn (perda do
de olho.
reflexo venoso, esbatimento e afinamento do segmentos
• Neuropatia óptica isquêmica: Doença arterítica que incide em venosos distal e proximal) e oclusões nos cruzamentos – forma
idosos (> 60 anos) e cursa com perda súbita e severa da visão uma ponta de lápis)
de cores e amaurose fugaz. É urgência oftalmológica!
• Síndrome óculo-isquêmica O paciente sem alterações é A0H0.
• Hipoplasia do nervo óptico
• Atrofia óptica do diabético Alterações oculares da hipertensão:
• Coroidopatia hipertensiva
Achados oculares da hipertensão arterial: • Retinopatia hipertensiva
• Neuropatia óptica hipertensiva
Na arteriosclerose senil se encontra arteríolos finas, retilíneas e • Espasmo arteriolar retiniano
dicotomias em ângulo agudo, reflexo central alargado, vênulas
ocultadas nos cruzamentos e A1 de Ganz. Na hipertensão arterial
Espasmo arteriolar retiniano: • Papiledema
• Contração muscular difusa ou localizada (focal) • Oclusão de arteríolas no disco óptico (papila)
compensatória a uma hipertensão intraluminal prolongada • Isquemia
• Grau de estreitamento arteriolar proporcional à pressão • Edema do disco óptico
diastólica • Hemorragia no disco óptico
• A observação dos fenômenos angioespásticos é difícil pelo • Borramento da borda do disco óptico
oftalmoscópio e exige experiência.
Glaucomas:
Retinopatia Hipertensiva:
A pressão normal depende do paciente e é a que não lhe causa
A) Ruptura da barreira hematoretiniana interna: alteração no nervo óptico. A pressão média normal na nossa
• Extravasamento de plasma população é de 11 a 15 mmHg. (12,87 +- 2DP). Hipertensão intra-
• Hemorragias parenquimatosas: ocular é fator de risco para glaucoma, mas não necessariamente a
 Internas ou superficiais (chama de vela é mais comum) causa (a pressão pode ser normal). A pressão intra-ocular aumenta
 Externas ou profundas (arredondadas) são ràpidamente da inspiração e na sístole e diminui na diástole e na expiração.
reabsorvidas (semanas) O glaucoma é um aumento de pressão ocular, ou não, que não é
 Edema retiniano bem tolerado pelo nervo óptico e onde ocorre uma neuropatia que
leva a mudanças no nervo óptico com alterações características do
B) Resíduos parenquimatosos do edema: campo visual. Pressão intraocular (exame com o dedo) Para que se
• Exsudatos duros: Acúmulo de macrófagos contendo lipídios comece a perceber alteração de campo visual, cerca de 40 a 50 %
• Estrela nodular: Exsudatos duros na camada plexiforme das fibras do trato óptico já estão acometidas.
(central da retina) e na camada externa da região macular
(henle) em forma estrelar Causas de glaucoma:
• São reabsorvidos mais lentamente ( em anos). • Aumento da pressão arterial e dificuldade de dranagem venosa
do olho (trombose do seio cavernoso, fístula caroídea-
C) Isquemia Retiniana Focal: cavernosa e obstrução da cava superior)
• Oclusão arteriolar • Diminuição do escoamento (membranas, inflamações, sangue,
• Oclusão capilar no território irrigado pela arteríola obstruída – fibrina, pigmento e sinéquias no canal de Schlemm, canais
infarto – isquemia da camada de fibras nervosas coletores, trabeculado e íris)
• Degeneração dos bulbos dos axônios das células ganglionares
– mais exsudatos moles ou manchas algodonosas branco- Formas de medir a pressão intra-ocular: Pedir para o paciente olhar
acizentadas para baixo e aplicar a ponta de dois dedos sobre as pálpebras, uma
de cada vez:
D) Enfraquecimento da Parede Vascular: • Tonômetro de Malakov (força do peso do instrumento sobre o
• Estase do leito capilar olho – força constante e área variável)
• Anóxia (má nutrição das células da parede do vaso) • Tonômetro de Goldmann (força variável e área variável)
• Degeneração dos pericitos • Tonômetro de Schöltz (depressão da córnea e aumenta da
pressão intra-ocular)
• Dilatação sacular da oparede capilar (microaneurismas)
• Tonografia (aproveita o efeito de massagem – fuga do humor
Classificação ocular da doença hipertensiva de Keith–Wagener– aquoso da cavidade – provocado pelo tonômetro de Schöltz)
Balder: • Prova d’água para o glaucoma de ângulo aberto (aumento de
mais de 8 mmHg 45 min. após beber 1 L de água em 5 min.,
Grau 1: Pacientes assintomáticos: de manhã após alimentar-se)
• Espasmo arteriolar leve • Prova do escuro na glaucoma de olho fechado (aumento de
• Sinais discretos de arterioloesclerose (fios de cobre e mais de 8 mmHg 1 h. após ficar em ambiente escuro)
embainhamento sem fios de prata)
Campo visual no glaucoma:
• Hipertensão arterial moderada
• Perda ou dano das porções mais internas dos feixes arqueados
Grau 2: Funções cardíaca, cerebral e renal satisfatórias • O campo visual é medido por estímulos de intensidades
• Espasmo arteriolar e sinais de arterioloesclerose mais diferentes (técnica estática) e em áreas diferentes da retina
definidos (cruzamento A/V patológicos e fios de prata) (técnica cinética)
• HA elevada • Depressão geral, contração de isópteras e aumento e exclusão
da mancha cega (não-específicos)
• Sintomas discretos relativos à HA (cefaléias)
• Escotomas arqueados ligados à mancha cega (45° ou mais
Grau 3: Funções cardíacas, cerebral e renal podem estar acima e 50° graus abaixo da horizontal), escotomas
comprometidas paracentrais (diâmetro de 5° ou mais) não ligados à mancha
cega ou degrau nasal (profundidade de 10° ou mais)
• Grau 2 com sinais de retinopatia (hemorragias, exsudatos
[específicos]
moles e duros e edema retiniano)
• Perda do campo nasal ou do paracentral ou da média periferia
• Cefaléia e vertigens
• Excluir cicatrizes de coriorretinite, oclusões de vasos da retina
• Hipertensão arterial mais severa e de controle difícil
e neurite bulbar
Grau 4: Comprometimento das funções cardíaca, cerebral e renal
Alterações no exame do fundo de olho no glaucoma:
• Grau 3 com papiledema
• Disco óptico: Aumento assimétrico e glaucomatoso da
• PA severa, persistente e elevada escavação fisiológica no quadrante temporal inferior, que se
• Cefaléia, perda de peso, dispnéia, distúrbios visuais extende para outras regiões posteriormente
• Perda progressiva de tecido neural e discos hemorrágicos
Características do fundo de olho da fase maligna da HAS:
• Normalmente, o meridiano horizontal é maior que o vertical • Uveítes: Glaucoma pré-trabecular (acúmulo de macrófagos
• A presença de escavações simétricas e do mesmo tamanho é que não deixa drenar para malha trabecular) e glaucoma
normal. trabecular (trabeculite)
• Crises glaucomaciclíticas
Pacientes com maior risco de desenvolver glaucoma: • Uso crônico de corticóides
• Idosos • Glacuoma pigmentar
• Afro-descendentes • Hemorragias e glaucoma neovascular (retinopatia no diabetes
• Pacientes com pressão intra-ocular elevada, > 5 graus de mellitus)
miopia, doença cardíaca, HAS, DM e história familiar de • Cirurgias oculares
glaucoma • Estase venosa e oclusão vascular ocular

A gonioscopia é o exame do ângulo da câmara anterior. Se faz com Glaucoma no diabetes:


uma lupa com espelho. Muito importante na suspeita de glaucoma, • Olho vermelho, dolorido e edema de córnea são os achados
pois se pode ver trabéculos, íris, córnea e corpo ciliar e se o ângulo mais comuns
está aberto (onde se vê todas estas estruturas) ou fechado.
• Pressão intra-ocular pode ultrapassar 40mmHg.
Tipos de glaucoma: • Ocorre depois do estabalecimento da retinopatia diabética.

Glaucoma primário de ângulo aberto ou crônico simples: Glaucoma congênito primário:


• Forma mais comum de glaucoma e é bilateral, mas nem • 70% dos casos de glaucoma do desenvolvimento
sempre simétrico • Fotofobia, epífora (a lágrima não é drenada e vai escorrendo
• Comumente se inicia depois de 40 anos de idade pela pálpebra), blefaroespasmo, teleangiectasias na pálpebra
• Sem causa definida e na gonioscopia todas as estruturas são anterior, olhos grandes (buftalmo) e de cor azul e obstrução do
canal lacrimal
visíveis, inclusive o corpo ciliar
• Edema corneano e outros sinais típicos de glaucoma
• Há danos característicos do nervo óptico e do campo visual
• Megalocórnea e outras distrofias corneanas e alterações
• Aumento da resistência de drenagem do aquoso
congênitas do nervo óptico são as diagnoses diferenciais
• Uso de glicocorticóides, hemorragia no disco óptico, miopia,
• Goniotomia e trabeculotomia são os tratamentos cirúrgicos.
doença vascular em um olho, idade avançada, etnia negra,
história familiar de glaucoma, hiperglicemia, alterações da • Crianças com glaucoma congênito podem evoluir com miopia
tireóide e hipófise e supra-renais, hipotensão e anemias são na pós-cirurgia (imagem forma-se antes da retina).
fatores de risco.
• Cursa com borramento da visão, halos coloridos e perda do Há uma forma juvenil do glaucoma.
campo visual de forma lenta e progressiva.
Tratamento clínico (colírios) do glaucoma:
• Se trata com colinérgicos (pilocarpina, fosfolina e brometo de
• Agentes mióticos (aumentam o ângulo ireocorneano e
demecário), adrenérgicos (dipivalil adrenalina, apraclonidina e
provacam miose, facilitando o fluxo do humor aquoso):
brimonidina), B-bloqueadores (maleato de timolol,
Hidroclorito de pilocarpina e carbacol
levobutonolol e betaxolol), inibidores da anidrase carbônica
(acetazolamida, dorzolamida e brinzolamida), prostaglandinas • Bloqueadores B–adrenérgicos: Timolol e outros
(latanoprost e unoprostona isopropílica), trabeculoplastia com • Simpaticomiméticos (diminuem a produção de humor
laser e trabeculotomia. aquoso): Tartarato de brimonidina e epinefrina (hoje pouco
usada)
Glaucoma primário de ângulo fechado ou glaucoma agudo: • Inibidores da anidrase carbônica: Brinzolamida, acetazolamida
• Sem causa definida e na gonioscopia nenhuma estrutura é e hidroclorito de dorzolamida
visível • Agentes Hiperosmóticos: Glicerina e manitol em solução
• Aposição da íris contra as malhas do trabeculado ou um intravenosa
cristalino grande empurra a íris para cima e forma ângulo • Análogos das Prostaglandinas: Latanoprost e isopropilato de
estreito unoprostona
• Hipermetropia e midríase média por quaisquer razões são os
fatores de risco. Tratamento com Laser:
• Cursa com dor forte no olho, hiperemia, redução acentuada na • Usado na falência do tratamento clínico ou em associação ao
acuidade visual, cefaléia frontal, náuseas, vômitos, edema de tratamento clínico
córnea, midríase média e visão turva com pródomos de • Iridectomia e/ou trabeculopastia por LASER de argônio
borramento e halos coloridos, que ocorre em crises. • Iridectomia por Yag LASER (Contração seguida da
• Midríase com dor e lacrimejamento = Glaucoma agudo (não penetração, biomicroscopia para escolha do local ideal e
há reação da pupila à luz) periferia da íris entre 10 e 2 horas)
• Se trata com os mesmos medicamentos do glaucoma de ângulo
aberto, em doses maiores, mais glicerol oral e manitol Tratamento Cirúrgico (Trabeculectomia):
intravenoso, fazer uum pequeno orifício na íris (iridectomia ou • Cirurgia fistulizante
iridotomia). • Indicação clínica ou social (impossibilidade de realizar
tratamento clínico)
Causas secundárias de glaucoma: 1) Paracentese (abertura da córnea clara com bisturi de 15º)
• Trauma: Exfoliação ou pseudo-exfoliação do cristalino 2) Fazer o retalho conjuntivo-tenoniano (base no fórnix e/ou no
• Ectopia lentis (hemocistinúria, síndromes de Marfan e de limbo)
Weil-Marchesani [cristalino muito esférico, determinando 3) Fazer um retalho escleral de 3,0 mm de largura e 2,5 mm e de
altíssimo grau de miopia, portanto os raios luminosos logo comprimento
convergem e param muito à frente da retina]) 4) Córneo-esclerectomia: Abertura da câmara anterior e
• Catarata trepanação da cavidade
5) Iridectomia: Proceder miose antes e cuidado com processos • Algumas vezes se trata com LASER.
ciliares e fascículos zonulares
6) Terminar com a sutura do retalho escleral ou do conjuntivo- Doença de Stargardt:
tenoniano • Distrofia juvenil bilateral macular (doença autossômica
recessiva)
Doenças inflamatórias e vasculares da retina: • Pode estar associada ao fundus flavimaculatus
• Os sintomas se inciam na 1° ou 2° década de vida e cursa com
Trombose venosa ocular:
perda precoce de visão e alterações pigmentares na mácula até
• HAS com arteriosclerose, discrasias sanguíneas e glaucoma
tomar aspecto rugoso característico nas fases mais avançadas
são fatores de risco. da doença.
• Cursa com edema retiniano, hemorragia, exsudatos
algodonosos, veias dilatadas primeiro e depois estreitadas no Descolamento da retina:
exame do fundo de olho. • Reabertura de espaço embrionário das 2 camadas da
• Glaucoma e neovascularização retiniana são as suas neuroectoderme
complicações. • Cursa com perda súbita da visão e roturas (rasgões, buracos e
diálises) na retina, trações e fibroses vítreas e tumores na
Infarto retiniano: retina na oftalmoscopia indireta a biomicroscopia.
• Cursa com amaurose unilateral (artéria central da retina) ou • Ocorre mais na miopia de alto grau (miopia acima de 2 graus,
escotomas (ramo da artéria central da retina) e edema retiniano deve-se fazer mapeamento anual de retina), retinopatia
e retina com cor pálido-leitosa (mácula em cereja) no exame diabética, retinopatia da prematuridade, neoplasias e
do fundo de olho. inflamações oculares, toxemia da gravidez e hipertensão
• Se trata com massagem ocular (compressão e descompressão), maligna.
paracentese da câmara anterior, vasodilatadores e hipotensores • O descolamento precisa apresentar perfuração na miopia de
oculares. alto grau e não precisa nas outras causas.
• Podem ser regmatogênicos (deve haver rutura retiniana) ou
Degeneração mióptica:
tracionais (em infecções, com fibroblastos ganhando a camada
• Resultado das miopia de altos graus
vítrea, promovendo retração retiniana) ou secundários a
• Ectasia escleral que determina um estafiloma posterior e tumores ou inflamações.
estreitamento vascular e palidez no polo posterior • Se trata com implantes de silicone epi ou intra-esclerais para
• Atrofia coriorretiniana e peripapilar, alterações pigmentares na fixar a retina sensorial no epitélio pigmentar e se adere os dois
mácula e rotura da membrana de Bruch pigmentos com diatermocoagulação, criocoagulação ou
• Roturas da membrana de Bruch, que pode sangrar e formar fotocoagulação com xenônio.
uma mancha amaurótica (mancha de Foster-Fuchs)
• Maior tendência ao descolamento da retina e a Doenças infecciosas da retina:
neovascularização sub-retiniana • Vírus, fungos e bactérias podem causar.
• A toxoplasmose causa mais de 90% das doenças inflamatórias
Coriorretinopatia serosa central: retinianas.
• Acomete mais homens de 20 a 60 anos (especialmente aos 40 • A toxoplasmose causa uma retinocoroidites com placas
anos) e ocorre acúmulo de líquido seroso sob a retina exsudativas retinianas e turvação vítrea em imunocompetentes.
sensorial. Mas suas lesões podem mimetizar qualquer lesão inflamatória
• Cursa com queda da visão central que melhora com lentes de outras doenças.
positivas, escotoma central com metamorfopsia, micropsia e • O CMV causa áreas de necrose retiniana do tipo exsudativa,
cromatopsia. hemorrágica, necrótica e granular; angeíte congelada e pouca
• Se faz fotocoagulação nos casos em que há recidiva (esta turvação vítrea em imunodeficientes.
doença possui evolução benigna) • Sarcoidose e epiteliopatia placóide multifocal posterior aguda
são outras doenças inflamatórias da retina.
Retinose pigmentar:
• Mais comum em famílias com endogamia e manifesta na Doenças Degenerativas da Mácula:
puberdade ou maturidade jovem • Retinocoroidopatia Serosa Central (jovem estressado)
• Cursa com dificuldade de se adaptar ao escuro, hemeralopia e • Membrana neovascular
perda do campo visual (especialemte visão central) e espículas • Maculopatia tóxica por cloroquina (pacientes com LES, artrite
pretas focais ou generalizadas, atenuação dos vasos reumatóide e doenças auto-imunes em uso de cloroquina
sanguíneos e palidez da papila no exame de fundo de olho. devem fazer fundo de olho pelo menos 2 vezes ao ano)
• Fibrose macular pré-retiniana idiopática
Degeneração macular relacionada à idade:
• Buracos maculares senis (perda total do epitélio pigmentar e
• Geralmente compromete o EPR, membrana de Bruch e
do fotorreceptor)
coriocapilares (atrofia de retina e coróide).
• As drusas (excrecências do epitélio pigmentar) são um
Neuroftalmologia:
importante fator de risco.
• Forma precoce: Nódulos amarelo-esbranquiçados no polo Papiledema:
posterior • Sinal de hipertensão intracraniana
• Forma seca: Placa atrófica com pigmentação e aspectos • Visão turva, cefaléia, náuseas, vômitos e sinais neurológicos
irregulares focais e bilaterais
• Forma exsudativa: Membrana neovascular que invade a camada • Se vê no exame do fundo de olho borramento do disco óptico
mais interna da membrana de Bruch, que evolui para uma lesão e deslocamento do mesmo para o vítreo, exsudatos no disco
disciforme hemorrágica e uma cicatriz fibrosa na mácula no óptico, vasos turvos (pela opalescência nos tecidos do disco),
exame de fundo de olho veias dilatadas e tortuosas e hemorragias em “chama de vela”.
• Pode haver dimunuição da visão de 6 meses a 15 anos de • Lesões do nervo óptico (neuropatias ópticas tóxicas,
papiledema. nutricionais, metabólicas e vasculares [neuropatia óptico-
isquêmica anterior) e compressão das fibras do nervo óptico
Papilite:
• Possui os mesmos achados do papiledema no exame de fundo Anovolatório pode levar à papiloflebite.
de olho e se soma o fenômeno pupilar paradoxal de Marcus
Gunn (midríase em vez de miose quando se ilumina a pupila e Catarata:
o oposto quando se retira a luz da pupila).
• É mais comum ser unilateral do que o papiledema, geralmente Perda da transparência do cristalino; tudo vai ficando embaçado.
bilateral.
• A papiloflebite se assemelha a papilite, mas não há diminuição Quadro clínico:
da visão e fenômeno pupilar paradoxal de Marcus Gunn. • “Glare”
• Imagem borrada e distorcida (os raios ficam muito
Neuropatia óptica isquêmica anterior: convergentes ao passar pelo cristalino)
• Cursa com redução súbita da acuidade visual (hemianospsia • Miopia de índice (o índice de refração vai mudando e aumenta
altitudinal) a convergência)
• Borramento do disco óptico unilateral (bilateral em 40% dos • Alteração na percepção da cor
casos em alguns meses ou anos se não for por arterite e 80% • Dificuldade de aprendizado em criança
em alguns dias ou meses se for por arterite), reação à luz e • Dificuldade de dirigir à noite
palidez papilar com hemorragia peri-papilar no exame de • Melhora da visão para perto
fundo de olho • Leucoria (“olho branco” – reflete tudo)
• Alterações campimétricas semelhantes ao glaucoma • Diminuição da acuidade visual
• A forma não-arterítica só apresenta alterações visuais e a
forma arterítica também inclui cefaléia, perda de peso, astenia Formas de catarata congênita:
e indisposição. • Galactosemia
• Hipoglicemia prolongada
Neurite óptica (papilite ou neuro-retinite ou neurite retrobulbar):
• Síndrome de Lowe
Quadro Clínico: • Distrofia miotônica
• Perda progressiva da visão • Ictiose
• Quadro unilateral, porém pode ser bilateral e alternante • Rubéola
• Diminuição da acuidade visual (oclusão de pequenos vasos na
cabeça do nervo óptico [disco óptico] com edema de papila, Causas da catarata adquirida:
geralmente unilateral – neuropatia óptica isquêmica anterior) • Uveítes
• Fenômeno de Uthoff (dimunuição da acuidade visual com o • Traumas
aumento da temperatura corporal) • Uso de substâncias: Corticóides (forma mais comum de
• Fotofobia catarata subcapsular posterior), mióticos (pilocarpina para
• Dor à movimentação ocular (muito comum) tratamento da glaucoma), raios X, eletricidade e microondas
• Papilite e neurite retrobulbar • Diabetes (catarata osmótica)
• Alteração da cor do olho • Doenças inflamatórias (LES)
• Fenômeno de Pullfrich • Miopias de alto grau
• Fenômeno do escape pupilar • Catarata senil
• Escotoma central ou centro-cecal
Tratamento:
• Esema do disco óptico, neuro-retinite ou atrofia óptica
• Lentes corretivas
O edema de papila eleva a mácula, reduzindo a acuidade visual. • Cirurgia

Etiologias: Causas de leucocoria:


• Esclerose múltipla e sarcoidose • Retinoblastoma
• Infecções por sarampo, caxumba, herpes zoster, sífilis, • Catarata congênita
tuberculose e síndrome da imunodeficiência adquirida • Persistência do vítreo hiperplásico primitivo
• Doença de Coast
Exames complementares na neurite óptica: • Retinopatia da prematuridade
• Exame de sangue
• Exame do líquido cefalorraquidiano Oftalmopediatria:
• Campo visual
• Angiografia Ffuoresceínica Queixas oculares mais comuns em pediatria:
• Estrabismo e ambliopia
• Potencial evocado visual
• Diplopia (também ocorre na retinopatia diabética)
• Ressonância magnética nuclear e TC
• Supressão e correspondência retiniana anômala (binoculares)
Diagnoses Diferenciais: • Monoculares: Fixação excêntrica. Um ponto fora da fóvea
• Lesões do disco óptico (pseudo-papiledema [bilateral] e ectópica se torna a fóvea do paciente. Pedindo para a criança
drusas) olhar em frente, ela vai olhar “torto”, pois o cérebro dela está
dizendo que o olho está olhando para frente.

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